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DIREITO PENAL
Lei n. 9.613/1998 – Lei de Repressão à Lavagem de Dinheiro
Péricles Mendonça
Sumário
Lei n. 9.613/1998 – Lei de Repressão à Lavagem de Dinheiro. ...............................................................3
Introdução.............................................................................................................................................................................3
Lei n. 9.613/98 - Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores.....................3
Do Crime.................................................................................................................................................................................4
Autolavagem (selflaundering). . ................................................................................................................................5
Formas Equiparadas.......................................................................................................................................................5
Tentativa................................................................................................................................................................................6
Aumento de Pena. . ............................................................................................................................................................6
Colaboração.........................................................................................................................................................................7
Ação Controlada e Infiltração de Agentes.........................................................................................................7
Extraterritorialidade.. .....................................................................................................................................................7
Ação Penal............................................................................................................................................................................9
Denúncia................................................................................................................................................................................9
Medidas Assecuratórias.. .............................................................................................................................................9
Efeitos da Condenação............................................................................................................................................... 10
COAF...................................................................................................................................................................................... 10
Art. 17-D.................................................................................................................................................................................11
Resumo.................................................................................................................................................................................12
Questões de Concurso.................................................................................................................................................13
Gabarito................................................................................................................................................................................21
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................22
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O que seria a lavagem de dinheiro? De forma direta, é a atividade realizada para desvincular
o dinheiro de sua origem ilícita.
Como assim?
Imagine a seguinte situação: a pessoa inicia a sua vida no tráfico de drogas e logo conse-
gue obter uma alta lucratividade com a atividade ilícita.
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Você concorda comigo que uma pessoa engajada em atividades ilícitas não pode ter uma
vida “normal”, já que todos vão perceber que ela tem muito dinheiro mas não tem nenhuma
atividade lícita?
É aqui que surge a “lavagem” do dinheiro, a pessoa procura atividades lícitas que sejam
capazes de dar uma “cara limpa” para o seu dinheiro “sujo”.
Essa nomenclatura surgiu nos EUA, onde a máfia criou várias lavanderias para dar aparên-
cia de lícita aos negócios ilícitos, buscando justificar por intermédio de um comércio legaliza-
do a origem criminosa do dinheiro arrecadado.
O STF afirmou que
A lavagem de dinheiro é entendida como a prática de conversão dos proveitos do delito em bens
que não podem ser rastreados pela sua origem criminosa. A dissimulação ou ocultação da natureza,
origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade dos proveitos criminosos (...)
Do Crime
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou proprie-
dade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa
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Autolavagem (selflaundering)
É permitida a autolavagem no Brasil?
Como assim, professor, eu não sei nem o que é isso, como vou saber se é permitida ou não.
É, sim, permitido, e esse é o posicionamento tanto do Supremo como do STJ. O STJ afirma
que desde que demonstrado que o autor praticou atos diversos e autônomos (na lavagem)
daquele que compõe a realização da infração penal.
O STF, num julgado recente (STF. 2ª Turma. HC 165036, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
09/04/2019), afirmou que:
Formas Equiparadas
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valo-
res provenientes de infração penal:
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I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimen-
ta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal;
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Por diversas vezes, o examinador vai cobrar a conduta equiparada afirmando ser a lavagem
de dinheiro, isso para tentar dificultar a vida do candidato.
Aproveito para reforçar a leitura da “lei seca”, já que, principalmente bancas como a AOCP
gostam de cobrar a literalidade da lei.
Tentativa
Como vimos anteriormente, é admitida a tentativa do crime de “lavagem” de dinheiro, e
como era de se esperar, o legislador recorreu de forma subsidiária ao Código Penal.
Esse é o tipo de dispositivo que faz com que o professor Guilherme Nucci critique os nos-
sos legisladores. Não precisava trazer de forma expressa essa previsão, já que de toda forma
aplicaríamos esse artigo de forma subsidiária.
Aumento de Pena
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos
de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
O legislador trouxe uma causa de aumento de pena para coibir a prática reiterada da con-
duta de “lavar” dinheiro, e também com a intenção de coibir as organizações criminosas.
As grandes organizações criminosas possuem um “núcleo” responsável pela lavagem de
dinheiro, tentando trazer um aspecto lícito ao dinheiro ilícito obtido pela organização.
Perceba que essa é uma forma específica do conceito de crime continuado previsto no
Código Penal.
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Colaboração
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaber-
to, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
O cenário político atual do nosso país tem mostrado de forma reiterada a utilização de dis-
positivos semelhantes a esse para a elucidação de crimes, é a conhecida “delação premiada”.
Esse dispositivo está previsto em outras legislações como a de organização criminosa, e
tem a intenção de fazer com o que o “colaborador” facilite na elucidação completa do crime.
Essa foi a alteração promovida pela Lei n. 13.964/19, permitindo a utilização da ação con-
trolada e da infiltração de agentes para o combate ao crime de lavagem de dinheiro.
Como eu disse no início da aula, é importante que você conheça dessas alterações, já que
o examinador adora cobrar novidades legislativas.
Aqui em nossa aula, foi uma pequena alteração, mas eu sei que você terá que estudar ou-
tras leis e códigos que foram bastante alterados.
Extraterritorialidade
Conforme dispõe o artigo 2º o processo para julgamento dos crimes de lavagem de di-
nheiro independe do julgamento das infrações anteriores, que originaram o dinheiro “sujo”, e
poderão ser julgadas conforme a lei brasileira, ainda que praticadas em outro país.
Esse entendimento é o posicionamento atual da jurisprudência e se dá em razão do princí-
pio da justiça universal.
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É importante que você esteja atento ao fato de que o julgamento do crime de lavagem de
capitais independe do processo da infração penal que gerou o dinheiro ilícito, que deu origem
ao objeto da conduta da lavagem de dinheiro.
Veja que, para que tenhamos o crime de lavagem de dinheiro, é necessário que tenhamos
infrações penais antecedentes, que deram origem ao dinheiro ilícito.
Fique atento(a) porque temos aqui um crime autônomo, ou seja, precisamos ter uma in-
fração penal antecedente, mas basta a existência de elementos indiciários de que o capital
lavado seja decorrente desta infração penal (STF. 1ª Turma. HC 93.368/PR, DJe de 25/8/2011).
Nesse sentido, temos também o STJ, vejamos:
A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição exaustiva
e pormenorizada do suposto crime prévio (infração penal antecedente), bastando a presença de
indícios suficientes de que o objeto material da lavagem (bens, direitos ou valores) seja proveniente,
direta ou indiretamente, desta infração penal antecedente. STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019 (Info 657).
Então, se é necessário que tenhamos uma infração penal antecedente, é também ne-
cessário que o autor da lavagem de dinheiro seja também autor ou partícipe da infração
antecedente?
Outro ponto importante que temos que levar para nossa prova é que a lavagem de dinheiro não
incide unicamente sobre valores (dinheiro em espécie). O objeto material do delito se estende
também a bens móveis, imóveis e direitos (como títulos e papéis).
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Ação Penal
A ação penal nos crimes de lavagem de dinheiro é pública incondicionada. E a competên-
cia para julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/98 é da Justiça Estadual, em regra.
Se eu disse em regra é porque temos exceção. O artigo 2º, III traz as situações em que o
crime será de competência da Justiça Federal, vejamos:
Denúncia
Para o oferecimento da denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro, bastam indícios de
ocorrência do crime antecedente.
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Conforme o entendimento do STJ, nos crimes de lavagem de dinheiro, a denúncia será apta
quando apresentar justa causa duplicada, ou seja, deve indicar lastro probatório mínimo em
relação ao crime de lavagem de dinheiro e à infração penal antecedente.
Medidas Assecuratórias
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delega-
do de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes
de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investiga-
do ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.
A lei admite medidas assecuratórias para que as autoridades públicas sejam capazes de
alcançar os bens, direitos e valores produtos ou derivados do crime.
Essas medidas visam garantir a apreensão e o sequestro dos bens proveitos do crime.
Mais uma vez, o legislador nos traz a previsão de ação do Estado mediante indícios suficientes
da infração penal, ou seja, não é necessário a constituição de provas absolutas.
O legislador permitiu a devolução antecipada, nos casos em que for comprovada a origem
lícita do bem que foi objeto de medida assecuratória.
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Efeitos da Condenação
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:
I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previs-
tos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de
terceiro de boa-fé;
I – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de mem-
bro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo
dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Veja que o principal efeito da condenação trazido pelo legislador é a perda de todos os
bens, direitos e valores em favor do Estado.
Sem nenhum viés político, somente a título de exemplificação, vimos diariamente as notí-
cias sobre a operação “Lava Jato” e os valores exorbitantes que foram retirados de forma ilegal
dos cofres públicos.
Seria ineficiente somente a restrição da liberdade dos autores dos crimes. Eles cumpririam
a pena e sairiam para usufruir de toda a sua fortuna obtida de maneira ilícita. Eu arrisco dizer
que em determinadas situações a restituição do dinheiro é uma pena mais severa do que a
restrição da liberdade.
COAF
Para finalizar a nossa aula, vamos fazer alguns comentários sobre o COAF (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras):
• Trata-se da unidade financeira de inteligência brasileira, a qual tem competência para
receber comunicações de operações suspeitas e aplicar as respectivas penalidades.
• O COAF possui prerrogativa para requerer aos órgãos da Administração Pública informa-
ções cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.
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Art. 17-D
Estamos terminando nossa aula com os pontos mais importantes (na parte criminal), mas
antes eu quero trazer a informação de que o Supremo declarou a inconstitucionalidade do ar-
tigo 17-D, vejamos a decisão da Suprema Corte.
Com base nesse entendimento, o STF declarou inconstitucional o art. 17-D da Lei de La-
vagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/98):
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remune-
ração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamen-
tada, o seu retorno.
O afastamento do servidor somente se justifica quando ficar demonstrado nos autos que existe
risco caso ele continue no desempenho de suas funções e que o afastamento é medida eficaz e
proporcional para se tutelar a investigação e a própria Administração Pública. Tais circunstâncias
precisam ser apreciadas pelo Poder Judiciário. STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson Fa-
chin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).
Agora sim, encerramos a nossa aula por aqui. Espero que tenha gostado da didática
utilizada.
Coloco-me a sua disposição para maiores esclarecimentos, dúvidas, críticas e sugestões,
tanto por meio da plataforma do Gran Cursos Online como também pelo e-mail profpericlesre-
zende@gmail.com e por meio do perfil @vemserpolicial no Instagram.
Grande abraço, bons estudos e sucesso!
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RESUMO
• A lavagem de dinheiro é entendida como a prática de conversão dos proveitos do delito
em bens que não podem ser rastreados pela sua origem criminosa;
• O artigo primeiro traz a previsão de lavagem de dinheiro como sendo: ocultar ou dis-
simular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal;
• Formas equiparadas:
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimen-
ta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal;
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
• Ação Penal:
− Pública incondicionada;
− Competência para julgamento, em regra é da Justiça Estadual, sendo que o artigo 2º,
III traz as hipóteses de competência da Justiça Federal;
− Para o oferecimento da denúncia, bastam indícios da ocorrência do crime anteceden-
te.
• Tentativa
− É admitida nos termos do artigo 14 do Código Penal;
• Aumento de pena
− Ocorrerá quando praticada de forma reiterada a conduta de lavagem de dinheiro;
− E também quando cometida no âmbito de organizações criminosas.
• Colaboração
− O agente que colaborar espontaneamente com as autoridades poderá ter sua pena
reduzida de um a dois terços e ser cumprida no regime aberto ou semiaberto.
• Extraterritorialidade
− Conforme dispõe o artigo 2º, II, o processo por lavagem de dinheiro independe do
julgamento do crime antecedente, ainda que sejam praticados em outro país.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/SERIS/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021/SIMULADO) Ao oferecer denúncia por
lavagem de dinheiro, o Ministério Público não precisa fazer uma descrição exaustiva e por-
menorizada das infrações penais antecedentes, basta apontar os indícios que ela tenha sido
praticada e que os bens “lavados” são provenientes dessa infração
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c) O processo e julgamento dos crimes previstos nesta lei dependem do processo e julgamen-
to das infrações penais antecedentes, ainda que praticadas em outro país.
d) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são regidos por proce-
dimento especial orientado pelo referido diploma legal, aplicando-se apenas subsidiariamente
o rito comum dos crimes punidos com reclusão, previsto no Código de Processo Penal, da
competência do juiz singular.
e) O juiz não poderá manter a constrição de bens, direitos e valores de origem lícita compro-
vada, ainda que destinados ao pagamento de reparação dos danos, prestações pecuniárias e
multas, decorrentes da infração penal.
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c) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um terço e ser cumprida em regime semiaberto,
vedado o regime aberto, facultando-se ao juiz substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva
de direitos.
d) não será possível a redução da pena privativa de liberdade, mas o Magistrado poderá deter-
minar o seu cumprimento em regime aberto ou semiaberto, e a substituição por pena restritiva
de direitos a qualquer tempo.
e) a pena de Xisto poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos.
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roubo, pois o direito penal brasileiro não admite o crime de autolavagem — quando o autor do
crime antecedente prática também a lavagem de capitais —, por entender que esse seria um
caso de mero exaurimento do fato antecedente.
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GABARITO
1. C
2. e
3. a
4. e
5. a
6. e
7. b
8. c
9. a
10. e
11. e
12. a
13. b
14. a
15. d
16. c
17. C
18. E
19. E
20. c
21. c
22. C
23. E
24. C
25. c
26. a
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GABARITO COMENTADO
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lavagem de dinheiro, o Ministério Público não precisa fazer uma descrição exaustiva e por-
menorizada das infrações penais antecedentes, basta apontar os indícios que ela tenha sido
praticada e que os bens “lavados” são provenientes dessa infração
Esse é o entendimento do STJ, conforme julgamento do APn 923- DF, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 23/09/2019 (Info 657).
Certo.
a) Errada. Art. 2º, II - independente do processo e julgamento das infrações penais anteceden-
tes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos
nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento;
b) Errada. Art. 1º, § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Có-
digo Penal.
c) Errada. Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representa-
ção do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo
indícios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direi-
tos ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que
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sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais
antecedentes.
d) Errada. A regra é que sejam da justiça estadual.
e) Certa. Art. 2º, § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art.
366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo
o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o
feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
Letra e.
a) Certa. Está conforme o art. 1º, § 4º: “A pena será aumentada de um a dois terços, se os cri-
mes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa.”
b) Errada. Art. 1º, § 3º: “A tentativa punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Có-
digo Penal.”
c) Errada. Art. 1º, § 6º: “Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utiliza-
ção da ação controlada e da infiltração de agentes.”
d) Errada. Art. 1º,§ 5º:
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
e) Errada. A regra é que seja da Justiça Estadual. O artigo 2º traz as situações em que o pro-
cesso será de competência da justiça federal.
Letra a.
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Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autua6da em apartado e cujos autos terão tramitação em
separado em relação ao processo principal.
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição
e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram.
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público.
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sen-
tença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
a) Errada. Esse item está referindo-se ao previsto no artigo 4º-A, §1º, e está incorreto por falar
sobre resguardar as informações;
b) Errada. A lei fala somente da intimação do Ministério Público e não dos advogados de defesa;
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c) Errada. A lei fala em sentença e não em despacho como o examinador. Veja que, na maioria
dos itens, ele troca uma ou outra palavra;
d) Errada. O legislador fala em 75% da avaliação e não 70%;
e) Certa. Essa é a previsão do artigo 4º, §1º da lei.
Letra e.
Sobre o artigo 2º da lei, vimos o que tange à extraterritorialidade, vejamos os demais incisos
deste dispositivo:
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nossa banca gosta somente de “copiar e colar” a letra da lei, acredito que na hora de elaborar
a questão não observou que o inciso III tinha algumas alíneas;
d) Errada. Não se trata do plenário do STF, mas sim do juiz competente;
e) Errada. O crime de lavagem de dinheiro ou lavagem de capitais não é definido como hediondo.
Letra a.
Vimos em nossa aula que o artigo 7º traz os efeitos da condenação, e dentre eles, temos:
Art. 7º, II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor,
de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º,
pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Letra e.
Em outras aulas vimos que algumas bancas costumam cobrar penas, ainda mais quando te-
mos poucas na lei, como é o nosso caso. O artigo 1º define o delito de lavagem de dinheiro:
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Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou proprie-
º
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o rito comum dos crimes punidos com reclusão, previsto no Código de Processo Penal, da
competência do juiz singular.
e) O juiz não poderá manter a constrição de bens, direitos e valores de origem lícita compro-
vada, ainda que destinados ao pagamento de reparação dos danos, prestações pecuniárias e
multas, decorrentes da infração penal.
O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando comprovada a lici-
tude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes
à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal.
Letra a.
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e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.
a) Errada. Conforme dispõe o artigo 4º, a pena será aumentada de um a dois terços e não da
metade, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermé-
dio de organização criminosa;
b) Errada. Tínhamos um rol de crimes até 2012, porém, com a redação atual do artigo 1º, não
temos essa taxatividade;
c)Errada. A lei não foi omissa sobre a importação ou exportação de bens (art. 1º, §1º, III);
d)Errada. Temos uma previsão expressa no artigo 1º, §3º;
e) Certa. Conforme prevê o GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional), a lavagem de capi-
tais possui três fases: colocação, ocultação e integração. Podemos entender como ocultação
o mesmo que encobrimento, por isso este item está correto.
Letra e.
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Conforme prevê o artigo 1º, §5º, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumpri-
da em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a
qualquer tempo, por pena restritiva de direitos.
Letra e.
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a) Errada. Para a configuração da lavagem de dinheiro não é necessário o julgamento dos cri-
mes antecedentes;
b) Certa. A pena será aumentada de um a dois terços se cometido de forma reiterada ou por
intermédio de organização criminosa;
c) Errada. A pessoa jurídica não poderá ser responsabilizada pelo crime de lavagem de dinheiro;
d) Errada. A pena da tentativa será dada conforme a previsão do artigo 14 do CP;
e) Errada. A colaboração poderá reduzir a pena de um a dois terços.
Letra b.
Atualmente, temos que a infração penal antecedente poderá ser qualquer uma, conforme pre-
coniza o artigo 1º.
Letra a.
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Vimos que, em regra, o crime de lavagem de dinheiro é julgado pela Justiça Estadual, porém,
temos algumas situações em que este delito será processado e julgado pela Justiça Federal, e
uma delas é o caso do crime antecedente ser também julgado pela Justiça Federal.
Letra d.
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
Letra c.
Nesse caso, como o tráfico internacional, é de competência da Justiça Federal, e temos a pre-
visão no artigo 2º, III, b) “quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça
Federal; o julgamento do crime de lavagem de dinheiro se dará na Justiça Federal.”
Certo.
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tendo declarado na escritura de compra e venda valor inferior ao que foi efetivamente pago
pelo imóvel. Em seguida, Lúcio vendeu o bem pelo valor de mercado, o que tornou lícito o pro-
veito econômico do crime praticado.
Conforme a legislação específica, para que Lúcio seja condenado pelo crime de lavagem de
dinheiro, é necessário que haja condenação, ao menos em primeiro grau, pelo crime de roubo
à agência bancária.
Para que Lúcio seja condenado pelo crime de lavagem de dinheiro não é necessário que tam-
bém seja condenado nos crimes antecedentes, basta que se tenham indícios da prática dos
crimes antecedentes.
Errado.
Existem alguns países que não admitem que a pessoa responsável pelo crime antecedente
responda pela lavagem de dinheiro (selflaundering), porém essa previsão deve estar de forma
expressa na lei, e como em nossa legislação não temos essa proibição, é sim admitida a “au-
tolavagem”.
Errado.
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proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção, independente do trânsito em julgado de sentença condenatória;
b) Errada. A regra é que seja da Justiça Estadual, sendo que somente nos casos previstos em
lei que será de competência da Justiça Federal;
c) Certa. Essa é a exata previsão do artigo 2º, § 1º:
a denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sen-
do puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extin-
ta a punibilidade da infração penal antecedente.
d) Errada. A persecução penal independe de comprovação, mediante sentença condenatória,
das infrações antecedentes.
Letra c.
a) Errada. Não podemos falar em lavagem de dinheiro se não tivermos infrações penais ante-
cedentes. O que não podemos confundir é que não é necessário que tenhamos a condenação
do agente pelas infrações penais antecedentes, basta que haja indícios;
b) Errada. Não existe a previsão de crimes específicos, qualquer infração penal antecedente
poderá originar o delito de lavagem de dinheiro;
c) Certa. É exatamente esse o entendimento. Temos três fases, conforme vimos em aula
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Letra c.
Essa é a previsão do artigo 1º, §4º que traz as causas de aumento de pena, de um a dois ter-
ços, caso sejam cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Certo.
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Como vimos em nossa aula, é admitida a tentativa do crime de “lavagem” de dinheiro, e como
era de se esperar, o legislador recorreu de forma subsidiária ao Código Penal.
A situação hipotética acima nos apresenta um caso clássico de lavagem de dinheiro, em que
os irmãos tentam dar uma aparência lícita a uma verba ilícita.
Como o crime antecedente é de competência da Justiça Federal, temos que a competência
para processar e julgar será também da Justiça Federal.
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a) Certa. O examinador copiou e colou a letra da lei em sua prova, veja que o item ‘a’ traz a lite-
ralidade do artigo 11, II, vejamos: “deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de
tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, a proposta ou realização”;
b) Errada. Esses efeitos não serão penais e sim administrativos, podendo constituir em uma
multa ou advertência, por exemplo;
c) Errada. Conforme dispõe o inciso III do parágrafo único do artigo 9º, as administradoras de
cartões de credenciamento ou cartões de crédito estão sujeitas às mesmas obrigações;
d) Errada. Da mesma forma que o item anterior, vamos recorrer ao parágrafo único, só que
agora ao inciso XIV;
e) Errada. O artigo 15 da lei afirma que o COAF comunicará às autoridades competentes para a
instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Letra a.
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Péricles Mendonça
Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no concurso
realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico aprovações em concursos como o do BRB, Serpro (Analista),
Secretaria de Educação (Analista de Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista), PMDF/2009 e
PCDF/2013 (Agente e Escrivão).
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