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PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem
de Dinheiro
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro. ...................................................................................5
1. Crimes de Lavagem de Dinheiro. . .........................................................................................................................5
1.1. Convenções Internacionais sobre o Crime de Lavagem de Capitais. ...........................................6
1.2. Gerações Legislativas que Versam sobre o Crime de Lavagem de Capitais..........................7
2. Crime de Lavagem de Dinheiro e Formas Equiparadas (Art. 1º, Caput, e §§ 1º e 2º da
Lei n. 9.613/1998)..............................................................................................................................................................9
3. Do Processo e Julgamento dos Crimes de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º da Lei n.
9.613/1998).........................................................................................................................................................................17
3.1. Da Competência para Processamento e Julgamento dos Crimes de Lavagem de
Dinheiro (Art. 2º, III).. .....................................................................................................................................................18
3.2. Teoria da Acessoriedade Limitada no Crime de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º, II e
§1º)..........................................................................................................................................................................................20
3.3. Citação por Edital no Crime de Lavagem de Dinheiro (Art. 2º, §2º)......................................... 22
4. Medidas Assecuratórias (Arts. 4º a 6º da Lei n. 9.613/1998).........................................................23
4.1. Iniciativa da Decretação das Medidas Assecuratórias. .................................................................. 24
4.2. Revogação da Medida Assecuratória (Art. 4º, §2º). .........................................................................25
4.3. Suspensão da Ordem de Prisão e das Medidas Assecuratórias (Art. 4º-B). ......................25
4.4. Conservação dos Bens Submetidos às Medidas Assecuratórias (art. 5º e 6º). ...............26
4.5. Alienação Antecipada dos Bens Submetidos à Medida Assecuratória (Art. 4º, §1º,
e Art. 4º-A).........................................................................................................................................................................27
5. Efeitos da Condenação pelo Crime de Lavagem de Capitais (Art. 7º)........................................30
6. Cooperação Jurídica Internacional (Art. 8º)...............................................................................................30
7. Torres de Vigia e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Arts. 9º a 15
da Lei n. 9.613/1998).....................................................................................................................................................31
8. Acesso a Banco de Dados (Art. 17-B)............................................................................................................32
9. Indiciamento de Servidor Público (Art. 17-D). ..........................................................................................33
Resumo................................................................................................................................................................................35
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindível
o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula iremos estudar sobre a Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/1998).
Iremos tratar sobre suas disposições normativas e os principais posicionamentos doutrinários
e jurisprudenciais sobre o tema.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).
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JURISPRUDÊNCIA
O STJ entende que “Por se tratar de crime acessório, derivado ou parasitário, o crime de
lavagem de dinheiro pressupõe a existência infração anterior, que constitui uma circuns-
tância elementar do tipo de lavagem.” (STJ - HC: 378449/PB Re. Min. Ribeiro Dantas, Data
de Julgamento: 20/09/2018, T5 - 5ª Turma, Data de Publicação: Dje 26/09/2018).
A lavagem de dinheiro é crime acessório, que pressupõe a ocorrência de uma infração penal
anterior. No Brasil, esta infração penal antecedente poderá ser crime ou contravenção penal.
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Veremos em breve que, apesar de ser acessório, o processo e julgamento do crime de la-
vagem de capitais não depende do julgamento da infração penal antecedente. Ou seja, para a
averiguação de sua materialidade delitiva, o crime de lavagem de dinheiro é acessório, depen-
dendo da existência de uma infração penal anterior. Porém, no aspecto processual, estamos
diante de um delito autônomo, que não depende de julgamento da infração anterior nem do
conhecimento de seu autor.
Feitas estas primeiras observações, vamos analisar alguns tratados internacionais, assina-
dos pelo Brasil, que tratam do crime de lavagem de dinheiro.
O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a conduta de:
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Nas legislações de 3ª Geração qualquer infração penal (crime ou contravenção), que gere
dinheiro, bens ou valores ilícitos, poderão ser anteriores ao crime de lavagem.
Em outras palavras, cometerá crime de lavagem de capitais o agente que oculta ou dissi-
mula bens provenientes de qualquer infração penal, não apenas do tráfico ilícito (como na 1ª
geração) ou dos crimes previstos taxativamente na lei (como ocorre na 2ª geração).
Uma pergunta: Infrações estritamente administrativas poderão ser anteriores ao crime de
lavagem de capitais? Não! Apenas infrações penais poderão figurar como delito antecedente.
Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol taxativo
de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. Assim, desde o momento de sua
promulgação até o advento da Lei n. 12.683/2012, a legislação Brasileira sobre lavagem de
dinheiro era considerada de 2ª Geração.
Uma das mudanças promovidas pela Lei n. 12.683/2012 foi a alteração do art. 1º da Lei
n. 9.613/1998, com a retirada do rol taxativo de delitos antecedentes ao crime de lavagem
de capitais.
Perceba, então, que a legislação brasileira só passou a ser considerada de 3ª geração, com
o advento da Lei n. 12.683/2012, que alterou a Lei n. 9.613/1998, passando a considerar que
qualquer infração penal (crime ou contravenção) poderá figurar como delito antecedente da
lavagem de capitais.
Resumo das gerações de legislação sobre o crime de lavagem de dinheiro:
• 1ª Geração: Apenas o tráfico de drogas poderia ser considerado crime antecedente.
• 2ª Geração: A infração penal antecedente está taxativamente prevista em lei.
• 3ª Geração: A lei não prevê um rol taxativo para as infrações penais antecedentes. Logo,
qualquer infração penal poderá ser antecedente ao crime de lavagem de capitais, seja
crime ou contravenção.
Como vimos, com a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 passou a
considerar que qualquer infração penal poderá figurar como delito antecedente da lavagem de
capitais. Assim, atualmente, a legislação brasileira é considerada de 3ª geração.
Certo.
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As condutas que dão ensejo ao crime de lavagem de dinheiro estão previstas no art. 1º
da Lei n. 9.613/1998. Os parágrafos 1º e 2º desta norma, preveem figuras equiparadas a este
crime. Vamos a leitura?
Veja que esta pergunta pode ser respondida com o conhecimento da literalidade do art. 1º
da Lei n. 9.613/1998. Por isso é muito importante que você esteja não deixe de fazer a leitura
da lei seca!
O art. 1º, §2º, II da Lei n. 9.613/1998 nos informa que incorre na pena do crime de lavagem de
dinheiro o agente que:
participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Certo.
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O agente, ao praticar as condutas descritas no art. 1º, busca conferir uma aparência de
legalidade a valores decorrentes de crimes ou contravenções penais anteriores.
Como vimos, o crime de lavagem de dinheiro é acessório, (também chamado de remetido,
derivado ou parasitário), que pressupõe a existência de crime ou contravenção penal anterior.
