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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do
Desarmamento

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
Sérgio Bautzer

Estatuto do Desarmamento. ...................................................................................................................... 3


1. Crimes do Estatuto do Desarmamento............................................................................................ 4
1.1. Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido............................................................... 4
1.2. Entrega das Armas e Abolitio Criminis......................................................................................... 7
1.3. Omissão de Cautela. ............................................................................................................................. 10
1.4. Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido.................................................................... 12
1.5. Diferença do Crime de Porte Ilegal de Arma de Fogo (art. 14) para o Crime de
Posse Irregular de Arma de Fogo (art. 12)........................................................................................ 18
1.6. Disparo de Arma de Fogo. ................................................................................................................ 25
1.7. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito................................................... 26
1.8. Análise do § 2º. Forma Qualificada.. ............................................................................................. 31
1.9. Comércio Ilegal de Arma de Fogo................................................................................................. 31
1.10. Tráfico Internacional de Arma de Fogo. . .................................................................................. 33
1.11 Da Inconstitucionalidade do Art. 21 do Estatuto do Desarmamento. . .......................... 35
2. Competência para Julgamento dos Crimes Previstos no Estatuto do
Desarmamento. ............................................................................................................................................. 36
3. Doação e Destruição das Armas de Fogo.................................................................................... 36
Resumo............................................................................................................................................................. 38
Questões de Concurso............................................................................................................................... 46
Gabarito.............................................................................................................................................................74
Gabarito Comentado................................................................................................................................... 75
Referências Bibliográficas. ..................................................................................................................... 135

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
Sérgio Bautzer

ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Apresentação

Olá, caro(a) aluno(a), sou o professor Sérgio Bautzer. Eu e o Professor André Portela elabo-
ramos a aula sobre a Lei n. 10.826/2003, trazendo para você o conteúdo mais atualizado sobre
o assunto e as questões mais abordadas em prova. Com mais de 10 anos de experiência na
produção de livros, apostilas e materiais para concursos públicos, preparamos uma aula volta-
da para os concursos das carreiras da Polícia Federal.
O Estatuto do Desarmamento possui basicamente duas partes. A  primeira traz normas
de natureza administrativa (arts. 1º a 11-A), em que são formuladas as regras para obtenção
de registro e porte de armas. Nessa primeira parte também é instituído o Sinarm – Sistema
Nacional de Armas, que atribui competências de fiscalização da produção e comercialização
de armas de fogo ao conjunto de órgãos públicos da área de segurança. Na segunda parte
(arts. 12 a 21), são tipificadas as normas de natureza penal.
Nas provas de carreiras policiais, é comum o examinador cobrar tanto os aspectos penais
quanto os processuais penais do Estatuto do Desarmamento. Ou seja, você deverá ter “na
ponta da língua” os arts. 12 a 21 da mencionada lei e nós estamos aqui para te ajudar nisso.
Nesta aula, vamos enfocar a análise dos arts. 12 a 21 e eventualmente, quando necessário,
abordaremos os conceitos-chave da primeira parte, em especial as regras de registro e porte
de armas. Então, ao final da aula você estará bem afiado nos aspectos cobrados em prova.
Fique alerta às dicas e vamos começar.
Qualquer dúvida, utilize o fórum do curso. Bons estudos!

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1. Crimes do Estatuto do Desarmamento


O art. 12 do Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003) trata da posse ilegal de arma
de fogo, acessórios e munições de uso permitido. Se for arma de uso restrito, estará configu-
rado o crime do art. 16.

1.1. Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido


Dispõe o art. 12 da lei em estudo:

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

É um crime afiançável na esfera policial.


O objeto jurídico, que é o bem protegido pela norma, é a incolumidade pública (segurança
da coletividade). Incólume significa livre de perigo.
Objeto material, que é a coisa sobre a qual recai a conduta do criminoso, no caso, é arma
de fogo, acessório ou munição de uso permitido.
Arma de fogo é o instrumento mecânico capaz de lançar projéteis a distância a partir da
explosão de pólvora. A partir da palavra munição podemos chegar ao projétil, a pólvora e com
outros artefatos que se carregam as armas de fogo. Acessório é o artefato que é acoplado ou
serve de apoio para a arma de fogo.
Sujeito ativo: quando se tratar de posse de arma de fogo, acessório ou munição no interior
de residência ou dependência desta, o crime poderá ser praticado por qualquer pessoa. De ou-
tra parte, o crime será próprio quando se tratar de pessoa na posse de arma de fogo, acessório
ou munição em seu local de trabalho, pois apenas titular ou o responsável legal pelo estabele-
cimento podem praticá-lo.
Sujeito passivo (vítima) do crime é a coletividade.
Elementos do tipo: possuir e manter sob sua guarda; a doutrina diferencia as condutas es-
tabelecendo que possuir é estar na posse e manter sob a guarda é manter sob sua vigilância.

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Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a pessoas físicas,
bem como a pessoas jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército e nas con-
dições previstas na Lei n. 10.826, de 2003. Cuida‑se de norma penal em branco. O Decreto n.
3.665/2000 definia quais são as armas de fogo permitidas. Atualmente, o Estatuto é regula-
mentado pelo Decreto n. 9.847/2019, que traz, em seu art. 2º, as definições essenciais sobre
as armas de fogo, acessórios e munições.
A arma de fogo, acessório ou a munição deve estar em perfeita condição de uso. Há neces-
sidade de perícia para a comprovação da prática do crime. Ex.: exame de eficiência realizado
na arma de fogo.
Elemento normativo do tipo: “em desacordo com determinação legal ou regulamentar”, ou
seja, em desacordo com o Estatuto do Desarmamento e com seus regulamentos.
Basicamente, para ter arma em casa (posse de arma), é necessária autorização da Polícia
Fe­deral, com o aval do Sinarm.
Para adquirir arma de fogo de uso permitido, o interessado deverá, além de declarar a efe-
tiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
• comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de anteceden-
tes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos;
• apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
• comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma
de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento da Lei n. 10.826/2003.

O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos


anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransfe-
rível essa autorização.
A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma regis-
trada e na quantidade estabelecida em regulamento.
A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comuni-
car a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas

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as características da arma e cópia dos documentos dispostos na lei (art. 4º, § 3º, da Lei n.
10.826/2003).
A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente
por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem
vendidas.
Será aplicada multa à empresa de produção ou comércio de armamentos que realizar pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publica-
ções especializadas.
A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somen-
te será efetivada mediante autorização do Sinarm.
Elemento espacial (modal) do tipo: a pessoa pode apenas ter a arma em casa. No local de
trabalho, o único que tem a posse é o proprietário ou responsável legal pelo estabelecimento
da pessoa jurídica.
A autorização é para o proprietário possuir arma no interior do estabelecimento, e não para
ele portar. Se o funcionário estiver com arma de fogo no local de maneira irregular, responderá
pelo crime previsto no art. 14 ou no art. 16 do Estatuto, a depender se a arma de fogo é de uso
permitido, restrito ou proibido.
Acerca do tema, vale a pena conferir julgado da 6ª Turma do STJ:

APREENSÃO DE ARMA EM CAMINHÃO. TIPIFICAÇÃO.


O veículo utilizado profissionalmente não pode ser considerado “local de trabalho” para
tipificar a conduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art.  12 da Lei n.
10.826/2003). No caso, um motorista de caminhão profissional foi parado durante fisca-
lização da Polícia Rodoviária Federal, quando foram encontrados dentro do veículo um
revólver e munições intactas. Denunciado por porte ilegal de arma de fogo de uso per-
mitido (art. 14 do Estatuto do Desarmamento), a conduta foi desclassificada para posse
irregular de arma de fogo de uso permitido (art. 12 do mesmo diploma), reconhecendo-se,
ainda, a abolitio criminis temporária. O entendimento foi reiterado pelo tribunal de origem
no julgamento da apelação. O Min. Relator registrou que a expressão “local de trabalho”
contida no art. 12 indica um lugar determinado, não móvel, conhecido, sem alteração de
endereço. Dessa forma, a referida expressão não pode abranger todo e qualquer espaço

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por onde o caminhão transitar, pois tal circunstância está sim no âmbito da conduta pre-
vista como porte de arma de fogo. Precedente citado: HC 116.052-MG, DJe 9/12/2008.
REsp 1.219.901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.

Elemento subjetivo do tipo: é crime doloso.


A consumação se dá quando o agente entra ilegalmente na posse da arma.
Para a maioria da doutrina, é crime de mera conduta (não tem resultado naturalístico) e
permanente.
Não cabe tentativa.

1.2. Entrega das Armas e Abolitio Criminis

Houve um período, que se estendeu de 23/12/2003 a 25/10/2005, para entrega das armas
de fogo. Várias medidas provisórias prorrogaram o prazo de entrega das armas de fogo para
a Polícia Federal.
Diante das prorrogações, surgiram questionamentos se havia ocorrido a abolitio criminis
ou a anistia. A jurisprudência, tanto do STJ quanto do STF, afirma que houve a chamada abo-
litio criminis temporária, também chamada de descriminalização temporária ou vacatio legis
indireta.

Houve retroatividade para descriminalizar a posse ilegal de arma de fogo na vigência da


lei anterior (Lei n. 9.437/1997 – a revogada Lei de Armas)?

No STJ prevaleceu o entendimento de que a abolitio criminis temporária é retroativa. Ve-


jamos o que foi decidido no HC n. 100.561/MT, da relatora Ministra Maria Thereza de Assis
Moura, 6ª Turma:

Penal. Processual penal. Habeas corpus. 1. Crime de posse de armas. Crime cometido na
vigência da Lei n. 9.437/1997. Vacatio Legis. Aplicação retroativa. Possibilidade. Extinção
da punibilidade. 2. Crime de receptação. Trancamento da ação penal. Falta de prova da
origem ilícita dos bens. Alegações que dependem de aprofundada incursão no conjunto

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probatório. Matéria de mérito. Habeas corpus. Meio incompatível. 3. Ordem concedida


em parte.
1. Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que a vacatio legis estabelecida pelos
arts. 30 e 32 da Lei n. 10.826/2003, para a regularização das armas dos seus proprietários
e possuidores, é reconhecida hipótese de abolitio criminis temporalis e aplica-se retroa-
tivamente aos delitos de posse de arma praticados sob a vigência da Lei n. 9.437/1997.
2. O habeas corpus não se presta a uma aprofundada incursão no conjunto probatório, de
molde a constatar a inocorrência do crime antecedente ao de receptação. Matéria proba-
tória e a ser analisada em sede de apelação, já interposta.
3. Ordem concedida, em parte, apenas para declarar extinta a punibilidade do paciente
relativamente ao crime previsto no art. 10, § 2º da Lei n. 9.437/1997, mantendo, todavia,
a imputação pelo crime de receptação.

A 1ª Turma do STF, segundo o Informativo n. 494, decidiu:

A Turma indeferiu habeas corpus em que se pretendia o reconhecimento da extinção da


punibilidade com fundamento na superve­niência de norma penal descriminalizante. No
caso, o paciente fora condenado pela prática do crime de posse ilegal de arma de fogo
de uso restrito (Lei n. 9.437/1997, art. 10, § 2º), em decorrência do fato de a polícia, em
cumprimento a mandado de busca e apreensão, haver encontrado uma pistola em sua
residência. A impetração sustentava que durante a vacatio legis do Estatuto do Desar-
mamento, que revogou a citada Lei n. 9.437/1997, fora criada situação peculiar relativa-
mente à aplicação da norma penal, haja vista que concedido prazo (Lei n. 10.826/2003,
arts.  30 e 32) aos proprietários e possuidores de armas de fogo, de uso permitido ou
restrito, para que regularizassem a situação dessas ou efetivassem a sua entrega à auto-
ridade competente, de modo a caracterizar o instituto da abolitio criminis. Entendeu-se
que a vacatio legis especial prevista nos arts. 30 e 32 da Lei n.  10.826/2003 (“Art.  30.
Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas deverão, sob pena de
responsabilidade penal, no prazo de 180 dias (cento e oitenta) dias após a publicação
desta lei, solicitar o seu registro apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação
da origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito admitidos. Art. 32. Os possui-
dores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento

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e oitenta) dias após a publicação desta lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo
e, presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta
lei.”), não obstante tenha tornado atípica a posse ilegal de arma de fogo havida no curso
do prazo que assinalou, não subtraiu a ilicitude penal da conduta que já era prevista no
art.  10, §  2º, da Lei n.  9.437/1997 e continuou incriminada, com mais rigor, no art.  16
da Lei n. 10.826/2003. Ausente, assim, estaria o pressuposto fundamental para que se
tivesse como caracterizada a abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo estabe-
lecido nos mencionados dispositivos expressaria o caráter transitório da atipicidade por
ele indiretamente criada. No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporária que
não teria força retroativa, não podendo configurar, pois, abolitio criminis em relação aos
ilícitos cometidos em data anterior. HC n. 90.995/SP, Rel. Min. Menezes Direito, 1ª Turma,
12/2/2008. (HC-90.995)

Com a edição da Lei n. 11.706/2008 foi dado um novo prazo para regularização de armas.
A lei presume a boa-fé e admite o pagamento de indenização, porém, o indivíduo deve agir de
maneira espontânea. Se não houver entrega de maneira espontânea, por vontade livre do agen-
te, a conduta típica estará configurada. Dispõe o art. 30 da lei em estudo:

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deve-
rão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento
de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra
ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declara-
ção firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando
este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste
artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado
de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei. (NR)

Tal norma se estende às munições e acessórios, apesar de não haver menção. Os arts. 31
e 32 da lei em comento regem:

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qual-


quer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamen-
to desta Lei.

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Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, me-


diante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando
extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.

Por fim, a Lei n. 11.922/2009 prorrogou o prazo de entrega das armas de fogo de uso per-
mitido até 31 de dezembro de 2009. Dispõe o art. 20 da lei mencionada: “ficam prorrogados
para 31 de dezembro de 2009 os prazos de que tratam o § 3º do art. 5º e o art. 30, ambos da
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003”.

1.3. Omissão de Cautela

Rege o art. 13 da lei em estudo:

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou
que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou mu-
nição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Por se tratar de uma infração penal de menor potencial ofensivo, o crime em estudo será
apurado por meio de termo circunstanciado.

1.3.1. Análise do Caput do Art. 13

No caput, trata‑se de crime de dupla objetividade jurídica porque protege dois bens jurí-
dicos:
• Incolumidade pública (segurança coletiva): é o objeto jurídico imediato protegido por
todos os tipos penais do Estatuto do Desarmamento;
• Menor de 18 anos ou doente mental: o objeto mediato é a vida ou a integridade física
do menor de 18 anos ou do doente mental. É sujeito passivo o deficiente mental, e não
o físico. Não é necessária nenhuma relação, por exemplo, de parentesco, entre sujeito
ativo e sujeito passivo.

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Sujeito ativo: é o possuidor ou proprietário da arma de fogo.


Objeto material do crime: é a arma de fogo.
O crime do art. 13 não tem como objetos materiais os acessórios e munições, apenas ar-
mas de fogo.
Elemento subjetivo: é um crime culposo (deixar de observar as cautelas necessárias). Ali-
ás, é o único crime culposo previsto no Estatuto do Desarmamento.

Memorize bem isso: este é o único crime culposo do Estatuto porque eventualmente as provas
criam pegadinhas sobre isso, pois não há um nomem juris que destaque que se trata de forma
culposa. Esteja alerta a esse ponto ao treinar as questões de concurso ao final da aula.

E se o responsável dolosamente deixar menor se apoderar da arma de fogo?

Se for menor de 18 anos, responderá pelo crime previsto no art. 16, parágrafo único, inciso
V, do Estatuto do Desarmamento.
Consumação e tentativa: a consumação se dá com o mero apoderamento da arma pelo
menor ou doente mental.

A tentativa é possível?

NÃO, pois se trata de crime culposo.

1.3.2. Análise do Parágrafo Único do Art. 13

No concurso de agente da PF em 2012, a letra de tal dispositivo foi cobrada na prova obje-
tiva, pelo Cespe, pois no edital também havia previsão da Lei de Segurança Privada.
O parágrafo único do art.  13 do Estatuto do Desarmamento prevê tipo penal autônomo,
totalmente distinto do caput e assim disposto:

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Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou mu-
nição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Cuida‑se de crime próprio, pois apenas poderá ser praticado pelo diretor ou proprietário de
empresa de segurança ou de transporte de valores.
O crime próprio é aquele que exige uma especial qualidade do agente, no caso, ser diretor
ou proprietário de empresa de segurança ou de transporte de valores.
O crime consiste em deixar de registrar o boletim de ocorrência e em deixar de comunicar
à Polícia Federal. O tipo penal exige, do sujeito ativo, duas comunicações a instituições do Es-
tado. Após lavrado o BO, o documento deverá ser levado à Polícia Federal.

E se fizer só uma comunicação?

A maioria da doutrina defende que responderá pelo delito, já que o Estatuto (Lei n.
10.826/2003) exige as duas comunicações.
Para a minoria, uma só comunicação não configura crime. Entende ser o Estado responsá-
vel pela comunicação entre seus órgãos.
Os objetos materiais do crime são as armas de fogo, bem como munições ou acessórios.
O elemento subjetivo do crime em estudo é o dolo.
A consumação se dá após as primeiras 24 horas depois do fato. Cuida‑se de crime a prazo.
Na verdade, é depois de conhecido o fato, e não simplesmente “ocorrido” o fato. Só é possível
fazer a comunicação após tomar ciência do extravio, perda, roubo ou furto. O prazo é de 24
horas, a partir do momento em que é possível fazer a comunicação.
Não é possível tentativa, já que se trata de um crime omissivo puro e de mera conduta.

1.4. Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido


Dispõe o art. 14 do Estatuto do Desarmamento:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório

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ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente

O Plenário do STF declarou inconstitucionais o parágrafo único do art. 14, o parágrafo úni-


co do art. 15 (porque estabeleciam que os respectivos crimes eram inafiançáveis) e o art. 21
(porque dispunha que os crimes dos arts. 16, 17 e 18 seriam insuscetíveis de liberdade provi-
sória), todos do Estatuto do Desarmamento, por ofensa ao princípio da proporcionalidade. Em
suma, a maioria os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento são de mera conduta ou
simples atividade, sendo desproporcional compará-los aos crimes hediondos e assemelhados,
ao vedar a liberdade provisória com ou sem fixação de fiança (liberdade provisória vedada ou
proibida). Mesmo com a declaração de inconstitucionalidade, em 2007, o Cespe reproduziu na
prova de agente da PF em 2009, o parágrafo único do art. 14 do referido Estatuto. A assertiva
constou como anulada no gabarito definitivo.
Outro detalhe interessante: 10 anos depois do julgamento da Adin n. 3.112-1, o legislador
tornou hediondo o crime de porte ou posse ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16 do
Estatuto), tornando-o hediondo. E  a tendência de recrudescimento da lei foi reforçada com
o Pacote Anticrime, que incluiu no rol ainda os crimes de comércio ilegal de arma de fogo
(art. 17) e de tráfico internacional de armas (art. 18).
Vejamos a ementa da decisão proferida pelo pleno do STF:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 10.826/2003. ESTATUTO


DO DESARMAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL AFASTADA. INVASÃO DA
COMPETÊNCIA RESIDUAL DOS ESTADOS. INOCORRÊNCIA. DIREITO DE PROPRIEDADE.
INTROMISSÃO DO ESTADO NA ESFERA PRIVADA DESCARACTERIZADA. PREDOMI-
NÂNCIA DO INTERESSE PÚBLICO RECONHECIDA. OBRIGAÇÃO DE RENOVAÇÃO PERIÓ-
DICA DO REGISTRO DAS ARMAS DE FOGO. DIREITO DE PROPRIEDADE, ATO JURÍDICO
PERFEITO E DIREITO ADQUIRIDO ALEGADAMENTE VIOLADOS. ASSERTIVA IMPROCE-
DENTE. LESÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AFRONTA TAMBÉM AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
Sérgio Bautzer

ARGUMENTOS NÃO ACOLHIDOS. FIXAÇÃO DE IDADE MÍNIMA PARA A AQUISIÇÃO DE


ARMA DE FOGO. POSSIBILIDADE. REALIZAÇÃO DE REFERENDO. INCOMPETÊNCIA
DO CONGRESSO NACIONAL. PREJUDICIALIDADE. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE
PROCEDENTE QUANTO À PROIBIÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE FIANÇA E LIBER-
DADE PROVISÓRIA. I – Dispositivos impugnados que constituem mera reprodução de
normas constantes da Lei n. 9.437/1997, de iniciativa do Executivo, revogada pela Lei
n.10.826/2003, ou são consentâneos com o que nela se dispunha, ou, ainda, consubs-
tanciam preceitos que guardam afinidade lógica, em uma relação de pertinência, com
a Lei n. 9.437/1997 ou com o PL n. 1.073/1999, ambos encaminhados ao Congresso
Nacional pela Presidência da República, razão pela qual não se caracteriza a alegada
inconstitucionalidade formal. II – Invasão de competência residual dos Estados para
legislar sobre segurança pública inocorrente, pois cabe à União legislar sobre matérias
de predominante interesse geral. III – O direito do proprietário à percepção de justa
e adequada indenização, reconhecida no diploma legal impugnado, afasta a alegada
violação ao art. 5º, XXII, da Constituição Federal, bem como ao ato jurídico perfeito e
ao direito adquirido. IV – A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de
“porte ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo de arma de fogo”, mos-
tra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam
aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade. V –
Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16,
17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a
prisão ex lege, em face dos princípios da presunção de inocência e da obrigatorie-
dade de fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade judiciária compe-
tente. VI – Identificação das armas e munições, de modo a permitir o rastreamento
dos respectivos fabricantes e adquirentes, medida que não se mostra irrazoável. VII
– A idade mínima para aquisição de arma de fogo pode ser estabelecida por meio de
lei ordinária, como se tem admitido em outras hipóteses. VIII – Prejudicado o exame
da inconstitucionalidade formal e material do art. 35, tendo em conta a realização de
referendo. IX – Ação julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionali-
dade dos parágrafos únicos dos arts. 14 e 15 e do art. 21 da Lei n. 10.826, de 22 de
dezembro de 2003. (grifos nossos)

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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Até 1997, o porte de arma era contravenção penal (art. 19 da LCP). Em 1997, entrou em
vigor a Lei das Armas de Fogo (Lei n. 9.437/1997), que transformou o porte de arma de fogo
em crime, cominando a mesma sanção à posse.
Em 2003, entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003), mantendo a
posse e o porte como crimes.
A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional,
é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a  aquisição de armas de
fogo de uso restrito. A autorização de porte de arma de fogo perderá automaticamente sua
eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito
de substâncias químicas ou alucinógenas.
É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previs-
tos em legislação própria e para: os integrantes das Forças Armadas; os integrantes de órgãos
referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal; os integrantes das guardas
municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 habitantes, nas
condições estabelecidas no regulamento da lei em estudo; os integrantes das guardas munici-
pais dos Municípios com mais de 50.000 e menos de 500.000 habitantes, quando em serviço;
os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento
de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; os inte-
grantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas
de presos e as guardas portuárias; empresas de segurança privada e de transporte de valores
constituídas, nos termos da lei em comento; para os integrantes das entidades de desporto
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na
forma do regulamento da lei, observando‑se, no que couber, a legislação ambiental; integrantes
das carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria‑Fiscal do Trabalho, cargos
de auditor‑fiscal e analista tributário; os Tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de
servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e
pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP.
Sobre os esportistas, vale a pena ler o julgado da 6ª Turma do STJ:

