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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem
de Dinheiro

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro. ...................................................................................5
1. Crimes de Lavagem de Dinheiro. . .........................................................................................................................5
1.1. Convenções Internacionais sobre o Crime de Lavagem de Capitais. ...........................................6
1.2. Gerações Legislativas que Versam sobre o Crime de Lavagem de Capitais..........................7
2. Crime de Lavagem de Dinheiro e Formas Equiparadas (Art. 1º, Caput, e §§ 1º e 2º da
Lei n. 9.613/1998)..............................................................................................................................................................9
3. Do Processo e Julgamento dos Crimes de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º da Lei n.
9.613/1998).........................................................................................................................................................................17
3.1. Da Competência para Processamento e Julgamento dos Crimes de Lavagem de
Dinheiro (Art. 2º, III).. .....................................................................................................................................................18
3.2. Teoria da Acessoriedade Limitada no Crime de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º, II e
§1º)..........................................................................................................................................................................................20
3.3. Citação por Edital no Crime de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º, §2º)......................................... 22
4. Medidas Assecuratórias (Arts. 4º a 6º da Lei n. 9.613/1998).........................................................23
4.1. Iniciativa da Decretação das Medidas Assecuratórias. .................................................................. 24
4.2. Revogação da Medida Assecuratória (Art. 4º, §2º). .........................................................................25
4.3. Suspensão da Ordem de Prisão e das Medidas Assecuratórias (Art. 4º-B). ......................25
4.4. Conservação dos Bens Submetidos às Medidas Assecuratórias (art. 5º e 6º). ...............26
4.5. Alienação Antecipada dos Bens Submetidos à Medida Assecuratória (Art. 4º, §1º,
e Art. 4º-A).........................................................................................................................................................................27
5. Efeitos da Condenação pelo Crime de Lavagem de Capitais (Art. 7º)........................................30
6. Cooperação Jurídica Internacional (Art. 8º)...............................................................................................30
7. Torres de Vigia e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Arts. 9º a 15
da Lei n. 9.613/1998).....................................................................................................................................................31
8. Acesso a Banco de Dados (Art. 17-B)............................................................................................................32
9. Indiciamento de Servidor Público (Art. 17-D). ..........................................................................................33
Resumo................................................................................................................................................................................35

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Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................37


Questões de Concurso................................................................................................................................................40
Gabarito...............................................................................................................................................................................53
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................54
Referências.........................................................................................................................................................................91

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Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre a Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/1998).
Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os principais posicionamentos doutrinários
e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?

Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).

Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)


Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo

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LEI N. 9.613/1998 – CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO


1. Crimes de Lavagem de Dinheiro
Na aula de hoje vamos estudar sobre a Lei n. 9.613/1998, também conhecida como “Lei de
Lavagem de Dinheiro” ou “Lei de Lavagem de Capitais”, que passou por importantes modifica-
ções advindas da Lei n. 12.683/2012.
A Lei n. 9.613/1998 “Dispõe sobre os crimes de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e
valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria
o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências”.
A doutrina aponta que a expressão “lavagem de dinheiro” tem origem nos EUA (“money
laundering”). Na década de 1920, líderes criminosos da cidade de Chicago abriram lavanderias
como estabelecimento comercial. A fim de esconder a origem ilícita dos valores adquiridos
por meio de atividades criminosas, os agentes superfaturavam os lucros destas lavanderias,
utilizando-se de dinheiro proveniente de infrações penais.
Podemos perceber, então, que o crime de “lavagem de dinheiro” ou “lavagem de capitais”
consiste na realização de uma ou mais condutas voltadas a ocultar ou dissimular ilicitude de
dinheiro, bens ou valores provenientes de infração penal anterior. Busca-se, assim, conferir
uma aparência de legalidade a valores decorrentes de crimes ou contravenções penais.
Desde já, podemos notar que o crime de lavagem de dinheiro possui natureza acessória,
dependendo da existência de uma infração penal antecedente. Os tribunais superiores afir-
mam que esta infração penal anterior constitui circunstância elementar do crime de lavagem.
Em razão disto, o crime de lavagem de capitais é também chamado de acessório, derivado ou
parasitário.

JURISPRUDÊNCIA
O STJ entende que “Por se tratar de crime acessório, derivado ou parasitário, o crime de
lavagem de dinheiro pressupõe a existência infração anterior, que constitui uma circuns-
tância elementar do tipo de lavagem.” (STJ - HC: 378449/PB Re. Min. Ribeiro Dantas, Data
de Julgamento: 20/09/2018, T5 - 5ª Turma, Data de Publicação: Dje 26/09/2018).

Inicialmente, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol taxativo de crimes antecedentes ao crime


de lavagem de dinheiro. Porém, a Lei n. 12.683/2012 alterou significativamente esta norma.
Atualmente, a lavagem de capitais pressupõe a conduta de ocultar ou dissimular dinheiro, bens
ou valores ilícitos provenientes de qualquer infração penal (seja crime ou contravenção).

A lavagem de dinheiro é crime acessório, que pressupõe a ocorrência de uma infração penal
anterior. No Brasil, esta infração penal antecedente poderá ser crime ou contravenção penal.

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Veremos em breve que, apesar de ser acessório, o processo e julgamento do crime de la-
vagem de capitais não depende do julgamento da infração penal antecedente. Ou seja, para a
averiguação de sua materialidade delitiva, o crime de lavagem de dinheiro é acessório, depen-
dendo da existência de uma infração penal anterior. Porém, no aspecto processual, estamos
diante de um delito autônomo, que não depende de julgamento da infração anterior nem do
conhecimento de seu autor.
Feitas estas primeiras observações, vamos analisar alguns tratados internacionais, assina-
dos pelo Brasil, que tratam do crime de lavagem de dinheiro.

001. (VUNESP/PAULPREV – SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2018/ADAPTADA) A oculta-


ção de bens, direitos ou valores provenientes de contravenção penal não pode ensejar crime
de lavagem de dinheiro.

O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a conduta de:

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Infração penal, por sua vez, constitui gênero, tendo, como espécies, o crime ou a contravenção.
Errado.

1.1. Convenções Internacionais sobre o Crime de Lavagem de Capitais


A Lei n. 9.613/1998 foi promulgada com a finalidade de trazer efetividade a compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil no que diz respeito à lavagem de dinheiro. Vamos anali-
sar as Convenções mais relevantes para fins de prova de concurso.
a) “Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas”,
também chamada de “Convenção de Viena de 1988”
Inicialmente, a nível internacional, os países passaram a se preocupar com ausência de le-
gislação específica que coibisse a lavagem de dinheiro advindo do crime de tráfico de drogas.
Embora houvesse legislações penais internadas relativas à criminalização do tráfico ilícito
de entorpecentes, as convenções internacionais passaram a debater a necessidade de criação
de legislações específicas, que reprimissem práticas destinadas a dar aparência de licitude
aos valores decorrentes deste delito.
Neste contexto, o Brasil assinou a “Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes
e Substâncias Psicotrópicas”, também chamada de “Convenção de Viena de 1988”, que foi
posteriormente promulgada como Decreto 154/1991. Os países signatários desta Convenção

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se comprometeram a criar legislações penais que criminalizassem a lavagem ou ocultação de


bens, direitos ou valores, decorrentes do tráfico de drogas.
A legislação específica sobre o crime de lavagem de dinheiro só veio a ser promulgada,
pelo Brasil, no ano de 1998, por meio da Lei n. 9.613/1998.
b) “Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional”, também
chamada de Convenção de Palermo de 2000)
Esta Convenção busca promover a cooperação, dos países signatários, para prevenir e
combater o Crime Organizado Transnacional. Esta Convenção está inserida no ordenamento
jurídico brasileiro por meio do Decreto 5.015/2004 que prevê, em seu art. 6º, a criminalização
da lavagem do produto do crime.
c) “Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção” (Convenção de Mérida, de 31 de
outubro de 2003), objeto do Decreto n. 5.687, de 31 de janeiro de 2006
As disposições da Convenção de Mérida foram introduzidas no Brasil por meio do Decreto
n. 5.687 de 2006. Os países signatários desta Convenção, afirmaram que a corrupção possui
vínculos com outros crimes, em especial com o crime organizado e a lavagem de dinheiro. Em
razão disso, seus arts. 14 e 23 trazem Medidas para prevenir e combater a lavagem de dinheiro

1.2. Gerações Legislativas que Versam sobre o Crime de Lavagem de


Capitais
Vimos que o crime de lavagem de capitais possui natureza acessória, ou seja, para a sua
configuração é necessário a existência de uma infração penal anterior.
De acordo com a doutrina, as legislações que tipificam o crime de lavagem de capitais po-
dem ser divididas em três gerações de acordo com a infração penal antecedente a este delito.
a) 1ª Geração de Tipificação do Crime de Lavagem de Dinheiro:
Como vimos, os países signatários da Convenção de Viena de 1988 se comprometeram a
criar legislações penais que criminalizassem a lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valo-
res, decorrentes do tráfico de drogas.
Seguindo este direcionamento, a 1ª Geração de Legislações sobre Crimes de Lavagem de
Dinheiro previam que a infração penal antecedente seria, apenas, o tráfico ilícito de entorpecen-
tes e Substâncias Psicotrópicas.
b) 2ª Geração de Tipificação do Crime de Lavagem de Dinheiro:
A 2ª geração ampliou o rol de infrações penais antecedentes ao crime de lavagem de di-
nheiro, não se restringindo a, apenas, o crime de tráfico de drogas.
Assim, as legislações da 2ª Geração estabelecem um rol taxativo de infrações penais ante-
cedentes ao crime de lavagem de capitais.
c) 3ª Geração de Tipificação do Crime de Lavagem de Dinheiro
A 3ª Geração de Legislações que versam sobre o crime de lavagem de dinheiro não prevê
um rol taxativo de infrações penais antecedentes.

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Nas legislações de 3ª Geração qualquer infração penal (crime ou contravenção), que gere
dinheiro, bens ou valores ilícitos, poderão ser anteriores ao crime de lavagem.
Em outras palavras, cometerá crime de lavagem de capitais o agente que oculta ou dissi-
mula bens provenientes de qualquer infração penal, não apenas do tráfico ilícito (como na 1ª
geração) ou dos crimes previstos taxativamente na lei (como ocorre na 2ª geração).
Uma pergunta: Infrações estritamente administrativas poderão ser anteriores ao crime de
lavagem de capitais? Não! Apenas infrações penais poderão figurar como delito antecedente.

1.2.1. Geração da Legislação Brasileira sobre o Crime de Lavagem de Dinheiro


(Lei n. 9.613/1998 e Alterações Promovidas pela Lei n. 12.683/2012)

Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol taxativo
de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. Assim, desde o momento de sua
promulgação até o advento da Lei n. 12.683/2012, a legislação Brasileira sobre lavagem de
dinheiro era considerada de 2ª Geração.
Uma das mudanças promovidas pela Lei n. 12.683/2012 foi a alteração do art. 1º da Lei
n. 9.613/1998, com a retirada do rol taxativo de delitos antecedentes ao crime de lavagem
de capitais.
Perceba, então, que a legislação brasileira só passou a ser considerada de 3ª geração, com
o advento da Lei n. 12.683/2012, que alterou a Lei n. 9.613/1998, passando a considerar que
qualquer infração penal (crime ou contravenção) poderá figurar como delito antecedente da
lavagem de capitais.
Resumo das gerações de legislação sobre o crime de lavagem de dinheiro:
• 1ª Geração: Apenas o tráfico de drogas poderia ser considerado crime antecedente.
• 2ª Geração: A infração penal antecedente está taxativamente prevista em lei.
• 3ª Geração: A lei não prevê um rol taxativo para as infrações penais antecedentes. Logo,
qualquer infração penal poderá ser antecedente ao crime de lavagem de capitais, seja
crime ou contravenção.

002. (CESPE/TCE-RN/AUDITOR/2015) A lei brasileira que criminaliza a lavagem de dinheiro


classifica-se como de terceira geração, pois admite que o delito de lavagem de dinheiro pode
ter como precedente qualquer ilícito penal.

Como vimos, com a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 passou a
considerar que qualquer infração penal poderá figurar como delito antecedente da lavagem de
capitais. Assim, atualmente, a legislação brasileira é considerada de 3ª geração.
Certo.

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2. Crime de Lavagem de Dinheiro e Formas Equiparadas (Art. 1º, Caput,


e §§ 1º e 2º da Lei n. 9.613/1998)

As condutas que dão ensejo ao crime de lavagem de dinheiro estão previstas no art. 1º
da Lei n. 9.613/1998. Os parágrafos 1º e 2º desta norma, preveem figuras equiparadas a este
crime. Vamos a leitura?

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou proprie-


dade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
(...)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valo-
res provenientes de infração penal:
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimen-
ta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal;
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

003. (MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) Nos crimes de “lavagem” ou ocultação de


bens, direitos e valores, previstos na Lei n. 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), incorre nas mes-
mas penas quem participa de escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou,
até mesmo secundária, é dirigida à prática de crimes previstos na supramencionada legislação
repressiva.

Veja que esta pergunta pode ser respondida com o conhecimento da literalidade do art. 1º
da Lei n. 9.613/1998. Por isso é muito importante que você esteja não deixe de fazer a leitura
da lei seca!
O art. 1º, §2º, II da Lei n. 9.613/1998 nos informa que incorre na pena do crime de lavagem de
dinheiro o agente que:

participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Certo.

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O agente, ao praticar as condutas descritas no art. 1º, busca conferir uma aparência de
legalidade a valores decorrentes de crimes ou contravenções penais anteriores.
Como vimos, o crime de lavagem de dinheiro é acessório, (também chamado de remetido,
derivado ou parasitário), que pressupõe a existência de crime ou contravenção penal anterior.
Vimos também que a Lei n. 12.683/2012 retirou o rol taxativo de infrações penais que po-
deriam anteceder ao crime de lavagem de dinheiro. Assim, até 2012, só poderíamos falar em
lavagem de dinheiro quando o crime anterior estivesse taxativamente previsto na norma.
Em razão disso, o STJ entende que, por falta de previsão específica, o crime de Organiza-
ção Criminosa, cometido antes da entrada em vigor Lei 12.683/98, não poderá ser considerado
infração penal antecedente ao crime de lavagem de dinheiro.

JURISPRUDÊNCIA
A prática de organização criminosa (art. 1º, VII, da Lei n. 9.613/1998) como crime ante-
cedente da lavagem de dinheiro é atípica antes do advento da Lei n. 12.850/2013, por
ausência de descrição normativa (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167, Item 6)
Por ser atípico, não se pode invocar a substituição do crime de organização criminosa
por associação criminosa (art. 288 do Código Penal - CP), pois este não estava incluído
no rol taxativo da redação original da Lei n. 9.613/1998. (STJ – Jurisprudência em Teses
n. 167, Item 7).

Vamos analisar as principais características deste delito?


Quanto aos verbos nucleares do tipo penal “lavagem de dinheiro”, e de suas figuras
equiparadas:
a) Ocultar a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal (art. 1º, caput)
b) Dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal (art. 1º, caput)
c) Converter em ativos lícitos bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamen-
te, de infração penal, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores prove-
nientes de infração penal antecedente (art. 1º, §1º, I)
d) Adquirir, receber, trocar, negociar, dar ou receber em garantia, guardar, ter em depósito,
movimentar ou transferir, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal antecedente (art. 1º, §1º, II)
e) Importar ou exportar bens com valores não correspondentes aos verdadeiros para ocul-
tar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal ante-
cedente (art. 1º, §1º, III)
f) Utilizar, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal. (art. 1º, §2º, I)

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g) Participar de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade


principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. (art. 1º, §2º, II)
Estamos diante de um crime de ação múltipla, assim, a realização de mais de uma das con-
dutas descritas no tipo, dentro de um mesmo contexto fático, configurará apenas um crime.
De acordo com o STF, a de lavagem de dinheiro realizada por meio da conduta de “ocultar”,
constitui crime permanente, com efeitos que se protraem no tempo. Logo, nestes casos, o iní-
cio da contagem do prazo prescricional ocorrerá a partir da cessação da permanência.

JURISPRUDÊNCIA
O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade típica
de “ocultar”, é permanente, protraindo-se sua execução até que os objetos materiais do
branqueamento se tornem conhecidos, razão pela qual o início da contagem do prazo
prescricional tem por termo inicial o dia da cessação da permanência, nos termos do art.
111, III, do Código Penal. (STF. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, 1ª Turma. Julgado em
23/5/2017. Info 866)

Fases da lavagem de dinheiro: A doutrina aponta que a lavagem de dinheiro pode ser divi-
dida em três fases: Colocação; Dissimulação; Integração. Para a configuração deste crime, não
é necessário a ocorrência cumulativa destas três etapas.
a) Colocação (placement): É a primeira etapa da realização da lavagem de dinheiro. Na co-
locação, o dinheiro proveniente de infração penal antecedente é inserido no mercado financei-
ro, para dificultar a identificação de sua origem ilícita. A doutrina aponta, como exemplo desta
fase, o fracionamento de grande quantia em pequenos valores, que são colocados de forma
gradual no mercado, a fim evitar suspeitas sobre sua origem ilícita (esta técnica é chamada de
smurfing).
b) Dissimulação ou encobrimento (layering): Nesta fase o agente age com o objetivo de di-
ficultar o rastreamento do dinheiro ilícito colocado no mercado, realizando, para isso, diversas
transações.
c) Integração (integration): Após colocar o ativo no mercado financeiro e realizar transa-
ções a fim de dissimular a origem ilícita do valor, o agente pratica a terceira fase da lavagem de
dinheiro, na qual o valor ilícito é integração à economia com aparência de licitude. Esta etapa
ocorre, por exemplo, com a aquisições de outros bens, por meio de instrumentos aparentemen-
te regulares, como escrituras de compra e venda de imóveis.
Lembre-se de que, para os tribunais superiores, o crime de lavagem de capitais é plurinu-
clear, se consumando com a realização de qualquer das condutas descritas no art. 1º da Lei
n. 9.613/1998. Deste modo, não se exige que o agente tenha realizado todas as três fases da
lavagem de dinheiro.

