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PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes
de Lavagem de Dinheiro
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sumário
Sérgio Bautzer
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O tráfico ilícito gera grandes lucros financeiros e riqueza, permitindo às organizações criminosas
transnacionais penetrar, contaminar e corromper as estruturas de governo, o comércio e os negó-
cios financeiros legítimos e a sociedade em todos os seus níveis. [...]. A ligação entre o tráfico ilícito
e outras atividades criminais organizadas enfraquece as economias legítimas e ameaça a estabili-
dade, a segurança e a soberania dos Estados (ONU, 1988, Preâmbulo).
Obs.: Em 2019, vimos o COAF ser objeto de disputa política entre os Ministérios da Econo-
mia (novo Ministério da Fazenda) e da Justiça, ambos interessados nas informações
estratégicas monitoradas pelo Conselho. Do resultado dessa disputa, o COAF foi rees-
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truturado pela Lei n. 13.974/2020, sendo inserido na estrutura do Banco Central, que
tem natureza autárquica. Mas a vinculação com o BC é somente administrativa, porque
ao COAF foi assegurada autonomia técnica e operacional (art. 2º da referida lei).
A colocação se refere à introdução do dinheiro sujo que, não raro, é dinheiro vivo, no sis-
tema econômico (placement). Pode se dar por meio de transferências bancárias, compra de
moeda estrangeira, aplicações financeiras etc. Pode ocorrer ainda por meio da transferência
dos valores para outro local, com a utilização de contas em paraísos fiscais e centros offsho-
res, que possuem sistema financeiro liberal, com menor nível de controle sobre operações
financeiras.
Nessa fase, pode atuar tanto o agente do crime antecedente quanto terceira pessoa. Na
primeira hipótese, o agente do crime antecedente, por iniciativa própria, efetua as ações de co-
locação do produto do crime no sistema econômico-financeiro. Na segunda, o agente se vale
de terceira pessoa. Os autores da atividade de lavagem de dinheiro se tornam especialistas em
técnicas sofisticadas e dinâmicas, tais como o fracionamento de valores que transitam pelo
sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que trabalham com dinheiro
em espécie.
Lembre-se de que o sistema financeiro nacional é operado por um conjunto amplo e diver-
sificado de instituições além dos bancos, incluindo bolsas de valores, cooperativas de crédito,
bolsas de mercadorias e futuros, corretoras e distribuidoras, seguradoras, entidades de previ-
dência, sociedades de capitalização, entre outras. A Lei n. 9.613/1998, atenta ao uso dessas
modalidades de negócios, instituiu mecanismos de controle da atuação dessas empresas,
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disciplinados em seus arts. 9, 10 e 11. Sugerimos que você se aproprie desse conteúdo por
meio do seu estudo de lei seca.
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§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valo-
res provenientes de infração penal: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimen-
ta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos
de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaber-
to, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, co-
autores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e
da infiltração de agentes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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A Lei n. 9.613/1998 define o crime de lavagem de dinheiro no artigo 1º, supracitado, que
pode ser analisado da seguinte forma:
Rol taxativo x rol de extensão indefinida: quando da edição da Lei n. 9.613/1998, sua re-
dação original atrelava a lavagem a um rol taxativo de crimes antecedentes, entre eles, os
praticados por organizações criminosas, sem, no entanto, defini-las. Esse modelo de tipifica-
ção da lavagem de dinheiro, ou seja, a adoção de um rol taxativo de crimes antecedentes diz
respeito à primeira fase da tipificação da lavagem ou primeira geração de leis de lavagem de
capitais. Houve muita polêmica à época porque um dos crimes do rol taxativo era o de inte-
grar organização criminosa. Mas, até então, não havia definição legal de crime de organização
criminosa. A definição legal de organização criminosa sempre foi tema tormentoso, ainda no
âmbito do GAFI. A celeuma foi superada pela Lei n. 12.683/2012, que revogou o rol taxativo
dos crimes antecedentes (incisos I a VIII do art. 1º) e passou a prever como crime antecedente
qualquer infração penal, independentemente de ter sido praticada por organização criminosa.
A doutrina classifica o rol mais aberto como rol de extensão indefinida, haja vista que qualquer
infração penal, seja crime ou contravenção, pode servir de pressuposto do crime de lavagem
de capitais. Esse modelo de tipificar a lavagem faz parte da terceira geração de legislação de
lavagem de capitais.
Obs.: A segunda geração diz respeito a um rol mais aberto, mas que segue um critério de
classificação dos crimes mais graves, como, por exemplo, crimes com pena mínima
superior a 2 anos.
JURISPRUDÊNCIA
2. Nos termos do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, o tipo penal do
inciso VII do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, na redação anterior à Lei n. 12.683/2012, não
incide aos fatos praticados durante sua vigência, já que ausente norma tipificadora do
conceito de organização criminosa, por força do princípio da anterioridade da lei penal,
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insculpido nos arts. 5º, XXXIX, da CF, e do 1º do CP, que apenas admite a retroatividade
da lei penal mais benéfica ao réu.
3. A Sexta Turma do STJ, seguindo a orientação do STF, adotou o entendimento de que a
ausência de descrição normativa de organização criminosa, antes do advento da Lei n.
12.850/2013, conduz à atipicidade da conduta prevista no art. 1º, VII, da Lei n. 9.613/1998.
4. A ausência de descrição normativa do conceito de organização criminosa, à época dos
fatos, anteriores à Lei n. 12.850/2013, impede seu reconhecimento, não só como crime
antecedente da lavagem de dinheiro mas também para caracterizar as hipóteses equipa-
radas, descritas nos §§ 1º e 2º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, em observância ao princí-
pio da irretroatividade da lei penal, inscrito no art. 1º do CP. (REsp 1482076/CE, Min. Nefi
Cordeiro, 6ª T., j. em 2/4/2019, DJe 10/4/2019)
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No § 1º do art. 1º, o legislador descreve essas formas de realizar o tipo, constituindo con-
dutas equiparadas à dissimulação e ocultação. Como vimos, essas movimentações de recur-
sos perpassam uma complexa cadeia de atividades, que a doutrina classifica em três fases:
colocação, ocultação e integração, a serem detalhadas no tópico 3 desta aula.
No § 2º, observamos a intenção do legislador em tipificar a conduta de quem se beneficia
da atividade de lavagem de capitais, seja utilizando os recursos ilícitos (inciso I), seja partici-
pando de grupo, associação ou escritório sabendo de suas atividades ilícitas (inciso II). Desse
modo, ainda que o agente não realize as operações de lavagem de dinheiro, ele poderá respon-
der com as mesmas penas caso venha a se beneficiar do dinheiro lavado, conforme incisos I
e II do § 2º do art. 1º.
A configuração da lavagem independe de processo e condenação pela prática de infração
penal anterior. Bastam indícios suficientes de ocorrência do crime antecedente; não se faz
necessário provar o crime anterior. A afirmação decorre da própria lei (art. 2º, inciso II, da Lei
n. 9.613/1998, grifos nossos) e tem sido aplicada pela jurisprudência dos Tribunais Superiores
como princípio da autonomia do crime de lavagem de dinheiro:
JURISPRUDÊNCIA
5. O processo e julgamento do crime de lavagem de dinheiro é regido pelo Princípio
da Autonomia, não se exigindo, para que a denúncia que imputa ao réu o delito de lava-
gem de dinheiro seja considera apta, prova concreta da ocorrência de uma das infrações
penais exaustivamente previstas nos incisos I a VIII do art. 1º do referido diploma legal,
bastando a existência de elementos indiciários de que o capital lavado tenha origem em
algumas das condutas ali previstas. 6. A autonomia do crime de lavagem de dinheiro via-
biliza inclusive a condenação, independentemente da existência de processo pelo crime
antecedente. 7. É o que dispõe o artigo 2º, II, e § 1º, da Lei n. 9.613/1998: “O processo
e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: II – independem do processo e julgamento
dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em outro país;
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime antece-
dente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de
pena o autor daquele crime.” 8. A doutrina do tema assenta: “Da própria redação do dis-
positivo depreende-se que é suficiente a demonstração de indícios da existência do crime
antecedente, sendo desnecessária a indicação da sua autoria. Portanto, a autoria igno-
rada ou desconhecida do crime antecedente não constitui óbice ao ajuizamento da ação
pelo crime de lavagem. [...]. Na verdade, a palavra ‘indício’ usada na Lei de Lavagem repre-
senta uma prova dotada de eficácia persuasiva atenuada (prova semiplena), não sendo
apta, por si só, a estabelecer a verdade de um fato, ou seja, no momento do recebimento
da denúncia, é necessário um início de prova que indique a probabilidade de que os bens,
direitos ou valores ocultados sejam provenientes, direta ou indiretamente, de um dos
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O acórdão é anterior às alterações da Lei n. 12.683/2012, mas o ponto central que ressalta-
mos é que a imputação por crime de lavagem de dinheiro não exige a comprovação dos crimes
antecedentes em processo penal, basta a demonstração dos indícios de sua ocorrência. A
caracterização do crime de lavagem de dinheiro dispensa o prévio conhecimento de detalhes
acerca do delito antecedente, bem como a aferição de sua culpabilidade ou punibilidade por
meio de condenação pela prática da infração penal que dá origem a valores ou bens que poste-
riormente serão objeto de ações de branqueamento. Tudo isso em função da autonomia entre
o crime previsto na Lei n. 9.613/1998 e a conduta delituosa que o antecedeu, nos termos do
art. 2º, inciso II, do mencionado diploma legal.
Da mesma forma, a lavagem restará configurada ainda que a punibilidade do(s) crime(s)
antecedente(s) esteja(m) extinta(s), o que também decorre da autonomia da lavagem de di-
nheiro, conforme tem sido aplicado pela jurisprudência dos tribunais anteriores (grifo nosso):
JURISPRUDÊNCIA
A extinção da punibilidade pela prescrição quanto aos crimes antecedentes não implica
o reconhecimento da atipicidade do delito de lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei n.
9.613/1998) imputado ao paciente. Nos termos do art. 2º, II, § 1º da lei mencionada, para
a configuração do delito de lavagem de dinheiro não há necessidade de prova cabal do
crime anterior, mas apenas a demonstração de indícios suficientes de sua existência.
Assim sendo, o crime de lavagem de dinheiro é delito autônomo, independente de conde-
nação ou da existência de processo por crime antecedente. Precedentes citados do STF:
HC 93.368-PR, DJe 25/8/2011; HC 94.958-SP, DJe 6/2/2009; do STJ: HC 137.628-RJ, DJe
17/12/2010; REsp 1.133.944-PR, DJe 17/5/2010; HC 87.843-MS, DJe 19/12/2008; APn
458-SP, DJe 18/12/2009, e HC 88.791-SP, DJe 10/11/2008 (HC 207.936-MG, Rel. Min.
Jorge Mussi, j. em 27/3/2012).
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JURISPRUDÊNCIA
12. O tipo penal do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 é de ação múltipla ou plurinuclear, con-
sumando-se com a prática de qualquer dos verbos mencionados na descrição típica e
relacionando-se com qualquer das fases do branqueamento de capitais (ocultação, dis-
simulação; reintrodução), não exigindo a demonstração da ocorrência de todos os três
passos do processo de branqueamento.
13. Na espécie, há possibilidade, em tese, de que as movimentações financeiras indicadas
pela acusação à inicial tenham sido praticadas de forma autônoma em relação ao crime
antecedente (autolavagem) e utilizadas como forma de ocultação da alegada origem cri-
minosa dos valores, mediante distanciamento do dinheiro de sua alegada origem crimi-
nosa pela transferência de titularidade de quantias vultosas entre contas bancárias de
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titularidade de terceiros, mas supostamente controlada pelo acusado, não sendo, pois,
manifesta a atipicidade da conduta (APn 923/DF, Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, j.
em 23/9/2019, DJe 26/09/2019, grifo nosso).
A lavagem de capitais é uma sucessão de ações encadeadas que podem atingir elevado
grau de sofisticação e complexidade. Exigir que toda a cadeia seja demonstrada para a consu-
mação do delito seria inviabilizar a aplicação da lei em muitos casos.
Tentativa: é possível. O legislador optou por estabelecer expressamente que a tentativa é
plenamente possível, nos termos definidos pelo art. 14, II, do Código Penal (art. 1º, § 3º, da Lei
n. 9.613/1998). É de difícil verificação, mas pode ocorrer se o banco recebedor de um depósito
suspeito comunicar às autoridades e estas logo ordenarem o bloqueio dos valores antes que
se realize a primeira transferência. O mais comum na prática é as investigações revelarem inú-
meros atos de lavagem de capitais com a prática dos crimes antecedentes.
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa; é crime comum. Respondem pelo crime tanto o
lavador do dinheiro sujo como o destinatário do proveito do crime, ou seja, o interessado em
obter o dinheiro “lavado”. Lembrando que o § 2º do art. 1º pune com a mesma pena do autor
dos fatos aqueles que se beneficiam indiretamente da lavagem de dinheiro ainda que não te-
nham praticado as atividades destinadas à lavagem, mas dela se beneficiam de alguma forma
conhecendo ou desconfiando da origem ilícita dos recursos.
O agente pode realizar só uma das condutas descritas no art. 1º, caput, e §§ 1º e 2º, ou
pode desempenhar um papel em que ele pratica mais de uma ação na cadeia de atos que en-
volvem o processo da lavagem de dinheiro. Neste último caso, haverá um crime de lavagem de
dinheiro e não concurso de crimes desde que o agente pratique as ações no mesmo contexto
e sobre os mesmos bens.