Vimos também que a Lei n. 12.683/2012 retirou o rol taxativo de infrações penais que po-
deriam anteceder ao crime de lavagem de dinheiro. Assim, até 2012, só poderíamos falar em
lavagem de dinheiro quando o crime anterior estivesse taxativamente previsto na norma.
Em razão disso, o STJ entende que, por falta de previsão específica, o crime de Organiza-
ção Criminosa, cometido antes da entrada em vigor Lei 12.683/98, não poderá ser considerado
infração penal antecedente ao crime de lavagem de dinheiro.
JURISPRUDÊNCIA
A prática de organização criminosa (art. 1º, VII, da Lei n. 9.613/1998) como crime ante-
cedente da lavagem de dinheiro é atípica antes do advento da Lei n. 12.850/2013, por
ausência de descrição normativa (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167, Item 6)
Por ser atípico, não se pode invocar a substituição do crime de organização criminosa
por associação criminosa (art. 288 do Código Penal - CP), pois este não estava incluído
no rol taxativo da redação original da Lei n. 9.613/1998. (STJ – Jurisprudência em Teses
n. 167, Item 7).
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JURISPRUDÊNCIA
O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade típica
de “ocultar”, é permanente, protraindo-se sua execução até que os objetos materiais do
branqueamento se tornem conhecidos, razão pela qual o início da contagem do prazo
prescricional tem por termo inicial o dia da cessação da permanência, nos termos do art.
111, III, do Código Penal. (STF. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, 1ª Turma. Julgado em
23/5/2017. Info 866)
Fases da lavagem de dinheiro: A doutrina aponta que a lavagem de dinheiro pode ser divi-
dida em três fases: Colocação; Dissimulação; Integração. Para a configuração deste crime, não
é necessário a ocorrência cumulativa destas três etapas.
a) Colocação (placement): É a primeira etapa da realização da lavagem de dinheiro. Na co-
locação, o dinheiro proveniente de infração penal antecedente é inserido no mercado financei-
ro, para dificultar a identificação de sua origem ilícita. A doutrina aponta, como exemplo desta
fase, o fracionamento de grande quantia em pequenos valores, que são colocados de forma
gradual no mercado, a fim evitar suspeitas sobre sua origem ilícita (esta técnica é chamada de
smurfing).
b) Dissimulação ou encobrimento (layering): Nesta fase o agente age com o objetivo de di-
ficultar o rastreamento do dinheiro ilícito colocado no mercado, realizando, para isso, diversas
transações.
c) Integração (integration): Após colocar o ativo no mercado financeiro e realizar transa-
ções a fim de dissimular a origem ilícita do valor, o agente pratica a terceira fase da lavagem de
dinheiro, na qual o valor ilícito é integração à economia com aparência de licitude. Esta etapa
ocorre, por exemplo, com a aquisições de outros bens, por meio de instrumentos aparentemen-
te regulares, como escrituras de compra e venda de imóveis.
Lembre-se de que, para os tribunais superiores, o crime de lavagem de capitais é plurinu-
clear, se consumando com a realização de qualquer das condutas descritas no art. 1º da Lei
n. 9.613/1998. Deste modo, não se exige que o agente tenha realizado todas as três fases da
lavagem de dinheiro.
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JURISPRUDÊNCIA
O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, consuman-
do-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e relacio-
nando-se com qualquer das fases do branqueamento de capitais (ocultação, dissimula-
ção, reintrodução), não exigindo a demonstração da ocorrência de todos os três passos
do processo de branqueamento (STJ - Jurisprudência em Teses n. 166. Item 5)
JURISPRUDÊNCIA
A realização, por período prolongado, de sucessivos contratos de empréstimo pessoal
para justificar ingressos patrimoniais como se renda fossem - sem que se esclareça a
forma e a fonte de pagamento das parcelas, acrescidas de juros, e sem que isso repre-
sente, em nenhum momento, uma correspondente redução do padrão de vida do devedor
- é apta a configurar, em tese, ato de dissimulação da origem ilícita de valores, elemento
constituinte do delito de lavagem de dinheiro, que extrapole o mero recebimento de van-
tagens indevidas. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 10).
De acordo com o STF, para que haja a configuração do crime de lavagem de dinheiro é
necessário que a conduta de ocultação ou dissimulação seja autônoma e distinta da infração
antecedente. Sobre este tema, a Corte entendeu que o ato de esconder notas de dinheiro,
proveniente de propina, nos bolsos do paletó, na cintura e dentro das meias, não configura cri-
me de lavagem de dinheiro e sim, mera etapa do delito de corrupção passiva, previsto no art.
317 do CP.
JURISPRUDÊNCIA
LAVAGEM DE DINHEIRO – CORRUPÇÃO PASSIVA – EXAURIMENTO – ATIPICIDADE. O ato
de receber, de forma indireta, valores supostamente provenientes de corrupção, integra o
tipo previsto no artigo 317 do Código Penal, de modo que a conduta de esconder notas
pelo corpo, sob as vestes, nos bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias não se
reveste de indispensável autonomia em relação ao crime antecedente, não se ajustando
à infração versada no artigo 1º, inciso V, da Lei n. 9.613/1998. (STF. 1ª Turma. Inq 3515/
SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019 (Info 955).
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Em outro caso, o STF condenou um deputado federal pelo crime de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. Entretanto, o crime de lavagem de dinheiro não se deveu ao fato de o
político ter recebido propina em dinheiro, e sim por ter recebido a quantia em depósitos ban-
cários fracionados, buscando evitar suspeitas sobre sua origem ilícita (técnica chamada de
smurfing).
De um lado, os réus foram absolvidos das imputações relativas aos crimes de lavagem de
capitais consubstanciados nos recebimentos em dinheiro em espécie [CPP, art. 386, III]. O ato
de mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando rece-
bido por interposta pessoa ou pelo próprio agente público que acolhe a remuneração indevida.
JURISPRUDÊNCIA
Por outro lado, a Turma entendeu que o depósito fracionado do dinheiro em conta cor-
rente, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias
à comunicação compulsória dessas operações, é meio idôneo para a consumação do
crime de lavagem. Trata-se de modalidade de ocultação da origem e da localização de
vantagem pecuniária recebida pela prática de delito anterior.
Nesse escopo, ficou demonstrado que o deputado, logo após receber recursos em espé-
cie a título de propina, praticou, de modo autônomo e com finalidade distinta, novos atos
aptos a violar o bem jurídico tutelado pelo art. 1º da Lei 9.613/1998, consistentes na rea-
lização de depósitos fracionados em conta de sua titularidade, cujo somatório perfaz a
exata quantia que lhe fora disponibilizada. (STF - AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª
Turma. julgado em 29/5/2018 Informativo 904).
Quanto ao Sujeito Ativo: Qualquer pessoa poderá praticar o crime de lavagem de capitais.
Trata-se, assim, de um crime comum, que não exige uma qualidade especial do sujeito ativo.