DIREITO PENAL. TIPICIDADE DA CONDUTA NO CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE


FOGO DE USO PERMITIDO.
É típica (art.  14 da Lei 10.826/2003) a conduta do praticante de tiro desportivo que
transportava, municiada, arma de fogo de uso permitido em desacordo com os termos
de sua guia de tráfego, a qual autorizava apenas o transporte de arma desmuniciada.
De fato, as armas dos praticantes de tiro desportivo não integram rol dos “registros pró-
prios” (art. 2º, § 1º, do Decreto 5.123/2004), ao menos para o fim de lhes ser deferido
porte de arma. Dispõe, na verdade, sobre guia de tráfego (art. 30, § 1º, do referido Decreto
5.123/2004), licença distinta, a  ser expedida pelo Comando do Exército. Poder-se-ia
alegar que a restrição de se ter que trafegar com a arma desmuniciada não constaria
de lei ou regulamento, daí ser ela inócua mesmo que o Exército tenha expedido a guia
com essa menção. Todavia, o legislador foi extremamente cuidadoso ao consignar, cla-
ramente, na Lei 10.826/2003, em seu art. 6º, que é “proibido o porte de arma de fogo em
todo o território nacional”, seguindo-se as ressalvas. Em relação aos atiradores, foi auto-
rizado o porte apenas no momento em que a competição é realizada. Nos indispensáveis
trajetos para os estandes de tiro não se deferiu porte, mas específica guia de tráfego. Daí,
a necessidade de cautelas no transporte. Nesse contexto, em consideração ao fato de
que a prática esportiva de tiro é atividade que conta com disciplina legal, é plenamente
possível o traslado de arma de fogo para a realização de treinos e competições, exigin-
do-se, porém, além do registro, a expedição de guia de tráfego (que não se confunde com
o porte de arma) e respeito aos termos desta autorização. Não concordando com os
termos da guia, a lealdade recomendaria que o praticante de tiro desportivo promovesse
as medidas jurídicas cabíveis para eventualmente modificá-la, e não simplesmente que
saísse com a arma municiada, ao arrepio do que vem determinando a autoridade com-
petente sobre a matéria, o Exército. RHC 34.579-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 24/4/2014

Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos, que comprovem depender do emprego
de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar, será concedido, pela Polícia

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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Federal, o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com um ou dois canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
16, desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão
ser anexados o documento de identificação pessoal, comprovante de residência em área rural,
atestado de bons antecedentes.
O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente
de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de
arma de fogo de uso permitido.
Uma observação importante: ainda com relação aos residentes em área rural, é importante
ressaltar que o Estatuto foi alterado em 2019 para considerar residência ou domicílio toda a
extensão do respectivo imóvel rural. Com isso, passa a ser possível que a pessoa residente
em área rural que tenha posse legítima de arma de fogo possa circular armada por toda a sua
propriedade, independentemente da área. Antes dessa redação, residência era somente consi-
derada a casa, e não a propriedade toda. Portanto, se o grande proprietário de terras circulasse
com a arma no interior de sua propriedade, mas fora da sua casa, seria crime de porte de ar-
mas. Agora a conduta passa a ser atípica se a posse for regular.
As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, deven-
do essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão compe-
tente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal
em nome da empresa.

Análise do Art. 14

Dispõe o art. 14 do Estatuto do Desarmamento:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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Sujeito ativo: é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.
A pena será aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento, nos termos do art. 20,
I, da Lei n. 10.826/2003. A causa de aumento também será aplicada se o sujeito ativo for rein-
cidente específico em crimes dessa natureza (v. art. 20, II).
Sujeito passivo: é a coletividade.
Cuida‑se de tipo misto alternativo (prevê várias condutas). É também conhecido como tipo
de conduta múltipla, de conduta variada ou plurinuclear. Se forem cometidas no mesmo con-
texto fático, será crime único. Por exemplo, o indivíduo que está portando em via pública duas
armas de fogo de uso permitido, responderá apenas por um crime.
Elemento normativo: sem autorização ou em desacordo com determinação legal. O sujeito
ativo não porta a arma de fogo de acordo com o Estatuto do Desarmamento.

1.5. Diferença do Crime de Porte Ilegal de Arma de Fogo (art. 14)


para o Crime de Posse Irregular de Arma de Fogo (art. 12)

Ambos têm como objetos materiais armas de fogo, munição e acessórios de uso permitido.
Cuidado para não confundir posse irregular de arma de fogo com o porte ilegal de arma de
fogo, pois tais condutas restaram bem delineadas.
A posse consiste em manter a arma de fogo no interior de residência (ou dependência des-
ta) ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da
residência ou local de trabalho.
“Portar arma de fogo desmuniciada configura crime?” Sim, é pacífico tanto no STJ quanto
no STF.
Em 2012, a 6ª Turma do STJ decidiu:

ARMA DE FOGO DESMUNICIADA. TIPICIDADE.


A Turma, acompanhando recente assentada, quando do julgamento, por maioria, do REsp
1.193.805-SP, manteve o entendimento de que o porte ilegal de arma de fogo é crime de
perigo abstrato, cuja consumação se caracteriza pelo simples ato de alguém levar con-
sigo arma de fogo sem autorização ou em desacordo com determinação legal – sendo

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irrelevante a demonstração de efetivo caráter ofensivo. Isso porque, nos termos do dis-
posto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei n. 10.826/2003, o legislador teve como obje-
tivo proteger a incolumidade pública, transcendendo a mera proteção à incolumidade
pessoal, bastando, assim, para a configuração do delito em discussão a probabilidade
de dano, e  não sua ocorrência. Segundo se observou, a  lei antecipa a punição para o
ato de portar arma de fogo; é, portanto, um tipo penal preventivo, que busca minimizar o
risco de comportamentos que vêm produzindo efeitos danosos à sociedade, na tentativa
de garantir aos cidadãos o exercício do direito à segurança e à própria vida. Conclui-se,
assim, ser irrelevante aferir a eficácia da arma para a configuração do tipo penal, que é
misto alternativo, em que se consubstanciam, justamente, as condutas que o legislador
entendeu por bem prevenir, seja ela o simples porte de munição ou mesmo o porte de
arma desmuniciada. Relativamente ao regime inicial de cumprimento da pena, reputou-
-se mais adequada ao caso a fixação do semiaberto; pois, apesar da reincidência do
paciente, a pena-base foi fixada no mínimo legal – três anos – aplicação direta da Súm.
n. 269/STJ. HC 211.823-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/3/2012.

Entendendo como crime porte ilegal de munição, vale a pena trazer a colação o seguinte
julgado da 2ª Turma do STF:

Porte ilegal de arma de fogo e ausência de munição (..)


Em conclusão, a 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus no qual denunciado pela
suposta prática do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido pleiteava o
trancamento de ação penal — v. Informativos 601 e 612. Entendeu-se que, após a entrada
em vigor da Lei 10.826/2003, a  hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja
caracterização não importaria o resultado concreto da ação. Aduziu-se que a referida lei,
além de tipificar o simples porte de munição, não exigiria para a configuração do crime
sob análise que a arma estivesse municiada, de acordo com que se extrairia da redação
do art. 14 daquele diploma legal. Avaliou-se, ainda, que o trancamento de ação penal seria
medida reservada a situações excepcionais, como a manifesta atipicidade da conduta,
a presença de causa de extinção da punibilidade do paciente ou a ausência de indícios
mínimos de autoria e materialidade delitivas, inocorrentes na espécie. Para evitar supres-
são de instância, não se conheceu da alegação, não apreciada pelo STJ nem pelo tribunal

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estadual, de que o paciente fora autorizado, por presidente da Corte estadual, a portar
arma, a  qual só não estaria registrada em seu nome porque, à  época dos fatos, ainda
vigoraria o prazo legal para o devido registro. Não obstante, explicitou-se que esse prazo,
espécie de vacatio legis indireta, teria sido destinado aos proprietários e possuidores de
arma de fogo (Lei 10.826/2003, art. 12), e não àqueles acusados de porte ilegal (art. 14).
Vencido o Min. Celso de Mello, que concedia a ordem por entender destituída de tipici-
dade penal a conduta imputada ao paciente. HC 96759/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa,
28.2.2012. (HC-96759)”.

Em 2012, a  5ª Turma do STJ entendeu pela aplicação do princípio da insignificância no


crime de porte ilegal de munição:

A Turma, por maioria, absolveu o paciente do crime de porte ilegal de munição; ele fora preso com
um único projétil, sem ter havido apreensão da arma de fogo. O Min. Relator entendeu que se trata
de crime de perigo abstrato, em que não importa se a munição foi apreendida com a arma ou isola-
damente para caracterizar o delito. Contudo, no caso, verificou que não houve lesão ao bem jurídico
tutelado na norma penal, que visa resguardar a segurança pública, pois a munição foi utilizada para
suposta ameaça, e não é esse tipo de perigo, restrito a uma única pessoa, que o tipo penal visa evi-
tar. E, por se tratar de apenas um projétil, entendeu pela ofensividade mínima da conduta, portanto
por sua atipicidade. A Min. Maria Thereza de Assis Moura e o Min. Og Fernandes também reconhe-
ceram a atipicidade da conduta, mas absolveram o paciente sob outro fundamento: o crime de porte
de munição é de perigo concreto, ou seja, a munição sem arma não apresenta potencialidade lesiva.
Precedente citado do STF: HC 96.532-RS, DJe 26/11/2009. HC 194.468-MS, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 17/4/2012.

Porte de arma desmontada configura crime previsto no art. 14?

Depende do caso concreto; se possível montá‑la rapidamente e municiá‑la, pode configurar


o delito.
Já o porte de arma de fogo inapta para efetuar disparos configura crime impossível.
Sobre a arma de fogo danificada, vale a pena ler o julgado da 5ª Turma do STJ:

DIREITO PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E CONCEITO TÉCNICO DE ARMA


DE FOGO.

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Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento
apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar
quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para realizar disparos. De
fato, tem-se como típica a conduta de portar arma de fogo sem autorização ou em des-
conformidade com determinação legal ou regulamentar, por se tratar de delito de perigo
abstrato, cujo bem jurídico protegido é a incolumidade pública, independentemente da
existência de qualquer resultado naturalístico. Nesse passo, a classificação do crime de
porte ilegal de arma de fogo como de perigo abstrato traz, em seu arcabouço teórico,
a presunção, pelo próprio tipo penal, da probabilidade de vir a ocorrer algum dano pelo
mau uso da arma. Com isso, flagrado o agente portando um objeto eleito como arma de
fogo, temos um fato provado – o porte do instrumento – e o nascimento de duas pre-
sunções, quais sejam, de que o objeto é de fato arma de fogo, bem como tem potencial
lesivo. No entanto, verificado por perícia que o estado atual do objeto apreendido não via-
biliza sequer a sua inclusão no conceito técnico de arma de fogo, pois quebrado e, con-
sequentemente, inapto para realização de disparo, não há como caracterizar o fato como
crime de porte ilegal de arma de fogo. Nesse caso, tem-se, indubitavelmente, o rompi-
mento da ligação lógica entre o fato provado e as mencionadas presunções. AgRg no
AREsp 397.473-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/8/2014.

Sobre a necessidade de realização de exame pericial na arma de fogo, com a finalidade de


se determinar sua capacidade de efetuar disparos, a 1ª Turma do STF decidiu que:

Porte Ilegal de Arma de Fogo e Exame Pericial


A Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública da
União em favor de condenado pela prática do crime de porte ilegal de arma de fogo (Lei
n.  9.437/1997, art.  10) no qual se sustentava a necessidade de exame pericial para a
configuração do delito. Alegava que, embora a perícia tivesse sido feita na arma de fogo
apreendida, esta fora realizada por policiais que atuaram no inquérito e sem qualificação
necessária. Reputou-se que eventual nulidade do exame pericial na arma não descarac-
terizaria o delito atualmente disposto no art.  14, caput, da Lei n.  10.826/2003, quando
existir um conjunto probatório que permita ao julgador formar convicção no sentido da
existência do crime imputado ao réu, bem como da autoria do fato. Salientou-se, ainda,

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que os policiais militares, conquanto não haja nos autos a comprovação de possuírem
curso superior, teriam condições de avaliar a potencialidade lesiva da arma. Registrou-
-se, contudo, que a sentença condenatória sequer se baseara na perícia feita por esses
policiais, mas sim na declaração do próprio paciente que, quando interrogado, dissera
que usava aquela arma para a sua defesa pessoal, demonstrando saber de sua poten-
cialidade. Vencido o Min. Marco Aurélio, que deferia o writ por considerar que o laudo
pericial, ante o teor do art. 25 da Lei n. 10.826/2003 [As armas de fogo apreendidas, após
a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem
à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército,
no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos
de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.], seria
formalidade essencial, que deveria ser realizada por técnicos habilitados e não por poli-
ciais militares. Precedente citado: HC n. 98.306/RS (DJE de 19/11/2009, 2ª Turma). HC
n. 100.008/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, 18/5/2010. (HC-10.008).

“Porte de munição configura crime?” Sim, pois é crime de perigo abstrato (aquele cuja exis-
tência dispensa a demonstração efetiva de que a vítima ficou exposta a uma situação concreta
de risco, STJ – Recurso Especial n. 803.824, 6ª Turma).
Há quem defenda que, pelo simples fato de portar acessório ou munição, já há configura-
ção de crime, com mais razão se punirá quem estiver com uma arma de fogo sem munição.
Para nós, é crime portar munições de arma de fogo.
Sobre o porte ilegal de munição, decidiu o STJ:

Trata-se da necessidade ou não de comprovação da potencialidade lesiva para configu-


ração do delito de porte ilegal de munição. Nas instâncias ordinárias, o  juiz condenou
o ora recorrido, como incurso no art. 14 (caput) da Lei n. 10.826/2003, a dois anos de
reclusão em regime aberto e 10 dias-multa, substituída a sanção por duas medidas res-
tritivas de direitos, mas o Tribunal a quo proveu sua apelação, absolvendo-o. Daí que o
MP estadual interpôs o REsp, afirmando que o porte de munição sem autorização e em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar não depende da comprovação da
potencialidade lesiva da munição, tal como é, também, no caso da presença de arma de

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fogo. O Min. Relator, invocando precedente do STF. Consta HC n. 93.876-RJ, 1ª Turma,


julgado em 28/4/2009, ainda não publicado, entendeu que se está diante de crime de
perigo abstrato, de forma que tão só o comportamento do agente de portar munição sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar é suficiente para
a configuração do delito em debate. Observou, ainda, que não via previsão típica em que
o legislador tenha desejado a análise caso a caso da comprovação de que a conduta do
agente produziu concretamente situação de perigo. Porém, essa posição ficou vencida
após a divergência inaugurada pelo Min. Nilson Naves, que concluiu pela atipicidade da
conduta, conforme posição similar ao porte de arma sem munição, que, por não possuir
eficácia, não pode ser considerada arma. Precedente citado: HC n. 70.544-RJ, 6ª Turma,
DJe 3/8/2009. REsp n. 1.113.247-RS, Rel. originário Min. Haroldo Rodrigues (Desembar-
gador convocado do TJ-CE), Rel. para acórdão Min. Nilson Naves, 6ª Turma, julgado em
15/9/2009.

A consumação do art. 14 se dá com a prática de uma das duas condutas.


A conduta ter em depósito torna o crime permanente.
É possível tentativa no art. 14? Em determinadas condutas, é possível a tentativa, como,
por exemplo, tentar adquirir.
Objeto material: arma de fogo em perfeita condição de uso. Logo, para nós, indispensável
a perícia. O STJ já disse que o exame pericial é dispensável (AgRg no Resp. n. 917.040-SC, 6ª
Turma, Rel. Min. Paulo Gallotti, julg. em 29/4/2008).
No mesmo sentido, a 1ª Turma do STF decidiu que:

Porte Ilegal de Arma de Fogo e Exame Pericial


Em conclusão de julgamento, a Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus – impetrado
em favor de condenado pela prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso
permitido (Lei n. 10.826/2003, art. 14) – no qual se sustentava a indispensabilidade de
exame pericial válido na arma apreendida. Salientou-se a peculiaridade do caso, pois o
próprio paciente confirmara, em juízo, que havia comprado a pistola. Asseverou-se, inclu-
sive, que o paciente fora preso por ter feito uso da arma – em suposto crime contra a
vida –, e que ela se mostrara eficaz. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que concedia

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a ordem por entender indispensável a feitura de perícia quando da apreensão de armas


de fogo. Acrescentava que o CPP revelaria impedimentos relativamente à atuação dos
peritos e que, assim, a um só tempo, o policial não poderia exercer atividade que lhe fosse
inerente e atuar como perito. HC n. 96.921/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/acór-
dão Min. Dias Toffoli, 14/9/2010. (HC n. 96.921)

O homicídio absorve o crime do art. 14 do Estatuto do Desarmamento?

Primeira corrente: responde sempre pelos dois crimes, porque os tipos penais protegem
bens jurídicos distintos. O crime de homicídio protege o bem jurídico vida, enquanto o crime de
disparo protege a coletividade.
Segunda corrente: se o crime de porte de arma foi praticado apenas para a execução do
homicídio, ou seja, se foi fase normal e necessária para a execução do delito, ficará absorvido,
tendo em vista o princípio da consunção. No caso, o porte de arma seria crime‑meio para a
prática do delito de homicídio.
É o posicionamento da 6ª Turma do STJ, vejamos:

CONSUNÇÃO. PORTE ILEGAL. ARMA DE FOGO.


Em habeas corpus, o impetrante defende a absorção do crime de porte ilegal de arma
de fogo pelo crime de homicídio visto que, segundo o princípio da consunção, a primeira
infração penal serviu como meio para a prática do último crime. Explica o Min. Relator
que o princípio da consunção ocorre quando uma infração penal serve inicialmente como
meio ou fase necessária para a execução de outro crime. Logo, a aplicação do princípio
da consunção pressupõe, necessariamente, a análise de existência de um nexo de depen-
dência das condutas ilícitas para verificar a possibilidade de absorção daquela infração
penal menos grave pela mais danosa. Assim, para o Min. Relator, impõe-se que cada caso
deva ser analisado com cautela, deve-se atentar à viabilidade da aplicação do princípio
da consunção, principalmente em habeas corpus, em que nem sempre é possível um
profundo exame dos fatos e provas. No entanto, na hipótese, pela descrição dos fatos na
instrução criminal, na pronúncia e na condenação, não há dúvida de que o porte ilegal de
arma de fogo serviu de meio para a prática do homicídio. Diante do exposto, a Turma con-

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cedeu a ordem para, com fundamento no princípio da consunção, excluir o crime de porte
de arma de fogo da condenação do paciente. Precedentes citados: REsp. n. 570.887-RS,
DJ 14/2/2005; HC n. 34.747-RJ, DJ 21/11/2005, e REsp. n. 232.507-DF, DJ 29/10/2001.
HC n. 104.455-ES, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/10/2010.

1.6. Disparo de Arma de Fogo

Rege o art. 15 da lei em estudo:

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de
outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Grifo nosso)

Sujeito ativo: é crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa).
A pena será aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento (art. 20, I). O Pacote An-
ticrime acrescentou ainda como causa de aumento se o sujeito ativo for reincidente específico
em crimes dessa natureza (art. 20, II).
Elemento espacial: lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
a ela.
A quantidade de disparos é irrelevante, configurará um só crime. Será importante para a
fixação da pena‑base no momento da dosimetria da pena.
Elemento subjetivo: é crime doloso.
Consumação: com mero disparo ou acionamento da munição.
Tentativa é possível, embora de difícil configuração prática.

E se o agente teve a finalidade de praticar homicídio com o disparo?

Primeira corrente: há concurso de crimes, por haver bens jurídicos distintos em jogo.
Segunda corrente: responde pelo homicídio, por ser crime mais grave. É a corrente da qual
partilhamos, até porque a leitura da parte final do dispositivo permite que se chegue a tal con-

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clusão. O disparo de arma de fogo é um crime claramente subsidiário, ou seja, o agente só


deve responder por tal delito, na falta da incidência de uma norma penal mais grave.
Com a inclusão do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16)
no rol previsto no art.  1º da Lei dos Crimes Hediondos, possivelmente os posicionamentos
adotados serão revistos. Tal assunto não pode ser cobrado em provas objetivas por ser discu-
tível.
O art. 15, parágrafo único, que veda a concessão de fiança, também foi declarado incons-
titucional pelo STF na ADI n. 3.112 (02/05/2007, Tribunal Pleno). O fundamento dado a essa
inconstitucionalidade é que, por ser crime de mera conduta, é desproporcional e desarrazoado
compará‑lo com os crimes hediondos.

1.7. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito

Dispõe o art. 16 do Estatuto do Desarmamento:

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

A redação original falava em arma, acessório ou munição “de uso proibido ou restrito”,
mas o Pacote Anticrime optou por dar um tratamento mais rigoroso às armas de fogo de uso
proibido, de modo que, em se tratando de armas desta natureza haverá a qualificadora do § 2º,
que veremos adiante.
Trata-se de crime hediondo, conforme art. 2º, parágrafo único, II da Lei n. 8.072/90. O Pa-
cote Anticrime alterou a Lei de Crimes Hediondos para inserir novas hipóteses de crimes con-
siderados hediondos. Ao fazê-lo, no entanto, cometeu uma imprecisão ao se referir ao art. 16.
Isso porque mencionou como hediondo o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826/2003. Ocorre que o nomen juris do art. 16 diz
respeito a arma de fogo de uso restrito, tendo a sua conduta tipificada no caput, sendo que
as mesmas condutas quando recaírem sobre as armas de uso proibido, estará caracterizada

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a forma qualificada do § 2º. Pra resumir, acreditamos que a jurisprudência vai considerar todo
o art. 16 como hediondo, e não apenas o § 2º. Com certeza não foi a intenção do legislador
deixar as condutas do caput de fora, já que elas já eram consideradas hediondas na redação
anterior. Mas anote e fique atento(a) a isso no futuro.
O legislador pune com mesma pena quem possui ou porta ilegalmente arma de fogo, aces-
sório ou munição de uso restrito.
O objeto material é a arma de fogo de uso restrito, que é aquela de uso exclusivo das For-
ças Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas,
devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica.
Trata‑se de norma penal em branco heterogênea, pois, para haver eficácia, depende da
complementação de um ato administrativo.
• Sujeito ativo: qualquer pessoa. Trata-se de um crime comum.
• Sujeito passivo: coletividade.
• Elemento subjetivo: dolo
• Objeto jurídico: incolumidade pública
• Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito.

