Você está na página 1de 96

DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade
Administrativa

Livro Eletrônico
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa............................................................................4
1. Improbidade Administrativa..................................................................................................................................4
1.1. Conceito..........................................................................................................................................................................4
1.2. Base Constitucional................................................................................................................................................5
1.3. Premissas Básicas.. .................................................................................................................................................5
1.4. Elementos Constitutivos do Ato de Improbidade. .................................................................................5
1.5. Revogação dos Arts. 5, 6 e 7 da LIA.............................................................................................................13
1.6. Responsabilidade por Sucessão.. ..................................................................................................................16
1.7. Das Penas (Art.12).................................................................................................................................................16
1.8. Da Declaração de Bens (Art. 13). . ..................................................................................................................20
1.9. Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial (Arts. 14-18; 19, LIA). ................21
2. Inovações da Lei n. 14.230, de 25/10/21 em Tópicos.............................................................................31
3. Apontamentos Jurisprudenciais Finais.......................................................................................................32
Resumo................................................................................................................................................................................33
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................37
Questões de Concurso................................................................................................................................................39
Gabarito...............................................................................................................................................................................54
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................55
Referências........................................................................................................................................................................95

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Apresentação
Caro(a) aluno(a), na presente aula vamos analisar a Lei da Improbidade Adinistrativa (Lei
n. 8.429/92), com enfoque especial nos pontos procedimentais, tendo em vista que estamos
com foco no Direito Processual Civil e o rito procedimental comum lhe será aplicável.
Abordaremos todos tópicos conceituais necessários de direito constitucional e administra-
tivo para melhor compreensão da matéria, dando principal enfoque às mudanças promovidas
pela Lei n. 14.230/21.
Vamos lá?!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

LEI N. 8.429/1992 – LEI DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA

1. Improbidade Administrativa
1.1. Conceito
lmprobidade administrativa é o ato ilegal ou contrario aos princípios basicos da Adminis-
tração Publica no Brasil, cometido par agente publico, durante o exercício de função publica
ou decorrente desta.

Os princípios constitucionais do direito adm. Sancionador também são aplicáveis:

“Art. 1º (...)§4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios consti-
tucionais do direito administrativo sancionador”.

Segundo Calil Simão, o ato de improbidade qualificado como administrativo (ato de impro-
bidade administrativa), é aquele impregnado de desonestidade e deslealdade. A improbidade
administrativa é uma imoralidade qualificada pelo dano ao erário, trazendo vantagem para o
ímprobo ou a outrem.
O agente público deve agir com honestiidade e boa-fé, não se valendo dos poderes e fa-
cilidades do cargo para obter vantage pessoal ou favorecer terceiros (José Afonso da Silva).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

1.2. Base Constitucional

1.3. Premissas Básicas

• NÃO há sanção penal ao agente ímprobo na LIA – natureza de ação civil que segue pro-
cedimento judicial pelo procedimento comum do CPC!
• Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às sanções da LIA, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente;
• O ímprobo também está sujeito às sanções éticas (Decreto 1.171/94);

1.4. Elementos Constitutivos do Ato de Improbidade


O ato de improbidade administrativa, para acarretar a aplicação das medidas sancionatórias
previstas no artigo 37, § 4º, da Constituição, exige a presença de determinados elementos:
a) sujeito passivo: o artigo 1º da Lei n. 8.429, nos §§ 5º, 6º e 7º (incluídos pela Lei n.
14.230), indica as entidades que podem ser atingidas por atos de improbidade administrativa,
abrangendo o Estado, em qualquer dos três Poderes, a administração direta e indireta no âm-
bito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a entidade privada que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais,
bem como a entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou con-
corra no seu patrimônio ou receita anual (hipótese em que o ressarcimento de prejuízos fica
limitado à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos). Pela norma do §
6º do artigo 1º, são incluídas entidades que não compõem a Administração Pública, direta
ou indireta, nem podem ser enquadradas como entidades públicas de qualquer natureza. São
entidades privadas em relação às quais o Estado exerce a função de fomento, por meio de
incentivos, subvenções, incentivos fiscais ou creditícios, ou mesmo contribuição para a criação

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

ou custeio. Podem ser incluídas nessa modalidade as entidades do tipo dos serviços sociais
autônomos (Sesi, Senai, Sesc e outras semelhantes), as chamadas organizações sociais, as
organizações da sociedade civil de interesse público e qualquer outro tipo de entidade criada
ou mantida com recursos públicos.
b) sujeito ativo (art. 2, LIA): consideram-se agente público o agente político, o servidor
público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por elei-
ção, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
• No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei
o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio,
contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste
administrativo equivalente.

Pelo § 1º acrescentado ao artigo 3º da Lei n. 8.429 pela Lei n. 14.230, “os sócios, os cotistas,
os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato
de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se comprovadamente houver
participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites de sua participação”.
Nos termos do § 2º do artigo 3º, as sanções previstas na lei n. 8.429 não se aplicarão à pes-
soa jurídica se o ato de improbidade administrativa for também sancionado como ato lesivo à
administração pública de que trata a Lei n. 12.846, de 1º‑8‑13. Com esse dispositivo, também
acrescentado pela Lei n. 14.230, o legislador quis separar, dentre os ilícitos atribuídos à pessoa
jurídica, aqueles que já sejam sancionados pela lei anticorrupção.

Como se verifica pelo conceito de agente público, contido no artigo 2º, não é preciso
ser servidor público, com vínculo empregatício, para enquadrar‑se como sujeito ativo da im-
probidade administrativa. Qualquer pessoa que preste serviço ao Estado é agente público,
incluindo as três modalidades ali referidas:
• os agentes politicos: parlamentares de todos os níveis, Chefes do Poder Executivo federal,
estadual e municipal, Ministros e Secretários dos Estados e dos Municípios);
• os servidores públicos: pessoas com vínculo empregatício, estatutário ou contratual,
com o Estado;
• os militares: que também têm vínculo estatutário, embora referidos na Constituição fora
da seção referente aos servidores públicos; e
• os particulares em colaboração com o Poder Público: que atuam sem vínculo de emprego,
mediante delegação, requisição ou espontaneamente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Quanto aos servidores públicos, todas as categorias estão incluídas, independentemente


de ocuparem cargos efetivos, em comissão ou vitalícios, funções ou empregos públicos, seja
o regime estatutário ou contratual, seja a função permanente ou transitória, seja qual for a
forma de provimento.

Quanto aos agentes políticos, cabem algumas ressalvas, por gozarem, algumas categorias, de
prerrogativas especiais que protegem o exercício do mandato.
• É o caso, em primeiro lugar, dos Parlamentares que têm asseguradas a inviolabilidade por
suas opiniões, palavras e votos e a imunidade parlamentar.A inviolabilidade está assegurada
no artigo 53 da Constituição, segundo o qual “os Deputados e Senadores são invioláveis,
civil e penalmente, por suas opiniões, palavras e votos”. A mesma garantia é assegurada
aos Deputados estaduais, pelo artigo 27, § 1º, e, aos Vereadores, pelo artigo 29, VIII, este
último limitando a inviolabilidade à circunscrição do Município.A inviolabilidade, também
chamada de imunidade material, impede a responsabilização civil, criminal, administrativa
ou política do parlamentar pelos chamados crimes de opinião, de que constituem exemplos
os crimes contra a honra. Fala‑se em imunidade material, porque, embora ocorra o fato
típico descrito na lei penal, a Constituição exclui a ocorrência do crime.Assim, se algum
parlamentar, de qualquer dos níveis de governo, praticar, no exercício do mandato, ato que
pudesse ser considerado crime de opinião, sua responsabilidade estará afastada, nas áreas
criminal, civil e administrativa, não podendo aplicar‑se a lei de improbidade administrativa.
• os Senadores e Deputados Federais gozam da chamada imunidade parlamentar, que
decorre dos §§ 2º e 3º do artigo 53, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.
35, de 2001. A mesma prerrogativa é estendida aos Deputados estaduais pelo artigo 27,
§ 1º, da Constituição. Para os Vereadores essa prerrogativa não é assegurada na Cons-
tituição Federal, mas apenas em leis orgânicas municipais, o que não é suficiente para
impedir a aplicação de normas constitucionais, como as que se referem à improbidade
administrativa.A imunidade parlamentar, no entanto, somente se refere à responsabilidade
criminal. Como a improbidade administrativa não constitui crime, não há impedimento
a que a lei seja aplicada aos parlamentares.No entanto, não pode ser aplicada a sanção
de perda da função pública, que implicaria a perda do mandato, porque essa medida é
de competência da Câmara dos Deputados ou do Senado, conforme o caso, tal como
previsto no artigo 55 da Constituição. Mas o artigo 15, inciso V, da Constituição inclui
entre as hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos a “improbidade admi-
nistrativa, nos termos do art. 37, § 4º”. Assim, nada impede que se imponha a pena de
suspensão dos direitos políticos ao Deputado Federal ou ao Senador, em ação civil por
improbidade administrativa. Nesse caso, a perda do mandato será “declarada pela Mesa
da Casa respectiva, de oficio ou mediante provocação de qualquer de seus membros
ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”
(conforme art. 55, § 3º, da Constituição).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

• A mesma conclusão aplica‑se aos Deputados estaduais, por força do artigo 27, § 1º, da
Constituição.
• Para os Vereadores não existe norma semelhante na Constituição Federal, podendo
aplicar‑se inclusive a pena de perda da função pública.

AGENTES PÚBLICOS
PARTICULARES EM
AGENTES COLABORAÇÃO AGENTES
AGENTES ADMINISTRATIVOS (AGENTES MILITARES
POLÍTICOS (SERVIDORES PÚBLICOS HONORÍFICOS) (ESTATUTO OU LEI
EM SENTIDO AMPLO) EX.: MESÁRIOS, ESPECÍFICA)
TRIBUNAL DO JÚRI, ETC.

SERVIDORES PÚBLICOS EM
EMPREGADOS PÚBLICOS SERVIDORES TEMPORÁRIOS
ESTRITO SENSO
CONTRATO POR PRAZO
ESTATUTÁRIOS CLT
DETERMINADO
EMPREGO PÚBLICO
CARGO PÚBLICO
(EMPRESAS PÚBLICAS E
(ADM. DIRETA, AUTARQUIAS E FUNÇÃO PÚBLICA
SOCIEDADES DE ECONOMIA
FUNDAÇÕES)
MISTA)

c) ocorrência do ato danoso descrito na lei, causador de enriquecimento ilícito para o su-
jeito ativo, prejuízo para o erário ou atentado contra os princípios da Administração Pública;
o enquadramento do ato pode dar-se isoladamente em uma das três hipóteses, ou, cumula-
tivamente, em duas ou três hipóteses;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Enriquecimento ilícito Prejuízo ao erário Atenta contra os princípios


(art. 9º) (art. 10) da Adm. Pública (art. 11)
Rol exemplificativo e com Rol taxativo e com tipicidade
Rol exemplificativo e com tipicidade aberta
tipicidade aberta fechada
Art. 11. Constitui ato de
improbidade administrativa que
Art. 9º Constitui Art. 10. Constitui ato de improbidade
atenta contra os princípios da
ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
administração pública a ação
administrativa importando qualquer ação ou omissão dolosa, que
ou omissão dolosa que viole
em enriquecimento ilícito enseje, efetiva e comprovadamente,
os deveres de honestidade, de
auferir, mediante a prática perda patrimonial, desvio, apropriação,
imparcialidade e de legalidade,
de ato doloso, qualquer tipo malbaratamento ou dilapidação dos bens
caracterizada por uma das
de vantagem patrimonial ou haveres das entidades referidas no art.
seguintes condutas: (Redação
indevida em razão do exercício 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada
dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
de cargo, de mandato, de pela Lei n. 14.230, de 2021)
I – (revogado); (Redação dada
função, de emprego ou de I – facilitar ou concorrer, por qualquer
pela Lei n. 14.230, de 2021)
atividade nas entidades forma, para a indevida incorporação ao
II – (revogado); (Redação dada
referidas no art. 1º desta Lei, e patrimônio particular, de pessoa física ou
pela Lei n. 14.230, de 2021)
notadamente: (Redação dada jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de
III – revelar fato ou
pela Lei n. 14.230, de 2021) valores integrantes do acervo patrimonial
circunstância de que tem
I – receber, para si ou para das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
ciência em razão das atribuições
outrem, dinheiro, bem móvel (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
e que deva permanecer
ou imóvel, ou qualquer II – permitir ou concorrer para que pessoa
em segredo, propiciando
outra vantagem econômica, física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
beneficiamento por informação
direta ou indireta, a título verbas ou valores integrantes do acervo
privilegiada ou colocando em
de comissão, percentagem, patrimonial das entidades mencionadas
risco a segurança da sociedade
gratificação ou presente de no art. 1º desta lei, sem a observância das
e do Estado; (Redação dada pela
quem tenha interesse, direto formalidades legais ou regulamentares
Lei n. 14.230, de 2021)
ou indireto, que possa ser aplicáveis à espécie;
IV – negar publicidade aos atos
atingido ou amparado por III – doar à pessoa física ou jurídica bem
oficiais, exceto em razão de
ação ou omissão decorrente como ao ente despersonalizado, ainda que
sua imprescindibilidade para a
das atribuições do agente de fins educativos ou assistências, bens,
segurança da sociedade e do
público; rendas, verbas ou valores do patrimônio
Estado ou de outras hipóteses
II – perceber vantagem de qualquer das entidades mencionadas
instituídas em lei; (Redação dada
econômica, direta ou indireta, no art. 1º desta lei, sem observância das
pela Lei n. 14.230, de 2021)
para facilitar a aquisição, formalidades legais e regulamentares
V – frustrar, em ofensa à
permuta ou locação de aplicáveis à espécie;
imparcialidade, o caráter
bem móvel ou imóvel, ou a IV – permitir ou facilitar a alienação,
concorrencial de concurso
contratação de serviços pelas permuta ou locação de bem integrante
público, de chamamento ou de
entidades referidas no art. 1º do patrimônio de qualquer das entidades
procedimento licitatório, com
por preço superior ao valor de referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
vistas à obtenção de benefício
mercado; prestação de serviço por parte delas, por
próprio, direto ou indireto, ou
III – perceber vantagem preço inferior ao de mercado;
de terceiros; (Redação dada pela
econômica, direta ou indireta, V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta
Lei n. 14.230, de 2021)
para facilitar a alienação, ou locação de bem ou serviço por preço
VI – deixar de prestar contas
permuta ou locação de bem superior ao de mercado;
quando esteja obrigado a
público ou o fornecimento VI – realizar operação financeira
fazê-lo, desde que disponha
de serviço por ente estatal sem observância das normas legais
das condições para isso, com
por preço inferior ao valor de e regulamentares ou aceitar garantia
vistas a ocultar irregularidades;
mercado; insuficiente ou inidônea;
(Redação dada pela Lei n. 14.230,
de 2021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Enriquecimento ilícito Prejuízo ao erário Atenta contra os princípios


(art. 9º) (art. 10) da Adm. Pública (art. 11)

IV – utilizar, em obra ou VII – conceder benefício administrativo ou VII – revelar ou permitir que
serviço particular, qualquer fiscal sem a observância das formalidades chegue ao conhecimento de
bem móvel, de propriedade legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; terceiro, antes da respectiva
ou à disposição de qualquer VIII – frustrar a licitude de processo divulgação oficial, teor de
das entidades referidas no licitatório ou de processo seletivo para medida política ou econômica
art. 1º desta Lei, bem como celebração de parcerias com entidades capaz de afetar o preço de
sem fins lucrativos, ou dispensá-los mercadoria, bem ou serviço.
o trabalho de servidores, de
indevidamente, acarretando perda VIII – descumprir as normas
empregados ou de terceiros
patrimonial efetiva; (Redação dada pela Lei relativas à celebração,
contratados por essas n. 14.230, de 2021) fiscalização e aprovação de
entidades; (Redação dada pela IX – ordenar ou permitir a realização contas de parcerias firmadas
Lei n. 14.230, de 2021) de despesas não autorizadas em lei ou pela administração pública
V – receber vantagem regulamento; com entidades privadas. (Vide
econômica de qualquer X – agir ilicitamente na arrecadação de Medida Provisória n. 2.088-35,
natureza, direta ou indireta, tributo ou de renda, bem como no que de 2000) (Redação dada pela Lei
para tolerar a exploração ou diz respeito à conservação do patrimônio n. 13.019, de 2014) (Vigência)
a prática de jogos de azar, de público; (Redação dada pela Lei n. 14.230, IX – (revogado); (Redação dada
lenocínio, de narcotráfico, de 2021) pela Lei n. 14.230, de 2021)
de contrabando, de usura ou XI – liberar verba pública sem a estrita X – (revogado); (Redação dada
de qualquer outra atividade observância das normas pertinentes pela Lei n. 14.230, de 2021)
ilícita, ou aceitar promessa de ou influir de qualquer forma para a sua XI – nomear cônjuge,
tal vantagem; aplicação irregular; companheiro ou parente
VI – receber vantagem XII – permitir, facilitar ou concorrer para que em linha reta, colateral ou
econômica de qualquer terceiro se enriqueça ilicitamente; por afinidade, até o terceiro
XIII – permitir que se utilize, em obra ou grau, inclusive, da autoridade
natureza, direta ou indireta,
serviço particular, veículos, máquinas, nomeante ou de servidor da
para fazer declaração falsa
equipamentos ou material de qualquer mesma pessoa jurídica investido
sobre qualquer dado técnico em cargo de direção, chefia ou
natureza, de propriedade ou à disposição
que envolva obras públicas de qualquer das entidades mencionadas no assessoramento, para o exercício
ou qualquer outro serviço art. 1º desta lei, bem como o trabalho de de cargo em comissão ou de
ou sobre quantidade, peso, servidor público, empregados ou terceiros confiança ou, ainda, de função
medida, qualidade ou contratados por essas entidades. gratificada na administração
característica de mercadorias XIV – celebrar contrato ou outro pública direta e indireta em
ou bens fornecidos a qualquer instrumento que tenha por objeto a qualquer dos Poderes da União,
das entidades referidas no art. prestação de serviços públicos por meio dos Estados, do Distrito Federal
1º desta Lei; (Redação dada da gestão associada sem observar as e dos Municípios, compreendido
pela Lei n. 14.230, de 2021) formalidades previstas na lei; (Incluído pela o ajuste mediante designações
VII – adquirir, para si ou Lei n. 11.107, de 2005) recíprocas; (Incluído pela Lei n.
para outrem, no exercício XV – celebrar contrato de rateio de 14.230, de 2021)
de mandato, de cargo, de consórcio público sem suficiente e prévia XII – praticar, no âmbito da
emprego ou de função dotação orçamentária, ou sem observar as administração pública e com
formalidades previstas na lei. (Incluído pela recursos do erário, ato de
pública, e em razão deles,
Lei n. 11.107, de 2005) publicidade que contrarie o
bens de qualquer natureza, disposto no § 1º do art. 37
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer
decorrentes dos atos descritos da Constituição Federal, de
forma, para a incorporação, ao patrimônio
no caput deste artigo, cujo forma a promover inequívoco
particular de pessoa física ou jurídica, de
valor seja desproporcional à bens, rendas, verbas ou valores públicos enaltecimento do agente
evolução do patrimônio ou transferidos pela administração pública a público e personalização de
à renda do agente público, entidades privadas mediante celebração de atos, de programas, de obras,
assegurada a demonstração parcerias, sem a observância das formalidades de serviços ou de campanhas
pelo agente da licitude da legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; dos órgãos públicos. (Incluído
origem dessa evolução; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência) pela Lei n. 14.230, de 2021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Enriquecimento ilícito Prejuízo ao erário Atenta contra os princípios