Concurso de pessoas: cabe mencionar ainda que, a depender da sofisticação das técnicas
de branqueamento e da complexidade de atividades realizadas para dificultar a rastreabilidade
da origem ilícita dos valores, o crime de lavagem envolverá a atuação de muitos agentes em
concurso de pessoas, o que poderá caracterizar crime de autoria coletiva, ou seja, são tantos
agentes atuando na cadeia de lavagem que fica difícil identificar todos os autores, coautores e
partícipes no momento do oferecimento da denúncia, o que não caracteriza óbice ao seu rece-
bimento. Veremos com mais detalhes no tópico referente aos aspectos processuais.
A coautoria em lavagem pode ocorrer quando os crimes precedentes são praticados em
concurso de agentes e eles mesmos efetuam as ações de branqueamento, ainda que parcial-
mente. Pode ocorrer ainda quando um agente do crime antecedente confia a terceira pessoa
as ações de branqueamento, hipótese em que há concurso entre o infrator do crime antece-
dente e o especialista na lavagem de capitais. Inclusive este pode ter suas ações desdobradas
em múltiplas atividades, envolvendo a atuação de mais pessoas no processo de lavagem de
dinheiro. Cabe ressaltar que os agentes da lavagem em si não precisam ter conhecimento dos
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crimes antecedentes, bastando que desconfiem da origem ilícita com base nas circunstâncias
do caso concreto.
Vejamos em precedentes a seguir que o agente pode responder pelo crime antecedente
em concurso com crimes de lavagem de dinheiro e o terceiro para quem ele confia os valores
para a ocultação e dissimulação responde somente pela lavagem de dinheiro.
JURISPRUDÊNCIA
A Segunda Turma, em conclusão de julgamento, condenou parlamentar pela prática
dos crimes de corrupção passiva [Código Penal, art. 317] e lavagem de dinheiro [Lei n.
9.613/1998, art. 1º, § 4º], e seus filhos pelo segundo delito (Informativos 902 e 903). Na
denúncia, o parlamentar, na qualidade de integrante de cúpula partidária, foi acusado de
ter concorrido para desvios de recursos realizados na estatal, por meio de apoio político
à indicação e manutenção de diretor naquela entidade, o qual lhe teria repassado valores
ilícitos, como contraprestação. Para o Colegiado, os acusados efetivamente cometeram
os crimes cuja prática lhes foi atribuída, embora em extensão menor do que a descrita na
denúncia. (STF, Informativo n. 904, AP 996/DF, rel. Min. Edson Fachin, j. em 29/5/2018)
Elemento subjetivo: é o dolo. No caso do lavador, basta o dolo eventual, pois ele assume
frequentemente o risco de que os bens, direitos e valores sejam de origem criminosa.
Não é necessário dolo específico, pois as condutas de “ocultar” ou “dissimular” já contêm
o propósito de disfarçar a origem ilícita dos valores recebidos.
Não admite a forma culposa, já que esta depende de disposição expressa. É o princípio
da excepcionalidade do crime culposo, que você já conhece do seu estudo da Parte Geral do
Direito Penal.
Ainda sobre a possibilidade de dolo eventual, é importante ressaltar a incidência da cons-
trução jurisprudencial e doutrinária do direito anglo-saxão no que se refere à teoria da ceguei-
ra deliberada ou da ignorância deliberada (willfull blindness doctrine).
Segundo tal teoria, o agente finge não enxergar a possibilidade de ilicitude da procedência
de bens ou de documentos, com o intuito de auferir vantagens. O dolo, nesse caso, é o dolo
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eventual: o agente, sabendo ou suspeitando fortemente que estaria envolvido em conduta ilíci-
ta, e, portanto, prevendo o resultado lesivo de sua conduta, não toma medidas para se certificar
de que ele não vai adquirir o pleno conhecimento ou a exata natureza da conduta realizada
para um intuito criminoso, não se importando com o resultado. Consoante o artigo 18, inciso I,
do Código Penal, age dolosamente não só o agente que quis, de forma consciente, o resultado
delitivo (dolo direto), mas também o que assume o risco de produzi-lo (dolo eventual).
A aplicação dessa teoria pela jurisprudência tem exigido que se demonstre, no quadro
fático apresentado na lide, que o agente finge não perceber determinada situação de ilicitude
para, a partir daí, alcançar a vantagem pretendida (AgRg no REsp 1565832/RJ, Rel. Min. Joel
Ilan Paciornik, 5ª T., j. em 6/12/2018, DJe 17/12/2018). Ou seja, a aplicação da teoria depende
das circunstâncias do caso concreto.
Causas de aumento de pena: de 1/3 a 2/3, se o crime é cometido de forma reiterada; ou por
intermédio de organização criminosa (art. 1º, § 4º, da Lei n. 9.613/1998).
Observe que, na primeira hipótese de aumento de pena, a prática reiterada de lavagem de
dinheiro caracteriza crime habitual. Não se trata de continuidade delitiva, pois para ser reco-
nhecida a reiteração delituosa da causa de aumento de pena descrita na Lei n. 9.613/1998 não
é necessário que as condutas sejam praticadas no mesmo tempo, lugar e maneira de execu-
ção, tal qual se exige para o reconhecimento do crime continuado do art. 71 do CP. Veremos
com mais detalhes quando isso ocorre em tópico sobre concurso de crimes.
No que se refere à prática do crime por meio de organização criminosa, você deve conside-
rar a definição legal de organização criminosa do art. 1º da Lei n. 12.850/2013:
A mera ocultação física do dinheiro não caracteriza a ocultação de que trata o crime de la-
vagem. Por exemplo, enterrar o dinheiro para esconder o produto do crime é fato posterior não
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punível e não configura o delito autônomo da lavagem nos termos definimos pela lei. Assim
como depositar o dinheiro obtido com o crime em sua conta corrente ou em conta de terceiros
também não será lavagem de dinheiro, ainda que bens venham a ser adquiridos posteriormen-
te. Ou seja, a mera guarda dos valores para depois usufruir do proveito econômico da infração
penal é mero exaurimento do crime. Nessas hipóteses, não há colocação de tais valores no
mercado econômico ou financeiro com vistas às atividades autônomas de dissimulação (ou
ocultação) e posterior reintegração na ordem econômica com aparência lícita.
O STJ também já se pronunciou sobre o tema, estabelecendo uma distinção entre (a) os
atos de aquisição, recebimento, depósito ou outros negócios jurídicos que representem o pró-
prio aproveitamento (pelo agente ou terceiros), o desfrute em si, da vantagem patrimonial obti-
da no delito dito antecedente, e (b) aquelas ações de receber, adquirir, ter em depósito, as quais
se encontrem integradas como etapas de um processo de lavagem ou, ainda, representem um
modo autônomo de realizar tal processo, não constituindo, por conseguinte, a mera utilização
do produto do crime, mas um subterfúgio para distanciar tal produto de sua origem ilícita. Ve-
jamos um caso no qual concretamente não restou configurada a lavagem de capitais:
JURISPRUDÊNCIA
14. Não houve a comprovação de que a operação de cessão de créditos de ICMS realizada
entre as empresas Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. – ESCELSA e SAMARCO S.A.
traga, em si, a caracterização de qualquer tipo penal. A origem do dinheiro não é pública,
mas negocial em esfera privada, pois os créditos de ICMS pertenciam à SAMARCO e eram
por ela livremente transferíveis. Por mais que o crime antecedente – “a corrupção passiva
qualificada” – tenha existido, a dissimulação ocorrida no caminho que o dinheiro percor-
reu até chegar nas mãos do acusado não caracteriza a lavagem de capitais, mas apenas
a ocultação normal que ocorre no pagamento de propinas. Ou seja, trata-se da mera con-
sumação do crime de corrupção, e não de crime autônomo de lavagem de dinheiro.
15. É admissível a punição pelo crime de autolavagem no Brasil. Precedentes do STF e
do STJ. Entretanto, a utilização de terceiros para o recebimento da vantagem indevida
não configura, per si, o delito de lavagem de dinheiro, conforme precedente do STF na
AP 694/MT (Rel. Min. Rosa Weber, 1ª T., j. em 2/5/2017, DJE 195, de 31/8/2017). Assim,
não há que se falar, no caso concreto, de “autolavagem de capitais”, pois o réu não reali-
zou ações posteriores e autônomas com aptidão para convolar os valores obtidos com
a prática delituosa em valores com aparência de licitude na economia formal. (APn 804/
DF, Rel. Min. Og Fernandes, Corte Especial, j. em 18/12/2018, DJe 7/3/2019)
Ou seja, para que a conduta de ocultação dos valores ganhe autonomia e seja considerada
lavagem de dinheiro, é preciso verificar a presença do elemento subjetivo, qual seja, o dolo de
dissimular a origem ilícita valendo-se dos sistemas econômico e financeiro para aparentar
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atividade lícita. Na prática, a configuração desse agir doloso se dá pela constatação do des-
dobramento das ações de ocultação e dissimulação em múltiplas operações e transações
financeiras ou comerciais, demonstrando a existência de uma rede imbrincada de atos de
dissimulação.
Para finalizar este tópico, vejamos como o Supremo Tribunal tem feito a distinção entre o
exaurimento do crime antecedente e o reconhecimento de que a conduta do agente configurou
o crime autônomo de lavagem de capitais:
JURISPRUDÊNCIA
O ato de mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem,
seja quando recebido por interposta pessoa ou pelo próprio agente público que acolhe
a remuneração indevida. Por outro lado, a Turma entendeu que o depósito fracionado
do dinheiro em conta corrente, em valores que não atingem os limites estabelecidos
pelas autoridades monetárias à comunicação compulsória dessas operações, é meio
idôneo para a consumação do crime de lavagem. Trata-se de modalidade de ocultação
da origem e da localização de vantagem pecuniária recebida pela prática de delito ante-
rior. Nesse escopo, ficou demonstrado que o deputado, logo após receber recursos em
espécie a título de propina, praticou, de modo autônomo e com finalidade distinta, novos
atos aptos a violar o bem jurídico tutelado pelo art. 1º da Lei n. 9.613/1998, consisten-
tes na realização de depósitos fracionados em conta de sua titularidade, cujo somatório
perfaz a exata quantia que lhe fora disponibilizada. (Informativo 904, AP 996/DF, rel. Min.
Edson Fachin, julgamento em 29/5/2018) (grifos nossos).
Concurso de Crimes
JURISPRUDÊNCIA
Isso porque o crime de lavagem de dinheiro corresponde a uma conduta criminosa adi-
cional, que se caracteriza mediante nova ação dolosa, distinta daquela que é própria do
exaurimento de crime do qual provém o capital sujo [...].
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[...] é ‹possível a hipótese da chamada autolavagem, se, por exemplo, alguém recebe
um dinheiro ilicitamente, ao invés de usá-lo por si, incumbe outrem de, em nome deste,
adquirir-lhe bem ou bens, caso em que pratica duas ações típicas distintas, a do pri-
meiro crime, consistente em receber licitamente, e a do segundo, que é a ocultação do
produto do primeiro crime’ [...] (APn 922/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, j. em
5/6/2019, DJe 12/6/2019).
JURISPRUDÊNCIA
III – O agravante, em tese, ocupando o cargo de Vice-Presidente para assuntos da Amé-
rica Latina do Banco BSI, atuou na constituição de offshores em paraísos fiscais, na
abertura de contas bancárias em nome dessas offshores na referida instituição finan-
ceira, na justificação de operações financeiras ilícitas, no fornecimento de informações
falsas ao setor de compliance e na operacionalização de investimentos e outras formas
de dissimulação e ocultação dos valores ilícitos oriundos de crimes de corrupção que
motivaram a celebração de contrato entre a Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS) e a
Compagnie Béninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH) para aquisição, pela primeira, de
50% (cinquenta por cento) dos direitos de exploração de gás e petróleo de campo petrolí-
fero (Bloco 4) na costa do Benim. (AgRg no RHC 112868/PR, Rel. Min. Leopoldo de Arruda
Raposo, 5ª T., j. em 19/11/2019, DJe 26/11/2019, grifos nossos).
JURISPRUDÊNCIA
Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei n. 7.492/1986 (Lei dos
Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei n. 9.613/1998
(Lei dos Crimes de “Lavagem” de Dinheiro). Há continuidade delitiva, a teor do art. 71 do
CP, quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica crimes da mesma
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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espécie e, em razão das condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras seme-
lhantes, devam os delitos seguintes ser havidos como continuação do primeiro. Assim,
não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes descritos nos arts.
6º da Lei n. 7.492/1986 e 1º da Lei n. 9.613/1998 não são da mesma espécie. (REsp
1.405.989-SP, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Nefi
Cordeiro, j. em 18/8/2015, DJe 23/9/2015).
Ainda assim é possível ainda haver continuidade delitiva em crimes de lavagem de dinhei-
ro. Repisando, nos termos do art. 71 do Código Penal, o delito continuado evidencia-se quando
o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, comete mais de um crime da mesma espé-
cie. Necessário também que os delitos guardem liame no que diz respeito ao tempo, ao lugar,
à maneira de execução e a outras características que façam presumir a continuidade delitiva.
JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência tem se posicionado no sentido de exigir também a unidade de desíg-
nios para o reconhecimento da continuidade, a fim de distinguir o crime continuado das
situações em que o agente é criminoso habitual, o que envolveria a prática de muitos
crimes com o mesmo modo de agir durante longo período, revelando um estilo de vida
criminoso. Para tais situações, a jurisprudência entende que o crime continuado acaba-
ria sendo um benefício ao criminoso habitual, e uma desproteção ao bem jurídico. Desta
forma, o criminoso habitual merece um tratamento mais rigoroso, não lhe sendo possível
reconhecer o art. 71 do CP (nesse sentido: HC n. 193.202/RS, 5ª T., Rel. Min. Laurita Vaz,
DJe de 19/3/2012; HC n. 166.534/SP, 5ª T., Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 31/5/2011; HC
n. 103.933/SP, 5ª T., Rel. Min. Felix Fischer, DJe de 3/11/2008).