1.7.1. Análise § 1º do Art. 16. Condutas equiparadas

O § 1º do art. 16 da lei em estudo tem como objeto material tanto armas de uso restrito
quanto as permitidas. São tipos penais autônomos em relação ao do caput:

I  – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou


artefato;

• Sujeito ativo: qualquer pessoa.


• Sujeito passivo: coletividade.
• Elemento subjetivo: dolo.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo ou artefato.

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Trata-se de um inciso que dificilmente é cobrado em provas de concursos públicos. Deve


ser observado que quem porta ou possui a arma de fogo com numeração raspada não é ne-
cessariamente quem a alterou ou suprimiu.

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná‑la equivalente a arma de fogo
de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
policial, perito ou juiz;

• Sujeito ativo: qualquer pessoa.


• Sujeito passivo: coletividade, secundariamente a autoridade policial, perito ou o juiz.
• Elemento subjetivo: dolo.

O criminoso tem a intenção de modificar a arma, com o fim de:


− transformar de permitida em restrita ou proibida;
− induzir a erro o juiz, o perito e autoridade policial.

Não se aplica o dispositivo penal de fraude processual, mas sim esse inciso II do § 1º do
art. 16. Por ser crime formal, o crime se consuma com a simples modificação apta a iludir,
ainda que não induza a erro a vítima.
A tentativa é possível; por exemplo, a pessoa é surpreendida tentando fazer a modificação.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo.

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;

• Sujeito ativo: qualquer pessoa.


• Sujeito passivo: coletividade.
• Elemento subjetivo: dolo.

É possível a tentativa nas modalidades fabricar e empregar.


Esse dispositivo derrogou (revogação parcial) o crime do art. 253 do CP, na parte que trata
de artefato explosivo ou incendiário.

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• Objeto jurídico: incolumidade pública


• Objeto material: qualquer objeto produzido industrialmente explosivo ou incendiário.

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qual-
quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

O Estatuto do Desarmamento não distinguiu a conduta de portar ou possuir arma de fogo


“raspada”.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. No caso, a arma já está adulterada. O inciso I pune quem
adultera.

E se o agente que raspou é o mesmo que porta?

Responderá somente pelo inciso I. Conclusão: o inciso IV admite como sujeito ativo qual-
quer pessoa, com exceção daquela que adulterou.
• Sujeito passivo: a coletividade
• Elemento subjetivo: dolo.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identi-
ficação raspado, suprimido ou adulterado.

Segundo o STJ:

[...] aquele que está na posse de arma de fogo com numeração raspada tem sua conduta tipificada
no art. 16, parágrafo único, IV, e não no art. 12, caput, da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o calibre
do armamento corresponda a uma arma de fogo de uso permitido. (Resp n. 1.036.597-RJ, Rel. Min.
Felix Fischer, julg. em 21/8/2008, 5ª Turma – Info. n. 364),

Tema importante para a prova objetiva da Polícia Federal é a questão da observação do


prazo de aplicação do instituto abolitio criminis ao delito de posse de arma de fogo com nume-
ração raspada. Vejamos o que dispõe a Súmula n. 513 do STJ:

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A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma
de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.
V  – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente;

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. O criminoso deve ter ciência de que está vendendo uma
arma de fogo para um menor.
• Sujeito passivo: coletividade e secundariamente os menores de 18 anos.
• Elemento subjetivo: dolo.
• Objeto jurídico: a incolumidade pública e secundariamente a integridade física do me-
nor.
• Objeto material: arma de fogo, acessório, munição ou explosivo.

É admissível a modalidade tentada.

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição
ou explosivo.

É importante ressaltar que o § 4º do art. 23 do Estatuto do Desarmamento rege que as


instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV do caput do
art. 6º da lei e no seu § 7º está disposto que poderão adquirir insumos e máquinas de recarga
de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização con-
cedida nos termos definidos em regulamento.
• Objeto material: munição ou explosivo.
• Sujeito ativo: qualquer pessoa.
• Sujeito passivo: coletividade.
• Elemento subjetivo: dolo.

É possível a tentativa em todas as condutas.


É importante você memorizar que às condutas do art. 16 também se aplicam as causas de
aumento do art. 20, I e II. Ou seja, a pena aumenta-se da metade se o crime é praticado por in-

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tegrante dos órgãos públicos e empresas privadas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º ou se o agente
é reincidente específico em crimes dessa natureza.

1.8. Análise do § 2º. Forma Qualificada

Dispõe o § 2º do art. 16:

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proi-
bido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Trata-se de novidade do Pacote Anticrime! Antes dessa redação não havia esse tratamento
mais rigoroso às armas de fogo de uso proibido. A diferenciação entre armas de uso permi-
tido, restrito e proibido é feita pelo art. 2º do Decreto n. 9.847/2019. Geralmente, as provas
não chegam a cobrar detalhes técnicos dos calibres e especificações das armas de fogo de
uso permitido, restrito ou proibido, pois esses detalhes normalmente são dados pelo próprio
enunciado. Mas é bom você lembrar que o referido Decreto de 2019 flexibilizou esses critérios,
ampliando o rol de armas de fogo de uso permitido, caracterizando novatio legis in mellius. De
um lado, o Decreto amplia o rol de armas de fogo de uso permitido, de outro, o Pacote Anticri-
me recrudesce as penas para o porte ilegal de armas de uso proibido.

1.9. Comércio Ilegal de Arma de Fogo

Dispõe o art. 17 da lei em tela:

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (oito) anos, e multa.
§  1º Equipara‑se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência.
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

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Primeiramente, cabe ressaltar que a redação transcrita está de acordo com o Pacote Anti-
crime, que produziu duas alterações importantes no dispositivo: aumentou os limites de pena
mínima e máxima cominados para esse tipo penal e inseriu o § 2º para conferir respaldo legal
à atividade de policial disfarçado.
Sujeito ativo: é crime próprio. O agente deve ser comerciante de armas ou industrial que as
produz. Se a venda for feita por particular, responderá pelo crime previsto no art. 14, se arma de
fogo, acessório ou munição for de uso permitido, ou pelo art. 16, se de uso restrito. Se vender
para o exterior (tráfico), responderá pelo crime previsto no art. 18, também não importando se
a arma de fogo, acessório ou munição é de uso permitido ou restrito.
A pena será aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento, conforme art. 20, I, do
Estatuto. O Pacote Anticrime inseriu ainda como causa de aumento de pena a hipótese de o
sujeito ativo ser reincidente específico em crimes dessa natureza (art. 20, II).
Não é crime habitual, a habitualidade é do comércio, e não da venda ilegal de arma.
• Sujeito passivo: a coletividade.
• Elemento subjetivo: trata‑se de crime doloso.

É possível a figura tentada em tese, porém de difícil ocorrência na prática.


• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo de uso restrito, permitido ou proibido.

A pena será aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso
proibido ou restrito, nos termos do art. 19 do Estatuto.
O comércio ilegal de armas também estará configurado se o sujeito ativo entregar arma
de fogo, acessório ou munição a agente policial disfarçado. É a redação do § 2º do art. 17,
acrescida pelo Pacote Anticrime. O  dispositivo exige ainda que haja elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente. Ou seja, no curso da investigação deve haver um
conjunto indiciário robusto da prática de outros crimes. Não haverá crime de comércio ilegal se
o flagrante se der unicamente com base na ação do policial disfarçado. O dispositivo veio para
legitimar a técnica de investigação do policial disfarçado, que é distinta do procedimento de

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infiltração de agente da Lei das Organizações Criminosas, que é muito mais complexo e exige
maior planejamento e controle.

Com o Pacote Anticrime, o comércio ilegal de armas de fogo do art. 17 do Estatuto passa a
constar do rol de crimes hediondos. Isso com certeza será cobrado em provas!

1.10. Tráfico Internacional de Arma de Fogo

Dispõe o art. 18 do Estatuto do Desarmamento:

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 8 (quatro) a 16 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou mu-
nição, em operação de importação, sem autorização de autoridade competente, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

Aqui você também deve ficar atento(a) com as mudanças do Pacote Anticrime. Primeiro,
o crime teve a sua pena duplicada com a nova redação (antes era reclusão de 4 a 8 anos), reve-
lando uma forte reação do legislador ao aumento do tráfico de armas. Segundo, aqui também
foi introduzido dispositivo referente à ação do policial disfarçado (parágrafo único).
• Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. A  pena será
aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e empresas re-
feridas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento. A causa de aumento também
será aplicada se o sujeito ativo for reincidente específico em crimes dessa natureza.
• Sujeito passivo: é a coletividade.
• Elemento subjetivo: é o dolo.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo, acessório ou mu­nição. A pena será aumentada da me-
tade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito, nos
termos do art. 19.

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A competência para julgamento do crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessó-


rio ou munição é da Justiça Federal.

Cuidado: também compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de porte ilegal de
arma de fogo de procedência estrangeira.

Nas condutas importar ou exportar, o crime é material.


Na conduta de favorecer a entrada ou saída do território nacional, o crime é formal, pois
basta que ocorra o favorecimento, ainda que não haja a efetiva entrada ou saída das armas,
acessórios ou munições.
É admissível a tentativa, se for possível o fracionamento do iter criminis.
Vale lembrar que 1ª Turma do STF entendeu que não é cabível o princípio da insignificância
no crime de tráfico internacional de munição, conforme se depreende da leitura do Informativo
n. 606:

A 1ª Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus em que se pretendia a aplicação do


princípio da insignificância para trancar ação penal instaurada contra o paciente, pela
suposta prática do crime de tráfico internacional de munição (Lei n.10.826/2003, art. 18).
A  defesa sustentava que seria objeto da denúncia apenas a apreensão de 3 cápsulas
de munição de origem estrangeira, daí a aplicabilidade do referido postulado. Aduziu-se
que o denunciado faria do tráfico internacional de armas seu meio de vida e que teriam
sido encontrados em seu poder diversos armamentos e munições que, em situação regu-
lar, não teriam sido objeto da peça acusatória. Nesse sentido, não se poderia cogitar da
mínima ofensividade da conduta ou da ausência de periculosidade social da ação, por-
quanto a hipótese seria de crime de perigo abstrato, para o qual não importaria o resul-
tado concreto. Vencido o Min. Marco Aurélio, que deferia a ordem por reputar configurado
no caso o crime de bagatela, tendo em vista que a imputação diria respeito tão somente
às 3 cápsulas de origem estrangeira, mas não a todo o material apreendido.
HC n. 97.777/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26/10/2010. (HC n. 97.777).

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Destacamos ainda que, com o Pacote Anticrime, foi introduzido o parágrafo único, pelo
qual o crime se configura em ação de policial disfarçado, isto é, quando este se faz passar por
alguém interessado em importar ou exportar arma de fogo, acessório ou munição sem autori-
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, ou favorecer a sua entrada
ou saída do território nacional. Neste caso, assim como no do comércio ilegal, exige-se a pree-
xistência de elementos probatórios razoáveis de conduta criminal. Mais uma vez destacamos
que a técnica do policial disfarçado é diferente do agente infiltrado da Lei das Organizações
Criminosas.

Com o Pacote Anticrime, passa a ser não só o crime mais grave do Estatuto do Desarmamen-
to, em razão do aumento de pena, como também passa a constar do rol de crimes hediondos.
Memorize bem isso, pois com certeza vai aparecer em provas.

1.11 Da Inconstitucionalidade do Art. 21 do Estatuto do Desarmamento


Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

Todos os dispositivos do Estatuto do Desarmamento que proibiam a concessão de liber-


dade provisória com ou sem fiança foram declarados inconstitucionais pelo STF (ADI n. 3.112,
Tribunal Pleno).
Agora, o fundamento para declarar a inconstitucionalidade do art. 21 foi de que a Constitui-
ção não permite a prisão automática, ou seja, por força de lei, uma vez que deve ser respeitado
o princípio da presunção de inocência e do princípio da obrigatoriedade de fundamentação das
ordens de prisão pelo juiz.
O fato de o STF ter declarado inconstitucionais os dispositivos que proibiam a liberdade pro-
visória não significa que não caiba prisão preventiva. Para decretação da restrição de liberdade,
devem estar presentes os requisitos dos arts. 312 e 313 do Código de Processo Penal.

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2. Competência para Julgamento dos Crimes Previstos no Estatuto do


Desarmamento

Sistema Nacional de Armas – Sinarm é um órgão público que pertence à União. A partir
dessa premissa, surgiu uma tese de que os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento
eram da competência da Justiça Federal, porém vingou.
Tanto o STJ quanto o STF não adotaram tal tese, senão vejamos:

Conflito de Competência n. 45.483, 3ª Seção – STJ:


Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Sistema Nacional de Armas. Lei n. 10.826,
de 2003. Competência (federal/estadual).
1. O Sistema instituído pela Lei n. 10.826 haveria mesmo de ser de cunho nacional (“cir-
cunscrição em todo o território nacional”).
2. Certamente que esse ato legislativo não remeteu à Justiça Federal toda a competência
para as questões penais daí oriundas.
3. Quando não há ofensa direta aos bens, serviços e interesses a que se refere o art. 109,
IV, da Constituição, não há como atribuir competência à Justiça Federal.
4. Caso de competência estadual.
5. Conflito conhecido e declarado competente o suscitado.

O STJ afirmou que é o bem jurídico lesado que fixa a competência. No caso, o bem jurídico
lesado é a segurança pública, que não é bem da União, mas da coletividade.
Salvo o delito de tráfico internacional, os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento
são de competência da Justiça Estadual. Isso porque o tráfico internacional de armas está
entre os crimes previstos em tratado internacional que o Brasil se comprometeu a reprimir,
incidindo na hipótese do art. 109, V, da CF, se, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente.

3. Doação e Destruição das Armas de Fogo

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As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz com-
petente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 horas, para destruição ou doação
aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento da Lei n.
10.826/2003, nos termos do art. 25, caput. O § 1º-A do art. 25 do Estatuto estabelece ainda
que, terão prioridade para receber a doação das armas, munições ou acessórios apreendidos,
os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação responsá-
vel pela apreensão (novidade introduzida pelo Pacote Anticrime).
As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorá-
vel à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança
pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido
o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado
àquelas instituições, abrindo‑se‑lhes prazo para manifestação de interesse.

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RESUMO
Análise do Art. 12 do Estatuto do Desarmamento

Nomen juris: posse irregular de arma de fogo de uso permitido.


Esclareço para você que nomen juris é a denominação legal dada ao crime. Didaticamente
seria o nome concedido ao crime pelo legislador. Vale lembrar que nem sempre as infrações
penais receberão “nomes” dados pelo legislador.
Rege a norma em comento:

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Verbos-núcleo: possuir ou manter sob sua guarda.


Você deve ficar atento(a) à diferença entre posse e porte. Quando a questão citar “posse”,
o indivíduo estará com a arma de fogo, acessório ou munição em sua residência ou dependên-
cia desta. Se estiver no local de trabalho, ele deve ser o titular ou responsável legal do estabele-
cimento ou da empresa. Geralmente, quando o examinador questiona o(a) candidato(a) sobre
o porte, o indivíduo mencionado no cabeçalho da questão ou na assertiva estará com ela em
via pública.
Sujeito ativo: quando a questão falar que o sujeito está mantendo a arma de fogo, acessó-
rio ou munição de uso permitido em sua residência ou dependências, trata-se de crime comum,
ou seja, qualquer pessoa poderá praticá-lo. Fala-se em crime próprio, que é aquele que exige
uma especial qualidade do agente, quando o indivíduo mantiver a arma de fogo, acessório ou
munição de uso permitido no estabelecimento ou empresa, pois ele deve ser o responsável
legal ou titular. A especial qualidade do agente é “ser titular ou responsável legal do estabele-
cimento ou empresa”.
Sujeito passivo: coletividade, ou seja, trata-se um crime vago.
Elemento subjetivo: dolo. Não há forma culposa do delito em questão.

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Objeto jurídico: objeto jurídico é o bem protegido pelo Direito Penal. Lembrando a você que
o Direito Penal protege os bens mais importantes para que se viva em sociedade. Em provas
de concursos públicos, o termo “objeto jurídico” pode ser substituído por “objetividade jurídica”.
No caso, o objeto jurídico do crime em estudo é a incolumidade pública. Incólume é aquele
que não sofreu dano. Caso o examinador pergunte a você se o objeto jurídico é a “incolumida-
de individual”, a assertiva ou a alternativa em questão de múltipla escolha estará equivocada.
Objeto material: antes de você adentrar no estudo deste tópico, cumpre esclarecer que
objeto material significa a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Não se
pode confundir o objeto material ou com o jurídico. No caso, a conduta do autor recai sobre
uma coisa: arma de fogo, acessório, ou munição de uso permitido.
Crime permanente é aquele em que a conduta se prolonga no tempo. Enquanto não cessar
a permanência, é cabível a prisão em flagrante.
É um crime punido com pena de detenção, e é afiançável na esfera policial.

Abolitio Criminis Temporária

Abolitio criminis é uma causa extintiva de punibilidade prevista no art. 107 do CP. Quando
lei posterior torna o fato atípico. Exemplo: adultério deixou de ser crime na década passa.
Entende-se que temporariamente a pessoa que estivesse com arma de fogo, acessório ou
munição em sua residência de forma irregular, poderia entregá-la na Polícia Federal, havendo
a presunção da boa-fé. É um instituo que não está de maneira clara e expressa no Estatuto do
Desarmamento, sendo uma criação doutrinária e jurisprudencial feita a partir do estudo dos
arts. 30 e 32 do Estatuto do Desarmamento.
Aplica-se apurar o crime de posse ilegal de arma de fogo.
Até 31/12/2009 abolitio criminis de posse ilegal de arma de fogo.

A abolitio criminis temporária retroage para atingir fatos ocorridos sob a vigência da Lei
n. 9.437/1997?

O STF entende que o crime não deixou de existir.

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O STJ entende que retroage, pois se trata de norma penal + benéfica.

Análise do Art. 13, Caput, do Estatuto do Desarmamento

Dispõe a norma em comento:

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou
que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Nomen juris: omissão na cautela na guarda de armas.


Sujeito ativo: quem tem a posse ou propriedade da arma de fogo.
Sujeito passivo: menor de 18 anos (criança ou adolescente) e o portador de deficiência
mental.
Elemento subjetivo: culpa. É o único culposo previsto no Estatuto do Desarmamento.
Objetividade jurídica: integridade física do menor de 18 anos bem como do portador de
deficiência mental.
Objeto material: arma de fogo.
Por ser um crime omissivo próprio não admite tentativa.
É uma infração penal de menor potencial ofensivo, uma vez que a pena máxima não ultra-
passa dois anos.

Análise do Art. 13, Parágrafo Único, do Estatuto do Desarmamento.

Rege o dispositivo em comento:

Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e


transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

A letra da lei foi cobrada na prova objetiva de agente de Polícia Federal, pois, pelo que se
vê por via reflexa, se fala na Lei n. 7.102/1983, que é a que trata da segurança privada no país.
Nomen juris: omissão na cautela na guarda de armas.

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Sujeito ativo: trata-se de um crime próprio, pois se exige uma especial qualidade do agente,
no caso, ser proprietário ou diretor responsável por empresa de segurança ou de transporte de
valores
Sujeito passivo: Sistema Nacional de Armas e, secundariamente, a coletividade.
Elemento subjetivo: dolo (apesar da discordância deste professor).
Objetividade jurídica: o bom funcionamento do Sistema Nacional de Armas.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição.
Por ser um crime omissivo próprio, não admite tentativa.
É uma infração penal de menor potencial ofensivo, uma vez que a pena máxima não ultra-
passa dois anos.
O autor deixa de deixar de comunicar à Polícia Federal e deixar de registrar ocorrência
policial acerca de furto, roubo, perda e extravio de arma de fogo, acessório ou munição, nas
primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato. Trata-se de um crime a prazo, pois a necessidade
do decurso de um lapso de tempo para consumação do crime.

Análise do Art. 14 do Estatuto do Desarmamento

Rege a norma em comento:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Porte de arma de fogo desmuniciada é crime ou não?

Sim, é posição pacífica do STF e do STJ, uma vez que se trata de um crime abstrato.
Não há crime se a arma de fogo estiver danificada, pois se trata de crime impossível por
impropriedade absoluta do objeto.
Arma de fogo danificada é aquela que é inapta para efetuar disparos.

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O laudo pericial, previsto no art.  25 do Estatuto do Desarmamento, serve para atestar a


deficiência da arma.

Porte de arma de fogo desmontada é crime ou não?

Critério subjetivo: depende da pessoa que tiver que montá-la.


Sujeito ativo: crime comum.
Sujeito passivo: coletividade.
Elemento subjetivo: dolo.
Objeto material: arma, acessório, munição de uso permitido.
Objeto jurídico: incolumidade pública.

Art. 15 – Disparo de Arma de Fogo ou Acionamento de Munição

É um crime subsidiário.
Sujeito ativo: crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: coletividade.
Elemento subjetivo: dolo. Não há forma culposa.
Objeto material: arma de fogo ou munição (pode haver o acionamento da munição, desa-
companhada de arma de fogo).
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Se o disparo ilegal for feito com arma de fogo de uso permitido, o agente responderá ape-
nas pelo disparo (as penas são iguais, responde apenas por um crime).
Se o disparo ilegal for feito com arma de fogo de uso restrito ou proibido, o agente respon-
derá pelo porte ilegal previsto no art. 16. A pena do disparo é menor do que a do art. 16. Por ser
crime menos grave, não poderia absorver o crime mais grave.

Art. 16, Caput, do Estatuto do Desarmamento

Nomen juris: posse ou porte de arma de fogo, munição ou acessório de uso restrito.
Forma qualificada: se as condutas descritas no caput do art. 16 recaírem sobre arma de
fogo de uso proibido (art. 16, § 2º)

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Trata-se de crime hediondo.


Ao contrário dos arts. 12 (posse) e 14 (porte) do Estatuto do Desarmamento, o legislador
pune com a mesma pena de quem porta ou quem possui ilegalmente arma de fogo, acessório
ou munição de uso restrito.
Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum.
Sujeito passivo: coletividade.
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito ou proibido.
Objeto jurídico: incolumidade pública.

Condutas Equiparadas

Art.  16, parágrafo único, inciso IV: posse ou porte de arma de fogo com a numeração
“raspada”.
Objeto material (jurisprudência do STF): pouco importa se é de uso permitido ou restrito/
proibido. O criminoso responderá pelo inciso IV, do parágrafo único do art. 16.
Inciso I – quem raspa a numeração de arma de fogo, responde pelo inciso I do parágrafo
único do art. 16.
Inciso II: modificar características de arma de fogo:
• De forma a torná-la de uso restrito ou proibido. Ex.: serrar o cano e/ou coronha de uma
arma de fogo;
• De modo a induzir a autoridade ao erro. Ex.: trocar o cano da arma logo para se evitar a
comparação no confronto balístico.