(art. 9º) (art. 10) da Adm. Pública (art. 11)
XVII – permitir ou concorrer para que § 1º Nos termos da Convenção
pessoa física ou jurídica privada utilize das Nações Unidas contra a
bens, rendas, verbas ou valores públicos Corrupção, promulgada pelo
transferidos pela administração pública Decreto n. 5.687, de 31 de
a entidade privada mediante celebração janeiro de 2006, somente haverá
de parcerias, sem a observância das improbidade administrativa, na
formalidades legais ou regulamentares aplicação deste artigo, quando
(Redação dada pela Lei n.
aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. for comprovado na conduta
14.230, de 2021) 13.019, de 2014) (Vigência) funcional do agente público
VIII – aceitar emprego, XVIII – celebrar parcerias da administração o fim de obter proveito ou
comissão ou exercer pública com entidades privadas sem a benefício indevido para si ou
atividade de consultoria ou observância das formalidades legais ou para outra pessoa ou entidade.
assessoramento para pessoa regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 14.230,
física ou jurídica que tenha (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) de 2021)
interesse suscetível de ser (Vigência) § 2º Aplica-se o disposto no §
atingido ou amparado por XIX – frustrar a licitude de processo 1º deste artigo a quaisquer atos
seletivo para celebração de parcerias da de improbidade administrativa
ação ou omissão decorrente
administração pública com entidades tipificados nesta Lei e em leis
das atribuições do agente privadas ou dispensá-lo indevidamente;
público, durante a atividade; especiais e a quaisquer outros
(Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) tipos especiais de improbidade
IX – perceber vantagem (Vigência) administrativa instituídos por
econômica para intermediar XIX – agir para a configuração de ilícito na lei. (Incluído pela Lei n. 14.230,
a liberação ou aplicação de celebração, na fiscalização e na análise das de 2021)
verba pública de qualquer prestações de contas de parcerias firmadas § 3º O enquadramento de
natureza; pela administração pública com entidades conduta funcional na categoria
X – receber vantagem privadas; (Redação dada pela Lei n. 14.230,
de que trata este artigo
de 2021)
econômica de qualquer pressupõe a demonstração
XX – liberar recursos de parcerias firmadas
natureza, direta ou objetiva da prática de ilegalidade
pela administração pública com entidades
indiretamente, para omitir no exercício da função pública,
privadas sem a estrita observância das
ato de ofício, providência normas pertinentes ou influir de qualquer com a indicação das normas
ou declaração a que esteja forma para a sua aplicação irregular. (Incluído constitucionais, legais ou
pela Lei n. 13.019, de 2014, com a redação infralegais violadas. (Incluído pela
obrigado;
dada pela Lei n. 13.204, de 2015) Lei n. 14.230, de 2021)
XI – incorporar, por qualquer § 4º Os atos de improbidade de
forma, ao seu patrimônio XXI – (revogado); (Redação dada pela Lei n.
14.230, de 2021) que trata este artigo EXIGEM
bens, rendas, verbas ou LESIVIDADE RELEVANTE AO
XXII – conceder, aplicar ou manter benefício
valores integrantes do acervo BEM JURÍDICO TUTELADO
financeiro ou tributário contrário ao que
patrimonial das entidades dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei para serem passíveis de
mencionadas no art. 1º Complementar n. 116, de 31 de julho de sancionamento e independem
desta lei; 2003. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021) do reconhecimento da
XII – usar, em proveito § 1º Nos casos em que a inobservância produção de danos ao erário e
próprio, bens, rendas, verbas de formalidades legais ou regulamentares de enriquecimento ilícito dos
ou valores integrantes do não implicar perda patrimonial efetiva, agentes públicos. (Incluído pela
não ocorrerá imposição de ressarcimento, Lei n. 14.230, de 2021)
acervo patrimonial das
vedado o enriquecimento sem causa das § 5º Não se configurará
entidades mencionadas no art. improbidade a mera nomeação
entidades referidas no art. 1º desta Lei.
1º desta lei. ou indicação política por parte
(Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente dos detentores de mandatos
da atividade econômica não acarretará eletivos, sendo necessária a
improbidade administrativa, salvo se aferição de dolo com finalidade
comprovado ato doloso praticado com ilícita por parte do agente.
essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 14.230, (Incluído pela Lei n. 14.230,
de 2021) de 2021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

NÃO CONFIGURA IMPROBIDADE a ação ou omissão decorrente de DIVERGÊNCIA INTERPRETATIVA


DA LEI, baseada na jurisprudência, ainda que não pacificcada, mesmo que não venha a ser poste-
riormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.
Ademais, veja as mudanças:

ANTES DEPOIS
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade
agente público, servidor ou não, contra a administração
na organização do Estado e no exercício de suas
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
funções e a integridade do patrimônio público
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
e social dos Poderes Executivo, Legislativo e
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
Judiciário, bem como da administração direta e
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou
indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
Municípios e do Distrito Federal. (Incluído pela Lei
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
n. 14.230, de 2021)
anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
desta lei os atos de improbidade praticados contra o § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos
patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício de improbidade praticados contra o patrimônio
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem de entidade privada que receba subvenção,
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por entes públicos ou governamentais, previstos
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.230,
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do de 2021)
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

DICA
Cuidado para não confundir o ato de improbidade que impor-
ta em enriquecimento ilícito previsto no artigo 9º, II, da Lei n.
8.429/1992 que consiste em perceber vantagem econômica,
direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços por preço
superior ao valor de mercado com o ato de improbidade que
causa lesão ao erário previsto no artigo 10, V, da mesma lei que
consiste em permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado. O ato de
improbidade que importa enriquecimento ilícito se caracteriza
pelo recebimento de vantagem pelo agente improbo para permitir
ou facilitar contratação por preço superior ao de mercado. Já
o ato que causa lesão ao erário não envolve o recebimento de
vantagem pelo agente improbo, consistindo apenas na permissão
ou facilitação de contratação por preço superior ao de mercado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Ademais, atenção às revogações acerca de atos que atentam contra os princípios da


Adm. Públca:

d) elemento subjetivo: dolo.

Art. 1º §2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado
nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação
de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.

JURISPRUDÊNCIA

• ENTENDIMENTO STF: particular sozinho não pratica improbidade; precisa hevr conluio
com o agente.
• ENTENDIMENTO STJ: estagiário que atua no serviço público também está sujeito à res-
ponsabilização da LIA;
• Súmula 634 STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de
improbidade administrative para os agentes públicos.

1.5. Revogação dos Arts. 5, 6 e 7 da LIA


Tais artigos foram revogados, porém alguns dos pontos tratados pore les são referencia-
dos nos arts. 12 e 18.
Se houver indícios de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos apresentará ao
Ministério Público competente, para providências necessárias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Comparativo

ANTES DEPOIS
Art. 5º Ocorrendo lesão
ao patrimônio público por
ação ou omissão, dolosa Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10
ou culposa, do agente ou desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à perda ou à reversão dos
de terceiro, dar-se-á o bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em favor da pessoa
integral ressarcimento do jurídica prejudicada pelo ilícito. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
dano. (Revogado pela Lei n.
14.230, de 2021)
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial,
se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e
administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato
Art. 6º No caso de de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
enriquecimento ilícito, isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
perderá o agente público ou II – na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos
terceiro beneficiário os bens ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
ou valores acrescidos ao seu pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de
patrimônio. (Revogado pela multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder
Lei n. 14.230, de 2021) público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada pela Lei n.
14.230, de 2021)
ANTES DEPOIS
Art. 7º Quando o ato de
improbidade causar lesão
ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer
ilícito, caberá a autoridade dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as providências
administrativa responsável necessárias. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
pelo inquérito representar Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do
indiciado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

ANTES DEPOIS
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter
antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de
garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante
de enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo
poderá ser formulado independentemente da representação de que trata o art. 7º
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei
e dos tratados internacionais. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo
apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de
dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se
convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com
fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5
(cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu,
sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade
Parágrafo único. A da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar,
indisponibilidade a que não podendo a urgência ser presumida. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
se refere o caput deste § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados
artigo recairá sobre bens indisponíveis não poderá superar o montante indicado na petição inicial como
que assegurem o integral dano ao erário ou como enriquecimento ilícito. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
ressarcimento do dano, ou § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada
sobre o acréscimo patrimonial na petição inicial, permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança
resultante do enriquecimento bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem como a sua
ilícito. readequação durante a instrução do processo. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua
efetiva concorrência para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa
jurídica, da instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
a ser processado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o
regime da tutela provisória de urgência da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de
bens caberá agravo de instrumento, nos termos da Lei n. 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o
integral ressarcimento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem
eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial
decorrente de atividade lícita. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via
terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves,
ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais preciosos
e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a
garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao
longo do processo. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

ANTES DEPOIS
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se
refere o caput deste artigo, observará os efeitos práticos da decisão, vedada
a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços
públicos. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40
(quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em
outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. (Incluído pela Lei n.
14.230, de 2021)
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu,
salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida,
conforme descrito no art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)

1.6. Responsabilidade por Sucessão


O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente
também estão sujeitos à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio
transferido (art. 8º). A responsabilidade sucessória referida aplica-se também na hipótese de
alteração contratual, de transformação, incorporação, fusão ou de cisão societária (art. 8º-A).

Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à


obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não
lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas na LIA decorrentes de atos e fatos havidos
antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuit de
fraude, devidamente comprovados (§único do art.8-A).

1.7. Das Penas (Art.12)


Pelo artigo 37, § 4º, da Constituição, os atos de improbidade importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

DICA
Lembre do mnêmonico já indicado: P-A-R-I-S!
P-erda da função pública
A-ção penal
R-essarcimento ao erário
I – ndisponibilidade dos bens
S-uspensão dos direitos polítivos

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Note‑se que o dispositivo constitucional, ao indicar as medidas cabíveis, não se refere a elas
como sanções. E, na realidade, nem todas têm essa natureza. É o caso da indisponibilidade
dos bens, que tem nítido caráter preventivo, já que tem por objetivo acautelar os interesses
do erário durante a apuração dos fatos, evitando a dilapidação, a transferência ou ocultação
dos bens, que tornariam impossível o ressarcimento do dano.
Quanto ao ressarcimento do dano, constitui uma forma de recompor o patrimônio lesado.
Seria cabível, ainda que não previsto na Constituição, já que decorre do artigo 159 do Código
Civil de 1916, que consagrou, no direito positivo, o princípio geral de direito segundo o qual
quem quer que cause dano a outrem é obrigado a repará‑lo. A norma repete‑se no artigo 186
do novo Código Civil, com o acréscimo de menção expressa ao dano moral. Por isso mesmo,
só é cabível o ressarcimento se do ato de improbidade resultou prejuízo para o erário ou para
o patrimônio público (entendido em sentido amplo). Onde não existe prejuízo, não se pode
falar em ressarcimento, sob pena de enriquecimento ilícito por parte do Poder Público.
Também são sanções de natureza civil a suspensão dos direitos políticos e a perda da
função pública. E são penalidades de natureza civil e não criminal!
Na Lei n. 8.429/92, as sanções estão previstas especificamente no artigo 12, indo além
da norma constitucional, ao prever outras medidas, a saber:
• a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio (para a hipótese de
enriquecimento ilícito);
• a multa civil;e
• a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário.

Di Pietro esclarece que “Essa ampliação das medidas cabíveis não constitui infringência à norma
constitucional. Essa estabeleceu algumas medidas possíveis, mas não limitou a competência
do legislador para estabelecer outras.”

Assim, independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e


das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legis-
lação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações,
que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

1. em primeiro lugar: os atos que acarretam enriquecimento ilícito [+grave];


2. em segundo: os atos que causam prejuízo ao erário; e
3. em terceiro: os atos que atentam contra os princípios da Administração.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A gradação foi estabelecida em relação a algumas penas, da seguinte forma:


a) a suspensão dos direitos políticos, que pode chegar a até 14 anos, no primeiro caso; e
a 12 anos, no segundo; não cabe no caso do artigo 11;
b) o valor da multa civil, que pode corresponder ao valor do acréscimo patrimonial, em
caso de enriquecimento ilícito; e ao valor do dano, no caso de prejuízo ao erário;e pode ser
de até 24 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente, no caso de atentado aos
princípios da Administração;
c) a proibição de contratar com a Administração ou de receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios pode ser aplicada pelo prazo máximo de 14, 12 e 4 anos respectivamente.
Para facilitar a compreensão:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 12, atinge
apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com
o poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese
do inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos,
consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.

Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das san-
ções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação especí-
fica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela
Lei n. 14.230, de 2021)
I – na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
nio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento
de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14
(catorze) anos; (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
II – na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior
a 12 (doze) anos; (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)

A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação eco-
nômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz
para reprovação e prevenção do ato de improbidade.

Ademais, diga-se que o artigo 20 determina que “a perda da função pública e a suspensão
dos direitos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Nos termos do artigo 18‑A, se houver outras sanções aplicadas em outros processos, o
juiz, na fase de cumprimento da sentença, as unificará, “tendo em vista a eventual continui-
dade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes”, devendo observar o seguinte: I – no caso
de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 ou a
soma das penas, o que for mais benéfico ao réu; II – no caso de prática de novos atos ilícitos
pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções. Para essas situações, o parágrafo único do
artigo 18‑A determina que “as sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de
contratar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite
máximo de 20 anos.
Comparativo

Proibição de contratar
Suspensão dos direitos
ILÍCITO/PENA Multa civil ou receber incentivo
políticos
público
COMPARATIVO ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS
Equivalente
Até 3x
Enriquecimento ao valor do
8 a 10 anos Até 14 anos o valor 10 anos Até 14 anos
ilícito (art.9) acréscimo
acrescido
patrimonial
Lesão ao erário Até 2x o Equivalente
5 a 8 anos Até 12 anos 5 anos Até 12 anos
(art. 10) valor do dano ao dano
Até 24x o
Atenta contra Até 100x valor da
princípios (art. 3 a 5 anos NÃO HÁ o valor da remunera- 3 anos Até 4 anos
11) remuneração ção do
agente

1.8. Da Declaração de Bens (Art. 13)


A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de decla‑
ração de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente
A declaração de bens a será atualizada anualmente e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.

Obs.: O ônus pelo inadimplemento ou pela apresentação falsa de declaração é a pena de


demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

1.9. Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial (Arts.


14-18; 19, LIA)
Dentro do capítulo intitulado “Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial”,
a Lei n. 8.429/92 contém algumas normas sobre o direito que cabe a qualquer pessoa de
representar para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de im-
probidade (art. 14)1.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Requisitos: a representação será feita


• por escrito ou reduzida a termo e assinada
• deve conter a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria; e
• a indicação das provas de que tenha conhecimento.
− Se essas exigências não forem observadas: a autoridade administrativa rejeitará a
representação, em despacho fundamentado, o que não impede seja feita a represen-
tação ao Ministério Público (art. 14, § 2º).
− Atendidos os requisitos da representação: a autoridade determinará a imediata apura-
ção dos fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar
aplicável ao agente. Essa exigência da parte final tem em vista a competência concor-
rente de todos os entes federativos para a disciplina dos processos administrativos.
Art. 14 § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado,
se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos
fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente.

Em consonância com o artigo 19 da Lei n. 8.429, “constitui crime a representação por ato
de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia
o sabe inocente”. A pena é de 6 a 10 meses de detenção e multa. Além disso, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado (parágrafo único do art. 19).
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

1
Trata‑se de direito de natureza constitucional, que poderia ser exercido mesmo que não previsto nessa lei, já que assegurado
pelo artigo 5º, inciso XXXIV, a, da Constituição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Em sendo instaurado processo administrativo, exige o artigo 15 que a comissão per‑


manente dê conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. E o
parágrafo único permite que o Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas designe
representante para acompanhar o procedimento administrativo. Este último preceito não
significa que o Ministério Público possa interferir na realização do processo administrativo
a cargo da Administração Pública.
Ele pode adotar as providências de sua alçada, como instaurar inquérito civil ou criminal,
se verificar alguma omissão ou irregularidade, mas não pode ter qualquer participação na
realização do procedimento administrativo que se insere entre as atribuições da Administra-
ção Pública.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho
de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento,
designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Para a esfera administrativa, o artigo 13 estabelece que “a posse e o exercício de agente


público ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto de renda e proventos
de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria da Receita Federal do Brasil, a
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente”, devendo tal declaração ser atualizada
anualmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do
emprego ou função (§ 2º do art. 13). A não apresentação dessa declaração ou a declaração
falsa sujeita o agente público à pena de demissão, sem prejuízo da possibilidade de aplicação
de outras penas (§ 3º).

9.1 Ação Judicial de Improbidade

A ação judicial por ato de improbidade administrativa cabe apenas ao Ministério Público*
e segue o procedimento comum previsto no CPC, salvo quanto às normas que sejam derro‑
gadas pela Lei de Improbidade (art. 17).
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério
Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021) (Vide
ADI 7042) (Vide ADI 7043)

ADI 7042 e ADI 7043


Para o ministro Alexandre de Moraes a supressão da legitimidade introduzida por mudanças
na Lei de Improbidade Administrativa, caracteriza uma espécie de monopólio do combate à
corrupção ao Ministério Público não autorizado pela Constituição Federal. Se concedeu liminar
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

para definir que, além do Ministério Público, as pessoas jurídicas interessadas têm legitimidade
para propor ação por ato de improbidade administrativa. A decisão foi tomada nas Ações Diretas
de Inconstitucionalidade (ADIs) 7042 e 7043, ajuizadas, respectivamente, pela Associação Na-
cional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) e pela Associação Nacional
dos Advogados Públicos Federais (Anafe). A decisão será submetida a referendo do Plenário.
ADI 7042
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados na
ação direta para: (a) declarar a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do caput
e dos §§ 6º-A e 10-C do art. 17, assim como do caput e dos §§ 5º e 7º do art. 17-B, da Lei n.
8.429/1992, na redação dada pela Lei n. 14.230/2021, de modo a restabelecer a existência de
legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre o Ministério Público e as pessoas jurídicas inte-
ressadas para a propositura da ação por ato de improbidade administrativa e para a celebração
de acordos de não persecução civil; (b) declarar a inconstitucionalidade parcial, com redução
de texto, do § 20 do art. 17 da Lei n. 8.429/1992, incluído pela Lei n. 14.230/2021, no sentido
de que não existe “obrigatoriedade de defesa judicial”; havendo, porém, a possibilidade dos ór-
gãos da Advocacia Pública autorizarem a realização dessa representação judicial, por parte da
assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administrativos
praticados pelo administrador público, nos termos autorizados por lei específica; (c) declarar
a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei n. 14.230/2021; e, em consequência, declarou a cons-
titucionalidade: (a) do § 14 do art. 17 da Lei n. 8.429/1992, incluído pela Lei n. 14.230/2021;
e (b) do art. 4º, X, da Lei n. 14.230/2021. Tudo nos termos do voto ora reajustado do Relator,
vencidos, parcialmente, os Ministros Nunes Marques, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, nos termos
de seus votos. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 31.8.2022.
ADI 7043
Após o voto do Ministro Alexandre de Moraes (Relator), que julgava parcialmente procedentes os
pedidos formulados na ação direta para: (a) declarar a inconstitucionalidade parcial, sem redução
de texto, do caput e dos §§ 6º-A e 10-C do art. 17, assim como do caput e dos §§ 5º e 7º do art.
17-B da Lei n. 8.429/1992, na redação dada pela Lei n. 14.230/2021, de modo a restabelecer a
existência de legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre o Ministério Público e as pessoas
jurídicas interessadas para a propositura da ação por ato de improbidade administrativa e para
a celebração de acordos de não persecução civil; (b) declarar a inconstitucionalidade do § 20
do art. 17 da Lei n. 8.429/1992, incluído pela Lei n. 14.230/2021; e (c) declarar a inconstitucio-
nalidade do art. 3º da Lei n. 14.230/2021, e, em consequência, declarar a constitucionalidade:
(a) do § 14 do art. 17 da Lei n. 8.429/1992, incluído pela Lei n. 14.230/2021; e (b) do art. 4º,
X, da Lei n. 14.230/2021; e do voto do Ministro André Mendonça, que acompanhava o voto do
Relator, o julgamento foi suspenso. Falaram: pela requerente, o Dr. Gustavo Binenbojm; e, pela
Procuradoria-Geral da República, o Dr. Antônio Augusto Brandão de Aras, Procurador-Geral da
República. Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 24.8.2022.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Logo, conforme entendimento do STF, além do Ministério Público, as pessoas jurídicas


interessadas têm legitimidade para propor ação por ato de improbidade administrativa.
Competência: a ação deve ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da
pessoa jurídica prejudicada (art. 17, § 4º‑A) e prevenirá a competência do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto
(§ 5º do art. 17).
Requisitos da inicial e resposta: o artigo 17, § 6º estabelece os requisitos da petição ini-
cial. O prazo para contestação, (conforme § 7º do art. 17) é de 30 dias, iniciada a contagem
na forma do art. 231 do CPC. Vejamos o art.17:

Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério
Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021) (Vide
ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde
ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo
para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
objeto. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
I – deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que de-
monstrem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impos-
sibilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
II – será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade
dos fatos e do dolo imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação
de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições constantes
dos arts. 77 e 80 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído
pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos
termos dos arts. 294 a 310 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil
(Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da Lei n. 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil), bem como quando não preenchidos os requisitos a que se refe-
rem os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamente inexistente o ato de
improbidade imputado. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos
requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma
do art. 231 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada
pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação
caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 10. A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a in-
terrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha
§ 10. B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, o juiz: (Incluído pela Lei n. 14.230,
de 2021)
I – procederá ao julgamento conforme o estado do processo, observada a eventual inexistência
manifesta do ato de improbidade; (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
II – poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a instrução processual. (Incluído
pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 10. C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão
a tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
(Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§ 10. D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas
um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 10. E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as partes serão intimadas a especificar
as provas que pretendem produzir. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 10. F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade administrativa que:
(Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
I – condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na petição inicial; (Incluído pela Lei n.
14.230, de 2021)
II – condenar o requerido sem a produção das provas por ele tempestivamente especificadas.
(Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz
julgará a demanda improcedente. (Redação dada pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interessada será intimada para, caso
queira, intervir no processo. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa jurídica, serão observadas as regras
previstas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de irregu‑
laridades administrativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da demanda, poderá, em decisão
motivada, converter a ação de improbidade administrativa em ação civil pública, regulada pela
Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública caberá agravo de
instrumento. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e a
sua recusa ou o seu silêncio não implicarão confissão. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
I – a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia; (Incluído pela Lei
n. 14.230, de 2021)
II – a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei n. 13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
III – o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, compe-
tindo ao Conselho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha
IV – o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito.
(Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administra-
tivos praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em julgado.
(Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar
questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021)

Improbidade x ACP: a Lei n. 8.429 separou nitidamente a ação de improbidade adminis-


trativa da ação civil pública. No artigo 17‑D, determina que “a ação por improbidade adminis-
trativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de caráter
pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu ajuizamento para o controle
de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos”. Nessas situa-
ções, cabe a ação civil pública, conforme determina o parágrafo único do artigo 17‑D. Vale
dizer, que a ação de improbidade administrativa não se confunde com a ação civil pública
prevista no artigo 129, III, da Constituição e disciplinada pela Lei n. 7.347, de 24‑7‑85, nem
segue o procedimento dessa lei.
No entanto, a ação de improbidade administrativa pode, a qualquer momento, median‑
te adequada motivação, ser convertida em ação civil pública, se o magistrado identificar a
existência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a serem sanadas sem que
estejam presentes todos os requisitos para a imposição das sanções aos agentes incluídos no
polo passivo da demanda (§ 16 do art. 17). Contra essa decisão cabe agravo de instrumento
(§ 17 do art. 17).
Instauração de inquérito civil ou procedimento investigative: o artigo 22 da Lei n. 8.429
autoriza que, para apuração de qualquer ilícito previsto nessa lei, o Ministério Público instaure
inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisite a instauração de inquérito
policial. O inquérito civil será concluído no prazo de 365 dias corridos, prorrogável em uma
única vez por igual período, mediante ato fundamentado submetido à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica (§ 2º do art.
23). Encerrado o prazo previsto no § 2º do artigo 23, a ação deverá ser proposta no prazo de
30 dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil (§ 3º do art. 23).
Solução consensual: é permitida a solução consensual, hipótese em que as partes poderão
requerer ao juiz a interrupção do prazo para contestação, por período não superior a 90 dias
(art. 17, § 10‑A).O artigo 17‑B autoriza o Ministério Público, conforme as circunstâncias de
cada caso concreto, a celebrar acordo de não persecução civil, desde que dele advenham,
ao menos, os seguintes resultados:
• I – o integral ressarcimento do dano;
• II – a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda
de agentes privados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A celebração desse acordo depende de:


• I – oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da
ação;
• II – aprovação, no prazo de até 60 dias, pelo órgão do Ministério Público competente para
apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento
da ação;
• III – homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do
ajuizamento da ação de improbidade administrativa (§ 1º do art. 17‑B).

Esse acordo pode ser celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no cur-
so da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença condenatória (§ 4º do
art. 17‑B). O acordo pode contemplar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de
integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de
códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras
medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas (§ 6º do art. 17‑B).
Seguindo a linha do artigo 22, § 2º, da LINDB, acrescentado pela Lei n. 13.655/18, o § 2º
do artigo 17‑B da Lei n. 8.429 determina que, em qualquer caso, a celebração do acordo a
que se refere o caput considerará a personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias,
a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem como as vantagens, para o
interesse público, da rápida solução do caso. Em consonância com o § 3º do artigo 17‑B, o
Tribunal de Contas competente deverá manifestar‑se sobre a apuração do valor do dano a ser
ressarcido, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 dias.
Se descumprido o acordo de não persecução civil, o investigado ficará impedido de ce‑
lebrar novo acordo pelo prazo de 5 anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público
do efetivo descumprimento (§ 7º do art. 17‑B).
Medidas de natureza cautelar: conforme artigo 17, § 6º‑A, algumas medidas de natureza
cautelar podem ser requeridas pelo Ministério Público, nos termos dos artigos arts. 294-302;
305 a 310 do CPC, inseridos no Livro V, que trata da tutela provisória.
No artigo 301, o CPC dá o elenco das medidas englobadas sob o título de “tutela de
urgência”, abrangendo “arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito”. Essa parte
final do dispositivo abre para o juiz a possibilidade de determinar outras medidas que entender
necessárias e adequadas para garantir o direito.
A indisponibilidade de bens pode ser requerida pela autoridade administrativa, em caráter
antecedente ou incidente, independentemente da representação feita ao Ministério Público,
de que trata o artigo 7º, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
patrimonial resultante de enquadramento ilícito (art. 16), podendo a solicitação abranger,
quando for o caso, pedido de investigação, exame e bloqueio de bens, contas bancárias e
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior (§ 2º).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A indisponibilidade de bens, como diz o próprio vocábulo, impede a livre disposição dos
bens pelo indiciado, vedando qualquer tipo de ato jurídico que implique a transferência de seus
bens a terceiros. Embora o artigo 7º imponha à autoridade administrativa responsável pelo
inquérito administrativo o dever de representar ao Ministério Público para a indisponibilidade
dos bens do indiciado, é evidente que a medida pode ser requerida pelo Ministério Público
independentemente de representação da autoridade administrativa.
Os parágrafos do artigo 16 impõem uma série de restrições ao pedido e à outorga da
indisponibilidade de bens:
(1) o pedido só pode ser deferido se acompanhado da demonstração de perigo de dano
irreparável ou de risco ao resultado útil do processo (§ 3º);
(2) a medida pode ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circuns-
tâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida (§ 4º);
(3) se houver mais de um réu, a somatória dos valores declarados indisponíveis não po-
derá superar o montante indicado na petição como dano ao erário ou como enriquecimento
ilícito (§ 5º);
(4) o valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição, sendo
permitida a sua substituição por caução direta, fiança bancária ou seguro‑garantia judicial, a
requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo (§ 6º);
(5) quando se tratar da indisponibilidade de bens de terceiros, deverá ser comprovada
a sua concorrência para o ato ilícito; se for bem pertencente à pessoa jurídica, depende da
instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica (§ 7º);
(6) a indisponibilidade de bens regula‑se pelo regime de tutela provisória de urgência do
CPC (§ 8º);
(7) o recurso cabível contra o deferimento ou indeferimento da medida é o agravo de
instrumento (§ 9º);
(8) a indisponibilidade de bens recai sobre aqueles que assegurem exclusivamente o inte-
gral ressarcimento do dano ao erário, não podendo incidir sobre os valores a serem aplicados
a título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita (§ 10);
(9) a medida deve priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral,
semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pe-
dras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias,
de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao
longo do processo (§ 11);
(10) na decretação da medida, o juiz deve observar os efeitos práticos da decisão, veda-
da a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos (§ 12);
essa norma dá aplicação ao princípio do consequencialismo, previsto no artigo 20 da LINDB,
incluído pela Lei n. 13.655, de 25‑4‑18, analisada no capítulo 3, item 3.3, deste livro;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

(11) é vedada a decretação da medida na quantia de até 40 salários‑mínimos depositados


em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente (§ 13) e
de bem de família do réu (§ 14), salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem
patrimonial indevida, conforme descrito no artigo 9º (ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito).
Outra medida de caráter preventivo é o afastamento, pelo juiz, do agente público do exer-
cício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
for necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos (§ 1º
do art. 20), podendo o afastamento ser de até 90 dias, prorrogáveis uma única vez por igual
prazo, mediante decisão motivada (§ 2º do art. 20).
Sentença: pelo artigo 18 da Lei n. 8.429, a sentença que julgar procedente a ação fundada
nos artigos 9º e 10 condenará ao ressarcimento dos danos ou à reversão dos bens e valores
ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada. Conforme
o § 1º do mesmo dispositivo, “se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica
procederá a essa determinação e ao ulterior procedimento para cumprimento da sentença
referente ao ressarcimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens”. Como
se vê, a ação de improbidade tem por objetivo apenas a imposição das sanções cabíveis (com
o que se reafirma o caráter repressivo da ação), podendo também acarretar a condenação dos
réus ao ressarcimento dos prejuízos. Mas a liquidação do dano, no caso, incumbe à pessoa
jurídica lesada pelo ato de improbidade. Somente se essa providência não for adotada no
prazo de seis meses é que caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação (§
2º do art. 18). Pelo § 3º, “para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ser des-
contados os serviços efetivamente prestados”. E, pelo § 4º, o valor da condenação poderá ser
pago em até 48 parcelas mensais corrigidas monetariamente, mediante autorização do juiz.
Importantes princípios e valores se contêm no artigo 17‑C, no que diz respeito à sentença
a ser proferida na ação judicial de improbidade administrativa.
O artigo 17‑C determina a observância das normas do CPC, na elaboração da sentença,
e mais a uma série de preceitos que, na realidade, já decorrem da LINDB, mas que ficam
reforçados nesse dispositivo, ao determinar que a sentença deve:
I – indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram os elementos a que se
referem os artigos 9º, 10 e 11, que não podem ser presumidos;
II – considerar as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em
valores jurídicos abstratos;
III – considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das polí‑
ticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados e das circunstâncias
práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

IV – considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa: a) os


princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; b) a natureza, a gravidade e o impacto
da infração cometida; c) a extensão do dano causado; d) o proveito patrimonial obtido pelo
agente; e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; f) a atuação do agente em minorar
os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; g) os
antecedentes do agente;
V – considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo
fato já aplicadas ao agente;
VI – considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua
atuação específica, não admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as
quais não tiver concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais indevidas;
VII – indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objetivos que justifique a im‑
posição da sanção.
Prescrição: ocorre em 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência (art. 23).
A suspensão da prescrição ocorre pela instauração de inquérito civil ou de processo
administrativo para apuração dos ilícitos referidos na lei, por, no máximo, 180 dias corridos,
recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o
prazo de suspensão (art. 23, § 1º).
A interrupção da prescrição, conforme norma contida no artigo 23, § 4º, ocorre: I – pelo
ajuizamento da ação de improbidade administrativa; II – pela publicação da sentença conde-
natória; III – pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional
Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência; IV –
pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência; V – pela publicação de decisão ou
acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma
acórdão de improcedência.
Nos termos do § 5º do artigo 23, “interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste artigo”. Em se tratando de
atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a inter-
rupção relativas a qualquer deles estendem‑se aos demais (§ 7º do art. 23). O § 8º do mesmo
dispositivo prevê a obrigatoriedade de o juiz ou tribunal, decretar a prescrição intercorrente,
de ofício ou a pedido de qualquer interessado, “caso, entre os marcos interruptivos referidos
no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo”.
A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os
que concorreram para a prática do ato de improbidade, conforme determina o § 6º do mesmo
dispositivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

São imprescritíveis, as ações de ressarcimento por danos causados por agente público,
seja ele servidor público ou não, conforme o estabelece o artigo 37, § 5º, da Constituição.
Assim, ainda que para outros fins a ação de improbidade esteja prescrita, o mesmo não ocor-
rerá quanto ao ressarcimento dos danos.

JURISPRUDÊNCIA
STJ, no Tema n. 1089, fixou a tese de que é possível o prosseguimento da ação civil
pública por ato de improbidade administrativa para pleitear o ressarcimento do dano ao
erário, ainda que sejam declaradas prescritas as demais sanções previstas no artigo 12
da Lei n. 8.429/92.

O artigo 37, § 5º, da Constituição determina que “a lei estabelecerá os prazos de prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”. Assim, ainda que para outros fins a ação
de improbidade esteja prescrita, o mesmo não ocorrerá quanto ao ressarcimento dos danos.

2. Inovações da Lei n. 14.230, de 25/10/21 em Tópicos


Conforme assevera DI PIETRO, a Lei n. 8.429/92 foi profundamente alterada pela Lei n.
14.230, de 25‑10‑21, a tal ponto que talvez tivesse sido mais adequada a elaboração de outra lei.2
As principais inovações podem ser assim resumidas:
• exigência de dolo para configuração do ato de improbidade administrativa, com exclusão
da conduta ou omissão culposa, antes prevista nos artigos 5º e 10;
• exclusão da modalidade de ato improbidade administrativa incluída no artigo 10-A da Lei
n. 8.429 pela Lei Complementar n. 157/16: concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário;
• elenco taxativo das hipóteses de ato de improbidade administrativa que atentam contra
os princípios da Administração Pública (art. 11);
• preocupação com a preservação da vida da empresa, evitando que a punição impeça a
continuação das atividades (art. 12, §§ 3º e 4º);
• aplicação do princípio do non bis in idem para evitar a aplicação cumulativa de sanções
pelo mesmo fato (art. 12, §§ 6º e 7º);
• legitimidade apenas do Ministério Público para propositura da ação judicial de improbi-
dade (art. 17);
• submissão da ação judicial de improbidade administrativa às normas do CPC (art. 17);
• definição da ação judicial de improbidade como repressiva, de caráter sancionatório (art.
17‑D);

2
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, 1943-Direito administrativo / Maria Sylvia Zanella Di Pietro. – 35. ed. – [2. Reimp.] – Rio de
Janeiro: Forense, 2022.p.1.026.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

• possibilidade de conversão da ação de improbidade em ação civil pública, quando não


estiverem presentes os requisitos para aplicação das sanções por improbidade (art. 17,
§ 17);
• possibilidade de instauração de inquérito civil ou procedimento investigatório semelhante
(art. 22);
• permissão expressa de solução consensual (art. 17, § 10‑A) e de acordo de não persecu-
ção civil (art. 17‑B), com proibição ao investigado que descumprir esse acordo de celebrar
novo acordo pelo prazo de cinco anos (§ 7º do art. 17‑B);
• previsão de restrições aos pedidos e à outorga da indisponibilidade de bens (parágrafos
do art. 16);
• previsão de condenação do réu ao ressarcimento dos danos ou à reversão dos bens e
valores ilicitamente adquiridos (art. 18), hipótese em que a liquidação do dano incumbe
à pessoa jurídica lesada pelo ato de improbidade administrativa, o que deve ser provi-
denciado no prazo de seis meses; não cumprida essa providência, a competência para a
medida se transfere ao Ministério Público (§ 2º do art. 3º);
• observância de normas e princípios já previstos na LINDB (art. 17‑C);
• prescrição no prazo de 8 anos, com indicação expressa dos casos de suspensão e inter-
rupção (art. 23, §§ 1º e 4º).

3. Apontamentos Jurisprudenciais Finais


• Juiz x Cassação de aposentadoria como sanção por ato de improbidade:
− STJ: NÃO - O magistrado não tem competência para aplicar a sanção de cassação de
aposentadoria a servidor condenado judicialmente por improbidade administrativa.
Apenas a autoridade administrativa possui poderes para decidir sobre a cassação. STJ.
1ª Seção. EREsp 1496347/ES, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 24/02/2021.
◦ Teses 138-STJ: 5) Incabível aplicar a pena de cassação de aposentadoria - não pre-
vista no rol taxativo do art. 12 da Lei n. 8.429/1992 - em processo judicial em que
se apura a prática de atos de improbidade administrativa, em virtude do princípio
da legalidade estrita, que impede o uso de interpretação extensiva no âmbito do
direito sancionador.
− STF: SIM- É constitucional e plenamente possível a pena de cassação da aposentadoria
nos casos de configuração de ato de improbidade administrativa. STF. 2ª Turma. ARE
1257379 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/11/2020
◦ Julgando ação rescisória, o Tribunal de origem manteve o acórdão rescindendo,
que determinou a conversão da pena de perda do cargo público em cassação de
aposentadoria, no âmbito da ação de improbidade administrativa. Este entendimento
mostra-se em harmonia com a jurisprudência do STF, que reputa constitucional a
pena de cassação da aposentadoria. STF. 1ª Turma. ARE 1321655 AgR, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 23/08/2021.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

RESUMO

Na presente aula estudamos a lei da improbidade administrativa (Lei n. 8.429/92), com


enfoque nas modificações promovidas pela Lei n. 14.230/21.
De maneira resumida, vamos indicar os tópicos essenciais:
• Competência para legislar: é da União. Razão: a improbidade administrativa constitui
infração de natureza civil e política, ainda que possa ter efeitos na esfera administrativa.
• Competência de cada ente federativo: norma sobre declaração de bens (art. 13); normas
sobre processo administrativo (art. 14, § 13) e sobre afastamento do agente público
quando necessário à instrução do processo (art. 20, § 1º).
• Disciplina legal: Lei n. 8.429, de 2-6-92, alterada pela Lei n. 14.230, de 25‑10‑21, que é lei de
âmbito nacional, obrigatória para todas as esferas de governo, quando define os sujeitos
ativos (arts. 2º e 3º), os atos de improbidade (arts. 9º, 10 e 11), as penas cabíveis (art.
12), quando estabelece norma sobre o direito de representação (art. 14), quando prevê
ilícito penal (art. 19) e quando estabelece normas sobre prescrição (art. 23).
• Elementos constitutivos do ato de improbidade administrativa: sujeito passivo, sujeito
ativo, ato danoso e elemento subjetivo.

a) Sujeito passivo: entidades que podem ser atingidas por atos de improbidade: (i) admi-
nistração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, de todas as esferas de governo,
entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou creditício de entes
públicos, bem como entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra no seu patrimônio ou receita anual (art. 1º, §§ 5º 6º e 7º);
b) Sujeito ativo: (i) agente público (tal como definido no art. 2º, que abrange todas as cate-
gorias, qualquer que seja o tipo de investidura, permanente ou transitória, inclusive membros
da Magistratura, do Ministério Público e do Tribunal de Contas; e (ii) terceiro que, mesmo não
sendo agente pública, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade, ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º).
• Quanto aos agentes políticos:
• (i) parlamentares de todos os níveis gozam de imunidade parlamentar por suas opiniões,
palavras e votos; não podem responder em qualquer esfera, inclusive por improbidade,
quando se tratar desse tipo de infração (arts. 53, 27, § 1º, e 29, VIII, da CF);
• (ii) senadores, deputados federais e estaduais gozam de imunidade parlamentar, que só
se refere à responsabilidade criminal, não impedindo a aplicação da Lei de Improbida-
de (arts. 53, §§ 2º e 3º, e 27, § 1º, da CF); no entanto, não pode ser aplicada a pena de
perda da função pública, porque a perda do mandato é de competência do Câmara dos
Deputados ou do Senado (art. 55 da CF); pode ser aplicada a pena de suspensão dos
direitos políticos, por improbidade administrativa (art. 15, V, da CF), cabendo à Mesa da
Casa respectiva, nesse caso, declarar a perda do mandato (art. 55, § 3º, da CF). Mesma
conclusão aplica‑se aos Deputados estaduais (art. 27, § 1º, da CF);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

• (iii) autoridades referidas no art. 52, I e II, da CF: competência privativa do Senado para
processá‑los e julgá‑los por crime de responsabilidade; trata‑se de julgamento político
(impeachment), que pode levar à perda do mandato; possibilidade de aplicação da Lei
de Improbidade, mas não de aplicação da pena de perda do mandato, cuja aplicação é
privativa do Senado (minha opinião);
• (iv) agentes políticos referidos no art. 102, I, c, da CF: decisão do STF na Recl. 2138/DF,
rel. Min. Nelson Jobim, no sentido da inaplicabilidade da Lei de Improbidade, por estarem
os mesmos sujeitos à Lei n. 1079/50, sobre crimes de responsabilidade.

c) Ocorrência de ato danoso: três modalidades, previstas nos arts. 9º (importam enrique-
cimento ilícito), 10 (causam prejuízo ao erário), 10‑A (decorrem de concessão ou aplicação
indevida de benefício financeiro ou tributário) e 11 (atentam contra os princípios da Adminis-
tração Pública). Características:
• (i) pode corresponder a um ato, uma omissão, uma conduta;
• (ii) é sempre praticado no exercício de função pública ou tem reflexo sobre ela;
• iii) a relação de atos de improbidade contida nos arts. 9º e 10 não é taxativa; a do art. 11
é taxativa;
• (iv) a aplicação das sanções independe: I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público (entendida a expressão como patrimônio financeiro; tem que haver algum tipo de
dano, ainda que seja ao patrimônio artístico, estético, moral, histórico ou turístico), salvo
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no artigo 10; II – da aprovação
ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas (art. 21
da Lei n. 8.429);
• (v) possibilidade de o mesmo ato enquadrar‑se em mais de uma das modalidades de ato
de improbidade.

d) Elemento subjetivo: dolo (art. 1º, § 1º).