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III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei
n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não compa-
recer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
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4
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit.
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I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição financeira pública,
mediante documento adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por outra instituição financeira
pública para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição financeira pública serão
debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em lei, preferencialmente pú-
blica, de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da União; (Incluída pela
Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na forma da respectiva legis-
lação. (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sen-
tença proferida na ação penal, será: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Jus-
tiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de
competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição do réu pela
instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei n. 12.683, de
2012)
§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores depositados ou devolvidos.
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e multas incidentes sobre o
bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Federa-
ção, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela Lei n. 12.683,
de 2012)
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da alienação serão apensados aos
do processo principal. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso
do procedimento previsto neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz decretará, em favor,
conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança; (Incluído pela Lei n. 12.683,
de 2012)
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais não foi dada destinação
prévia; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
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III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o trânsito em julgado
da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo serão adjudicados ou levados
a leilão, depositando-se o saldo na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei n. 12.683, de
2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita documento de habilitação à cir-
culação e utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o caput
deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e valores oriundos do crime
de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos desta
Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei específica. (Incluído pela Lei n. 12.683, de
2012)
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pes-
soa física ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medi-
das assecuratórias, mediante termo de compromisso. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 6º A pessoa responsável pela administração dos bens: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de
2012)
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto
da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua ad-
ministração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos reali-
zados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a medidas assecuratórias se-
rão levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Administração dos bens apreendidos: a administração dos bens, por razões evidentes, é
tarefa que decorre da obrigação do Estado em preservar o bem por ele apreendido, não permi-
tindo que venha a sofrer deterioração ou depreciação de seu valor. Ocorre quando são objeto
de constrição cautelar judicial, ad exemplum, empresas em pleno funcionamento ou atividades
que demandem especial expertise para sua realização, como a administração de rebanhos de
gado ou plantações em propriedades rurais.
Com as alterações promovidas pela Lei n. 12.683/2012 nas regras relativas à administra-
ção de bens em caso de lavagem de dinheiro, passou-se a ser facultado ao juiz, quando as cir-
cunstâncias do caso indicarem, a nomeação de pessoa física ou jurídica que detenha a devida
qualificação para realizar a administração dos bens objeto de medidas assecuratórias.5
5
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit.
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Investigação
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A comunicação prévia ao juízo não implica a autorização judicial prévia. Observe como a juris-
prudência tem tratado a questão:
JURISPRUDÊNCIA
6. A ação controlada realizada na investigação, tendo como alvo o ora recorrente, foi pre-
viamente comunicada ao juízo e ao Ministério Público, nos termos do artigo 8º, § 1º, da
Lei n. 12.850/2013, não necessitando de anterior autorização judicial para o seu aperfei-
çoamento, pois a norma assim não dispôs, o que não obsta a possibilidade da fixação de
limites pelo magistrado para a execução da medida, por ocasião da prévia comunicação.
(RHC 84366/RJ, Rel. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T., j. em 23/8/2018, DJe 3/9/3018,
grifos nossos).
Outro ponto a ser ressaltado é que não há necessidade de se saber o local da sede do gru-
po da organização criminosa para haver o flagrante retardado.
Ainda aqui, importante lembrar que a ação controlada afasta a obrigatoriedade da prisão
em flagrante realizada pelas autoridades e seus agentes, prevista no art. 301 do CPP, quando
encontrarem alguém em flagrante delito. A ação controlada não poderá ser confundida com
outras modalidades de flagrante, tais como: provocado, esperado e forjado.
Infiltração de agentes: pelo art. 10 da Lei n. 12.850/2013, a infiltração de agentes de polícia
em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministé-
rio Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de
inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial,
que estabelecerá seus limites.
A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais
renovações, desde que comprovada sua necessidade (art. 10, § 3º, da Lei n. 12.850/2013).
O Pacote Anticrime estabeleceu ainda disposições específicas sobre a infiltração de agen-
tes em ambientes virtuais (art. 10-A da Lei n. 12.850/2013).
A disciplina da ação controlada e da infiltração de agentes pela Lei n. 12.850/2013 confere
mais segurança jurídica ao instituto, devendo ser estritamente observada pelas autoridades
para que as provas obtidas por tais meios sejam válidas. Como toda técnica de investigação
que envolve a relativização de direitos fundamentais, tal como a interceptação telefônica, a
medida deve ser justificada no caso concreto, com a demonstração de necessidade e adequa-
ção. A gravidade do crime em abstrato não é suficiente para ensejar as medidas.
Por fim, é interessante consignar precedente em que se reconheceu a distinção entre ação
controlada e captação de conversas por gravação ambiental realizada por agente beneficiado
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JURISPRUDÊNCIA
1. Não há que se falar em ilegalidade da prova obtida ao argumento de se tratar de ação
controlada sem prévia autorização judicial, pois no caso em exame não se trata de agente
policial ou administrativo, conforme prevê o art. 8º da Lei n. 12.850/2013, mas de cap-
tação ambiental (gravação clandestina) realizada por colaborador premiado, meio de
obtenção de prova expressamente previsto no art. 3º da referida lei.
2. “É válida a utilização da gravação ambiental realizada por um dos interlocutores do
diálogo como meio de prova no processo penal, independentemente de prévia autori-
zação judicial. Precedentes.” (RHC 59.542/PE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª T., DJe
14/11/2016). (RHC 102808/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5ª T., j. em 6/8/2019, DJe
15/08/2019, grifos nossos).
Medidas Assecuratórias
Um dos principais avanços da Lei n. 9.613/1998 consiste na adoção de medidas para re-
tirar os bens, direitos e valores dos autores dos crimes de lavagem e das infrações conexas e
colocá-los sob a vigilância do Estado em caráter cautelar, a fim de assegurar os efeitos da con-
denação, tais como o confisco dos bens em favor do Poder Público e a reparação dos danos.
As alterações da Lei n. 12.683/2012 contribuíram para deixar tais medidas mais céleres e mais
eficazes. Vejamos quais medidas são essas.
O Código de Processo Penal estabelece como medidas assecuratórias o sequestro e o ar-
resto de bens e a hipoteca legal, além de estabelecer o procedimento de sua decretação (arts.
125 a 144-A do CPP).
Sequestro: em regra, recai sobre os bens imóveis supostamente adquiridos pelo indicia-
do ou acusado com o proveito econômico da infração, ainda que tenham sido transferidos a
terceiro. Deve haver, portanto, indícios de proveniência ilícita dos bens. A lei fala em “indícios
veementes” (art. 126). O sequestro tem, portanto, a finalidade de salvaguardar o efeito da con-
denação consistente no confisco do proveito do crime, evitando assim que o agente continue
desfrutando dos benefícios obtidos ilicitamente da atividade criminosa. O art. 132 prevê a
possibilidade de sequestro de bens móveis de forma residual, quando não cabíveis a busca e a
apreensão. Mesmo neste caso, devem estar presentes os indícios veementes da origem ilícita
dos bens. O sequestro poderá ser levantado nas hipóteses do art. 131 do CPP, entre elas, se a
ação penal não for intentada em 60 dias.
Arresto: pelos arts. 136 e 137 do CPP, é possível o arresto de bens imóveis em caráter
preferencial aos bens móveis. Os bens servirão ao ressarcimento do dano, bem como o paga-
mento das despesas processuais e as penas pecuniárias (art. 140 do CPP).
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Hipoteca legal: pelo art. 134 do CPP, pode ser requerida pelo ofendido e deve seguir o rito
do art. 135.
Na jurisprudência abaixo (grifo nosso), é reconhecida a falta de precisão técnica do nosso
legislador quanto à natureza de cada uma dessas medidas:
JURISPRUDÊNCIA
As dificuldades de enquadramento teórico das medidas cautelares patrimoniais, como
o sequestro e o arresto, no âmbito do processo penal, são afirmadas por doutrina, ao
reconhecer que “o Código de Processo Penal não empregou a palavra sequestro em seu
sentido estrito e técnico; deu-lhe compreensão demasiadamente grande, fazendo entrar
nela não apenas o que tradicionalmente se costuma denominar sequestro, mas também
outros institutos afins e, especialmente, o arresto”, ressaltando, ainda, que “a confusão
não foi apenas terminológica”, porquanto “misturam-se, por vezes, no mesmo instituto
coisas que são próprias do sequestro com outras que são peculiares ao arresto”. [...]
(REsp 1.585.781-RS, Rel. Min. Felix Fischer, j. em 28/6/2016, DJe 1º/8/2016).
O CPP permite ainda a alienação antecipada dos bens constritos para preservação do va-
lor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação
ou quando houver dificuldade para sua manutenção. O art. 144-A disciplina os procedimentos
para a alienação dos bens.
Em que pese a disciplina do CPP sobre as medidas assecuratórias, a Lei de Lavagem de
Capitais instituiu regras específicas, em seus arts. 4º e 4º-A, com o objetivo dar maior eficácia
e celeridade à aplicação das medidas assecuratórias. Desta vez, o legislador não entrou nas
distinções entre sequestro e arresto e estabeleceu que as medidas assecuratórias sejam de-
cretadas sobre bens, direitos e valores, ampliando o seu alcance, bem como permitiu expres-
samente que a proveniência ilícita considere tanto a infração de lavagem de dinheiro quanto
as infrações penais antecedentes. Veja como a jurisprudência já analisou as inovações da Lei
n. 9.613/1998 (grifos nossos):
JURISPRUDÊNCIA
A par disso, convém esclarecer que, a partir da Lei n. 12.683/2012, introduziram-se alte-
rações na Lei de Lavagem de Dinheiro, entre as quais, de relevante para a espécie, a con-
cernente à previsão de um outro tipo de medida acauteladora, de ordem patrimonial, e
que conta com abrangência e requisitos específicos, prevista no art. 4º, caput, da Lei de
Lavagem de Dinheiro: “O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro)
horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas assecu-
ratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em nome
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Sérgio Bautzer
de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos
nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.” Destaque-se que, conforme entendi-
mento doutrinário, essa alteração legislativa “parece ampliar o conceito de sequestro
para estendê-lo também a quaisquer valores e/ou direitos, desde que constituam pro-
veito ou produto do crime [...]. E mais ainda. Tanto poderão ser apreendidos os bens pro-
duto do crime antecedente quanto o do delito de lavagem em apuração e/ou processo”.
(REsp 1.585.781-RS, Rel. Min. Felix Fischer, j. em 28/6/2016, DJe 1º/8/2016).
JURISPRUDÊNCIA
Frise-se, ainda, que há entendimento doutrinário de não ser apenas em relação aos bens
que constituam proveito ou produto da infração que poderão recair as medidas constri-
tivas, visto que se mostrarão cabíveis, ademais, para a “reparação do dano causado pelo
crime de lavagem e seu antecedente e para o pagamento de prestação pecuniária (em
caso de condenação), multa e custas processuais”. Nesse contexto, o § 4º do aludido
art. 4º dispõe: “Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista
nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.” Além disso, a pre-
visão dos §§ 2º e 3º do art. 4º da Lei n. 9.613/1998, com a redação que lhes foi dada pela
Lei n. 12.683/2012, introduz questionamentos relevantes, cujo exame revela-se impor-
tante para a espécie: “§ 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direi-
tos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos
bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento
de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal; § 3º Nenhum
pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado ou de
interposta pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática
de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto
no § 1º.” (REsp 1.585.781-RS, Rel. Min. Felix Fischer, j. em 28/6/2016, DJe 1º/8/2016).
Cabe ressaltar que atualmente a jurisprudência do STJ é pacífica ao admitir que a realiza-
ção de quaisquer das medidas assecuratórias previstas na legislação processual penal, tais
como o sequestro, o arresto e a hipoteca legal, têm por fim garantir tanto a reparação de dano
ex delicto quanto a efetividade da multa pecuniária e o pagamento das custas processuais que
possam vir a ser impostas ao denunciado. Para que as referidas providências acautelatórias
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
JURISPRUDÊNCIA
É possível a interposição de apelação, com fundamento no art. 593, II, do CPP, contra
decisão que tenha determinado medida assecuratória prevista no art. 4º, caput, da Lei
n. 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro), a despeito da possibilidade de postulação
direta ao juiz constritor objetivando a liberação total ou parcial dos bens, direitos ou
valores constritos (art. 4º, §§ 2º e 3º, da mesma Lei). [...]. Quanto aos meios de defesa
contra o sequestro ou arresto de bens, a jurisprudência do STJ (REsp 258.167-MA, Quinta
Turma, DJe 10/6/2002; e AgRg no RMS 45.707-PR, Quinta Turma, DJe 15/5/2015) e do
STF (RE 106.738-MT, Primeira Turma, DJ 1º/8/1986) afirma ser o recurso de apelação
previsto no art. 593, II, do CPP a via de impugnação idônea para combater as decisões
que impliquem a concessão de cautelar patrimonial no processo penal (REsp 1.585.781-
RS, Rel. Min. Felix Fischer, j. em 28/6/2016, DJe 1º/8/2016).
JURISPRUDÊNCIA
Agora, a respeito do modo de se impugnar a decisão que tenha determinado a constri-
ção de bens no campo particular da Lei de Lavagem de Dinheiro (art. 4º), é oscilante a
doutrina. Essa descontinuidade, divisada na ausência de uniformidade doutrinária sobre
tema sensível, deita suas raízes numa normativa processual penal potencialmente care-
cedora de revisão. Não se pode, entretanto, onerar a parte com o descortinamento da
medida necessária para fazer conhecidas as suas alegações. Nessa ordem de ideias, se
o CPP estatui, para as cautelares patrimoniais, como o sequestro e o arresto, mecanismos
de impugnação a serem veiculados perante o juízo de primeiro grau, que decretou a medida
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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Destacamos que as medidas assecuratórias sobre bens, direitos e valores nem sempre são
convenientes para as investigações, razão por que, pelo art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998, elas
podem ser suspensas pelo juiz quando sua execução imediata puder comprometer as in-
vestigações.