Inciso III: revogou parcialmente o art. 253 do CP:


• Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum;
• Sujeito passivo: coletividade;
• Elemento subjetivo: dolo;
• Objeto material: artefato explosivo ou incendiário, que pode ter sido produzido indus-
trialmente ou não;
• Objeto jurídico: incolumidade pública.

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Inciso V: revogou parcialmente o art. 242 do ECA, que tem como objeto material a “arma
branca”.
Objeto material do inciso V: arma de fogo, acessório, munição ou explosivo.
Inciso VI:
• Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum;
• Sujeito passivo: Coletividade;
• Elemento subjetivo: dolo;
• Objeto material: munição ou explosivo;
• Objeto jurídico: incolumidade pública.

Art. 17 – Comércio Ilegal de Arma de Fogo

Com o Pacote Anticrime, passou a ser crime hediondo.


Trata-se de um tipo misto alternativo, pois possui vários verbos-núcleo.
O particular que vende arma de fogo responderá pelo art. 14 ou pelo art. 16 do Estatuto do
Desarmamento, a depender do calibre da arma de fogo comercializada.
Se a venda se der para o exterior, responderá pelo crime do art. 18 (tráfico internacional de
arma de fogo).
Sujeito ativo: crime próprio – comerciante ou industrial.
Sujeito passivo: coletividade.
Elemento subjetivo: dolo.
Objeto material: arma de fogo, acessório e munição.
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Não é crime habitual.

Art. 18 – Tráfico Internacional de Arma de Fogo

Com o Pacote Anticrime, passou a constar do rol de crimes hediondos.


Verbos-núcleo: a) importar, b) exportar, c) favorecer a entrada e d) favorecer a saída.
Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum.
Sujeito passivo: coletividade.

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Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição.
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Crime comum (tráfico internacional de arma de fogo) – Justiça Federal.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Em
17/2/2005, Vitor foi surpreendido, em atitude suspeita, dentro de um veículo estacionado na
via pública, por policiais militares, que lograram êxito em encontrar em poder do mesmo, duas
armas de fogo, sem autorização e em desacordo com determinação legal, as quais eram de
sua propriedade, sendo um revólver Taurus, calibre 38, com numeração de série raspada, e uma
garrucha, marca Rossi, calibre 22. De acordo com a situação hipotética acima, com o Estatuto
do Desarmamento e com a jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
a) Vitor praticou a conduta de portar arma de fogo com numeração suprimida.
b) A conduta de ser proprietário de arma de fogo não foi abolida, temporariamente, pelo Esta-
tuto do Desarmamento.
c) A posse pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho.
d) Vitor praticou a conduta de possuir arma de fogo.
e) A conduta de portar arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo Estatuto do Desarma-
mento.

Questão 2 (CESPE/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/2004) Por


ser o policiamento ostensivo competência das polícias militares esta- duais, é vedado aos in-
tegrantes das guardas municipais o porte de arma durante o serviço.

Questão 3 (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Em relação


às disposições da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), assinale a opção correta.
a) Será aplicada multa à empresa de produção ou comércio de armamentos que realizar pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publica-
ções especializadas.
b) Durante o prazo de que a população dispõe para entregá-la à Polícia Federal, o delito de
posse de arma de fogo foi claramente abolido pela referida norma.
É amplamente admissível a consideração da arma desmuniciada como majorante no delito de
roubo, porquanto, ainda que desprovida de potencialidade lesiva, sua utilização é capaz de
produzir temor maior à vítima.

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d) A utilização de arma de brinquedo durante um assalto acarreta a majoração, de um terço


até metade, da pena eventualmente aplicada ao criminoso.
e) É permitido o porte de arma de fogo aos integrantes das guardas municipais dos municípios
com mais de cinquenta mil e menos de quinhentos mil habitantes, mesmo fora de serviço.

Questão 4 (CESPE/PC-PB/AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2009)


A Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento – determinou que os possuidores e os pro-
prietários de armas de fogo não registradas deveriam, sob pena de responsabilidade penal, no
prazo de 180 dias após a publicação da lei, solicitar o seu registro, apresentando nota fiscal de
compra ou a comprovação da origem lícita da posse ou entregá-las à Polícia Federal. Houve a
prorrogação do prazo por duas vezes – Lei n. 10.884/2004 e Lei n. 11.118/2005 – até a edição
da Lei n. 11.191/2005, que estipulou o termo final para o dia 23/10/2005.
Assinale a opção correta acerca do estatuto mencionado no texto acima.
a) O porte consiste em manter no interior de residência, ou dependência desta, ou no local de
trabalho a arma de fogo.
b) A posse pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou do local de trabalho.
c) As condutas delituosas relacionadas ao porte e à posse de arma de fogo foram abarcadas
pela denominada abolitio criminis temporária, prevista na Lei n. 10.826/2003.
d) O porte de arma, segundo o Estatuto do Desarmamento, pode ser concedido àqueles a quem
a instituição ou a corporação autorize a utilização em razão do exercício de sua atividade.
Assim, um delegado de polícia que esteja aposentado não tem direito ao porte de armas; o
pretendido direito deve ser pleiteado nos moldes previstos pela legislação para os particulares
em geral.
e) A objetividade jurídica dos crimes de porte e posse de arma de fogo, tipificados na Lei
n. 10.826/2003, restringe-se à incolumidade pessoal.

Questão 5 (PAPILOSCOPISTA/PF/2012/CESPE) Para se configurar o delito de posse ile-


gal de arma de fogo, acessórios ou munição, esses artefatos devem ser encontrados no inte-
rior da residência ou no trabalho do acusado; caso sejam encontrados em local diverso desses,
restará configurado o delito de porte ilegal.

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Questão 6 (PAPILOSCOPISTA/PF/CESPE /2012) Responderá pelo delito de omissão de


cautela o proprietário ou o diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valo-
res que deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal, nas primeiras
vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, a perda de munição que esteja sob sua guarda.

Questão 7 (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/ALAGOAS/CESPE/2012) O agente encontrado


portando arma de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica-
ção raspado, suprimido ou adulterado estará sujeito à sanção prevista para o crime de posse
ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Questão 8 (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/ALAGOAS/CESPE/2012) A posse de arma de


brinquedo ou a utilização de qualquer outro instrumento simulador de arma de fogo configura,
segundo expressamente previsto na norma de regência, crime de porte de arma.

Questão 9 (FGV/2012/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA) No curso de uma investigação


policial, Júlio é flagrado com uma bolsa contendo várias armas e munições, algumas de uso
permitido e outras de uso restrito, sem autorização legal para portá-las. Certamente ele iria uti-
lizá-las na prática de um roubo, estando inclusive na porta de um estabelecimento comercial,
aguardando a chegada do empregado que iria abri-lo. Diante deste quadro, foi encaminhado à
delegacia própria, vindo o laudo confirmando a potencialidade ofensiva das armas. Com base
no exposto, Júlio deverá responder:
a) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de arma
de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 70 do CP (concurso formal), e 157, § 2º,
I, c/c 14, II, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma na forma tentada).
b) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 69 do CP (concurso material).
c) pela prática do injusto do artigo 16 (porte de arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03.
d) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 70 do CP (concurso formal).
e) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 69 do CP (concurso material),
e 157, § 2º, I, c/c 14, II, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma na forma tentada).

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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Questão 10 (PC-DF/2013) Considere a seguinte situação hipotética.


Em uma operação policial, José foi encontrado com certa quantidade de munição para revólver
de calibre 38. Na oportunidade, um policial indagou José sobre a autorização para portar esse
material, e José respondeu que não possuía tal autorização e justificou que não precisava ter
tal documento porque estava transportando munição desacompanhada de arma de fogo. Nes-
sa situação hipotética, a justificativa de José para não portar a autorização é incorreta, e ele
responderá por crime previsto no Estatuto do Desarmamento.

Questão 11 (PRF/2013/CESPE) No que concerne ao abuso de autoridade e ao Estatuto do


Desarmamento, julgue os itens a seguir.
Supondo que determinado cidadão seja responsável pela segurança de estrangeiros em visita
ao Brasil e necessite de porte de arma, a concessão da respectiva autorização será de compe-
tência do ministro da Justiça.

Questão 12 (CESPE/DP-DF/2013) Conforme a jurisprudência pacificada do STF, o crime de


porte ilegal de arma de fogo é de perigo abstrato, de modo que não se exige demonstração de
ofensividade real para sua consumação.

Questão 13 (CESPE/DELEGADO/PC-BA/2013) Em relação aos crimes contra a administra-


ção pública e aos delitos praticados em detrimento da ordem econômica e tributária e em
licitações e contratos públicos, julgue o item.
Servidor público alfandegário que, em serviço de fiscalização fronteiriça, permitir a determina-
do indivíduo penalmente imputável adentrar o território nacional trazendo consigo, sem autori-
zação do órgão competente e sem o devido desembaraço, pistola de calibre 380 de fabricação
estrangeira deverá responder pela prática do crime de facilitação de contrabando, com infra-
ção do dever funcional excluída a hipótese de aplicação do Estatuto do Desarmamento.

Questão 14 (CESPE/TEC MPU/MPU/APOIO ESPECIALIZADO/SEGURANÇA/2010) No que


se refere ao Sistema Nacional de Armas (SINARM) e ao registro de armas, julgue o item a se-
guir.

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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As armas de fogo de uso restrito devem ser registradas no Comando do Exército.

Questão 15 (CESPE/TEC MPU/MPU/APOIO ESPECIALIZADO/SEGURANÇA/2010) No que


se refere ao Sistema Nacional de Armas (SINARM) e ao registro de armas, julgue o item a se-
guir.
O interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido deve, além de declarar a efetiva
necessidade de adquiri-la, atender a alguns requisitos, entre os quais se incluem as comprova-
ções de idoneidade, mediante a apresentação de certidões negativas de antecedentes crimi-
nais fornecidas pela justiça federal, estadual, militar e eleitoral, e de não estar respondendo a
inquérito policial ou a processo criminal.

Questão 16 (CESPE/ESCRIVÃO/PF/PF/”REGIONALIZADO”/2004) No item a seguir é apre-


sentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Assustado com o aumento do número de roubos em sua região, Haroldo, que vive em uma fa-
zenda situada no interior do estado do Amazonas, decidiu adquirir de seu vizinho Moacyr uma
arma de fogo de uso permitido. A arma de Moacyr é devidamente registrada e Haroldo preten-
de mantê-la no interior de sua casa, com finalidade de proteger-se contra eventuais agresso-
res. Nessa situação, a compra da referida arma efetuada por Haroldo precisa ser previamente
autorizada pelo Sistema Nacional de Armas (SINARM).

Questão 17 (TJ-PR/2012/TJ-PR/ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o disposto no Estatuto do De-


sarmamento, assinale a alternativa correta.
a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta tenha como finalidade a prática de
outro crime, caracteriza a prática do delito de disparo de arma de fogo.
b) Empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi-
tido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a
prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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c) Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, desde que a título
oneroso, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente,
caracteriza a prática do delito de tráfico internacional de arma de fogo.
d) Expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a prática do delito de tráfico
nacional de arma de fogo.

Questão 18 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) Antônio tem o registro de uma arma de fogo de


uso permitido (revólver calibre 38) devidamente regularizada perante a Polícia Federal. No dia 15
de novembro de 2012, encontrava-se na via pública, nas proximidades de sua residência, mostran-
do a referida arma a um conhecido. Tal situação, nos termos do Estatuto do Desarmamento, é
a) legal, pois a arma de fogo encontra-se regularizada.
b) crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
c) crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
d) crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, por parte do conhecido, caso ele
fique sozinho com a arma.

Questão 19 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) José foi abordado em via pública pela Polícia
Militar por portar ostensivamente um revólver calibre 38, sem registro e desmuniciado. Ques-
tionado pelos policiais, informou que pretendia praticar crimes com a arma. Preso em flagrante
delito, a arma foi examinada e o laudo pericial constatou que o artefato não era apto a efetuar
disparos. A conduta de José é
a) crime de porte ilegal de arma de fogo, principalmente em razão de que iria praticar crimes
utilizando-se dela.
b) crime tentado, pois conforme afirmou aos policiais, iria praticar crimes com a arma de fogo,
tendo sido impedido por circunstâncias alheias à sua vontade.
c) atípica, pois o objeto apreendido não era arma de fogo nos termos da legislação.
d) crime de porte de arma de fogo e crime tentado.

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Questão 20 (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2002) Compete à justiça federal


processar e julgar o crime de porte ilegal de arma de fogo de procedência estrangeira.

Questão 21 (2018/CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo com o entendimen-


to da doutrina e dos tribunais superiores sobre o Estatuto do Desarmamento, especialmente
quanto às armas de fogo,
a) o crime de tráfico internacional de arma de fogo é insuscetível de liberdade provisória.
b) majora-se a pena em caso de crime de comércio ilegal de arma de fogo mesmo que se trate
de armamento de uso permitido.
c) a arma de fogo desmuniciada afasta as figuras criminosas da posse ou do porte ilegal, con-
siderando-se que o objeto jurídico tutelado é a incolumidade física.
d) o porte de arma de fogo de uso permitido com a numeração raspada equivale penalmente
ao porte de arma de fogo de uso restrito.
e) o disparo de arma de fogo em via pública e o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
configuram situações de inafiançabilidade.

Questão 22 (2017/IESES/IGP-SC/PERITO CRIMINAL/GERAL) De acordo com a Lei


10.826/03, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição e
sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm compete ao Sinarm, dentre outras atribuições:
I – Identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro.
II – Cadastrar as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, mantendo registro próprio.
III – Cadastrar as apreensões de armas de fogo, exceto as vinculadas a procedimentos po-
liciais e judiciais.
IV – Cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer
a atividade.

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas I e II estão corretas.
b) Todas estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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d) Apenas II e IV estão corretas.

Questão 23 (2017/CS-UFG/TJ-GO/JUIZ LEIGO) Dentre os crimes tipificados na Lei n.


10.826/2003, é de menor potencial ofensivo o crime de
a) omissão de cautela.
b) posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
c) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
d) disparo de arma de fogo.
e) comércio ilegal de arma de fogo.

Questão 24 (2017/CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO) Com o intuito de assegurar sua


proteção pessoal, Jonas adquiriu, de maneira informal, uma arma de fogo de uso permitido,
com numeração raspada, e guardou-a no bar em que trabalha. Duas semanas depois, arrepen-
dido da aquisição, Jonas procurou a DP, com o objetivo de resolver, juridicamente, essa situa-
ção e escapar das sanções cabíveis previstas na legislação pertinente.
Nessa situação hipotética, considerando-se o entendimento dos tribunais superiores acerca
do tema, o DP deverá orientar Jonas a
a) retornar ao local da aquisição imediatamente e requerer que o vendedor entregue recibo da
compra e comprovação da origem lícita da arma para que seja efetuado o seu registro.
b) limpar suas digitais e descartar a arma imediatamente, uma vez que, de acordo com a lei,
poderá ser preso em flagrante, a qualquer momento, no local de trabalho.
c) procurar a delegacia da cidade e proceder à entrega espontânea da arma, visto que esse ato
é causa permanente de exclusão de punibilidade.
d) requerer a autorização para o porte da arma, por ser de uso permitido, e, posteriormente,
apresentar a arma na delegacia de polícia para regularização definitiva.
e) comparecer à delegacia, uma vez que a posse de arma de fogo, de per si, constitui crime,
sendo inviável, nesse caso, a extinção da punibilidade, obtendo-se o benefício da confissão.

Questão 25 (2017/MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) A guarda de arma desmu-


niciada, de uso permitido, em sua própria residência, constituirá crime

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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a) na hipótese de a arma, em exame pericial, se mostrar apta a efetuar disparo.


b) na hipótese em que, na residência, houver disponibilidade de munição compatível com a
arma apreendida.
c) se o implicado não possuir licença para o porte da arma apreendida.
d) caso o implicado não possua o registro de propriedade válido da arma.
e) se a residência estiver situada em área urbana.

Questão 26 (2017/CESPE/PJC-MT/DELEGADO DE POLÍCIA) João, ao  trafegar com sua


moto, foi surpreendido por policiais que encontraram em seu poder arma de fogo – revólver
– de uso permitido. João trafegava com a arma sem autorização e em desacordo com deter-
minação legal ou regulamentar.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com o Estatuto do De-
sarmamento e com o entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores.
a) O simples fato de João carregar consigo o revólver, por si só, não caracteriza crime, uma vez
que o perigo de dano não é presumido pelo tipo penal.
b) Se o revólver estiver com a numeração raspada, João estará sujeito à sanção prevista para
o delito de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido ou restrito.
c) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável.
d) O simples fato de João carregar consigo o revólver caracteriza o crime de posse ilegal de
arma de fogo de uso permitido.
e) Se o revólver estiver desmuniciado, o fato será atípico.

Questão 27 (2017/FCC/PC-AP/OFICIAL DE POLÍCIA CIVIL) Sobre os crimes previstos no


estatuto do desarmamento (Lei Federal n. 10.826/2003), considere:
I – Podem portar arma de fogo os integrantes das Guardas Municipais das capitais dos
Estados e dos Municípios com mais de 30.000 habitantes.
II – Incorre nas mesmas penas previstas para o crime de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso restrito quem adulterar, de qualquer forma, munição.

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III – Nos crimes de comércio ilegal e de tráfico internacional de arma de fogo, a pena é au-
mentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou
restrito.
IV – Deixar o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de
valores de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam
sob sua guarda, nas primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato, é crime punido com
reclusão.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

Questão 28 (2017/FCC/PC-AP/AGENTE DE POLÍCIA) Mário e Mauro combinam a prática


de um crime de furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de
um revólver devidamente municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para
subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é
surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba
sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto
qualificado.
d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte
ilegal de arma de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.

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Questão 29 (2017/IDECAN/SEJUC-RN/AGENTE PENITENCIÁRIO/SUPERIOR) Consideran-


do os tipos penais descritos no Estatuto do Desarmamento – Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003, assinale a alternativa que contenha uma descrição típica INCORRETA.
a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática
de outro crime.
b) Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de vinte e um anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade.
c) Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.
d) Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de-
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa.

Questão 30 (2017/FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO) Conforme jurisprudência do Superior Tri-


bunal de Justiça,
a) não há que se falar em aplicação do princípio da consunção para os crimes de falsidade
ideológica e de uso de documento falso quando cometidos com desígnio autônomos.
b) o Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual que mantém sob sua guarda munição de arma
de uso restrito comete o crime do art. 16 da Lei n.10.826/2003.
c) configura o crime de desobediência (art. 330 do CP) a conduta de Defensor Público Geral
que deixa de atender à requisição judicial de nomeação de defensor público para atuar em
determinada ação penal.

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d) no crime de estelionato o eventual ressarcimento ou devolução da coisa elidem a prática


criminosa.
e) a emissão de cheque sem fundos para pagamento de serviços postais não permite a majo-
rante de crime praticado em detrimento de entidade de direito público, instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.

Questão 31 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍ-


DICO) Qual alternativa a seguir reflete o exato entendimento de Súmula Jurisprudencial edita-
da pelo STJ?
a) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em
situação de alegada autodefesa.
b) A abolitio criminis temporária, prevista na Lei n.  10.826/2003, não se aplica ao crime de
posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado, independentemente da data do cometimento do crime.
c) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de
crime de furto qualificado, ainda que não for primário o agente, mas for de pequeno valor a
coisa furtada e for a qualificadora de ordem objetiva.
d) A configuração do crime do art. 244-B do ECA depende da prova da efetiva corrupção do
menor, por se tratar de delito material.
e) É possível a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
-base, desde que haja fundamentação por parte do magistrado.

Questão 32 (2017/IBADE/PC-AC/DELEGADO DE POLÍCIA) Acerca do Estatuto do Desarma-


mento (Lei 10.826/2003), assinale a alternativa correta.
a) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável.
b) O proprietário responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixar
de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de arma de fogo que esteja sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro)
horas depois de ocorrido o fato, incorrerá no crime de omissão de cautela.

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c) De acordo com a recente decisão do Superior Tribunal de Justiça, aquele que mantiver em
seu poder uma arma de fogo de calibre permitido com registro vencido, incorrerá na prática do
crime de porte ilegal de arma de fogo.
d) No crime de comércio ilegal de arma de fogo. a pena é aumentada em um terço se a arma
de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
e) O crime de omissão de cautela consiste em deixar de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de 14 (catorze) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere
de arma de fogo que esteja sob sua posse.

Questão 33 (2017/FUNDAÇÃO LA SALLE/SUSEPE-RS/AGENTE PENITENCIÁRIO/SUPE-


RIOR) Considerando a legislação que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas
de fogo e munição (Lei n. 10.826/2003), os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva.
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento.
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?


a) Apenas a I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

Questão 34 2017/MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale com V (verdadeiro)


ou com F (falso) os enunciados abaixo.
 (  ) Ao ouvir intensos gritos de socorro vindos do apartamento de sua nova vizinha, Pedro
Luís, querendo socorrê-la, sai correndo, rompe a fechadura da porta e invade o aparta-
mento. Só que os gritos não eram da vizinha, mas de uma cena de filme que ela, um tanto

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surda, ouvia em altíssimo volume. Assustada pela inesperada invasão ao seu domicílio,
a vizinha, em defesa da tranquilidade doméstica, jogou o controle remoto da televisão
na cabeça de Pedro Luís, provocando-lhe lesões corporais leves. Diante disso, é correto
dizer-se (1) de hipótese de legítima defesa putativa de terceiro, quanto a Pedro Luís, ver-
sus legítima defesa própria e real, em favor da vizinha; e que (2) Pedro não cometeu o
crime de invasão de domicílio, por atipicidade do fato, e a vizinha não praticou o crime de
lesões corporais, apesar da tipicidade do fato.
 (  ) As pessoas jurídicas podem ser responsabilizadas por crimes ambientais, sejam de di-
reito público ou privado, inclusive fundações e organizações não governamentais, com
penas de multa, restritivas de direitos e de prestação de serviços à comunidade, isolada
ou conjuntamente, mesmo quando as pessoas físicas corresponsáveis não sejam iden-
tificadas e independentemente da responsabilização pessoal do proprietário, represen-
tante, acionista, conselheiro. Quando constituídas ou utilizadas, preponderantemente,
com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime ambiental, terão decretada
a liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
 (  ) A Polícia Civil de Encantado indiciou três médicos e dois administradores de uma clínica
da cidade por crimes de lesão corporal culposa de natureza gravíssima, em face da re-
alização negligente de cirurgias de catarata que causaram a perda total de visão em 23
(vinte e três) pacientes devido a uma infecção por bactérias. Análises técnicas concluí-
ram que na clínica não havia higienização e esterilização adequadas, situação propícia à
infecção e do amplo conhecimento dos cinco indiciados. Todavia, a perda total da visão
culposamente causada aos 23 (vinte e três) pacientes não comporta a classificação
penal dada pela polícia. Tratando-se de lesão corporal culposa, não há forma grave nem
gravíssima para fins de adequação típica.
 (  ) Em Herval do Sul, Amarilho, conhecido pelo seu mal humor e personalidade briguenta,
foi flagrado por policiais militares na posse de um revólver de uso permitido, em perfeito
funcionamento e numeração raspada, noticiou o Diário Gaúcho. O porte de arma de fogo
com sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, seja de uso permitido ou

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restrito, é  crime, diferenciando-se apenas a sanção carcerária cominada em abstrato,


mais severa nesta do que naquela hipótese.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) V – F – F – F.
b) V – F – V – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F.
e) V – V – V – F.