• Concomitância de instâncias penal, civil e administrativa: possível quando o mesmo fato
corresponder à infração prevista no Estatuto dos Servidores, também a crime definido
na legislação penal e a ato de improbidade administrativa previsto na Lei n. 8.429 (art.
21, §§ 3º, 4º e 5º).
• Sanções:
− a) art. 37, § 4º, da CF, indica as medidas cabíveis; nem todas têm a natureza de sanções,
como é o caso da indisponibilidade de bens (de caráter preventivo) e o ressarcimento
ao erário. São sanções: a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública;
− b) art. 12 da Lei n. 8.429/92, alterado pela Lei n. 14.230/21: rol das sanções cabíveis,
em uma gradação decrescente de gravidade: em primeiro lugar, os atos que acarretam
enriquecimento ilícito; em segundo, os atos que causam prejuízo ao erário; em terceiro,
os atos que atentam contra os princípios;
− c) possibilidade de enquadramento da mesma conduta em mais de uma modalidade
de ato de improbidade: possibilidade de aplicação cumulativa de sanções (art. 12).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

• Penas:

Podemos assim sintetizar:

Proibição de
Suspensão dos
Multa Civil contratar ou receber
direitos políticos
incentivo público
Enriquecimento ilícito Equivalente ao valor do
Até 14 anos Até 14 anos
(art.9º) acréscimo patrimonial
Lesão ao erário (art. 10) Até 12 anos Equivalente ao dano Até 12 anos
Atenta contra princípios Até 24x o valor da
NÃO HÁ! Até 4 anos
da Adm. (art. 11) remuneração do agente

• Procedimento administrativo: possibilidade de qualquer pessoa representar para que seja


instaurada investigação (art. 14), mediante representação feita por escrito ou reduzida a
termo (§ 1º do art. 14), sob pena de rejeição fundamentada (§ 2º do art. 14); atendidos
os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos,
o que será feito com observância da lei que regula o processo administrativo disciplinar
aplicável ao agente (§ 3º do art. 14, alterado pela Lei n. 14.230/21).
− A competência para legislar sobre o processo administrativo é de todos os entes
federativos.

Como a nossa matéria é o Direito Processual Civil, foco especial no ponto acerca do proce-
dimento da ação judicial de improbidade administrativa!

AÇÃO JUDICIAL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:


proposta com observância do procedimento comum previsto no CPC, com ressalva
para as normas derrogadas pela lei de improbidade administrativa (art. 17).
foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada
(art. 17, § 4º‑A), prevenindo a competência do juízo para todas as ações
Competência
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto (§ 5º do art. 17).
Prazo para contestação 30 dias, nos termos do art. 231 do CPC (art. 17, § 7º);
Ação de caráter repressivo, destinada apenas à aplicação das sanções por
Caráter da ação
improbidade administrativa (art. 17‑D).
ACP é regida pela Lei n. 7.347/85.
Possibilidade de conversão em Se faltarem os requisitos para aplicação das sanções por improbidade e
ação civil pública estiverem presentes os requisitos para propositura da ação civil pública (art.
17, § 16), pode conversão.
Possibilidade de realização a ser concluído no prazo de 365 dias corridos, prorrogável uma única vez
de inquérito civil ou por igual período (arts. 22 e 23, § 2º); encerrado esse prazo, a ação deve
procedimento investigatório ser proposta no prazo de 30 dias, se não for o caso de arquivamento do
assemelhado inquérito civil (art. 23, §§ 2º e 3º).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

AÇÃO JUDICIAL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:


proposta com observância do procedimento comum previsto no CPC, com ressalva
para as normas derrogadas pela lei de improbidade administrativa (art. 17).
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do
direito, elencadas no art. 301 (art. 17, § 6º-A); indisponibilidade de bens
a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
Cabimento de medidas de
patrimonial resultante de enquadramento ilícito (art. 16), podendo
natureza cautelar:
abranger, quando for o caso, pedido de investigação, exame e bloqueio de
tutela provisória de urgência,
bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
nos termos dos arts. 294-302;
no exterior (§ 2º); exigência de observância das restrições previstas nos
305 a 310 do CPC
parágrafos do art. 16; afastamento do agente público do exercício do
cargo, do emprego ou da função, determinado pelo juiz, sem prejuízo da
remuneração, pelo prazo de até 90 dias, prorrogáveis uma única vez por
igual período (art. 20, §§ 1º e 2º);
é do Ministério Público (art. 17) – PREVISÃO DA LEI SECA!
Cuidado: STF – ADI 7042 E ADI 7043
Legitimidade ativa
Além do Ministério Público, as pessoas jurídicas interessadas têm
legitimidade para propor ação por ato de improbidade administrativa.
Possibilidade de solução
consensual (art. 17, § 6º) e de desde que observados os requisitos estabelecidos no art. 17‑B, § 1º.
acordo de não persecução civil
aplicação das sanções, com possibilidade de condenação ao ressarcimento
Sentença dos danos ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos,
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada (art. 18).
Competência da pessoa
prazo de seis meses; em caso de omissão, a providência cabe ao Ministério
jurídica lesada para proceder à
Público (art. 18, §§ 1º e 2º).
liquidação dos danos
Exigência de observância, na
repete exigências constantes da LINDB, introduzidas pela Lei n.
sentença, das normas do art.
13.655/18.
17‑C
Destino do valor da indenização vai para a pessoa jurídica lesada pelo ato ilícito (art. 18).
no prazo de oito anos, a contar da ocorrência do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência (art. 23);
hipóteses de suspensão e interrupção da prescrição previstas no art. 23, §
Prescrição
1º e 4º)
Imprescritibilidade das ações de ressarcimento: entendimento do STF com
repercussão geral.
vedado pelo art. 23‑B o adiantamento de custas, preparo, emolumentos,
honorários periciais e de quaisquer outras despesas; pagamentos das
Adiantamento de despesas
custas e demais despesas processuais ao final (art. 23‑B, § 1º); condenação
judiciais
em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de
improbidade se comprovada má‑fé (art. 23‑B, § 2º).
Atos que ensejem
enriquecimento ilícito,
perda patrimonial, desvio,
serão responsabilizados nos termos da lei n. 9.096, de 19‑9‑95 (que
apropriação, malbaratamento
dispõe sobre partidos políticos).
ou dilapidação de recursos
públicos dos partidos políticos,
ou de suas fundações

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 96
MAPA MENTAL

www.grancursosonline.com.br 37 de 96
www.grancursosonline.com.br 38 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

QUESTÕES DE CONCURSO

001. (2022/QUADRIX/CREMERN/QUADRIX/2022/CREMERN/CONTROLE INTERNO) Con-


siderando o teor da Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
A violação aos princípios da Administração Pública, ainda que culposamente, poderá caracterizar
ato de improbidade administrativa.

002. (2022/CESPE/CEBRASPE/MPC-SC/CESPE/CEBRASPE/2022/MPC-SC/ ANALISTA


DE CONTAS PÚBLICAS – DIREITO) Julgue o item a seguir, considerando as disposições da
Lei n. 8.429/1992, com as modificações empreendidas pela Lei n. 14.230/2021.
Receber vantagem econômica direta para facilitar a locação de bem público por preço superior
ao valor de mercado constitui ato de improbidade administrativa que importa em enriqueci-
mento ilícito.

003. (2022/IBFC/CÂMARA DE FRANCA – SP/IBFC/2022/CÂMARA DE FRANCA - SP - ANA-


LISTA LEGISLATIVO) Acerca das disposições da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.
8.429/1992) analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

 (  ) A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualifica-
ção do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das pro-
vas de que tenha conhecimento.
(  ) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
(  ) A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Con-
selho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de
ato de improbidade.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


Alternativas
a) V - V - V
b) V - F - V
c) F - F - V
d) V - V – F

004. (2022/IBFC/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL) Constitui ato de improbidade


administrativa que atenta contra os princípios da administração pública:
Alternativas
a) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem
ou serviço

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

b) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente


c) frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de par-
cerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda
patrimonial efetiva
d) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado
e) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea

005. (QUADRIX/2022/CFFA/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) À luz das


disposições da Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Nas ações por atos de improbidade administrativa, as sanções de suspensão de direitos políti-
cos e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público
observarão o limite máximo de trinta anos.

006. (2022/QUADRIX/CFFA/QUADRIX/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) À


luz das disposições da Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
A ação para a aplicação das sanções por atos de improbidade administrativa prescreve em
cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência.

007. (CESPE/CEBRASPE/2022/PGE-PA/PROCURADOR DO ESTADO) Com referência ao


regime jurídico da improbidade administrativa disposto na Lei n. 8.429/1992, com alterações
introduzidas pela Lei n. 14.230/2021, assinale a opção correta.
a) O elemento subjetivo do tipo da improbidade é o dolo, assim considerada a vontade livre e
consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nas condutas ímprobas elencadas na lei,
bastando a voluntariedade do agente.
b) A lei passou a admitir expressamente a configuração de improbidade administrativa em
hipótese de conduta isolada e exclusiva de um sujeito privado, ainda que sem a participação
de algum agente público.
c) A conduta de deixar de prestar contas com o intuito de ocultar irregularidades não cons-
titui improbidade administrativa se não restarem efetivamente comprovadas irregularidades
nas contas.
d) O prazo prescricional da ação para aplicação de sanções por improbidade administrativa é
de cinco anos, contado da ocorrência do fato ou, em se tratando de infrações permanentes, do
dia em que tiver cessado a permanência.
e) Os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração
pública não mais importam em perda da função pública e suspensão dos direitos políticos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

008. (FCC/2022/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ESPECIALIDADE: ARQUI-


TETURA) Conforme estabelece a Lei n. 8.429/1992, a pena de perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
cos até catorze anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a catorze anos pode ser aplicada no ato que
a) permite ou facilita a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado.
b) ordena ou permite a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
c) deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades.
d) descumpre as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas.
e) percebe vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou loca-
ção de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado.

009. (FUNDATEC/2022/AGERGS/TÉCNICO SUPERIOR ADVOGADO) A Lei n. 8.429/1992


dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade adminis-
trativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal. À luz de referida legislação,
analise as seguintes assertivas:
I – Um servidor público vinculado ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas
atribuições, por negligência, permitiu a aquisição de bem, pelo Estado, por preço superior ao
de mercado.
II – Um empregado do alto escalão de concessionária de serviços públicos, por descuido, revelou
ato de que tinha ciência em razão das atribuições, propiciando o beneficiamento por informação
privilegiada de terceiros.
III – Um empregado de empresa pública recebeu vantagem econômica direta para facilitar o
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado, por ato de
vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito.
Quais configuram ato de improbidade administrativa?
Alternativas
a) Apenas II.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

010. (2022/FAURGS/SES-RS/SES-RS - ENGENHEIRO CIVIL - EDITAL N. 15) Considere as


afirmações abaixo, segundo a Lei Federal n. 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre
as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa.
I – Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II – Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
III – A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trân-
sito em julgado da sentença condenatória.
IV – A autoridade administrativa determinará o imediato afastamento do agente público do
exercício do cargo, com suspensão da remuneração, em qualquer caso, a partir do ajuizamento
da representação.
Quais estão corretas?
Alternativas
a) Apenas II e IV.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas I, III e IV.

011. (QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Relativamente à Lei n.


8.429/1992, julgue o item.
A posse e o exercício de agente público estão condicionados à apresentação de declaração de
imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

012. (QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Relativamente à Lei n.


8.429/1992, julgue o item.
Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á,
retroativamente, o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

013. (2022/QUADRIX/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Relativamente à Lei n.


8.429/1992, julgue o item.
Independentemente da situação econômica do réu, é vedado ao juiz aumentar a pena de multa,
uma vez que ela tem valor fixo e não se vincula ao valor do acréscimo patrimonial.

014. (2022/QUADRIX/QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Rela-


tivamente à Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
No caso de cometimento de ato de improbidade administrativa que importe em enriquecimento
ilícito, o ímprobo estará sujeito apenas à penalidade de suspensão dos direitos políticos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

015. (2022/QUADRIX/QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Rela-


tivamente à Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
O ressarcimento integral do dano patrimonial, em quaisquer hipóteses, afasta a imposição das
sanções penais comuns daqueles que incorrerem em ato de improbidade administrativa.

016. (2022/QUADRIX/QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Rela-


tivamente à Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e
sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.

017. (2022/FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA E PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTI-


TUTO) Ao deferir a inicial da Ação de Improbidade, segundo a Lei n. 14.230/2021, os sujeitos
passivos da relação processual poderão apresentar contestação em
a) 60 dias.
b) 10 dias.
c) 15 dias.
d) 20 dias.
e) 30 dias.

018. (2022/FCC/MPE-PE/FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA E PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBS-


TITUTO) De acordo com o previsto na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429, de 2
de junho de 1992, alterada pela Lei n. 14.230, de 25 de outubro de 2021), considere as asser-
tivas abaixo.
I – É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, ainda que comprovado
que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
II – O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial,
permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia
judicial, a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
III – A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis,
bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades sim-
ples e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de
contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade
empresária ao longo do processo.
IV – Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis
poderá superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enrique-
cimento ilícito.
V – A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarci-
mento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título
de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, IV e V.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) I, II e V.
e) II, III e IV.

019. (2022/FGV/TJ-DFT/ANALSTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO) Antônia, estudiosa da


improbidade administrativa, recebeu a incumbência, em um grupo de estudos, de realizar a
análise da estrutura tipológica adotada pela Lei n. 8.429/1992 e do elemento subjetivo exigido
para o enquadramento de uma conduta em seus termos.
Ao final, Antônia concluiu, corretamente, que a referida estrutura é:
a) aberta, sendo as condutas ilícitas mencionadas de maneira exemplificativa, enquanto o ele-
mento subjetivo está lastreado apenas no dolo;
b) fechada, sendo as condutas ilícitas mencionadas de maneira taxativa, isto apesar do em-
prego de conceitos jurídicos indeterminados, enquanto o elemento subjetivo está lastreado
apenas no dolo;
c) aberta, sendo as condutas ilícitas mencionadas de maneira exemplificativa, enquanto o ele-
mento subjetivo está lastreado no dolo ou na culpa, sendo esta última aplicável exclusivamente
aos atos que causam prejuízo ao erário;
d) aberta, em relação aos atos que gerem enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário, mas
taxativa quanto aos atos que atentem contra os princípios administrativos, sendo o elemento
subjetivo o dolo, exigindo-se ainda um especial fim de agir;
e) aberta, quanto aos atos que atentem contra os princípios administrativos, mas taxativa em
relação aos atos que gerem enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário, sendo o elemento sub-
jetivo o dolo, exigindo-se ainda um especial fim de agir.

020. (2022/QUADRIX/COREN-AP/QUADRIX - 2022 - COREN-AP - ANALISTA ADMINISTRA-


TIVO/ADVOGADO/ANALISTA ADMINISTRATIVO - ENFERMEIRO FISCAL) De acordo com
a Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao
Ministério Público competente, para as providências necessárias.

021. (2022/QUADRIX/COREN-AP/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTADOR) De acordo


com a Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
A ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência
não pacificada, configura ato de improbidade administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

022. (2022/COREN-AP/QUADRIX/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTADOR) De acordo


com a Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Ainda que comprovado ato doloso com fim ilícito, o mero desempenho de competências públi-
cas não enseja responsabilidade por ato de improbidade administrativa.

023. (2022/PREFEITURA DE PIRES DO RIO – GO/CESPE/PROCURADOR JURÍDICO DO


MUNICÍPIO) Considerando as disposições da Lei n. 8.429/1992, que trata dos atos de impro-
bidade administrativa, julgue o item a seguir.
Os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador são inaplicáveis ao sistema
da improbidade.

024. (2022/IBFC/2022/DETRAN-AM/ANALISTA JURÍDICO) No que se refere às disposições


da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) e suas recentes alterações, assinale
a alternativa correta.
Alternativas
a) A ação de improbidade administrativa é preventiva, destinada à aplicação de sanções de
caráter patrimonial
b) A ação de improbidade administrativa é uma ação civil
c) É possível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa para o controle de legalidade
de políticas públicas
d) É vedado o ajuizamento de ação de improbidade administrativa para a proteção do patrimô-
nio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos

025. (2022/QUADRIX/2022/CRMV-MS – CONTADOR) Com base na Lei n. 8.429/1992 e nas


alterações nela promovidas pela Lei n. 14.230/2021, julgue o item a respeito da indisponibi-
lidade de bens.
A indisponibilidade de bens em improbidade pode ser requerida, incidentalmente ou em caráter
antecedente, antes mesmo do aviamento da ação em si.

026. (CESPE/CEBRASPE/2022/TCE-SC/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO –


ADMINISTRAÇÃO) Considerando o disposto no Código de Ética dos Servidores do Tribunal
de Contas do Estado de Santa Catarina e nas Leis n. 8.429/1992 e n. 12.846/2013, julgue o
item a seguir.
A Lei n. 8.429/1992 enquadra a negligência na conservação do patrimônio público como ato
de improbidade administrativa, quando se caracterizar conduta culposa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

027. (2022/MPE-RJ/MPE-RJ/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - CONCURSO XXXVI)


O Prefeito da cidade X estava sendo investigado pelo Ministério Público por supostamente
ter permitido a aquisição de imóvel pelo Município na data de 01.01.2022, mediante compra,
por valores superiores ao preço de mercado. O membro do Ministério Público, antes da pro-
positura da ação judicial, propôs ao Prefeito a celebração de um acordo de não persecução
cível. Sobre o caso hipotético, pode-se corretamente afirmar que
Alternativas
a) somente poderia ser celebrado o acordo de não persecução cível após o ajuizamento da ação
de improbidade, porém antes do início da execução da sentença condenatória.
b) o valor do dano a ser ressarcido no acordo de não persecução cível deverá ser apurado por
estimativa feita pelo Ministério Público, sendo facultativa a oitiva do Tribunal de Contas.
c) o acordo de não persecução cível não depende de homologação judicial.
d) o acordo proposto pelo Ministério Público deverá resultar em ressarcimento de, no mínimo,
80% do dano causado ao erário.
e) se descumprido o acordo de não persecução cível, o prefeito ficará impedido de celebrar
novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados do conhecimento pelo Ministério Público
do efetivo descumprimento.