Quanto ao Passivo: A doutrina entende que o sujeito passivo do crime de lavagem de capi-
tais é a coletividade. Trata-se, portanto, do chamado “crime vago”
Quanto ao objeto material: Dinheiro, bens ou valores decorrentes, direta ou indiretamente
de infração penal antecedente (seja crime ou contravenção). Podemos dizer, então, que produ-
to da infração penal antecedente será o objeto material do crime de lavagem de dinheiro.
Quanto ao Elemento Subjetivo: Como a Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemen-
to subjetivo, o crime de lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa. Portanto,
o agente deverá ter conhecimento da origem ilícita do objeto material (dinheiro, bem ou valor),
e deverá agir com consciência e vontade de praticar o crime de lavagem de capitais.
É importante destacarmos, ainda, que, para configuração do crime de lavagem de dinheiro,
o sujeito ativo não precisa ter participado da infração penal antecedente.
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JURISPRUDÊNCIA
É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partí-
cipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens,
direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação. (STJ – Jurisprudência
em Teses n. 166. Item 1).
JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal
antecedente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu,
da infração antecedente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos
diversos e autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, cir-
cunstância na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 167. Item 7).
Ação Penal: Os crimes de lavagem de dinheiros são de ação penal pública incondicionada.
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JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação
da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da
movimentação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do
tipo (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 8)
Admite-se a tentativa (art. 1º, §3º): A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que
pode ser fracionado em vários atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998
prevê que “A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal”.
Logo, a tentativa será punida com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de
um a dois terços.
Causas de aumento de pena (art. 1º, §2º): A pena pelo crime de lavagem de dinheiro será
aumentada de um a dois terços nas seguintes hipóteses:
a) Quando forem cometidos de forma reiterada
b) Quando foram cometidos por intermédio de organização criminosa.
De acordo com o STJ, não é possível a aplicação simultânea do art. 70 do CP (que versa
sobre concurso formal) e do art. 1º, §2º, I da Lei n. 9.613/1998 (que prevê a causa de aumento
de pena quando o crime de lavagem de dinheiro for praticado de forma reiterada), sob pena de
haver bis in idem.
JURISPRUDÊNCIA
A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e
da majorante prevista no § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, nos crimes de lavagem de
dinheiro, acarreta bis in idem (STJ - Jurisprudência em Teses n. 167. Item 9)
Colaboração premiada (art. 1º, §5º): O art. 1º, §5º da Lei n. 9.613/1998 trata do instituto da
colaboração premiada. Antes de iniciarmos o tema, vamos fazer a leitura deste dispositivo...
Art. 1º, §5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena res-
tritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades,
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos
autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
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JURISPRUDÊNCIA
O art. 1º, § 5º, da Lei n. 9.613/1998 trata da delação premiada, ato unilateral, praticado
pelo agente que, espontaneamente, opta por prestar auxílio tanto à atividade de investi-
gação, quanto à instrução procedimental, independente de prévio acordo entre as partes
interessadas, cujos benefícios não podem ultrapassar a fronteira objetiva e subjetiva da
demanda, dada sua natureza endoprocessual. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167.
Item 11)
d) Resultados da colaboração premiada: Para que seja eficaz, o colaborador deverá prestar
esclarecimentos que conduzam aos seguintes resultados:
d.1) apuração das infrações penais
d.2) à identificação dos autores, coautores e partícipes
d.3) ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime
e) Benefícios decorrentes da colaboração premiada:
e.1) A pena poderá ser reduzida de um a dois terços
e.2) A pena poderá ser cumprida em regime aberto ou semiaberto
e.3) O juiz terá a faculdade de deixar de aplicar a pena (perdão judicial).
e.4) O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por alguma restritiva de direitos.
Para a apuração do crime de lavagem de dinheiro é admitida a utilização da ação contro-
lada e infiltração de agentes (art. 1º, §6º): O Pacote Anticrime acrescentou o §6º ao art. 1º
da Lei n. 9.613/1998, estabelecendo, expressamente, que a ação controlada e a infiltração de
agentes podem ser utilizadas como meio de obtenção de prova na fase investigativa do crime
de lavagem de dinheiro.
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De acordo com o STF, Lúcio somente poderá ser processado e julgado pelo crime de roubo,
pois o direito penal brasileiro não admite o crime de autolavagem — quando o autor do crime
antecedente pratica também a lavagem de capitais —, por entender que esse seria um caso de
mero exaurimento do fato antecedente.
JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).
Errado.
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§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei
n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
Em regra, o crime de lavagem de dinheiro será processado e julgado perante a Justiça Es-
tadual. A Justiça Federal só será competente para julgar estes crimes em casos excepcionais,
previstos expressamente no art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, vamos a eles...
a) Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou em-
presas públicas;
b) Quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal
É importante destacarmos, ainda, que a Lei n. 9.613/1998 não exige a reunião obrigatória
dos processos relativos à infração penal antecedente e ao crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com o caso concreto, o juiz competente para os crimes de lavagem de dinheiro,
irá decidir sobre a unidade ou separação destes processos, conforme prevê o art. 2º, II da Lei
n. 9.613/1998. No mesmo sentido, o STJ afirma que:
JURISPRUDÊNCIA
Compete ao juízo processante do crime de lavagem de dinheiro apreciar e decidir a res-
peito da união dos processos (art. 2º, II, da Lei n. 9.613/1998), examinando caso a caso,
com objetivo de otimizar a entrega da prestação jurisdicional. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 167. Item 3)
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Perceba que a própria questão já te oferece os elementos para a resposta. No caso narrado,
Joana praticou lavagem de dinheiro proveniente do crime de tráfico de drogas, ao qual já havia
sido condenada pela Justiça Federal.
Como a infração penal antecedente foi de competência da Justiça Federal, o processo e julga-
mento do crime de lavagem de capitais também será julgado pela Justiça Federal, de acordo
com a previsão do art. 2º, III, alínea “b” da Lei n. 9.613/1998.
Errado.
Como vimos, salvo nas hipóteses excepcionais trazidas pelo art. 2º, I, em regra caberá à
Justiça Estadual processar e julgar os crimes de lavagem de dinheiro.
Quando não for o caso de foro por prerrogativa de função, estes processos serão iniciados
em primeira instância, sendo, pois, julgado por um juiz singular.
Quanto ao procedimento, o art. 2º, I da Lei n. 9.613/1998 nos informa que os crimes de
lavagem de capitais obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão.
A lavagem de dinheiro é punida com a pena de reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
Como a pena máxima abstratamente cominada na norma é igual ou superior a quatro anos, o
processamento do crime deve seguir o procedimento comum ordinário.
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JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem de dinheiro, a denúncia é apta quando apresentar justa causa
duplicada, indicando lastro probatório mínimo em relação ao crime de lavagem de dinheiro
e à infração penal antecedente (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 2).
A “justa causa duplicada” não exige que a denúncia da lavagem de dinheiro venha acompa-
nhada de uma descrição detalhada e exaustiva da infração penal antecedente. Basta a presen-
ça de indícios suficientes sobre a materialidade da infração anterior.