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JURISPRUDÊNCIA
O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, consuman-
do-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e relacio-
nando-se com qualquer das fases do branqueamento de capitais (ocultação, dissimula-
ção, reintrodução), não exigindo a demonstração da ocorrência de todos os três passos
do processo de branqueamento (STJ - Jurisprudência em Teses n. 166. Item 5)

O STJ entende que, em tese, é possível a configuração do crime de lavagem de dinheiro


quando o agente realiza sucessivos contratos de empréstimo pessoal para justificar ingressos
patrimoniais como se fossem acréscimo em sua renda, sem esclarecer, no entanto, a forma e
a fonte de pagamento da dívida, e sem que estes empréstimos representem uma correspon-
dente redução do padrão de vida do devedor.

JURISPRUDÊNCIA
A realização, por período prolongado, de sucessivos contratos de empréstimo pessoal
para justificar ingressos patrimoniais como se renda fossem - sem que se esclareça a
forma e a fonte de pagamento das parcelas, acrescidas de juros, e sem que isso repre-
sente, em nenhum momento, uma correspondente redução do padrão de vida do devedor
- é apta a configurar, em tese, ato de dissimulação da origem ilícita de valores, elemento
constituinte do delito de lavagem de dinheiro, que extrapole o mero recebimento de van-
tagens indevidas. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 10).

De acordo com o STF, para que haja a configuração do crime de lavagem de dinheiro é
necessário que a conduta de ocultação ou dissimulação seja autônoma e distinta da infração
antecedente. Sobre este tema, a Corte entendeu que o ato de esconder notas de dinheiro,
proveniente de propina, nos bolsos do paletó, na cintura e dentro das meias, não configura cri-
me de lavagem de dinheiro e sim, mera etapa do delito de corrupção passiva, previsto no art.
317 do CP.

JURISPRUDÊNCIA
LAVAGEM DE DINHEIRO – CORRUPÇÃO PASSIVA – EXAURIMENTO – ATIPICIDADE. O ato
de receber, de forma indireta, valores supostamente provenientes de corrupção, integra o
tipo previsto no artigo 317 do Código Penal, de modo que a conduta de esconder notas
pelo corpo, sob as vestes, nos bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias não se
reveste de indispensável autonomia em relação ao crime antecedente, não se ajustando
à infração versada no artigo 1º, inciso V, da Lei n. 9.613/1998. (STF. 1ª Turma. Inq 3515/
SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019 (Info 955).

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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Em outro caso, o STF condenou um deputado federal pelo crime de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. Entretanto, o crime de lavagem de dinheiro não se deveu ao fato de o
político ter recebido propina em dinheiro, e sim por ter recebido a quantia em depósitos ban-
cários fracionados, buscando evitar suspeitas sobre sua origem ilícita (técnica chamada de
smurfing).
De um lado, os réus foram absolvidos das imputações relativas aos crimes de lavagem de
capitais consubstanciados nos recebimentos em dinheiro em espécie [CPP, art. 386, III]. O ato
de mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando rece-
bido por interposta pessoa ou pelo próprio agente público que acolhe a remuneração indevida.

JURISPRUDÊNCIA
Por outro lado, a Turma entendeu que o depósito fracionado do dinheiro em conta cor-
rente, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias
à comunicação compulsória dessas operações, é meio idôneo para a consumação do
crime de lavagem. Trata-se de modalidade de ocultação da origem e da localização de
vantagem pecuniária recebida pela prática de delito anterior.
Nesse escopo, ficou demonstrado que o deputado, logo após receber recursos em espé-
cie a título de propina, praticou, de modo autônomo e com finalidade distinta, novos atos
aptos a violar o bem jurídico tutelado pelo art. 1º da Lei 9.613/1998, consistentes na rea-
lização de depósitos fracionados em conta de sua titularidade, cujo somatório perfaz a
exata quantia que lhe fora disponibilizada. (STF - AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª
Turma. julgado em 29/5/2018 Informativo 904).

Quanto ao Sujeito Ativo: Qualquer pessoa poderá praticar o crime de lavagem de capitais.
Trata-se, assim, de um crime comum, que não exige uma qualidade especial do sujeito ativo.
Quanto ao Passivo: A doutrina entende que o sujeito passivo do crime de lavagem de capi-
tais é a coletividade. Trata-se, portanto, do chamado “crime vago”
Quanto ao objeto material: Dinheiro, bens ou valores decorrentes, direta ou indiretamente
de infração penal antecedente (seja crime ou contravenção). Podemos dizer, então, que produ-
to da infração penal antecedente será o objeto material do crime de lavagem de dinheiro.
Quanto ao Elemento Subjetivo: Como a Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemen-
to subjetivo, o crime de lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa. Portanto,
o agente deverá ter conhecimento da origem ilícita do objeto material (dinheiro, bem ou valor),
e deverá agir com consciência e vontade de praticar o crime de lavagem de capitais.
É importante destacarmos, ainda, que, para configuração do crime de lavagem de dinheiro,
o sujeito ativo não precisa ter participado da infração penal antecedente.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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JURISPRUDÊNCIA
É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partí-
cipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens,
direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação. (STJ – Jurisprudência
em Teses n. 166. Item 1).

Teoria da “Cegueira deliberada”, “teoria das instruções da avestruz”, “doutrina da ceguei-


ra intencional” ou “doutrina do ato de ignorância consciente”: Como acabamos de ver, o crime
de lavagem de dinheiro só poderá ser realizado de forma dolosa. Para que o agente tenha
“consciência e vontade” de praticar a lavagem, é necessário que ele tenha conhecimento de
que o dinheiro, bem ou valores sejam produtos de infração penal antecedente.
A teoria da “cegueira deliberada” é aplicada quando o agente tem fundados indícios da
ocorrência da infração penal antecedente e age de forma indiferente, se colocando, proposital-
mente, em situação de desconhecimento sobre o ilícito anterior. Ao agir desta forma, o sujeito
tenta impedir a configuração do dolo que, por sua vez, é o elemento subjetivo imprescindível
para do crime de lavagem de dinheiro.
Neste caso, em razão da teoria da “cegueira deliberada” os tribunais brasileiros entendem
que haverá crime de lavagem de dinheiro, já que o “desconhecimento” proposital do sujeito
ativo constitui modalidade de dolo eventual.
Possibilidade da “autolavagem”: A Convenção de Palermo prevê a possibilidade de não
aplicação da sanção penal, pelo crime de lavagem de dinheiro, ao agente que tenha cometi-
do a infração penal antecedente. Esta previsão é doutrinariamente chamada de “reserva de
autolavagem”. No Brasil, porém, os tribunais superiores admitem que o agente responda, si-
multaneamente, pela infração penal antecedente e pelo crime de lavagem de dinheiro, se for
demonstrado que os delitos foram praticados por meio de atos diversos e autônomos. Nesta
hipótese, não haverá consunção. Ou seja, o Brasil não aplica a “reserva de autolavagem”. De
acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal
antecedente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu,
da infração antecedente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos
diversos e autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, cir-
cunstância na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 167. Item 7).

Ação Penal: Os crimes de lavagem de dinheiros são de ação penal pública incondicionada.

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Pena – O crime de lavagem de dinheiro está sujeito à pena de reclusão, de 3 (três) a 10


(dez) anos, e multa. Para o STJ é legítima a exasperação da pena-base

JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação
da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da
movimentação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do
tipo (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 8)

Admite-se a tentativa (art. 1º, §3º): A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que
pode ser fracionado em vários atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998
prevê que “A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal”.
Logo, a tentativa será punida com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de
um a dois terços.
Causas de aumento de pena (art. 1º, §2º): A pena pelo crime de lavagem de dinheiro será
aumentada de um a dois terços nas seguintes hipóteses:
a) Quando forem cometidos de forma reiterada
b) Quando foram cometidos por intermédio de organização criminosa.
De acordo com o STJ, não é possível a aplicação simultânea do art. 70 do CP (que versa
sobre concurso formal) e do art. 1º, §2º, I da Lei n. 9.613/1998 (que prevê a causa de aumento
de pena quando o crime de lavagem de dinheiro for praticado de forma reiterada), sob pena de
haver bis in idem.

JURISPRUDÊNCIA
A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e
da majorante prevista no § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, nos crimes de lavagem de
dinheiro, acarreta bis in idem (STJ - Jurisprudência em Teses n. 167. Item 9)

Colaboração premiada (art. 1º, §5º): O art. 1º, §5º da Lei n. 9.613/1998 trata do instituto da
colaboração premiada. Antes de iniciarmos o tema, vamos fazer a leitura deste dispositivo...

Art. 1º, §5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena res-
tritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades,
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos
autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

a) Momento da colaboração: A colaboração poderá ser realizada a qualquer momento da


persecução penal, seja na fase investigativa ou processual.
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b) Beneficiados da colaboração: O autor, coautor ou partícipe da lavagem de dinheiro.


c) Requisitos para a colaboração: Na lavagem de dinheiro, além de voluntária a colaboração
premiada deverá ser espontânea, partindo de um ato de manifestação de vontade do sujeito.
De acordo com a doutrina, a valoração judicial desta colaboração não depende de formulação
de acordo prévio. Portanto, nos crimes de lavagem de capitais a colaboração premiada é um
ato unilateral do colaborador. Sobre o tema, o STJ afirma que:

JURISPRUDÊNCIA
O art. 1º, § 5º, da Lei n. 9.613/1998 trata da delação premiada, ato unilateral, praticado
pelo agente que, espontaneamente, opta por prestar auxílio tanto à atividade de investi-
gação, quanto à instrução procedimental, independente de prévio acordo entre as partes
interessadas, cujos benefícios não podem ultrapassar a fronteira objetiva e subjetiva da
demanda, dada sua natureza endoprocessual. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167.
Item 11)

d) Resultados da colaboração premiada: Para que seja eficaz, o colaborador deverá prestar
esclarecimentos que conduzam aos seguintes resultados:
d.1) apuração das infrações penais
d.2) à identificação dos autores, coautores e partícipes
d.3) ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime
e) Benefícios decorrentes da colaboração premiada:
e.1) A pena poderá ser reduzida de um a dois terços
e.2) A pena poderá ser cumprida em regime aberto ou semiaberto
e.3) O juiz terá a faculdade de deixar de aplicar a pena (perdão judicial).
e.4) O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por alguma restritiva de direitos.
Para a apuração do crime de lavagem de dinheiro é admitida a utilização da ação contro-
lada e infiltração de agentes (art. 1º, §6º): O Pacote Anticrime acrescentou o §6º ao art. 1º
da Lei n. 9.613/1998, estabelecendo, expressamente, que a ação controlada e a infiltração de
agentes podem ser utilizadas como meio de obtenção de prova na fase investigativa do crime
de lavagem de dinheiro.

004. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2017) Em assalto a uma agência ban-


cária, Lúcio conseguiu alta monta financeira. Com parte do dinheiro, ele comprou imóvel em
nome próprio, tendo declarado na escritura de compra e venda valor inferior ao que foi efetiva-
mente pago pelo imóvel. Em seguida, Lúcio vendeu o bem pelo valor de mercado, o que tornou
lícito o proveito econômico do crime praticado.

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De acordo com o STF, Lúcio somente poderá ser processado e julgado pelo crime de roubo,
pois o direito penal brasileiro não admite o crime de autolavagem — quando o autor do crime
antecedente pratica também a lavagem de capitais —, por entender que esse seria um caso de
mero exaurimento do fato antecedente.

Os tribunais brasileiros não aplicam a “Reserva de Autolavagem” presente na Convenção de


Palermo. Desta maneira, no Brasil, é possível a autolavagem, caso em que o agente responde,
simultaneamente, pela infração penal antecedente e pelo crime de lavagem de dinheiro, se for
demonstrado que os delitos foram praticados por atos diversos e autônomos

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).

Errado.

3. Do Processo e Julgamento dos Crimes de Lavagem de Dinheiro (Art.


2º da Lei n. 9.613/1998)
O art. 2º da Lei n. 9.613/1998 trata do processo e julgamento dos crimes de lavagem de
dinheiro. Antes de entramos no tema, vamos fazer uma leitura deste dispositivo?

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão,
da competência do juiz singular;
II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento;
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

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§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei
n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.

3.1. Da Competência para Processamento e Julgamento dos Crimes


de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º, III)

Em regra, o crime de lavagem de dinheiro será processado e julgado perante a Justiça Es-
tadual. A Justiça Federal só será competente para julgar estes crimes em casos excepcionais,
previstos expressamente no art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, vamos a eles...
a) Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou em-
presas públicas;
b) Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal
É importante destacarmos, ainda, que a Lei n. 9.613/1998 não exige a reunião obrigatória
dos processos relativos à infração penal antecedente e ao crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com o caso concreto, o juiz competente para os crimes de lavagem de dinheiro,
irá decidir sobre a unidade ou separação destes processos, conforme prevê o art. 2º, II da Lei
n. 9.613/1998. No mesmo sentido, o STJ afirma que:

JURISPRUDÊNCIA
Compete ao juízo processante do crime de lavagem de dinheiro apreciar e decidir a res-
peito da união dos processos (art. 2º, II, da Lei n. 9.613/1998), examinando caso a caso,
com objetivo de otimizar a entrega da prestação jurisdicional. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 167. Item 3)

005. (CESPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2016) Joana, condenada em


2005 por tráfico de drogas, na justiça federal, movimentou, em 2006 e 2007, por meio de tran-
sações bancárias eletrônicas, valores incompatíveis com sua atividade profissional e demais
fontes de renda. Durante investigação, ficou comprovado que o dinheiro movimentado era pro-
veniente do tráfico de drogas e que Joana ocultara e dissimulara a origem ilícita dos valores
com o auxílio de seu irmão, dono de uma revenda de carros novos e usados. Demonstrou-se
a materialidade da conduta ilícita a partir das informações fornecidas pela Receita Federal do
Brasil e pelas instituições bancárias.
O processo e julgamento dos crimes praticados por Joana são da competência da justi-
ça estadual.

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Perceba que a própria questão já te oferece os elementos para a resposta. No caso narrado,
Joana praticou lavagem de dinheiro proveniente do crime de tráfico de drogas, ao qual já havia
sido condenada pela Justiça Federal.
Como a infração penal antecedente foi de competência da Justiça Federal, o processo e julga-
mento do crime de lavagem de capitais também será julgado pela Justiça Federal, de acordo
com a previsão do art. 2º, III, alínea “b” da Lei n. 9.613/1998.
Errado.

3.1.1. Quanto ao Procedimento (Art. 2º, I)

Como vimos, salvo nas hipóteses excepcionais trazidas pelo art. 2º, I, em regra caberá à
Justiça Estadual processar e julgar os crimes de lavagem de dinheiro.
Quando não for o caso de foro por prerrogativa de função, estes processos serão iniciados
em primeira instância, sendo, pois, julgado por um juiz singular.
Quanto ao procedimento, o art. 2º, I da Lei n. 9.613/1998 nos informa que os crimes de
lavagem de capitais obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão.
A lavagem de dinheiro é punida com a pena de reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
Como a pena máxima abstratamente cominada na norma é igual ou superior a quatro anos, o
processamento do crime deve seguir o procedimento comum ordinário.

006. (VUNESP/TJ – GO/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2021 – Adaptada) o pro-


cesso e o julgamento do crime de lavagem obedecem às disposições relativas ao procedimen-
to comum dos crimes punidos com detenção.

O art. 2º, I da Lei de Lavagem de Dinheiro prevê que:

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão,
da competência do juiz singular. (grifo nosso).
Errado.

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3.2. Teoria da Acessoriedade Limitada no Crime de Lavagem de


Dinheiro (Art. 2º, II e §1º)
De acordo com o art. 1º da Lei n. 9.613/1998, constitui crime de lavagem de capitais a re-
alização da conduta de “Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, mo-
vimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
de infração penal”.
Como vimos, este delito só poderá ser praticado mediante dolo do agente, consistente na
“consciência e vontade” de praticar condutas voltadas a ocultar ou dissimular a origem ilícita
de dinheiro, bens ou valores. Em razão disso, a doutrina e jurisprudência apontam que estamos
diante de um crime acessório, (também chamado de remitido, derivado ou parasitário), que
pressupõe a existência de uma infração penal antecedente.
Em outras palavras, a infração penal antecedente constitui circunstância elementar do cri-
me de lavagem.
Sem infração penal antecedente não podemos falar em crime de lavagem de dinheiro. Nes-
te ponto, a denúncia por este crime deve estar revestida da chamada “justa causa duplicada”.
Ou seja, esta denúncia deverá conter os elementos de prova do crime de lavagem de dinheiro
e, ainda, indícios suficientes da existência da infração penal antecedente.

JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem de dinheiro, a denúncia é apta quando apresentar justa causa
duplicada, indicando lastro probatório mínimo em relação ao crime de lavagem de dinheiro
e à infração penal antecedente (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 2).