028. (2022/FGV/SSP-AM/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) Os policiais militares Antônio e


João, do Estado Beta, no exercício da função e de forma dolosa, receberam vantagem eco-
nômica direta, consistente em propina no valor de trinta mil reais, para tolerar a prática de
narcotráfico por determinada organização criminosa.
No caso em tela, de acordo com a Lei n. 8.429/92 (com alterações da Lei n. 14.230/21), An-
tônio e João
Alternativas
a) não praticaram ato de improbidade administrativa, pois não houve efetivo prejuízo ao erário
estadual, mas respondem nas esferas disciplinar e criminal.
b) não praticaram ato de improbidade administrativa, até que sobrevenha decisão judicial tran-
sitada em julgado em processo criminal reconhecendo a prática do delito.
c) praticaram ato de improbidade administrativa que viola princípios da administração pública
e estão sujeitos, entre outras, à sanção de cassação dos direitos políticos.
d) praticaram ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito e estão
sujeitos, entre outras, à sanção de suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos.
e) praticaram ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e estão sujeitos,
entre outras, à sanção de pagamento de multa civil de até o dobro do valor da remuneração
percebida pelos agentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

029. (2022/FGV/MPE-BA/ESTAGIÁRIO DE DIREITO - EDITAL N. 01) O Ministério Público


do Estado da Bahia ajuizou em face de João, ex-prefeito do Município Alfa, ação civil pública
de improbidade administrativa, imputando-lhe a prática de ato ilícito que causou prejuízo ao
erário, na medida em que frustrou a licitude de processo licitatório para beneficiar determinada
sociedade empresária, acarretando perda patrimonial efetiva ao Município. No caso em tela,
no bojo da citada ação civil pública por ato de improbidade administrativa, além do ressarci-
mento ao erário, João está sujeito a algumas sanções como, por exemplo:
a) pena privativa de liberdade de reclusão, suspensão dos direitos políticos por determinado
prazo e indisponibilidade de bens;
b) cassação dos direitos políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por prazo determinado e prisão;
c) pena privativa de liberdade de detenção, multa penal e proibição de contratar com o poder
público por prazo determinado;
d) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por determinado prazo e pagamento
de multa civil;
e) indisponibilidade de bens, perda da função pública e proibição para sempre de contratar com
o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

030. (2022/FGV/2022/PC-AM/DELEGADO DE POLÍCIA - EDITAL N. 01) Em janeiro de 2022,


o policial civil João, do Estado Alfa, de forma dolosa, a fim de obter proveito ou benefício
indevido para outra pessoa, revelou fato de que tinha ciência em razão das suas atribuições
e que devia permanecer em segredo, propiciando beneficiamento a terceiro por informação
privilegiada.
Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa (com as alterações introduzidas pela Lei
n. 14.230/21), João praticou ato de improbidade administrativa que atentou contra os princípios
da Administração Pública (Art. 11 da Lei n. 8.429/92) e, no bojo de ação civil pública por ato de
improbidade administrativa, o policial
a) não está sujeito a perda da função pública, por ausência de previsão legal.
b) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o agente
público e o poder público no momento do trânsito em julgado da sentença.
c) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o agente
público e o poder público no momento em que for prolatada a sentença.
d) está sujeito a perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e
natureza que o agente público detinha com o poder público na época do cometimento da infração.
e) está sujeito à perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e
natureza que o agente público detinha com o poder público na época do cometimento da infração,
podendo o magistrado, em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

031. (FAURGS/2022/SES-RS/ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS - EDITAL N. 15)


Considere as afirmações abaixo, segundo a Lei Federal n. 8.429, de 02 de junho de 1992, que
dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa.
I – Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II – Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
III – A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trân-
sito em julgado da sentença condenatória.
IV – A autoridade administrativa determinará o imediato afastamento do agente público do
exercício do cargo, com suspensão da remuneração, em qualquer caso, a partir do ajuizamento
da representação.
Quais estão corretas?
Alternativas
a) Apenas II e IV.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas I, III e IV.

032. (CESPE/CEBRASPE/2022/PGE-RO/PROCURADOR DO ESTADO) Um promotor de justiça,


depois de ter recebido uma série de dados obtidos da prefeitura de certa cidade, constatou
que o prefeito havia deixado de prestar contas relativas a convênio federal em situação em
que este era expressamente obrigado a fazê-lo. Por meio do exame dos documentos, consta-
tou que a citada autoridade dispunha de condições técnicas e operacionais para a prestação
das contas e tinha plena ciência do dever de fazê-lo. Embora os documentos não indicassem
que a ausência da prestação de contas tinha o objetivo de ocultar irregularidade, era possível
identificar que o prefeito indevidamente havia deixado de praticar ato de ofício, com desres-
peito intencional aos prazos legais e ao princípio da legalidade.
Com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992, é correto afirmar que, nessa situação hipoté-
tica, a conduta do prefeito
a) configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.
b) configura ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
c) configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administra-
ção pública.
d) não configura nenhuma das hipóteses de ato de improbidade administrativa previstas na lei
em questão.
e) configura ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e, concomitantemen-
te, ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

033. (2022/CESPE/CEBRASPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Considerando a hipótese de


que, no seu exercício profissional, determinado servidor público tenha utilizado, para fins de
interesse particular, os serviços de servidor subordinado a ele, julgue o item seguinte.
A atuação do superior hierárquico, nesse caso, constitui ato de improbidade administrativa que
importa lesão ao erário.

034. (FEPESE/2022/PREFEITURA DE GUATAMBÚ – SC/CONTROLADOR INTERNO - EDITAL


N. 001) De acordo com a Lei n. 8.429/92, constitui ato de improbidade administrativa que
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovada-
mente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas na lei, e notadamente:
1. Ordenar ou autorizar a liquidação de despesas com restos a pagar em exercício diverso ao
que ocorreu o empenho.
2. Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
3. Realizar ou permitir operação de crédito por antecipação de receita a partir do décimo dia
no primeiro ano de mandato.
4. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 2 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4

035. (FUNDATEC/2022/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE – RS/MÉDICO ESPECIALISTA -


ANESTESIOLOGISTA - EDITAL N. 75) Landra, cidadã do Município de ZZT, soube por meio de
um conhecido que o determinado servidor do Município auxiliaria uma pessoa a ingressar no
serviço público por meio de concurso, passando-lhe informações privilegiadas que lhe dariam
vantagens sobre os outros candidatos. Quando soube disso, Landra decidiu agir, pois não
aceitava que isso acontecesse, até mesmo porque outras pessoas, como sua filha, estavam
estudando com afinco para participar do concurso público e conseguir uma oportunidade.
Assim, Landra dirigiu-se até a autoridade administrativa competente para representar, a fim
de que fosse instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Por
não ser alfabetizada, a representação fora reduzida a termo por servidor do setor e assinada
conforme as possibilidades de Landra, documento no qual foram apresentadas a qualificação
da representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento. Durante o procedimento administrativo, o advogado do servidor acusa-
do requereu a rejeição da representação, pelo fato de compreender que o ato de Landra não
cumpria os requisitos da Lei de Improbidade Administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Considerando a narrativa acima, tendo por referência a íntegra da Lei Federal n. 8.429/1992,
analise as alternativas abaixo e assinale a que melhor se adequar à situação narrada.
a) A alegação do advogado é pertinente, a partir do momento em que a representação está con-
dicionada à presença de advogado, tendo em vista a especialidade técnica necessária ao ato.
b) Não possui fundamento a alegação do advogado, pois a lei deixa claro que a representação
poderá ser reduzida a termo, apesar de abordar a modalidade escrita, desde que assinada,
contendo outros requisitos legais, como demonstrado.
c) O alegado pelo advogado procede, não por problemas com a atitude de Landra, mas sim pela
legitimidade da propositura e assistência jurídica, que deveria ser feita pelo Ministério Público
pertinente, tendo em vista a lesão ser oriunda de relação jurídica de direito público.
d) A argumentação do causídico só possuirá lastro jurídico se o mesmo contestar não a legi-
timidade da representação de Landra, mas sim as vantagens que podem ser auferidas pela
representante com esse ato, já que sua filha prestará também o concurso público.
e) O levantado pelo advogado não encontrará respaldo, pois ele deveria contestar a competência
da autoridade administrativa em realizar tal ato que, de acordo com Lei de Improbidade Admi-
nistrativa, deveria ter sido levado diretamente ao conhecimento do Poder Judiciário.

036. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) De acordo


com a Lei de Improbidade Administrativa, na hipótese da prática de ato de improbidade admi-
nistrativa que atente contra os princípios da administração pública, com lesividade relevante,
caracterizado pela conduta dolosa de agente público deixar de prestar contas quando obrigado
a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades,
o agente público estará sujeito
a) às sanções de perda da função pública, perda de bens ou valores obtidos ilicitamente, sus-
pensão de direitos políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, e multa.
b) exclusivamente à sanção de multa.
c) apenas às sanções de perda de bens ou valores obtidos ilicitamente, suspensão de direitos
políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, e multa.
d) apenas às sanções de suspensão de direitos políticos, proibição de contratar com o poder
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, e multa.
e) apenas às sanções de multa e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

037. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Julgue


os itens a seguir, referentes à improbidade administrativa, aos direitos das pessoas com de-
ficiência e à atuação do Ministério Público junto aos povos e às comunidades tradicionais.
I – De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992), a condenação de
agentes públicos por ato de improbidade administrativa depende da efetiva comprovação de
dolo ou culpa em conduta expressamente prevista na norma.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

II – Conforme a jurisprudência do STJ, o indivíduo com visão monocular possui direito de se


inscrever em concurso público e concorrer dentro do número de vagas reservadas a pessoas
com deficiência física.
III – Conforme previsto na Resolução CNMP n. 230/2021, uma vez autorizada a intervenção de
órgão do Ministério Público em processo judicial que trata de tutela de povos e comunidades
tradicionais, caberá ao referido órgão ministerial a representação judicial exclusiva dos referi-
dos grupos.
Assinale a opção correta.
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.

038. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO - PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A respeito


de improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) A configuração de ato de improbidade contrário a princípio da administração pública inde-
pende de prova de dano ao erário ou enriquecimento ilícito do agente.
b) A exigência de que os agentes públicos apresentem declaração anual de bens ao órgão ou ao
ente a que estejam ligados pode ser mitigada em caso de recusa de consciência, devidamente
fundamentada.
c) A ação por improbidade administrativa tem natureza criminal.
d) No atual regime legal da improbidade administrativa, são puníveis atos praticados com culpa
grave, devidamente provados e que tenham causado dano ao erário.
e) No caso de condenação à perda da função pública, a eficácia da decisão judicial deve alcançar
qualquer vínculo atual do réu com o serviço público, ainda que diverso do existente quando do
cometimento da improbidade.

039. (QUADRIX/2022/CRF-GOADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.

040. (QUADRIX/2022/CRF-GO – ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de im-
probidade, independentemente de comprovação da má-fé do denunciante.

041. (QUADRIX/2022/CRF-GO – ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que
atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

042. (QUADRIX/2022/CRF-GO – ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Constitui crime a representação, por ato de improbidade, contra agente público quando o autor
da denúncia o sabe inocente.

043. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


As sanções aplicadas a pessoas jurídicas não estão adstritas ao princípio constitucional do
non bis in idem.

044. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Permitir ou facilitar a aquisição, a permuta ou a locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

045. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


O herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que enriquecer ilicitamente deverá repará-lo
integralmente.

046. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Apenas os agentes políticos integrantes dos Poderes Executivo e Legislativo sujeitam-se às
sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa.

047. (2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Não configura improbidade administrativa a ação ou a omissão decorrente de divergência in-
terpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha
a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do
Poder Judiciário.

048. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


As entidades privadas para cuja criação ou custeio o erário público haja concorrido no seu pa-
trimônio ou na sua receita atual não estão sujeitas às sanções previstas na Lei de Improbidade
Administrativa, tendo em vista que não integram a administração indireta.

049. (FGV/2022/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O Ministério Público do


Estado de Goiás ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face de
João, servidor público estadual titular de cargo efetivo. Na peça vestibular, o Parquet imputou
a João a conduta de coordenar vasto esquema de desvio de recursos públicos no âmbito de
contratações emergenciais na área da saúde. No curso do processo e antes da prolação da
sentença, João comunicou a sua aposentadoria, regularmente concedida pela administração
após o preenchimento dos requisitos legais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Em conformidade com a jurisprudência atual dos Tribunais Superiores, e considerando que os


fatos narrados na inicial foram sobejamente comprovados ao longo da instrução probatória, a
autoridade judicial:
a) poderá aplicar a João a cassação de sua aposentadoria, uma vez que a ausência de previsão
expressa de tal sanção na Lei n. 8.429/1992 não impede a sua imposição como consequência
lógica da condenação à perda da função pública;
b) poderá infligir a sanção de cassação de aposentadoria ao servidor aposentado no curso do
processo, haja vista a cominação expressa de tal penalidade no Art. 12 da Lei de Improbidade
Administrativa;
c) não poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal penalidade não está
expressamente cominada na Lei n. 8.429/1992 e vigora o princípio da legalidade estrita em
matéria de direito sancionador;
d) não poderá aplicar a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal sanção é incompatível
com o caráter contributivo e solidário do regime próprio de previdência dos servidores públicos;
e) poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque a previsão expressa de tal
sanção no estatuto dos servidores estaduais atende ao princípio da legalidade e permite o
diálogo de fontes em matéria de direito sancionador.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

GABARITO

1. E 36. e
2. E 37. c
3. a 38. a
4. a 39. C
5. E 40. E
6. E 41. C
7. e 42. C
8. e 43. E
9. b 44. C
10. b 45. E
11. C 46. E
12. C 47. C
13. E 48. E
14. E 49. c
15. E
16. C
17. e
18. b
19. d
20. C
21. E
22. E
23. E
24. d
25. C
26. E
27. e
28. d
29. d
30. a
31. b
32. d
33. E
34. b
35. b

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

GABARITO COMENTADO

001. (2022/QUADRIX/CREMERN/QUADRIX/2022/CREMERN/CONTROLE INTERNO) Con-


siderando o teor da Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
A violação aos princípios da Administração Pública, ainda que culposamente, poderá caracterizar
ato de improbidade administrativa.

Os atos de improbidade administrativa são classificados nas seguintes categorias: i) atos que
importam em enriquecimento ilícito, previstos no artigo 9º da Lei n. 8.429/1992; ii) atos que
causam prejuízo ao erário, previstos no artigo 10 da Lei n. 8.429/1992 e iii) atos que atentam
contra os princípios da administração pública, previstos no artigo 11 da Lei n. 8.429/1992.Na
sua redação original, a Lei n. 8.429/1992 admitia que ações ou omissões culposas pudessem
configurar ato de improbidade administrativa que causasse lesão ao erário ou atentasse contra
os princípios da administração pública.Após as alterações promovidas na Lei de Improbidade
Administrativa pela Lei n. 14.230/2021, porém, apenas atos dolosos – e nunca condutas cul-
posas – configuram ato de improbidade administrativa.Com efeito, o artigo 1º, caput e §§1º
e 2º, da Lei n. 8.429/1992, com redação dada pela lei n. 14.230/2021, passou a determinar o
seguinte:“Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará
a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegu-
rar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei.§ 1º Consideram-se atos
de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei,
ressalvados tipos previstos em leis especiais.§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e cons-
ciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a
voluntariedade do agente”.Vemos, então, que a violação culposa a princípios da administração
pública não configura atos de improbidade administrativa, apenas violações dolosas podem
ser consideradas atos de improbidade, de modo que é incorreta a afirmativa da questão.
Errado.

002. (2022/CESPE/CEBRASPE/MPC-SC/CESPE/CEBRASPE/2022/MPC-SC/ ANALISTA


DE CONTAS PÚBLICAS – DIREITO) Julgue o item a seguir, considerando as disposições da
Lei n. 8.429/1992, com as modificações empreendidas pela Lei n. 14.230/2021.
Receber vantagem econômica direta para facilitar a locação de bem público por preço
superior ao valor de mercado constitui ato de improbidade administrativa que importa em
enriquecimento ilícito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Atenção a letra seca da lei: art. 9 LIA, II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de servi-
ços pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado; III - perceber
vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por evnte estatal por preço inferior ao valor de mercado.
Errado.

003. (2022/IBFC/CÂMARA DE FRANCA – SP/IBFC/2022/CÂMARA DE FRANCA - SP - ANA-


LISTA LEGISLATIVO) Acerca das disposições da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.
8.429/1992) analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

 (  ) A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualifica-
ção do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das pro-
vas de que tenha conhecimento.
(  ) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
(  ) A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Con-
selho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de
ato de improbidade.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


Alternativas
a) V - V - V
b) V - F - V
c) F - F - V
d) V - V – F

A questão trata de disposições da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992). Ve-


jamos as afirmativas da questão:
(V) A afirmativa reproduz o disposto no §1º do artigo 14 da Lei n. 8.429/1992 que dispõe o
seguinte:“Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.§ 1º
A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do
representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conhecimento”.Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

(V) A afirmativa reproduz o disposto no caput do artigo 14 da Lei n. 8.429/1992 já destacado acima.
(V) A afirmativa reproduz o artigo 15 da Lei n. 8.429/1992:“Art. 15. A comissão processante
dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.Parágrafo único. O
Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo”.
Logo, todas são verdadeiras.
Letra a.

004. (2022/IBFC/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL) Constitui ato de improbidade


administrativa que atenta contra os princípios da administração pública:
Alternativas
a) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem
ou serviço
b) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente
c) frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de par-
cerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda
patrimonial efetiva
d) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado
e) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea

Os atos de improbidade administrativa são classificados nas seguintes categorias:1) atos que
implicam enriquecimento ilícito, previstos no artigo 9º da Lei n. 8.429/1992;2) atos que causam
prejuízo ao erário, previstos no artigo 10 da Lei n. 8.429/1992;) atos que atentam contra os prin-
cípios da administração pública, previstos no artigo 11 da Lei de Improbidade Administrativa.
O artigo 11, VII, da Lei n. 8.429/1992 determina que é ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública o seguinte:Art. 11. Constitui ato de improbi-
dade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada
por uma das seguintes condutas: (...)VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
Vemos, então, que a resposta da questão é a alternativa A.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

005. (QUADRIX/2022/CFFA/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) À luz das


disposições da Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Nas ações por atos de improbidade administrativa, as sanções de suspensão de direitos políti-
cos e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público
observarão o limite máximo de trinta anos.

As sanções para cada uma dessas categorias de ato de improbidade administrativa estão
previstas no artigo 12 da Lei n. 8.429/1992. Se analisarmos o artigo 12 da Lei de Improbidade
Administrativa, veremos que as sanções de suspensão dos direitos políticos e proibição de
contratar com o poder público podem ser organizadas da seguinte forma:
1 – Para os atos de improbidade que implicam enriquecimento ilícito podem ser aplicadas
sanções de suspensão de direitos políticos de proibição de contratar com o poder público e
receber benefícios fiscais por até 14 anos.
2 – Para os atos que causam dano ao erário a sanção pode ser de suspensão de direitos polí-
ticos e de proibição de contratar e receber benefícios do poder público por até 12 anos.
3 – Para os atos que atentam contra os princípios da administração pública a proibição de
contratar e receber benefícios pode ter duração de até 4 anos e não é aplicável a pena de sus-
pensão de direitos políticos.
Pode ocorrer, contudo, de, em diferentes processos, o agente ser condenado por diferentes
atos. Nesse caso, as sanções devem ser unificadas e somadas no momento da execução. Mas,
nessa hipótese, ainda que o somatório atinja valor maior, as sanções de suspensão de direitos
políticos e proibição de contratar e receber benefícios não podem ser estender por mais de
20 anos, conforme artigo 18-A da Lei n. 8.429/1992:”Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase
de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras já im-
postas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a prática de
diversas ilicitudes, observado o seguinte:I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá
a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das penas, o que for mais
benéfico ao réu;II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará
as sanções.Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de
contratar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite
máximo de 20 (vinte) anos”.
Errado.

006. (2022/QUADRIX/CFFA/QUADRIX/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) À


luz das disposições da Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
A ação para a aplicação das sanções por atos de improbidade administrativa prescreve em
cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Era necessário conhecer o art 23: “Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta
Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações
permanentes, do dia em que cessou a permanência.(...)§ 1º A instauração de inquérito civil ou
de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso do
prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando a correr
após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão”.
Vemos, então, que o prazo é de oito anos e não de cinco anos, de modo que é incorreta a afir‑
mativa da questão.
Errado.

007. (CESPE/CEBRASPE/2022/PGE-PA/PROCURADOR DO ESTADO) Com referência ao


regime jurídico da improbidade administrativa disposto na Lei n. 8.429/1992, com alterações
introduzidas pela Lei n. 14.230/2021, assinale a opção correta.
a) O elemento subjetivo do tipo da improbidade é o dolo, assim considerada a vontade livre e
consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nas condutas ímprobas elencadas na lei,
bastando a voluntariedade do agente.
b) A lei passou a admitir expressamente a configuração de improbidade administrativa em
hipótese de conduta isolada e exclusiva de um sujeito privado, ainda que sem a participação
de algum agente público.
c) A conduta de deixar de prestar contas com o intuito de ocultar irregularidades não cons-
titui improbidade administrativa se não restarem efetivamente comprovadas irregularidades
nas contas.
d) O prazo prescricional da ação para aplicação de sanções por improbidade administrativa é
de cinco anos, contado da ocorrência do fato ou, em se tratando de infrações permanentes, do
dia em que tiver cessado a permanência.
e) Os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração
pública não mais importam em perda da função pública e suspensão dos direitos políticos.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das alternativas:
a) Errada. Após as alterações promovidas pela Lei n. 14.230/2021 na Lei n. 8.429/1992, apenas
condutas dolosas configuram ato de improbidade administrativa. Além disso, é exigido, para que
haja improbidade, não apenas o dolo genérico – a vontade de praticar a conduta – mas também
dolo específico que é a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado. Não
basta, portanto, para a configuração do dolo, nos termos do artigo 1º, §2º, da Lei n. 8.429/1992,
a voluntariedade do agente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

b) Errada. De acordo com o artigo 3º da Lei n. 8.429/1992, as disposições da Lei de Improbidade


Administrativa são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. Logo, sujeitos privados
não praticam de forma isolada ato de improbidade, podem apenas induzir ou concorrer para a
prática de ato de improbidade por agente público.
c) Errada. De acordo com o artigo 11, VI, da Lei n. 8.429/1992, configura ato de improbidade que
atenta contra os princípios da administração pública, deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregula-
ridades. A lei não exige, para configuração do ato de improbidade, que as irregularidades nas
contas restem efetivamente comprovadas.
d) Errada. Na forma do artigo 23 da Lei n. 8.429/1992, a ação para a aplicação das sanções
previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no
caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
e) Certa. Nos termos do artigo 12, III, da Lei n. 8.429/1992 com redação dada pela Lei n. 14.230/2021,
aos atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da administração pública
são aplicáveis as sanções de pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos. Aos
atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração não são aplicáveis as
sanções de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos.
Letra e.