Porém o caráter acessório do crime de lavagem de dinheiro é limitado, já que só se faz ne-
cessária a existência da infração penal antecedente, e não o seu processamento e julgamento.
Neste sentido, a Lei n. 9.613/1998 estabelece que o processo e julgamento do crime de
lavagem de dinheiro, independe do processo e julgamento das infrações penais antecedentes,
ainda que praticados em outro país.
Do mesmo modo o art. 2º, §1º prevê que:
Art. 2º, §1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal ante-
cedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
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Perceba então, que para que possamos falar em materialidade do crime de lavagem de
dinheiro, a denúncia deverá vir instruída com indícios sobre a existência da infração penal an-
tecedente (justa causa duplicada). Porém, o processo e julgamento do crime previsto na Lei n.
9.613/1998 não exige a identificação do autor, nem o julgamento desta infração penal anterior.
Ou seja, para a averiguação de sua materialidade delitiva, o crime de lavagem de dinheiro
é acessório, dependendo da existência de uma infração penal anterior. Porém, no aspecto pro-
cessual, estamos diante de um delito autônomo, que não depende de julgamento da infração
anterior nem do conhecimento de seu autor. Por esta razão, a Jurisprudência em Teses n. 166
do STJ afirma que
JURISPRUDÊNCIA
O crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, tipificado no art. 1º da Lei
n. 9.613/1998, constitui crime autônomo em relação às infrações penais antecedentes.
(STJ – Jurisprudência em Teses n. 166, Item 6).
Como podemos perceber, o art. 2º, §1º afirma que o crime de lavagem de dinheiro será
punível mesmo havendo extinção da punibilidade da infração penal antecedente. Sobre este
tema, o STJ afirma que:
JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei n. 9.613/1998). (STJ –
Jurisprudência em Teses n. 167, Item 4).
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Art. 366 do CPP. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção an-
tecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos
do disposto no art. 312.
De acordo com este artigo, em regra o processo penal e os prazos prescricionais serão
suspensos nos casos em que o acusado, citado por edital, não comparecer, nem consti-
tuir advogado.
Porém, esta regra não é aplicável aos crimes de lavagem de dinheiro, por força do art. 2º,
§2º da Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:
Art. 2º, §2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decre-
to-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não
comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento,
com a nomeação de defensor dativo.
Em resumo, havendo citação por edital, nos crimes de lavagem de dinheiro, não haverá
suspensão do processo ou do prazo prescricional caso o acusado não compareça e nem cons-
titua advogado.
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JURISPRUDÊNCIA
É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que
se beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo
passivo de investigação ou ação penal. (Jurisprudência em Teses n. 167. Item 14).
Observe que, de acordo com o art. 4º da Lei n. 9.613/1998, para que haja a decretação das
medidas assecuratórias, é necessário a existência de indícios suficientes de infração penal.
Esta infração, por sua vez, poderá ser o crime ou contravenção antecedente, ou a própria lava-
gem de dinheiro.
As espécies de medidas assecuratórias estão previstas nos art. 125 a 144-A do CPP, po-
dendo ser o sequestro, arresto ou a hipoteca legal.
O art. 4º, §4º da Lei 9.9613/98 também permite a decretação das medidas assecura-
tórias para:
a) Reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
b) Reparação do dano decorrente do crime de lavagem de dinheiro
c) Pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.
O STJ entende que, nas hipóteses descritas no art. 4º, §4º, a medida assecuratória poderá
decretar a indisponibilidade de qualquer bem, seja este de origem lícita ou ilícita, adquirido
antes ou após a infração penal.
JURISPRUDÊNCIA
A medida assecuratória de indisponibilidade de bens prevista no art. 4º, § 4º, da Lei n.
9.613/1998 permite a constrição de quaisquer bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente do crime ou para pagamento de prestação pecuniária, pena de multa
e custas processuais, sendo desnecessário, pois, verificar se têm origem lícita ou ilícita
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ou se foram adquiridos antes ou depois da infração penal. (STJ. Corte Especial. Inq 1.190-
DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 - Informativo 710).
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Art. 4º, §2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando com-
provada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
decorrentes da infração penal.
Perceba que, para a decretação das medidas assecuratórias basta que haja indícios sufi-
cientes de infração penal. Por outro lado, para que os bens, direitos e valores sejam liberados,
deve haver a comprovação de sua origem lícita. Neste ponto, a doutrina aponta a existência de
uma inversão do ônus da prova no processo penal.
O art. 4º, §3º prevê que nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimen-
to pessoal do acusado ou de interposta pessoa.
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do assunto, o juiz de direito substituto atuará corretamente no caso de suspender, após ouvir o
Ministério Público, medida assecuratória de bens e valores sob o fundamento de que a execu-
ção imediata poderá comprometer as investigações.
A assertiva traz a previsão do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto
da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua ad-
ministração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos reali-
zados.
Art. 6º, Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a medidas assecura-
tórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.
Sempre que estes bens estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação,
ou quando houver dificuldade para sua manutenção, o magistrado poderá determinar sua alie-
nação antecipada, para preservação do valor, como prevê o art. 4º, §1º e art. 4º-A, que estuda-
remos agora...
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Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em se-
parado em relação ao processo principal
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição
e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sen-
tença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
§ 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta judicial remunerada, adotando-
-se a seguinte disciplina:
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal:
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição financeira pública,
mediante documento adequado para essa finalidade;
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por outra instituição financeira
pública para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição financeira pública serão
debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados:
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em lei, preferencialmente públi-
ca, de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da União
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na forma da respectiva legis-
lação
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sen-
tença proferida na ação penal, será:
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I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Jus-
tiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de
competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição do réu pela
instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores depositados ou devolvidos.
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e multas incidentes sobre o
bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Federa-
ção, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles ônus.
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da alienação serão apensados aos
do processo principal.
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso
do procedimento previsto neste artigo.
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz decretará, em favor,
conforme o caso, da União ou do Estado:
I – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais não foi dada destinação
prévia; e
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o trânsito em julgado da
sentença condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo serão adjudicados ou levados
a leilão, depositando-se o saldo na conta única do respectivo ente.
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita documento de habilitação à cir-
culação e utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o caput
deste artigo.
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e valores oriundos do crime
de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos desta
Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei específica.
A decisão judicial que determina a alienação antecipada dos bens submetidos às medidas
assecuratórias ocorrerá:
a) De ofício, pelo juiz – O juiz poderá determinar a decretação das medidas assecuratórias,
bem como a alienação antecipada dos bens submetidos à estas medidas.
b) A requerimento do Ministério Público
c) Por solicitação de qualquer interessado
O requerimento ou solicitação da alienação dos bens será realizado por meio de petição
autônoma. O procedimento desta alienação tramitará em autos separados do processo principal.