A “justa causa duplicada” não exige que a denúncia da lavagem de dinheiro venha acompa-
nhada de uma descrição detalhada e exaustiva da infração penal antecedente. Basta a presen-
ça de indícios suficientes sobre a materialidade da infração anterior.
Porém o caráter acessório do crime de lavagem de dinheiro é limitado, já que só se faz ne-
cessária a existência da infração penal antecedente, e não o seu processamento e julgamento.
Neste sentido, a Lei n. 9.613/1998 estabelece que o processo e julgamento do crime de
lavagem de dinheiro, independe do processo e julgamento das infrações penais antecedentes,
ainda que praticados em outro país.
Do mesmo modo o art. 2º, §1º prevê que:

Art. 2º, §1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal ante-
cedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

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Perceba então, que para que possamos falar em materialidade do crime de lavagem de
dinheiro, a denúncia deverá vir instruída com indícios sobre a existência da infração penal an-
tecedente (justa causa duplicada). Porém, o processo e julgamento do crime previsto na Lei n.
9.613/1998 não exige a identificação do autor, nem o julgamento desta infração penal anterior.
Ou seja, para a averiguação de sua materialidade delitiva, o crime de lavagem de dinheiro
é acessório, dependendo da existência de uma infração penal anterior. Porém, no aspecto pro-
cessual, estamos diante de um delito autônomo, que não depende de julgamento da infração
anterior nem do conhecimento de seu autor. Por esta razão, a Jurisprudência em Teses n. 166
do STJ afirma que

JURISPRUDÊNCIA
O crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, tipificado no art. 1º da Lei
n. 9.613/1998, constitui crime autônomo em relação às infrações penais antecedentes.
(STJ – Jurisprudência em Teses n. 166, Item 6).

Como podemos perceber, o art. 2º, §1º afirma que o crime de lavagem de dinheiro será
punível mesmo havendo extinção da punibilidade da infração penal antecedente. Sobre este
tema, o STJ afirma que:

JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei n. 9.613/1998). (STJ –
Jurisprudência em Teses n. 167, Item 4).

Assim, em regra, a extinção da punibilidade da infração penal antecedente não repercute


na punição pelo crime de lavagem de capitais. Porém, há duas hipóteses de extinção de puni-
bilidade que impedem a aplicação de sanção penal aos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998
(tratando-se de exceção à regra prevista no art. 2º, §1º): a abolitio criminis e a anistia.
Ou seja, se houver abolitio criminis da infração penal anterior, ou se o autor desta infração
tiver sido anistiado, o agente do crime de lavagem de dinheiro não será punido.
Resumindo: Pela teoria da acessoriedade limitada, só haverá crime de lavagem de dinheiro
se houver uma infração penal antecedente. Por outro lado, o processamento e julgamento do
crime de lavagem de capitais ocorrerá:
a) Independentemente do processamento e julgamento da infração penal antecedente
b) Independentemente do conhecimento do autor da infração penal antecedente
Do mesmo modo, o autor da lavagem de capitais será punido:

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a) Independentemente da extinção da punibilidade da infração penal antecedente (como


no caso da prescrição). – Esta regra, entretanto, é excepcionada nos casos de abolitio criminis
e anistia da infração anterior.

007. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Não é neces-


sária para a caracterização da lavagem a existência de processo-crime envolvendo o crime
antecedente.

Como vimos, o art. 2º, II da Lei 9.916/98 prevê que:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento;
Certo.

3.3. Citação por Edital no Crime de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º,


§2º)
O art. 366 do CPP possui a seguinte redação:

Art. 366 do CPP. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção an-
tecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos
do disposto no art. 312.

De acordo com este artigo, em regra o processo penal e os prazos prescricionais serão
suspensos nos casos em que o acusado, citado por edital, não comparecer, nem consti-
tuir advogado.
Porém, esta regra não é aplicável aos crimes de lavagem de dinheiro, por força do art. 2º,
§2º da Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:

Art. 2º, §2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decre-
to-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não
comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento,
com a nomeação de defensor dativo.

Em resumo, havendo citação por edital, nos crimes de lavagem de dinheiro, não haverá
suspensão do processo ou do prazo prescricional caso o acusado não compareça e nem cons-
titua advogado.

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4. Medidas Assecuratórias (Arts. 4º a 6º da Lei n. 9.613/1998)


Os art. 4º, 4-A, 4º-B, 5º E 6º da Lei n. 9.613/1998 regulam sobre decretação de medidas
assecuratórias sobre os bens, direitos ou valores que sejam instrumento, produto ou proveito
dos crimes de lavagem de capitais ou das infrações penais antecedentes.
Estas medidas assecuratórias poderão ser decretadas na fase investigativa ou processual
e recairão sobre os bens, direitos ou valores do investigado, ou do acusado, ou sobre aqueles
existentes em nome de interpostas pessoas.
O STJ admite, também, que esta medida constritiva seja decretada sobre bens, direitos e
valores de pessoa jurídica que se beneficie de produtos decorrentes da lavagem de dinheiro,
ainda que esta não integre o polo passivo da investigação ou da ação penal.

JURISPRUDÊNCIA
É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que
se beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo
passivo de investigação ou ação penal. (Jurisprudência em Teses n. 167. Item 14).

Observe que, de acordo com o art. 4º da Lei n. 9.613/1998, para que haja a decretação das
medidas assecuratórias, é necessário a existência de indícios suficientes de infração penal.
Esta infração, por sua vez, poderá ser o crime ou contravenção antecedente, ou a própria lava-
gem de dinheiro.
As espécies de medidas assecuratórias estão previstas nos art. 125 a 144-A do CPP, po-
dendo ser o sequestro, arresto ou a hipoteca legal.
O art. 4º, §4º da Lei 9.9613/98 também permite a decretação das medidas assecura-
tórias para:
a) Reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
b) Reparação do dano decorrente do crime de lavagem de dinheiro
c) Pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.
O STJ entende que, nas hipóteses descritas no art. 4º, §4º, a medida assecuratória poderá
decretar a indisponibilidade de qualquer bem, seja este de origem lícita ou ilícita, adquirido
antes ou após a infração penal.

JURISPRUDÊNCIA
A medida assecuratória de indisponibilidade de bens prevista no art. 4º, § 4º, da Lei n.
9.613/1998 permite a constrição de quaisquer bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente do crime ou para pagamento de prestação pecuniária, pena de multa
e custas processuais, sendo desnecessário, pois, verificar se têm origem lícita ou ilícita

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ou se foram adquiridos antes ou depois da infração penal. (STJ. Corte Especial. Inq 1.190-
DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 - Informativo 710).

Vamos analisar estes dispositivos...

4.1. Iniciativa da Decretação das Medidas Assecuratórias


A decretação de medidas assecuratórias sobre bens direitos ou valores do acusado ou in-
vestigado, dependerá de decisão judicial devidamente fundamentada. Esta decretação poderá
ocorrer tanto na fase investigativa quanto na fase processual.
O art. 4º da Lei n. 9.613/1998 prevê que a decretação das medidas assecuratórias ocorrerá
mediante iniciativa:
a) Do juiz, de ofício – o próprio juiz poderá decretar, de ofício, as medidas assecuratórias,
desde que haja processo penal em curso. Ou seja, o juiz não poderá agir de ofício na fase in-
vestigativa.
b) Do Ministério Público, por requerimento – O MP poderá requerer a decretação das medi-
das assecuratórias tanto na fase de investigação preliminar quanto na fase processual.
c) Do delegado de polícia, por representação – A autoridade policial só poderá representar
pela decretação das medidas assecuratórias durante a fase de investigação preliminar. O MP
deverá ser ouvido sobre a representação do delegado de polícia, em 24 (vinte e quatro) horas.

008. (VUNESP/MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018/ADAPTADA) O juiz, de ofício, a


requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delegado de polícia, ouvi-
do o Ministério Público em 48 (quarenta e oito) horas, havendo indícios suficientes de infra-
ção penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado.

O art. 4º da Lei n. 9.613/1998 prevê que;

O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delegado de


polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de
infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes. (grifamos)
Errado.

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4.2. Revogação da Medida Assecuratória (Art. 4º, §2º)


O art. 4º, §2º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que, quando for comprovada a origem lícita
dos bens, direitos e valores submetido às medidas assecuratórias, o juiz irá determinar sua
liberação total ou parcial.
Neste caso, ainda que comprovada a origem lícita, o juiz irá liberar os bens submetidos
às medidas assecuratórias, mas manterá a constrição sobre aqueles bens necessários e su-
ficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
decorrentes da infração penal.

Art. 4º, §2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando com-
provada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
decorrentes da infração penal.

Perceba que, para a decretação das medidas assecuratórias basta que haja indícios sufi-
cientes de infração penal. Por outro lado, para que os bens, direitos e valores sejam liberados,
deve haver a comprovação de sua origem lícita. Neste ponto, a doutrina aponta a existência de
uma inversão do ônus da prova no processo penal.
O art. 4º, §3º prevê que nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimen-
to pessoal do acusado ou de interposta pessoa.

4.3. Suspensão da Ordem de Prisão e das Medidas Assecuratórias


(Art. 4º-B)
De acordo com o art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998 “A ordem de prisão de pessoas ou as me-
didas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o
Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investigações.”
Perceba que, neste caso, não estamos falando em revogação da medida e sim em suspen-
são. Assim, quando a ordem de prisão ou a decretação de medida constritiva puder prejudicar
o encaminhamento das investigações, o juiz poderá suspender a ordem, postergando os efei-
tos de sua decisão.
Esta suspensão, prevista no art. 4º-B ocorrerá na fase investigativa e deverá ser precedida
da manifestação do MP. A doutrina afirma que esta suspensão constitui modalidade de ação
controlada.

009. (CESPE/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2019/ADAPTADA) Ao receber ação penal para o


processamento de crime de lavagem de valores, de acordo com a legislação especial que trata

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do assunto, o juiz de direito substituto atuará corretamente no caso de suspender, após ouvir o
Ministério Público, medida assecuratória de bens e valores sob o fundamento de que a execu-
ção imediata poderá comprometer as investigações.

A assertiva traz a previsão do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:

A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão


ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder com-
prometer as investigações.
Certo.

4.4. Conservação dos Bens Submetidos às Medidas Assecuratórias


(art. 5º e 6º)
O art. 4º, §3º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que o juiz irá determinar a prática de atos
necessários à conservação dos bens, direitos e valores constritos.
O art. 5º da norma prevê que “Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido
o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administração dos
bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de compromisso.”
Perceba que a nomeação do administrador será realizada por meio de decisão judicial,
ouvido o MP. Este administrador, por sua vez, poderá ser pessoa física ou jurídica, que se sub-
meterá ao Termo de Compromisso e fará jus à uma remuneração, fixada pelo magistrado.
Deste modo, o Art. 6º da norma, estabelece que, a pessoa responsável pela administra-
ção dos bens

I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto
da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua ad-
ministração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos reali-
zados.
Art. 6º, Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a medidas assecura-
tórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.

Sempre que estes bens estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação,
ou quando houver dificuldade para sua manutenção, o magistrado poderá determinar sua alie-
nação antecipada, para preservação do valor, como prevê o art. 4º, §1º e art. 4º-A, que estuda-
remos agora...

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4.5. Alienação Antecipada dos Bens Submetidos à Medida


Assecuratória (Art. 4º, §1º, e Art. 4º-A)
O art. 4º, §1º da Lei 9.616/98 trata da alienação antecipada dos bens, direitos ou valores
submetidos às medidas assecuratórias. Esta alienação ocorrerá para a preservação do valor
dos bens nas seguintes hipóteses:
a) Sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação,
b) Quando houver dificuldade para sua manutenção.
Perceba que a alienação antecipada dos bens submetidos às medidas assecuratórias,
constitui medida cautelar, podendo ser deferida antes da condenação.
O procedimento da alienação antecipada destes bens, está previsto no art. 4º-A da Lei, que
possui a seguinte redação:

Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em se-
parado em relação ao processo principal
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição
e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sen-
tença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
§ 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta judicial remunerada, adotando-
-se a seguinte disciplina:
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal:
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição financeira pública,
mediante documento adequado para essa finalidade;
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por outra instituição financeira
pública para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição financeira pública serão
debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados:
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em lei, preferencialmente públi-
ca, de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da União
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na forma da respectiva legis-
lação
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sen-
tença proferida na ação penal, será:

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I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Jus-
tiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de
competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição do réu pela
instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores depositados ou devolvidos.
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e multas incidentes sobre o
bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Federa-
ção, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles ônus.
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da alienação serão apensados aos
do processo principal.
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso
do procedimento previsto neste artigo.
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz decretará, em favor,
conforme o caso, da União ou do Estado:
I – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais não foi dada destinação
prévia; e
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o trânsito em julgado da
sentença condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo serão adjudicados ou levados
a leilão, depositando-se o saldo na conta única do respectivo ente.
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita documento de habilitação à cir-
culação e utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o caput
deste artigo.
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e valores oriundos do crime
de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos desta
Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei específica.

4.5.1. Legitimados para Alienação Antecipada dos Bens Submetidos às Medi-


das Assecuratórias (Art. 4º-A, Caput)

A decisão judicial que determina a alienação antecipada dos bens submetidos às medidas
assecuratórias ocorrerá:
a) De ofício, pelo juiz – O juiz poderá determinar a decretação das medidas assecuratórias,
bem como a alienação antecipada dos bens submetidos à estas medidas.
b) A requerimento do Ministério Público
c) Por solicitação de qualquer interessado

4.5.2. Tramitação da Alienação Antecipada dos Bens Submetidos às Medidas


Assecuratórias

O requerimento ou solicitação da alienação dos bens será realizado por meio de petição
autônoma. O procedimento desta alienação tramitará em autos separados do processo principal.

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Apenas após a realização do depósito da quantia apurada, os autos da alienação antecipada


serão apensados aos do processo principal, como prevê o art. 4º-A, §8º.
O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a des-
crição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde
se encontram (art. 4º-A, §1º).
Decretada a alienação, o juiz irá determinar a avaliação dos bens, nos autos apartados, e
intimará o Ministério Público. (art. 4º-A, §2º).
Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou
pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento)
da avaliação. (art. 4º-A, §3º).
Após a realização da alienação (por leilão ou pregão) a quantia apurada será depositada
em conta judicial remunerada, nos termos do art. 4º-A, §4º. Esta instituição financeira deposi-
tária deverá manter o controle dos valores depositados ou devolvidos.
Em regra, os tributos e as multas incidentes sobre o bem alienado serão deduzidos da
quantia apurada no leilão. Entretanto, é possível que o ente da federação em que corre o pro-
cesso, tenha competência para desonerar bens submetidos à constrição judicial.
Após a realização do depósito da quantia apurada com o leilão, os autos da alienação se-
rão apensados aos do processo principal.
O art. 4º-A, §9º prevê que os recursos interpostos, contra as decisões proferidas no curso
deste procedimento, terão apenas efeito devolutivo.

010. (FUMARC/PC – MG/DELEGADO/2018/ADAPTADA) A alienação de bens objeto de me-


didas assecuratórias depende da existência de trânsito em julgado de sentença condenatória.

Será possível a alienação antecipada, nos termos do art. 4º, §1º da Lei n. 9.613/1998 que as-
sim dispõe:

Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (grifamos).
Errado.

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5. Efeitos da Condenação pelo Crime de Lavagem de Capitais (Art. 7º)


A condenação, pelo crime de lavagem de dinheiro, produzirá os seguintes efeitos:
1) A perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Esta-
dual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos
de lavagem de dinheiro, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito
do lesado ou de terceiro de boa-fé;
2) A interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor,
de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no
art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
A perda dos bens, direitos e valores poderá ser realizada em favor da União (quando o cri-
me for julgado perante a Justiça Federal, nas hipóteses previstas no art. 2º, III da norma), ou
dos Estados (quando a competência para julgamento for da justiça estadual)
Quanto a destinação, o art. 7º, §1º prevê que a União e os Estados, no âmbito de suas
competências, regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda
houver sido declarada.
Se a perda tiver ocorrido em favor da União (nos processos de competência da Justiça Fe-
deral) os bens serão destinados aos órgãos federais encarregados da prevenção, do combate,
da ação penal e do julgamento dos crimes de lavagem de lavagem de dinheiro. Se a perda tiver
ocorrido em favor dos Estados (nos processos de competência da Justiça Estadual), os bens
serão destinados, de preferência, para os órgãos locais com idêntica função.
O art. 7º, §2º da Lei prevê que:

Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
na sua conservação.

6. Cooperação Jurídica Internacional (Art. 8º)


O art. 8º da Lei n. 9.613/1998 dispões que

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por


solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
valores oriundos de crimes descritos no art. 1º praticados no estrangeiro.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional,
quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores privados sujeitos a medidas asse-
curatórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua
alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado
o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

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Este artigo traz a possibilidade de cooperação jurídica internacional, autorizando que o


juiz, no Brasil, decrete medida assecuratória sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
de lavagem de dinheiro praticados no estrangeiro. Para decretação desta medida, é necessá-
rio que haja:
1) Existência de Tratado ou Convenção Internacional ou, caso não haja este instrumento, o
governo do país da autoridade solicitante deverá prometer reciprocidade ao Brasil.
2) Solicitação de autoridade estrangeira competente

7. Torres de Vigia e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras


(Arts. 9º a 15 da Lei n. 9.613/1998)
O art. 9º da Lei n. 9.613/1998 prevê um rol de pessoas físicas e jurídicas que têm o dever
de colaborar com a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. Estas pessoas com-
põem o mercado financeiro e, por isso, têm o dever legal de informar às autoridades compe-
tentes, sobre quaisquer operações suspeitas.
Assim, o art. 9º traz um rol de pessoas, físicas e jurídicas públicas ou privadas, possuem
o dever legal de comunicar, aos órgãos competentes, quaisquer movimentações em que há
a suspeita de lavagem de dinheiro. Trata-se do que a doutrina chama de “Torres de Vigia” ou
“gatekeepers”.
As obrigações atribuídas a estas pessoas, estão previstas no art. 10 e 11 da Lei n.
9.613/1998, e consistem na “Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros” e “Comu-
nicação de Operações Financeiras”.
A Lei n. 9.613/1998 criou o Conselho e Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão
do Ministério da Fazenda, responsável por disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas relacionadas a crime de
lavagem de dinheiro, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.
O art. 15 da Lei estabelece que “O COAF comunicará às autoridades competentes para a
instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito”.
Em relação ao tema, o STF entendeu que é constitucional o compartilhamento dos relató-
rios de inteligência financeira do COAF com os órgãos de persecução penal, para fins criminais,
sem obrigatoriedade de prévia autorização judicial. (STF - Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019. Repercussão Geral – Tema 990. Informativo 962).
Em janeiro de 2020, entrou em vigor a Lei 13.974 que dispõe sobre o Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf). O art. 3º desta norma prevê que, sem prejuízo das atribuições
estabelecidas na legislação em vigor, compete ao Coaf:

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo
I – Produzir e gerir informações de inteligência financeira para a prevenção e o combate à lavagem
de dinheiro;
II – Promover a interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e interna-
cionais que tenham conexão com suas atividades.