008. (FCC/2022/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ESPECIALIDADE: ARQUI-


TETURA) Conforme estabelece a Lei n. 8.429/1992, a pena de perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
cos até catorze anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a catorze anos pode ser aplicada no ato que
a) permite ou facilita a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado.
b) ordena ou permite a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
c) deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades.
d) descumpre as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas.
e) percebe vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de
bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Vemos que o enunciado da questão menciona as penas aplicáveis aos atos de improbidade que
importam em enriquecimento ilícito previstos no artigo 9º da Lei de Improbidade Administrativa.
Desse modo, a resposta da questão é a alternativa que indica ato de improbidade que importa
em enriquecimento ilícito.
Feitas essas considerações, vejamos as alternativas da questão:
a) Errada. O ato consistente em permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
ou serviço por preço superior ao de mercado é ato de improbidade que causa lesão ao erário,
previsto no artigo 10, V, da Lei n. 8.429/1992.
b) Errada. O ato de ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento é ato de improbidade que causa lesão ao erário, na forma do artigo 10, IX, da Lei
n. 8.429/1992.
c) Errada. O ato de deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha
das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades é ato de improbidade que atenta
contra os princípios da administração pública, previsto no artigo 11, VI, da Lei de Improbidade
Administrativa.
d) Errada. Descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas é ato de improbidade
que atenta contra os princípios da administração pública, previsto no artigo 11, VIII, da Lei de
Improbidade Administrativa.
e) Certa. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado é ato de improbidade que importa em enriquecimento ilícito, previsto no artigo
9º, III, da Lei de Improbidade Administrativa.
Letra e.

009. (FUNDATEC/2022/AGERGS/TÉCNICO SUPERIOR ADVOGADO) A Lei n. 8.429/1992


dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade adminis-
trativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal. À luz de referida legislação,
analise as seguintes assertivas:
I – Um servidor público vinculado ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas
atribuições, por negligência, permitiu a aquisição de bem, pelo Estado, por preço superior ao
de mercado.
II – Um empregado do alto escalão de concessionária de serviços públicos, por descuido, revelou
ato de que tinha ciência em razão das atribuições, propiciando o beneficiamento por informação
privilegiada de terceiros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

III – Um empregado de empresa pública recebeu vantagem econômica direta para facilitar o
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado, por ato de
vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito.
Quais configuram ato de improbidade administrativa?
Alternativas
a) Apenas II.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das alternativas:
I – Errada. Em tese, de acordo com o artigo 10, V, da Lei n. 8.429/1992, configura ato de impro-
bidade administrativa permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação pelo Estado de bem
ou serviço por preço superior ao de mercado. Só há ato de improbidade, contudo, se a conduta
for dolosa. Se o servidor agiu com negligência sua conduta é culposa e não configura ato de
improbidade administrativa.
II – Errada. São sancionados pela Lei de Improbidade Administrativa, nos termos do artigo 1º
§§5º e 6º, da Lei n. 8.429/1992, atos praticados contra a administração pública direta e indireta,
contra entidades que recebam benefício ou subvenção do Estado e contra entidades criadas
com custeio do erário público.Assim, embora revelar fato ou circunstância de que tem ciência
em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo possa, em tese, configurar ato de
improbidade administrativa, na forma do artigo 11, III, da Lei de Improbidade. A conduta pratica-
da contra concessionária de serviço público, não configura ato de improbidade administrativa.
III – Certa. Configura ato de improbidade dministrative a conduta dolosa – praticada com finalidade
livre e consciente de atingir o resultado ilícito (artigo 1º, §2º, da Lei n. 8.429/1992) – praticada
por empregado contra empresa pública, consistente em perceber dminis econômica, direta ou
indireta, para facilitar a alienação, dminis ou locação de bem público ou o fornecimento de ser-
viço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado (artigo 9º, III, da Lei n. 8.429/1992).
Assim, apenas a afirmativa III descreve ato de improbidade dministrative, de modo que a res-
posta da questão é a alternativa B.
Letra b.

010. (2022/FAURGS/SES-RS/SES-RS - ENGENHEIRO CIVIL - EDITAL N. 15) Considere as


afirmações abaixo, segundo a Lei Federal n. 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre
as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa.
I – Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

II – Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
III – A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trân-
sito em julgado da sentença condenatória.
IV – A autoridade administrativa determinará o imediato afastamento do agente público do
exercício do cargo, com suspensão da remuneração, em qualquer caso, a partir do ajuizamento
da representação.
Quais estão corretas?
Alternativas
a) Apenas II e IV.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas I, III e IV.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das alternativas:
I – Certa. A afirmativa reproduz o disposto no artigo 14 da Lei n. 8.429/1992 que determina
que “qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade”.
II – Certa. A Lei n. 8.429/1992 contém a previsão de um tipo penal em seu artigo 19 que deter-
mina o seguinte:Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
III – Certa. A afirmativa reproduz o disposto no artigo 20 da Lei n. 8.429/1992 que estabelece
que a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
IV – Errada. A partir do ajuizamento da representação a autoridade judicial – e não autoridade
administrativa – pode determinar – não sendo obrigatória essa determinação – o afastamento
do agente público do cargo, mas sem suspensão da remuneração. O afastamento deve se dar
sem prejuízo da remuneração. É isso que determina o §1º do artigo 20 da Lei n. 8.429/1992
que determina o seguinte:Art. 20. (...)§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar
o afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuí-
zo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução processual ou para evitar a
iminente prática de novos ilícitos.
Assim, são corretas as afirmativas I, II e III, de modo que a resposta da questão é a alternativa B.
Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

011. (QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Relativamente à Lei n.


8.429/1992, julgue o item.
A posse e o exercício de agente público estão condicionados à apresentação de declaração de
imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei. Neste sentido, vale transcrição do que
prevê o art. 13 da lei federal n.. 8.429/1992: Art. 13. A posse e o exercício de agente público
ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto de renda e proventos de qual-
quer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil,
a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.§ 1º (Revogado).§ 2º A declaração
de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. § 3º Será
apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
prazo determinado ou que prestar declaração falsa.§ 4º (Revogado)
Assim, pela leitura do dispositivo acima, nota-se que a afirmação está correta.
Certo.

012. (QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Relativamente à Lei n.


8.429/1992, julgue o item.
Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-
-se-á, retroativamente, o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado
da sentença condenatória.

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei. Neste sentido, vale transcrição do que
prevê o art. 12, §10, da lei federal n.. 8.429/1992: Art. 12. Independentemente do ressarcimento
integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade,
civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de impro-
bidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
de acordo com a gravidade do fato: (...)§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de
suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a
decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

013. (2022/QUADRIX/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Relativamente à Lei n.


8.429/1992, julgue o item.
Independentemente da situação econômica do réu, é vedado ao juiz aumentar a pena de multa,
uma vez que ela tem valor fixo e não se vincula ao valor do acréscimo patrimonial.

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei. Neste sentido, vale transcrição do que
prevê o art. 12, §2º, da lei federal n.. 8.429/1992:Art. 12. Independentemente do ressarcimento
integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilida-
de, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de
improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumula-
tivamente, de acordo com a gravidade do fato: I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes-
soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; II - na
hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até
12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contra-
tar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento
de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente
e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; (...)§ 2º A multa pode ser
aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, o
valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação
e prevenção do ato de improbidade.
Errado.

014. (2022/QUADRIX/QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Rela-


tivamente à Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
No caso de cometimento de ato de improbidade administrativa que importe em enriquecimento
ilícito, o ímprobo estará sujeito apenas à penalidade de suspensão dos direitos políticos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei. Neste sentido, o primeiro aspecto
importante é que os atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito são aqueles
listados no art. 9º, e as penalidades impostas nestes casos estão previstas no art. 12, I, que
prevê as seguintes penalidades:
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
• Perda da função pública;
• Suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos;
• Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial; e
• Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos;

Portanto, a penalidade ão é apenas de suspensão dos direitos políticos, por isso, está errada.
Errado.

015. (2022/QUADRIX/QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Rela-


tivamente à Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
O ressarcimento integral do dano patrimonial, em quaisquer hipóteses, afasta a imposição das
sanções penais comuns daqueles que incorrerem em ato de improbidade administrativa.

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei, neste sentido, vale transcrição do
que prevê o art. 12 da lei federal n.. 8.429/1992: Art. 12. Independentemente do ressarcimento
integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade,
civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de impro-
bidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
de acordo com a gravidade do fato.
Assim, pela leitura do dispositivo acima, nota-se que a afirmação está incorreta.
Errado.

016. (2022/QUADRIX/QUADRIX/2022/CRMV – MA/FISCAL MÉDICO-VETERINÁRIO) Rela-


tivamente à Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e
sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A afirmativa reproduz o disposto no §3º do artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa (Lei


n. 8.429/1992). Vejamos o dispositivo legal:Art. 12. (...)§ 3º Na responsabilização da pessoa
jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a
viabilizar a manutenção de suas atividades.
Logo, é correta a afirmativa da questão.
Certo.

017. (2022/FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA E PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTI-


TUTO) Ao deferir a inicial da Ação de Improbidade, segundo a Lei n. 14.230/2021, os sujeitos
passivos da relação processual poderão apresentar contestação em
a) 60 dias.
b) 10 dias.
c) 15 dias.
d) 20 dias.
e) 30 dias.

O tema é regulado no artigo 17, §7º, da Lei n. 8.429/1992 que teve sua redação alterada pela
Lei n. 14.230/2021 e que atualmente dispõe o seguinte: Art. 17 (...)§ 7º Se a petição inicial es-
tiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a
contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei n.
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
Vemos, então, que o prazo é de 30 dias, de modo que a resposta da questão é a alternativa E.
Letra e.

018. (2022/FCC/MPE-PE/FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA E PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBS-


TITUTO) De acordo com o previsto na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429, de 2
de junho de 1992, alterada pela Lei n. 14.230, de 25 de outubro de 2021), considere as asser-
tivas abaixo.
I – É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, ainda que comprovado
que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
II – O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial,
permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia
judicial, a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

III – A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis,
bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades sim-
ples e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de
contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade
empresária ao longo do processo.
IV – Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis
poderá superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enrique-
cimento ilícito.
V – A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarci-
mento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título
de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, IV e V.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) I, II e V.
e) II, III e IV.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das assertivas:
I – Errada. Em regra, é vedada a decretação de indisponibilidade de bem de família do réu. No
entanto, constitui exceção a essa regra o imóvel que comprovadamente seja fruto de vantagem
patrimonial indevida. Nesse sentido, o §14 do artigo 16 da Lei n. 8.429/1992, dispõe o seguin-
te:Art. 16 (...)§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo
se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito
no art. 9º desta Lei.
II – Certa. A afirmativa reproduz o disposto no §6º do artigo 16 da Lei de Improbidade Adminis-
trativa. Vejamos o dispositivo legal:Art. 16 (...)§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a
estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por caução idônea,
por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem como a sua
readequação durante a instrução do processo.
III – Certa. A afirmativa reproduz o disposto no § 11 do artigo 16 da Lei n. 8.429/1992:Art. 16
(...) § 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens
imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades
simples e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio
de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade
empresária ao longo do processo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

IV – Errada. Nos termos do artigo 16, §5º, da Lei de Improbidade Administrativa, “se houver
mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar
o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito”.
V – Certa. A afirmativa reproduz o §10 do artigo 16 da Lei n. 8.429/1992 que dispõe o seguin-
te:Art. 16 (...)§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o
integral ressarcimento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente
aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
Vemos, então, que são corretas as afirmativas II, III e V, de modo que a resposta da questão é
a alternativa B.
Letra b.

019. (2022/FGV/TJ-DFT/ANALSTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO) Antônia, estudiosa da


improbidade administrativa, recebeu a incumbência, em um grupo de estudos, de realizar a
análise da estrutura tipológica adotada pela Lei n. 8.429/1992 e do elemento subjetivo exigido
para o enquadramento de uma conduta em seus termos.
Ao final, Antônia concluiu, corretamente, que a referida estrutura é:
a) aberta, sendo as condutas ilícitas mencionadas de maneira exemplificativa, enquanto o ele-
mento subjetivo está lastreado apenas no dolo;
b) fechada, sendo as condutas ilícitas mencionadas de maneira taxativa, isto apesar do em-
prego de conceitos jurídicos indeterminados, enquanto o elemento subjetivo está lastreado
apenas no dolo;
c) aberta, sendo as condutas ilícitas mencionadas de maneira exemplificativa, enquanto o ele-
mento subjetivo está lastreado no dolo ou na culpa, sendo esta última aplicável exclusivamente
aos atos que causam prejuízo ao erário;
d) aberta, em relação aos atos que gerem enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário, mas
taxativa quanto aos atos que atentem contra os princípios administrativos, sendo o elemento
subjetivo o dolo, exigindo-se ainda um especial fim de agir;
e) aberta, quanto aos atos que atentem contra os princípios administrativos, mas taxativa em
relação aos atos que gerem enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário, sendo o elemento sub-
jetivo o dolo, exigindo-se ainda um especial fim de agir.

A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) sofreu grandes alterações promovidas


pela Lei n. 14.230/2021. Uma dessas mudanças se relaciona com elemento subjetivo da im-
probidade. É a determinação de que apenas condutas dolosas configuram ato de improbidade
administrativa, de modo que nenhuma conduta culposa constitui ato improbo. Nesse sentido,
na sua atual redação dada pela Lei n. 14.230/2021, o §1º do artigo 1º da Lei n. 8.429/1992 de-
termina que “consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas
nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

O §2º do mesmo dispositivo legal exige ainda para configuração do dolo o especial fim de agir
de alcançar resultado ilícito, dispondo que “considera-se dolo a vontade livre e consciente de
alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntarie-
dade do agente”.
Com relação a estrutura tipológica da lei, o artigo 9º do diploma trata dos atos de improbidade
que importam em enriquecimento ilícito. O rol de condutas previstas nesse dispositivo é exem-
plificativo e com tipicidade aberta. J
á o artigo 10 trata dos atos de improbidade que causam lesão ao erário. O rol de condutas
previstas nesse dispositivo é exemplificativo e com tipicidade aberta.
O artigo 11 da Lei n. 8.429/1992 trata dos atos de improbidade que atentam contra os princípios
da administração pública e, de acordo com esse dispositivo, só há ato de improbidade quando
praticada uma das condutas ali descritas, de modo que o rol de condutas do artigo 11 é taxativo
e com tipicidade fechada.
Vemos, então, que a tipicidade dos atos de improbidade é aberta com relação aos atos que
importam em enriquecimento ilícito e causam lesão ao erário e fechada com relação aos atos
que atentam contra os princípios da administração pública. Já o elemento subjetivo nos atos
de improbidade é o dolo combinado com um especial fim de agir de alcançar resultado ilícito.
Dessa forma, a resposta da questão é a alternativa D.
Letra d.

020. (2022/QUADRIX/COREN-AP/QUADRIX - 2022 - COREN-AP - ANALISTA ADMINISTRA-


TIVO/ADVOGADO/ANALISTA ADMINISTRATIVO - ENFERMEIRO FISCAL) De acordo com
a Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao
Ministério Público competente, para as providências necessárias.

A afirmativa da questão reproduz o disposto no artigo 7º da Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbi-


dade Administrativa) que dispõe o seguinte:”Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade,
a autoridade que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as
providências necessárias”.
Certo.

021. (2022/QUADRIX/COREN-AP/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTADOR) De acordo


com a Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
A ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência
não pacificada, configura ato de improbidade administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei. Neste sentido, vale transcrição do que
prevê o §8º do art. 1 da lei federal n.. 8.429/1992.Art. 1º O sistema de responsabilização por
atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exer-
cício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social,
nos termos desta Lei. (...)§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de
divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo
que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos
tribunais do Poder Judiciário.
Assim, pela leitura do dispositivo acima, nota-se que a afirmação está incorreta, pois não se
considera improbidade administrativa a ação ou omissão quando se tem divergência interpre-
tativa baseada em jurisprudência não pacificada.
Errado.

022. (2022/COREN-AP/QUADRIX/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTADOR) De acordo


com a Lei n. 8.429/1992, julgue o item.
Ainda que comprovado ato doloso com fim ilícito, o mero desempenho de competências públi-
cas não enseja responsabilidade por ato de improbidade administrativa.

O conhecimento aqui exigido é sobre a literalidade da lei, neste sentido, vale transcrição do que
prevê o art. 1º da lei federal n.. 8.429/1992: Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de
suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos
desta Lei. (...)§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem
comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade
administrativa.
Assim, pela leitura do dispositivo acima, nota-se que a afirmação está incorreta.
Errado.

023. (2022/PREFEITURA DE PIRES DO RIO – GO/CESPE/PROCURADOR JURÍDICO DO


MUNICÍPIO) Considerando as disposições da Lei n. 8.429/1992, que trata dos atos de impro-
bidade administrativa, julgue o item a seguir.
Os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador são inaplicáveis ao sistema
da improbidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A Lei n. 14.230/2021 alterou a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992), incluindo


nesse diploma o §4º do artigo 1º que determina o seguinte: “Art. 1º (...)§4º Aplicam-se ao siste-
ma da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito administrativo
sancionador”.
Vemos, então, que, por força de expressa disposição legal, os princípios constitucionais do
direito administrativo sancionador são aplicáveis ao sistema de improbidade, de modo que é
incorreta a afirmativa da questão.
Errado.

024. (2022/IBFC/2022/DETRAN-AM/ANALISTA JURÍDICO) No que se refere às disposições


da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) e suas recentes alterações, assinale
a alternativa correta.
Alternativas
a) A ação de improbidade administrativa é preventiva, destinada à aplicação de sanções de
caráter patrimonial
b) A ação de improbidade administrativa é uma ação civil
c) É possível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa para o controle de legalidade
de políticas públicas
d) É vedado o ajuizamento de ação de improbidade administrativa para a proteção do patrimô-
nio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das assertivas:
a) Errada. A ação de improbidade administrativa é uma ação repressiva e de caráter sanciona-
tório, nos termos do artigo 17-D, da Lei n. 8.429/1992. A ação não tem o condão de reprimir ato
ilícito, mas sim de sancionar atos ímprobos já praticados. Além disso, nem todas as sanções
aplicáveis tem caráter patrimonial. Na forma do artigo 12 da Lei n. 8.429/1992, podem ser apli-
cadas aos agentes que praticarem atos de improbidade sanções patrimoniais como a sanção
de multa e ressarcimento ao erário, mas também sanções administrativas como a suspensão
dos direitos políticos, perda da função pública e proibição de contratar e receber benefícios do
poder público.
b) Errada. O tema da natureza da ação de improbidade administrativa é bastante controverso.
Por não se tratar de uma ação penal, alguns entendem que se trata de uma ação civil, mas, pelo
texto literal da lei, podemos entender que é uma ação de direito administrativo sancionador.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

c) Errada. Nos termos do artigo 17-D, caput e parágrafo único da Lei n. 8.429/1992, é vedado
o uso da ação de improbidade visando o controle da legalidade de políticas públicas. A ação
adequada para o controle de legalidade políticas públicas é a ação popular que é regida pela
Lei n. 7374/1985.
d) Certa. Para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos, coletivos e individuais homogêneos é a ação popular, sendo vedado o uso da ação de
improbidade administrativa com essas finalidades, na forma do artigo 17-D da Lei n. 8.429/1992.
Letra d.

025. (2022/QUADRIX/2022/CRMV-MS – CONTADOR) Com base na Lei n. 8.429/1992 e nas


alterações nela promovidas pela Lei n. 14.230/2021, julgue o item a respeito da indisponibi-
lidade de bens.
A indisponibilidade de bens em improbidade pode ser requerida, incidentalmente ou em caráter
antecedente, antes mesmo do aviamento da ação em si.