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Será possível a alienação antecipada, nos termos do art. 4º, §1º da Lei n. 9.613/1998 que as-
sim dispõe:
Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (grifamos).
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Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
na sua conservação.
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I – Produzir e gerir informações de inteligência financeira para a prevenção e o combate à lavagem
de dinheiro;
II – Promover a interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e interna-
cionais que tenham conexão com suas atividades.
Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
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Perceba que o art. 17-B permite que a autoridade policial e o MP tenham acesso, sem au-
torização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado. Estes dados cadastrais infor-
mam qualificação pessoal, filiação e endereço.
O acesso ao conteúdo de comunicações (como ocorre, por exemplo, nas interceptações
telefônicas), exige autorização judicial. Neste sentido, o STJ afirma que
JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, a autoridade policial e
o Ministério Público têm acesso, independentemente de autorização judicial, aos dados
meramente cadastrais de investigados que não são protegidos pelo sigilo constitucional
(art. 17-B da Lei n. 9.613/1998). (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 13).
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remu-
neração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão funda-
mentada, o seu retorno.
Este artigo prevê o afastamento cautelar do servidor público indiciado pelo crime de lava-
gem de dinheiro.
O STF entendeu que este afastamento não poderá ser automático. Ou seja, o fato de o
servidor público ser indiciado por crime de lavagem de capitais não gera, obrigatoriamente, o
seu afastamento.
JURISPRUDÊNCIA
A determinação do afastamento automático do servidor investigado, por consequência
única e direta do indiciamento pela autoridade policial, não se coaduna com o texto cons-
titucional, uma vez que o afastamento do servidor, em caso de necessidade para a inves-
tigação ou instrução processual, somente se justifica quando demonstrado nos autos o
risco da continuidade do desempenho de suas funções e a medida ser eficaz e proporcio-
nal à tutela da investigação e da própria administração pública, circunstâncias a serem
apreciadas pelo Poder Judiciário (STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin,
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 - Informativo 1000).
Portanto, o afastamento cautelar do servidor público será determinado por decisão judicial,
caso a medida seja necessária para a investigação ou instrução processual.
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Finalizamos aqui, a nossa aula sobre a Lei n. 9.613/1998! Não esqueça de ler, e reler a lei,
quantas vezes achar necessário!
Bons estudos!
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RESUMO
Antes de fazermos as questões sobre o Crime de Lavagem de Dinheiro, vamos fazer uma
breve revisão dos temas abordados em nossa aula!
• De acordo com o STF, a lavagem de dinheiro é crime acessório, derivado ou parasitário,
que pressupõe a ocorrência de uma infração penal anterior.
• A infração penal antecedente constitui circunstância elementar do crime de lavagem.
• A Infração penal antecedente poderá ser crime ou contravenção penal.
• O produto da infração penal antecedente será o objeto material do crime de lavagem de
dinheiro.
• De acordo com o STF, para que haja a configuração do crime de lavagem de dinheiro é
necessário que a conduta de ocultação ou dissimulação seja autônoma e distinta da
infração antecedente.
• Gerações de legislação sobre o crime de lavagem de dinheiro:
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo
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MAPAS MENTAIS
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A lavagem de capitais não admite a
Elemento subjetivo: dolo modalidade culposa
Sujeito ativo
O sujeito ativo não precisa ter participado da
infração penal antecedente.
Na investigação, admite-se a
ação controlada e a infiltração
de agentes
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É admitida na fase investigativa ou na fase processual
Benefícios:
Crime de Lavagem Reduzida da pena de um a dois terços
A pena poderá ser cumprida em regime aberto ou
de Dinheiro semiaberto
Perdão judicial: o juiz poderá deixar de aplicar a pena
Substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/MJSP/TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2022)
Considerando a Lei n.º 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de
bens, direitos e valores, julgue o item que se segue.
As medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores e a ordem de prisão de pessoas pode-
rão ser suspensas imediatamente pelo juiz quando a sua pronta execução puder comprometer
as investigações em curso no procedimento criminal, sendo dispensada a oitiva do Ministério
Público em razão da urgência do ato processual.
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III – A pena será aumentada de um a dois terços, quando forem constatadas várias transações
financeiras, soma de grandes valores e, além disso, houver prova de que o sujeito integre orga-
nização criminosa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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d) Não é necessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partícipe
da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens, direitos e
valores e concorra dolosamente para sua ocultação ou dissimulação.
e) Não é qualquer crime que pode ser considerado antecedente da lavagem, mas apenas aque-
les previstos em rol taxativo.
026. (IDECAN/PC – CE/INSPETOR/2021) Carlos está sendo investigado por crime de lava-
gem de dinheiro tipificado na Lei n. 9.613/1998 e resolve procurar um advogado especialista
na matéria para lhe esclarecer como os Tribunais Superiores vêm se posicionando acerca da
complexidade do tema. O advogado fez várias ponderações e esclarecimentos a Carlos.
Nesse cenário, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal anteceden-
te não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei 9.613/1998).
b) A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e da
majorante prevista no §4º do art. 1º da Lei 9.613/1998, nos crimes de lavagem de dinheiro,
acarreta bis in idem.
c) É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que se
beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo passivo
de investigação ou ação penal.
d) A tipificação do crime de lavagem de dinheiro depende da existência de uma infração penal
antecedente; portanto, não é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mes-
mo réu, da infração antecedente e do crime de lavagem.
e) Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação da
pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da movimen-
tação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do tipo.
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GABARITO
1. E 37. E
2. E 38. C
3. e 39. c
4. a 40. b
5. d 41. b
6. c 42. e
7. d 43. C
8. C 44. E
9. E 45. d
10. E 46. e
11. d 47. E
12. b 48. C
13. d 49. c
14. c 50. c
15. b
16. c
17. c
18. C
19. E
20. C
21. C
22. C
23. a
24. d
25. d
26. d
27. e
28. c
29. E
30. a
31. E
32. C
33. C
34. E
35. E
36. E
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/MJSP/TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/2022)
Considerando a Lei n.º 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de
bens, direitos e valores, julgue o item que se segue.
As medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores e a ordem de prisão de pessoas pode-
rão ser suspensas imediatamente pelo juiz quando a sua pronta execução puder comprometer
as investigações em curso no procedimento criminal, sendo dispensada a oitiva do Ministério
Público em razão da urgência do ato processual.
De acordo com o art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, O Ministério Público deverá ser ouvido quando
o juiz determinar a suspensão da ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias
de bens, direitos ou valores.
Art. 4º-B A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.
Errado.
A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será requerida pelo
MP ou pela parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e
cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo principal. Neste sentido, o
art. 4º-A da Lei n. 9.613/1998 nos informa que:
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em se-
parado em relação ao processo principal.
Errado.