Questão 35 (2017/CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) Considerando o atual entendi-


mento dos tribunais superiores quanto aos institutos do Código de Defesa do Consumidor, do
Estatuto do Desarmamento e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a opção
correta.
a) Ao estabelecer prazo para a regularização dos registros pelos proprietários e possuidores
de armas de fogo, o Estatuto do Desarmamento criou situação peculiar e temporária de atipici-
dade das condutas de posse e porte de arma de fogo de uso permitido e restrito.
b) Aquele que fornece a adolescente, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório ou mu-
nição de uso restrito ou proibido fica sujeito à sanção penal prevista no ECA, em decorrência
do princípio da especialidade.
c) Pessoa jurídica não pode figurar como sujeito passivo de infração penal consumerista, por-
quanto não se enquadra no conceito de consumidor.
d) A conduta daquele que promove propaganda enganosa capaz de induzir o consumidor a se
comportar de maneira prejudicial à sua saúde somente é penalmente punível diante da ocor-
rência de resultado danoso.
e) O porte ou a posse simultânea de duas ou mais armas de fogo de uso restrito ou proibido
não configura concurso formal, mas crime único, pois a situação de perigo é uma só.

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Questão 36 (2015/CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) Tales foi preso em flagrante deli-


to quando transportava, sem autorização legal ou regulamentar, dois revólveres de calibre 38
desmuniciados e com numerações raspadas.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base na jurisprudência
dominante dos tribunais superiores relativa a esse tema. A apreensão das armas de fogo con-
figurou concurso formal de crimes.

Questão 37 (2015/VUNESP/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA) Sobre o Estatuto do Desarma-


mento (Lei n o 10.826/2003), está correto afirmar que
a) a posse e guarda de arma de fogo no interior da residência ou no local de trabalho é autori-
zada, desde que a arma de fogo seja de uso permitido.
b) o Estatuto do Desarmamento só regula condutas e envolvendo armas de fogo de uso
permitido
c) o artigo 14 do Estatuto do Desarmamento dispõe sobre o porte de arma de fogo de uso per-
mitido e o artigo 16 da mesma lei dispõe sobre o porte de arma de fogo de uso restrito.
d) o crime de disparo de arma de fogo previsto no artigo 15 do Estatuto admite tanto a conduta
dolosa (disparo proposital), como culposa (disparo acidental).
e) o Estatuto do Desarmamento não pune o porte ou a posse de acessório ou munição para
armas de fogo.

Questão 38 (2015/VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) É cominada pena de de-


tenção aos seguintes crimes da Lei no 10.826/03:
a) posse de arma de fogo de uso permitido e posse de arma de fogo de uso restrito.
b) disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
c) posse irregular de arma de fogo de uso permitido e porte ilegal de arma de fogo de uso per-
mitido
d) posse irregular de arma de fogo de uso permitido e omissão de cautela.
e) disparo de arma de fogo e omissão de cautela.

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Questão 39 (2014/FGV/TJ-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) No dia 1º de


abril de 2004, “Fabio Biscoito”, insatisfeito com o tamanho e funcionamento da arma de fogo
que possuía, um revólver Taurus calibre.22, entra em contato com “André Pato”, possuidor de
uma pistola Imbel.380, propondo uma permuta, pois, anteriormente, fora informado que “An-
dré Pato” estava praticando artes marciais e havia aderido à ideia de não usar armas. Mesmo
cientes da campanha de desarmamento então em curso e sabedores que nenhuma das armas
de fogo tinha o necessário registro, nem os envolvidos portes de arma, “André Pato” foi até a
residência de “Fabio Biscoito”, onde a permuta foi realizada. Considerando que a Lei n. 10.826
entrou em vigor na data da sua publicação (Diário Oficial da União de 23 de dezembro de 2003),
“Fabio Biscoito’’.
a) deverá responder por posse de arma de fogo, pois sua conduta não admite regularização
perante as autoridades competentes;
b) deverá responder por propriedade de arma de fogo, pois sua conduta não admite regulariza-
ção perante as autoridades competentes;
c) não responderá por posse de arma de fogo, pois a Lei n. 10.826 estabeleceu prazo para que
as armas de fogo fossem regularizadas ou entregues às autoridades competentes;
d) não responderá por propriedade de arma de fogo, pois a Lei n. 10.826 estabeleceu prazo
para que as armas de fogo fossem regularizadas ou entregues às autoridades competentes;
e) deverá responder por aquisição e cessão de arma de fogo, pois sua conduta não admite
regularização perante as autoridades competentes.

Questão 40 (2014/MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Jorge Santos, 18 anos,


ao encontrar o revólver pertencente ao seu pai, aproveitou-se de sua ausência, para deflagrar
tiros contra uma placa de trânsito, em frente à sua residência, em plena via pública, no Bairro
Imigrante, em Caxias do Sul. Os vizinhos, ao ouvirem os estampidos, chamaram a guarnição
da Brigada Militar, que se deslocou até o local e prendeu Jorge Santos em flagrante. A arma
apreendida era de uso permitido, estava devidamente registrada, e apenas o pai de Jorge tinha
autorização para portá-la. Assim, Jorge Santos deverá responder pelo(s) crime(s) de
a) posse irregular de arma de fogo de uso permitido, conforme art. 12 da Lei n. 10.826/ 2003.

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b) posse irregular de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, conforme
arts. 12 e 15 da Lei n. 10.826/2003, em concurso material.
c) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, conforme art. 14 da Lei n. 10.826/ 2003.
d) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, conforme arts. 14
e 15 da Lei n. 10.826/2003, em concurso formal.
e) disparo de arma de fogo, conforme art. 15 da Lei n. 10.826/ 2003.

Questão 41 (2014/FCC/DPE-PB/DEFENSOR PÚBLICO) Segundo o Superior Tribunal de Jus-


tiça, tratando-se de arma de fogo de uso permitido, com numeração íntegra ou raspada, a cha-
mada abolitio criminis temporária teve seu prazo temporal respectivamente findo em
a) 31 de dezembro de 2010 e 23 de junho de 2004.
b) 31 de dezembro de 2010 e 23 de junho de 2005.
c) 31 de dezembro de 2010 e 23 de junho de 2006.
d) 31 de dezembro de 2009 e 23 de outubro de 2005.
e) 31 de dezembro de 2009 e 23 de outubro de 2006.

Questão 42 (2014/FCC/MPE-PA/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Com relação à legislação das


armas de fogo,
a) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal
de Justiça, teve como limite a data de 23 de outubro de 2005, após o que não ampara mais a
conduta do possuidor de qualquer arma de fogo.
b) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal de
Justiça, abrangeu as condutas de posse e de porte ilegal de arma de fogo.
c) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal
de Justiça, aplica-se aos ilícitos de posse ilegal de arma de fogo, inclusive de uso restrito, que
tenham sido cometidos até 31 de dezembro de 2010.
d) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal de
Justiça, aplica-se aos ilícitos de posse ilegal de arma de fogo, desde que de uso permitido e de
numeração, marca ou outro sinal de identificação não raspado, nem suprimido ou alterado que
tenham sido cometidos até 31 de dezembro de 2011.

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e) o desmuniciamento da arma não afasta os crimes do Estatuto do Desarmamento, no enten-


der hoje pacificado do Supremo Tribunal Federal.

Questão 43 (2014/NC-UFPR/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito do Estatuto do De-


sarmamento (Lei n. 10.826/2003), assinale a alternativa correta.
a) O delito de disparo de arma de fogo (art. 15) é um crime culposo.
b) O crime de omissão de cautela (art. 13) se configura quando o possuidor ou proprietário
deixa de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 14 (quatorze) anos se
apodere de arma de fogo.
c) O porte compartilhado de arma de fogo é circunstância legalmente prevista como agravante
da pena.
d) Para efeito de tipificação dos crimes do Estatuto do Desarmamento, as réplicas e simula-
cros de armas de fogo nunca se equiparam às armas de fogo.
e) É constitucional a insuscetibilidade de liberdade provisória no delito de posse ou porte ilegal
de arma de fogo de uso restrito (art. 16).

Questão 44 (2014/FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Segundo entendimento hoje


pacificado no Superior Tribunal de Justiça, a abolitio criminis temporária prevista no estatuto
do desarmamento,
a) abrangeu, por certo período, aqueles que portassem armas de fogo de uso restrito.
b) abrangia os crimes de porte ilegal de arma de uso permitido.
c) vigorou por período maior apenas para os possuidores de arma de fogo e de munição de
uso permitido
d) ainda vigora para aqueles que possuírem e portarem armas de fogo de uso permitido.
e) nunca alcançou os possuidores de armas de uso restrito com numeração raspada.

Questão 45 (2014/UESPI/PC-PI/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) Dentre as alternativas so-


bre o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826), marque a alternativa CORRETA.
a) É obrigatório o registro de arma de fogo no departamento de Polícia Federal e no Ministério
do Exército.

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b) Somente é possível adquirir arma de fogo no Brasil os integrantes das forças armadas e das
guardas municipais.
c) Perde a autorização de porte de arma de fogo, o portador dela, que for detido sob efeito de
substâncias químicas ou alucinógenas.
d) Não há qualquer ilicitude possuir arma de fogo sem registro, desde que seja na sua residên-
cia.
e) A empresa, no Brasil, que comercializa arma de fogo não poderá comunicar a venda daquele
produto as autoridades competentes, pois é fato sigiloso.

Questão 46 (2014/CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Julgue os itens a se-


guir, tendo como referência as disposições da Lei n.º 11.343/2006 (Lei Antidrogas), da Lei n.º
10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do Desarmamento), e da Lei n.º 8.069/1990 (ECA).
Segundo atual entendimento do STF e do STJ, configura crime o porte de arma de fogo desmu-
niciada, que se caracteriza como delito de perigo abstrato cujo objeto jurídico tutelado não é a
incolumidade física, mas a segurança pública e a paz social.

Questão 47 (2014/MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Analise o enunciado da


questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Comete crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido cidadão que é pego man-
tendo sob sua guarda, no interior do quarto de sua residência, embaixo da cama, uma pisto-
la.40, de uso restrito e com numeração suprimida.

Questão 48 (2014/FUNCAB/PC-RO/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo com a Lei


n. 10.826/2003, Estatuto do Desarmamento, aquele que, em via pública, porta arma de fogo de
uso permitido com numeração suprimida responde:
a) como incurso nas penas do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disposto
no artigo 14 do referido Estatuto.
b) como incurso nas penas do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito,
disposto no artigo 16 do referido estatuto.
c) como incurso nas penas do crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, dis-
posto no artigo 12 do referido Estatuto.

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d) como incurso nas penas do crime de disparo de arma de fogo, disposto no artigo 15 do
referido Estatuto.
e) como incurso nas penas do crime de omissão de cautela, disposto no artigo 13 do referido
Estatuto.

Questão 49 (2014/AROEIRA/PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre registro, posse e co-


mercialização de armas de fogo e munição, em conformidade com a Lei n. 10.826/2003, de-
ve-se considerar o seguinte:
a) o Certificado de Registro de Arma de Fogo autoriza o seu proprietário a manter a arma de
fogo no interior de sua residência, ou no seu local de trabalho, desde que ele seja empregado
devidamente registrado em contrato de trabalho na empresa.
b) os policiais civis têm o direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, com validade em âmbito
nacional.
c) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido constitui-se pelo fato de o agente
manter arma de fogo, de uso permitido, no seu local de trabalho, não sendo empregado devi-
damente registrado em contrato de trabalho na empresa.
d) o autor, no crime de comércio ilegal de arma de fogo, utiliza, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial, arma de fogo, sem autorização, estando sujeito à pena de
detenção.

Questão 50 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue


o seguinte item, acerca de crimes relacionados armas de fogo e à propriedade industrial.
Apesar de os crimes praticados contra a propriedade industrial serem processados mediante
queixa, a imitação perfeita da marca de uma arma de fogo, sem autorização, é processada por
meio de ação penal pública.

Questão 51 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue


o seguinte item, acerca de crimes relacionados a arma de fogo e à propriedade industrial.

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Se um indivíduo que não possua porte de arma de fogo transportar, a pedido de um amigo que
possua o referido porte, munição de uma arma de fogo e, estando sozinho nessas circunstân-
cias, for encontrado pela polícia, tal fato configurará crime previsto em lei.

Questão 52 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue


o seguinte item, acerca de crimes relacionados a arma de fogo e à propriedade industrial.
Considere que um caçador, andando em uma mata, encontre um dispositivo ótico de pontaria
e passe a utilizá-lo em sua arma de caça, devidamente registrada. Considere, ainda, que ele
conte com o porte legal de arma para a caça. Nesse caso, o fato de ele acoplar o dispositivo à
sua arma de fogo e utilizá-la configurará crime previsto na legislação específica de porte ilegal
de arma de fogo.

Questão 53 (2014/MPE-MG/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale a alternativa que


contém, segundo a Legislação brasileira em vigor, resposta jurídica adequada para a seguinte
situação:
Cidadão que, movido por compaixão, possuidor de licença regular para porte e valendo-se de
arma de fogo devidamente registrada, realiza disparo em via pública, matando, deliberada-
mente, um cachorro de estimação que, há muito, agonizava com um câncer terminal pelo qual
muito sofria:
a) Pratica crime previsto na Lei 10.826/2003.
b) Pratica, em concurso, crimes previstos nas Leis 10.826/2003 e 9.605/1998.
c) Pratica crime previsto na Lei 9.605/1998.
d) Não pratica qualquer crime, em razão da atipicidade dos fatos.

Questão 54 (2013/IBFC/PC-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO) No que se refere ao Estatuto do


Desarmamento (Lei n. 10.826/2003), podemos afirmar corretamente que:
a) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é crime inafiançável, salvo quando a arma
estiver registrada em nome do agente.
b) Possuir arma de fogo de uso permitido com numeração raspada constitui crime cuja pena
se equipara ao comércio ilegal de arma de fogo.

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c) O crime de tráfico internacional de armas, por expressa disposição legal, é insuscetível de


liberdade provisória com ou sem fiança.
d) O disparo de arma de fogo em via pública constitui crime inafiançável, mesmo que o autor a
esteja portando regularmente.
e) Comete crime cuja pena se equipara à do delito omissão de cautela o proprietário de em-
presa de segurança e de transporte de valores que deixa de registrar ocorrência policial e de
comunicar a Polícia Federal furto ou roubo de arma de fogo sob sua guarda, nas primeiras vinte
e quatro horas após o ocorrido.

Questão 55 (2012/TJ-PR/TJ-PR/ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o disposto no Estatuto do De-


sarmamento, assinale a alternativa correta.
a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta tenha como finalidade a prática de
outro crime, caracteriza a prática do delito de disparo de arma de fogo.
b) Empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi-
tido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a
prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, desde que a título
oneroso, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente,
caracteriza a prática do delito de tráfico internacional de arma de fogo.
d) Expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a prática do delito de tráfico
nacional de arma de fogo.

Questão 56 (2012/CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) À luz da lei


dos crimes ambientais e do Estatuto do Desarmamento, julgue os itens seguintes.
Responderá pelo delito de omissão de cautela o proprietário ou o diretor responsável de em-
presa de segurança e transporte de valores que deixar de registrar ocorrência policial e de co-

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municar à Polícia Federal, nas primeiras vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, a perda
de munição que esteja sob sua guarda.

Questão 57 (2012/VUNESP/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO) Com relação ao porte de arma de


fogo em todo o território nacional, podem portar arma de fogo os integrantes das:
I – guardas municipais das capitais dos Estados, independentemente da regulamentação
da lei;
II – guardas municipais dos Municípios com mais de 300 mil habitantes;
III – guardas municipais dos Municípios com mais de 50 mil e menos de 500 mil habitantes,
quando em serviço;
IV – carreiras de auditoria da Receita Federal e de auditoria fiscal do Trabalho, cargos de
auditor-fiscal e analista tributário.

Está correto apenas o contido em


a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.

Questão 58 (2011/FUJB/MPE-RJ/ANALISTA PROCESSUAL) No dia 11 de agosto de 2011,


por volta das 2h, em ação rotineira da Polícia Militar, CAPULETO, que conduzia motocicleta pela
Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, foi abordado, sendo identificada em sua cintura uma
pistola, desmuniciada, comum carregador separado devidamente municiado, bem como um
chaveiro contendo um jogo de pequenas chaves “L” hexagonais, próximo ao coldre da arma.
Conduzido à Delegacia, enquanto a Autoridade Policial procedia à análise do fato apresentado
com a colheita das declarações, a perícia criminal entregou os laudos sobre os bens apreen-
didos. No laudo referente ao jogo de chaves, os peritos destacaram a marca e os tamanhos
das chaves em formato “L” que compunham o molho apreendido, notando que uma delas não
tinha o formato hexagonal perfeito como as demais, tendo sido, por ação manual, reduzida à
metade. No laudo referente à arma de fogo e munições, atestou-se que a arma era uma pistola

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Glock, calibre.45, de uso proibido, com numeração de série íntegra e legível, com 11 (onze)
munições do mesmo calibre, notando-se porém, a ausência do retém do ferrolho (ou trava da
corrediça), peça que mantém o mecanismo aberto depois de disparado o último cartucho do
carregador, esclarecendo os peritos que aquela não se tratava de modalidade de arma em que
tal peça funcionasse como opcional. Ao teste de aptidão para produzir disparos, identificou-se
que, sem a referida peça, apenas um cartucho poderia ser percutido, se já estivesse alojado no
cano. No entanto, curiosos com a chave adaptada, constataram que o encaixe era perfeito no
lugar do retém do ferrolho e que, com a chave encaixada, a pistola funcionava normalmente.
Considerando as declarações dos Policiais quanto à abordagem e os laudos periciais, é corre-
to afirmar que o fato de o funcionamento da arma de fogo não ser perfeito, mas continuar apto
para produzir disparos:
a) não afasta a tipicidade material do crime definido no art. 12 da Lei n. 10.826/2003;
b) afasta a tipicidade material do crime definido no art. 12 da Lei n. 10.826/2003;
c) não afasta a tipicidade material do crime definido no art. 14 da Lei n. 10.826/2003;
d) afasta a tipicidade material do crime definido no art. 14 da Lei n. 10.826/2003;
e) não afasta a tipicidade material do crime definido no art. 16 da Lei n. 10.826/2003.

Questão 59 (2011/MPDFT/MPDFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA) A respeito da legislação es-


pecial, assinale a alternativa correta:
a) Não se pune o cidadão surpreendido em via pública portando um revólver calibre.38, durante
prazo de vigência de norma que estendeu o prazo para regularização das armas de fogo, por-
que caracterizada a abolitio criminis temporária.
b) Responde por tráfico privilegiado de entorpecentes o sujeito que, frequentemente, oferece
cocaína a amigo de infância para que, juntos, façam uso da droga.
c) Responde pelo crime de incêndio, na forma da Lei dos Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98),
o agente que dolosamente provoca a queimada de lavouras e pastagens.
d) A lesão corporal culposa praticada pelo agente na direção de veículo automotor é de me-
nor potencial ofensivo, independentemente das circunstâncias em que ocorreu, sendo sempre
aplicáveis os institutos despenalizadores da Lei n.  9.099/95 se o agente possuir condições
pessoais favoráveis.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
Sérgio Bautzer

e) Não se insere no âmbito da denominada Lei Maria da Penha a conduta de um agente que
agride e causa lesões corporais em desfavor de seu companheiro, prevalecendo-se o agente
das relações de coabitação, embora as lesões corporais sejam qualificadas na forma do artigo
129, § 9º, do Código Penal.

Questão 60 (2011/MPE-PB/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Julgue as seguintes asserti-


vas:
I – Considera-se crime de lavagem de bens aqueles praticados exclusivamente por organi-
zações criminosas, que buscam converter, em lícitos, ativos ilícitos.
II – Para o cálculo da pena de multa cominada aos crimes previstos na Lei de Licitações
(Lei Federal n. 8.666/93), o Juiz poderá adotar a regra dos dias-multa, fixada no Código
Penal, bem como, se entender ter havido potencialidade lesiva ao erário, poderá adotar
índices percentuais incidentes sobre o valor da vantagem indevida visada peio agente.
III – Os crimes definidos no Estatuto do Desarmamento não admitem a modalidade culposa.

a) I, II e III estão corretas.


b) Apenas III está correta.
c) Apenas II está errada.
d) I, II e III estão erradas.
e) (Abstenção de resposta – Seção VIII, item 11, do Edital do Concurso).

Questão 61 (2011/FUNDEP/GESTÃO DE CONCURSOS/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTI-


ÇA) Zé Carabina possuía em sua casa um revólver calibre 38 registrado, embora não tivesse
autorização para portar arma de fogo. Certo dia, após efetuar a manutenção (limpeza etc.) da
arma e municiá-la com (05) cinco cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passa-
ram a brincar seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 (oito) anos.
O filho mais velho, de 09 (nove) anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apontá-la na di-
reção dos amigos, dizendo que era da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou na sala,
tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragédia. Considerando a hipótese
narrada, é CORRETO afirmar que Zé Carabina praticou

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a) o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, porém com a atenuante do arrependimen-
to eficaz.
b) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) um crime omissivo próprio.
d) um fato atípico.

Questão 62 (2011/MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No crime de comércio ile-


gal de arma de fogo, a natureza jurídica do fato de ser a arma ou munição de uso proibido ou
restrito constitui:
a) circunstância agravante genérica.
b) circunstância judicial.
c) causa especial de aumento de pena.
d) circunstância qualificadora.
e) circunstância agravante específica.

Questão 63 (2012/PC-SP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Em relação ao Estatuto do De-


sarmamento (Lei n. 10.826/03) assinale a alternativa incorreta.
a) O proprietário ou diretor de empresa de segurança que deixar de registrar ocorrência policial
sobre furto ou roubo de arma de fogo, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois do fato,
estará incurso nas mesmas penas do delito de omissão de cautela.
b) Cabe ao chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército, dis-
ciplinar, por ato, a classificação legal, técnica e geral das armas de fogo.
c) Constitui crime alugar arma de fogo, no exercício de atividade comercial ou industrial, sem
autorização legal.
d) O tráfico internacional de armas de fogo é punido mais severamente do que o comércio
ilegal de armas de fogo.
e) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é punível com as mesmas penas cominadas
para o delito de disparo de arma de fogo.