O tema é regulado no artigo 16 da Lei n. 8.429/1992: “Art. 16. Na ação por improbidade adminis-
trativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de
bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial
resultante de enriquecimento ilícito.
Logo, verificamos que o pedido de indisponibilidade pode ser formulado em caráter antecedente
ou incidente, isto é, antes da proposição de ação judicial por ato de improbidade ou, incidente-
mente, após a proposição da ação.
Certo.

026. (CESPE/CEBRASPE/2022/TCE-SC/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO –


ADMINISTRAÇÃO) Considerando o disposto no Código de Ética dos Servidores do Tribunal
de Contas do Estado de Santa Catarina e nas Leis n. 8.429/1992 e n. 12.846/2013, julgue o
item a seguir.
A Lei n. 8.429/1992 enquadra a negligência na conservação do patrimônio público como ato
de improbidade administrativa, quando se caracterizar conduta culposa.

A negligência na conservação do patrimônio público não é conduta tipificada como ato de


improbidade nos artigos 9º, 10 ou 11 da Lei n. 8.492/1992. Além disso, nenhuma conduta
culposa configura ato de improbidade administrativa, nos termos do artigo 1º, §1º, da Lei de
Improbidade. Sendo assim, é incorreta a afirmativa da questão
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

027. (2022/MPE-RJ/MPE-RJ/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - CONCURSO XXXVI)


O Prefeito da cidade X estava sendo investigado pelo Ministério Público por supostamente
ter permitido a aquisição de imóvel pelo Município na data de 01.01.2022, mediante compra,
por valores superiores ao preço de mercado. O membro do Ministério Público, antes da pro-
positura da ação judicial, propôs ao Prefeito a celebração de um acordo de não persecução
cível. Sobre o caso hipotético, pode-se corretamente afirmar que
Alternativas
a) somente poderia ser celebrado o acordo de não persecução cível após o ajuizamento da ação
de improbidade, porém antes do início da execução da sentença condenatória.
b) o valor do dano a ser ressarcido no acordo de não persecução cível deverá ser apurado por
estimativa feita pelo Ministério Público, sendo facultativa a oitiva do Tribunal de Contas.
c) o acordo de não persecução cível não depende de homologação judicial.
d) o acordo proposto pelo Ministério Público deverá resultar em ressarcimento de, no mínimo,
80% do dano causado ao erário.
e) se descumprido o acordo de não persecução cível, o prefeito ficará impedido de celebrar
novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados do conhecimento pelo Ministério Público
do efetivo descumprimento.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das assertivas:
a) Errada. De acordo com o artigo 17-B, §4º, da Lei n. 8.429/1992, o acordo poderá ser cele-
brado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no
momento da execução da sentença condenatória.
b) Errada. A oitiva do Tribunal de Contas para apuração do valor do dano é obrigatória na forma
do §3º do artigo 17-B da Lei n. 8.429/1992 que dispõe o seguinte: “para fins de apuração do
valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente,
que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) dias”.
c) Errada. Na forma do artigo 17-B, §1º, III, da Lei n. 8.429/1992, o acordo de não repercussão
cível depende de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois
do ajuizamento da ação de improbidade administrativa.
d) Errada. Na forma do artigo 17-B, I, da Lei n. 8.429/1992, do acordo deve resultar o ressarci-
mento integral do dano.
e) Certa O §7º do artigo 17-B da Lei n. 8.429/1992 determina que “em caso de descumprimento
do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério
Público do efetivo descumprimento”.
Letra e.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

028. (2022/FGV/SSP-AM/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) Os policiais militares Antônio e


João, do Estado Beta, no exercício da função e de forma dolosa, receberam vantagem eco-
nômica direta, consistente em propina no valor de trinta mil reais, para tolerar a prática de
narcotráfico por determinada organização criminosa.
No caso em tela, de acordo com a Lei n. 8.429/92 (com alterações da Lei n. 14.230/21), An-
tônio e João
Alternativas
a) não praticaram ato de improbidade administrativa, pois não houve efetivo prejuízo ao erário
estadual, mas respondem nas esferas disciplinar e criminal.
b) não praticaram ato de improbidade administrativa, até que sobrevenha decisão judicial tran-
sitada em julgado em processo criminal reconhecendo a prática do delito.
c) praticaram ato de improbidade administrativa que viola princípios da administração pública
e estão sujeitos, entre outras, à sanção de cassação dos direitos políticos.
d) praticaram ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito e estão
sujeitos, entre outras, à sanção de suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos.
e) praticaram ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e estão sujeitos,
entre outras, à sanção de pagamento de multa civil de até o dobro do valor da remuneração
percebida pelos agentes.

A questão trata de situação hipotética em que policiais receberam vantagem ilícita para tolerar a
prática de narcotráfico. A conduta dos policiais configura ato de improbidade administrativa que
importa em enriquecimento ilícito, previsto no artigo 9º, V, da Lei de Improbidade Administrativa
(Lei n. 8.429/1992) que determina o seguinte:Art. 9º Constitui ato de improbidade administra-
tiva importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função,
de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:(...)
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a explo-
ração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou
de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem.As sanções aplicáveis
aos que praticam o ato de improbidade previsto no artigo 9º, V, da Lei n. 8.429/1992, estão
previstas no artigo 12, I, da mesma lei que determina o seguinte:Art. 12. Independentemente
do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de
responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Assim, na situação hipotética da questão, os policiais praticaram ato de improbidade adminis-


trativa que importa enriquecimento ilícito e estão sujeitos, entre outras, à sanção de suspensão
dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, de modo que a resposta da questão é a alternativa D.
Letra d.

029. (2022/FGV/MPE-BA/ESTAGIÁRIO DE DIREITO - EDITAL N. 01) O Ministério Público


do Estado da Bahia ajuizou em face de João, ex-prefeito do Município Alfa, ação civil pública
de improbidade administrativa, imputando-lhe a prática de ato ilícito que causou prejuízo ao
erário, na medida em que frustrou a licitude de processo licitatório para beneficiar determinada
sociedade empresária, acarretando perda patrimonial efetiva ao Município. No caso em tela,
no bojo da citada ação civil pública por ato de improbidade administrativa, além do ressarci-
mento ao erário, João está sujeito a algumas sanções como, por exemplo:
a) pena privativa de liberdade de reclusão, suspensão dos direitos políticos por determinado
prazo e indisponibilidade de bens;
b) cassação dos direitos políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por prazo determinado e prisão;
c) pena privativa de liberdade de detenção, multa penal e proibição de contratar com o poder
público por prazo determinado;
d) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por determinado prazo e pagamento
de multa civil;
e) indisponibilidade de bens, perda da função pública e proibição para sempre de contratar com
o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

As sanções aplicáveis aos atos de improbidade que causam lesão ao erário estão previstas no
artigo 12, II, da Lei de Improbidade Administrativa que dispõe o seguinte:
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das
sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: II - na
hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até
12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar
com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo não superior a 12 (doze) anos.
Vejamos as alternativas da questão:
a) Errada. Atos de improbidade não são punidos com pena privativa de liberdade de reclusão.
b) Errada. Atos de improbidade não são punidos com pena de cassação de direitos políticos a
penas aplicável é a suspensão dos direitos políticos por período não superior a 12 anos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

c) Errada. Atos de improbidade não são punidos com pena privativa de liberdade de detenção.
d) Certa. A perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por determinado prazo e
pagamento de multa civil são penas aplicáveis àqueles que pratiquem ato de improbidade que
cause lesão ao erário, na forma do artigo 12, II, da Lei n. 8.429/1992
e) Errada. A sanção de proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios não é eterna, não se aplica para sempre, ela pode ter duração
de, no máximo, 12 anos.
Letra d.

030. (2022/FGV/2022/PC-AM/DELEGADO DE POLÍCIA - EDITAL N. 01) Em janeiro de 2022,


o policial civil João, do Estado Alfa, de forma dolosa, a fim de obter proveito ou benefício
indevido para outra pessoa, revelou fato de que tinha ciência em razão das suas atribuições
e que devia permanecer em segredo, propiciando beneficiamento a terceiro por informação
privilegiada.
Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa (com as alterações introduzidas pela Lei
n. 14.230/21), João praticou ato de improbidade administrativa que atentou contra os princípios
da Administração Pública (Art. 11 da Lei n. 8.429/92) e, no bojo de ação civil pública por ato de
improbidade administrativa, o policial
a) não está sujeito a perda da função pública, por ausência de previsão legal.
b) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o agente
público e o poder público no momento do trânsito em julgado da sentença.
c) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o agente
público e o poder público no momento em que for prolatada a sentença.
d) está sujeito a perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e
natureza que o agente público detinha com o poder público na época do cometimento da infração.
e) está sujeito à perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e
natureza que o agente público detinha com o poder público na época do cometimento da infração,
podendo o magistrado, em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.

O ato de improbidade praticado pelo policial na situação hipotética da questão está previsto
no artigo 11, III, da Lei n. 8.429/1992 que, com redação dada pela Lei n. 14.230/2021, dispõe
o seguinte:Art. 11 Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:(...)III - revelar
fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a se-
gurança da sociedade e do Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

As sanções aplicáveis em caso de prática de ato de improbidade que atente contra os princípios
da administração pública estão previstas no artigo 12, III, da Lei n. 8.429/1992 que também
teve sua redação alterada pela Lei n. 14.230/2021 e que, atualmente, dispõe o seguinte:art. 12.
Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:(...)II - na hipótese
do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da re-
muneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos.
Na sua atual redação, o artigo 12, III, não prevê como aplicável àqueles que praticarem atos de
improbidade que atentam contra os princípios da administração pública a pena de perda da
função pública. Logo, essa pena não pode ser imposta ao policial João por falta de previsão
legal, de modo que a resposta da questão é a alternativa A.
Letra a.

031. (FAURGS/2022/SES-RS/ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS - EDITAL N. 15)


Considere as afirmações abaixo, segundo a Lei Federal n. 8.429, de 02 de junho de 1992, que
dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa.
I – Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II – Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
III – A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trân-
sito em julgado da sentença condenatória.
IV – A autoridade administrativa determinará o imediato afastamento do agente público do
exercício do cargo, com suspensão da remuneração, em qualquer caso, a partir do ajuizamento
da representação.
Quais estão corretas?
Alternativas
a) Apenas II e IV.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas I, III e IV.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das assertivas:
I – Certa. A afirmativa reproduz o disposto no artigo 14 da Lei n. 8.429/1992 que determina
que “qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade”.
II – Certa. A Lei n. 8.429/1992 contém a previsão de um tipo penal em seu artigo 19 que deter-
mina o seguinte:Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
III – Certa. A afirmativa reproduz o disposto no artigo 20 da Lei n. 8.429/1992 que estabelece
que a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
IV – Errada. A partir do ajuizamento da representação a autoridade judicial – e não autoridade
administrativa – pode determinar – não sendo obrigatória essa determinação – o afastamento
do agente público do cargo, mas sem suspensão da remuneração. O afastamento deve se dar
sem prejuízo da remuneração. É isso que determina o §1º do artigo 20 da Lei n. 8.429/1992
que determina o seguinte:
Art. 20. (...)§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente
público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a
medida for necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
Assim, são corretas as afirmativas I, II e III, de modo que a resposta da questão é a alternativa B.
Letra b.

032. (CESPE/CEBRASPE/2022/PGE-RO/PROCURADOR DO ESTADO) Um promotor de justiça,


depois de ter recebido uma série de dados obtidos da prefeitura de certa cidade, constatou
que o prefeito havia deixado de prestar contas relativas a convênio federal em situação em
que este era expressamente obrigado a fazê-lo. Por meio do exame dos documentos, consta-
tou que a citada autoridade dispunha de condições técnicas e operacionais para a prestação
das contas e tinha plena ciência do dever de fazê-lo. Embora os documentos não indicassem
que a ausência da prestação de contas tinha o objetivo de ocultar irregularidade, era possível
identificar que o prefeito indevidamente havia deixado de praticar ato de ofício, com desres-
peito intencional aos prazos legais e ao princípio da legalidade.
Com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992, é correto afirmar que, nessa situação hipoté-
tica, a conduta do prefeito
a) configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

b) configura ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.


c) configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administra-
ção pública.
d) não configura nenhuma das hipóteses de ato de improbidade administrativa previstas na lei
em questão.
e) configura ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e, concomitantemen-
te, ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

No caso do enunciado, claramente, o prefeito desrespeitou a lei de modo intencional e deixou


de prestar contas, no entanto, a questão frisa que não era para ocultar irregularidade. Não houve
também dano ao erário e nem mesmo proveito próprio, logo, se houver improbidade somente
poderia ser por atentar contra os princípios da Administração Pública. Vamos então transcrever o
art. 11 da LIA:Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: I – REVOGADO;
II – REVOGADO;III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições
e que deva permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada
ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado; IV - negar publicidade aos atos
oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Esta-
do ou de outras hipóteses instituídas em lei; V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter
concorrencial de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas
à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; VI - deixar de prestar contas
quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a
ocultar irregularidades; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço
de mercadoria, bem ou serviço.VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e
aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
IX – REVOGADO;X – REVOGADO;XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exer-
cício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas;XII - praticar, no âmbito
da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto
no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento do
agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas
dos órgãos públicos. § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 80 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

promulgada pelo Decreto n. 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade ad-
ministrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do agente
público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa
tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade
administrativa instituídos por lei.§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício
da função pública, com a indicação das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. §
4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico
tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. § 5º Não se configurará
improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de mandatos
eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente.
Diante do exposto, percebe-se que não há fato listado como improbidade que a conduta do
enunciado se enquadre, pois na antiga redação do inciso VI estava a previsão apenas de “deixar
de prestar contas quando esteja obrigado a faze-lo”, no entanto, com a nova redação, apenas
configura improbidade se a ausência da prestação de contas for para ocultar irregularidade. O
que a questão deixa claro no enunciado que não é.
Vamos então à identificação da alternativa correta:
d) Certa. importante aqui esclarecer ainda que não cabe interpretação extensiva das normas
da LIA que preveem os infrações. Logo, apenas se enquadra nas hipóteses de improbidade as
condutas taxativas previstas na lei.
Letra d.

033. (2022/CESPE/CEBRASPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Considerando a hipótese de


que, no seu exercício profissional, determinado servidor público tenha utilizado, para fins de
interesse particular, os serviços de servidor subordinado a ele, julgue o item seguinte.
A atuação do superior hierárquico, nesse caso, constitui ato de improbidade administrativa que
importa lesão ao erário.

Na situação hipotética da consulta, agente público superior hierárquico utilizou para fins de
interesse particular o trabalho de servidor público a ele subordinado. A conduta do agente pú-
blico nessa situação hipotética configura ato de improbidade administrativa que importa em
enriquecimento ilícito, previsto no artigo 9º, IV, da Lei n. 8.429/1992 que dispõe o seguinte:Art.
9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir,
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 81 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

no art. 1º desta Lei, e notadamente:(...)IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem
móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas
entidades.
Vemos, então, que é incorreta a afirmativa da questão, já que a atuação do superior hierárquico
pode, em tese, configurar ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito
e não ato de improbidade que causa lesão ao erário.
Errado.

034. (FEPESE/2022/PREFEITURA DE GUATAMBÚ – SC/CONTROLADOR INTERNO - EDITAL


N. 001) De acordo com a Lei n. 8.429/92, constitui ato de improbidade administrativa que
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovada-
mente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas na lei, e notadamente:
1. Ordenar ou autorizar a liquidação de despesas com restos a pagar em exercício diverso ao
que ocorreu o empenho.
2. Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
3. Realizar ou permitir operação de crédito por antecipação de receita a partir do décimo dia
no primeiro ano de mandato.
4. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 2 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das assertivas:
1. Errada. As despesas não liquidadas no exercício em que foi determinado ao empenho serão
computadas como restos a pagar (Lei n. 4320/64, Art. 36). Ordenar ou autorizar a liquidação
de despesas com restos a pagar em exercício diverso ao que ocorreu o empenho não é ato de
improbidade que causa lesão ao erário.
2. Certa. De acordo com o artigo 10, IX, da Lei n. 8.429/1992, ordenar ou permitir a realização de
despesas não autorizadas em lei ou regulamento é ato de improbidade que causa lesão ao erário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 82 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

3. Errada. É permitida a operação de crédito por antecipação de receita após o décimo dia do
início do exercício e até o dia 10 de dezembro de cada ano. A realização de operação de crédito
por antecipação de receita não configura ato de improbidade administrative (LC101/2000, Art. 38).
4. Certa. De acordo com o artigo 10, V, da Lei n. 8.429/1992, permitir ou facilitar a aquisição,
permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado, é ato de improbidade
administrativa que causa lesão ao erário.
Assim, são corretas as afirmativas 2 e 4, de modo que a resposta da questão é a alternativa B.
Letra b.

035. (FUNDATEC/2022/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE – RS/MÉDICO ESPECIALISTA -


ANESTESIOLOGISTA - EDITAL N. 75) Landra, cidadã do Município de ZZT, soube por meio de
um conhecido que o determinado servidor do Município auxiliaria uma pessoa a ingressar no
serviço público por meio de concurso, passando-lhe informações privilegiadas que lhe dariam
vantagens sobre os outros candidatos. Quando soube disso, Landra decidiu agir, pois não
aceitava que isso acontecesse, até mesmo porque outras pessoas, como sua filha, estavam
estudando com afinco para participar do concurso público e conseguir uma oportunidade.
Assim, Landra dirigiu-se até a autoridade administrativa competente para representar, a fim
de que fosse instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Por
não ser alfabetizada, a representação fora reduzida a termo por servidor do setor e assinada
conforme as possibilidades de Landra, documento no qual foram apresentadas a qualificação
da representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento. Durante o procedimento administrativo, o advogado do servidor acusa-
do requereu a rejeição da representação, pelo fato de compreender que o ato de Landra não
cumpria os requisitos da Lei de Improbidade Administrativa.
Considerando a narrativa acima, tendo por referência a íntegra da Lei Federal n. 8.429/1992,
analise as alternativas abaixo e assinale a que melhor se adequar à situação narrada.
a) A alegação do advogado é pertinente, a partir do momento em que a representação está con-
dicionada à presença de advogado, tendo em vista a especialidade técnica necessária ao ato.
b) Não possui fundamento a alegação do advogado, pois a lei deixa claro que a representação
poderá ser reduzida a termo, apesar de abordar a modalidade escrita, desde que assinada,
contendo outros requisitos legais, como demonstrado.
c) O alegado pelo advogado procede, não por problemas com a atitude de Landra, mas sim pela
legitimidade da propositura e assistência jurídica, que deveria ser feita pelo Ministério Público
pertinente, tendo em vista a lesão ser oriunda de relação jurídica de direito público.
d) A argumentação do causídico só possuirá lastro jurídico se o mesmo contestar não a legi-
timidade da representação de Landra, mas sim as vantagens que podem ser auferidas pela
representante com esse ato, já que sua filha prestará também o concurso público.
e) O levantado pelo advogado não encontrará respaldo, pois ele deveria contestar a competência
da autoridade administrativa em realizar tal ato que, de acordo com Lei de Improbidade Admi-
nistrativa, deveria ter sido levado diretamente ao conhecimento do Poder Judiciário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 83 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A questão trata da representação por ato de improbidade administrativa. O tema é regulado


pelo artigo 14 da Lei n. 8.429/1992 que determina o seguinte:Art. 14. Qualquer pessoa poderá
representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática de ato de improbidade.§ 1º A representação, que será escrita ou
reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre
o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.§ 2º A autoridade
administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao
Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
Na situação hipotética da questão, a representação foi reduzida a termo e assinada, bem como
contém a qualificação da representante, as informações do fato e sua autoria, bem como a
indicação de provas. A representação, portanto, atendeu às exigências do §1º do artigo 14
da Lei n. 8.429/1992, de modo que a alegação do advogado é infundada. Logo, a resposta da
questão é a alternativa B.
Letra b.

036. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) De acordo


com a Lei de Improbidade Administrativa, na hipótese da prática de ato de improbidade admi-
nistrativa que atente contra os princípios da administração pública, com lesividade relevante,
caracterizado pela conduta dolosa de agente público deixar de prestar contas quando obrigado
a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades,
o agente público estará sujeito
a) às sanções de perda da função pública, perda de bens ou valores obtidos ilicitamente, sus-
pensão de direitos políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, e multa.
b) exclusivamente à sanção de multa.
c) apenas às sanções de perda de bens ou valores obtidos ilicitamente, suspensão de direitos
políticos, proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, e multa.
d) apenas às sanções de suspensão de direitos políticos, proibição de contratar com o poder
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, e multa.
e) apenas às sanções de multa e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 84 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A questão trata dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da
Administração Pública. Esses atos estão tipificados no artigo 11 da Lei n. 8.429/1992 consis-
tem em a ações ou omissões dolosas que violem os deveres de honestidade, de imparcialidade
e de legalidade. Deixar de prestar contas quando se está obrigado a fazê-lo configura ato de
improbidade previsto no artigo 11, VI, da Lei n. 8.429/1992.
As sanções aplicáveis aos atos de improbidade que atentam contra os princípios administrativos
estão previstas no artigo 12, III, da Lei de Improbidade Administrativa que determina o seguin-
te:Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das
sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:(...)III - na
hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos.
Vemos, então, que as sanções aplicáveis aos atos de improbidade que atentam contra os prin-
cípio da administração são apenas as sanções de multa, de proibição de contratar com o poder
público e de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, de modo que a resposta da
questão é a alternativa E.
Letra e.

037. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Julgue


os itens a seguir, referentes à improbidade administrativa, aos direitos das pessoas com de-
ficiência e à atuação do Ministério Público junto aos povos e às comunidades tradicionais.
I – De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992), a condenação de
agentes públicos por ato de improbidade administrativa depende da efetiva comprovação de
dolo ou culpa em conduta expressamente prevista na norma.
II – Conforme a jurisprudência do STJ, o indivíduo com visão monocular possui direito de se
inscrever em concurso público e concorrer dentro do número de vagas reservadas a pessoas
com deficiência física.
III – Conforme previsto na Resolução CNMP n. 230/2021, uma vez autorizada a intervenção de
órgão do Ministério Público em processo judicial que trata de tutela de povos e comunidades
tradicionais, caberá ao referido órgão ministerial a representação judicial exclusiva dos referi-
dos grupos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 85 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Assinale a opção correta.


a) Nenhum item está certo.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei e intervenção do MP. Para melhor com-
preensão passaremos a análise de cada uma das assertivas:
I – Errada. De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, a condenação de agentes públicos
por ato de improbidade depende da comprovação de dolo, atos culposos não configuram ato
de improbidade administrativa. Nesse sentido, os §§1º a 3º do artigo 1º da Lei n. 8.429/1992
que determinam o seguinte:Art. 1º (...)§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa
as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em
leis especiais.§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito
tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. § 3º O mero
exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso
com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
II – Certa. A Súmula n. 377 do STJ determina que “o portador de visão monocular tem direito
de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes”.
III – Errada. A Resolução n. 230/2021 do CNMP determina em seu artigo 8º o seguinte:
Art. 8º A intervenção obrigatória do Ministério Público em processos judiciais que tratam dos
interesses dos povos e comunidades tradicionais não conduz à exclusividade na representação
judicial dos grupos, devendo o órgão ministerial zelar para que eles sejam citados e intimados
de todos os processos que os afetem, a fim de que possam apresentar suas manifestações de
forma autônoma, sob pena de nulidade.
Vemos, então, que a intervenção de órgão do Ministério Público em processo judicial que trata
de tutela de povos e comunidades tradicionais não significa que caberá ao referido órgão mi-
nisterial a representação judicial exclusiva dos referidos grupos. Pelo contrário, deve ser dada
a esses grupos a possibilidade de manifestação autônoma nesses processos judiciais.
Vemos, então, que apenas o item II é correto, logo, a resposta da questão é a alternativa C.
Letra c.

038. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO - PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A respeito


de improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) A configuração de ato de improbidade contrário a princípio da administração pública inde-
pende de prova de dano ao erário ou enriquecimento ilícito do agente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 86 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

b) A exigência de que os agentes públicos apresentem declaração anual de bens ao órgão ou ao


ente a que estejam ligados pode ser mitigada em caso de recusa de consciência, devidamente
fundamentada.
c) A ação por improbidade administrativa tem natureza criminal.
d) No atual regime legal da improbidade administrativa, são puníveis atos praticados com culpa
grave, devidamente provados e que tenham causado dano ao erário.
e) No caso de condenação à perda da função pública, a eficácia da decisão judicial deve alcançar
qualquer vínculo atual do réu com o serviço público, ainda que diverso do existente quando do
cometimento da improbidade.

A questão exige o conhecimento da letra seca da lei. Para melhor compreensão passaremos a
análise de cada uma das assertivas:
a) Certa. Os atos de improbidade administrativa são classificados pela doutrina, com fundamento
na Lei n. 8.429/1992, nas seguintes categorias:a) atos que importam enriquecimento ilícito que
consistem em auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas
entidades protegidas pela Lei de Improbidade Administrativa e que estão previstos no artigo 9º
da Lei n. 8.429/1992;b) atos que causam dano ou lesão ao erário que estão previstos no artigo
10 da Lei de Improbidade Administrativa e que consistem em qualquer ação ou omissão dolosa,
que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres ao patrimônio público ou das entidades protegidas pela
Lei n. 8.429/1992; c) atos que atentam contra os princípios da administração pública que estão
previstos no artigo 11 da Lei n. 8.429/1992 e que consistem em a ação ou omissão dolosa que
viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade.
Para que os atos de improbidade que atentam contra os princípios administrativos previstos
no artigo 11 da Lei de Improbidade Administrativa se configurem é desnecessária a ocorrência
de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito do agente público.
b) Errada. A Lei de Improbidade Administrativa regulamenta a apresentação de declaração de
renda e bens pelos servidores públicos em seu artigo 13 que dispõe o seguinte: Art. 13. A posse
e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto
de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial
da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. § 2º A
declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data
em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. §
3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente
público que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo
dentro do prazo determinado ou que prestar declaração falsa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 87 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Vemos, então, que os servidores públicos devem apresentar declaração de imposto de renda e
bens como condição para posse e exercício de cargo, emprego ou função pública. Além disso,
a declaração deve ser atualizada anualmente e também no momento em que o agente deixar
o exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública.Não há na lei nenhuma previsão no
sentido de que o agente público possa recursar-se a apresentar a declaração por objeção de cons-
ciência devidamente fundamentada. Pelo contrário, de acordo com o § 3º do artigo 13 da Lei n.
8.429/1992, o agente que recusar-se a prestar declaração será punido com a pena de demissão.
c) Errada. Apesar de o tema gerar alguma controvérsia, a ação por ato de improbidade administrativa
não tem, para a maioria da doutrina, natureza criminal.Tanto é assim que o artigo 37, §4º, da Consti-
tuição Federal determina que a aplicação ao agente de sanções por ato de improbidade não impede
que este também seja processado e punido em ação penal. Vejamos o dispositivo constitucional:
Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos polí-
ticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e na gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Para alguns autores, a ação de improbidade administrativa tem natureza civil e, para outros, natu-
reza suis generis ou de direito administrativo sancionador. Destaque-se que a Lei n. 14.230/2021
que alterou a lei de improbidade administrativa, inclui no diploma o § 4º do artigo 1º que dispõe
expressamente que se aplicam ao sistema da improbidade os princípios constitucionais do
direito administrativo sancionador.
d) Errada. No atual regime legal da improbidade administrativa, instituído pelas mudanças trazidas
pela Lei n. 14.230/2021, que alterou a Lei n. 8.429/1992, apenas atos dolosos configuram atos
de improbidade administrativa, de modo que, nesse regime legal, atos culposos, mesmo em caso
de culpa grave, não configuram ato de improbidade administrativa. Nesse sentido, determinam
os §§1º a 3º do artigo 1º da Lei n. 8.429/1992 com redação dada pela Lei n. 14.230/2021 o
seguinte:Art. 1º (...)§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolo-
sas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.§
2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.§ 3º O mero exercício da
função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim
ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
e) Errada. De acordo com o artigo §1º do artigo 12 da Lei n. 8.429/1992, que foi acrescentado
à lei pela Lei n. 14.230/2021, a sanção de perda da função pública se estende, em princípio, ao
vínculo que o agente detinha à época da infração, podendo, excepcionalmente, o magistrado,
no caso concreto, estender essa sanção a outros vínculos. Vale conferir o referido dispositivo
legal:Art. 12 (...)§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do
caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente públi-
co ou político detinha com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o
magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la
aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 88 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

039. (QUADRIX/2022/CRF-GOADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.

A afirmativa reproduz o texto do artigo 20 da Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Adminis-


trativa) que dispõe o seguinte:Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória
Vemos, então, que é correta a afirmativa da questão.
Certo.

040. (QUADRIX/2022/CRF-GO – ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de im-
probidade, independentemente de comprovação da má-fé do denunciante.

A questão trata da condenação em honorários sucumbências em ação de improbidade admi-


nistrativa.No momento de proposição de ações de improbidade administrativa não há adian-
tamento de custas, honorários periciais ou outras despesas.Caso a ação seja julgada proce-
dente, custas e despesas processuais serão pagas ao final pelo condenado na ação por ato de
improbidade.Caso a ação seja julgada improcedente, poderá haver condenação em honorários
sucumbenciais, mas essa condenação só ocorrerá nos casos em que o autor tiver agido com
comprovada má-fé.O tema é regulado pelo artigo 23-B da Lei n. 8.429/1992, que determina o
seguinte:Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de
custas, de preparo, de emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.§
1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas
ao final.§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da
ação de improbidade se comprovada má-fé.
Vemos, então, que só haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improce-
dência da ação de improbidade se ficar comprovada da má-fé do denunciante. É, desse modo,
incorreta a afirmativa da questão.
Errado.

041. (QUADRIX/2022/CRF-GO – ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que
atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 89 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) foi alterada pela Lei n. 14.230/2021 que
promoveu várias mudanças no sistema legal de improbidade administrativa. Uma das mudanças
promovidas pela lei de 2021 foi a inclusão na Lei n. 8.429/1992 do artigo 23-A que dispõe o
seguinte:Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públi-
cos e políticos que atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
Verificamos, então, que é correta a afirmativa da questão, dado que reproduz o artigo 23-A da
Lei n. 8.429/1992.
Certo.

042. (QUADRIX/2022/CRF-GO – ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Constitui crime a representação, por ato de improbidade, contra agente público quando o autor
da denúncia o sabe inocente.

A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) contém um tipo penal, dispondo, em


seu artigo 19, o seguinte:Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade con-
tra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.Pena:
detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado.
Vemos, então, que é correta a alternativa da questão, dado que reproduz o disposto no artigo
19 da Lei de Improbidade Administrativa.
Certo.

043. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


As sanções aplicadas a pessoas jurídicas não estão adstritas ao princípio constitucional do
non bis in idem.

Pessoas jurídicas podem ser sancionadas com fundamento na Lei de Improbidade Administra-
tiva (Lei n. 8.429/1992). Ocorre que a Lei n. 12.846/2013 também trata da responsabilização
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
nacional ou estrangeira.
Sendo assim, o artigo 12, §7º, da Lei n. 8.429/1992 prevê expressamente que, em caso de san-
ções aplicadas a pessoas jurídicas com base na Lei de Improbidade Administrativa e na Lei n.
12.846/2013, deve ser observado o princípio do non bis idem que é o princípio que determina

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 90 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

que ninguém pode ser punido duas vezes pelos mesmos fatos.Vale conferir o § 7º do artigo 12
da Lei n. 8.429/1992:Art. 12 (...)§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta
Lei e na Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar o princípio constitucional do
non bis in idem.
Sendo assim, nos termos da Lei n. 8.429/1992, por força de disposição legal expressa, as san-
ções aplicadas às pessoas jurídicas devem respeitar o princípio constitucional do non bis in
idem, de modo que é incorreta a afirmativa da questão.
Errado.

044. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Permitir ou facilitar a aquisição, a permuta ou a locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

Era necessário o conhecimento da lei seca: “Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova-
damente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:(...)V - permitir ou facilitar
a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;”
Certo.

045. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


O herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que enriquecer ilicitamente deverá repará-lo
integralmente.

Era necessário o conhecimento do art.8 da LIA: “Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que
causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de
repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido.”
Ora, se a lei de regência da matéria estabelece que, no caso dos herdeiros, a obrigação res-
tringe-se ao limite do valor da herança ou do patrimônio transferido, está errado sustentar que
haveria obrigação de reparação integral, tal como foi aduzido pela Banca. A herança poderá não
ser suficiente para a reparação.
Errado.

046. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Apenas os agentes políticos integrantes dos Poderes Executivo e Legislativo sujeitam-se às
sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 91 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

Com efeito, do exame do art. 2º, caput, verifica-se que o conceito de agente público abrange os
agentes políticos, indistintamente, vale dizer, sem pretender restringi-los apenas aos Poderes
Executivo e Legislativo.A este respeito, confira-se:”Art. 2º Para os efeitos desta Lei, conside-
ram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades referidas no art. 1º desta Lei.”
Por seu turno, o art. 1º, §5º, evidencia a aplicabilidade da lei aos três Poderes da República, e
não apenas ao Executivo e ao Legislativo, tal como sugere a assertiva ora analisada, incorreta-
mente. No ponto, eis o seu teor:”Art. 1º (...)§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na
organização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público
e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e
indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.”
Assim sendo, está errado aduzir que somente os agentes políticos integrantes do Executivo e
do Legislativo seriam abarcados pela Lei de Improbidade Administrativa, o mesmo podendo ser
dito quanto às autoridades do Poder Judiciário que vierem, porventura, a incidir nas condutas
vedadas por tal diploma legal.
Errado.

047. (2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


Não configura improbidade administrativa a ação ou a omissão decorrente de divergência in-
terpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha
a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do
Poder Judiciário.

Trata-se de questão cuja resolução demanda a aplicação do disposto no art. 1º, §8º, da Lei n.
8.429/92, com as alterações promovidas pela Lei n. 14.230/2021, que assim estabelece:”Art.
1º (...)§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpre-
tativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser
posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder
Judiciário.”
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 92 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

048. (QUADRIX/2022/CRF-GO/ADVOGADO) Acerca da Lei n. 8.429/1992, julgue o item


As entidades privadas para cuja criação ou custeio o erário público haja concorrido no seu pa-
trimônio ou na sua receita atual não estão sujeitas às sanções previstas na Lei de Improbidade
Administrativa, tendo em vista que não integram a administração indireta.

É de se notar que a assertiva proposta pela Banca não se compatibiliza com a norma do art.
1º, §7º, da LIA:”Art. 1º (...)§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão
sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre
a contribuição dos cofres públicos.”
Do acima esposado, percebe-se as entidades privadas, referidas pela Banca, encontram-se, sim,
sujeitas aos ditames da Lei de Improbidade Administrativa.
Errado.

049. (FGV/2022/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O Ministério Público do


Estado de Goiás ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face de
João, servidor público estadual titular de cargo efetivo. Na peça vestibular, o Parquet imputou
a João a conduta de coordenar vasto esquema de desvio de recursos públicos no âmbito de
contratações emergenciais na área da saúde. No curso do processo e antes da prolação da
sentença, João comunicou a sua aposentadoria, regularmente concedida pela administração
após o preenchimento dos requisitos legais.
Em conformidade com a jurisprudência atual dos Tribunais Superiores, e considerando que os
fatos narrados na inicial foram sobejamente comprovados ao longo da instrução probatória, a
autoridade judicial:
a) poderá aplicar a João a cassação de sua aposentadoria, uma vez que a ausência de previsão
expressa de tal sanção na Lei n. 8.429/1992 não impede a sua imposição como consequência
lógica da condenação à perda da função pública;
b) poderá infligir a sanção de cassação de aposentadoria ao servidor aposentado no curso do
processo, haja vista a cominação expressa de tal penalidade no Art. 12 da Lei de Improbidade
Administrativa;
c) não poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal penalidade não está
expressamente cominada na Lei n. 8.429/1992 e vigora o princípio da legalidade estrita em
matéria de direito sancionador;
d) não poderá aplicar a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal sanção é incompatível
com o caráter contributivo e solidário do regime próprio de previdência dos servidores públicos;
e) poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque a previsão expressa de tal
sanção no estatuto dos servidores estaduais atende ao princípio da legalidade e permite o
diálogo de fontes em matéria de direito sancionador.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 93 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

A presente questão pode ser solucionada com apoio no que restou decidido pelo STJ no julgado
a seguir, o qual espelha a jurisprudência daquela Corte Superior acerca da possibilidade, ou não,
de imposição de penalidade de cassação de aposentadoria no bojo de ação de improbidade
administrativa.Confira-se:”DIREITO SANCIONADOR. AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA AJUIZADA PELO MPF EM DESFA-
VOR DE AUDITOR FISCAL DO TRABALHO. ACÓRDÃO DO TRF3 QUE MANTEVE A SENTENÇA NO
PONTO EM QUE AFASTOU A APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA.
INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO DESSA ESPÉCIE SANCIONADORA NA LEI 8.429/1992. ILUSTRATI-
VOS DA TESE: AGINT NO RESP 1.496.347/ES, REL. MIN. SÉRGIO KUKINA, DJE 9.8.2018; RESP
1.564.682/RO, REL. MIN. OLINDO MENEZES, DJE 14.12.2015. AGRAVO INTERNO DO ÓRGÃO
ACUSADOR DESPROVIDO. 1. Cinge-se a controvérsia em saber se é cabível a imposição da pena
de cassação de aposentadoria nas lides que tramitaram sob o rito da Lei n. 8.429/1992. 2. Esta
Corte Superior tem a diretriz de que o art. 12 da Lei n. 8.429/92, quando cuida das sanções apli-
cáveis aos agentes públicos que cometem atos de improbidade administrativa, não contempla
a cassação de aposentadoria, mas tão só a perda da função pública. As normas que descrevem
infrações administrativas e cominam penalidades constituem matéria de legalidade estrita, não
podendo sofrer interpretação extensiva (REsp. 1.564.682/RO, Rel. Min. OLINDO MENEZES, DJe
14.12.2015). Outro exemplar: AgInt no REsp. 1.496.347/ES, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, DJe 9.8.2018.
3. Na espécie, o Tribunal de origem, ao apreciar o tema, assinalou que, em consonância com
os precedentes desta E. Turma, verifica-se a impossibilidade de aplicação da pena de cassação
da aposentadoria, ante a inexistência de previsão legal desta modalidade de pena no rol do art.
12 da LIA (fls. 4.739). Referida compreensão, bem por isso, não se aparta de ilustrativos desta
Corte Superior no tema. 4. Agravo Interno do Órgão Acusador desprovido.”(AIRESP 1761937, rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:19/12/2019)
Como daí se extrai, o STJ tem compreensão sedimentada no sentido da inviabilidade da aplica-
ção da pena de cassação de aposentadoria, por ato de improbidade, uma vez que inexiste pre-
visão legal nesta direção, no âmbito da Lei n. 8.429/92, sendo certo que, por se tratar de direito
sancionador, incide o princípio da estrita legalidade, que não admite interpretações extensivas.
Logo, eliminam-se, de plano, as opções A, B e E, na medida em que sustentaram o contrário do
acima exposto, ou seja, a possibilidade de imposição da mencionada sanção, o que não é verdade.
Já a letra D, apesar de afirmar a impossibilidade de imposição da cassação de aposentadoria,
valeu-se de fundamento equivocado, qual seja, suposta incompatibilidade desta pena com o
caráter contributivo e solidário do regime próprio de previdência dos servidores públicos.
Por fim, a única alternativa alinhada com os fundamentos inicialmente apontados é aquela conti-
da na letra C (não poderá impor a João a cassação de sua aposentadoria, porque tal penalidade
não está expressamente cominada na Lei n. 8.429/1992 e vigora o princípio da legalidade estrita
em matéria de direito sancionador;), que vem a ser, pois, a resposta da questão.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 94 de 96
Direito Processual Civil
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa
Cristiny Mroczkoski Rocha

REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, Ricardo. 4. ed., rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉ-
TODO, 2018.
ARENHART, Sérgio Cruz. A tutela coletiva de interesses individuais: para além da proteção dos
interesses individuais homogêneos. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: processo coletivo. 11. ed. Salvador: Editora
Juspodivm, 2017.
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, 1943-Direito administrativo / Maria Sylvia Zanella Di Pietro. – 35.
ed. – [2. Reimp.] – Rio de Janeiro: Forense, 2022.
DONIZETTI, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil – 24. ed. – São Paulo: Atlas, 2021.
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direi-
tos, 3. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

Cristiny Mroczkoski Rocha


Mestre em Direito pela UNISINOS. Especialista em Direito do Estado pela UFRGS e em Direito Processual
Civil pela Verbo Jurídico. Graduada pela PUCRS. Professora de Teoria Geral do Processo e Direito Proces-
sual Civil na Faculdade São Francisco de Assis – UNIFIN. Professora convidada na Associação de Juízes
do Rio Grande do Sul – AJURIS. Professora em cursos preparatórios.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 95 de 96
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JONATAS CRISPINIANO DA ROCHA - 39106685854, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar