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DIREITO PENAL

Lei n. 9.613/1998 – Lei de Repressão à


Lavagem de Dinheiro

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PENAL
Lei n. 9.613/1998 – Lei de Repressão à Lavagem de Dinheiro
Péricles Mendonça

Sumário
Lei n. 9.613/1998 – Lei de Repressão à Lavagem de Dinheiro. ...............................................................3
Introdução.............................................................................................................................................................................3
Lei n. 9.613/98 - Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores.....................3
Do Crime.................................................................................................................................................................................4
Autolavagem (selflaundering). . ................................................................................................................................5
Formas Equiparadas.......................................................................................................................................................5
Tentativa................................................................................................................................................................................6
Aumento de Pena. . ............................................................................................................................................................6
Colaboração.........................................................................................................................................................................7
Ação Controlada e Infiltração de Agentes.........................................................................................................7
Extraterritorialidade.. .....................................................................................................................................................7
Ação Penal............................................................................................................................................................................9
Denúncia................................................................................................................................................................................9
Medidas Assecuratórias.. .............................................................................................................................................9
Efeitos da Condenação............................................................................................................................................... 10
COAF...................................................................................................................................................................................... 10
Art. 17-D.................................................................................................................................................................................11
Resumo.................................................................................................................................................................................12
Questões de Concurso.................................................................................................................................................13
Gabarito................................................................................................................................................................................21
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................22

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LEI N. 9.613/1998 – LEI DE REPRESSÃO À LAVAGEM DE


DINHEIRO
Introdução
Dando continuidade ao nosso curso de legislação penal especial, iremos estudar a parte
criminal da lei de lavagem de capitais (Lei n. 9.613/98), ou seja, não estudaremos a lei toda,
somente o que nos cabe que é a “parte penal” deste dispositivo legal.
É importante destacar que a Lei n. 13.964/19, conhecida como Pacote Anticrime, trouxe
uma alteração na Lei de Lavagem de Dinheiro.

Lei n. 9.613/98 - Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos


e Valores

O que seria a lavagem de dinheiro? De forma direta, é a atividade realizada para desvincular
o dinheiro de sua origem ilícita.

Como assim?

Imagine a seguinte situação: a pessoa inicia a sua vida no tráfico de drogas e logo conse-
gue obter uma alta lucratividade com a atividade ilícita.

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Você concorda comigo que uma pessoa engajada em atividades ilícitas não pode ter uma
vida “normal”, já que todos vão perceber que ela tem muito dinheiro mas não tem nenhuma
atividade lícita?
É aqui que surge a “lavagem” do dinheiro, a pessoa procura atividades lícitas que sejam
capazes de dar uma “cara limpa” para o seu dinheiro “sujo”.
Essa nomenclatura surgiu nos EUA, onde a máfia criou várias lavanderias para dar aparên-
cia de lícita aos negócios ilícitos, buscando justificar por intermédio de um comércio legaliza-
do a origem criminosa do dinheiro arrecadado.
O STF afirmou que

A lavagem de dinheiro é entendida como a prática de conversão dos proveitos do delito em bens
que não podem ser rastreados pela sua origem criminosa. A dissimulação ou ocultação da natureza,
origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade dos proveitos criminosos (...)

Conforme prevê o GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional), a lavagem de capitais


possui três fases: colocação, ocultação e integração.

Do Crime
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou proprie-
dade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa

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Essa é conhecida como a forma básica do crime de lavagem de dinheiro. Conhecendo o


conceito do delito, podemos compreender facilmente a previsão do legislador.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive pessoas envolvidas em infração penal
antecedente. O sujeito passivo é o Estado, e a sociedade de forma secundária.
Não se pune a forma culposa, tendo como elemento subjetivo somente o dolo.
Trata-se de crime comum, comissivo e permanente (a sua consumação prolonga-se no
tempo). A tentativa, embora de difícil comprovação, é admitida.
Sobre o crime ser permanente, temos um julgado do ano de 2021 que afirma que o crime
de lavagem, ao menos na modalidade de ocultação, seria permanente, vejamos:

O crime de lavagem de dinheiro, na modalidade ocultar, é de natureza permanente, protraindo-se


sua execução até que os objetos materiais do branqueamento se tornem conhecidos, o que eviden-
cia a atualidade necessária à decretação da prisão preventiva. STJ. Corte Especial. QO no PePrPr 4/
DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/03/2021.

Temos um crime de ação múltipla ou plurinuclear, ou seja, a consumação ocorre com a


prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e relacionando com qualquer
uma das fases de branqueamento.
Esse inclusive é o entendimento do STJ no julgado do APn 923/DF, de relatoria da Min.
Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019.

Autolavagem (selflaundering)
É permitida a autolavagem no Brasil?

Como assim, professor, eu não sei nem o que é isso, como vou saber se é permitida ou não.
É, sim, permitido, e esse é o posicionamento tanto do Supremo como do STJ. O STJ afirma
que desde que demonstrado que o autor praticou atos diversos e autônomos (na lavagem)
daquele que compõe a realização da infração penal.
O STF, num julgado recente (STF. 2ª Turma. HC 165036, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
09/04/2019), afirmou que:

Nada obstante, a incriminação da autolavagem pressupõe a prática de atos de ocultação, dissi-


mulação ou integração autônomos ao delito antecedente, ainda que se verifique, eventualmente,
consumações simultâneas.

Formas Equiparadas
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valo-
res provenientes de infração penal:

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I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimen-
ta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal;
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

Por diversas vezes, o examinador vai cobrar a conduta equiparada afirmando ser a lavagem
de dinheiro, isso para tentar dificultar a vida do candidato.
Aproveito para reforçar a leitura da “lei seca”, já que, principalmente bancas como a AOCP
gostam de cobrar a literalidade da lei.

Tentativa
Como vimos anteriormente, é admitida a tentativa do crime de “lavagem” de dinheiro, e
como era de se esperar, o legislador recorreu de forma subsidiária ao Código Penal.

§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.

Esse é o tipo de dispositivo que faz com que o professor Guilherme Nucci critique os nos-
sos legisladores. Não precisava trazer de forma expressa essa previsão, já que de toda forma
aplicaríamos esse artigo de forma subsidiária.

Aumento de Pena
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos
de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

O legislador trouxe uma causa de aumento de pena para coibir a prática reiterada da con-
duta de “lavar” dinheiro, e também com a intenção de coibir as organizações criminosas.
As grandes organizações criminosas possuem um “núcleo” responsável pela lavagem de
dinheiro, tentando trazer um aspecto lícito ao dinheiro ilícito obtido pela organização.
Perceba que essa é uma forma específica do conceito de crime continuado previsto no
Código Penal.

Ah, então o réu vai responder pelos dois crimes?

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De forma alguma, conforme entendimento do STJ, o reconhecimento da continuidade deli-


tiva (art. 70 do CP) e da majorante prevista no § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/98, nos crimes de
lavagem de dinheiro, acarreta bis in idem.

Colaboração
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaber-
to, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

O cenário político atual do nosso país tem mostrado de forma reiterada a utilização de dis-
positivos semelhantes a esse para a elucidação de crimes, é a conhecida “delação premiada”.
Esse dispositivo está previsto em outras legislações como a de organização criminosa, e
tem a intenção de fazer com o que o “colaborador” facilite na elucidação completa do crime.

Ação Controlada e Infiltração de Agentes


§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e
da infiltração de agentes.

Essa foi a alteração promovida pela Lei n. 13.964/19, permitindo a utilização da ação con-
trolada e da infiltração de agentes para o combate ao crime de lavagem de dinheiro.
Como eu disse no início da aula, é importante que você conheça dessas alterações, já que
o examinador adora cobrar novidades legislativas.
Aqui em nossa aula, foi uma pequena alteração, mas eu sei que você terá que estudar ou-
tras leis e códigos que foram bastante alterados.

Extraterritorialidade
Conforme dispõe o artigo 2º o processo para julgamento dos crimes de lavagem de di-
nheiro independe do julgamento das infrações anteriores, que originaram o dinheiro “sujo”, e
poderão ser julgadas conforme a lei brasileira, ainda que praticadas em outro país.
Esse entendimento é o posicionamento atual da jurisprudência e se dá em razão do princí-
pio da justiça universal.

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento;

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É importante que você esteja atento ao fato de que o julgamento do crime de lavagem de
capitais independe do processo da infração penal que gerou o dinheiro ilícito, que deu origem
ao objeto da conduta da lavagem de dinheiro.
Veja que, para que tenhamos o crime de lavagem de dinheiro, é necessário que tenhamos
infrações penais antecedentes, que deram origem ao dinheiro ilícito.
Fique atento(a) porque temos aqui um crime autônomo, ou seja, precisamos ter uma in-
fração penal antecedente, mas basta a existência de elementos indiciários de que o capital
lavado seja decorrente desta infração penal (STF. 1ª Turma. HC 93.368/PR, DJe de 25/8/2011).
Nesse sentido, temos também o STJ, vejamos:

A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição exaustiva
e pormenorizada do suposto crime prévio (infração penal antecedente), bastando a presença de
indícios suficientes de que o objeto material da lavagem (bens, direitos ou valores) seja proveniente,
direta ou indiretamente, desta infração penal antecedente. STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019 (Info 657).

Então, se é necessário que tenhamos uma infração penal antecedente, é também ne-
cessário que o autor da lavagem de dinheiro seja também autor ou partícipe da infração
antecedente?

Conforme entendimento do STJ, é desnecessário que o autor do crime de lavagem de di-


nheiro tenha sido autor ou partícipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da
origem ilícita dos bens, direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação. (STJ.
5ª Turma. RHC 56.610/BA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 07/12/2017.)
Fique atento (a) em sua prova, porque inicialmente a legislação previa a palavra “crime” de
forma expressa, porém, com a atualização da Lei n. 12.683/12, temos a previsão de infração
penal, ou seja, agora é muito mais amplo o rol das situações que podem originar o crime de
lavagem de capitais.
É possível até mesmo a configuração do delito de lavagem de dinheiro sobre os valores
provenientes de uma contravenção penal, como o jogo do bicho.

Outro ponto importante que temos que levar para nossa prova é que a lavagem de dinheiro não
incide unicamente sobre valores (dinheiro em espécie). O objeto material do delito se estende
também a bens móveis, imóveis e direitos (como títulos e papéis).

O reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição da infração penal antecedente


não implica atipicidade do delito de lavagem.

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Ação Penal
A ação penal nos crimes de lavagem de dinheiro é pública incondicionada. E a competên-
cia para julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/98 é da Justiça Estadual, em regra.
Se eu disse em regra é porque temos exceção. O artigo 2º, III traz as situações em que o
crime será de competência da Justiça Federal, vejamos:

Art. 2º, III - são da competência da Justiça Federal:


a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.

Denúncia
Para o oferecimento da denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro, bastam indícios de
ocorrência do crime antecedente.

§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

Conforme o entendimento do STJ, nos crimes de lavagem de dinheiro, a denúncia será apta
quando apresentar justa causa duplicada, ou seja, deve indicar lastro probatório mínimo em
relação ao crime de lavagem de dinheiro e à infração penal antecedente.

Medidas Assecuratórias
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delega-
do de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes
de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investiga-
do ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.

A lei admite medidas assecuratórias para que as autoridades públicas sejam capazes de
alcançar os bens, direitos e valores produtos ou derivados do crime.
Essas medidas visam garantir a apreensão e o sequestro dos bens proveitos do crime.
Mais uma vez, o legislador nos traz a previsão de ação do Estado mediante indícios suficientes
da infração penal, ou seja, não é necessário a constituição de provas absolutas.
O legislador permitiu a devolução antecipada, nos casos em que for comprovada a origem
lícita do bem que foi objeto de medida assecuratória.

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Para a devolução antecipada é necessário o comparecimento pessoal do acusado, esse é o


disposto no art. 4º:

§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado ou de


interposta pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1º

Efeitos da Condenação
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:
I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previs-
tos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de
terceiro de boa-fé;
I – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de mem-
bro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo
dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.

Veja que o principal efeito da condenação trazido pelo legislador é a perda de todos os
bens, direitos e valores em favor do Estado.
Sem nenhum viés político, somente a título de exemplificação, vimos diariamente as notí-
cias sobre a operação “Lava Jato” e os valores exorbitantes que foram retirados de forma ilegal
dos cofres públicos.
Seria ineficiente somente a restrição da liberdade dos autores dos crimes. Eles cumpririam
a pena e sairiam para usufruir de toda a sua fortuna obtida de maneira ilícita. Eu arrisco dizer
que em determinadas situações a restituição do dinheiro é uma pena mais severa do que a
restrição da liberdade.

COAF
Para finalizar a nossa aula, vamos fazer alguns comentários sobre o COAF (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras):
• Trata-se da unidade financeira de inteligência brasileira, a qual tem competência para
receber comunicações de operações suspeitas e aplicar as respectivas penalidades.
• O COAF possui prerrogativa para requerer aos órgãos da Administração Pública informa-
ções cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.

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Art. 17-D
Estamos terminando nossa aula com os pontos mais importantes (na parte criminal), mas
antes eu quero trazer a informação de que o Supremo declarou a inconstitucionalidade do ar-
tigo 17-D, vejamos a decisão da Suprema Corte.

É inconstitucional a determinação de afastamento automático de servidor público indiciado em in-


quérito policial instaurado para apuração de crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e
valores.

Com base nesse entendimento, o STF declarou inconstitucional o art. 17-D da Lei de La-
vagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/98):

Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remune-
ração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamen-
tada, o seu retorno.
O afastamento do servidor somente se justifica quando ficar demonstrado nos autos que existe
risco caso ele continue no desempenho de suas funções e que o afastamento é medida eficaz e
proporcional para se tutelar a investigação e a própria Administração Pública. Tais circunstâncias
precisam ser apreciadas pelo Poder Judiciário. STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson Fa-
chin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).

Agora sim, encerramos a nossa aula por aqui. Espero que tenha gostado da didática
utilizada.
Coloco-me a sua disposição para maiores esclarecimentos, dúvidas, críticas e sugestões,
tanto por meio da plataforma do Gran Cursos Online como também pelo e-mail profpericlesre-
zende@gmail.com e por meio do perfil @vemserpolicial no Instagram.
Grande abraço, bons estudos e sucesso!

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RESUMO
• A lavagem de dinheiro é entendida como a prática de conversão dos proveitos do delito
em bens que não podem ser rastreados pela sua origem criminosa;
• O artigo primeiro traz a previsão de lavagem de dinheiro como sendo: ocultar ou dis-
simular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal;
• Formas equiparadas:

Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimen-
ta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal;
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
• Ação Penal:
− Pública incondicionada;
− Competência para julgamento, em regra é da Justiça Estadual, sendo que o artigo 2º,
III traz as hipóteses de competência da Justiça Federal;
− Para o oferecimento da denúncia, bastam indícios da ocorrência do crime anteceden-
te.
• Tentativa
− É admitida nos termos do artigo 14 do Código Penal;
• Aumento de pena
− Ocorrerá quando praticada de forma reiterada a conduta de lavagem de dinheiro;
− E também quando cometida no âmbito de organizações criminosas.
• Colaboração
− O agente que colaborar espontaneamente com as autoridades poderá ter sua pena
reduzida de um a dois terços e ser cumprida no regime aberto ou semiaberto.
• Extraterritorialidade
− Conforme dispõe o artigo 2º, II, o processo por lavagem de dinheiro independe do
julgamento do crime antecedente, ainda que sejam praticados em outro país.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/SERIS/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021/SIMULADO) Ao oferecer denúncia por
lavagem de dinheiro, o Ministério Público não precisa fazer uma descrição exaustiva e por-
menorizada das infrações penais antecedentes, basta apontar os indícios que ela tenha sido
praticada e que os bens “lavados” são provenientes dessa infração

002. (IADES/PMPA/OFICIAL/2021) Quando um indivíduo dissimula a origem de valores pro-


venientes direta ou indiretamente de infração penal, ele comete o crime de lavagem de dinhei-
ro previsto na Lei n. 9.613/1998. A respeito das regras relacionadas ao processo penal e aos
crimes de lavagem de dinheiro, conforme as disposições da referida lei, assinale a alternati-
va correta.
a) O acusado do crime de lavagem de dinheiro não poderá ser condenado pelo delito, caso des-
conhecido ou isento de pena o autor, ou se extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
b) A tentativa do crime de lavagem de dinheiro não é punível.
c) Durante o procedimento, o juiz poderá, de ofício, decretar medidas assecuratórias de bens,
direitos ou valores do investigado ou acusado, que sejam produto do crime, observando a ve-
dação de decretar essas medidas em face de bens que estejam em nome de terceiros.
d) A competência para processar e julgar os crimes de lavagem de dinheiro é, exclusivamente,
da justiça federal.
e) No processo por crime previsto na lei, caso haja citação por edital e o acusado não compa-
recer e nem constituir advogado, não haverá a suspensão do processo, prosseguindo o feito
com a nomeação de defensor dativo.

003. (AOCP/PCPA/ESCRIVÃO/2021) Assinale a alternativa correta segundo a Lei de “Lava-


gem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei n. 9.613/1998).
a) A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nessa Lei forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) No crime de lavagem de dinheiro, não se admite a tentativa.
c) Para a apuração do crime de lavagem, admite-se a utilização da ação controlada, vedada a
infiltração de agentes.
d) A pena poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto, se o autor co-
laborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais
e) O processo e o julgamento dos crimes previstos nessa Lei são da competência da Jus-
tiça Federal

004. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) Segundo a Lei n. 9.613/1998, havendo


indícios do cometimento de infração penal, poderão ser decretadas medidas assecuratórias

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de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado. Nesse sentido, a alienação antecipada


para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
rimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autô-
noma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação
ao processo principal. Assinale a alternativa correta acerca da referida alienação antecipada.
a) O requerimento de alienação deverá conter a relação dos bens que se pretende assegurar,
com a descrição breve de cada um deles, resguardando-se as informações sobre quem os de-
tém e lacração do local onde se encontram.
b) O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos principais, e intimará o Ministério Público
e os advogados de defesa do investigado ou acusado.
c) Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
despacho, homologará o valor atribuído aos bens e determinará que sejam alienados em leilão
ou pregão, preferencialmente presencial, por valor não inferior a 60% (sessenta por cento) da
avaliação.
d) Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará que sejam alienados, obrigato-
riamente em pregão eletrônico, por valor não inferior a 70% (setenta por cento) da avaliação.
e) Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que esti-
verem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade
para sua manutenção.

005. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) Segundo dispõe a Lei n. 9.613/1998,


que trata dos crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores, o proces-
so e julgamento dos crimes nela previstos
a) obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclu-
são, da competência do juiz singular.
b) dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, salvo as pratica-
dos em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos na Legislação espe-
cífica a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.
c) são de Competência da Justiça Estadual
d) independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que prati-
cadas em outro país, cabendo nesse caso ao Plenário do Supremo Tribunal Federal a decisão
sobre a unidade de processo e julgamento.
e) obedecem às disposições relativas ao procedimento especial dos crimes hediondos, da
competência do juiz singular.

006. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) Um dos efeitos previstos na Lei n.


9.613/1998, para a condenação por crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e va-
lores, é a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de dire-

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tor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas


no art. 9º. Assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, o prazo máximo para essa
interdição.
a)5 (cinco) anos;
b) O triplo do prazo da pena privativa de liberdade;
c)A metade do prazo da pena privativa de liberdade;
d)2 (dois) anos;
e) O dobro do prazo da pena privativa de liberdade.

007. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) De acordo com as disposições contidas


na Lei n. 9.613/1998, a pena base para os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
e valores é de
a) reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa
b) reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
c) detenção, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, e multa.
d) reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, ou multa
e) detenção, de 3 (três) a 10 (dez) anos, ou multa.

008. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) De acordo com o que dispõe a Lei n.


9.613/1998, a multa pecuniária aplicável às pessoas referidas no seu art. 9º, bem como aos
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 da mesma Lei, não poderá ser superior
a) ao valor da operação.
b) ao lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação.
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).
d) ao triplo do valor da operação.
e) a cinco vezes o valor do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realiza-
ção da operação.

009. (FCC/TRF – 3ª REGIÃO/TECNICO JUDICIÁRIO/2019) Sobre as questões processuais


previstas na Lei n. 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro, é corre-
to afirmar:
a) Decretadas medidas assecuratórias de bens do investigado provenientes dos crimes de
lavagem de dinheiro, pelo magistrado competente, se eles estiverem sujeitos a qualquer grau
de deterioração ou depreciação, proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do
valor dos bens.
b) O juiz, jamais de ofício, mas mediante requerimento do Ministério Público ou da parte in-
teressada, poderá decretar a alienação antecipada de bens sob constrição, provenientes de
crimes de lavagem de dinheiro, que foram objeto de medidas assecuratórias.

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c) O processo e julgamento dos crimes previstos nesta lei dependem do processo e julgamen-
to das infrações penais antecedentes, ainda que praticadas em outro país.
d) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são regidos por proce-
dimento especial orientado pelo referido diploma legal, aplicando-se apenas subsidiariamente
o rito comum dos crimes punidos com reclusão, previsto no Código de Processo Penal, da
competência do juiz singular.
e) O juiz não poderá manter a constrição de bens, direitos e valores de origem lícita compro-
vada, ainda que destinados ao pagamento de reparação dos danos, prestações pecuniárias e
multas, decorrentes da infração penal.

010. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) De acordo com o orde-


namento jurídico e o posicionamento dos tribunais superiores acerca do crime de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores (Lei n. 9.613/1998),
a) a pena será aumentada de metade, se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) somente constitui o crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores se o valor
em pecúnia envolvido tiver decorrido de um dos crimes referidos no rol exaustivo da Lei n.
9.613/1998.
c) a lei de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, muito embora criminalize a con-
duta de ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de determi-
nados crimes, é omissa quanto à tipificação das condutas de importar ou exportar bens com
valores não correspondentes aos verdadeiros.
d) não é punível a tentativa de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.

011. (FCC/TRF – 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Xisto está sendo processado por


crime de lavagem de dinheiro, pois ocultou valores em espécie recebidos ilicitamente de empre-
sa pública federal. No curso do processo, Xisto, assistido por seu advogado, resolve colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração
das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos
bens, direitos ou valores objeto do crime. Na hipótese em questão, nos termos preconizados
pela legislação específica sobre o tema (Lei n. 9.613/1998), no caso de condenação,
a) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um sexto e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, sendo vedado ao Magistrado deixar de aplicá-la.
b) a pena de Xisto poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto ou se-
miaberto, vedada a substituição por pena restritiva de direitos

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c) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um terço e ser cumprida em regime semiaberto,
vedado o regime aberto, facultando-se ao juiz substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva
de direitos.
d) não será possível a redução da pena privativa de liberdade, mas o Magistrado poderá deter-
minar o seu cumprimento em regime aberto ou semiaberto, e a substituição por pena restritiva
de direitos a qualquer tempo.
e) a pena de Xisto poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos.

012. (VUNESP/PAULIPREV-SP/PROCURADOR/2018) Tendo em conta a Lei n. 9.613/98, com


as alterações da Lei n.. 12.683/12, é correto afirmar que
a) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade culposa.
b) A ocultação de bens, direitos ou valores provenientes de contravenção penal não pode ense-
jar crime de lavagem de dinheiro.
c) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade tentada.
d) o ordenamento pátrio adotou a legislação de segunda geração, já que apenas um rol fecha-
do de infração penal antecedente pode ensejar crime de lavagem de dinheiro.
e) haverá aumento de pena se o crime de lavagem de dinheiro for cometido por intermédio de
associação criminosa

013. (VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO/2015) No que concerne ao crime de “lavagem” ou oculta-


ção de bens, direitos e valores, da Lei n. 9.613/98,
a) só se configura após o trânsito em julgado da condenação pelo crime que gerou o recurso
ilícito (crime antecedente)
b) a pena será aumentada se o crime for cometido de forma reiterada
c) admite-se a responsabilização criminal penal da pessoa jurídica
d) pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado.
e) a colaboração espontânea do coautor ou partícipe, ainda que efetiva e frutífera, não lhe re-
duzirá pena

014. (VUNESP/TJ-SP/ADVOGADO/2013) Nos termos da Lei n. 9.613/1998, a qual versa so-


bre delitos de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, confi- gura crime ocultar ou
dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de.
a) Qualquer infração penal
a) terrorismo e de seu financiamento, somente
c) contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção, somente
d) crime praticado por organizações criminosas, somente

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e) tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins, somente.

015. (VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA/PROCURADOR JURÍDICO/2016) O crime de lava-


gem de dinheiro (art. 1º da Lei n. 9.613/98),
a) será sempre julgado pela Justiça Estadual.
b) será sempre julgado pela Justiça Federal.
c) será sempre julgado pela Justiça Federal, seja a investigação conduzida pela Polícia Federal
ou pela Polícia Estadual.
d) será julgado pela Justiça Federal quando o crime antecedente também o for.
e) não obedece às regras gerais de competência, cabendo ao Ministério Público, de acordo
com a magnitude dos valores envolvidos, decidir se o processo tramitará pela Justiça Estadual
ou Federal.

016. (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A colaboração premiada nos casos de


lavagem de capitais
a) será válida somente se o colaborador indicar a autoria do crime antecedente que originou a
lavagem de ativos.
b) será nula se não contar com a participação do órgão julgador na elaboração do acordo.
c) tem como benefício, entre outros, a substituição da pena privativa de liberdade por penas
restritivas de direitos.
d) constitui meio de prova que pode embasar, isoladamente, posterior sentença condenatória.
e) pode ocorrer apenas na fase processual, no curso da competente ação penal.

017. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Ricardo foi denunciado pela prática do crime


de lavagem de capitais provenientes do tráfico internacional de drogas. Nessa situação, o cri-
me de lavagem de capitais será processado e julgado pela justiça federal, haja vista a compe-
tência constitucional do crime antecedente.

018. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Em assalto a uma agência bancária, Lúcio


conseguiu alta monta financeira. Com parte do dinheiro, ele comprou imóvel em nome próprio,
tendo declarado na escritura de compra e venda valor inferior ao que foi efetivamente pago
pelo imóvel. Em seguida, Lúcio vendeu o bem pelo valor de mercado, o que tornou lícito o pro-
veito econômico do crime praticado.
Conforme a legislação específica, para que Lúcio seja condenado pelo crime de lavagem de
dinheiro, é necessário que haja condenação, ao menos em primeiro grau, pelo crime de roubo
à agência bancária.

019. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Ainda com relação ao texto da questão an-


terior. De acordo com o STF, Lúcio somente poderá ser processado e julgado pelo crime de

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roubo, pois o direito penal brasileiro não admite o crime de autolavagem — quando o autor do
crime antecedente prática também a lavagem de capitais —, por entender que esse seria um
caso de mero exaurimento do fato antecedente.

020. (FUMARC/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Em relação aos aspectos processu-


ais da lei de lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/98), pode-se afirmar:
a) A alienação de bens objeto de medidas assecuratórias depende da existência de trânsito em
julgado de sentença condenatória.
b) A competência para o julgamento do delito de lavagem de dinheiro será da justiça federal.
c) A denúncia deverá ser instruída com indícios suficientes da existência de infração penal
antecedente.
d) A persecução penal em juízo depende da comprovação, mediante sentença condenatória,
de infrações penais antecedentes.

021. (TRF – 3ª REGIÃO/TRF – 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2018/ADAPTADA) Assinale a al-


ternativa CORRETA:
a) O processo e julgamento do crime de lavagem de dinheiro prescinde da existência da infra-
ção penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se pela ocorrência de crime antecedente expres-
samente previsto na lei específica.
c) O processo de lavagem de dinheiro é composto por, pelo menos, três fases: ocultação, dis-
simulação e integração.

022. (CESPE/ABIN/OFICIAL TECNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) João integra conhecida or-


ganização criminosa de âmbito nacional especializada em tráfico de drogas e lavagem de
dinheiro. Com o objetivo de tornar legal o dinheiro obtido ilicitamente, ele convenceu Pedro e
Jorge, conselheiros fiscais de uma cooperativa de mineradores que atuam na região Norte do
país, a modificar valores obtidos em uma mina de ouro. Pedro, sem conhecer a fundo a origem
dos valores, concordou em fazer a transação. Antes de concluí-la, entretanto, ele desistiu da
ação, e tentou convencer Jorge a fazer o mesmo. Tendo Jorge decidido prosseguir no esque-
ma, Pedro, então, fez uma denúncia sigilosa à polícia, que passou a investigar o fato e reuniu
elementos necessários ao indiciamento dos envolvidos. Antes que concretizasse a ação final
de registro de valores, Jorge foi impedido pela polícia, que o prendeu em flagrante.
Em relação ao crime de lavagem de dinheiro, a pena de João poderá ser aumentada de um a
dois terços, em razão de o crime ter sido cometido por intermédio de organização criminosa.

023. (CESPE/DPF/PERITO CRIMINAL/2018) O crime de lavagem de capitais ou ocultação de


bens, direitos e valores não é admitido na modalidade tentada.

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024. (CESPE/DPF/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Situação hipotética: Álvaro, servidor pú-


blico federal, foi, por cinco anos, presidente da comissão de licitações de determinado órgão
público federal. Em diversas ocasiões, Álvaro recebeu valores e bens para favorecer empresas
nos certames licitatórios, e os transferiu para o patrimônio de Flávio, seu irmão, que os utiliza-
va nos negócios da empresa da família, com vistas a ocultar o ingresso desses recursos e a
sua origem ilícita. Assertiva: Nessa situação, Álvaro e Flávio responderão pelo crime de lava-
gem de capitais, e será da justiça federal a competência para processar e julgar a ação penal.

025. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) No que concerne ao crime de lavagem de dinheiro, as-


sinale a alternativa correta.
a) O Brasil admite apenas a “autolavagem”, ou seja, somente pode praticar o crime de lavagem
de dinheiro quem também é autor da infração penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro não admite tentativa.
c) O delito de lavagem de dinheiro admite qualquer infração penal como seu antecedente, in-
clusive as contravenções penais.
d) O processo e o julgamento do delito de lavagem ficam suspensos até que a infração antece-
dente seja julgada definitivamente.
e) O crime de lavagem de dinheiro será sempre processado perante a Justiça Federal.

026. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) A Lei n. 9.613/1998 estabeleceu uma série de obriga-


ções de controle a pessoas físicas e jurídicas para prevenir o crime de lavagem de dinheiro
(pessoas obrigadas), as quais dizem respeito, em linhas gerais, aos deveres de identificação
de clientes, à manutenção de registros e à comunicação de atividades suspeitas. Acerca desse
tema, assinale a alternativa correta.
a) As “pessoas obrigadas” deverão comunicar ao COAF, abstendo-se de dar ciência de tal ato
a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 horas, das
operações que possam constituir-se em sérios indícios dos crimes de lavagem de dinheiro.
b) A omissão no cumprimento dos deveres de identificação de clientes, manutenção de regis-
tros e comunicação de atividades suspeitas gerará efeitos exclusivamente na esfera criminal
por se tratar de um crime omissivo impróprio, alcançando somente a pessoa física.
c) Ficam excluídos deveres de identificação de clientes, manutenção de registros e comunica-
ção de atividades suspeitas às administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de
crédito, bem como às administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços.
d) Ficam dispensadas do dever de comunicação as pessoas físicas e jurídicas que prestem,
mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconse-
lhamento ou assistência, de qualquer natureza, em operações de compra e venda de imóveis,
estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza.
e) É vedado ao COAF comunicar às autoridades competentes para a instauração dos proce-
dimentos cabíveis, mesmo que conclua pela existência de fundados indícios da prática de
crime ou qualquer ilícito previsto na Lei no 9.613/1998, por força das limitações inerentes ao
sigilo bancário.

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GABARITO
1. C
2. e
3. a
4. e
5. a
6. e
7. b
8. c
9. a
10. e
11. e
12. a
13. b
14. a
15. d
16. c
17. C
18. E
19. E
20. c
21. c
22. C
23. E
24. C
25. c
26. a

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/SERIS/AGENTE PENITENCIÁRIO/2021/SIMULADO) Ao oferecer denúncia por
lavagem de dinheiro, o Ministério Público não precisa fazer uma descrição exaustiva e por-
menorizada das infrações penais antecedentes, basta apontar os indícios que ela tenha sido
praticada e que os bens “lavados” são provenientes dessa infração

Esse é o entendimento do STJ, conforme julgamento do APn 923- DF, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 23/09/2019 (Info 657).
Certo.

002. (IADES/PMPA/OFICIAL/2021) Quando um indivíduo dissimula a origem de valores pro-


venientes direta ou indiretamente de infração penal, ele comete o crime de lavagem de dinhei-
ro previsto na Lei n. 9.613/1998. A respeito das regras relacionadas ao processo penal e aos
crimes de lavagem de dinheiro, conforme as disposições da referida lei, assinale a alternati-
va correta.
a) O acusado do crime de lavagem de dinheiro não poderá ser condenado pelo delito, caso des-
conhecido ou isento de pena o autor, ou se extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
b) A tentativa do crime de lavagem de dinheiro não é punível.
c) Durante o procedimento, o juiz poderá, de ofício, decretar medidas assecuratórias de bens,
direitos ou valores do investigado ou acusado, que sejam produto do crime, observando a ve-
dação de decretar essas medidas em face de bens que estejam em nome de terceiros.
d) A competência para processar e julgar os crimes de lavagem de dinheiro é, exclusivamente,
da justiça federal.
e) No processo por crime previsto na lei, caso haja citação por edital e o acusado não compa-
recer e nem constituir advogado, não haverá a suspensão do processo, prosseguindo o feito
com a nomeação de defensor dativo.

a) Errada. Art. 2º, II - independente do processo e julgamento das infrações penais anteceden-
tes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos
nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento;
b) Errada. Art. 1º, § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Có-
digo Penal.
c) Errada. Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representa-
ção do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo
indícios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direi-
tos ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que

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sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais
antecedentes.
d) Errada. A regra é que sejam da justiça estadual.
e) Certa. Art. 2º, § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art.
366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo
o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o
feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
Letra e.

003. (AOCP/PCPA/ESCRIVÃO/2021) Assinale a alternativa correta segundo a Lei de “Lava-


gem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei n. 9.613/1998).
a) A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nessa Lei forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) No crime de lavagem de dinheiro, não se admite a tentativa.
c) Para a apuração do crime de lavagem, admite-se a utilização da ação controlada, vedada a
infiltração de agentes.
d) A pena poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto, se o autor co-
laborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais
e) O processo e o julgamento dos crimes previstos nessa Lei são da competência da Jus-
tiça Federal

a) Certa. Está conforme o art. 1º, § 4º: “A pena será aumentada de um a dois terços, se os cri-
mes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa.”
b) Errada. Art. 1º, § 3º: “A tentativa punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Có-
digo Penal.”
c) Errada. Art. 1º, § 6º: “Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utiliza-
ção da ação controlada e da infiltração de agentes.”
d) Errada. Art. 1º,§ 5º:

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
e) Errada. A regra é que seja da Justiça Estadual. O artigo 2º traz as situações em que o pro-
cesso será de competência da justiça federal.
Letra a.
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Lei n. 9.613/1998 – Lei de Repressão à Lavagem de Dinheiro
Péricles Mendonça

004. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) Segundo a Lei n. 9.613/1998, havendo


indícios do cometimento de infração penal, poderão ser decretadas medidas assecuratórias
de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado. Nesse sentido, a alienação antecipada
para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
rimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autô-
noma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação
ao processo principal. Assinale a alternativa correta acerca da referida alienação antecipada.
a) O requerimento de alienação deverá conter a relação dos bens que se pretende assegurar,
com a descrição breve de cada um deles, resguardando-se as informações sobre quem os de-
tém e lacração do local onde se encontram.
b) O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos principais, e intimará o Ministério Público
e os advogados de defesa do investigado ou acusado.
c) Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
despacho, homologará o valor atribuído aos bens e determinará que sejam alienados em leilão
ou pregão, preferencialmente presencial, por valor não inferior a 60% (sessenta por cento) da
avaliação.
d) Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará que sejam alienados, obrigato-
riamente em pregão eletrônico, por valor não inferior a 70% (setenta por cento) da avaliação.
e) Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que esti-
verem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade
para sua manutenção.

A alienação antecipada é tratada no artigo 4º-A da nossa lei, vejamos:

Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autua6da em apartado e cujos autos terão tramitação em
separado em relação ao processo principal.
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição
e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram.
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público.
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sen-
tença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
a) Errada. Esse item está referindo-se ao previsto no artigo 4º-A, §1º, e está incorreto por falar
sobre resguardar as informações;
b) Errada. A lei fala somente da intimação do Ministério Público e não dos advogados de defesa;

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c) Errada. A lei fala em sentença e não em despacho como o examinador. Veja que, na maioria
dos itens, ele troca uma ou outra palavra;
d) Errada. O legislador fala em 75% da avaliação e não 70%;
e) Certa. Essa é a previsão do artigo 4º, §1º da lei.
Letra e.

005. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) Segundo dispõe a Lei n. 9.613/1998,


que trata dos crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores, o proces-
so e julgamento dos crimes nela previstos
a) obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclu-
são, da competência do juiz singular.
b) dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, salvo as pratica-
dos em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos na Legislação espe-
cífica a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.
c) são de Competência da Justiça Estadual
d) independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que prati-
cadas em outro país, cabendo nesse caso ao Plenário do Supremo Tribunal Federal a decisão
sobre a unidade de processo e julgamento.
e) obedecem às disposições relativas ao procedimento especial dos crimes hediondos, da
competência do juiz singular.

Sobre o artigo 2º da lei, vimos o que tange à extraterritorialidade, vejamos os demais incisos
deste dispositivo:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão,
da competência do juiz singular;
II – independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento;
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
a) Certa. Exatamente conforme está previsto no artigo 2º, I;
b) Errada. Ao contrário, independem do processo e julgamento das infrações penais an-
tecedentes;
c) Errada. O nosso examinador pecou aqui neste item. A regra geral é que a competência seja
da Justiça Estadual e não Federal, que conforme o inciso III tem alguns pré-requisitos. Como a

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nossa banca gosta somente de “copiar e colar” a letra da lei, acredito que na hora de elaborar
a questão não observou que o inciso III tinha algumas alíneas;
d) Errada. Não se trata do plenário do STF, mas sim do juiz competente;
e) Errada. O crime de lavagem de dinheiro ou lavagem de capitais não é definido como hediondo.
Letra a.

006. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) Um dos efeitos previstos na Lei n.


9.613/1998, para a condenação por crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e va-
lores, é a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de dire-
tor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas
no art. 9º. Assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, o prazo máximo para essa
interdição.
a)5 (cinco) anos;
b) O triplo do prazo da pena privativa de liberdade;
c)A metade do prazo da pena privativa de liberdade;
d)2 (dois) anos;
e) O dobro do prazo da pena privativa de liberdade.

Vimos em nossa aula que o artigo 7º traz os efeitos da condenação, e dentre eles, temos:

Art. 7º, II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor,
de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º,
pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Letra e.

007. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) De acordo com as disposições contidas


na Lei n. 9.613/1998, a pena base para os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
e valores é de
a) reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa
b) reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
c) detenção, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, e multa.
d) reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, ou multa
e) detenção, de 3 (três) a 10 (dez) anos, ou multa.

Em outras aulas vimos que algumas bancas costumam cobrar penas, ainda mais quando te-
mos poucas na lei, como é o nosso caso. O artigo 1º define o delito de lavagem de dinheiro:

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Art. 1 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou proprie-
º

dade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.


Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa
Letra b.

008. (AOCP/SUSIPE-PA/AGENTE PRISIONAL/2018) De acordo com o que dispõe a Lei n.


9.613/1998, a multa pecuniária aplicável às pessoas referidas no seu art. 9º, bem como aos
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 da mesma Lei, não poderá ser superior
a) ao valor da operação.
b) ao lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação.
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).
d) ao triplo do valor da operação.
e) a cinco vezes o valor do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realiza-
ção da operação.

O artigo 12, II dispõe que:

II – multa pecuniária variável não superior:


a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação;
ou
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
Letra c.

009. (FCC/TRF – 3ª REGIÃO/TECNICO JUDICIÁRIO/2019) Sobre as questões processuais


previstas na Lei n. 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro, é corre-
to afirmar:
a) Decretadas medidas assecuratórias de bens do investigado provenientes dos crimes de
lavagem de dinheiro, pelo magistrado competente, se eles estiverem sujeitos a qualquer grau
de deterioração ou depreciação, proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do
valor dos bens.
b) O juiz, jamais de ofício, mas mediante requerimento do Ministério Público ou da parte in-
teressada, poderá decretar a alienação antecipada de bens sob constrição, provenientes de
crimes de lavagem de dinheiro, que foram objeto de medidas assecuratórias.
c) O processo e julgamento dos crimes previstos nesta lei dependem do processo e julgamen-
to das infrações penais antecedentes, ainda que praticadas em outro país.
d) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9.613/1998 são regidos por proce-
dimento especial orientado pelo referido diploma legal, aplicando-se apenas subsidiariamente

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o rito comum dos crimes punidos com reclusão, previsto no Código de Processo Penal, da
competência do juiz singular.
e) O juiz não poderá manter a constrição de bens, direitos e valores de origem lícita compro-
vada, ainda que destinados ao pagamento de reparação dos danos, prestações pecuniárias e
multas, decorrentes da infração penal.

a) Certa. Essa é a previsão do artigo 4º, §1º da lei.


b) Errada. Conforme prevê o art. 4º, o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
mediante representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e
quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal (...);
c) Errada. O artigo 2º, II afirma que o processo e julgamento dos crimes previstos nesta lei in-
dependem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados
em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre
a unidade de processo e julgamento;
d)Conforme prevê o artigo 2º, I, a regra é a aplicação das disposições relativas ao procedimen-
to comum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular, não de forma
subsidiária;
e) Errada. O artigo 4º, §2º garante a constrição dos bens, vejamos:

O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando comprovada a lici-
tude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes
à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal.
Letra a.

010. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) De acordo com o orde-


namento jurídico e o posicionamento dos tribunais superiores acerca do crime de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores (Lei n. 9.613/1998),
a) a pena será aumentada de metade, se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) somente constitui o crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores se o valor
em pecúnia envolvido tiver decorrido de um dos crimes referidos no rol exaustivo da Lei n.
9.613/1998.
c) a lei de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, muito embora criminalize a con-
duta de ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de determi-
nados crimes, é omissa quanto à tipificação das condutas de importar ou exportar bens com
valores não correspondentes aos verdadeiros.
d) não é punível a tentativa de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.

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e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.

a) Errada. Conforme dispõe o artigo 4º, a pena será aumentada de um a dois terços e não da
metade, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermé-
dio de organização criminosa;
b) Errada. Tínhamos um rol de crimes até 2012, porém, com a redação atual do artigo 1º, não
temos essa taxatividade;
c)Errada. A lei não foi omissa sobre a importação ou exportação de bens (art. 1º, §1º, III);
d)Errada. Temos uma previsão expressa no artigo 1º, §3º;
e) Certa. Conforme prevê o GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional), a lavagem de capi-
tais possui três fases: colocação, ocultação e integração. Podemos entender como ocultação
o mesmo que encobrimento, por isso este item está correto.
Letra e.

011. (FCC/TRF – 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Xisto está sendo processado por


crime de lavagem de dinheiro, pois ocultou valores em espécie recebidos ilicitamente de empre-
sa pública federal. No curso do processo, Xisto, assistido por seu advogado, resolve colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração
das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos
bens, direitos ou valores objeto do crime. Na hipótese em questão, nos termos preconizados
pela legislação específica sobre o tema (Lei n. 9.613/1998), no caso de condenação,
a) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um sexto e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, sendo vedado ao Magistrado deixar de aplicá-la.
b) a pena de Xisto poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto ou se-
miaberto, vedada a substituição por pena restritiva de direitos
c) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um terço e ser cumprida em regime semiaberto,
vedado o regime aberto, facultando-se ao juiz substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva
de direitos.
d) não será possível a redução da pena privativa de liberdade, mas o Magistrado poderá deter-
minar o seu cumprimento em regime aberto ou semiaberto, e a substituição por pena restritiva
de direitos a qualquer tempo.
e) a pena de Xisto poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos.

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Conforme prevê o artigo 1º, §5º, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumpri-
da em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a
qualquer tempo, por pena restritiva de direitos.
Letra e.

012. (VUNESP/PAULIPREV-SP/PROCURADOR/2018) Tendo em conta a Lei n. 9.613/98, com


as alterações da Lei n.. 12.683/12, é correto afirmar que
a) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade culposa.
b) A ocultação de bens, direitos ou valores provenientes de contravenção penal não pode ense-
jar crime de lavagem de dinheiro.
c) não há previsão de lavagem de dinheiro na modalidade tentada.
d) o ordenamento pátrio adotou a legislação de segunda geração, já que apenas um rol fecha-
do de infração penal antecedente pode ensejar crime de lavagem de dinheiro.
e) haverá aumento de pena se o crime de lavagem de dinheiro for cometido por intermédio de
associação criminosa

a) Certa. Exatamente, não existe o crime de lavagem de dinheiro culposo;


b) Errada. Como vimos em aula, uma das grandes alterações da legislação foi a inclusão de
qualquer infração penal como infração antecedente à lavagem;
c) Errada. O legislador nos trouxe a previsão de que a tentativa seria punida na forma do arti-
go 14 do CP;
d) Errada. Conforme o entendimento doutrinário, foi adotada a terceira geração, que entende
que qualquer infração penal antecedente poderá ensejar o delito de lavagem de dinheiro;
e) Errada. O aumento não se dá quando cometido por intermédio de associação criminosa e
sim organização criminosa.
Letra a.

013. (VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO/2015) No que concerne ao crime de “lavagem” ou oculta-


ção de bens, direitos e valores, da Lei n. 9.613/98,
a) só se configura após o trânsito em julgado da condenação pelo crime que gerou o recurso
ilícito (crime antecedente)
b) a pena será aumentada se o crime for cometido de forma reiterada
c) admite-se a responsabilização criminal penal da pessoa jurídica
d) pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado.
e) a colaboração espontânea do coautor ou partícipe, ainda que efetiva e frutífera, não lhe re-
duzirá pena

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a) Errada. Para a configuração da lavagem de dinheiro não é necessário o julgamento dos cri-
mes antecedentes;
b) Certa. A pena será aumentada de um a dois terços se cometido de forma reiterada ou por
intermédio de organização criminosa;
c) Errada. A pessoa jurídica não poderá ser responsabilizada pelo crime de lavagem de dinheiro;
d) Errada. A pena da tentativa será dada conforme a previsão do artigo 14 do CP;
e) Errada. A colaboração poderá reduzir a pena de um a dois terços.
Letra b.

014. (VUNESP/TJ-SP/ADVOGADO/2013) Nos termos da Lei n. 9.613/1998, a qual versa so-


bre delitos de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, confi- gura crime ocultar ou
dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de.
a) Qualquer infração penal
a) terrorismo e de seu financiamento, somente
c) contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção, somente
d) crime praticado por organizações criminosas, somente
e) tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins, somente.

Atualmente, temos que a infração penal antecedente poderá ser qualquer uma, conforme pre-
coniza o artigo 1º.
Letra a.

015. (VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA/PROCURADOR JURÍDICO/2016) O crime de lava-


gem de dinheiro (art. 1º da Lei n. 9.613/98),
a) será sempre julgado pela Justiça Estadual.
b) será sempre julgado pela Justiça Federal.
c) será sempre julgado pela Justiça Federal, seja a investigação conduzida pela Polícia Federal
ou pela Polícia Estadual.
d) será julgado pela Justiça Federal quando o crime antecedente também o for.
e) não obedece às regras gerais de competência, cabendo ao Ministério Público, de acordo
com a magnitude dos valores envolvidos, decidir se o processo tramitará pela Justiça Estadual
ou Federal.

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Vimos que, em regra, o crime de lavagem de dinheiro é julgado pela Justiça Estadual, porém,
temos algumas situações em que este delito será processado e julgado pela Justiça Federal, e
uma delas é o caso do crime antecedente ser também julgado pela Justiça Federal.
Letra d.

016. (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A colaboração premiada nos casos de


lavagem de capitais
a) será válida somente se o colaborador indicar a autoria do crime antecedente que originou a
lavagem de ativos.
b) será nula se não contar com a participação do órgão julgador na elaboração do acordo.
c) tem como benefício, entre outros, a substituição da pena privativa de liberdade por penas
restritivas de direitos.
d) constitui meio de prova que pode embasar, isoladamente, posterior sentença condenatória.
e) pode ocorrer apenas na fase processual, no curso da competente ação penal.

Vamos conferir o disposto no artigo 1º, § 5º:

A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de di-
reitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
Letra c.

017. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Ricardo foi denunciado pela prática do crime


de lavagem de capitais provenientes do tráfico internacional de drogas. Nessa situação, o cri-
me de lavagem de capitais será processado e julgado pela justiça federal, haja vista a compe-
tência constitucional do crime antecedente.

Nesse caso, como o tráfico internacional, é de competência da Justiça Federal, e temos a pre-
visão no artigo 2º, III, b) “quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça
Federal; o julgamento do crime de lavagem de dinheiro se dará na Justiça Federal.”
Certo.

018. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Em assalto a uma agência bancária, Lúcio


conseguiu alta monta financeira. Com parte do dinheiro, ele comprou imóvel em nome próprio,

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tendo declarado na escritura de compra e venda valor inferior ao que foi efetivamente pago
pelo imóvel. Em seguida, Lúcio vendeu o bem pelo valor de mercado, o que tornou lícito o pro-
veito econômico do crime praticado.
Conforme a legislação específica, para que Lúcio seja condenado pelo crime de lavagem de
dinheiro, é necessário que haja condenação, ao menos em primeiro grau, pelo crime de roubo
à agência bancária.

Para que Lúcio seja condenado pelo crime de lavagem de dinheiro não é necessário que tam-
bém seja condenado nos crimes antecedentes, basta que se tenham indícios da prática dos
crimes antecedentes.
Errado.

019. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Ainda com relação ao texto da questão an-


terior. De acordo com o STF, Lúcio somente poderá ser processado e julgado pelo crime de
roubo, pois o direito penal brasileiro não admite o crime de autolavagem — quando o autor do
crime antecedente prática também a lavagem de capitais —, por entender que esse seria um
caso de mero exaurimento do fato antecedente.

Existem alguns países que não admitem que a pessoa responsável pelo crime antecedente
responda pela lavagem de dinheiro (selflaundering), porém essa previsão deve estar de forma
expressa na lei, e como em nossa legislação não temos essa proibição, é sim admitida a “au-
tolavagem”.
Errado.

020. (FUMARC/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Em relação aos aspectos processu-


ais da lei de lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/98), pode-se afirmar:
a) A alienação de bens objeto de medidas assecuratórias depende da existência de trânsito em
julgado de sentença condenatória.
b) A competência para o julgamento do delito de lavagem de dinheiro será da justiça federal.
c) A denúncia deverá ser instruída com indícios suficientes da existência de infração penal
antecedente.
d) A persecução penal em juízo depende da comprovação, mediante sentença condenatória,
de infrações penais antecedentes.

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a) Errada. Conforme previsão do art. 4º, § 1º :

proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção, independente do trânsito em julgado de sentença condenatória;
b) Errada. A regra é que seja da Justiça Estadual, sendo que somente nos casos previstos em
lei que será de competência da Justiça Federal;
c) Certa. Essa é a exata previsão do artigo 2º, § 1º:

a denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sen-
do puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extin-
ta a punibilidade da infração penal antecedente.
d) Errada. A persecução penal independe de comprovação, mediante sentença condenatória,
das infrações antecedentes.
Letra c.

021. (TRF – 3ª REGIÃO/TRF – 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2018/ADAPTADA) Assinale a al-


ternativa CORRETA:
a) O processo e julgamento do crime de lavagem de dinheiro prescinde da existência da infra-
ção penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se pela ocorrência de crime antecedente expres-
samente previsto na lei específica.
c) O processo de lavagem de dinheiro é composto por, pelo menos, três fases: ocultação, dis-
simulação e integração.

a) Errada. Não podemos falar em lavagem de dinheiro se não tivermos infrações penais ante-
cedentes. O que não podemos confundir é que não é necessário que tenhamos a condenação
do agente pelas infrações penais antecedentes, basta que haja indícios;
b) Errada. Não existe a previsão de crimes específicos, qualquer infração penal antecedente
poderá originar o delito de lavagem de dinheiro;
c) Certa. É exatamente esse o entendimento. Temos três fases, conforme vimos em aula

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Letra c.

022. (CESPE/ABIN/OFICIAL TECNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) João integra conhecida or-


ganização criminosa de âmbito nacional especializada em tráfico de drogas e lavagem de
dinheiro. Com o objetivo de tornar legal o dinheiro obtido ilicitamente, ele convenceu Pedro e
Jorge, conselheiros fiscais de uma cooperativa de mineradores que atuam na região Norte do
país, a modificar valores obtidos em uma mina de ouro. Pedro, sem conhecer a fundo a origem
dos valores, concordou em fazer a transação. Antes de concluí-la, entretanto, ele desistiu da
ação, e tentou convencer Jorge a fazer o mesmo. Tendo Jorge decidido prosseguir no esque-
ma, Pedro, então, fez uma denúncia sigilosa à polícia, que passou a investigar o fato e reuniu
elementos necessários ao indiciamento dos envolvidos. Antes que concretizasse a ação final
de registro de valores, Jorge foi impedido pela polícia, que o prendeu em flagrante.
Em relação ao crime de lavagem de dinheiro, a pena de João poderá ser aumentada de um a
dois terços, em razão de o crime ter sido cometido por intermédio de organização criminosa.

Essa é a previsão do artigo 1º, §4º que traz as causas de aumento de pena, de um a dois ter-
ços, caso sejam cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Certo.

023. (CESPE/DPF/PERITO CRIMINAL/2018) O crime de lavagem de capitais ou ocultação de


bens, direitos e valores não é admitido na modalidade tentada.

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Como vimos em nossa aula, é admitida a tentativa do crime de “lavagem” de dinheiro, e como
era de se esperar, o legislador recorreu de forma subsidiária ao Código Penal.

§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.


Errado.

024. (CESPE/DPF/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Situação hipotética: Álvaro, servidor pú-


blico federal, foi, por cinco anos, presidente da comissão de licitações de determinado órgão
público federal. Em diversas ocasiões, Álvaro recebeu valores e bens para favorecer empresas
nos certames licitatórios, e os transferiu para o patrimônio de Flávio, seu irmão, que os utiliza-
va nos negócios da empresa da família, com vistas a ocultar o ingresso desses recursos e a
sua origem ilícita. Assertiva: Nessa situação, Álvaro e Flávio responderão pelo crime de lava-
gem de capitais, e será da justiça federal a competência para processar e julgar a ação penal.

A situação hipotética acima nos apresenta um caso clássico de lavagem de dinheiro, em que
os irmãos tentam dar uma aparência lícita a uma verba ilícita.
Como o crime antecedente é de competência da Justiça Federal, temos que a competência
para processar e julgar será também da Justiça Federal.

Art. 2º, III - são da competência da Justiça Federal:


a)quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b)quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
Certo.

025. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) No que concerne ao crime de lavagem de dinheiro, as-


sinale a alternativa correta.
a) O Brasil admite apenas a “autolavagem”, ou seja, somente pode praticar o crime de lavagem
de dinheiro quem também é autor da infração penal antecedente.
b) O crime de lavagem de dinheiro não admite tentativa.
c) O delito de lavagem de dinheiro admite qualquer infração penal como seu antecedente, in-
clusive as contravenções penais.
d) O processo e o julgamento do delito de lavagem ficam suspensos até que a infração antece-
dente seja julgada definitivamente.
e) O crime de lavagem de dinheiro será sempre processado perante a Justiça Federal.

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a) Errada. No Brasil também sanciona o terceiro que faz a lavagem;


b) Errada. A tentativa é admitida de acordo com o próprio legislador, ao afirmar, no art.1º, § 3º
da lei, que a tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal;
c) Certa. Conforme prevê o artigo 1º da lei, “... direta ou indiretamente, de infração penal”, ou
seja, não se restringe somente à prática de crimes.
d) Errada. Conforme dispõe o inciso II do artigo 2º da lei, o processo e o julgamento dos cri-
mes previstos na lei de lavagem independem do processo e julgamento das infrações penais
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes
previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.
e) Errada. A regra é que seja da Justiça Estadual, cabendo em algumas situações o julgamento
perante a Justiça Federal.
Letra c.

026. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) A Lei n. 9.613/1998 estabeleceu uma série de obriga-


ções de controle a pessoas físicas e jurídicas para prevenir o crime de lavagem de dinheiro
(pessoas obrigadas), as quais dizem respeito, em linhas gerais, aos deveres de identificação
de clientes, à manutenção de registros e à comunicação de atividades suspeitas. Acerca desse
tema, assinale a alternativa correta.
a) As “pessoas obrigadas” deverão comunicar ao COAF, abstendo-se de dar ciência de tal ato
a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 horas, das
operações que possam constituir-se em sérios indícios dos crimes de lavagem de dinheiro.
b) A omissão no cumprimento dos deveres de identificação de clientes, manutenção de regis-
tros e comunicação de atividades suspeitas gerará efeitos exclusivamente na esfera criminal
por se tratar de um crime omissivo impróprio, alcançando somente a pessoa física.
c) Ficam excluídos deveres de identificação de clientes, manutenção de registros e comunica-
ção de atividades suspeitas às administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de
crédito, bem como às administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços.
d) Ficam dispensadas do dever de comunicação as pessoas físicas e jurídicas que prestem,
mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconse-
lhamento ou assistência, de qualquer natureza, em operações de compra e venda de imóveis,
estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza.
e) É vedado ao COAF comunicar às autoridades competentes para a instauração dos proce-
dimentos cabíveis, mesmo que conclua pela existência de fundados indícios da prática de
crime ou qualquer ilícito previsto na Lei no 9.613/1998, por força das limitações inerentes ao
sigilo bancário.

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a) Certa. O examinador copiou e colou a letra da lei em sua prova, veja que o item ‘a’ traz a lite-
ralidade do artigo 11, II, vejamos: “deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de
tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, a proposta ou realização”;
b) Errada. Esses efeitos não serão penais e sim administrativos, podendo constituir em uma
multa ou advertência, por exemplo;
c) Errada. Conforme dispõe o inciso III do parágrafo único do artigo 9º, as administradoras de
cartões de credenciamento ou cartões de crédito estão sujeitas às mesmas obrigações;
d) Errada. Da mesma forma que o item anterior, vamos recorrer ao parágrafo único, só que
agora ao inciso XIV;
e) Errada. O artigo 15 da lei afirma que o COAF comunicará às autoridades competentes para a
instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Letra a.

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Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no concurso
realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico aprovações em concursos como o do BRB, Serpro (Analista),
Secretaria de Educação (Analista de Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista), PMDF/2009 e
PCDF/2013 (Agente e Escrivão).

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