O dispositivo deve ser interpretado de acordo com as regras do art. 312 do Código de Pro-
cesso Penal. Se estiverem ausentes os requisitos da prisão preventiva, o investigado poderá
responder ao processo em liberdade.
A doutrina é bastante enfática ao considerar que a proibição em abstrato à fiança e à li-
berdade provisória só pode ocorrer nos casos expressamente previstos na Constituição. O
legislador ordinário não pode criar mais hipóteses, substituindo o papel do juiz (princípio da
proibição do excesso). Cabe ao juiz decidir, a partir das circunstâncias do caso concreto, se é
caso de prisão provisória ou não.
A regra geral deve ser a liberdade, e o processo deve ter duração razoável para que se
possa obter com a maior eficiência possível a prestação jurisdicional. Segundo a doutrina, as
legislações que no passado tentaram instituir regras de proibição absoluta a direitos funda-
mentais assegurados pela Constituição, tais como a Lei de Crimes Hediondos, ao instituir o
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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JURISPRUDÊNCIA
Na hipótese em que a atuação do sujeito na organização criminosa de tráfico de drogas
se limitava à lavagem de dinheiro, é possível que lhe sejam aplicadas medidas cautela-
res diversas da prisão quando constatada impossibilidade da organização continuar a
atuar, ante a prisão dos integrantes responsáveis diretamente pelo tráfico. (HC 376.169-
GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, por maioria,
julgado em 1/12/2016, DJe 14/12/2016, grifo nosso).
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata pu-
der comprometer as investigações. (grifo nosso)
A possibilidade de suspensão da prisão provisória pode ainda ser útil para a ação controla-
da e a infiltração de agentes, permitindo que se colecione mais indícios e elementos de provas
para formar uma sólida justa causa para a ação penal.
Colaboração Premiada
A colaboração premiada deve ser estudada com o devido aprofundamento em sua aula so-
bre a legislação de combate ao crime organizado, Lei n. 12.850/2013. Aqui, vamos fazer uma
abordagem dos principais pontos, já que está prevista como instrumento de investigação na
Lei n. 9.613/1998 (art. 1º, § 5º) e vem sendo muito utilizada para desvendar os crimes de lava-
gem de dinheiro, que geralmente ocorrem em contexto de criminalidade organizada. O Pacote
Anticrime reformulou inteiramente o capítulo da colaboração premiada na Lei n. 12.850/2013,
o que significa que o seu examinador vai cobrar esse tema em prova.
A colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que pres-
supõe utilidade e interesse público (art. 3º-A da Lei n. 12.850/2013). A redação dada pelo
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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Pacote Anticrime consolidou entendimento que já vinha sendo aplicado pela jurisprudência
quanto à natureza jurídica da colaboração premiada como meio de obtenção de prova.
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaber-
to, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coau-
tores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime (grifo nosso).
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha co-
laborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa
colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I – A identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações
penais por eles praticadas;
II – A revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
III – A prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
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IV – A recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa;
V – A localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
Observe que, pela Lei das Organizações Criminosas, a colaboração premiada deve ser efe-
tiva e voluntária. Aqui não há aquela exigência mais restrita da espontaneidade exigida pela Lei
n. 9.613/1998. Na prática, a distinção terminológica não tem se mostrado relevante. Basta que
o investigado ou acusado tenha a iniciativa de procurar as autoridades para propor acordo de
colaboração, acompanhado de seu defensor. Com a disciplina da Lei n. 12.850/2013, observa-
mos que o instituto é aprimorado em sua tecnicidade.
Mas é importante ressaltar que remanescem algumas diferenças procedimentais entre a
colaboração premiada do art. 1º, § 5º, da Lei n. 9.613/1998 e a da Lei n. 12.850/2013. Vejamos
precedente nesse sentido (grifo nosso):
JURISPRUDÊNCIA
7. O art. 1º, § 5º, da Lei n. 9.613/1998, contempla hipótese de colaboração premiada
que independe de negócio jurídico prévio entre o réu e o órgão acusatório (colaboração
premiada unilateral) e que, desde que efetiva, deverá ser reconhecida pelo magistrado, de
forma a gerar benefícios em favor do réu colaborador.
8. Ao menos um dos efeitos exigidos pela norma foi alcançado, qual seja, a apuração das
infrações penais, pois há explícita referência no acórdão à existência de escritura pública
na qual o recorrente prestou esclarecimentos substanciais à apuração do delito ante-
cedente (peculato) e subsequente (lavagem). 9. A instância ordinária reconheceu que o
recorrente faz jus à atenuante da confissão espontânea, circunstância que evidência, de
forma irrefutável, o caráter espontâneo da colaboração (REsp 1691901/RS, Min. Sebas-
tião Reis Júnior, 6ª T., j. em 26/9/2017, DJe 9/10/2017).
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meio de obtenção de prova, sendo que, para haver condenação, o seu conteúdo deve ser cor-
roborado por outros meios probatórios.
JURISPRUDÊNCIA
A colaboração premiada é meio de obtenção de prova (artigo 3º da Lei n. 12.850/2013).
Não se placita – antes ou depois da Lei n. 12.850/2013 –, condenação fundada exclu-
sivamente nas declarações do agente colaborador. Na espécie, as provas documentais,
testemunhais e perícias produzidas, além corroborarem as declarações dos colabora-
dores, comprovaram a autoria e o dolo para além de dúvida razoável (beyond a reasona-
ble doubt), inexistentes causas de exclusão de ilicitude e culpabilidade. Condenação, em
concurso material, da corrupção passiva com a lavagem de capitais (STF, AP 694/MT, Rel.
Min. Rosa Weber, 1ª T., j. em 2/5/2017, grifos nossos).
Nesse sentido, o Pacote Anticrime deu nova redação ao art. 4º da Lei n. 12.850/2013 para
estabelecer todas as decisões que não poderão ser embasadas tão somente nas palavras do
colaborador, merecendo ser corroboradas por outras provas. Vejamos:
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas
declarações do colaborador:
I – Medidas cautelares reais ou pessoais;
II – Recebimento de denúncia ou queixa-crime;
III – Sentença condenatória.
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente,
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente (grifo nosso).
Justa causa duplicada: para ser considerada apta, a denúncia por lavagem de dinheiro
deve apresentar elementos informativos suficientes que sirvam de lastro probatório mínimo,
que apontem a materialidade e ofereçam indícios da autoria da prática de atos de ocultação
ou de dissimulação da origem dos bens ou valores. Além disso, a inicial acusatória deve trazer
elementos que indiquem a existência de infração penal antecedente, demonstrando a chama-
da justa causa duplicada. A peça acusatória não precisará descrever, de forma pormenorizada,
as infrações penais antecedentes nem apresentar provas formadas em contraditório para que
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seja considerada apta pelo juiz, bastando demonstrar indícios de materialidade das infrações
antecedentes mais os indícios de autoria e materialidade da lavagem em si.
Esse lastro mínimo de prova a justificar a causa pode consistir em documentos obtidos por
meio de busca e apreensão, depoimentos de testemunhas, dados obtidos mediante quebra de
sigilo bancário devidamente autorizada, apenas para citar alguns exemplos.
Crime de autoria coletiva: se a atividade de lavagem de capitais for considerada crime de
autoria coletiva, em razão da longa cadeia de atos de branqueamento e do envolvimento de
muitos agentes para operar a complexidade de atos típicos, a denúncia não precisará detalhar
todas as ações de forma individualizada, bastando demonstrar a existência de um liame entre
o seu agir e a prática delituosa, de forma a possibilitar o direito de defesa (RHC 114849/PE, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T., j. em 17-9-2019, DJe 24/9/2019).
Considerando o que foi dito, admite-se a narração genérica dos fatos, sem discriminação da
conduta específica de cada denunciado, quando a lavagem de dinheiro for considerada crime
de autoria coletiva, visto que só na instrução poderá se esclarecer quem concorreu participou
ou ficou alheio à ação ilícita ou ao resultado com ela obtido.
Nessa linha, o STF, no julgamento do Inq 2.471/SP (Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
DJe de 1º/3/2012), considerou que não é inepta a denúncia por crime de lavagem de dinheiro
e formação de quadrilha ou bando que, em vista de diversos agentes supostamente envolvi-
dos, descreve os fatos de maneira genérica e sistematizada, mas com clareza suficiente que
permita compreender a conjuntura tida por delituosa e possibilite o exercício da ampla defesa.
Competência e Procedimento
Os crimes de lavagem de dinheiro são processados, em regra, pela justiça comum estadu-
al, pelo procedimento comum. É o que se depreende do art. 2º, I, da Lei n. 9.613/1998.
Por serem crimes parasitários, têm como pressuposto a prática de infração penal anterior
e têm como objeto material dinheiro, bens ou valores obtidos da prática de crimes. A lavagem
pode ou não ser investigada, processada e julgada em conjunto com as infrações anteceden-
tes. Mas, a critério da investigação ou da acusação, a lavagem de dinheiro também pode ser
investigada ou processada separadamente dos crimes que lhe deram origem. É uma questão
de estratégia a escolha de como levar adiante a persecução penal, conforme as circunstâncias
do caso concreto. Neste caso, o juiz decidirá sobre a conveniência de unidade de processo e
julgamento da lavagem e das infrações antecedentes. É o que se depreende do art. 2º, II, da
Lei n. 9.613/1998. Observe como a questão é decidida no STJ (grifos nossos):
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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JURISPRUDÊNCIA
4. A conexão instrumental, prevista no art. 76, III, do Código de Processo Penal, via de
regra, não determina competência de modo absoluto nem impõe a reunião de processos.
A definição de apreciação dos feitos pelo mesmo juízo e a união das persecuções penais
devem ser analisadas de acordo com cada situação concreta.
5. Nas hipóteses de crimes de lavagem de capitais, há legislação especial que dispõe
sobre a autonomia do processamento e do julgamento dos crimes da Lei n. 9.613/1998,
e das infrações que os antecedem. Cabe ao juízo competente para apreciar os crimes
de lavagem de dinheiro, decidir a respeito da união dos processos (art. 2º, II, do referido
diploma legal), examinando caso a caso, com objetivo de otimizar a entrega da presta-
ção jurisdicional. No ponto, aplicável a Súmula 7/STJ (REsp 1829744/SP, Min. Sebastião
Reis Júnior, 6ª T., j. em 18/2/2020, DJe 3/3/2020).
JURISPRUDÊNCIA
V – Havendo fundados indícios de que os crimes de lavagem de dinheiro foram, ao menos
parcialmente, cometidos em território nacional, consoante a narrativa acusatória, acom-
panhada de documentação apta, em princípio, a confirmar a tese deduzida, bem como
segundo as decisões das instâncias ordinárias, não falece competência à autoridade
judiciária para processar e julgar o feito, por aplicação das regras do art. 5º, caput, e 6º
do CP, impondo-se o prosseguimento da instrução processual para a apuração da res-
ponsabilidade criminal do agente.
VI – Consoante entendimento já adotado por esta Corte, praticados os crimes antece-
dentes ao delito de lavagem de dinheiro em prejuízo da Administração Pública brasileira
– especificamente, contra o patrimônio da Petrobras –, ainda que porventura os atos de
lavagem tenham-se realizado exclusivamente no estrangeiro, subsiste a competência do
Poder Judiciário brasileiro para processar e julgar os fatos, a teor do art. 7º, I, “b”, do CP
(AgRg no RHC 112868/PR, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo, 5ª T., j. em 19/11/2019,
DJe 26/11/2019).
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Revelia do réu: de acordo com o art. 2º, § 2º, da Lei n. 9.613/1998, no processo por crime
previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Código de Processo Penal, ou seja,
não fica suspenso o processo nem o prazo prescricional. Nesse caso, o acusado que não
comparecer nem constituir advogado deve ser citado por edital, prosseguindo o feito até o
julgamento com a nomeação de defensor dativo.
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se haverá sursis, entre outras questões relacionadas à execução da sanção penal. Os efeitos
extrapenais são os efeitos genéricos e específicos de que tratam os arts. 91 e 92 do Código
Penal, sendo que, com o Pacote Anticrime, foi acrescentado o art. 91-A para disciplinar efeitos
específicos para infrações com pena máxima superior a 6 anos, ou seja, infrações graves.
Em linhas gerais, são efeitos genéricos da condenação: tornar certa a obrigação de reparar
o dano e a perda em favor da União dos instrumentos e do produto ou proveito do crime, obser-
vadas as circunstâncias do art. 91. A perda do produto ou do proveito econômico da infração
é modalidade de confisco. O direito de propriedade é absoluto em nosso ordenamento, mas há
hipóteses de confisco, como a dos bens ou valores que o proprietário obteve de forma ilegíti-
ma, a partir da prática de crimes.
O art. 91-A trouxe uma hipótese mais “flexível” de confisco para infrações consideradas
mais graves, pois parte de uma presunção de que certos bens constituem produto ou proveito
do crime. Isto é, os bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado
e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito poderão ter a sua perda decretada.
Ademais, será considerado patrimônio do condenado todos os bens de sua titularidade ou que
estejam sob o seu domínio e dos quais ele obtenha benefícios direitos ou indiretos (art. 91-A,
§ 1º, I). Serão ainda considerados patrimônio do condenado os bens transferidos a terceiros a
título gratuito ou mediante valor irrisório depois de praticar a infração penal (art. 91-A, § 1º, II).
Há ainda os efeitos extrapenais específicos, que são as hipóteses dos incisos I a III do art.
92 do CP, que dizem respeito à perda do cargo, função pública ou mandato eletivo, à incapa-
cidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela ou à inabilitação para dirigir
veículo automotor. São considerados específicos porque são aplicáveis somente em determi-
nadas circunstâncias da conduta criminosa.
Feita essa introdução, a Lei de Lavagem de Capitais, em seu art. 7º, traz ainda hipóteses
específicas de efeitos da condenação pelas infrações da Lei n. 9.613/1998 (grifos nossos):
I – A perda, em favor da União – e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual –,
de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes pre-
vistos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou
de terceiro de boa-fé;
II – A interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de mem-
bro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo
dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
A perda de bens, direitos e valores em favor da União ou do Estado recairá sobre todos os bens,
direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, com a prática da lavagem de dinheiro,
ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé.
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Obs.: O rol do art. 9º é enorme, mas vale a pena ser lido. Sugiro que você inclua no seu estudo
de lei seca. Mas ressaltamos que, em 2019, foram acrescidas a esse rol as empresas
de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de fomento comercial (factoring) e
as Empresas Simples de Crédito (ESC). Inovação introduzida pela Lei Complementar
n. 167/2019.
O sistema antilavagem seguido pela Lei n. 9.613/1998 envolve ainda a cooperação entre
os Estados-partes do sistema internacional de combate à lavagem de dinheiro para facilitar a
execução das medidas de confisco determinadas por órgão judiciário de um dos Estados-par-
tes em razão de investigação ou processamento de crimes de lavagem de sua competência,
mas que foram adquiridos em outro país signatário.
Lembremos do início da aula em que abordamos a longa e complexa cadeia de atos de
lavagem de dinheiro que se dá por meio das três fases: colocação, ocultação e reintegração.
Não raro, tais atividades transpõem as fronteiras de um país, passando por paraísos fiscais
para retornar ao país de origem ou ser distribuída em mais de um país, a depender da escala
de atuação das organizações criminosas envolvidas.
Nesse sentido, a Lei n. 9.613/1998 (grifos nossos) dispõe:
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§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional,
quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores privados sujeitos a medidas asse-
curatórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua
alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado
o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
JURISPRUDÊNCIA
É possível a homologação de sentença penal estrangeira que determine o perdimento
de imóvel situado no Brasil em razão de o bem ser produto do crime de lavagem de
dinheiro. De fato, a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transna-
cional (Convenção de Palermo), promulgada pelo Decreto n. 5.015/2004, dispõe que os
estados partes adotarão, na medida em que o seu ordenamento jurídico interno o per-
mita, as medidas necessárias para possibilitar o confisco do produto das infrações pre-
vistas naquela convenção ou de bens cujo valor corresponda ao desse produto (art. 12, 1,
a), sendo o crime de lavagem de dinheiro tipificado na convenção (art. 6º), bem como na
legislação brasileira (art. 1º da Lei n. 9.613/1998). Ademais, nos termos do CP: «Art. 9º A
sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
consequências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à repara-
ção do dano, a restituições e a outros efeitos civis”. Verifica-se, assim, que a lei brasileira
também prevê a possibilidade de perda, em favor da União, ressalvado o direito do lesado
ou de terceiro de boa-fé, do produto do crime, como um dos efeitos da condenação (art.
91, II, b, do CP). Nesse contexto, não prospera a alegação de que a homologação de
sentença estrangeira de expropriação de bem imóvel – situado no Brasil – reconhe-
cido como proveniente de atividades ilícitas ocasionaria ofensa à soberania nacional,
pautada no argumento de que competiria à autoridade judiciária brasileira conhecer de
ações relativas a imóvel situado no País, de acordo com o previsto no art. 12, § 1º, da
LINDB, bem como no art. 89, I, do CPC/1973. Com efeito, não se trata especificamente
sobre a situação de bem imóvel, sobre a sua titularidade, mas sim sobre os efeitos civis
de uma condenação penal determinando o perdimento de bem que foi objeto de crime de
lavagem de capitais. Inclusive, é importante destacar que o bem imóvel não será transfe-
rido para a titularidade do país interessado, mas será levado a hasta pública, nos termos
do art. 133 do CPP. (SEC 10.612-FI, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/5/2016, DJe
28/6/2016).
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de asses-
soria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em
operações: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações so-
cietárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores mobiliários;
(Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos fiduci-
ários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou
artísticas profissionais; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização, agen-
ciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou
eventos similares; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou ani-
mal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVIII – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua ma-
triz no Brasil, relativamente a residentes no País. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Conforme Renato Brasileiro6, uma persecução penal eficiente da lavagem de capitais exi-
ge, obrigatoriamente, uma perfeita interação entre três subsistemas: a) prevenção: composto
pelos denominados sujeitos obrigados (art. 9º) e pelos órgãos de inteligência financeira, espe-
cialmente o COAF, dotado de autonomia técnica e operacional, atualmente vinculado adminis-
trativamente ao Banco Central do Brasil; b) repressão e persecução: composto pela Polícia e
pelo Ministério Público; c) recuperação de ativos: tarefa desempenhada pelo MP e por órgãos
do Poder Executivo, notadamente o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação
Jurídica Internacional (DRCI).
Em relação ao subsistema de prevenção, tendo em conta que o processo de lavagem en-
volve, obrigatoriamente, a movimentação de bens, valores ou direitos, estabeleceram-se me-
canismos de controle de registros de operações consideradas suspeitas. O artigo 9º da lei
determinou as espécies de atividades sujeitas à fiscalização permanente por parte da cor-
respondente pessoa jurídica ou física, que se vê obrigada a comunicar ao COAF a relação de
operações suspeitas, de forma a viabilizar uma investigação mais detalhada.
O combate à lavagem de capitais passa, portanto, pela cooperação entre o setor público e
o setor privado. Neste sistema que a doutrina denomina de twin trqack fight, pessoas físicas
ou jurídicas que atuam em campos sensíveis à lavagem de capitais, que exerçam atividades
6
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada: volume único. 9. ed., rev., atual. e ampl. – Salvador:
Juspodivm, 2021.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização:
(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas da identificação de que
trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf,
na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transa-
ções ou operações passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo, elaborarão rela-
ção de operações que, por suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma
de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarretarão responsabi-
lidade civil ou administrativa.
§ 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II do caput aos res-
pectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9º.
(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deverão ser previamente comu-
nicados à instituição financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central
do Brasil. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Da Responsabilidade Administrativa
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que
deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou
não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
7
LIMA, Renato de. Op. Cit.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação;
ou (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador
das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou funciona-
mento. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das instruções referi-
das nos incisos I e II do art. 10.
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por culpa ou dolo: (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado pela autoridade
competente;
II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de
2012)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada nos termos do inciso V do
art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações graves quanto ao
cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, devi-
damente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de infrações
anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.
Art. 13. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos
cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua
prática, ou de qualquer outro ilícito.
Art. 16. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
Art. 17. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
Disposições Gerais
Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (Incluí-
do pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias em resposta às ordens
judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio infor-
mático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração de informações para os autos do
processo sem redigitação. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Um dos maiores entraves, por ocasião da quebra de sigilo de dados financeiros, bancários
e fiscais diz respeito à ausência de definição de um parâmetro único a ser observado pelas
instituições bancárias e pela Receita Federal ao prestar as informações. Daí a importância do
artigo 17-C, supracitado, acrescido pela Lei n. 12.683/12.8
Em substituição à apresentação de diversos documentos fotocopiados em suporte de pa-
pel, a lei passa a exigir que as informações sejam prestadas por meio de arquivos digitais,
sendo possível, inclusive, a indicação pelo juiz do programa de processamento de dados a ser
utilizado, o que, sem dúvida, irá otimizar a análise dessas informações.
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remune-
ração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamen-
tada, o seu retorno. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012) (Vide ADIN 4911)
8
LIMA, Renato Brasileiro de. Op. Cit.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
Renato Brasileiro leciona que o simples indiciamento não pode acarretar a suspensão das
funções públicas. Porém, aduz que é certo que, diante do envolvimento de servidor público em
crimes de lavagem de capitais ou infrações antecedentes, nada impede que a autoridade judi-
ciária competente decrete a suspensão do exercício de função pública, se visualizar que esta
medida cautelar diversa da prisão é necessária para a aplicação da lei penal, para a investiga-
ção ou instrução criminal, ou para evitar a prática de novas infrações penais.
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados fiscais dos contribuintes
pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declara-
ção de renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
O objetivo do artigo 17-E é garantir um período mínimo de preservação dos dados fiscais
dos contribuintes. Logo, na hipótese de ulterior quebra do sigilo fiscal, tais informações po-
derão ser fornecidas pela Receita Federal para que sejam utilizadas como prova em eventual
persecução penal. Cuida-se de prazo mínimo, o que significa dizer que, pelo menos em tese, é
possível que a Receita Federal conserve esses dados fiscais por mais tempo.9
9
LIMA, Renato Brasileiro de. Op. Cit.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
RESUMO
Nesta aula estudamos a Lei n. 9.613/1998, Lei da Lavagem de Ocultação de Bens, Direitos
e Valores, com as alterações trazidas pela Lei n. 12.683/12 e pelo Pacote Anticrime.
Conforme se verá adiante, nas questões de concurso propostas, é importante o estudo do
artigo 1º, §§ 3º, 4º e 5º, que dispõe, primeiramente, que é possível a tentativa, uma vez que a
lei prevê a punição para tanto.
Destaca-se, também, que a pena do crime de lavagem será aumentada de 1/3 a 2/3, se os
crimes forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. Aten-
ção: não confundir com associação criminosa!
Ademais, a pena aplicável aos crimes de lavagem poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3 e ser
cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substi-
tuí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colabo-
rar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apura-
ção das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização
dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
A respeito das medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acu-
sado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou pro-
veito dos crimes previstos na lei ou das infrações penais antecedentes, o juiz, de ofício, a re-
querimento do Ministério Público ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o
Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal,
poderá decretá-las.
Sobre os efeitos da condenação por crimes de lavagem de capitais, estes podem ser:
• a perda, em favor da União – e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Es-
tadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à
prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
• a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de
membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas
no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Por fim, para o aprimoramento de seu conhecimento, é de suma importância a leitura das
Jurisprudências em Teses do STJ, n. 166 1 167, os quais dispões, dentre outros pontos:
Tese 166, n.1) É desnecessário que o autor do crime de lavagem de dinheiro tenha sido
autor ou partícipe da infração penal antecedente, basta que tenha ciência da origem ilícita dos
bens, direitos e valores e concorra para sua ocultação ou dissimulação.
Tese 166, N.3) A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige
uma descrição exaustiva e pormenorizada do suposto crime prévio, bastando, com relação às
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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Sérgio Bautzer
MAPAS MENTAIS
O processo e julgamento
São de competência da Justiça Estadual, salvo as exceções
dos crimes da Lei de previstas na lei, que são:
Lavagem de Capitais:
Quando praticados contra o sistema financeiro e a
ordem econômico-financeira;
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FCC/MP-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) De acordo com o ordenamento jurídico
e o posicionamento dos tribunais superiores acerca do crime de “lavagem” ou ocultação de
bens, direitos e valores (Lei n. 9.613/1998),
a) a pena será aumentada de metade, se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) somente constitui o crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores se o valor
em pecúnia envolvido tiver decorrido de um dos crimes referidos no rol exaustivo da Lei n.
9.613/1998.
c) a lei de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, muito embora criminalize a con-
duta de ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de determi-
nados crimes, é omissa quanto à tipificação das condutas de importar ou exportar bens com
valores não correspondentes aos verdadeiros.
d) não é punível a tentativa de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
c) seria citado por edital, e o feito seria suspenso assim como o curso do prazo prescricional.
d) tal motivo, de acordo com a Lei n. 9.613/1998, seria o suficiente para a decretação de sua
prisão preventiva.
e) tal motivo, de acordo com a Lei n. 9.613/1998, seria o suficiente para a decretação de sua
prisão temporária.
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d) suspender, após ouvir o Ministério Público, medida assecuratória de bens e valores sob o
fundamento de que a execução imediata poderá comprometer as investigações.
e) não receber a denúncia sob o fundamento de que a peça foi instruída com infração penal
antecedente cuja punibilidade foi extinta.
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Sérgio Bautzer
Flávio responderão pelo crime de lavagem de capitais, e será da justiça federal a competência
para processar e julgar a ação penal.
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Sérgio Bautzer
ções financeiras, a fim de impedir o rastreamento e encobrir a origem ilícita dos valores é de-
nominada pela doutrina de:
a) ocultação.
b) colocação
c) destinação
d) evaporação
e) integração.
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
( ) Investigado por corrupção, ex-secretário de Obras Públicas da Argentina dos governos Kir-
chner foi preso quando prestes a enterrar milhares de dólares no terreno de um mosteiro, na
província de Buenos Aires. O colombiano Pablo Escobar, conhecido narcotraficante dos anos
80/90, enterrava dinheiro oriundo do tráfico de entorpecentes. Nestas situações é razoável
afirmar, à luz da doutrina especializada e de precedentes jurisprudenciais, que enterrar dinheiro
produto do crime antecedente, ainda que seja para ocultá-lo, não se enquadra no tipo assimé-
trico da lavagem de dinheiro, se desacompanhado de um ato adicional ou contexto capaz de
evidenciar que o agente realizou a ação com a finalidade específica de emprestar aparência de
licitude aos valores escondidos.
( ) O presidente de uma autarquia estadual foi condenado por crime de dispensa de licitação
fora das hipóteses previstas em lei. O cálculo da respectiva pena de multa deve seguir o critério
bifásico do CP, devendo o juiz atender, principalmente, na quantificação do valor de cada dia-
-multa, ao montante da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
( ) Cheques de terceiros, recebidos como produtos de concussão continuada, foram deposi-
tados pelo agente público na conta bancária de uma escola de fachada, a cujos valores pos-
teriormente teve acesso em simulados pagamentos por aulas ministradas em seus cursos.
Neste caso tipifica-se a lavagem de dinheiro, como crime, mesmo que extinta a punibilidade da
infração penal antecedente, pela prescrição.
( ) Artur patrocina interesse privado perante a Administração e consegue obter a instauração
de um processo licitatório no interesse de seu cliente. Patrocinar, direta ou indiretamente, inte-
resse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração
de contrato, para caracterizar-se como crime licitatório, depende da invalidação da licitação ou
do contrato administrativo pelo Poder Judiciário. A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – F.
b) V – F – V – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F.
e) V – F – V – F.
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d) A Lei n. 9.613, de 1998, não prevê expressamente o sequestro de bens em nome do investi-
gado, restando, para a medida assecuratória, a aplicação subsidiária das normas processuais.
e) A fase de layering, ou dissimulação, na lavagem de dinheiro, é aquela em que se busca dar
aos recursos financeiros a aparência de legítimos, à qual se sucede a fase de integração (in-
tegration).
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Sérgio Bautzer
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Lei n. 9.613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
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b) A doutrina majoritária identifica como bem jurídico do delito de lavagem de dinheiro a admi-
nistração da justiça e(ou) a ordem socioeconômica.
c) Para que tenha direito a benefício resultante de colaboração premiada, é necessário que o
agente cumpra dois requisitos: identifique os autores e informe a localização dos bens, direitos
ou valores objeto do crime.
d) Caso uma instituição cuja atividade principal seja captação de recursos financeiros de tercei-
ros tenha conhecimento de atos suspeitos previstos nessa lei, deve comunicar o fato ao Con-
selho de Controle das Atividades Financeiras para evitar ser responsabilizada criminalmente.
e) Se, em um escritório, ocorrer a prática reiterada de delitos previstos na referida lei com
o conhecimento dos funcionários, a responsabilização criminal de cada um desses agentes
dependerá da comprovação de sua prática efetiva de atos de ocultação de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal.
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c) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um terço e ser cumprida em regime semiaberto,
vedado o regime aberto, facultando-se ao juiz substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva
de direitos.
d) não será possível a redução da pena privativa de liberdade, mas o Magistrado poderá deter-
minar o seu cumprimento em regime aberto ou semiaberto, e a substituição por pena restritiva
de direitos a qualquer tempo.
e) a pena de Xisto poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos.
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e) Caio, se condenado ao crime tributário, em vista do ganho ilícito, poderá ter a pena de multa
elevada em até 20 (vinte) vezes, caso o juiz julgue insuficiente a pena pecuniária calculada nos
termos da lei.
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crime ou qualquer ilícito previsto na Lei no 9.613/1998, por força das limitações inerentes ao
sigilo bancário.
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GABARITO
1. e 37. e 73. c
2. a 38. a 74. e
3. d 39. e 75. b
4. E 40. d
5. d 41. E
6. c 42. a
7. C 43. C
8. d 44. b
9. c 45. e
10. c 46. c
11. e 47. d
12. a 48. b
13. c 49. E
14. c 50. d
15. e 51. c
16. e 52. c
17. a 53. c
18. b 54. e
19. b 55. c
20. c 56. e
21. b 57. c
22. e 58. e
23. C 59. a
24. C 60. e
25. E 61. c
26. E 62. c
27. a 63. e
28. b 64. e
29. b 65. e
30. E 66. e
31. b 67. e
32. a 68. e
33. b 69. a
34. e 70. c
35. e 71. c
36. e 72. e
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GABARITO COMENTADO
001. (FCC/MP-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) De acordo com o ordenamento jurídico
e o posicionamento dos tribunais superiores acerca do crime de “lavagem” ou ocultação de
bens, direitos e valores (Lei n. 9.613/1998),
a) a pena será aumentada de metade, se os crimes definidos na Lei n. 9.613/1998 forem come-
tidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
b) somente constitui o crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores se o valor
em pecúnia envolvido tiver decorrido de um dos crimes referidos no rol exaustivo da Lei n.
9.613/1998.
c) a lei de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, muito embora criminalize a con-
duta de ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de determi-
nados crimes, é omissa quanto à tipificação das condutas de importar ou exportar bens com
valores não correspondentes aos verdadeiros.
d) não é punível a tentativa de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
e) é adotada nos tribunais superiores brasileiros a doutrina norte-americana que aponta a exis-
tência de três fases distintas do crime de “lavagem” de bens, direitos e valores: a colocação, o
encobrimento e a integração.
As três fases da lavagem são plenamente reconhecidas pela jurisprudência de nossos tribunais.
a) Errada. As hipóteses de causas de aumento de pena estão corretas, mas o quantum do au-
mento é de 1/3 a 2/3, conforme art. 1º, § 4º, da Lei n. 9.613/1998.
b) Errada. Como vimos no tópico 2, o rol não é exaustivo desde que a Lei n. 12.683/2012 revo-
gou expressamente os incisos do art. 1º, caput, da Lei n. 9.613/1998, o que simplificou a sub-
sunção do fato à norma, já que qualquer infração penal poderá ser objeto de lavagem, incluindo
a contravenção penal de jogo do bicho.
c) Errada. A lei não é omissa. Trata-se de conduta equiparada à ocultação ou dissimulação
expressamente descrita no inciso III do § 1º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998.
d) Errada. A tentativa é punível por expressa disposição do § 3º da Lei n. 9.613/1998.
Letra e.
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res e demais detalhes próprios das obrigações e responsabilidades dispostas no art. 10 da Lei
n. 9.613/1998.
Ao passar dos dias, ainda com sua consciência pesada por não cumprir o procedimento pa-
drão, pensa em viajar pela Europa e evitar o desdobramento de qualquer Ação Penal que se
inicie, pois crê que “se não for achado, qualquer processo ficará suspenso aguardando mi-
nha volta”.
Nessa situação hipotética, sobre a disciplina imposta pela Lei n. 9.613/1998 e as garantias
processuais, está correto afirmar que caso Hans Staden não comparecesse ou não constituís-
se advogado:
a) seria citado por edital, e o feito seria continuado até o julgamento, sendo um defensor dativo
nomeado para a defesa técnica.
b) tal motivo, de acordo com a Lei n. 9.613/1998, seria o suficiente para a sua condução
coercitiva.
c) seria citado por edital, e o feito seria suspenso assim como o curso do prazo prescricional.
d) tal motivo, de acordo com a Lei n. 9.613/1998, seria o suficiente para a decretação de sua
prisão preventiva.
e) tal motivo, de acordo com a Lei n. 9.613/1998, seria o suficiente para a decretação de sua
prisão temporária.
De acordo com o § 2º do art. 2º, não se aplica, nos processos por crime de lavagem, a suspen-
são do processo e do prazo prescricional do art. 366 do CPP quando o acusado, citado por edi-
tal, não comparece. Pelo mesmo dispositivo, se o acusado não comparece, não constitui advo-
gado, o processo segue o seu curso até o julgamento, com a nomeação de defensor público.
As demais alternativas não estão respaldadas pela Lei n. 9.613/1998. As prisões temporária e
preventiva seguem disciplina própria, devendo ficar constatado o preenchimento dos requisi-
tos. Isso vale também para a condução coercitiva.
Letra a.
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d) Dentre as principais alterações produzidas pela Lei n. 12.683/2012 à Lei n. 9.613/1998, que
dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, temos a mudan-
ça da redação do caput do artigo 1º, a revogação do rol taxativo constante em seus incisos e a
majoração da pena, que comportava, até então, a substituição por restritivas de direitos.
e) O crime de “lavagem” de capitais tem natureza acessória, derivada ou dependente de infra-
ção penal anteriormente cometida, típica e antijurídica, da qual decorreu a obtenção de vanta-
gem financeira ilegal.
Conforme art. 2º, § 1º, da Lei n. 9.613/1998, os fatos descritos na lei são puníveis ainda que des-
conhecido ou isento de pena o autor ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Errado.
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c) V V F V F.
d) F V F V F.
e) F F V F V.
A primeira assertiva é verdadeira porque a posse ilícita de armas e drogas são puníveis com
base nas respectivas legislações, isto é, o Estatuto do Desarmamento e a Lei de Drogas. Para
configurar lavagem de capitais, deveriam estar presentes ações de transformação do proveito
econômico dessas infrações em operações destinadas a justificar o ganho ilícito, dando-lhe
aparência de lícito. Logo, não houve descrição de conduta de lavagem de dinheiro. O objeto
material da lavagem é o proveito econômico advindo da infração anterior, e não o objeto mate-
rial da infração antecedente.
A segunda assertiva é verdadeira porque o crime de lavagem de dinheiro pressupõe a prática
de outra infração penal anteriormente, que deve ficar demonstrada por meio de lastro pro-
batório mínimo de indícios de autoria e materialidade, mas sem a necessidade de provas ou
punibilidade já julgadas por meio de sentença condenatória transitada em julgada. Daí porque
os bens, valores e direitos podem ser tidos como provenientes de crime antecedente direta ou
indiretamente.
JURISPRUDÊNCIA
A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição
exaustiva e pormenorizada do suposto crime prévio, bastando, com relação às condu-
tas praticadas antes da Lei n. 12.683/2012, a presença de indícios suficientes de que o
objeto material da lavagem seja proveniente, direta ou indiretamente, de uma daquelas
infrações penais mencionadas nos incisos do art. 1º da Lei n. 9.613/1998. (APn 922/DF,
Rel. Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, j. em 5/6/2019, DJe 12/06/2019, grifos nossos).
A terceira assertiva é falsa porque nem sempre o valor total da obrigação tributária será de
origem ilícita. O objeto material do crime de lavagem de dinheiro é o proveito econômico da
infração anterior; logo, no caso do crime tributário, dependerá de as circunstâncias do caso
concreto saberem qual terá sido o proveito do crime tributário.
A quarta assertiva é verdadeira porque, de fato, a lavagem pode ser praticada pelo autor da
infração antecedente (autolavagem), ao contrário do favorecimento real, que tem na própria
descrição do tipo a exclusão da coautoria ou participação na infração anterior.
A quinta assertiva é falsa porque os crimes de responsabilidade não são considerados infra-
ções penais em essência, ainda que guardem alguma semelhança em estrutura.
Letra c.
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A infração será de lavagem de capitais, haja vista que Álvaro confiou a seu irmão os recursos
obtidos de maneira ilícita, e este utilizou em variados negócios da empresa da família, com a
intenção de dar aparência de licitude aos valores. As condutas envolveram um conjunto de
operações com o uso de empresa, em tese, regular, para realizar negócios com dinheiro de
origem ilícita; a ocultação deixa de ser mero exaurimento e ganha relevância para configurar o
crime autônomo de lavagem de dinheiro. Quanto à competência, tendo em vista que os crimes
antecedentes (fraudes à licitação) se deram em detrimento de bens, serviços ou interesses da
União, será da justiça federal, nos termos do art. 2º, III, a, da Lei n. 9.613/1998.
Certo.
Na AP 470, foi considerada dispensável a precisão descritiva do ato impugnado; entretanto, foi
considerada imprescindível a demonstração do nexo de causalidade entre o ato atribuído ao
funcionário e o plexo de atribuições inerentes ao seu cargo.
a) Certa. Para a configuração do crime do art. 317 do CP, é necessária a demonstração do nexo
de causalidade entre o ato de ofício e o recebimento da vantagem indevida. Quanto à destina-
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ção posterior dos recursos recebidos, não foi tido como imprescindível para a consumação da
corrupção passiva, bastou verificar o recebimento da vantagem indevida.
b) Certa. A corrupção passiva (art. 317 do CP) é crime formal, configurando-se com a simples
solicitação da vantagem indevida, ainda que esta não venha a ser recebida, e que o ato de ofí-
cio não venha a ser praticado, o que balizou o STF a concluir pela simples possibilidade de que
a propina venha a influir na prática do ato, conforme ementa da AP 470/MG:
JURISPRUDÊNCIA
2.7.3. O ato de ofício, cuja omissão ou retardamento configura majorante prevista no art.
317, § 2º, do Código Penal, é mero exaurimento do crime de corrupção passiva, sendo
que a materialização deste delito ocorre com a simples solicitação ou o mero recebi-
mento de vantagem indevida (ou de sua promessa), por agente público, em razão das
suas funções, ou seja, pela simples possibilidade de que o recebimento da propina venha
a influir na prática de ato de ofício. (AP 470/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, j.
em 17/12/2012, grifos nossos).
c) Certa. Está de acordo com a Lei n. 9.13/1998 e o que vimos no tópico em que fizemos a
distinção entre o post factum não punível e o crime de lavagem, ou seja, para que a ocultação
da vantagem indevida não seja considerada mero exaurimento do crime antecedente, as con-
dutas de ocultação devem ser de relevância tal que surge o crime autônomo de lavagem.
Letra d.
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Conforme o artigo 1º, §3º da Lei de Lavagem, se percebe que a tentativa é possível:
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Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou proprie-
dade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
(...)
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
Errado.
I – Certa. Segundo o Supremo, o crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando pra-
ticado na modalidade típica de ocultar, é permanente, protraindo-se sua execução até que os
objetos materiais do branqueamento se tornem conhecidos (Informativo 937).
II – Errada. Não é necessária a comprovação das três fases da lavagem para que se configure
a infração penal.
III – Errada. Fique atento ao “além disso”! De fato, o aumento de pena pode ser de um a dois
terços, e as causas são a prática reiterada da lavagem ou por intermédio de organização crimi-
nosa. Ou seja, não se exigem as duas causas simultaneamente, mas alternativamente.
Letra a.
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Está de acordo com o § 5º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, que prevê como benefícios ao co-
laborador: redução de pena de um a dois terços, cumprimento da pena em regime aberto ou
semiaberto, perdão judicial (deixar de aplicar a pena) ou substituir a pena por pena restritiva
de direitos.
De acordo com o art. 1º, § 5º, da Lei n. 9.613/1998, a colaboração premiada poderá se dar, a
qualquer tempo, sempre que o autor, coautor ou partícipe prestar esclarecimentos que condu-
zam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores ou partícipes ou
à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
a) Errada. Em razão da expressão “somente se”.
b) Errada. O órgão julgador atua na homologação do acordo e não na elaboração do acordo,
que é realizada com o Ministério Público.
d) Errada. A colaboração premiada é considerada meio de obtenção de prova, conforme juris-
prudência que já vinha sendo aplicada pelos Tribunais Superiores, corroborada pelo art. 3º-A
da Lei n. 12.850/2013: o acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio
de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
e) Errada. O § 5º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 estabelece expressamente que a colaboração
poderá ser realizada a qualquer tempo.
Letra c.
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É a jurisprudência que vem sendo aplicável pelo STJ, conforme o precedente a seguir divulgado
no Informativo 587:
JURISPRUDÊNCIA
É possível a interposição de apelação, com fundamento no art. 593, II, do CPP, contra
decisão que tenha determinado medida assecuratória prevista no art. 4º, caput, da Lei
n. 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro), a despeito da possibilidade de postulação
direta ao juiz constritor objetivando a liberação total ou parcial dos bens, direitos ou
valores constritos (art. 4º, §§ 2º e 3º, da mesma Lei) (REsp 1.585.781-RS, Rel. Min. Felix
Fischer, 5ª T., j. em 28/6/2016, DJe 1º/8/2016).
a) Errada. De acordo com o art. 2º, § 1º, da Lei n. 9.613/1998, a lavagem de dinheiro será puní-
vel ainda que extinta a punibilidade da infração penal antecedente. Entre as causas extintivas
da punibilidade, está a prescrição.
b) Errada. Segundo a jurisprudência do STJ, é cabível medida cautelar diversa da prisão.
JURISPRUDÊNCIA
Na hipótese em que a atuação do sujeito na organização criminosa de tráfico de drogas
se limitava à lavagem de dinheiro, é possível que lhe sejam aplicadas medidas cautelares
diversas da prisão quando constatada impossibilidade da organização continuar a atuar,
ante a prisão dos integrantes responsáveis diretamente pelo tráfico (HC 376.169-GO, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, Rel. p/ acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª T., j. em 1/12/2016, DJe
14/12/2016).
d) Errada. Se a sentença estrangeira for devidamente homologada, deverá ser executada, con-
forme precedente do STJ (grifo nosso):
JURISPRUDÊNCIA
É possível a homologação de sentença penal estrangeira que determine o perdimento
de imóvel situado no Brasil em razão de o bem ser produto do crime de lavagem de
dinheiro. De fato, a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transna-
cional (Convenção de Palermo), promulgada pelo Decreto n. 5.015/2004, dispõe que os
estados partes adotarão, na medida em que o seu ordenamento jurídico interno o per-
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mita, as medidas necessárias para possibilitar o confisco do produto das infrações pre-
vistas naquela convenção ou de bens cujo valor corresponda ao desse produto (art. 12, 1,
a), sendo o crime de lavagem de dinheiro tipificado na convenção (art. 6º), bem como na
legislação brasileira (art. 1º da Lei n. 9.613/1998). Ademais, nos termos do CP: «Art. 9º A
sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
consequências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à repara-
ção do dano, a restituições e a outros efeitos civis». Verifica-se, assim, que a lei brasileira
também prevê a possibilidade de perda, em favor da União, ressalvado o direito do lesado
ou de terceiro de boa-fé, do produto do crime, como um dos efeitos da condenação (art.
91, II, b, do CP). Nesse contexto, não prospera a alegação de que a homologação de sen-
tença estrangeira de expropriação de bem imóvel – situado no Brasil – reconhecido como
proveniente de atividades ilícitas ocasionaria ofensa à soberania nacional, pautada no
argumento de que competiria à autoridade judiciária brasileira conhecer de ações rela-
tivas a imóvel situado no País, de acordo com o previsto no art. 12, § 1º, da LINDB, bem
como no art. 89, I, do CPC/1973. Com efeito, não se trata especificamente sobre a situa-
ção de bem imóvel, sobre a sua titularidade, mas sim sobre os efeitos civis de uma con-
denação penal determinando o perdimento de bem que foi objeto de crime de lavagem
de capitais. Inclusive, é importante destacar que o bem imóvel não será transferido para a
titularidade do país interessado, mas será levado a hasta pública, nos termos do art. 133
do CPP. (SEC 10.612-FI, Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 18/5/2016, DJe 28/6/2016.)
e) Errada. Como vimos em tópico específico sobre a peça acusatória, será possível denúncia
genérica em caso de crime de autoria coletiva, ou seja, em caso que haja a participação de
muitos agentes de modo a ser difícil individualizar todas as condutas no momento da denún-
cia; apesar disso, a peça acusatória deve demonstrar a justa causa a partir de um conjunto de
provas e indícios de que houve materialidade do contexto criminoso.
Letra c.
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Vimos, no decorrer desta aula, a possibilidade de haver concurso de pessoas entre o sujeito
ativo do crime antecedente quando praticar autolavagem servindo-se de terceiro, que irá dar
sequência aos atos de branqueamento.
a) Errada. A fase da ocultação é a segunda e não a primeira. As fases são: da colocação (da
conversão ou introdução), da ocultação (da dissimulação ou acomodação) e da integração (ou
da reinversão).
b) Errada. O bem jurídico tutelado é a ordem econômico-financeira e a administração da jus-
tiça, conforme inclusive já reconhecido pelos Tribunais Superiores, ressaltando ser crime plu-
riofensivo.
c) Errada. Já vimos que é plenamente aceito pela jurisprudência a autolavagem, ou seja, quan-
do o sujeito ativo do crime antecedente também realiza atos de ocultação suficiente para que
sua conduta ganhe a autonomia para configurar lavagem de dinheiro.
d) Errada. Há precedentes que reconhecem a legitimidade dos honorários advocatícios, haja
vista o direito à ampla defesa. O que não significa que o advogado pode desviar os recursos
recebidos a título de honorários para fazer repasses de interesse do seu cliente, colaborando
assim para a continuidade de suas ações ilegais.
Letra e.
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A lavagem pressupõe a ocorrência de uma infração penal antecedente, conforme art. 1º, caput,
da Lei n. 9.613/1998.
a) Errada. Qualquer infração penal pode dar ensejo à lavagem se o seu proveito econômico se
der pelas atividades de ocultação e dissimulação previstas na Lei n. 9.613/1998.
c) Errada. O agente lavador do dinheiro não precisa ter sido partícipe da infração penal
antecedente.
d) Errada. Na hipótese descrita, a compra de bens e a guarda dos valores por meio de aplica-
ção constituem post factum não punível, já que a simples ocultação não configura lavagem
de dinheiro. A ocultação apta a caracterizar lavagem é aquela que se desdobra em múltiplas
ações (transferências bancárias, transações comerciais etc.) destinadas a dar aparência de
lícita ao proveito econômico obtido com o crime.
e) Errada. Não há previsão de tipo culposo para a lavagem de dinheiro.
Letra b.
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b) Errada. O rol não é mais taxativo desde a alteração promovida pela Lei n. 12.683/2012.
Desde então, o rol é de extensão indefinida, ou seja, qualquer infração penal poderá ser ante-
cedente da lavagem.
d) Errada. As instâncias penal e administrativa são independentes.
e) Errada. A lei não previa essa hipótese à época da aplicação da prova. Mas atualmente, com
a alteração no CTB produzida pela Lei n. 13.804/2019, há previsão expressa quanto à possibi-
lidade de suspensão da permissão para dirigir como medida cautelar:
CTB, art. 278-A. § 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes de que trata
o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação penal, se houver
necessidade para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento
do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão
motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição
de sua obtenção (grifos nossos).
Letra c.
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A primeira assertiva é verdadeira porque não é qualquer ocultação ou guarda de valores que
configura lavagem de dinheiro. A ocultação deve ser feita por meio de outras ações com a fina-
lidade de branqueamento dos recursos, ou seja, de distanciá-los de sua origem ilícita e realizar
transações para dar aparência de licitude aos proveitos do crime. Só nesta última hipótese a
conduta de ocultação ganha autonomia para configurar a infração de lavagem de dinheiro.
A segunda assertiva é falsa, já que os crimes licitatórios não seguem a regra geral do CP para a
pena de multa; há critérios específicos para o cálculo da multa no art. 99 da Lei n. 8.666/1993
(grifo nosso):
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia
fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta-
gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem
superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexi-
gibilidade de licitação.
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital,
Estadual ou Municipal.
A terceira assertiva é verdadeira, já que estão presentes a ocultação e a dissimulação de que
tratam o art. 1º da Lei n. 9.613/1998. Ademais, configura-se a lavagem ainda que o crime ante-
cedente já tenha prescrito, haja vista que o art. 2º, § 1º, da Lei n. 9.613/1998 estabelece que a
lavagem de dinheiro será punível ainda que extinta a punibilidade do crime antecedente.
A quarta assertiva é verdadeira pois está de acordo com o art. 91 da Lei n. 8.666/1993
(grifo nosso).
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa
à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo
Poder Judiciário:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Letra b.
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a) Errada. Nossa legislação, pela redação atual, é considerada de terceira geração, já que es-
tabelece um rol de extensão indefinida, ou seja, qualquer infração penal pode ser antecedente
para fins de configuração da lavagem de capitais.
b) Errada. Não há absorção. A infração antecedente é punível independentemente da lava-
gem de dinheiro. E a lavagem independe do processo e julgamento das infrações penais an-
tecedentes.
c) Errada. Não há essa exigência. Qualquer sujeito ativo pode ser autor de lavagem de dinheiro,
inclusive o autor da infração antecedente (autolavagem), mas não só ele.
d) Errada. Os arts. 4º e 4º-A estabelecem medidas assecuratórias para a conservação de bens,
direitos e valores, e, embora não tenham feito distinção expressa entre sequestro e arresto, as
regras ali estabelecidas devem ser aplicadas em razão da especialidade.
e) Certa. A fase de layering é a segunda e se caracteriza pela dissimulação, pela realização de
múltiplas ações para dificultar o rastreamento do dinheiro. Depois dela, vem a fase de reinte-
gração em que se reinveste o dinheiro lavado na economia formal, a fim de dar aparência de
licitude aos recursos.
Letra e.
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mento de que sua atividade principal ou, até mesmo secundária, é dirigida à prática de crimes
previstos na supramencionada legislação repressiva.
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Como vimos no decorrer da aula, o STF admite a autolavagem, sempre que o agente adotar
conduta de ocultação que extrapole o mero exaurimento do crime. Se a ocultação revelar atos
que importem a dissimulação, ou seja, que tenham por finalidade distanciar o dinheiro de sua
origem ilícita para posteriormente reintegrá-lo à economia formal, haverá autonomia da oculta-
ção, configurando a lavagem de capitais.
Errado.
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Trata-se de interpretação literal da nova redação do art. 1º, caput, da Lei n. 9.613/1998. A re-
vogação do rol taxativo se deu justamente com a finalidade de ampliar a incidência da norma
para abarcar qualquer infração penal. Com essa alteração, a legislação brasileira integra a ter-
ceira geração de leis de combate à lavagem de dinheiro.
Letra b.
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e) Se, em um escritório, ocorrer a prática reiterada de delitos previstos na referida lei com
o conhecimento dos funcionários, a responsabilização criminal de cada um desses agentes
dependerá da comprovação de sua prática efetiva de atos de ocultação de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal.
Como vimos em aula, a jurisprudência já reconheceu que os bens jurídicos protegidos pela
norma são a ordem econômica e a administração da justiça.
a) Errada. A lavagem de dinheiro é crime comum.
c) Errada. Pelo art. 1º, § 5º, a colaboração premiada da Lei n. 9.613/1998 tem três requisitos:
as declarações devem conduzir à apuração das infrações penais, à identificação dos autores,
coautores e partícipes ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
d) Errada. A obrigação de comunicar recai sobre instituições que exerçam atividades de cap-
tação de recursos tanto em caráter principal quanto acessório (art. 9º da Lei n. 9.613/1998).
e) Errada. Pelo art. 1º, § 2º, II, da Lei n. 9.613/1998, incorre nas mesmas penas da lavagem de
dinheiro quem participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de lavagem.
Letra b.
De acordo com o art. 7º, § 2º, da Lei n. 9.613/1998, os instrumentos do crime sem valor econô-
mico cuja perda em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a
museu criminal ou entidade pública, se houver interesse na sua conservação.
Errado.
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empresa pública federal. No curso do processo, Xisto, assistido por seu advogado, resolve
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à locali-
zação dos bens, direitos ou valores objeto do crime. Na hipótese em questão, nos termos preco-
nizados pela legislação específica sobre o tema (Lei no 9.613/1998), no caso de condenação,
a) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um sexto e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, sendo vedado ao Magistrado deixar de aplicá-la.
b) a pena de Xisto poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto ou se-
miaberto, vedada a substituição por pena restritiva de direitos.
c) a pena de Xisto poderá ser reduzida em até um terço e ser cumprida em regime semiaberto,
vedado o regime aberto, facultando-se ao juiz substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva
de direitos.
d) não será possível a redução da pena privativa de liberdade, mas o Magistrado poderá deter-
minar o seu cumprimento em regime aberto ou semiaberto, e a substituição por pena restritiva
de direitos a qualquer tempo.
e) a pena de Xisto poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos.
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Letra e.
O cabimento da alienação antecipada está no art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.613/1998, sendo que
essa alternativa corresponde exatamente à redação do dispositivo.
O procedimento da alienação antecipada está no art. 4º-A, e as demais alternativas estão em
desacordo com as regras dos §§ 1º a 3º do referido dispositivo.
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em se-
parado em relação ao processo principal.
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição
e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram.
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público.
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tença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
Letra e.
As regras de competência e procedimento dos crimes de lavagem estão nos incisos I a III do
art. 2º da Lei n. 9.613/1998. A alternativa corresponde ao inciso I; as demais alternativas estão
em desacordo com o disposto na lei.
Se o réu, citado por edital, não comparecer, não se aplicará a regra geral de suspensão do pro-
cesso do art. 366 do CPP; aplica-se o art. 2º, § 2º, da Lei n. 9.613/1998.
a) Errada. Nem sempre será da Justiça Federal. A regra continua sendo a Justiça Estadual.
Será da Justiça Federal, somente nas hipóteses das alíneas a e b do inciso III do art. 2º da Lei
n. 9.613/1998, quais sejam:
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Diante da situação hipotética, tendo em vista a Lei dos Crimes Tributários e de Lavagem ou
ocultação de bens, direitos e valores, assinale a alternativa correta.
a) Caio, se condenado ao crime de lavagem de dinheiro, perderá para o Estado os bens e valo-
res, direta ou indiretamente, relacionados à prática do crime, não ressalvado direito de lesado
ou terceiro de boa-fé.
b) Caio não poderia ser acusado de crime de lavagem de dinheiro, vez que somente bens
e valores oriundos de crimes violentos ou praticados mediante organização criminosa ense-
jam lavagem.
c) Caio não poderia ser acusado de crime de lavagem de dinheiro, vez que crime tributário não
se encontra no rol dos crimes antecedentes.
d) Dado o montante do imposto sonegado, que implica grave dano à coletividade, se conde-
nado pelo crime tributário, Caio poderá ter a pena aumentada, de acordo com circunstância
agravante, expressa na lei.
e) Caio, se condenado ao crime tributário, em vista do ganho ilícito, poderá ter a pena de multa
elevada em até 20 (vinte) vezes, caso o juiz julgue insuficiente a pena pecuniária calculada nos
termos da lei.
Refere-se à causa de aumento de pena por reiteração delituosa estabelecida pelo art. 1º, § 4º,
da Lei n. 9.613/1998.
a) Errada. O art. 7º, I, da Lei n. 9.613/1998 ressalva o direito de lesado ou terceiro de boa-fé na
decretação da perda dos bens, direitos e valores relacionadas direta ou indiretamente à prática
dos crimes.
b) Errada. O crime de lavagem configura-se com a ocultação ou dissimulação obtidos de qual-
quer infração penal (art. 1º, caput, da Lei n. 9.613/1998).
c) Errada. O crime de lavagem configura-se com a ocultação ou dissimulação obtidos de qual-
quer infração penal (art. 1º, caput, da Lei n. 9.613/1998).
e) Errada. A multa em crime tributário pode ser elevada até o décuplo se o juiz entender insufi-
ciente frente às circunstâncias do caso concreto (art. 10 da Lei n. 8.137/1990).
Letra d.
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Errado.
Como vimos no decorrer do curso, o tipo culposo depende de previsão expressa (princípio da
excepcionalidade do crime culposo). A Lei n. 9.613/1998 não estabelece nenhuma hipótese
de crime culposo.
b) Errada. A contravenção penal é modalidade de infração penal (Lei de Introdução ao Código
Penal). E o art. 1º, caput, da Lei n. 9.613/1998 estabelece que qualquer infração penal pode ser
antecedente de lavagem de dinheiro.
c) Errada. O § 3º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998 prevê a tentativa de forma expressa.
d) Errada. A lei de lavagem brasileira é de terceira geração.
e) Errada. Uma das causas de aumento de pena é o agente praticar o crime por intermédio
de organização criminosa (art. 1º, § 4º, da Lei n. 9.613/1998), e não associação criminosa.
Lembrando que o conceito de organização criminosa passou a ser delimitado pelo art. 1º, §
1º, da Lei n. 12.850/2013 (associação de 4 ou mais pessoas), enquanto o crime de associa-
ção criminosa foi redefinido por nova redação dada ao art. 288 do CP (associação de 3 ou
mais pessoas).
Letra a.
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mentos necessários ao indiciamento dos envolvidos. Antes que concretizasse a ação final de
registro de valores, Jorge foi impedido pela polícia, que o prendeu em flagrante.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Em relação ao crime de lavagem de dinheiro, a pena de João poderá ser aumentada de um a
dois terços, em razão de o crime ter sido cometido por intermédio de organização criminosa.
O crime de lavagem de dinheiro é crime formal, não necessita do resultado do efetivo registro
dos valores indevidamente. E no caso de João, que comprovadamente integra organização cri-
minosa, haverá incidência da causa de aumento de pena do § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998.
Certo.
A alternativa encontra respaldo no art. 2º, II, da Lei n. 9.613/1998, ou seja, o processo e o
julgamento da lavagem de dinheiro independem do processo e julgamento da infração penal
antecedente. É o princípio da autonomia, que vimos no decorrer da aula.
a) Errada. A pena de lavagem e de reclusão é de 3 a 10 anos e multa, sem qualquer distinção
de multa diferenciada em razão da natureza da infração antecedente.
c) Errada. Pelo art. 2º, § 2º, da Lei n. 9.613/1998, o réu que não comparecer, mesmo tendo
sido citado por edital, terá nomeado um defensor dativo e o processo correrá contra ele até o
julgamento, sem suspensão.
d) Errada. Em regra, a competência será estadual. Somente nas hipóteses das alíneas a e b do
inciso III do art. 2º é que haverá hipótese de competência da justiça federal.
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e) Errada. A prática de lavagem por intermédio de organização criminosa enseja causa de au-
mento de pena do art. 1º, § 4º, da Lei n. 9.613/1998. Não tem natureza de qualificadora.
Letra b.
Corresponde ao disposto no art. 2º, § 1º, da Lei n. 9.613/1998 e decorre do princípio da auto-
nomia da lavagem de dinheiro em relação à infração penal antecedente.
a) Errada. O não comparecimento do réu não é causa de suspensão do processo. É uma exce-
ção à regra do art. 366 do CPP. Segundo o art. 2º, § 2º, da Lei n. 9.613/1998, o processo deve
ter o seu curso normal até o julgamento, nomeando-se defensor dativo ao réu.
b) Errada. Vai contra o princípio da autonomia.
c) Errada. As medidas assecuratórias são cabíveis, observados os requisitos e os procedimen-
tos dos arts. 4º e 4º-A da Lei n. 9.613/1998.
d) Errada. A suspensão das medidas assecuratórias é possível quando puderem comprometer
as investigações. É o que dispõe o art. 4º-B da Lei n. 9.613/1998.
Letra e.
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I – Certo. Está de acordo com o Artigo 4º da Convenção Americana de Direitos Humanos (gri-
fos nossos):
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a) Para fins de consumação do crime, há necessidade de que o agente tenha sido condenado
por algum dos chamados crimes antecedentes.
b) A pena será aumentada de 3/5 até a metade, se os crimes previstos na lei forem cometidos
de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
c) O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores, ainda que não
comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores
necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias,
multas e custas decorrentes da infração penal.
d) Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remunera-
ção e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão funda-
mentada, o seu retorno.
e) Não há possibilidade de redução de pena ou fixação de regime menos gravoso se o autor,
coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimen-
tos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
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O art. 1º, § 3º, da Lei n. 9.613/1998 estabelece expressamente que a tentativa é punida nos
termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
Errado.
JURISPRUDÊNCIA
3. Revela-se totalmente inconcebível a tese sustentada na impetração, no sentido de que
o oferecimento de propina a policiais militares, com vistas a evitar a prisão em flagrante,
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caracterizaria autodefesa, excluindo a prática do delito de corrupção ativa, uma vez que
tal garantia não pode ser invocada para fins de legitimar práticas criminosas. Precedente
do STF (HC 249086/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., j. em 9/9/2014, DJe 15/9/2019).
JURISPRUDÊNCIA
2. Embora o sujeito ativo do crime de concussão seja sempre o funcionário público, em
razão do cargo, inexiste óbice à condenação como coautor de quem não possui esta con-
dição (STJ, HC 93352/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 15/10/2009, DJe 9/11/2009).
e) Errada. A corrupção ativa (art. 333 do CP) é crime formal, consuma-se com o mero ofereci-
mento ou promessa da vantagem indevida.
Letra d.
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Carlos está sendo investigado por crime de lavagem de dinheiro tipificado na Lei n. 9.613/1998
e resolve procurar um advogado especialista na matéria para lhe esclarecer como os Tribunais
Superiores vêm se posicionando acerca da complexidade do tema. O advogado fez várias pon-
derações e esclarecimentos a Carlos.
Nesse cenário, julgue a assertiva:
A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do CP) e da ma-
jorante prevista no §4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, nos crimes de lavagem de dinheiro,
acarreta bis in idem.
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“Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração penal antece-
dente, é possível a autolavagem – isto é, a imputação simultânea, ao mesmo réu, da infração antece-
dente e do crime de lavagem -, desde que sejam demonstrados atos diversos e autônomos daquele
que compõem a realização da primeira infração penal, circunstância na qual ocorrerá o fenômeno
da consunção.”
Errado.
“Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a exasperação da pe-
na-base pela valoração negativa das consequências do crime em decorrência da movimentação de
expressiva quantia de recursos envolvidos que extrapole o elemento natural do tipo”.
Certo.
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Todas as modalidades de crimes de lavagem de dinheiro são dolosas, não se admitindo mo-
dalidades culposas.
Letra e.
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JURISPRUDÊNCIA
“(...). O sistema jurídico brasileiro não exclui os autores do delito antecedente do âmbito
de incidência das normas penais definidoras do crime de lavagem de bens, direitos ou
valores, admitindo, por consequência, a punição da chamada autolavagem. É possível,
portanto, em tese, que um mesmo acusado responda, concomitantemente, pela prática
dos delitos antecedente e de lavagem, inexistindo bis in idem decorrente de tal proceder.
(...)”. (STF. 2ª Turma. HC 165.036 PR. Relator Min. Edson Fachin. Julgado em 19/04/2019).
A letra D está correta, pois a lei de lavagem só admite a modalidade dolosa do crime.
Letra c.
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O rol de crimes hediondos está previsto, TAXATIVAMENTE, no artigo 1º, da Lei n. 8.072/1990,
não constando lá o crime de lavagem de dinheiro.
Errado.
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores
poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Certo.
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Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados ca-
dastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente
de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas institui-
ções financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (Incluí-
do pela Lei n. 12.683, de 2012)
Certo.
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O Supremo Tribunal Federal entende que não se deve reconhecer a consunção entre os crimes
de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na hipótese narrada, por visualizar condutas diver-
sas praticadas com desígnios próprios, tal como registrado no HC 165036/PR. da Relatoria do
Ministro Edson Fachin, julgado pela 2ª Turma em 09/04/2019. Este entendimento encontra-se
mencionado no Informativo 937. Por tratar-se de uma assertiva que não espelha o posiciona-
mento do Supremo Tribunal Federal, é a resposta da questão
Errado.
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A origem dos recursos deve ser ilícita. Conforme o artigo 1º da Lei de Lavagem:
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O crime de lavagem, após as alterações promovidas pela Lei n. 12.683/2012, passou a ser de
terceira geração, apresentando um rol meramente exemplificativo de infrações penais antece-
dentes, que podem ser crimes ou contravenções penais.
Letra c.
O STF entendeu que não se configura o crime de lavagem de dinheiro na hipótese narrada. A
decisão foi prolatada no Inquérito 3515/SP, antes mencionado (Informativo 955). Segundo a
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decisão, o crime de lavagem de dinheiro corresponde a uma conduta delituosa adicional, dis-
tinta daquela que é própria do exaurimento da infração antecedente. Como a assertiva está
em conformidade com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, não é a resposta a ser
assinalada.
Certo.
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REFERÊNCIAS
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação penal especial. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: legislação penal especial. 14.ed. São Paulo: Saraiva,
2019.
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais comentadas. 3. ed., rev., e atual. – Salvador:
Juspodivm, 2020.
GOMES, Luiz Flávio; CERVINI, Raúl. Enfoques criminológico, jurídico (Lei n. 9.034/95) e políti-
co-criminal. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 7.ed. Salvador: Juspodi-
vm, 2019.
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada: volume único. 9. ed., rev.,
atual. e ampl. – Salvador: Juspodivm, 2021.
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de lavagem de dinheiro. 4.ed. rev. atual. e ampl. São Pau-
lo: Atlas, 2018.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. v. 2. 12.ed. São
Paulo: Forense, 2019.
RIOS GONÇALVES, Victor Eduardo; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Legislação penal especial.
Col. Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2019.
Sérgio Bautzer
Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Bacharel em Direito, Professor de Legislação Especial e Direito
Processual Penal, Professor de cursos preparatórios, graduação e pós-graduação.
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