Questão 64 (2010/VUNESP/APMBB/TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO) Relativamente


ao estatuto do desarmamento (Lei Federal n.º 10.826/03), assinale a alternativa correta.

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a) O porte de arma de fogo sem autorização, mesmo que danificada (sem potencialidade lesi-
va), caracteriza crime de “porte ilegal”.
b) O porte de simulacro de arma de fogo caracteriza crime de “posse de simulacro”.
c) Portar acessório de uso proibido ou restrito, sem autorização, não caracteriza crime.
d) Proibiu a comercialização de réplicas de armas de fogo.
e) Possuir munição em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior da
própria residência, não constitui crime.

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GABARITO
1. a 28. e 55. b
2. E 29. b 56. C
3. a 30. a 57. c
4. d 31. a 58. e
5. Anulada 32. b 59. e
6. C 33. e 60. d
7. C 34. e 61. c
8. E 35. e 62. c
9. d 36. E 63. d
10. C 37. c 64. d
11. E 38. d
12. C 39. e
13. E 40. e
14. C 41. d
15. C 42. e
16. C 43. d
17. b 44. c
18. c 45. c
19. c 46. C
20. E 47. E
21. d 48. b
22. c 49. b
23. a 50. C
24. c 51. C
25. d 52. C
26. b 53. a
27. d 54. e

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Em
17/2/2005, Vitor foi surpreendido, em atitude suspeita, dentro de um veículo estacionado na
via pública, por policiais militares, que lograram êxito em encontrar em poder do mesmo, duas
armas de fogo, sem autorização e em desacordo com determinação legal, as quais eram de
sua propriedade, sendo um revólver Taurus, calibre 38, com numeração de série raspada, e uma
garrucha, marca Rossi, calibre 22. De acordo com a situação hipotética acima, com o Estatuto
do Desarmamento e com a jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
a) Vitor praticou a conduta de portar arma de fogo com numeração suprimida.
b) A conduta de ser proprietário de arma de fogo não foi abolida, temporariamente, pelo Esta-
tuto do Desarmamento.
c) A posse pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho.
d) Vitor praticou a conduta de possuir arma de fogo.
e) A conduta de portar arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo Estatuto do Desarma-
mento.

Letra a.
Vitor estava portando, em via pública, uma arma de fogo com a numeração de série raspada,
conduta que configura crime previsto no inciso IV do parágrafo único do art. 16 do Estatuto do
Desarmamento.
Segundo o STJ:

[...] aquele que está na posse de arma de fogo com numeração raspada tem sua conduta
tipificada no art. 16, parágrafo único, IV, e não no art.  12, caput, da Lei n. 10.826/2003,
mesmo que o calibre do armamento corresponda a uma arma de fogo de uso permitido.
(Resp n. 1.036.597-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julg. em 21/8/2008, 5ª Turma – Info. n. 364).

O STF entendeu que:

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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[...] o tipo do inciso IV do parágrafo único do art. 16 [...] é um tipo novo [...]. Assim, a nova
figura teria introduzido cuidado penal inédito do tema, tipificando o portar, possuir ou
transportar a arma com a supressão ou alteração de número de série ou de outro sinal
de sua identificação, independentemente, de arma de fogo ser uso restrito, proibido ou
permitido, tendo por objeto jurídico, além da incolumidade, a segurança pública, ênfase
especial dada ao controle pelo Estado das armas de fogo existentes no país, pelo que o
relevo ao municiamento ou não da munição da arma que se põe nos tipos previstos
no caput dos arts. 14 e 16 (RHC n. 89.889/DF, Pleno, Rel. Min. Cármem Lúcia, 14/2/2008
– Info. n. 494).

b) Errado. A conduta de ser proprietário de arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo
Estatuto do Desarmamento Houve um período, que se estendeu de 23/12/2003 a 25/10/2005,
para entrega das armas de fogo. Várias medidas provisórias prorrogaram o prazo de entrega
das armas de fogo para a Polícia Federal.
Diante das prorrogações, surgiram questionamentos se havia ocorrido a abolitio criminis ou
a anistia. A jurisprudência, tanto do STJ quanto do STF, afirmou que houve a chamada abolitio
criminis temporária, também chamada de descriminalização temporária ou vacatio legis indi-
reta.

Houve retroatividade para descriminalizar a posse ilegal de arma de fogo na vigência da


lei anterior (Lei n. 9.437/1997)?

No STJ, prevalece o entendimento de que a abolitio criminis temporária é retroativa. Vejamos o


que foi decidido no HC n. 100.561/MT:

PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. 1. CRIME DE POSSE DE ARMAS. CRIME


COMETIDO NA VIGÊNCIA DA LEI N. 9.437/1997. VACATIO LEGIS. APLICAÇÃO RETROA-
TIVA. POSSIBILIDADE. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 2. CRIME DE RECEPTAÇÃO. TRAN-
CAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE PROVA DA ORIGEM ILÍCITA DOS BENS. ALEGAÇÕES
QUE DEPENDEM DE APROFUNDADA INCURSÃO NO CONJUNTO PROBATÓRIO. MATÉRIA
DE MÉRITO. HABEAS CORPUS. MEIO INCOMPATÍVEL. 3. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE.

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Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que a vacatio legis estabelecida pelos
arts. 30 e 32 da Lei n. 10.826/2003, para a regularização das armas dos seus proprietá-
rios e possuidores, é reconhecida hipótese de abolitio criminis temporalis e aplica-se retro-
ativamente aos delitos de posse de arma praticados sob a vigência da Lei n. 9.437/1997.
O habeas corpus não se presta a uma aprofundada incursão no conjunto probatório, de
molde a constatar a inocorrência do crime antecedente ao de receptação. Matéria proba-
tória e a ser analisada em sede de apelação, já interposta.
Ordem concedida, em parte, apenas para declarar extinta a punibilidade do paciente
relativamente ao crime previsto no art. 10, § 2º da Lei n. 9.437/1997, mantendo, todavia,
a imputação pelo crime de receptação.

Porém, a 1ª Turma do STF, segundo o Informativo n. 494, decidiu:

A Turma indeferiu habeas corpus em que se pretendia o reconheci- mento da extinção da


punibilidade com fundamento na superveniência de norma penal descriminalizante. No
caso, o paciente fora condenado pela prática do crime de posse ilegal de arma de fogo
de uso restrito (Lei n. 9.437/1997, art. 10, § 2º), em decorrência do fato de a polícia, em
cumprimento a mandado de busca e apreensão, haver encontrado uma pistola em sua
residência. A impetração sustentava que durante a vacatio legis do Estatuto do Desarma-
mento, que revogou a citada Lei n. 9.437/1997, fora criada situação peculiar relativamente
à aplicação da norma penal, haja vista que concedido prazo (Lei n. 10.826/2003, arts. 30
e 32) aos proprietários e possuidores de armas de fogo, de uso permitido ou restrito, para
que regularizassem a situação dessas ou efetivassem a sua entrega à autoridade com-
petente, de modo a caracterizar o instituto da abolitio criminis. Entendeu-se que a vacatio
legis especial prevista nos arts. 30 e 32 da Lei n. 10.826/2003 (“Art. 30. Os possuidores
e proprietários de armas de fogo não registradas deverão, sob pena de responsabilidade
penal, no prazo de 180 dias (cento e oitenta) dias após a publicação desta lei, solicitar o
seu registro apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da origem lícita da
posse, pelos meios de prova em direito admitidos. Art. 32. Os possuidores e proprietários
de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após

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a publicação desta lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e, presumindo-se a


boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta lei.”), não obstante
tenha tornado atípica a posse ilegal de arma de fogo havida no curso do prazo que assi-
nalou, não subtraiu a ilicitude penal da conduta que já era prevista no art. 10, § 2º, da Lei
n. 9.437/1997 e continuou incriminada, com mais rigor, no art. 16 da Lei n. 10.826/2003.
Ausente, assim, estaria o pressuposto fundamental para que se tivesse como caracteri-
zada a abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo estabelecido nos mencionados
dispositivos expressaria o caráter transitório da atipicidade por ele indiretamente criada.
No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporária que não teria força retroativa,
não podendo configurar, pois, abolitio criminis em relação aos ilícitos cometidos em data
anterior. HC n. 90.995/SP, Rel. Min. Menezes Direito, 12/2/2008. (HC n. 90.995)

Com a edição da Lei n. 11.706/2008, foi dado um novo prazo para regularização de armas. A lei
presume a boa-fé e admite o pagamento de indenização, porém o agente deve agir de maneira
espontânea. Se não houve entrega de maneira espontânea, vontade livre do agente, a conduta
típica estará configurada.
Dispõe o art. 30 da lei em estudo:

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada de-
verão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento
de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra
ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declara-
ção firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando
este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
registro provisório, expedido na forma do §  4º do art. 5º desta Lei.

Tal norma se estende às munições e acessórios, apesar de não haver menção. Os arts. 31 e
32 da lei em comento regem:

Art.  31. Os  possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão,
a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do re-
gulamento desta Lei. Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do
regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.

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Por fim, a Lei n. 11.922/2009 prorrogou o prazo de entrega das armas de fogo de uso permitido
até 31 de dezembro de 2009. Dispõe o art. 20 da lei mencionada:

Art. 20. Ficam prorrogados para 31 de dezembro de 2009 os prazos de que tratam o § 3º do art. 5º
e o art. 30, ambos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003.

c) Errado; d) Errado. Não podemos confundir posse irregular de arma de fogo com o porte
ilegal de arma de fogo, pois tais condutas restaram bem delineadas.
A posse consiste em manter a arma de fogo no interior de residência (ou dependência desta)
ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da resi-
dência ou local de trabalho.
e) Errado. A abolitio criminis temporária é aplicada apenas para o crime de posse irregular de
arma de fogo de uso permitido e não para o delito de porte de arma.

Questão 2 (CESPE/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/2004) Por


ser o policiamento ostensivo competência das polícias militares estaduais, é vedado aos inte-
grantes das guardas municipais o porte de arma durante o serviço.

Errado.
As guardas municipais têm a função constitucional de preservação do patrimônio público,
sendo que o porte de arma de fogo é permitido durante o serviço, desde que observados os
requisitos estabelecidos no art. 6º do Estatuto do Desarmamento.

Questão 3 (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Em relação


às disposições da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), assinale a opção correta.
a) Será aplicada multa à empresa de produção ou comércio de armamentos que realizar pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publica-
ções especializadas.

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b) Durante o prazo de que a população dispõe para entregá-la à Polícia Federal, o delito de
posse de arma de fogo foi claramente abolido pela referida norma.
c) É amplamente admissível a consideração da arma desmuniciada como majorante no delito
de roubo, porquanto, ainda que desprovida de potencialidade lesiva, sua utilização é capaz de
produzir temor maior à vítima.
d) A utilização de arma de brinquedo durante um assalto acarreta a majoração, de um terço
até metade, da pena eventualmente aplicada ao criminoso.
e) É permitido o porte de arma de fogo aos integrantes das guardas municipais dos municípios
com mais de cinquenta mil e menos de quinhentos mil habitantes, mesmo fora de serviço.

Letra a.
De acordo com o que rege o art. 33 do Estatuto do Desarmamento:

Art.  33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda, esti-
mulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

b) Errado. A abolitio criminis temporária é uma construção doutrinária e jurisprudencial e não


está prevista claramente no Estatuto do Desarmamento.
c) Errado. Há divergência acerca da arma desmuniciada como majorante no delito de roubo,
senão vejamos recente decisão da 2ª Turma do STF:

É desnecessária a apreensão e a perícia da arma de fogo para caracterizar a majorante


prevista no art. 157, § 2º, I, do CP, se por outros meios for comprovado seu emprego na
prática criminosa. A 2ª Turma, em homenagem aos princípios da segurança jurídica e da
colegialidade, e  para evitar decisões díspares entre as Turmas, deliberou acompanhar
essa orientação, formalizada pelo Plenário no julgamento do HC n. 96.099/RS (DJe de
5/6/2009) e, em consequência, indeferiu habeas corpus em que sustentada a necessi-
dade de apreensão e perícia de arma de fogo para fins de verificação da sua potenciali-
dade lesiva e consequente incidência da referida causa de aumento. Consignou-se que
tal entendimento já vinha sendo adotado pela 1ª Turma e que a 2ª Turma teria, em casos
análogos, sufragado tese em sentido diametralmente oposto após a prolação do citado

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paradigma. Os Ministros Gilmar Mendes, relator, e Celso de Mello ressalvaram sua con-
vicção pessoal. HC n. 103.046/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, 19/10/2010. (HC n. 103.046).
HC n. 104.984/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, 19/10/2010. (HC n. 103.046)

d) Errado. A Súmula n. 174 do STJ foi cancelada no início do século, portanto, o emprego de
arma de brinquedo no crime de roubo não é causa de aumento de pena.
Dispunha a referida súmula:

No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena.

e) Errado. Contraria o disposto no inciso IV do art. 6º do Estatuto do Desarmamento:

IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Grifo nosso)

Questão 4 (CESPE/PC-PB/AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2009)


A Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento – determinou que os possuidores e os pro-
prietários de armas de fogo não registradas deveriam, sob pena de responsabilidade penal, no
prazo de 180 dias após a publicação da lei, solicitar o seu registro, apresentando nota fiscal de
compra ou a comprovação da origem lícita da posse ou entregá-las à Polícia Federal. Houve a
prorrogação do prazo por duas vezes – Lei n. 10.884/2004 e Lei n. 11.118/2005 – até a edição
da Lei n. 11.191/2005, que estipulou o termo final para o dia 23/10/2005.
Assinale a opção correta acerca do estatuto mencionado no texto acima.
a) O porte consiste em manter no interior de residência, ou dependência desta, ou no local de
trabalho a arma de fogo.
b) A posse pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou do local de trabalho.
c) As condutas delituosas relacionadas ao porte e à posse de arma de fogo foram abarcadas
pela denominada abolitio criminis temporária, prevista na Lei n. 10.826/2003.
d) O porte de arma, segundo o Estatuto do Desarmamento, pode ser concedido àqueles a quem
a instituição ou a corporação autorize a utilização em razão do exercício de sua atividade.
Assim, um delegado de polícia que esteja aposentado não tem direito ao porte de armas; o

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pretendido direito deve ser pleiteado nos moldes previstos pela legislação para os particulares
em geral.
e) A objetividade jurídica dos crimes de porte e posse de arma de fogo, tipificados na Lei
n. 10.826/2003, restringe-se à incolumidade pessoal.

Letra d.
a) Errado; b) Errados. Não é permitido confundir posse irregular de arma de fogo com o porte
ilegal de arma de fogo, pois tais condutas restaram bem delineadas.
A posse consiste em manter a arma de fogo no interior de residência (ou dependência desta)
ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da re-
sidência ou local de trabalho.
c) Errado. Apenas a posse de arma de fogo foi abarcada pela denominada abolitio criminis
temporária, prevista de maneira implícita na Lei n. 10.826/2003.
e) Errado. O bem protegido pelo Direito Penal nos crimes de porte e posse de arma de fogo é
a incolumidade pública.

Questão 5 (PAPILOSCOPISTA/PF/2012/CESPE) Para se configurar o delito de posse ile-


gal de arma de fogo, acessórios ou munição, esses artefatos devem ser encontrados no inte-
rior da residência ou no trabalho do acusado; caso sejam encontrados em local diverso desses,
restará configurado o delito de porte ilegal.

Anulada.
A assertiva acabou anulada no gabarito definitivo, uma vez que, após “trabalho do acusado”,
não há menção se ele é “o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa”,
como reza o caput do art. 12 do Estatuto do Desarmamento.

Questão 6 (PAPILOSCOPISTA/PF/CESPE /2012) Responderá pelo delito de omissão de


cautela o proprietário ou o diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valo-

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res que deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal, nas primeiras
vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, a perda de munição que esteja sob sua guarda.

Certo.
A assertiva está correta pois está de acordo com parágrafo único do art. 13 do Estatuto do
Desarmamento.

Questão 7 (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/ALAGOAS/CESPE/2012) O agente encontrado


portando arma de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica-
ção raspado, suprimido ou adulterado estará sujeito à sanção prevista para o crime de posse
ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Certo.
O autor que porta ou possui arma de fogo com numeração raspada responderá pelo crime do
inciso IV do parágrafo único do art. 16 do Estatuto do Desarmamento, mesmo que a arma de
fogo seja de uso permitido.

Questão 8 (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/ALAGOAS/CESPE/2012) A posse de arma de


brinquedo ou a utilização de qualquer outro instrumento simulador de arma de fogo configura,
segundo expressamente previsto na norma de regência, crime de porte de arma.

Errado.
Trata-se de fato atípico o porte de simulacro (réplica) de arma de fogo.

Questão 9 (FGV/2012/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA) No curso de uma investigação


policial, Júlio é flagrado com uma bolsa contendo várias armas e munições, algumas de uso
permitido e outras de uso restrito, sem autorização legal para portá-las. Certamente ele iria uti-
lizá-las na prática de um roubo, estando inclusive na porta de um estabelecimento comercial,

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aguardando a chegada do empregado que iria abri-lo. Diante deste quadro, foi encaminhado à
delegacia própria, vindo o laudo confirmando a potencialidade ofensiva das armas. Com base
no exposto, Júlio deverá responder:
a) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de arma
de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 70 do CP (concurso formal), e 157, § 2º,
I, c/c 14, II, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma na forma tentada).
b) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 69 do CP (concurso material).
c) pela prática do injusto do artigo 16 (porte de arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03.
d) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 70 do CP (concurso formal).
e) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 69 do CP (concurso material),
e 157, § 2º, I, c/c 14, II, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma na forma tentada).

Letra d (letra c à época).


Pela leitura da questão, percebe-se que o criminoso não entrou no ato executório e foi surpre-
endido na porta do estabelecimento pela polícia, antes de anunciar o assalto. À época, não
importava a quantidade de armas de fogo apreendidas, porque o objeto jurídico é um só, qual
seja, a incolumidade pública. Portanto, Júlio responderia por crime de posse ou porte de arma
de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 do Estatuto do Desarmamento. Ocorre que, com a
alteração na jurisprudência do STJ, o Júlio vai responder pelos crimes de porte em concurso
formal, o que tornaria a letra d correta.

Questão 10 (PC-DF/2013) Considere a seguinte situação hipotética.


Em uma operação policial, José foi encontrado com certa quantidade de munição para revólver
de calibre 38. Na oportunidade, um policial indagou José sobre a autorização para portar esse
material, e José respondeu que não possuía tal autorização e justificou que não precisava ter
tal documento porque estava transportando munição desacompanhada de arma de fogo. Nes-
sa situação hipotética, a justificativa de José para não portar a autorização é incorreta, e ele
responderá por crime previsto no Estatuto do Desarmamento.
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Certo.
É crime portar ilegalmente munições, mesmo que desacompanhado da arma de fogo. Assim
como a arma de fogo, o indivíduo deverá ter autorização para portar a munição.

Questão 11 (PRF/2013/CESPE) No que concerne ao abuso de autoridade e ao Estatuto do


Desarmamento, julgue os itens a seguir.
Supondo que determinado cidadão seja responsável pela segurança de estrangeiros em visita
ao Brasil e necessite de porte de arma, a concessão da respectiva autorização será de compe-
tência do ministro da Justiça.

Errado.
Apesar de discordarmos do gabarito, o Cespe levou em conta o disposto no art. 9º do Estatuto
do Desarmamento, que, por sua vez, cita “Ministério da Justiça” e não “Ministro da Justiça:

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacio-
nal oficial de tiro realizada no território nacional.

Questão 12 (CESPE/DP-DF/2013) Conforme a jurisprudência pacificada do STF, o crime de


porte ilegal de arma de fogo é de perigo abstrato, de modo que não se exige demonstração de
ofensividade real para sua consumação.

Certo.
O porte ilegal de arma de fogo é um crime de perigo abstrato, ou seja, não há necessidade da
exposição de terceiros a risco, com a conduta adotada pelo indivíduo. Trazermos à baila, julga-
do do STF sobre o assunto:

Porte ilegal de arma de fogo e ausência de munição (..)


Em conclusão, a 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus no qual denunciado pela
suposta prática do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido pleiteava o

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trancamento de ação penal – v. Informativos 601 e 612. Entendeu-se que, após a entrada
em vigor da Lei 10.826/2003, a  hipótese seria de crime de perigo abstrato, para cuja
caracterização não importaria o resultado concreto da ação. Aduziu-se que a referida lei,
além de tipificar o simples porte de munição, não exigiria para a configuração do crime
sob análise que a arma estivesse municiada, de acordo com que se extrairia da redação
do art. 14 daquele diploma legal. Avaliou-se, ainda, que o trancamento de ação penal seria
medida reservada a situações excepcionais, como a manifesta atipicidade da conduta,
a presença de causa de extinção da punibilidade do paciente ou a ausência de indícios
mínimos de autoria e materialidade delitivas, inocorrentes na espécie. Para evitar supres-
são de instância, não se conheceu da alegação, não apreciada pelo STJ nem pelo tribunal
estadual, de que o paciente fora autorizado, por presidente da Corte estadual, a portar
arma, a  qual só não estaria registrada em seu nome porque, à  época dos fatos, ainda
vigoraria o prazo legal para o devido registro. Não obstante, explicitou-se que esse prazo,
espécie de vacatio legis indireta, teria sido destinado aos proprietários e possuidores de
arma de fogo (Lei 10.826/2003, art. 12), e não àqueles acusados de porte ilegal (art. 14).
Vencido o Min. Celso de Mello, que concedia a ordem por entender destituída de tipici-
dade penal a conduta imputada ao paciente. HC 96759/CE, rel. Min. Joaquim Barbosa,
28.2.2012. (HC-96759).

Questão 13 (CESPE/DELEGADO/PC-BA/2013) Em relação aos crimes contra a administra-


ção pública e aos delitos praticados em detrimento da ordem econômica e tributária e em
licitações e contratos públicos, julgue o item.
Servidor público alfandegário que, em serviço de fiscalização fronteiriça, permitir a determina-
do indivíduo penalmente imputável adentrar o território nacional trazendo consigo, sem autori-
zação do órgão competente e sem o devido desembaraço, pistola de calibre 380 de fabricação
estrangeira deverá responder pela prática do crime de facilitação de contrabando, com infra-
ção do dever funcional excluída a hipótese de aplicação do Estatuto do Desarmamento.

Errado.

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Na assertiva, o servidor público que facilita a entrada de arma de fogo no território nacional
comete tráfico internacional de arma de fogo, conforme se verifica pela leitura do art. 18 do
Estatuto do Desarmamento:

Tráfico internacional de arma de fogo


Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.

Questão 14 (CESPE/TEC-MPU/MPU/APOIOESPECIALIZADO/SEGURANÇA/2010) No que


se refere ao Sistema Nacional de Armas (SINARM) e ao registro de armas, julgue o item a se-
guir.
As armas de fogo de uso restrito devem ser registradas no Comando do Exército.

Certo.
A assertiva está de acordo com o disposto no art. 27 do Estatuto do Desarmamento:

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo


de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Questão 15 (CESPE/TECMPU/MPU/APOIO ESPECIALIZADO/SEGURANÇA/2010) No que


se refere ao Sistema Nacional de Armas (SINARM) e ao registro de armas, julgue o item a se-
guir.
O interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido deve, além de declarar a efetiva
necessidade de adquiri-la, atender a alguns requisitos, entre os quais se incluem as comprova-
ções de idoneidade, mediante a apresentação de certidões negativas de antecedentes crimi-
nais fornecidas pela justiça federal, estadual, militar e eleitoral, e de não estar respondendo a
inquérito policial ou a processo criminal.

Certo.
A assertiva está de acordo com a letra do art. 4º do Estatuto do Desarmamento:

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Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes cri-
minais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a in-
quérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação
dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo,
atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

Questão 16 (CESPE/ESCRIVÃO/PF/PF/”REGIONALIZADO”/2004) No item a seguir é apre-


sentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Assustado com o aumento do número de roubos em sua região, Haroldo, que vive em uma fa-
zenda situada no interior do estado do Amazonas, decidiu adquirir de seu vizinho Moacyr uma
arma de fogo de uso permitido. A arma de Moacyr é devidamente registrada e Haroldo preten-
de mantê-la no interior de sua casa, com finalidade de proteger-se contra eventuais agresso-
res. Nessa situação, a compra da referida arma efetuada por Haroldo precisa ser previamente
autorizada pelo Sistema Nacional de Armas (SINARM).

Certo.
Depois de atendidos os requisitos previstos nos incisos do art. 4º do Estatuto do Desarmamen-
to, para aquisição de arma de fogo, deverá ser observado o que rege o § 1º do mesmo artigo:

§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos ante-
riormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta
autorização.

Questão 17 (TJ-PR/2012/TJ-PR/ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o disposto no Estatuto do De-


sarmamento, assinale a alternativa correta.
a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta tenha como finalidade a prática de
outro crime, caracteriza a prática do delito de disparo de arma de fogo.

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b) Empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi-
tido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a
prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, desde que a título
oneroso, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente,
caracteriza a prática do delito de tráfico internacional de arma de fogo.
d) Expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a prática do delito de tráfico
nacional de arma de fogo.

Letra b.
Empregar, manter sob guarda e ocultar são verbos previstos no art. 14 do Estatuto do Desar-
mamento, porém, o nome jurídico do delito é porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
a) Errado. O crime de disparo de arma de fogo ou acionamento de munição é subsidiário, ou
seja, apenas será usado quando não houver como enquadrar o autor como incurso num crime
mais grave.
c) Errado. O tráfico internacional pode ocorrer a título gratuito ou oneroso.
d) Errado. O crime na verdade se chama comércio ilegal de arma de fogo e não tráfico nacional
de arma de fogo.

Questão 18 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) Antônio tem o registro de uma arma de fogo de


uso permitido (revólver calibre 38) devidamente regularizada perante a Polícia Federal. No dia
15 de novembro de 2012, encontrava-se na via pública, nas proximidades de sua residência,
mostrando a referida arma a um conhecido. Tal situação, nos termos do Estatuto do Desarma-
mento, é
a) legal, pois a arma de fogo encontra-se regularizada.
b) crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

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c) crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.


d) crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, por parte do conhecido, caso ele
fique sozinho com a arma.
Letra c.
Trata-se de uma “pegadinha” do examinador. Pela leitura do Estatuto do Desarmamento, infe-
re-se que a regra é a posse regular da arma de fogo, sendo que a autorização para porte é ex-
cepcional, devendo a pessoa atender os requisitos da lei, para consegui-la. Se o indivíduo tem
autorização para possuir arma de fogo apenas, caso seja flagrado em via pública, responderá
por porte ilegal de arma de fogo, tendo em visa a ausência de autorização.

Questão 19 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) José foi abordado em via pública pela Polícia
Militar por portar ostensivamente um revólver calibre 38, sem registro e desmuniciado. Ques-
tionado pelos policiais, informou que pretendia praticar crimes com a arma. Preso em flagrante
delito, a arma foi examinada e o laudo pericial constatou que o artefato não era apto a efetuar
disparos. A conduta de José é
a) crime de porte ilegal de arma de fogo, principalmente em razão de que iria praticar crimes
utilizando-se dela.
b) crime tentado, pois conforme afirmou aos policiais, iria praticar crimes com a arma de fogo,
tendo sido impedido por circunstâncias alheias à sua vontade.
c) atípica, pois o objeto apreendido não era arma de fogo nos termos da legislação.
d) crime de porte de arma de fogo e crime tentado.

Letra c.
Se o laudo de eficiência de arma de fogo indicar que é inapta para efetuar disparos, estaremos
diante de um crime impossível, o que conduz à atipicidade do fato.

Questão 20 (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2002) Compete à justiça federal


processar e julgar o crime de porte ilegal de arma de fogo de procedência estrangeira.

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Errado.
Os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, em regra, são de competência da Justiça
Estadual, salvo o tráfico internacional de arma de fogo. Trata-se de uma “pegadinha” do exami-
nador, pois o indivíduo pode ter sido flagrado em via pública com uma arma de fogo fabricada
em outro país. Não se analisa o tráfico, mas o porte ilegal.

Questão 21 (2018/CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo com o entendimen-


to da doutrina e dos tribunais superiores sobre o Estatuto do Desarmamento, especialmente
quanto às armas de fogo,
a) o crime de tráfico internacional de arma de fogo é insuscetível de liberdade provisória.
b) majora-se a pena em caso de crime de comércio ilegal de arma de fogo mesmo que se trate
de armamento de uso permitido.
c) a arma de fogo desmuniciada afasta as figuras criminosas da posse ou do porte ilegal, con-
siderando-se que o objeto jurídico tutelado é a incolumidade física.
d) o porte de arma de fogo de uso permitido com a numeração raspada equivale penalmente
ao porte de arma de fogo de uso restrito.
e) o disparo de arma de fogo em via pública e o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
configuram situações de inafiançabilidade.

Letra d.
O § 1º traz as hipóteses de condutas equiparadas ao caput do art. 16 e que incorrerão nas
mesmas penas. São condutas que se referem tanto a armas, munições ou acessórios de uso
permitido quanto de uso restrito ou proibido. Assim, equipara-se a posse ou porte ilegal de
arma de fogo de uso restrito a conduta de portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma
de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
adulterado (inciso IV do § 1º do art. 16 do Estatuto).
a) Errado; e) Errado. O STF já declarou inconstitucionais os dispositivos do Estatuto do Desar-
mamento que vedavam a fiança e a liberdade provisória.
b) Errado. O comércio ilegal de arma de fogo, tanto de uso permitido quanto restrito ou proibi-
do, não é caso de majoração de pena, e sim de crime autônomo, nos termos do art. 17.

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c) Errado. Os crimes do Estatuto do Desarmamento são de perigo abstrato, razão por que o
fato de a arma apreendida em poder do agente estar desmuniciada é irrelevante, bastando que
a posse seja irregular ou o porte ilegal.

Questão 22 (2017/IESES/IGP-SC/PERITO CRIMINAL/GERAL) De acordo com a Lei


10.826/03, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição e
sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm compete ao Sinarm, dentre outras atribuições:
I – Identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro.
II – Cadastrar as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, mantendo registro pró-
prio.
III – Cadastrar as apreensões de armas de fogo, exceto as vinculadas a procedimentos po-
liciais e judiciais.
IV – Cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer
a atividade.

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas I e II estão corretas.
b) Todas estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.
d) Apenas II e IV estão corretas.

Letra c.
I – Certo; IV.
Certo. As afirmativas estão corretas, porque correspondem a atribuições do SINARM, nos ter-
mos do art. 2º, V e VIII, da Lei n. 10.826/2003.
II – Errado. O parágrafo único do art. 2º deixa expresso que as atribuições SINARM não alcan-
çam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares.

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III – Errado. O inciso VII do art. 2º vai no sentido oposto, dispondo que ao SINARM compete
cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais
e judiciais.

Questão 23 (2017/CS-UFG/TJ-GO/JUIZ LEIGO) Dentre os crimes tipificados na Lei n.


10.826/2003, é de menor potencial ofensivo o crime de
a) omissão de cautela.
b) posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
c) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
d) disparo de arma de fogo.
e) comércio ilegal de arma de fogo.

Letra a.
A pena da omissão de cautela é de detenção de 1 a 2 anos (art. 13 do Estatuto), logo, a pena
máxima não é superior a 2 anos, ficando dentro do limite exigido pelo art. 61 da Lei n. 9.099/95.
O crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido também é apenado com deten-
ção, porém a pena máxima é de 3 anos, extrapolando o limite para que possa ser considerado
de menor potencial ofensivo.
Todos os demais crimes da Lei n. 10.826/2003 são apenados com reclusão, com penas máxi-
mas superiores a 4 anos. Portanto, nenhum deles é de menor potencial ofensivo. E nunca é de-
mais relembrar os crimes do Estatuto do Desarmamento considerados hediondos, cujo rol foi
ampliado pelo Pacote Anticrime. Assim, são considerados hediondos a posse ou porte ilegal
de armas de fogo de uso proibido (art. 16, § 2º), o comércio ilegal de arma de fogo, acessório
ou munição (art. 17), o tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição (art. 18).

Questão 24 (2017/CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO) Com o intuito de assegurar sua


proteção pessoal, Jonas adquiriu, de maneira informal, uma arma de fogo de uso permitido,
com numeração raspada, e guardou-a no bar em que trabalha. Duas semanas depois, arrepen-

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dido da aquisição, Jonas procurou a DP, com o objetivo de resolver, juridicamente, essa situa-
ção e escapar das sanções cabíveis previstas na legislação pertinente.
Nessa situação hipotética, considerando-se o entendimento dos tribunais superiores acerca
do tema, o DP deverá orientar Jonas a
a) retornar ao local da aquisição imediatamente e requerer que o vendedor entregue recibo da
compra e comprovação da origem lícita da arma para que seja efetuado o seu registro.
b) limpar suas digitais e descartar a arma imediatamente, uma vez que, de acordo com a lei,
poderá ser preso em flagrante, a qualquer momento, no local de trabalho.
c) procurar a delegacia da cidade e proceder à entrega espontânea da arma, visto que esse ato
é causa permanente de exclusão de punibilidade.
d) requerer a autorização para o porte da arma, por ser de uso permitido, e, posteriormente,
apresentar a arma na delegacia de polícia para regularização definitiva.
e) comparecer à delegacia, uma vez que a posse de arma de fogo, de per si, constitui crime,
sendo inviável, nesse caso, a extinção da punibilidade, obtendo-se o benefício da confissão.

Letra c.
A entrega espontânea é causa de extinção da punibilidade, ainda que a arma tenha sido irre-
gularmente. É o que dispõe o art. 32 da Lei n. 10.826/2003: “os possuidores e proprietários
de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de
boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
posse irregular da referida arma”.

Questão 25 (2017/MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) A guarda de arma desmu-


niciada, de uso permitido, em sua própria residência, constituirá crime
a) na hipótese de a arma, em exame pericial, se mostrar apta a efetuar disparo.
b) na hipótese em que, na residência, houver disponibilidade de munição compatível com a
arma apreendida.
c) se o implicado não possuir licença para o porte da arma apreendida.
d) caso o implicado não possua o registro de propriedade válido da arma.

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e) se a residência estiver situada em área urbana.

Letra d.
A conduta de manter arma de fogo no interior da residência é classificada como posse de
arma. A posse só será regular se for de arma de fogo de uso permitido e se a pessoa tiver au-
torização mediante registro. O registro somente será concedido nas condições e requisitos do
art. 4º da Lei n. 10.826/2003. Sendo assim, não tendo o registro da arma de fogo, a posse será
irregular, ainda que esteja desmuniciada.

Questão 26 (2017/CESPE/PJC-MT/DELEGADO DE POLÍCIA) João, ao  trafegar com sua


moto, foi surpreendido por policiais que encontraram em seu poder arma de fogo – revólver
– de uso permitido. João trafegava com a arma sem autorização e em desacordo com deter-
minação legal ou regulamentar.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com o Estatuto do De-
sarmamento e com o entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores.
a) O simples fato de João carregar consigo o revólver, por si só, não caracteriza crime, uma vez
que o perigo de dano não é presumido pelo tipo penal.
b) Se o revólver estiver com a numeração raspada, João estará sujeito à sanção prevista para
o delito de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido ou restrito.
c) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável.
d) O simples fato de João carregar consigo o revólver caracteriza o crime de posse ilegal de
arma de fogo de uso permitido.
e) Se o revólver estiver desmuniciado, o fato será atípico.

Letra b.
a) Errado. O fato de a arma estar desmuniciada não impede a consumação do crime porque se
trata de crime de perigo abstrato.
b) Certo. A conduta de possuir ou portar arma com numeração raspada incide na forma equi-
para ao art. 16, tipificada em seu § 1º, IV. A alternativa foi elaborada antes das mudanças pro-

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duzidas pelo Pacote Anticrime no art. 16. Portanto, fique atento(a) à nova redação, que trata
as condutas do art. 16 de forma mais grave quando se tratar de arma de fogo de uso proibido
c) Errado. O crime de João é o porte ilegal de arma de fogo, art. 14, caput, do Estatuto. O pará-
grafo único do art. 14 estabelece que o crime será inafiançável, salvo quando a arma de fogo
estiver registrada em nome do agente. Ocorre que, como vimos, o  dispositivo foi declarado
inconstitucional pelo STF.
d) Errado. O crime é o de porte ilegal, que, nos termos do art. 14, se configura com as condu-
tas de portar, deter, transportar. Isso porque João estava trafegando pela rua no momento em
que foi abordado pelos policiais. Seria posse irregular se ele estivesse guardando a arma no
interior de sua residência ou no seu local de trabalho, se titular ou responsável legal do estabe-
lecimento profissional ou empresa.
e) Errado. Pela mesma justificativa da letra a.

Questão 27 (2017/FCC/PC-AP/OFICIAL DE POLÍCIA CIVIL) Sobre os crimes previstos no


estatuto do desarmamento (Lei Federal n. 10.826/2003), considere:
I – Podem portar arma de fogo os integrantes das Guardas Municipais das capitais dos
Estados e dos Municípios com mais de 30.000 habitantes.
II – Incorre nas mesmas penas previstas para o crime de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso restrito quem adulterar, de qualquer forma, munição.
III – Nos crimes de comércio ilegal e de tráfico internacional de arma de fogo, a pena é au-
mentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou
restrito.
IV – Deixar o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de
valores de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam
sob sua guarda, nas primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato, é crime punido com
reclusão.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e IV.

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b) I e III.
c) II e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

Letra d.
I – Errado. A assertiva I está em desacordo com o art. 6º, III, da Lei n. 10.826/2003. Lembre-se,
pelo art. 6º, em regra, o porte de arma é proibido em todo o País, com as exceções dos incisos
I a XI. Pelo inciso III, será permitido que os integrantes das guardas municipais das capitais dos
Estados e dos Municípios com mais de 500.000 habitantes possam portar arma, obedecidas
as condições previstas em regulamento.
II – Certo. A II está correta pois corresponde à forma equiparada constante do art. 16, § 1º, I,
da Lei n. 10.826/2003.
III – Errado. A III diz respeito à casa de aumento do art. 19 do Estatuto, que se aplica somente
aos crimes de comércio ilegal (art. 17) e tráfico internacional (art. 18).
IV – Errado. A assertiva IV descreve a conduta equiparada à omissão de cautela (art. 13, pa-
rágrafo único, do Estatuto), porém a pena não é de reclusão, e sim de detenção, o que torna a
assertiva incorreta.

Questão 28 (2017/FCC/PC-AP/AGENTE DE POLÍCIA) Mário e Mauro combinam a prática


de um crime de furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de
um revólver devidamente municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para
subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é
surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba
sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto
qualificado.

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d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte
ilegal de arma de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.

Letra e.
a) Errado. Mário não pode ser responsabilizado pelo resultado morte porque, apesar de agir
em conjunto com Mauro, o seu acordo se restringia à prática do furto, não sendo de seu conhe-
cimento que Mauro estava armado. Logo, Mário não conhecia a existência do risco que Mauro
assumiu ao se armar. Pelo art.  29, §  2º, do CP, se um dos agentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste. Esta pena pode ser aumentada até a metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Mas no caso de Mário não lhe era possí-
vel prever o resultado morte, já que ele não sabia que Mauro estava armado.
b) Errado. O resultado morte não pode ficar sem nenhuma consequência penal.
c) Errado. Mauro não pode responder por furto qualificado, pois a sua ação provocou resultado
morte. Embora seu dolo inicial fosse praticar furto, durante a ação criminosa ele praticou crime
mais grave, praticando violência incompatível com o crime de furto, mesmo em suas formas
qualificadas. Sabemos que a prática da violência como meio de execução da subtração de
coisa alheia móvel configura crime de roubo.
d) Errado porque a conduta de Mauro o porte ilegal de arma, em determinadas circunstâncias,
é absorvido por crime mais grave. O mesmo ocorre com o furto.
e) Certo. O roubo com resultado morte é latrocínio, nos termos do art. 157, § 3º, II, do CP.

Questão 29 (2017/IDECAN/SEJUC-RN/AGENTE PENITENCIÁRIO/SUPERIOR) Consideran-


do os tipos penais descritos no Estatuto do Desarmamento – Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003, assinale a alternativa que contenha uma descrição típica INCORRETA.
a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática
de outro crime.

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b) Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de vinte e um anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade.
c) Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.
d) Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de-
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa.

Letra b.
A alternativa b está errada na expressão “menor de vinte e um anos”. A omissão de cautela
está prevista no art. 13 da Lei n. 10.826/2003 e consiste na falta de cuidado para impedir que
“menor de dezoito anos” se apodere da arma de fogo, além das demais condutas descritas no
tipo. Numa leitura rápida, podemos cair numa pegadinha dessas por ler rápido demais ou pela
tensão da prova. Por isso, é importante treinar a leitura atenta, com tranquilidade e assertivi-
dade.
a) Certo. É o crime do art. 15 da Lei n. 10.826/2003.
c) Certo. É o crime do art. 14 da Lei n. 10.826/2003.
d) Certo. É o crime do art. 12 da Lei n. 10.826/2003.

Questão 30 (2017/FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO) Conforme jurisprudência do Superior Tri-


bunal de Justiça,
a) não há que se falar em aplicação do princípio da consunção para os crimes de falsidade
ideológica e de uso de documento falso quando cometidos com desígnios autônomos.

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b) o Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual que mantém sob sua guarda munição de arma
de uso restrito comete o crime do art. 16 da Lei n.10.826/2003.
c) configura o crime de desobediência (art. 330 do CP) a conduta de Defensor Público Geral
que deixa de atender à requisição judicial de nomeação de defensor público para atuar em
determinada ação penal.
d) no crime de estelionato o eventual ressarcimento ou devolução da coisa elidem a prática
criminosa.
e) a emissão de cheque sem fundos para pagamento de serviços postais não permite a majo-
rante de crime praticado em detrimento de entidade de direito público, instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.
Letra a.
a) Certo. O STJ considera que o uso de documento pelo agente que o falsificou pode caracte-
rizar mero exaurimento do crime, a menos que haja desígnios autônomos.
b) Errado. O STJ considerou que o Conselheiro de Contas é equiparado a magistrado. (APn
657/PB, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 21-10-2015).
c) Errado. Não configura o crime de desobediência (art.  330 do CP) a conduta de Defensor
Público Geral que deixa de atender à requisição judicial de nomeação de defensor público para
atuar em determinada ação penal. (STJ. 6ª Turma. HC 310.901-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, jul-
gado em 16/6/2016, Info 586).
d) Errado. Não é causa de extinção de punibilidade a devolução da coisa no crime do estelio-
nato. Há causa de extinção nesse sentido no caso dos crimes contra a ordem tributária, mas
não é aplicada ao estelionato.
e) Errado. Para o STJ, incide a majorante do § 3º do art. 171 do CP se o crime for cometido em
detrimento de entidade de direito público, instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência (EDcl no REsp 1457518/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em 6-10-2016)

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Questão 31 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍ-


DICO) Qual alternativa a seguir reflete o exato entendimento de Súmula Jurisprudencial edita-
da pelo STJ?
a) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em
situação de alegada autodefesa.
b) A abolitio criminis temporária, prevista na Lei n.  10.826/2003, não se aplica ao crime de
posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado, independentemente da data do cometimento do crime.
c) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de
crime de furto qualificado, ainda que não for primário o agente, mas for de pequeno valor a
coisa furtada e for a qualificadora de ordem objetiva.
d) A configuração do crime do art. 244-B do ECA depende da prova da efetiva corrupção do
menor, por se tratar de delito material.
e) É possível a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
-base, desde que haja fundamentação por parte do magistrado.

Letra a.
É exatamente a redação da Súmula 522 do STJ.

Questão 32 (2017/IBADE/PC-AC/DELEGADO DE POLÍCIA) Acerca do Estatuto do Desarma-


mento (Lei 10.826/2003), assinale a alternativa correta.
a) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável.
b) O proprietário responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixar
de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de arma de fogo que esteja sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro)
horas depois de ocorrido o fato, incorrerá no crime de omissão de cautela.

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c) De acordo com a recente decisão do Superior Tribunal de Justiça, aquele que mantiver em
seu poder uma arma de fogo de calibre permitido com registro vencido, incorrerá na prática do
crime de porte ilegal de arma de fogo.
d) No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a pena é aumentada em um terço se a arma
de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
e) O crime de omissão de cautela consiste em deixar de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de 14 (catorze) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere
de arma de fogo que esteja sob sua posse.

Letra b.
A alternativa b é uma das hipóteses descritas no art. 13, parágrafo único, da Lei n. 10.826/2003.
A alternativa também estaria correta se, em vez do proprietário de empresa de segurança e
transporte de valores, fosse o diretor responsável por essas empresas. Sãos as duas possibi-
lidades de omissão de cautela em caso de extravios ocorridos em empresas de segurança ou
transporte de valores. Como vimos, é crime próprio, já que exige do agente tais qualidades.
a) Errado. A  alternativa “a” está errada, porque, como vimos, os  dispositivos que previam a
inafiançabilidade dos crimes de porte ilegal e disparo de arma de fogo foram declarados in-
constitucionais.
c) Errado. A alternativa “c” vai no sentido contrário do que dispôs a jurisprudência do STJ, uma
vez que não será considerado crime de posse irregular se o registro estiver vencido; será mera
irregularidade administrativa, a ser corrigida, conforme já decidido pelo STJ:

Se o agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é mera irregularidade


administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta, no
entanto, não caracteriza ilícito penal. (APn 686/AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j.
em 21-10-2015)

d) Errado. A alternativa “d” está errada porque a causa de aumento de pena dos crimes de co-
mércio ilegal (art. 17) e de tráfico internacional (art. 18), quando o artefato for de uso proibido

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ou restrito, eleva a pena da metade, conforme o disposto no art.  19 da Lei n. 10.826/2003,


e não de 1/3 como na alternativa.
e) Errado. A alternativa “e” está errada porque a omissão de cautela (art. 13, caput) se configu-
ra quando “menor de 18 anos” tiver acesso à arma de fogo, e não menor de 14.