011. (CESPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO/2015) Joana, condenada em 2005 por tráfi-


co de drogas, na justiça federal, movimentou, em 2006 e 2007, por meio de transações bancá-
rias eletrônicas, valores incompatíveis com sua atividade profissional e demais fontes de ren-
da. Durante investigação, ficou comprovado que o dinheiro movimentado era proveniente do
tráfico de drogas e que Joana ocultara e dissimulara a origem ilícita dos valores com o auxílio
de seu irmão, dono de uma revenda de carros novos e usados. Demonstrou-se a materialidade
da conduta ilícita a partir das informações fornecidas pela Receita Federal do Brasil e pelas
instituições bancárias.
Na situação em apreço, caberia ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) ter
comunicado os fatos ilícitos praticados, bem como os indícios de sua prática, ou de qualquer
outro ilícito, às autoridades competentes pela instauração dos procedimentos cabíveis.

Como acabamos de ver, o art. 15 da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis,


quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática,
ou de qualquer outro ilícito.
Certo.

8. Acesso a Banco de Dados (Art. 17-B)


O art. 17-B DA Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.

A autoridade policial e o MP terão acesso aos dados cadastrais do investigado mantidos


pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, pelos provedores de inter-
net e administradoras de cartão de crédito. Este acesso não dependerá de autorização judicial.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

Perceba que o art. 17-B permite que a autoridade policial e o MP tenham acesso, sem au-
torização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado. Estes dados cadastrais infor-
mam qualificação pessoal, filiação e endereço.
O acesso ao conteúdo de comunicações (como ocorre, por exemplo, nas interceptações
telefônicas), exige autorização judicial. Neste sentido, o STJ afirma que

JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, a autoridade policial e
o Ministério Público têm acesso, independentemente de autorização judicial, aos dados
meramente cadastrais de investigados que não são protegidos pelo sigilo constitucional
(art. 17-B da Lei n. 9.613/1998). (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 13).

9. Indiciamento de Servidor Público (Art. 17-D)


O art. 17-D da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remu-
neração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão funda-
mentada, o seu retorno.

Este artigo prevê o afastamento cautelar do servidor público indiciado pelo crime de lava-
gem de dinheiro.
O STF entendeu que este afastamento não poderá ser automático. Ou seja, o fato de o
servidor público ser indiciado por crime de lavagem de capitais não gera, obrigatoriamente, o
seu afastamento.

JURISPRUDÊNCIA
A determinação do afastamento automático do servidor investigado, por consequência
única e direta do indiciamento pela autoridade policial, não se coaduna com o texto cons-
titucional, uma vez que o afastamento do servidor, em caso de necessidade para a inves-
tigação ou instrução processual, somente se justifica quando demonstrado nos autos o
risco da continuidade do desempenho de suas funções e a medida ser eficaz e proporcio-
nal à tutela da investigação e da própria administração pública, circunstâncias a serem
apreciadas pelo Poder Judiciário (STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin,
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 - Informativo 1000).

Portanto, o afastamento cautelar do servidor público será determinado por decisão judicial,
caso a medida seja necessária para a investigação ou instrução processual.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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Finalizamos aqui, a nossa aula sobre a Lei n. 9.613/1998! Não esqueça de ler, e reler a lei,
quantas vezes achar necessário!
Bons estudos!

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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RESUMO
Antes de fazermos as questões sobre o Crime de Lavagem de Dinheiro, vamos fazer uma
breve revisão dos temas abordados em nossa aula!
• De acordo com o STF, a lavagem de dinheiro é crime acessório, derivado ou parasitário,
que pressupõe a ocorrência de uma infração penal anterior.
• A infração penal antecedente constitui circunstância elementar do crime de lavagem.
• A Infração penal antecedente poderá ser crime ou contravenção penal.
• O produto da infração penal antecedente será o objeto material do crime de lavagem de
dinheiro.
• De acordo com o STF, para que haja a configuração do crime de lavagem de dinheiro é
necessário que a conduta de ocultação ou dissimulação seja autônoma e distinta da
infração antecedente.
• Gerações de legislação sobre o crime de lavagem de dinheiro:

a) 1ª Geração: Apenas o tráfico de drogas poderia ser considerado crime antecedente.


b) 2ª Geração: A infração penal antecedente está taxativamente prevista em lei.
c) 3ª Geração: A lei não prevê um rol taxativo para as infrações penais antecedentes. Logo,
qualquer infração penal poderá ser antecedente ao crime de lavagem de capitais.
• Com o advento da Lei n. 12.683/2012, a legislação brasileira deixou de prever um rol
taxativo de crimes antecedentes à lavagem de dinheiro. Logo, atualmente, a legislação
brasileira sobre o crime de lavagem de dinheiro é de 3ª geração.
• A lavagem de capitais constitui crime de ação múltipla. Assim, a realização de mais de
uma das condutas descritas no tipo, dentro de um mesmo contexto fático, configurará
apenas um crime.
• De acordo com o STF, a lavagem de dinheiro realizada por meio da conduta de “ocultar”,
constitui crime permanente. Logo, nestes casos, o início da contagem do prazo prescri-
cional ocorrerá a partir da cessação da permanência.
• A doutrina aponta que a lavagem de dinheiro pode ser dividida em três fases: Colocação;
Dissimulação; Integração.
• Para a configuração deste crime, não é necessário a ocorrência cumulativa das três fa-
ses da lavagem de dinheiro.
• De acordo com o STF o ato de esconder notas de dinheiro, proveniente de propina, nos
bolsos do paletó, na cintura e dentro das meias, não configura crime de lavagem de di-
nheiro.
• Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
• Elemento Subjetivo: dolo.
• Para configuração do crime de lavagem de dinheiro, o sujeito ativo não precisa ter parti-
cipado da infração penal antecedente.

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• Admite a aplicação da “Teoria da cegueira deliberada”.


• Os tribunais superiores admitem a “autolavagem”. Logo, é possível que o agente res-
ponda, simultaneamente, pela infração penal antecedente e pelo crime de lavagem de
dinheiro, se for demonstrado que os delitos foram praticados por atos diversos e autô-
nomos.
• Ação Penal: Pública Incondicionada.
• Admite-se a tentativa, que será punida com a pena correspondente ao crime consuma-
do, diminuída de um a dois terços.
• A pena pelo crime de lavagem de dinheiro será aumentada de um a dois terços nas se-
guintes hipóteses:

a) Quando for cometido de forma reiterada


b) Quando for cometido por intermédio de organização criminosa.
• Admite-se a colaboração premiada, a qualquer momento da persecução penal, nos cri-
mes de lavagem de dinheiro.
• Admite-se a ação retardada e a infiltração como meios de obtenção de prova realizados
na fase investigativa do crime de lavagem de dinheiro.
• Em regra, a competência para processamento e julgamento dos crimes de lavagem de
dinheiro será da Justiça Estadual.
• A Justiça Federal será competente nos seguintes casos:

a) Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em


detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou em-
presas públicas;
b) Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal – Neste
ponto, não custa lembrarmos que a Justiça Federal não possui competência para julgar con-
travenções penais.
• Os crimes de lavagem de capitais obedecem às disposições relativas ao procedimento
comum dos crimes punidos com reclusão.
• Teoria da acessoriedade limitada: O processo e julgamento do crime de lavagem de di-
nheiro não depende do processamento da infração penal antecedente.
• O crime de lavagem de dinheiro será punível ainda que desconhecido ou isento de pena
o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
• Justa causa duplicada: a denúncia deverá ser instruída com indícios suficientes da exis-
tência de infração penal antecedente.
• Havendo citação por edital, nos crimes de lavagem de dinheiro, não haverá suspensão
do processo ou do prazo prescricional caso o acusado não compareça e nem constitua
advogado.

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MAPAS MENTAIS

Apenas o tráfico de drogas poderia ser infração


Com o advento da Lei n. 12.683/2012,
1ª Geração penal antecedente a legislação brasileira deixou de prever
A Lei estabelece um rol taxativo de infrações um rol taxativo de crimes antecedentes
penais antecedentes
à lavagem de dinheiro. Logo,
Gerações de legislação 2ª Geração A lei não prevê um rol taxativo para as infrações
atualmente, a legislação brasileira
penais antecedentes. Logo, qualquer infração
penal poderá ser antecedente ao crime de lava- sobre o crime de lavagem de dinheiro
gem de capitais
3ª Geração é de 3ª geração.

Constitui circunstância elementar do crime de lavagem


Poderá ser crime ou contravenção
Atualmente, a Lei n. 9.613 não prevê um rol taxativo de
Infração penal antecedente infrações penais antecedentes
O produto desta infração gera bens, direitos ou valores que
serão objeto material da lavagem de capitais
Crime de Lavagem de
Dinheiro
De acordo com o STF, a lavagem
de dinheiro realizada por meio da
Logo, nesses casos, o início da contagem do prazo prescri-
conduta de “ocultar”, constitui crime
cional ocorrerá a partir da cessação da permanência.
É crime acessório, derivado, permanente.
remitido ou parasitário, que
pressupõe a ocorrência de uma
Colocação;
infração penal anterior
Não é necessário a ocorrência
Fases da lavagem de dinheiro Dissimulação; cumulativa das três fases da
lavagem de dinheiro.
Integração

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A lavagem de capitais não admite a
Elemento subjetivo: dolo modalidade culposa

Qualquer pessoa (crime comum)

Sujeito ativo
O sujeito ativo não precisa ter participado da
infração penal antecedente.

A tentativa será punida com a pena correspon-


dente ao crime consumado, diminuída de um
Crime de Lavagem de Admite a tentativa a dois terços.
Dinheiro

Os tribunais superiores É possível que o agente responda, simultaneamente, pela infração


penal antecedente e pelo crime de lavagem de dinheiro
admitem a “autolavagem”
Ação penal pública
incondicionada Quando a lavagem de dinheiro for cometida de forma
reiterada A pena será aumentada
Causas de aumento de pena Quando for cometido por intermédio de organização de um a dois terços
criminosa

Na investigação, admite-se a
ação controlada e a infiltração
de agentes

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É admitida na fase investigativa ou na fase processual

Beneficiados da colaboração: o autor, coautor ou partícipe


da lavagem de dinheiro
Colaboração premiada

Ato espontâneo e unilateral Não depende de acordo prévio

Benefícios:
Crime de Lavagem Reduzida da pena de um a dois terços
A pena poderá ser cumprida em regime aberto ou
de Dinheiro semiaberto
Perdão judicial: o juiz poderá deixar de aplicar a pena
Substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos

Regra: Justiça Estadual


Competência Quando praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de
A Justiça Federal será competente: bens, serviços ou interesses da União, ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas
Quando a infração penal antecedente for de
competência da Justiça Federal

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/MJSP/TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2022)
Considerando a Lei n.º 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de
bens, direitos e valores, julgue o item que se segue.
As medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores e a ordem de prisão de pessoas pode-
rão ser suspensas imediatamente pelo juiz quando a sua pronta execução puder comprometer
as investigações em curso no procedimento criminal, sendo dispensada a oitiva do Ministério
Público em razão da urgência do ato processual.

002. (CESPE/MJSP/TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2022) A


alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição poderá ser decretada
pelo juiz ou por solicitação da parte interessada, mediante petição incidental, que será autuada
e tramitará conjuntamente com o processo principal.

003. (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS – SC/PROCURADOR MUNICIPAL/2022)


Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei de Lavagem de Dinheiro.
a) É vedada a nomeação ou designação de pessoa física ou jurídica para a administração dos
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, da infração penal.
b) No processo que apure o delito de lavagem de dinheiro, se o acusado, citado por edital,
não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional.
c) Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado
for decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública ou devolvi-
dos aos seus proprietários, se houver interesse na sua conservação.
d) Deferida a alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição, o juiz,
de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, deter-
minará a imediata suspensão do processo principal, até a apuração final dos valores obtidos.
e) direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a
sua execução imediata puder comprometer as investigações.

004. (FUNDATEC/PC – RS/DELEGADO/2018) A respeito das condutas incriminadas pela Lei


n. 9.613/1998, denominada Lei de Lavagem de Dinheiro, analise as assertivas que seguem:
I – De acordo com o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, o crime
de lavagem de bens, direitos ou valores, praticado na modalidade de ocultação, tem natureza
de crime permanente, logo, a prescrição somente começa a contar do dia em que cessar a
permanência.
II – O crime de lavagem de bens, direitos ou valores é composto por três fases: a colocação
(placement), a ocultação (layering) e a integração (integration), devendo todas estarem confi-
guradas para o enquadramento da conduta na figura criminosa.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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III – A pena será aumentada de um a dois terços, quando forem constatadas várias transações
financeiras, soma de grandes valores e, além disso, houver prova de que o sujeito integre orga-
nização criminosa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

005. (FGC/MPE – GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) A medida assecuratória de indisponi-


bilidade de bens prevista no Art. 4º, §4º, da Lei n. 9.613/1998 permite a constrição de:
a) bens, direitos ou valores oriundos da prática criminosa apenas para reparação do dano de-
corrente do crime;
b) quaisquer bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente do crime ou para
pagamento apenas de pena de multa;
c) bens, direitos ou valores oriundos da prática criminosa apenas para pagamento de presta-
ção pecuniária, pena de multa e custas processuais;
d) quaisquer bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente do crime ou para
pagamento de prestação pecuniária, pena de multa e custas processuais;
e) bens, direitos ou valores oriundos da prática criminosa para reparação do dano decorrente
do crime ou para pagamento de prestação pecuniária, pena de multa e custas processuais.

006. (CESPE/PGE – CE/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Assinale a opção correta acerca


dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
a) Em razão do fenômeno da consunção, não é possível a autolavagem, isto é, a imputação
simultânea, ao mesmo réu, da infração antecedente e do crime de lavagem.
b) Por constituir crime unissubsistente, a tentativa é impunível.
c) Em caso de colaboração espontânea do agente com as autoridades, mediante esclareci-
mentos relevantes para a apuração da materialidade ou da autoria/participação no crime nos
termos da lei, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultadas ainda ao órgão julgador a concessão do perdão judicial ou a substi-
tuição da pena, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos.
d) Desde a entrada em vigor da Lei n.º 9.613/1998, a legislação penal brasileira pode ser clas-
sificada como legislação de terceira geração, ao considerar que qualquer infração penal pode
figurar como delito antecedente da lavagem de capitais.

007. (FUMARC/PC – MG/DELEGADO/2021) Sobre as disposições processuais especiais da


Lei n. 9.613/1998 (que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e
valores, e dá outras providências), é INCORRETO afirmar:
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a) No curso das investigações de crimes de lavagem de bens, direitos ou valores, ordens de


prisão ou medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as in-
vestigações.
b) No processo por crime previsto na Lei n. 9.613/1998, não se aplica o disposto no art. 366 do
CPP, devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital,
prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
c) O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 independem do pro-
cesso e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país,
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
processo e julgamento.
d) O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 não são da competên-
cia da Justiça Federal nas hipóteses em que a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal, tendo em vista serem crimes autônomos.

008. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Acerca dos crimes de lavagem


de dinheiro, julgue o item que se segue.
O processo e o julgamento de tais delitos são, em regra, da competência do juiz singular e obe-
decem ao rito comum relativo aos crimes punidos com reclusão.

009. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Acerca dos crimes de lavagem


de dinheiro, julgue o item que se segue.
A extinção da punibilidade do agente responsável pela infração penal antecedente alcança, em
geral, o autor do delito de lavagem de dinheiro.

010. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Acerca dos crimes de lavagem


de dinheiro, julgue o item que se segue.
A infiltração e a ação controlada são permitidas legalmente para a apuração dos delitos de la-
vagem de dinheiro, desde que se trate, comprovadamente, de prática delituosa levada a efeito
por organização criminosa.

011. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Em relação aos crimes de lavagem e ocul-


tação de bens, previstos na Lei 9.613/1998, assinale a alternativa correta:
a) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei 9.613/1998, não obstante tratar-se de
crimes subsidiários, independe do processo e julgamento dos crimes principais antecedentes,
desde que praticados no Brasil.
b) Nos crimes de que trata a Lei 9.613/1998, são efeitos da condenação, além dos previstos
no Código Penal, a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e
de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas que

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tenham legalmente a obrigação de informarem atividades suspeitas (como os bancos, bolsas


de mercadorias, bolsas de valores, administradoras de cartão, etc.) pelo mesmo tempo da
pena privativa de liberdade aplicada.
c) No processo dos crimes previstos na Lei 9.613/1998, o acusado que não comparecer nem
constituir advogado será citado por edital e o processo ficará suspenso nos termos do art.
366 do CPP.
d) Para apuração de crime previsto na Lei 9.613/1998, admite-se a ação controlada, mesmo
quando não se tratar de organização criminosa.
e) A Lei 9.613/1998 permite quanto à pena, redução, mitigação do regime para aberto e se-
miaberto, e até mesmo a não aplicação da pena ou a substituição por restritiva de direitos, ao
coautor ou partícipe que colaborar espontaneamente, mas veda o benefício de não aplicação
ao autor principal.

012. (VUNESP/TJ – GO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2021) No que


concerne à lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/98), é correto afirmar que
a) o processo e o julgamento do crime de lavagem obedecem às disposições relativas ao pro-
cedimento comum dos crimes punidos com detenção.
b) a pena será aumentada, de um a dois terços, se a lavagem for cometida de forma reiterada
ou por intermédio de organização criminosa.
c) se desconhecido o autor do crime antecedente, não se configura o crime de lavagem.
d) se extinta a punibilidade da infração penal antecedente, não se configura o crime de lavagem.

013. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Em relação ao crime de ocultar


ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores, provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal, marque a
alternativa correta, conforme a Lei n.º 9.613, de 3 de março de 1998, e suas alterações:
a) A pena será de detenção, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
b) A pessoa que, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenien-
tes de infração penal, os converte em ativos lícitos, não incorre na mesma pena.
c) A tentativa não será punida.
d) A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

014. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) É correto afirmar que o processo


e julgamento dos crimes previstos na Lei n.º 9.613, de 3 de março de 1998, e suas alterações:
a) obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com de-
tenção, da competência do juiz singular.
b) dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que prati-
cados em outro país, cabendo ao Ministério Público a decisão sobre a unidade de processo e
julgamento.

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c) é de competência da Justiça Federal quando a infração penal antecedente for de competên-


cia da Justiça Federal.
d) é de competência da Justiça Estadual quando praticado contra o sistema

015. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) De acordo com a Lei n.º 9.613, de


3 de março de 1998, e suas alterações, e o acesso aos dados cadastrais do investigado que
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, assinale a alternativa correta:
a) Como são dados não protegidos por sigilo, qualquer pessoa vinculada a órgão da Adminis-
tração Direta ou Indireta que participe da investigação poderá ter amplo acesso a cadastros de
entidades públicas ou privadas.
b) A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independen-
temente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas,
pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão
de crédito.
c) A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadas-
trais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, mediante prévia
autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
d) Apenas a autoridade policial, mediante autorização judicial, poderá ter acesso aos dados
cadastrais mantidos pela Justiça Eleitoral e pelas administradoras de cartão de crédito. Quan-
to aos demais bancos de dados mantidos por entidades privadas, tanto Ministério Público
quando a autoridade policial poderão ter acesso, desde que previamente autorizados pelo juiz
competente.

016. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) De acordo com a Lei n.º 9.613, de


3 de março de 1998, e suas alterações, as pessoas jurídicas que comercializem joias, pedras e
metais preciosos, objetos de arte e antiguidades:
I – Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro,
que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta
expedidas.
II – Ficam dispensadas de cadastro no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF),
ainda que inexista órgão regulador ou fiscalizador da atividade.
III – Dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das
autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos na Lei
n. 9.613, de 3 de março de 1998, ou com eles relacionar-se.
Estão corretos:
a) apenas os itens I e II.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

b) apenas os itens II e III.


c) apenas os itens I e III.
d) todos os itens.

017. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Leia os itens seguintes:


I – O crime de lavagem de dinheiro é, por definição, um crime derivado, acessório ou parasitário.
PORQUE
II – O crime de lavagem de dinheiro pressupõe a ocorrência de um delito anterior. Marque a
alternativa correta:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item II está correto.
c) Ambos os itens estão corretos e o item Il explica o item I.
d) Ambos os itens estão corretos, mas o item II não explica o item I.

018. (CESPE/PC – SE/ESCRIVÃO/2021) Com relação aos crimes de lavagem de dinheiro,


julgue o item a seguir.
Considere que a autoridade policial, no curso de investigação de crime de lavagem de dinheiro,
tenha solicitado a determinada administradora de cartão de crédito o acesso aos dados rela-
tivos às movimentações e operações de determinado usuário. Nessa situação, é ilegal a soli-
citação da autoridade policial e a administradora deve negar o acesso aos dados do usuário.

019. (CESPE/PC – SE/ESCRIVÃO/2021) Com relação aos crimes de lavagem de dinheiro,


julgue o item a seguir.
Servidor público indiciado, em tese, pela prática de crime de lavagem de dinheiro deverá ser
afastado imediatamente do cargo ou função, com prejuízo de remunerações, até que o juiz
competente autorize o seu retorno às atividades.

020. (CESPE/PC – SE/ESCRIVÃO/2021) Com relação aos crimes de lavagem de dinheiro,


julgue o item a seguir.
Não se caracteriza o crime de lavagem de dinheiro se da infração produtora não resultar pro-
veito econômico ou valores passíveis de mascaramento.

021. (MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) A habitualidade não é elemen-


tar do crime de “lavagem” de capitais, mas, se praticada de forma reiterada, faz incidir causa
de aumento de pena.

022. (MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O crime de “lavagem” de capitais é punível


ainda que desconhecido ou isento de pena o autor da infração penal antecedente.

023. (VUNESP/PAULPREV – SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2018) Tendo em conta a Lei


no 9.613/98, com as alterações da Lei no 12.683/12, é correto afirmar que

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

a) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade culposa.


b) a ocultação de bens, direitos ou valores provenientes de contravenção penal não pode ense-
jar crime de lavagem de dinheiro.
c) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade tentada.
d) o ordenamento pátrio adotou a legislação de segunda geração, já que apenas um rol fecha-
do de infração penal antecedente pode ensejar crime de lavagem de dinheiro.
e) haverá aumento de pena se o crime de lavagem de dinheiro for cometido

024. (MPE – RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Acerca dos crimes relativos à ocultação de


bens, direitos ou valores provenientes de atividade ilícita (“lavagem de dinheiro”), previstos na
Lei n. 9.613/1998 e alterações posteriores, assinale a alternativa correta.
a) A partir da alteração promovida pela Lei n. 12.683/2012, foi suprimida a relação de infrações
penais antecedentes, de modo que pode configurar-se o delito de “lavagem de dinheiro” diante
da prática anterior de qualquer uma, desde que não se trate de contravenção penal.
b) Somente admitem a modalidade dolosa, exceto relativamente a infrações penais cometidas
por agentes integrantes do sistema financeiro nacional, os quais podem vir a ser, em alguns
casos, responsabilizados penalmente na modalidade culposa.
c) Segundo o entendimento dominante no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, somente
respondem penalmente por sua prática os agentes que não tenham tido envolvimento com a
infração penal antecedente, não se admitindo, assim, a chamada “autolavagem”, sob pena de
configuração de bis in idem.
d) A extinção da punibilidade da infração penal antecedente pela prescrição não prejudica a
configuração do delito de “lavagem de dinheiro”.
e) Constitui efeito da condenação penal a perda, em favor exclusivamente da União, de todos
os bens, direitos e valores relacionados à prática da infração penal.

025. (NC – UFPR/PC – PR/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) Sobre o crime de lavagem de di-


nheiro, nos termos da Lei n. 9.613/1998, com as alterações advindas da Lei n. 12.683/2012,
assinale a alternativa correta.
a) A lavagem de dinheiro tipifica a conduta de ocultar ou dissimular a natureza, origem, loca-
lização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes,
direta ou indiretamente, de crime, não abrangendo a contravenção penal como hipótese de
infração penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro não admite a modalidade tentada.
c) Não é possível a imputação simultânea, ao mesmo réu, da infração antecedente e do crime
de lavagem, ainda que sejam verificados atos diversos e autônomos daquele ato que compõe
a realização da primeira infração penal.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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d) Não é necessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partícipe
da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens, direitos e
valores e concorra dolosamente para sua ocultação ou dissimulação.
e) Não é qualquer crime que pode ser considerado antecedente da lavagem, mas apenas aque-
les previstos em rol taxativo.

026. (IDECAN/PC – CE/INSPETOR/2021) Carlos está sendo investigado por crime de lava-
gem de dinheiro tipificado na Lei n. 9.613/1998 e resolve procurar um advogado especialista
na matéria para lhe esclarecer como os Tribunais Superiores vêm se posicionando acerca da
complexidade do tema. O advogado fez várias ponderações e esclarecimentos a Carlos.
Nesse cenário, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal anteceden-
te não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei 9.613/1998).
b) A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e da
majorante prevista no §4º do art. 1º da Lei 9.613/1998, nos crimes de lavagem de dinheiro,
acarreta bis in idem.
c) É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que se
beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo passivo
de investigação ou ação penal.
d) A tipificação do crime de lavagem de dinheiro depende da existência de uma infração penal
antecedente; portanto, não é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mes-
mo réu, da infração antecedente e do crime de lavagem.
e) Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação da
pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da movimen-
tação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do tipo.

027. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) Acerca da Lei 9.613/1998 e consoante entendi-


mento dos tribunais superiores, assinale a alternativa correta.
a) O processo e o julgamento pelo crime de lavagem de dinheiro ficam condicionados ao julga-
mento das infrações penais antecedentes.
b) A infração penal antecedente não influencia na fixação da competência do delito de lavagem
de capitais.
c) Para o crime de lavagem de capitais, precisam estar presentes, cumulativamente, a coloca-
ção, a integração e a ocultação.
d) Sendo o delito de lavagem de dinheiro crime material, somente se consuma se os valores
forem efetivamente introduzidos no sistema financeiro.
e) O delito de lavagem de dinheiro só admite a modalidade dolosa.

028. (FUNDEP/MPE – MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) A respeito do delito de lavagem


de dinheiro, é INCORRETO afirmar:

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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a) A condenação pelo delito de lavagem de dinheiro não pressupõe a determinação da autoria


do delito antecedente.
b) O delito de lavagem de dinheiro pode ter por antecedente uma contravenção penal, pois o
sistema brasileiro opera com o chamado rol aberto de infrações anteriores.
c) Se o agente participa do delito principal antecedente, a subsequente lavagem de dinheiro
configura um post factum impunível.
d) Na legislação brasileira, o delito de lavagem de dinheiro não é punível na modalidade culpo-
sa, sendo exigível o dolo em todas as modalidades típicas.

029. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Integrantes de uma


organização criminosa que utilizava em um de seus ramos de atuação a prática de lavagem de
dinheiro foram detidos. Nessa situação, o crime de lavagem de dinheiro absorverá o crime de
integrar organização criminosa.

030. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/ESCRIVÃO/2021) Assinale a alternativa correta segundo a


Lei de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei n. 9.613/1998).
a) A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nessa Lei forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) No crime de lavagem de dinheiro, não se admite a tentativa.
c) Para a apuração do crime de lavagem, admite-se a utilização da ação controlada, vedada a
infiltração de agentes.
d) A pena poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto, se o autor co-
laborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais.
e) O processo e o julgamento dos crimes previstos nessa Lei são da competência da Justi-
ça Federal.

031. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) O crime de lavagem de dinheiro está,


consoante a lei, equiparado ao crime hediondo.

032. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
Ouvido o Ministério Público, ordens de prisão ou medidas assecuratórias de bens poderão
ser suspensas pelo juiz quando a execução imediata dessas ações puder comprometer as
investigações.

033. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
No que se refere ao investigado, a autoridade policial terá acesso a dados cadastrais relativos
à qualificação pessoal, à filiação e ao endereço mantidos nos bancos de dados da justiça

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eleitoral, de empresas telefônicas, de instituições financeiras, de provedores de Internet e de


administradoras de cartão de crédito, independentemente de autorização judicial.

034. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
É requisito específico da denúncia a existência de indícios suficientes da ocorrência do crime
antecedente cuja punibilidade não esteja extinta.

035. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
Ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional do acusado citado por edital
que não comparecer nem constituir advogado.

036. (CESPE/POLÍCIA CIVIL – SE/DELEGADO/2020) A respeito da investigação dos crimes


de lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
O julgamento e a condenação de determinada pessoa por crime de lavagem de dinheiro em
país estrangeiro excluem a possibilidade de julgamento da mesma pessoa pelo mesmo crime
no território nacional.

037. (CESPE/POLÍCIA CIVIL – SE/DELEGADO/2020) Um processo financeiro que tenha por


objetivo desvincular determinado montante em dinheiro de sua operação de origem constitui
lavagem de dinheiro, ainda que os recursos tenham sido obtidos licitamente.

038. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2017) Ricardo foi denunciado pela prá-


tica do crime de lavagem de capitais provenientes do tráfico internacional de drogas. Nessa
situação, o crime de lavagem de capitais será processado e julgado pela justiça federal, haja
vista a competência constitucional do crime antecedente.

039. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) No que concerne ao crime de lavagem de dinheiro, as-


sinale a alternativa correta.
a) O Brasil admite apenas a “autolavagem”, ou seja, somente pode praticar o crime de lavagem
de dinheiro quem também é autor da infração penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro não admite tentativa.
c) O delito de lavagem de dinheiro admite qualquer infração penal como seu antecedente, in-
clusive as contravenções penais.
d) O processo e o julgamento do delito de lavagem ficam suspensos até que a infração antece-
dente seja julgada definitivamente.
e) O crime de lavagem de dinheiro será sempre processado perante a Justiça Federal.

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040. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) O crime de lavagem de dinheiro, do art. 1º da Lei no


9.613/98, em sua atual redação legal,
a) admite, apenas, a forma consumada, não havendo possibilidade de criminalização da figu-
ra tentada.
b) admite, apenas, a forma dolosa, não havendo possibilidade de criminalização da figu-
ra culposa.
c) admite redução de pena para partícipe que colaborar espontaneamente com as autoridades,
mas não goza da mesma benesse o autor do crime.
d) só se configura se for cometido de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa.
e) tem por objeto material, apenas, o produto de ilícitos definidos na legislação como crimes,
excluídas as contravenções penais.

041. (VUNESP/TJ – TO/JUIZ DE DIREITO/2019) Tendo em vista a Lei de Lavagem de Dinhei-


ro e a Lei de Prisão Temporária, assinale a alternativa correta.
a) As medidas assecuratórias de bens só podem ser decretadas se a requerimento do Ministé-
rio Público ou mediante representação da Autoridade Policial.
b) Decretada medida assecuratória de bens, comprovada posteriormente a origem lícita, o juiz
determinará a liberação, mantendo, contudo, a constrição de bens suficientes à reparação dos
danos e demais encargos decorrentes da infração penal.
c) O crime de lavagem de dinheiro é sempre de competência da Justiça Federal.
d) A prisão temporária, cabível na fase de inquérito, quando decretada em investigação por
crime de lavagem de dinheiro, terá prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, em
caso de extrema necessidade.
e) A prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo Judiciário, mas, no caso de represen-
tação pela Autoridade Policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

042. (FCC/MPE – MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) De acordo com o ordenamento jurídi-


co e o posicionamento dos tribunais superiores acerca do crime de “lavagem” ou ocultação de
bens, direitos e valores (Lei n. 9.613/1998),
a) a pena será aumentada de metade, se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) somente constitui o crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores se o valor
em pecúnia envolvido tiver decorrido de um dos crimes referidos no rol exaustivo da Lei n.
9.613/1998.
v) a lei de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, muito embora criminalize a con-
duta de ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de determi-
nados crimes, é omissa quanto à tipificação das condutas de importar ou exportar bens com
valores não correspondentes aos verdadeiros.

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d) não é punível a tentativa de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.


e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.

043. (MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) O crime de “lavagem” de capi-


tais tem natureza acessória, derivada ou dependente de infração penal anteriormente cometi-
da, típica e antijurídica, da qual decorreu a obtenção de vantagem financeira ilegal.

044. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) A configuração do crime de lava-


gem de dinheiro (art. 1º da Lei n. 9.613/1998) pressupõe a demonstração da autoria e materia-
lidade da infração penal anterior.

045. (CESPE/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2019) Ao receber ação penal para o processamento


de crime de lavagem de valores, de acordo com a legislação especial que trata do assunto, o
juiz de direito substituto atuará corretamente no caso de
a) suspender o processo, mas determinar a produção antecipada de provas, caso o réu, citado
por edital, não compareça aos autos nem constitua advogado.
b) indeferir eventual pedido de declinação de competência do feito para a justiça federal quan-
do somente a infração penal antecedente for de competência da justiça federal.
c) emitir ordem, após o trânsito em julgado de ação de competência da justiça federal ou es-
tadual, para que o valor constante da sentença penal condenatória e depositado judicialmente
como medida assecuratória seja incorporado definitivamente ao patrimônio da União.
d) suspender, após ouvir o Ministério Público, medida assecuratória de bens e valores sob o
fundamento de que a execução imediata poderá comprometer as investigações.
e) não receber a denúncia sob o fundamento de que a peça foi instruída com infração penal
antecedente cuja punibilidade foi extinta.

046. (VUNESP/MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) Quanto às disposições processu-


ais atinentes aos crimes de lavagem, assinale a alternativa correta.
a) A competência para processamento e julgamento de tais crimes é da Justiça Federal.
b) Não se viabiliza a punibilidade do crime de lavagem se o crime antecedente está prescrito.
c) O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delega-
do de polícia, ouvido o Ministério Público em 48 (quarenta e oito) horas, havendo indícios sufi-
cientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
do investigado ou acusado.
d) A dificuldade para manutenção dos bens não é motivo a justificar a alienação antecipada
para preservação do valor dos bens.
e) Não se aplica o art. 366, do CPP.

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047. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO/2018) O crime de lavagem de capitais ou oculta-


ção de bens, direitos e valores não é admitido na modalidade tentada.

048. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2018) Situação hipotética: Álvaro, servidor pú-


blico federal, foi, por cinco anos, presidente da comissão de licitações de determinado órgão
público federal. Em diversas ocasiões, Álvaro recebeu valores e bens para favorecer empresas
nos certames licitatórios, e os transferiu para o patrimônio de Flávio, seu irmão, que os utiliza-
va nos negócios da empresa da família, com vistas a ocultar o ingresso desses recursos e a
sua origem ilícita. Assertiva: Nessa situação, Álvaro e Flávio responderão pelo crime de lava-
gem de capitais, e será da justiça federal a competência para processar e julgar a ação penal.

049. (FUMARC/PC – MG/DELEGADO/2018) Em relação aos aspectos processuais da lei de


lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/1998), pode-se afirmar:
a) A alienação de bens objeto de medidas assecuratórias depende da existência de trânsito em
julgado de sentença condenatória.
b) A competência para o julgamento do delito de lavagem de dinheiro será da justiça federal.
c) A denúncia deverá ser instruída com indícios suficientes da existência de infração penal
antecedente.
d) A persecução penal em juízo depende da comprovação, mediante sentença condenatória,
de infrações penais antecedentes.