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b) No processo que apure o delito de lavagem de dinheiro, se o acusado, citado por edital,
não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional.
c) Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado
for decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública ou devolvi-
dos aos seus proprietários, se houver interesse na sua conservação.
d) Deferida a alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição, o juiz,
de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, deter-
minará a imediata suspensão do processo principal, até a apuração final dos valores obtidos.
e) direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a
sua execução imediata puder comprometer as investigações.
a) Errada. Não há esta vedação. Pelo contrário, o art. 5º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que;
Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa fí-
sica ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas
assecuratórias, mediante termo de compromisso.
b) Errada. A regra prevista no art. 366 do CPP (que versa sobre a suspensão do processo e do
prazo prescricional nos casos em que o acusado, citado por edital, não comparecer, nem cons-
tituir advogado), não se aplica aos crimes de lavagem de dinheiro, por força do art. 2º, §2º da
Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:
No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
c) Errada. Os instrumentos do crime, cuja perda for decretada em favor da União ou do Estado,
não serão devolvidos aos seus proprietários, ainda que não haja valor econômico. Assim, o art.
7º, §2º estabelece que;
Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
na sua conservação.
d) Errada. A alienação antecipada dos bens sob constrição, será realizada em autos apartados,
e não suspenderá o processo principal. Assim, o art. 4º-A da Lei n. 9.613/1998 prevê que:
A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz,
de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante
petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em
relação ao processo principal. (grifo nosso).
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JURISPRUDÊNCIA
O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade típica
de ocultar, é permanente, protraindo-se sua execução até que os objetos materiais do
branqueamento se tornem conhecidos. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 8).
II – Errada. O crime de lavagem de bens, direitos ou valores é composto por três fases: a colo-
cação (placement), a ocultação (layering) e a integração (integration). Porém, a configuração
deste delito não exige a realização de todas estas fases. Neste sentido, o STJ entende que:
JURISPRUDÊNCIA
O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, consu-
mando-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e
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A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Apenas a afirmativa I está correta.
Letra a.
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de
prestação pecuniária, multa e custas.
Portanto, de acordo com a Lei, a decretação de medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
valores, poderá ocorrer com as seguintes finalidades:
1. Reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
2. Reparação do dano decorrente do crime de lavagem de dinheiro
3. Pagamento de prestação pecuniária, multa e custas
a) Errada. Além da reparação do dano decorrente do crime, a decretação de medidas assecu-
ratórias poderá visar a reparação da infração penal antecedente ou o pagamento de prestação
pecuniária, multa e custas.
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JURISPRUDÊNCIA
A medida assecuratória de indisponibilidade de bens prevista no art. 4º, § 4º, da Lei n.
9.613/1998 permite a constrição de quaisquer bens, direitos ou valores para reparação
do dano decorrente do crime ou para pagamento de prestação pecuniária, pena de multa
e custas processuais, sendo desnecessário, pois, verificar se têm origem lícita ou ilícita
ou se foram adquiridos antes ou depois da infração penal. (STJ. Corte Especial. Inq 1.190-
DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 - Informativo 710).
Letra d.
JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
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delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).
b) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
d) Errada. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol
taxativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro, compondo, assim, a 2ª
Geração. A legislação brasileira só passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da
Lei n. 12.683/2012, que passou a considerar que qualquer infração penal poderá figurar como
delito antecedente da lavagem de capitais.
Letra c.
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d) O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 não são da competên-
cia da Justiça Federal nas hipóteses em que a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal, tendo em vista serem crimes autônomos.
a) Certa. A alternativa traz a disposição do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, que possui a seguin-
te redação:
No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
c) Certa. A alternativa traz a disposição do art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 que assim estabelece:
A alternativa traz a disposição do art. 2º, I da Lei n. 9.613/1998, o qual nos informa que:
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Art. 2º, §1º. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal an-
tecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
A Lei n. 9.613/1998 admite a colaboração premiada (art. 1º, §5º), ação controlada e infiltração
de agentes (art. 1º, §6º) aos crimes de lavagem de dinheiro, independentemente de a prática
delituosa ser realizada por organização criminosa.
Errado.
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c) No processo dos crimes previstos na Lei 9.613/1998, o acusado que não comparecer nem
constituir advogado será citado por edital e o processo ficará suspenso nos termos do art.
366 do CPP.
d) Para apuração de crime previsto na Lei 9.613/1998, admite-se a ação controlada, mesmo
quando não se tratar de organização criminosa.
e) A Lei 9.613/1998 permite quanto à pena, redução, mitigação do regime para aberto e se-
miaberto, e até mesmo a não aplicação da pena ou a substituição por restritiva de direitos, ao
coautor ou partícipe que colaborar espontaneamente, mas veda o benefício de não aplicação
ao autor principal.
No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
d) Certa. O art. 1º, §6º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:
Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da
infiltração de agentes.
e) Errada. O art. 1º, §5º da Lei n. 9.613/1998 estabelece regras para a colaboração premiada
nos crimes de lavagem de dinheiro, admitindo a aplicação do benefício ao autor, coautor ou
partícipe da infração, como podemos perceber na sua redação:
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestan-
do esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores,
coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (grifo nosso).
Letra d.
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A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (grifo nosso).
d) Errada. O crime de lavagem de capitais poderá ser configurado ainda a punibilidade do crime
antecedente esteja extinta. Assim, o art. 2º, §1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:
A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (grifo nosso).
Letra b.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo
a) Errada. O crime de lavagem de dinheiro será punido com a pena de reclusão, de 3 (três) a 10
(dez) anos, e multa, como prevê o art. 1º da Lei n. 9.613/1998.
b) Errada. O art. 1º, I da Lei n. 9.613/1998 estabelece que:
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I – os converte em ativos lícitos. (grifo nosso).
c) Errada. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 estabelece que “A tentativa é punida nos ter-
mos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.”
d) Certa. Trata-se da disposição do art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998, que prevê hipóteses
de aumento de pena quando o crime de lavagem de dinheiro é cometido de forma reiterada ou
mediante organização criminosa.
Letra d.
O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: independem do processo e julgamento das
infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente
para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento. (grifo nos-
so).
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Fábio Roque e Flávia Araújo
Art. 2º. III - são da competência da Justiça Federal: b) quando a infração penal antecedente for de
competência da Justiça Federal.
d) Errada. Se o crime de lavagem de capitais for praticado contra o sistema financeiro ou a
ordem econômico-financeira, será processado e julgado perante a Justiça Federal, conforme
aponta o art. 2º, III, “a” da Lei n. 9.613/1998.
Letra c.
A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais
do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de au-
torização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (grifamos).
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A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do
investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de autori-
zação judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições finan-
ceiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
Letra b.
I – Correta. Trata-se da literalidade do art. 10, II da Lei de Lavagem de Dinheiro. As pessoas jurí-
dicas que comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades estão
mencionadas no art. 9º, XI da Lei de Lavagem de Dinheiro. O art. 10, II da mesma Lei prevê que:
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As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não
exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para
esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
(grifo nosso).
III – Correta. O art. 11 da Lei n. 9.613/1998 prevê que:
JURISPRUDÊNCIA
Por se tratar de crime acessório, derivado ou parasitário, o crime de lavagem de dinheiro
pressupõe a existência infração anterior, que constitui uma circunstância elementar do
tipo de lavagem. (STJ - HC: 378449/PB Re. Min. Ribeiro Dantas, Data de Julgamento:
20/09/2018, T5 - 5ª Turma, Data de Publicação: Dje 26/09/2018).
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Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
O afastamento cautelar do servidor público indiciado não poderá acarretar prejuízo à sua remu-
neração e aos demais direitos previstos em lei.
Importante lembrarmos, ainda, que este afastamento não será obrigatório. Assim, o STF en-
tendeu que a previsão do art. 17-D da Lei n. 9.613/1998 é inconstitucional. Ou seja, o mero
indiciamento do Servidor Público, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro, não poderá
acarretar o seu afastamento automático do cargo.
JURISPRUDÊNCIA
(...) 2. A determinação do afastamento automático do servidor investigado, por consequ-
ência única e direta do indiciamento pela autoridade policial, não se coaduna com o texto
constitucional, uma vez que o afastamento do servidor, em caso de necessidade para
a investigação ou instrução processual, somente se justifica quando demonstrado nos
autos o risco da continuidade do desempenho de suas funções e a medida ser eficaz e
proporcional à tutela da investigação e da própria administração pública, circunstâncias a
serem apreciadas pelo Poder Judiciário. (STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 - Informativo
1000).
Errado.
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A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. (grifamos).
Certo.
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b) a ocultação de bens, direitos ou valores provenientes de contravenção penal não pode ense-
jar crime de lavagem de dinheiro.
c) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade tentada.
d) o ordenamento pátrio adotou a legislação de segunda geração, já que apenas um rol fecha-
do de infração penal antecedente pode ensejar crime de lavagem de dinheiro.
e) haverá aumento de pena se o crime de lavagem de dinheiro for cometido por intermédio de
associação criminosa.
a) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
b) Errada. O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a
conduta de;
A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Letra a.
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a) Errada. A partir da alteração promovida pela Lei n. 12.683/2012, foi suprimida a relação de
infrações penais antecedentes, assim, o delito de “lavagem de dinheiro” poderá ser configurado
diante da prática anterior de qualquer infração penal, seja crime ou contravenção.
b) Errada. O crime de lavagem de dinheiro só poderá ser cometido de forma dolosa, não haven-
do exceções a esta hipótese.
c) Errada. Os Tribunais Superiores entendem ser possível a autolavagem.
JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).
A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente”. (grifo nosso).
Deste modo, o STJ entente que;
JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem. (STJ – Jurisprudência em Teses n.
167. Item 4).
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e) Errada. A perda de bens, nos casos de lavagem de dinheiro, poderá ser em favor da União ou
do Estado. O art. 7º, I da Lei n. 9.613/1998 prevê que;
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JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de um crime ante-
cedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, do
delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam demonstrados atos diver-
sos e autônomos daquele que compõe a realização do primeiro crime, circunstância em
que não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Ação Penal 989/ DF. Rel. Min Nancy
Andrighi. Julgado em 16/02/2022. Dje 22/02/2022).
JURISPRUDÊNCIA
É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partí-
cipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens,
direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação.
e) Errada. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol ta-
xativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. A legislação brasileira só
passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da Lei n. 12.683/2012, que passou a
considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
Letra d.
026. (IDECAN/PC – CE/INSPETOR/2021) Carlos está sendo investigado por crime de lava-
gem de dinheiro tipificado na Lei n. 9.613/1998 e resolve procurar um advogado especialista
na matéria para lhe esclarecer como os Tribunais Superiores vêm se posicionando acerca da
complexidade do tema. O advogado fez várias ponderações e esclarecimentos a Carlos.
Nesse cenário, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal anteceden-
te não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei 9.613/1998).
b) A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e da
majorante prevista no §4º do art. 1º da Lei 9.613/1998, nos crimes de lavagem de dinheiro,
acarreta bis in idem.
c) É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que se
beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo passivo
de investigação ou ação penal.
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JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem. (STJ – Jurisprudência em Teses n.
167. Item 4).
JURISPRUDÊNCIA
A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e
da majorante prevista no § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, nos crimes de lavagem de
dinheiro, acarreta bis in idem. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 9).
JURISPRUDÊNCIA
É possível o deferimento de medida assecuratória em desfavor de pessoa jurídica que
se beneficia de produtos decorrentes do crime de lavagem, ainda que não integre o polo
passivo de investigação ou ação penal. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 14).
d) Errada. O STJ entende ser possível a “autolavagem”. Assim, de acordo com a Corte:
JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal
antecedente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu,
da infração antecedente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos
diversos e autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, cir-
cunstância na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 166. Item 7).
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JURISPRUDÊNCIA
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação
da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da
movimentação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o elemento natural do
tipo. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 167. Item 8).
Letra d.
JURISPRUDÊNCIA
O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, consuman-
do-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e relacio-
nando-se com qualquer das fases do branqueamento de capitais (ocultação, dissimula-
ção, reintrodução), não exigindo a demonstração da ocorrência de todos os três passos
do processo de branqueamento. (STJ – Jurisprudência em Teses n. 166. Item 5).
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d) Errada. O crime de lavagem de capitais será consumado com a realização de qualquer dos
verbos descritos no art. 1º da Lei n. 9.613/1998.
e) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
Letra e.
A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
b) Certa. Até a entrada em vigor da Lei n. 12.683/2012, a Lei n. 9.613/1998 previa um rol ta-
xativo de infrações antecedentes ao crime de lavagem de dinheiro. A legislação brasileira só
passou a ser considerada de 3ª geração, com o advento da Lei n. 12.683/2012, que passou a
considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
c) Errada. Os tribunais brasileiros entendem ser possível a “autolavagem”. De acordo com o STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal
antecedente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu,
da infração antecedente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos
diversos e autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, cir-
cunstância na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção. (STJ – Jurisprudência em
Teses n. 167. Item 7).
d) Certa. A Lei n. 9.613/1998 não prevê a culpa como elemento subjetivo. Logo, o crime de
lavagem de capitais só poderá ser realizado de forma dolosa.
Letra c.
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A lavagem de dinheiro constitui crime autônomo, não sendo absorvido pelo delito de integrar
organização criminosa.
Lembre-se que, nesta hipótese, estamos diante de uma causa de aumento de pena, prevista
no art. 1º, §4º da Lei n. 9.613/1998, já que o crime de lavagem de dinheiro foi praticado por
intermédio de uma organização criminosa.
Art. 1º, §4º. A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Errado.
a) Certa. A alternativa traz a previsão do art. 1º, §4º da Lei de Lavagem de Dinheiro.
b) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:
Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da
infiltração de agentes.
d) Errada. O art. 1º, §6º da Lei n. 9.613/1998 dispõe que;
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A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
e) Errada. O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III, a Justiça Federal será com-
petente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal.
Letra a.
O rol de crimes hediondos e equiparados está taxativamente previsto na Lei 8.072/90. São
equiparados à hediondos os crimes de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo, conforme aponta o art. 5º, XLIII da CF/88.
Assim, a lavagem de dinheiro não é considerada crime hediondo e nem equiparado à hediondo,
já que não se encontra expressamente previsto na Lei 8.072/90.
Errado.
De acordo com o art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, o Ministério Público deverá ser ouvido quando
o juiz determinar a suspensão da ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias
de bens, direitos ou valores.
Art. 4º-B A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.
Certo.
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A alternativa traz a previsão do art. 17-B da Lei n. 9.613/1998, que assim estabelece:
Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.
Certo.
Art. 2º, §1º. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal an-
tecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Errado.
O art. 366 do CPP prevê a suspensão do processo, e do curso do prazo prescricional, se o acu-
sado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado. Porém, este dispositivo não
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se aplica aos casos de crimes de lavagem de dinheiro. Neste sentido, o art. 2º, §2º da Lei n.
9.613/1998 estabelece que:
No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
Errado.
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JURISPRUDÊNCIA
É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido autor ou partí-
cipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos bens,
direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação. (STJ – Jurisprudência
em Teses n. 166. Item 1).
b) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:
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considerar que qualquer infração penal (seja crime ou contravenção) poderá figurar como deli-
to antecedente da lavagem de capitais.
d) Errada. O art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 prevê que o processo e julgamento dos crimes de
lavagem de dinheiro:
independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em
outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unida-
de de processo e julgamento (grifamos).
e) Errada. O processo e o julgamento relativo ao crime de lavagem de dinheiro será, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, a Justiça
Federal será competente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.
Letra c.
a) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que;
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos,
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se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclare-
cimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
d) Errada. Se o crime de lavagem de dinheiro se for cometido de forma reiterada ou por inter-
médio de organização criminosa, a pena será aumentada de um a dois terços.
e) Errada. O art. 1º da Lei n. 9.613/1998 tipifica a lavagem de dinheiro, definindo-a como a
conduta de:
a) Errada. As medidas assecuratórias de bens podem ser decretadas de ofício pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou mediante representação da Autoridade Policial, como
estabelece o art. 4º da Lei n. 9.613/1998.
b) Certa. Trata-se da disposição do art. 4º, §2º da Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O processo e o julgamento relativo ao crime de lavagem de dinheiro será, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, a Justiça
Federal será competente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.
d) Errada. Primeiramente é importante lembrarmos que a lavagem de dinheiro não constitui
modalidade de crime hediondo. Assim, quando cabível:
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A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade. (Art. 2º da lei 7.960/89).
e) Errada. A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo Judiciário.
Letra b.
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. (grifo nosso).
d) Errada. A lavagem de dinheiro é crime plurissubsistente (que pode ser fracionado em vários
atos), logo, admite a tentativa. O art. 1º, §3º da Lei n. 9.613/1998 prevê que:
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JURISPRUDÊNCIA
Por se tratar de crime acessório, derivado ou parasitário, o crime de lavagem de dinheiro
pressupõe a existência infração anterior, que constitui uma circunstância elementar do
tipo de lavagem. (STJ - HC: 378449/PB Re. Min. Ribeiro Dantas, Data de Julgamento:
20/09/2018, T5 - 5ª Turma, Data de Publicação: Dje 26/09/2018).
Certo.
Art. 2º, §1º. A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal an-
tecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Errado.
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b) indeferir eventual pedido de declinação de competência do feito para a justiça federal quan-
do somente a infração penal antecedente for de competência da justiça federal.
c) emitir ordem, após o trânsito em julgado de ação de competência da justiça federal ou es-
tadual, para que o valor constante da sentença penal condenatória e depositado judicialmente
como medida assecuratória seja incorporado definitivamente ao patrimônio da União.
d) suspender, após ouvir o Ministério Público, medida assecuratória de bens e valores sob o
fundamento de que a execução imediata poderá comprometer as investigações.
e) não receber a denúncia sob o fundamento de que a peça foi instruída com infração penal
antecedente cuja punibilidade foi extinta.
a) Errada. A regra prevista no art. 366 do CPP (que versa sobre a suspensão do processo e do
prazo prescricional nos casos em que o acusado, citado por edital, não comparecer, nem cons-
tituir advogado), não se aplica aos crimes de lavagem de dinheiro, por força do art. 2º, §2º da
Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:
No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo.
b) Errada. Caso a infração penal antecedente seja de competência da Justiça Federal, o crime
de lavagem de direito também será julgado perante esta Justiça, como estabelece o art. 2º, III,
“b” da Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O art. 4º-A, §5º estabelece que:
Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sentença
proferida na ação penal, será:
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Jus-
tiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de
competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo.
d) Certa. A alternativa traz a previsão do art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, que assim dispõe:
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a) Errada. O processo e o julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III, a Justiça Federal será com-
petente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal.
b) Errada. O STJ entende que:
JURISPRUDÊNCIA
O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antece-
dente não implica atipicidade do delito de lavagem (art. 1º da Lei n. 9.613/1998). (Juris-
prudência em Teses n. 167. Item 4).
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes. (grifamos)
Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (grifamos)
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No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei n.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (grifamos)
Letra e.
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a) Errada. Será possível a alienação antecipada, nos termos do art. 4º, §1º da Lei n. 9.613/1998
que assim dispõe:
Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (grifamos).
b) Errada. O processo e o julgamento relativo ao crime de lavagem de dinheiro será, em regra,
de competência da Justiça Estadual. De acordo com o art. 2º, III da Lei n. 9.613/1998, a Justiça
Federal será competente quando os crimes forem praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; e quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.
c) Certa. O art. 2º, §1º prevê que:
A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (grifamos).
d) Errada. O art. 2º, II da Lei n. 9.613/1998 que assim estabelece:
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c) O processo de lavagem de dinheiro é composto por, pelo menos, três fases: ocultação, dis-
simulação e integração.
d) A legislação brasileira exige a completude do ciclo de lavagem para que se caracterize o
crime de lavagem de capitais.
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REFERÊNCIAS
ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. Editora JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.
BRASIL Lei n. 9.613/1998. Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei;
cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. Dispo-
nível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613compilado.htm
Altera a Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998, para tornar mais eficiente a persecução penal dos
crimes de lavagem de dinheiro. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12683.htm#art2
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BRASIL. Decreto 5.015/2004. Promulga a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organi-
zado Transnacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/
decreto/d5015.htm
BRASIL. Decreto 5.687/2006. Promulga a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção,
adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 31 de outubro de 2003 e assinada
pelo Brasil em 9 de dezembro de 2003. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/decreto/d5687.htm
Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.
Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).
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