050. (TRF 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2018) Assinale a alternativa CORRETA:


a) O processo e julgamento do crime de lavagem de dinheiro prescinde da existência da infra-
ção penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se pela ocorrência de crime antecedente expres-
samente previsto na lei específica.
c) O processo de lavagem de dinheiro é composto por, pelo menos, três fases: ocultação, dis-
simulação e integração.
d) A legislação brasileira exige a completude do ciclo de lavagem para que se caracterize o
crime de lavagem de capitais.

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GABARITO
1. E 37. E
2. E 38. C
3. e 39. c
4. a 40. b
5. d 41. b
6. c 42. e
7. d 43. C
8. C 44. E
9. E 45. d
10. E 46. e
11. d 47. E
12. b 48. C
13. d 49. c
14. c 50. c
15. b
16. c
17. c
18. C
19. E
20. C
21. C
22. C
23. a
24. d
25. d
26. d
27. e
28. c
29. E
30. a
31. E
32. C
33. C
34. E
35. E
36. E

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/MJSP/TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2022)
Considerando a Lei n.º 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de
bens, direitos e valores, julgue o item que se segue.
As medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores e a ordem de prisão de pessoas pode-
rão ser suspensas imediatamente pelo juiz quando a sua pronta execução puder comprometer
as investigações em curso no procedimento criminal, sendo dispensada a oitiva do Ministério
Público em razão da urgência do ato processual.

De acordo com o art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, O Ministério Público deverá ser ouvido quando
o juiz determinar a suspensão da ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias
de bens, direitos ou valores.

Art. 4º-B A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.
Errado.

002. (CESPE/MJSP/TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2022) A


alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição poderá ser decretada
pelo juiz ou por solicitação da parte interessada, mediante petição incidental, que será autuada
e tramitará conjuntamente com o processo principal.

A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será requerida pelo
MP ou pela parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e
cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo principal. Neste sentido, o
art. 4º-A da Lei n. 9.613/1998 nos informa que:

Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em se-
parado em relação ao processo principal.
Errado.

003. (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS – SC/PROCURADOR MUNICIPAL/2022)


Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei de Lavagem de Dinheiro.
a) É vedada a nomeação ou designação de pessoa física ou jurídica para a administração dos
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, da infração penal.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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b) No processo que apure o delito de lavagem de dinheiro, se o acusado, citado por edital,
não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional.
c) Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado
for decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública ou devolvi-
dos aos seus proprietários, se houver interesse na sua conservação.
d) Deferida a alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição, o juiz,
de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, deter-
minará a imediata suspensão do processo principal, até a apuração final dos valores obtidos.
e) direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a
sua execução imediata puder comprometer as investigações.

a) Errada. Não há esta vedação. Pelo contrário, o art. 5º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa fí-
sica ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas
assecuratórias, mediante termo de compromisso.
b) Errada. A regra prevista no art. 366 do CPP (que versa sobre a suspensão do processo e do
prazo prescricional nos casos em que o acusado, citado por edital, não comparecer, nem cons-
tituir advogado), não se aplica aos crimes de lavagem de dinheiro, por força do art. 2º, §2º da
Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:

No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
c) Errada. Os instrumentos do crime, cuja perda for decretada em favor da União ou do Estado,
não serão devolvidos aos seus proprietários, ainda que não haja valor econômico. Assim, o art.
7º, §2º estabelece que;

Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
na sua conservação.
d) Errada. A alienação antecipada dos bens sob constrição, será realizada em autos apartados,
e não suspenderá o processo principal. Assim, o art. 4º-A da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz,
de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante
petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em
relação ao processo principal. (grifo nosso).

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e) Certa. A alternativa traz a previsão do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998:

A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão


ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder com-
prometer as investigações.
Letra e.

004. (FUNDATEC/PC – RS/DELEGADO/2018) A respeito das condutas incriminadas pela Lei


n. 9.613/1998, denominada Lei de Lavagem de Dinheiro, analise as assertivas que seguem:
I – De acordo com o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, o crime
de lavagem de bens, direitos ou valores, praticado na modalidade de ocultação, tem natureza
de crime permanente, logo, a prescrição somente começa a contar do dia em que cessar a
permanência.
II – O crime de lavagem de bens, direitos ou valores é composto por três fases: a colocação
(placement), a ocultação (layering) e a integração (integration), devendo todas estarem confi-
guradas para o enquadramento da conduta na figura criminosa.
III – A pena será aumentada de um a dois terços, quando forem constatadas várias transações
financeiras, soma de grandes valores e, além disso, houver prova de que o sujeito integre orga-
nização criminosa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

I – Correta. De acordo com o STJ;

JURISPRUDÊNCIA
O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade típica
de ocultar, é permanente, protraindo-se sua execução até que os objetos materiais do
branqueamento se tornem conhecidos. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 8).

II – Errada. O crime de lavagem de bens, direitos ou valores é composto por três fases: a colo-
cação (placement), a ocultação (layering) e a integração (integration). Porém, a configuração
deste delito não exige a realização de todas estas fases. Neste sentido, o STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, consu-
mando-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e

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relacionando-se com qualquer das fases do branqueamento de capitais (ocultação, dis-


simulação, reintrodução), não exigindo a demonstração da ocorrência de todos os três
passos do processo de branqueamento. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 5).

III – Errada. O art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998 dispõe que;

A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Apenas a afirmativa I está correta.
Letra a.

005. (FGC/MPE – GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) A medida assecuratória de indisponi-


bilidade de bens prevista no Art. 4º, §4º, da Lei n. 9.613/1998 permite a constrição de:
a) bens, direitos ou valores oriundos da prática criminosa apenas para reparação do dano de-
corrente do crime;
b) quaisquer bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente do crime ou para
pagamento apenas de pena de multa;
c) bens, direitos ou valores oriundos da prática criminosa apenas para pagamento de presta-
ção pecuniária, pena de multa e custas processuais;
d) quaisquer bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente do crime ou para
pagamento de prestação pecuniária, pena de multa e custas processuais;
e) bens, direitos ou valores oriundos da prática criminosa para reparação do dano decorrente
do crime ou para pagamento de prestação pecuniária, pena de multa e custas processuais.

O Art. 4º, §4º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que

§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de
prestação pecuniária, multa e custas.

Portanto, de acordo com a Lei, a decretação de medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
valores, poderá ocorrer com as seguintes finalidades:
1. Reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
2. Reparação do dano decorrente do crime de lavagem de dinheiro
3. Pagamento de prestação pecuniária, multa e custas
a) Errada. Além da reparação do dano decorrente do crime, a decretação de medidas assecu-
ratórias poderá visar a reparação da infração penal antecedente ou o pagamento de prestação
pecuniária, multa e custas.

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b) Errada. Além do pagamento da pena de multa, a decretação de medidas assecuratórias


poderá visar a da reparação do dano decorrente do crime, reparação da infração penal antece-
dente ou o pagamento de prestação pecuniária e custas.
c) Errada. Além do pagamento de prestação pecuniária, multa e custas, a decretação de medi-
das assecuratórias poderá visar a reparação da infração penal antecedente e a reparação do
dano decorrente da infração penal antecedente.
d) Certa. Trata-se da previsão do art. 4º, §4º da Lei n. 9.613/1998.
e) Errada. Os bens, direitos e valores objetos da decretação de medias assecuratórias não pre-
cisam ser, necessariamente, oriundos da prática criminosa. Neste sentido, o Informativo 710
do STJ afirma que:

JURISPRUDÊNCIA
A medida assecuratória de indisponibilidade de bens prevista no art. 4º, § 4º, da Lei n.
9.613/1998 permite a constrição de quaisquer bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente do crime ou para pagamento de prestação pecuniária, pena de multa
e custas processuais, sendo desnecessário, pois, verificar se têm origem lícita ou ilícita
ou se foram adquiridos antes ou depois da infração penal. (STJ. Corte Especial. Inq 1.190-
DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 - Informativo 710).

Letra d.

006. (CESPE/PGE – CE/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Assinale a opção correta acerca


dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
a) Em razão do fenômeno da consunção, não é possível a autolavagem, isto é, a imputação
simultânea, ao mesmo réu, da infração antecedente e do crime de lavagem.
b) Por constituir crime unissubsistente, a tentativa é impunível.
c) Em caso de colaboração espontânea do agente com as autoridades, mediante esclareci-
mentos relevantes para a apuração da materialidade ou da autoria/participação no crime nos
termos da lei, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultadas ainda ao órgão julgador a concessão do perdão judicial ou a substi-
tuição da pena, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos.
d) Desde a entrada em vigor da Lei n.º 9.613/1998, a legislação penal brasileira pode ser clas-
sificada como legislação de terceira geração, ao considerar que qualquer infração penal pode
figurar como delito antecedente da lavagem de capitais.

a) Errada. Os Tribunais Superiores entendem ser possível a autolavagem.

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do

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delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).

b) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que

A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


c) Certa. A alternativa traz a disposição prevista no art. 1º, §5º da Lei n. 9.613/1998, a qual
estabelece que

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

d) Errada. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol
taxativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro, compondo, assim, a 2ª
Geração. A legislação brasileira só passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da
Lei n. 12.683/2012, que passou a considerar que qualquer infração penal poderá figurar como
delito antecedente da lavagem de capitais.
Letra c.

007. (FUMARC/PC – MG/DELEGADO/2021) Sobre as disposições processuais especiais da


Lei n. 9.613/1998 (que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e
valores, e dá outras providências), é INCORRETO afirmar:
a) No curso das investigações de crimes de lavagem de bens, direitos ou valores, ordens de
prisão ou medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as in-
vestigações.
b) No processo por crime previsto na Lei n. 9.613/1998, não se aplica o disposto no art. 366 do
CPP, devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital,
prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
c) O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 independem do pro-
cesso e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país,
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
processo e julgamento.

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d) O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 não são da competên-
cia da Justiça Federal nas hipóteses em que a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal, tendo em vista serem crimes autônomos.

a) Certa. A alternativa traz a disposição do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, que possui a seguin-
te redação:

A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão


ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder com-
prometer as investigações.
b) Certa. A alternativa traz a disposição do art. 2º, §2º da Lei n. 9.613/1998 que assim estabelece:

No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
c) Certa. A alternativa traz a disposição do art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 que assim estabelece:

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento.
d) Errada. O art. 2º, III, “b” da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: (...)


III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. (grifo nosso).
Letra d.

008. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Acerca dos crimes de lavagem


de dinheiro, julgue o item que se segue.
O processo e o julgamento de tais delitos são, em regra, da competência do juiz singular e obe-
decem ao rito comum relativo aos crimes punidos com reclusão.

A alternativa traz a disposição do art. 2º, I da Lei n. 9.613/1998, o qual nos informa que:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão,
da competência do juiz singular;
(....)
Certo.

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009. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Acerca dos crimes de lavagem


de dinheiro, julgue o item que se segue.
A extinção da punibilidade do agente responsável pela infração penal antecedente alcança, em
geral, o autor do delito de lavagem de dinheiro.

O art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

Art. 2º, §1º. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal an-
tecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

Portanto, o crime de lavagem de dinheiro é autônomo e a extinção de punibilidade da infração


antecedente não interfere, necessariamente, na persecução penal pelo crime previsto na Lei n.
9.613/1998.
Errado.

010. (CESPE/SERIS – AL/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Acerca dos crimes de lavagem


de dinheiro, julgue o item que se segue.
A infiltração e a ação controlada são permitidas legalmente para a apuração dos delitos de la-
vagem de dinheiro, desde que se trate, comprovadamente, de prática delituosa levada a efeito
por organização criminosa.

A Lei n. 9.613/1998 admite a colaboração premiada (art. 1º, §5º), ação controlada e infiltração
de agentes (art. 1º, §6º) aos crimes de lavagem de dinheiro, independentemente de a prática
delituosa ser realizada por organização criminosa.
Errado.

011. (MPE – PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Em relação aos crimes de lavagem e ocul-


tação de bens, previstos na Lei 9.613/1998, assinale a alternativa correta:
a) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei 9.613/1998, não obstante tratar-se de
crimes subsidiários, independe do processo e julgamento dos crimes principais antecedentes,
desde que praticados no Brasil.
b) Nos crimes de que trata a Lei 9.613/1998, são efeitos da condenação, além dos previstos
no Código Penal, a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e
de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas que
tenham legalmente a obrigação de informarem atividades suspeitas (como os bancos, bolsas
de mercadorias, bolsas de valores, administradoras de cartão, etc.) pelo mesmo tempo da
pena privativa de liberdade aplicada.

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c) No processo dos crimes previstos na Lei 9.613/1998, o acusado que não comparecer nem
constituir advogado será citado por edital e o processo ficará suspenso nos termos do art.
366 do CPP.
d) Para apuração de crime previsto na Lei 9.613/1998, admite-se a ação controlada, mesmo
quando não se tratar de organização criminosa.
e) A Lei 9.613/1998 permite quanto à pena, redução, mitigação do regime para aberto e se-
miaberto, e até mesmo a não aplicação da pena ou a substituição por restritiva de direitos, ao
coautor ou partícipe que colaborar espontaneamente, mas veda o benefício de não aplicação
ao autor principal.

a) Errada. O art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento (grifo nosso).
b) Errada. De acordo com o art. 7º da Lei n. 9.613/1998;

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de mem-
bro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo
dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. (grifo nosso).
c) Errada. A regra do art. 366 do CPP não é aplicável aos crimes de lavagem de dinheiro. Neste
sentido, o art. 2º, §2º da Lei n. 9.613/1998 nos informa que:

No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
d) Certa. O art. 1º, §6º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da
infiltração de agentes.
e) Errada. O art. 1º, §5º da Lei n. 9.613/1998 estabelece regras para a colaboração premiada
nos crimes de lavagem de dinheiro, admitindo a aplicação do benefício ao autor, coautor ou
partícipe da infração, como podemos perceber na sua redação:

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestan-
do esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores,
coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (grifo nosso).
Letra d.
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012. (VUNESP/TJ – GO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2021) No que


concerne à lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/98), é correto afirmar que
a) o processo e o julgamento do crime de lavagem obedecem às disposições relativas ao pro-
cedimento comum dos crimes punidos com detenção.
b) a pena será aumentada, de um a dois terços, se a lavagem for cometida de forma reiterada
ou por intermédio de organização criminosa.
c) se desconhecido o autor do crime antecedente, não se configura o crime de lavagem.
d) se extinta a punibilidade da infração penal antecedente, não se configura o crime de lavagem.

a) Errada. O art. 2º, I da Lei de Lavagem de Dinheiro prevê que;

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão,
da competência do juiz singular. (grifo nosso).
b) Certa. A alternativa traz a literalidade do art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O crime de lavagem de capitais poderá ser configurado ainda que o autor do crime
antecedente seja desconhecido. Assim, o art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (grifo nosso).
d) Errada. O crime de lavagem de capitais poderá ser configurado ainda a punibilidade do crime
antecedente esteja extinta. Assim, o art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (grifo nosso).
Letra b.

013. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Em relação ao crime de ocultar


ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores, provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal, marque a
alternativa correta, conforme a Lei n.º 9.613, de 3 de março de 1998, e suas alterações:
a) A pena será de detenção, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
b) A pessoa que, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenien-
tes de infração penal, os converte em ativos lícitos, não incorre na mesma pena.
c) A tentativa não será punida.
d) A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

a) Errada. O crime de lavagem de dinheiro será punido com a pena de reclusão, de 3 (três) a 10
(dez) anos, e multa, como prevê o art. 1º da Lei n. 9.613/1998.
b) Errada. O art. 1º, I da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I – os converte em ativos lícitos. (grifo nosso).

c) Errada. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que “A tentativa é punida nos ter-
mos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.”
d) Certa. Trata-se da disposição do art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998, que prevê hipóteses
de aumento de pena quando o crime de lavagem de dinheiro é cometido de forma reiterada ou
mediante organização criminosa.
Letra d.

014. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) É correto afirmar que o processo


e julgamento dos crimes previstos na Lei n.º 9.613, de 3 de março de 1998, e suas alterações:
a) obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com de-
tenção, da competência do juiz singular.
b) dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que prati-
cados em outro país, cabendo ao Ministério Público a decisão sobre a unidade de processo e
julgamento.
c) é de competência da Justiça Federal quando a infração penal antecedente for de competên-
cia da Justiça Federal.
d) é de competência da Justiça Estadual quando praticado contra o sistema financeiro e a or-
dem econômico-financeira.

a) Errada. O art. 2º, I da Lei de Lavagem de Dinheiro prevê que;

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão,
da competência do juiz singular. (grifo nosso).
b) Errada. A decisão sobre a unidade de processo e julgamento caberá ao juiz competente, e
não ao Ministério Público. Assim, o art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: independem do processo e julgamento das
infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente
para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento. (grifo nos-
so).

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

c) Certa. O art. 2º, III, “b” da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

Art. 2º. III - são da competência da Justiça Federal: b) quando a infração penal antecedente for de
competência da Justiça Federal.
d) Errada. Se o crime de lavagem de capitais for praticado contra o sistema financeiro ou a
ordem econômico-financeira, será processado e julgado perante a Justiça Federal, conforme
aponta o art. 2º, III, “a” da Lei n. 9.613/1998.
Letra c.

015. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) De acordo com a Lei n.º 9.613, de


3 de março de 1998, e suas alterações, e o acesso aos dados cadastrais do investigado que
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, assinale a alternativa correta:
a) Como são dados não protegidos por sigilo, qualquer pessoa vinculada a órgão da Adminis-
tração Direta ou Indireta que participe da investigação poderá ter amplo acesso a cadastros de
entidades públicas ou privadas.
b) A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independen-
temente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas,
pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão
de crédito.
c) A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadas-
trais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, mediante prévia
autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
d) Apenas a autoridade policial, mediante autorização judicial, poderá ter acesso aos dados
cadastrais mantidos pela Justiça Eleitoral e pelas administradoras de cartão de crédito. Quan-
to aos demais bancos de dados mantidos por entidades privadas, tanto Ministério Público
quando a autoridade policial poderão ter acesso, desde que previamente autorizados pelo juiz
competente.

a) Errada. Os dados cadastrais do investigado, que informam qualificação pessoal, filiação e


endereço, são protegidos pelo direito ao sigilo, apenas a Autoridade Policial e o MP terão aces-
so a estas informações sem autorização judicial. Neste sentido, o art. 17-C da Lei n. 9.613/1998
prevê que:

A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais
do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de au-
torização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (grifamos).

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b) Certa. Trata-se da literalidade do art. 17-C da Lei n. 9.613/1998.


c) Errada. A autoridade policial e o MP terão acesso aos dados cadastrais do investigado, que
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judi-
cial, como prevê o art. 17-C da Lei n. 9.613/1998.
d) Errada. O art. 17-C da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do
investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de autori-
zação judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições finan-
ceiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
Letra b.

016. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) De acordo com a Lei n.º 9.613, de


3 de março de 1998, e suas alterações, as pessoas jurídicas que comercializem joias, pedras e
metais preciosos, objetos de arte e antiguidades:
I – Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro,
que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta
expedidas.
II – Ficam dispensadas de cadastro no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF),
ainda que inexista órgão regulador ou fiscalizador da atividade.
III – Dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das
autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos na Lei
n. 9.613, de 3 de março de 1998, ou com eles relacionar-se.
Estão corretos:
a) apenas os itens I e II.
b) apenas os itens II e III.
c) apenas os itens I e III.
d) todos os itens.

I – Correta. Trata-se da literalidade do art. 10, II da Lei de Lavagem de Dinheiro. As pessoas jurí-
dicas que comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades estão
mencionadas no art. 9º, XI da Lei de Lavagem de Dinheiro. O art. 10, II da mesma Lei prevê que:

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:


II – Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobi-
liários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultra-
passar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas.”

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

II – Errada. O art. 14, §1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não
exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para
esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
(grifo nosso).
III – Correta. O art. 11 da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

As pessoas referidas no art. 9º:


I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das au-
toridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou
com eles relacionar-se.
Estão corretos os itens I e III.
Letra c.

017. (CETAP/SEAP – PA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021) Leia os itens seguintes:


I – O crime de lavagem de dinheiro é, por definição, um crime derivado, acessório ou parasitário.
PORQUE
II – O crime de lavagem de dinheiro pressupõe a ocorrência de um delito anterior. Marque a
alternativa correta:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item II está correto.
c) Ambos os itens estão corretos e o item Il explica o item I.
d) Ambos os itens estão corretos, mas o item II não explica o item I.

O STJ entende que;

JURISPRUDÊNCIA
Por se tratar de crime acessório, derivado ou parasitário, o crime de lavagem de dinheiro
pressupõe a existência infração anterior, que constitui uma circunstância elementar do
tipo de lavagem. (STJ - HC: 378449/PB Re. Min. Ribeiro Dantas, Data de Julgamento:
20/09/2018, T5 - 5ª Turma, Data de Publicação: Dje 26/09/2018).

Portanto, o item II explica o item I.


Letra c.

018. (CESPE/PC – SE/ESCRIVÃO/2021) Com relação aos crimes de lavagem de dinheiro,


julgue o item a seguir.
Considere que a autoridade policial, no curso de investigação de crime de lavagem de dinheiro,
tenha solicitado a determinada administradora de cartão de crédito o acesso aos dados

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relativos às movimentações e operações de determinado usuário. Nessa situação, é ilegal a so-


licitação da autoridade policial e a administradora deve negar o acesso aos dados do usuário.

O art. 17-B da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.

Assim, a autoridade policial e o MP só serão acesso, independentemente de autorização judi-


cial, aos dados cadastrais que informam qualificação pessoal, filiação e endereço do investiga-
do. Por outro lado, em respeito ao direito à intimidade e ao sigilo, o acesso relativo a movimen-
tações e operações bancárias dos usuários dependerá de autorização judicial.
Em razão disso, a solicitação da autoridade policial é ilegal.
Certo.

019. (CESPE/PC – SE/ESCRIVÃO/2021) Com relação aos crimes de lavagem de dinheiro,


julgue o item a seguir.
Servidor público indiciado, em tese, pela prática de crime de lavagem de dinheiro deverá ser
afastado imediatamente do cargo ou função, com prejuízo de remunerações, até que o juiz
competente autorize o seu retorno às atividades.

O afastamento cautelar do servidor público indiciado não poderá acarretar prejuízo à sua remu-
neração e aos demais direitos previstos em lei.
Importante lembrarmos, ainda, que este afastamento não será obrigatório. Assim, o STF en-
tendeu que a previsão do art. 17-D da Lei n. 9.613/1998 é inconstitucional. Ou seja, o mero
indiciamento do Servidor Público, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro, não poderá
acarretar o seu afastamento automático do cargo.

JURISPRUDÊNCIA
(...) 2. A determinação do afastamento automático do servidor investigado, por consequ-
ência única e direta do indiciamento pela autoridade policial, não se coaduna com o texto
constitucional, uma vez que o afastamento do servidor, em caso de necessidade para
a investigação ou instrução processual, somente se justifica quando demonstrado nos
autos o risco da continuidade do desempenho de suas funções e a medida ser eficaz e
proporcional à tutela da investigação e da própria administração pública, circunstâncias a
serem apreciadas pelo Poder Judiciário. (STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 - Informativo
1000).

Errado.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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020. (CESPE/PC – SE/ESCRIVÃO/2021) Com relação aos crimes de lavagem de dinheiro,


julgue o item a seguir.
Não se caracteriza o crime de lavagem de dinheiro se da infração produtora não resultar pro-
veito econômico ou valores passíveis de mascaramento.

De acordo com o art. 1º da Lei 9613/98, a lavagem de dinheiro consiste em:

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Assim, para que haja crime de lavagem de dinheiro, é necessário que a infração penal antece-
dente (crime ou contravenção) gere proveito econômico ou valores, passíveis de serem oculta-
dos ou dissimulados (mascarados).
Certo.

021. (MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) A habitualidade não é elemen-


tar do crime de “lavagem” de capitais, mas, se praticada de forma reiterada, faz incidir causa
de aumento de pena.

O art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. (grifamos).
Certo.

022. (MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O crime de “lavagem” de capitais é punível


ainda que desconhecido ou isento de pena o autor da infração penal antecedente.

O art. 2º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento.
Certo.

023. (VUNESP/PAULPREV – SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2018) Tendo em conta a Lei


no 9.613/98, com as alterações da Lei no 12.683/12, é correto afirmar que
a) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade culposa.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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b) a ocultação de bens, direitos ou valores provenientes de contravenção penal não pode ense-
jar crime de lavagem de dinheiro.
c) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade tentada.
d) o ordenamento pátrio adotou a legislação de segunda geração, já que apenas um rol fecha-
do de infração penal antecedente pode ensejar crime de lavagem de dinheiro.
e) haverá aumento de pena se o crime de lavagem de dinheiro for cometido por intermédio de
associação criminosa.

a) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
b) Errada. O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a
conduta de;

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Infração penal, por sua vez, constitui gênero, tendo, como espécies, o crime ou a contravenção.
c) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que;

A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


d) Errada. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol ta-
xativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. A legislação brasileira só
passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da Lei n. 12.683/2012, que passou a
considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
e) Errada. Haverá aumento de pena se o crime de lavagem de dinheiro for cometido por inter-
médio de organização criminosa. Assim, o art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Letra a.

024. (MPE – RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Acerca dos crimes relativos à ocultação de


bens, direitos ou valores provenientes de atividade ilícita (“lavagem de dinheiro”), previstos na
Lei n. 9.613/1998 e alterações posteriores, assinale a alternativa correta.
a) A partir da alteração promovida pela Lei n. 12.683/2012, foi suprimida a relação de infrações
penais antecedentes, de modo que pode configurar-se o delito de “lavagem de dinheiro” diante
da prática anterior de qualquer uma, desde que não se trate de contravenção penal.

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b) Somente admitem a modalidade dolosa, exceto relativamente a infrações penais cometidas


por agentes integrantes do sistema financeiro nacional, os quais podem vir a ser, em alguns
casos, responsabilizados penalmente na modalidade culposa.
c) Segundo o entendimento dominante no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, somente
respondem penalmente por sua prática os agentes que não tenham tido envolvimento com a
infração penal antecedente, não se admitindo, assim, a chamada “autolavagem”, sob pena de
configuração de bis in idem.
d) A extinção da punibilidade da infração penal antecedente pela prescrição não prejudica a
configuração do delito de “lavagem de dinheiro”.
e) Constitui efeito da condenação penal a perda, em favor exclusivamente da União, de todos
os bens, direitos e valores relacionados à prática da infração penal.

a) Errada. A partir da alteração promovida pela Lei n. 12.683/2012, foi suprimida a relação de
infrações penais antecedentes, assim, o delito de “lavagem de dinheiro” poderá ser configurado
diante da prática anterior de qualquer infração penal, seja crime ou contravenção.
b) Errada. O crime de lavagem de dinheiro só poderá ser cometido de forma dolosa, não haven-
do exceções a esta hipótese.
c) Errada. Os Tribunais Superiores entendem ser possível a autolavagem.

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).

d) Certa. O art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente”. (grifo nosso).
Deste modo, o STJ entente que;

JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem. (STJ – Jurisprudência em Teses n.
167. Item 4).

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e) Errada. A perda de bens, nos casos de lavagem de dinheiro, poderá ser em favor da União ou
do Estado. O art. 7º, I da Lei n. 9.613/1998 prevê que;

São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previs-
tos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de
terceiro de boa-fé.
Letra d.

025. (NC – UFPR/PC – PR/DELEGADO DE POLÍCIA/2021) Sobre o crime de lavagem de di-


nheiro, nos termos da Lei n. 9.613/1998, com as alterações advindas da Lei n. 12.683/2012,
assinale a alternativa correta.
a) A lavagem de dinheiro tipifica a conduta de ocultar ou dissimular a natureza, origem, loca-
lização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes,
direta ou indiretamente, de crime, não abrangendo a contravenção penal como hipótese de
infração penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro não admite a modalidade tentada.
c) Não é possível a imputação simultânea, ao mesmo réu, da infração antecedente e do crime
de lavagem, ainda que sejam verificados atos diversos e autônomos daquele ato que compõe
a realização da primeira infração penal.
d) Não é necessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partícipe
da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens, direitos e
valores e concorra dolosamente para sua ocultação ou dissimulação.
e) Não é qualquer crime que pode ser considerado antecedente da lavagem, mas apenas aque-
les previstos em rol taxativo.

a) Errada. O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a


conduta de;

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Infração penal, por sua vez, constitui gênero, tendo, como espécies, o crime ou a contravenção.
b) Errada. O crime de lavagem de dinheiro admite a modalidade tentada. O art. 1º, §3º da Lei n.
9.613/1998 estabelece que;
A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal

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c) Errada. Os Tribunais Superiores admitem a chamada “autolavagem”. Assim, é possível a


imputação simultânea, ao mesmo réu, da infração antecedente e do crime de lavagem, quan-
do verificados atos diversos e autônomos daquele ato que compõe a realização da primeira
infração penal.

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).

d) Certa. O Enunciado 1 da Jurisprudência em Teses n. 166 do STJ estabelece que:

JURISPRUDÊNCIA
É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partí-
cipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens,
direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação.

e) Errada. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol ta-
xativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. A legislação brasileira só
passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da Lei n. 12.683/2012, que passou a
considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
Letra d.

026. (IDECAN/PC – CE/INSPETOR/2021) Carlos está sendo investigado por crime de lava-
gem de dinheiro tipificado na Lei n. 9.613/1998 e resolve procurar um advogado especialista
na matéria para lhe esclarecer como os Tribunais Superiores vêm se posicionando acerca da
complexidade do tema. O advogado fez várias ponderações e esclarecimentos a Carlos.
Nesse cenário, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal anteceden-
te não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei 9.613/1998).
b) A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e da
majorante prevista no §4º do art. 1º da Lei 9.613/1998, nos crimes de lavagem de dinheiro,
acarreta bis in idem.
c) É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que se
beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo passivo
de investigação ou ação penal.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

d) A tipificação do crime de lavagem de dinheiro depende da existência de uma infração penal


antecedente; portanto, não é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mes-
mo réu, da infração antecedente e do crime de lavagem.
e) Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação da
pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da movimen-
tação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do tipo.

a) Certa. O STJ entente que:

JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem. (STJ – Jurisprudência em Teses n.
167. Item 4).

b) Certa. O STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e
da majorante prevista no § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, nos crimes de lavagem de
dinheiro, acarreta bis in idem. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 9).

c) Certa. O STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que
se beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo
passivo de investigação ou ação penal. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 14).

d) Errada. O STJ entende ser possível a “autolavagem”. Assim, de acordo com a Corte:

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal
antecedente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu,
da infração antecedente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos
diversos e autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, cir-
cunstância na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 166. Item 7).

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e) Certa. O STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação
da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da
movimentação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do
tipo. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 8).

Letra d.

027. (IDECAN/PC – CE/ESCRIVÃO/2021) Acerca da Lei 9.613/1998 e consoante entendi-


mento dos tribunais superiores, assinale a alternativa correta.
a) O processo e o julgamento pelo crime de lavagem de dinheiro ficam condicionados ao julga-
mento das infrações penais antecedentes.
b) A infração penal antecedente não influencia na fixação da competência do delito de lavagem
de capitais.
c) Para o crime de lavagem de capitais, precisam estar presentes, cumulativamente, a coloca-
ção, a integração e a ocultação.
d) Sendo o delito de lavagem de dinheiro crime material, somente se consuma se os valores
forem efetivamente introduzidos no sistema financeiro.
e) O delito de lavagem de dinheiro só admite a modalidade dolosa.

a) Errada. O art. 2, II da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento. (grifo nosso).
b) Errada. Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal o crime
de lavagem de dinheiro também será julgado perante a Justiça Federal, conforme prevê o art.
2º, III, “b” da Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O STJ entende que;

JURISPRUDÊNCIA
O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, consuman-
do-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e relacio-
nando-se com qualquer das fases do branqueamento de capitais (ocultação, dissimula-
ção, reintrodução), não exigindo a demonstração da ocorrência de todos os três passos
do processo de branqueamento. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 5).

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d) Errada. O crime de lavagem de capitais será consumado com a realização de qualquer dos
verbos descritos no art. 1º da Lei n. 9.613/1998.
e) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
Letra e.

028. (FUNDEP/MPE – MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) A respeito do delito de lavagem


de dinheiro, é INCORRETO afirmar:
a) A condenação pelo delito de lavagem de dinheiro não pressupõe a determinação da autoria
do delito antecedente.
b) O delito de lavagem de dinheiro pode ter por antecedente uma contravenção penal, pois o
sistema brasileiro opera com o chamado rol aberto de infrações anteriores.
c) Se o agente participa do delito principal antecedente, a subsequente lavagem de dinheiro
configura um post factum impunível.
d) Na legislação brasileira, o delito de lavagem de dinheiro não é punível na modalidade culpo-
sa, sendo exigível o dolo em todas as modalidades típicas.

a) Certa. O art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;

A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
b) Certa. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol ta-
xativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. A legislação brasileira só
passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da Lei n. 12.683/2012, que passou a
considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
c) Errada. Os tribunais brasileiros entendem ser possível a “autolavagem”. De acordo com o STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal
antecedente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu,
da infração antecedente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos
diversos e autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, cir-
cunstância na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 167. Item 7).

d) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
Letra c.

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Fábio Roque e Flávia Araújo

029. (CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Integrantes de uma


organização criminosa que utilizava em um de seus ramos de atuação a prática de lavagem de
dinheiro foram detidos. Nessa situação, o crime de lavagem de dinheiro absorverá o crime de
integrar organização criminosa.

A lavagem de dinheiro constitui crime autônomo, não sendo absorvido pelo delito de integrar
organização criminosa.
Lembre-se que, nesta hipótese, estamos diante de uma causa de aumento de pena, prevista
no art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998, já que o crime de lavagem de dinheiro foi praticado por
intermédio de uma organização criminosa.

Art. 1º, §4º. A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Errado.

030. (INSTITUTO AOCP/PC – PA/ESCRIVÃO/2021) Assinale a alternativa correta segundo a


Lei de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei n. 9.613/1998).
a) A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nessa Lei forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) No crime de lavagem de dinheiro, não se admite a tentativa.
c) Para a apuração do crime de lavagem, admite-se a utilização da ação controlada, vedada a
infiltração de agentes.
d) A pena poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto, se o autor co-
laborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais.
e) O processo e o julgamento dos crimes previstos nessa Lei são da competência da Justi-
ça Federal.

a) Certa. A alternativa traz a previsão do art. 1º, §4º da Lei de Lavagem de Dinheiro.
b) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


c) Errada. O art. 1º, §6º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da
infiltração de agentes.
d) Errada. O art. 1º, §6º da Lei n. 9.613/1998 dispõe que;

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A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
e) Errada. O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III, a Justiça Federal será com-
petente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal.
Letra a.

031. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) O crime de lavagem de dinheiro está,


consoante a lei, equiparado ao crime hediondo.

O rol de crimes hediondos e equiparados está taxativamente previsto na Lei 8.072/90. São
equiparados à hediondos os crimes de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo, conforme aponta o art. 5º, XLIII da CF/88.
Assim, a lavagem de dinheiro não é considerada crime hediondo e nem equiparado à hediondo,
já que não se encontra expressamente previsto na Lei 8.072/90.
Errado.

032. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
Ouvido o Ministério Público, ordens de prisão ou medidas assecuratórias de bens poderão
ser suspensas pelo juiz quando a execução imediata dessas ações puder comprometer as
investigações.

De acordo com o art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, o Ministério Público deverá ser ouvido quando
o juiz determinar a suspensão da ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias
de bens, direitos ou valores.

Art. 4º-B A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.
Certo.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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033. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
No que se refere ao investigado, a autoridade policial terá acesso a dados cadastrais relativos
à qualificação pessoal, à filiação e ao endereço mantidos nos bancos de dados da justiça
eleitoral, de empresas telefônicas, de instituições financeiras, de provedores de Internet e de
administradoras de cartão de crédito, independentemente de autorização judicial.

A alternativa traz a previsão do art. 17-B da Lei n. 9.613/1998, que assim estabelece:

Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
Certo.

034. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
É requisito específico da denúncia a existência de indícios suficientes da ocorrência do crime
antecedente cuja punibilidade não esteja extinta.

O crime de lavagem de dinheiro é autônomo, logo, a extinção da punibilidade da infração an-


tecedente não interfere, necessariamente, na persecução penal do crime previsto na Lei n.
9.613/1998.
Neste sentido, o art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

Art. 2º, §1º. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal an-
tecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Errado.

035. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2021) Em relação ao disposto na Lei n.º


9.613/1998, que se refere à lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
Ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional do acusado citado por edital
que não comparecer nem constituir advogado.

O art. 366 do CPP prevê a suspensão do processo, e do curso do prazo prescricional, se o acu-
sado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado. Porém, este dispositivo não

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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se aplica aos casos de crimes de lavagem de dinheiro. Neste sentido, o art. 2º, §2º da Lei n.
9.613/1998 estabelece que:

No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
Errado.

036. (CESPE/POLÍCIA CIVIL – SE/DELEGADO/2020) A respeito da investigação dos crimes


de lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.
O julgamento e a condenação de determinada pessoa por crime de lavagem de dinheiro em
país estrangeiro excluem a possibilidade de julgamento da mesma pessoa pelo mesmo crime
no território nacional.

O art. 2º, II da Lei de Lavagem de Dinheiro estabelece que:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento.
Errado.

037. (CESPE/POLÍCIA CIVIL – SE/DELEGADO/2020) Um processo financeiro que tenha por


objetivo desvincular determinado montante em dinheiro de sua operação de origem constitui
lavagem de dinheiro, ainda que os recursos tenham sido obtidos licitamente.

O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 prevê que a lavagem de dinheiro consiste em:

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Deste modo, para configuração do tipo penal, é necessário que haja uma infração penal (crime
ou contravenção) preexistente.
Errado.

038. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2017) Ricardo foi denunciado pela prá-


tica do crime de lavagem de capitais provenientes do tráfico internacional de drogas. Nessa
situação, o crime de lavagem de capitais será processado e julgado pela justiça federal, haja
vista a competência constitucional do crime antecedente.

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo

O Art. 2º, III, “b” da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


III – são da competência da Justiça Federal:
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
Caberá à Justiça Federal processar e julgar o crime de tráfico internacional. No caso narrado, o
tráfico internacional constitui crime antecedente, logo, o crime de lavagem de capitais será pro-
cessado e julgado perante a Justiça Federal, nos termos do art. 2º, III, “b” da Lei n. 9.613/1998.
Certo.

039. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) No que concerne ao crime de lavagem de dinheiro, as-


sinale a alternativa correta.
a) O Brasil admite apenas a “autolavagem”, ou seja, somente pode praticar o crime de lavagem
de dinheiro quem também é autor da infração penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro não admite tentativa.
c) O delito de lavagem de dinheiro admite qualquer infração penal como seu antecedente, in-
clusive as contravenções penais.
d) O processo e o julgamento do delito de lavagem ficam suspensos até que a infração antece-
dente seja julgada definitivamente.
e) O crime de lavagem de dinheiro será sempre processado perante a Justiça Federal.

a) Errada. O STJ afirma que:

JURISPRUDÊNCIA
É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partí-
cipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens,
direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação. (STJ – Jurisprudência
em Teses n. 166. Item 1).

b) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


c) Certa. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol ta-
xativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. A legislação brasileira só
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considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
d) Errada. O art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 prevê que o processo e julgamento dos crimes de
lavagem de dinheiro:

independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em
outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unida-
de de processo e julgamento (grifamos).
e) Errada. O processo e o julgamento relativo ao crime de lavagem de dinheiro será, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, a Justiça
Federal será competente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.
Letra c.

040. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) O crime de lavagem de dinheiro, do art. 1º da Lei no


9.613/98, em sua atual redação legal,
a) admite, apenas, a forma consumada, não havendo possibilidade de criminalização da figu-
ra tentada.
b) admite, apenas, a forma dolosa, não havendo possibilidade de criminalização da figu-
ra culposa.
c) admite redução de pena para partícipe que colaborar espontaneamente com as autoridades,
mas não goza da mesma benesse o autor do crime.
d) só se configura se for cometido de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa.
e) tem por objeto material, apenas, o produto de ilícitos definidos na legislação como crimes,
excluídas as contravenções penais.

a) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que;

A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


b) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
c) Errada. A Lei n. 9.613/1998 Admite redução de pena para o autor, coautor e partícipe que
colaborar espontaneamente com as autoridades. Assim, o art. 1º, §5º estabelece que:

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos,

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclare-
cimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
d) Errada. Se o crime de lavagem de dinheiro se for cometido de forma reiterada ou por inter-
médio de organização criminosa, a pena será aumentada de um a dois terços.
e) Errada. O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a
conduta de:

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Infração penal, por sua vez, constitui gênero, tendo, como espécies, o crime ou a contravenção.
Letra b.

041. (VUNESP/TJ – TO/JUIZ DE DIREITO/2019) Tendo em vista a Lei de Lavagem de Dinhei-


ro e a Lei de Prisão Temporária, assinale a alternativa correta.
a) As medidas assecuratórias de bens só podem ser decretadas se a requerimento do Ministé-
rio Público ou mediante representação da Autoridade Policial.
b) Decretada medida assecuratória de bens, comprovada posteriormente a origem lícita, o juiz
determinará a liberação, mantendo, contudo, a constrição de bens suficientes à reparação dos
danos e demais encargos decorrentes da infração penal.
c) O crime de lavagem de dinheiro é sempre de competência da Justiça Federal.
d) A prisão temporária, cabível na fase de inquérito, quando decretada em investigação por
crime de lavagem de dinheiro, terá prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, em
caso de extrema necessidade.
e) A prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo Judiciário, mas, no caso de represen-
tação pela Autoridade Policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

a) Errada. As medidas assecuratórias de bens podem ser decretadas de ofício pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou mediante representação da Autoridade Policial, como
estabelece o art. 4º da Lei n. 9.613/1998.
b) Certa. Trata-se da disposição do art. 4º, §2º da Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O processo e o julgamento relativo ao crime de lavagem de dinheiro será, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, a Justiça
Federal será competente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.
d) Errada. Primeiramente é importante lembrarmos que a lavagem de dinheiro não constitui
modalidade de crime hediondo. Assim, quando cabível:

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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade. (Art. 2º da lei 7.960/89).
e) Errada. A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo Judiciário.
Letra b.

042. (FCC/MPE – MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) De acordo com o ordenamento jurídi-


co e o posicionamento dos tribunais superiores acerca do crime de “lavagem” ou ocultação de
bens, direitos e valores (Lei n. 9.613/1998),
a) a pena será aumentada de metade, se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) somente constitui o crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores se o valor
em pecúnia envolvido tiver decorrido de um dos crimes referidos no rol exaustivo da Lei n.
9.613/1998.
v) a lei de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, muito embora criminalize a con-
duta de ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de determi-
nados crimes, é omissa quanto à tipificação das condutas de importar ou exportar bens com
valores não correspondentes aos verdadeiros.
d) não é punível a tentativa de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.

a) Errada. Se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem cometidos de forma reiterada ou


por intermédio de organização criminosa a pena será aumentada de um a dois terços (art. 1º,
§4º da Lei n. 9.613/1998).
b) Errada. Após a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012 não há mais um rol taxativo de infra-
ções penais antecedentes para a configuração do crime de lavagem de capitais. Assim, este
delito será configurado com a realização das condutas de:

Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de


bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
c) Errada. O art. 1º, §1º, III da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:

Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. (grifo nosso).
d) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.

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e) Certa. Os tribunais superiores adotam a doutrina norte-americana que aponta a existência


de três fases distintas do crime de “lavagem de dinheiro”: a colocação, o encobrimento e a in-
tegração. Lembre-se, porém, que não se exige a realização cumulativa das três fases para que
ocorra a consumação do delito.
Letra e.

043. (MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) O crime de “lavagem” de capi-


tais tem natureza acessória, derivada ou dependente de infração penal anteriormente cometi-
da, típica e antijurídica, da qual decorreu a obtenção de vantagem financeira ilegal.

O STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
Por se tratar de crime acessório, derivado ou parasitário, o crime de lavagem de dinheiro
pressupõe a existência infração anterior, que constitui uma circunstância elementar do
tipo de lavagem. (STJ - HC: 378449/PB Re. Min. Ribeiro Dantas, Data de Julgamento:
20/09/2018, T5 - 5ª Turma, Data de Publicação: Dje 26/09/2018).

Certo.

044. (CESPE/MPE – SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) A configuração do crime de lava-


gem de dinheiro (art. 1º da Lei n. 9.613/1998) pressupõe a demonstração da autoria e materia-
lidade da infração penal anterior.

A configuração do crime de lavagem de dinheiro pressupõe a existência de indícios de materia-


lidade de infração penal anterior (crime ou contravenção). Porém, não se exige os indícios de
autoria, como pontua o art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998:

Art. 2º, §1º. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal an-
tecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Errado.

045. (CESPE/TJ – SC/JUIZ DE DIREITO/2019) Ao receber ação penal para o processamento


de crime de lavagem de valores, de acordo com a legislação especial que trata do assunto, o
juiz de direito substituto atuará corretamente no caso de
a) suspender o processo, mas determinar a produção antecipada de provas, caso o réu, citado
por edital, não compareça aos autos nem constitua advogado.

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b) indeferir eventual pedido de declinação de competência do feito para a justiça federal quan-
do somente a infração penal antecedente for de competência da justiça federal.
c) emitir ordem, após o trânsito em julgado de ação de competência da justiça federal ou es-
tadual, para que o valor constante da sentença penal condenatória e depositado judicialmente
como medida assecuratória seja incorporado definitivamente ao patrimônio da União.
d) suspender, após ouvir o Ministério Público, medida assecuratória de bens e valores sob o
fundamento de que a execução imediata poderá comprometer as investigações.
e) não receber a denúncia sob o fundamento de que a peça foi instruída com infração penal
antecedente cuja punibilidade foi extinta.

a) Errada. A regra prevista no art. 366 do CPP (que versa sobre a suspensão do processo e do
prazo prescricional nos casos em que o acusado, citado por edital, não comparecer, nem cons-
tituir advogado), não se aplica aos crimes de lavagem de dinheiro, por força do art. 2º, §2º da
Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:

No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
b) Errada. Caso a infração penal antecedente seja de competência da Justiça Federal, o crime
de lavagem de direito também será julgado perante esta Justiça, como estabelece o art. 2º, III,
“b” da Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O art. 4º-A, §5º estabelece que:

Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sentença
proferida na ação penal, será:
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Jus-
tiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de
competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo.
d) Certa. A alternativa traz a previsão do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:

A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão


ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder com-
prometer as investigações.
e) Errada. A extinção da punibilidade da infração antecedente não impede o processamento
e julgamento do crime de lavagem de dinheiro. Neste sentido, o art. 2º da Lei n. 9.613/1998
prevê que;

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento.
Letra d.

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046. (VUNESP/MPE – SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) Quanto às disposições processu-


ais atinentes aos crimes de lavagem, assinale a alternativa correta.
a) A competência para processamento e julgamento de tais crimes é da Justiça Federal.
b) Não se viabiliza a punibilidade do crime de lavagem se o crime antecedente está prescrito.
c) O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delega-
do de polícia, ouvido o Ministério Público em 48 (quarenta e oito) horas, havendo indícios sufi-
cientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
do investigado ou acusado.
d) A dificuldade para manutenção dos bens não é motivo a justificar a alienação antecipada
para preservação do valor dos bens.
e) Não se aplica o art. 366, do CPP.

a) Errada. O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III, a Justiça Federal será com-
petente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal.
b) Errada. O STJ entende que:

JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei n. 9.613/1998). (Juris-
prudência em Teses n. 167. Item 4).

c) Errada. O art. 4º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delegado de


polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de
infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado

ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou

proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes. (grifamos)

d) Errada. O art. 4º, §1º da Lei n. 9.613/1998 dispõe que:

Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem

sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua

manutenção. (grifamos)

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e) Certa. O art. 2º, §2º da Lei n. 9.613/1998 nos informa que:

No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (grifamos)
Letra e.

047. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO/2018) O crime de lavagem de capitais ou oculta-


ção de bens, direitos e valores não é admitido na modalidade tentada.

O crime de lavagem de capitais ou ocultação de bens, direitos e valores é admitido na modali-


dade tentada. Neste sentido, o art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que “A tentativa é punida
nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal”.
Já o art. 14, parágrafo único do CP estabelece que “Salvo disposição em contrário, pune-se a
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.”
Assim, a tentativa de lavagem de dinheiro é submetido à pena do crime consumado, diminuída
de um a dois terços.
Errado.

048. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2018) Situação hipotética: Álvaro, servidor pú-


blico federal, foi, por cinco anos, presidente da comissão de licitações de determinado órgão
público federal. Em diversas ocasiões, Álvaro recebeu valores e bens para favorecer empresas
nos certames licitatórios, e os transferiu para o patrimônio de Flávio, seu irmão, que os utiliza-
va nos negócios da empresa da família, com vistas a ocultar o ingresso desses recursos e a
sua origem ilícita. Assertiva: Nessa situação, Álvaro e Flávio responderão pelo crime de lava-
gem de capitais, e será da justiça federal a competência para processar e julgar a ação penal.

O art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998 prevê que:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detri-
mento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas”; (grifamos).
Certo.

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049. (FUMARC/PC – MG/DELEGADO/2018) Em relação aos aspectos processuais da lei de


lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/1998), pode-se afirmar:
a) A alienação de bens objeto de medidas assecuratórias depende da existência de trânsito em
julgado de sentença condenatória.
b) A competência para o julgamento do delito de lavagem de dinheiro será da justiça federal.
c) A denúncia deverá ser instruída com indícios suficientes da existência de infração penal
antecedente.
d) A persecução penal em juízo depende da comprovação, mediante sentença condenatória,
de infrações penais antecedentes.

a) Errada. Será possível a alienação antecipada, nos termos do art. 4º, §1º da Lei n. 9.613/1998
que assim dispõe:

Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (grifamos).
b) Errada. O processo e o julgamento relativo ao crime de lavagem de dinheiro será, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, a Justiça
Federal será competente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.
c) Certa. O art. 2º, §1º prevê que:

A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (grifamos).
d) Errada. O art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 que assim estabelece:

O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento. (grifamos).
Letra c.

050. (TRF 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2018) Assinale a alternativa CORRETA:


a) O processo e julgamento do crime de lavagem de dinheiro prescinde da existência da infra-
ção penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se pela ocorrência de crime antecedente expres-
samente previsto na lei específica.

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c) O processo de lavagem de dinheiro é composto por, pelo menos, três fases: ocultação, dis-
simulação e integração.
d) A legislação brasileira exige a completude do ciclo de lavagem para que se caracterize o
crime de lavagem de capitais.

a) Errada. O crime de lavagem de dinheiro é considerado crime acessório, sendo imprescindí-


vel a existência de uma infração penal antecedente. O que não se exige é que esta infração an-
tecedente tenha sido processada e julgada, como estabelece o art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998.
b) Errada. Com a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012 qualquer infração penal (crime ou
contravenção) poderá ser antecedente do crime de lavagem de dinheiro, não havendo mais um
rol taxativo previsto na Lei.
c) Certa. Os tribunais superiores adotam a doutrina norte-americana que aponta a existência
de três fases distintas do crime de “lavagem de dinheiro”: a colocação, o encobrimento e a in-
tegração. Lembre-se, porém, que não se exige a realização cumulativa das três fases para que
ocorra a consumação do delito.
d) Errada. O crime de lavagem de dinheiro terá três fases distintas: a colocação, o encobrimen-
to e a integração. Porém, não se exige a realização cumulativa das três fases para que ocorra
a consumação do delito.
Letra c.

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REFERÊNCIAS

ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Texto constitucional promul-


gado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais, até
a de n. 97, de 4 de outubro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/cons-
tituicao/constituicao.htm.

BRASIL. Decreto-Lei 2.484/1940. Institui o Código Penal. Disponível em http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

BRASIL. Decreto-Lei 3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em http://www.planal-


to.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm

BRASIL. Lei n. 7.210/1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm

BRASIL Lei n. 9.613/1998. Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei;
cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. Dispo-
nível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613compilado.htm

BRASIL. Lei n. 12.683/2012.

Altera a Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998, para tornar mais eficiente a persecução penal dos
crimes de lavagem de dinheiro. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12683.htm#art2

BRASIL. Decreto 154/1991. Promulga a Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecen-


tes e Substâncias Psicotrópicas. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-
to/1990-1994/d0154.htm

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BRASIL. Decreto 5.015/2004. Promulga a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organi-
zado Transnacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/
decreto/d5015.htm

BRASIL. Decreto 5.687/2006. Promulga a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção,
adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 31 de outubro de 2003 e assinada
pelo Brasil em 9 de dezembro de 2003. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/decreto/d5687.htm

BRASIL. Lei n. 13.974/20. Dispõe sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras


(Coaf), de que trata o art. 14 da Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998. http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13974.htm

Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.

Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).

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