Questão 33 (2017/FUNDAÇÃO LA SALLE/SUSEPE-RS/AGENTE PENITENCIÁRIO/SUPE-


RIOR) Considerando a legislação que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas
de fogo e munição (Lei n. 10.826/2003), os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva.
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento.
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?


a) Apenas a I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

Letra e.
As assertivas correspondem aos requisitos dispostos nos incisos I a III do § 1º-B do art. 6º do
Estatuto do Desarmamento.

Questão 34 (2017/MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale com V (verdadei-


ro) ou com F (falso) os enunciados abaixo.
 (  ) Ao ouvir intensos gritos de socorro vindos do apartamento de sua nova vizinha, Pedro
Luís, querendo socorrê-la, sai correndo, rompe a fechadura da porta e invade o aparta-

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mento. Só que os gritos não eram da vizinha, mas de uma cena de filme que ela, um tanto
surda, ouvia em altíssimo volume. Assustada pela inesperada invasão ao seu domicílio,
a vizinha, em defesa da tranquilidade doméstica, jogou o controle remoto da televisão
na cabeça de Pedro Luís, provocando-lhe lesões corporais leves. Diante disso, é correto
dizer-se (1) de hipótese de legítima defesa putativa de terceiro, quanto a Pedro Luís, ver-
sus legítima defesa própria e real, em favor da vizinha; e que (2) Pedro não cometeu o
crime de invasão de domicílio, por atipicidade do fato, e a vizinha não praticou o crime de
lesões corporais, apesar da tipicidade do fato.
 (  ) As pessoas jurídicas podem ser responsabilizadas por crimes ambientais, sejam de di-
reito público ou privado, inclusive fundações e organizações não governamentais, com
penas de multa, restritivas de direitos e de prestação de serviços à comunidade, isolada
ou conjuntamente, mesmo quando as pessoas físicas corresponsáveis não sejam iden-
tificadas e independentemente da responsabilização pessoal do proprietário, represen-
tante, acionista, conselheiro. Quando constituídas ou utilizadas, preponderantemente,
com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime ambiental, terão decretada
a liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
 (  ) A Polícia Civil de Encantado indiciou três médicos e dois administradores de uma clínica
da cidade por crimes de lesão corporal culposa de natureza gravíssima, em face da re-
alização negligente de cirurgias de catarata que causaram a perda total de visão em 23
(vinte e três) pacientes devido a uma infecção por bactérias. Análises técnicas concluí-
ram que na clínica não havia higienização e esterilização adequadas, situação propícia à
infecção e do amplo conhecimento dos cinco indiciados. Todavia, a perda total da visão
culposamente causada aos 23 (vinte e três) pacientes não comporta a classificação
penal dada pela polícia. Tratando-se de lesão corporal culposa, não há forma grave nem
gravíssima para fins de adequação típica.
 (  ) Em Herval do Sul, Amarilho, conhecido pelo seu mal humor e personalidade briguenta,
foi flagrado por policiais militares na posse de um revólver de uso permitido, em perfeito
funcionamento e numeração raspada, noticiou o Diário Gaúcho. O porte de arma de fogo

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com sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, seja de uso permitido ou


restrito, é  crime, diferenciando-se apenas a sanção carcerária cominada em abstrato,
mais severa nesta do que naquela hipótese.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) V – F – F – F.
b) V – F – V – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F.
e) V – V – V – F.

Letra e.
Essa questão é muito interessante e de nível difícil, pois ela te dá algumas situações fáticas
hipotéticas e você tem que raciocinar sobre como tipificar as condutas. Não é só lei seca.
A primeira situação fática está correta, já que Pedro supôs situação de fato que, se existisse,
tornaria legítima sua conduta, e ele realmente tinha justificativa para tal suposição, haja vista
os gritos que ouviu. Aplica-se, então, o art. 20, § 1º, do CP. Para a vizinha, a legítima defesa é
real, já que ela não conhece as boas intenções de Pedro, e reage à invasão do seu domicílio.
A segunda situação está correta. Há jurisprudência no sentido de que:

É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais indepen-


dentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome.
(Precedentes citados: RHC 53.208-SP, Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT,
Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS
39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015)

Quanto à possibilidade de liquidação forçada de pessoa jurídica constituída com a finalidade


preponderante de praticar os crimes ambientais, está prevista no art. 24 da Lei n. 9.605/98.
A terceira é verdadeira porque as qualificadoras de lesão grave ou gravíssima não se aplicam
à lesão culposa.

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A quarta situação é uma pegadinha, pois o candidato que já tem os conhecimentos essenciais
do Estatuto na cabeça sabe de cor que o art. 14 (porte ilegal de arma de fogo de uso permiti-
do) tem pena menor que a do art. 16 (porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e condutas
equiparadas do § 1º). Ocorre que no caso de arma de fogo com numeração raspada não vai
importar se originalmente a arma é de uso permitido ou restrito, pois basta a raspagem da
numeração para caracterizar o crime do art. 16, § 1º, IV. Logo, no caso da numeração raspada,
são apenadas da mesma forma tanto para as condutas de portar ou possuir, quanto para obje-
to material de arma de uso permitido ou restrito.

Questão 35 (2017/CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) Considerando o atual entendi-


mento dos tribunais superiores quanto aos institutos do Código de Defesa do Consumidor, do
Estatuto do Desarmamento e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a opção
correta.
a) Ao estabelecer prazo para a regularização dos registros pelos proprietários e possuidores
de armas de fogo, o Estatuto do Desarmamento criou situação peculiar e temporária de atipici-
dade das condutas de posse e porte de arma de fogo de uso permitido e restrito.
b) Aquele que fornece a adolescente, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório ou mu-
nição de uso restrito ou proibido fica sujeito à sanção penal prevista no ECA, em decorrência
do princípio da especialidade.
c) Pessoa jurídica não pode figurar como sujeito passivo de infração penal consumerista, por-
quanto não se enquadra no conceito de consumidor.
d) A conduta daquele que promove propaganda enganosa capaz de induzir o consumidor a se
comportar de maneira prejudicial à sua saúde somente é penalmente punível diante da ocor-
rência de resultado danoso.
e) O porte ou a posse simultânea de duas ou mais armas de fogo de uso restrito ou proibido
não configura concurso formal, mas crime único, pois a situação de perigo é uma só.

Letra e.

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a) Errado. O STJ já uniformizou entendimento de que a abolitio criminis temporária instituída


pelo Estatuto do Desarmamento não alcança as armas de fogo de uso restrito.

É típica a conduta de possuir arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticada após
23/10/2005, pois, em relação a esse delito, a  abolitio criminis temporária cessou nessa
data, termo final da prorrogação dos prazos previstos na redação original dos arts. 30 e
32 da Lei n. 10.826/2003. (Tema Repetitivo 596)
Súmula 513. A ‘abolitio criminis’ temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até
23/10/2005.

b) Errado. A conduta configura o crime do art. 16, § 1º, V, do Estatuto do Desarmamento.


c) Errado. Em determinadas circunstâncias, a  pessoa jurídica será considerada destinatária
final para efeitos de caracterizar relação de consumo. Quando não emprega os bens de consu-
mo na cadeia produtiva, utilizando-os tão somente na atividade-meio, a pessoa jurídica poderá
estar na mesma condição de vulnerabilidade de uma pessoa física. Nesses casos, portanto,
a pessoa jurídica poderá ser sujeito passivo de publicidade enganosa ou abusiva.
d) Errado. A infração é a do art. 68 do Código de Defesa do Consumidor e independe de resul-
tado danoso concreto, consumando-se com a mera conduta de fazer ou promover publicidade
que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de maneira pre-
judicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
e) Certo. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica ao reconhecer que os crimes de
posse irregular ou ilegal e porte ilegal são de perigo abstrato, ou seja, independem da existên-
cia concreta de uma situação de risco, razão por que não importa a quantidade do armamento
apreendido.

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Questão 36 (2015/CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) Tales foi preso em flagrante deli-


to quando transportava, sem autorização legal ou regulamentar, dois revólveres de calibre 38
desmuniciados e com numerações raspadas.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base na jurisprudência do-
minante dos tribunais superiores relativa a esse tema.
A apreensão das armas de fogo configurou concurso formal de crimes.

Errado.
Trata-se de crime único de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16, § 1º, IV, da Lei
n. 10.826/2003). Segundo jurisprudência consolidada do STJ, é crime de perigo abstrato, em
que o bem jurídico tutelado é a incolumidade pública, razão por que não se considera concur-
so formal pelo fato de os objetos materiais serem mais de um. Não é a quantidade de objetos
materiais que enseja o concurso de concurso de crimes quando se trata dos crimes de perigo
abstrato, e sim o atingimento de bens jurídicos diversos.

A jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido da existência de um delito único


quando apreendidas mais de uma arma, munição, acessório ou explosivo em posse do
mesmo agente, dentro do mesmo contexto fático, não havendo que se falar em concurso
material ou formal entre as condutas, pois se vislumbra uma só lesão de um mesmo bem
tutelado (Precedentes). (HC 228.231/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, jul-
gado em 12/06/2012, DJe 20/06/2012)

O concurso formal poderia ocorrer se o agente portasse ilegalmente uma arma de uso per-
mitido e outra de uso restrito. Neste último caso, o STJ já reconheceu o concurso formal por
entender que os arts. 14 e 16 protegem bens jurídicos distintos (AgRg no AREsp 1515023, Rel.
Min. Jorge Mussi, j. em 24-9-2029).

Questão 37 (2015/VUNESP/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA) Sobre o Estatuto do Desarma-


mento (Lei n. 10.826/2003), está correto afirmar que

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a) a posse e guarda de arma de fogo no interior da residência ou no local de trabalho é autori-


zada, desde que a arma de fogo seja de uso permitido.
b) o Estatuto do Desarmamento só regula condutas envolvendo armas de fogo de uso permitido.
c) o artigo 14 do Estatuto do Desarmamento dispõe sobre o porte de arma de fogo de uso per-
mitido e o artigo 16 da mesma lei dispõe sobre o porte de arma de fogo de uso restrito.
d) o crime de disparo de arma de fogo previsto no artigo 15 do Estatuto admite tanto a conduta
dolosa (disparo proposital), como culposa (disparo acidental).
e) o Estatuto do Desarmamento não pune o porte ou a posse de acessório ou munição para
armas de fogo.

Letra c.
a) Errado. O Estatuto do Desarmamento estabelece como regra geral a proibição do porte de
arma. A posse de arma de fogo para manter no interior de residência é concedida em caráter
excepcional e, além de só poder se dar em relação às armas de fogo de uso permitido, depen-
de de justificativa e requisitos estipulados no art. 4º da Lei n. 10.826/2003. A alternativa está
errada porque, da forma como foi construída, leva à dedução de que o único requisito é que a
arma seja de uso permitido, o que, como vimos, não é verdade. O erro, portanto, é sutil e exige
aquela leitura atenta do candidato. Por isso, repetimos, é muito importante manter a tranquili-
dade durante a prova e, sobretudo, a atenção, mas sem se estressar.
b) Errado. O erro aqui é mais evidente, pois a essa altura você já sabe de cabeça que o Estatuto
do Desarmamento disciplina o uso permitido, o uso restrito e o proibido, tipificando condutas
distintas em relação aos três níveis de uso. Os arts. 12 e 14 trazem condutas referente ao uso
de arma de fogo de uso permitido, enquanto o art. 16 traz no caput condutas referentes às ar-
mas de uso restrito e o § 2º traz uma qualificadora quando o objeto material do crime é arma
de fogo de uso proibido. Lembrando que este § 2º foi novidade do Pacote Anticrime.
c) Certo. Haja vista o que já comentamos na alternativa anterior.
d) Errado. A alternativa exige do candidato que se lembre da Parte Geral do Código Penal, em
seu art. 18, que define os crimes dolosos e culposos. O parágrafo único do dispositivo deter-
mina como regra geral que a punição dos crimes se dá sempre pela sua prática dolosa, sendo
que a punição por crime culposo depende de previsão expressa na lei. A exemplo do homicídio,

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cuja forma culposa é prevista no § 3º do art. 121, com pena inferior à do homicídio doloso. É,
portanto, uma técnica para disciplinar a proporcionalidade dos crimes. Ora, o disparo de arma
de fogo é tipificado no art. 15 sem qualquer previsão expressa de forma culposa para punir o
disparo acidental.
e) Errado. Aqui o erro é notório, já que nas condutas de posse irregular ou porte ilegal, tanto de
armas de uso permitido quanto de uso restrito ou proibido (arts. 14 e 16 do Estatuto), o objeto
material pode ser arma de fogo, acessório ou munição.

Questão 38 (2015/VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) É cominada pena de de-


tenção aos seguintes crimes da Lei no 10.826/03:
a) posse de arma de fogo de uso permitido e posse de arma de fogo de uso restrito.
b) disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
c) posse irregular de arma de fogo de uso permitido e porte ilegal de arma de fogo de uso per-
mitido
d) posse irregular de arma de fogo de uso permitido e omissão de cautela.
e) disparo de arma de fogo e omissão de cautela.

Letra d.
A questão é ótima para você relembrar que, no Estatuto do Desarmamento, somente há cri-
me apenado com detenção no caso da posse irregular do art. 12 e da omissão de cautela do
art. 13. Em todos os demais casos, os crimes são apenados com reclusão. Lembrando que
somente a omissão de cautela será crime de menor potencial ofensivo, porque a pena máxima
fica dentro do limite de até 2 anos.

Questão 39 (2014/FGV/TJ-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) No dia 1º de


abril de 2004, “Fabio Biscoito”, insatisfeito com o tamanho e funcionamento da arma de fogo
que possuía, um revólver Taurus calibre.22, entra em contato com “André Pato”, possuidor de
uma pistola Imbel.380, propondo uma permuta, pois, anteriormente, fora informado que “An-

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dré Pato” estava praticando artes marciais e havia aderido à ideia de não usar armas. Mesmo
cientes da campanha de desarmamento então em curso e sabedores que nenhuma das armas
de fogo tinha o necessário registro, nem os envolvidos portes de arma, “André Pato” foi até a
residência de “Fabio Biscoito”, onde a permuta foi realizada. Considerando que a Lei n. 10.826
entrou em vigor na data da sua publicação (Diário Oficial da União de 23 de dezembro de 2003),
“Fabio Biscoito’’
a) deverá responder por posse de arma de fogo, pois sua conduta não admite regularização
perante as autoridades competentes;
b) deverá responder por propriedade de arma de fogo, pois sua conduta não admite regulariza-
ção perante as autoridades competentes;
c) não responderá por posse de arma de fogo, pois a Lei n. 10.826 estabeleceu prazo para que
as armas de fogo fossem regularizadas ou entregues às autoridades competentes;
d) não responderá por propriedade de arma de fogo, pois a Lei n. 10.826 estabeleceu prazo
para que as armas de fogo fossem regularizadas ou entregues às autoridades competentes;
e) deverá responder por aquisição e cessão de arma de fogo, pois sua conduta não admite
regularização perante as autoridades competentes.

Letra e.
Para responder essa, primeiramente você deve considerar que a troca de armas foi feita de
forma irregular, em desacordo com determinação legal, pois já em 2004 era exigido o pro-
cedimento do registro para obtenção de autorização da possuir arma (art. 4º), o que não foi
observado pelos agentes. Para se favorecerem da abolitio criminis, os agentes deveriam fazer
a solicitação do registro nos termos do art. 30, o que não foi feito. Até aqui já dá pra eliminar
as alternativas “c” e “d”. O enunciado coloca informações técnicas sobre o calibre das armas
sem mencionar categoricamente se são armas de uso permitido ou de uso restrito ou proibido.
Mas, ainda que você ficasse com essa dúvida no momento da prova, seria possível encontrar
a alternativa correta analisando as condutas sem se preocupar com os calibres. A alternativa
“b” pode ser eliminada porque a conduta de ter ou não a propriedade não é a tipificada, e sim,
“possuir”, “manter sob sua guarda”, no caso do art. 12 do Estatuto, ou “portar”, “adquirir”, “for-

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necer” etc., no caso dos art. 14 e 16. Ao tipificar as condutas de porte ou posse ilegal, o legis-
lador optou por não utilizar o termo “propriedade”, que tem conteúdo bem definido pelo direito
civil. Sobraria então as alternativas “a” e “e”, sendo a “e” tecnicamente mais adequada, já que
Fabio Biscoito adquiriu a arma ilicitamente. Ainda que a conduta tenha sido praticada no inte-
rior de sua residência, o que também poderia causar certa confusão no candidato, induzindo-o
a optar pela “a” por sua semelhança com a conduta do art. 12 (posse irregular), prevalecem as
condutas de “adquirir” e “ceder”, ainda que gratuitamente, que são tratadas de maneira mais
grave, seja no art. 14, seja no 16. Observe que a questão não exigia que você enquadrasse a
conduta no art. 14 ou art. 16, pois para isso você deveria saber se as armas eram de uso per-
mitido ou restrito. Bastava você saber que não se enquadrava nas demais hipóteses. Mais um
bom exemplo de questão sutil, que exige a astúcia do candidato na hora de raciocinar durante
a prova. E mais uma vez fazemos o apelo para que você exercite a leitura tranquila e assertiva,
para o seu pensamento poder fluir naturalmente durante a prova. É aqui que a questão emocio-
nal pode lhe beneficiar se você manter a calma e deixar o seu lado racional prevalecer.

Questão 40 (2014/MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Jorge Santos, 18 anos,


ao encontrar o revólver pertencente ao seu pai, aproveitou-se de sua ausência, para deflagrar
tiros contra uma placa de trânsito, em frente à sua residência, em plena via pública, no Bairro
Imigrante, em Caxias do Sul. Os vizinhos, ao ouvirem os estampidos, chamaram a guarnição
da Brigada Militar, que se deslocou até o local e prendeu Jorge Santos em flagrante. A arma
apreendida era de uso permitido, estava devidamente registrada, e apenas o pai de Jorge tinha
autorização para portá-la. Assim, Jorge Santos deverá responder pelo(s) crime(s) de
a) posse irregular de arma de fogo de uso permitido, conforme art. 12 da Lei n. 10.826/ 2003.
b) posse irregular de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, conforme
arts. 12 e 15 da Lei n. 10.826/2003, em concurso material.
c) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, conforme art. 14 da Lei n. 10.826/ 2003.
d) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, conforme arts. 14
e 15 da Lei n. 10.826/2003, em concurso formal.
e) disparo de arma de fogo, conforme art. 15 da Lei n. 10.826/ 2003.

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Letra e.
O enunciado te dá duas condutas: num primeiro momento, o  autor se apodera de arma de
fogo sem autorização, num segundo momento, ele dispara a arma em direção à via pública em
frente à sua residência. As alternativas cobram o seu conhecimento no sentido de saber como
tipificar as condutas, em especial se é caso de crime único ou de concurso de crimes. Do pro-
blema, é possível deduzir que o autor do fato não circulou com a arma na rua, o que nos leva a
descartar as alternativas “c” e “d”, já que de porte ilegal não se trata. Resta então saber se há
concurso entre a conduta da posse irregular (art. 12) e do disparo de arma de fogo (art. 15).
Aqui, é necessário compreender o contexto. Parece-nos que, nessa situação fática, o disparo
de arma de fogo absorve o crime menos grave da posse irregular, que serviu apenas de condu-
ta necessária para a prática do disparo. Se o agente tivesse circulado pela rua exibindo a arma
e depois disparasse, neste caso, há precedentes descartando a consunção do crime de porte
ilegal, já que a incolumidade pública estaria sendo atingida de maneiras distintas. Mas no caso
da posse irregular seguida do disparo dentro do mesmo contexto fático, há que se aplicar o
princípio da consunção. Por isso, o agente só responderá por disparo de arma de fogo (art. 15
da Lei n. 10.826/2003).

Questão 41 (2014/FCC/DPE-PB/DEFENSOR PÚBLICO) Segundo o Superior Tribunal de Jus-


tiça, tratando-se de arma de fogo de uso permitido, com numeração íntegra ou raspada, a cha-
mada abolitio criminis temporária teve seu prazo temporal respectivamente findo em
a) 31 de dezembro de 2010 e 23 de junho de 2004.
b) 31 de dezembro de 2010 e 23 de junho de 2005.
c) 31 de dezembro de 2010 e 23 de junho de 2006.
d) 31 de dezembro de 2009 e 23 de outubro de 2005.
e) 31 de dezembro de 2009 e 23 de outubro de 2006.
Letra d.
O STJ já consolidou a jurisprudência, nos seguintes termos:

É típica a conduta de possuir arma de fogo de uso permitido com numeração raspada,
suprimida ou adulterada (art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/2003) praticada após

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23/10/2005. O STJ tem entendimento firme de que as regras contidas nos arts. 30 e 32 da
Lei 10.826/2003, bem como nas sucessivas leis que prorrogaram a vigência da redação
original desses dispositivos, implicam vacatio legis indireta das normas penais incrimina-
doras da “posse” ou “propriedade” de armas de fogo, tanto de uso permitido como de uso
restrito. Sendo assim, enquanto aquelas leis tivessem vigência, tais condutas seriam con-
sideradas atípicas, pela ocorrência de abolitio criminis temporária. Contudo, depois de
ultrapassado o prazo final previsto na última prorrogação da redação original dos arts. 30
e 32 da Lei 10.826/2003 (23/10/2005), a Lei 11.706/2008 deu a eles nova redação, sendo
que, posteriormente, a Lei 11.922/2009, em seu art. 20, prorrogou o prazo previsto neste
último diploma para 31/12/2009. Note-se, entretanto, que não houve mera prorrogação
de prazo pela Lei 11.706/2008, como nas vezes anteriores, mas uma modificação do con-
teúdo da lei. A propósito, na redação original do art. 32 da Lei 10.826/2003, o prazo era
para que o proprietário ou possuidor da arma de fogo a “entregasse” à autoridade compe-
tente; já no tocante ao art. 30 da mesma lei, o prazo era para que fosse “solicitado o regis-
tro” da arma. Como se percebe, o art. 30 da Lei 10.826/2003, na nova redação, continuou
a prever uma abolitio criminis para que se procedesse, exclusivamente, à “regularização”
da arma por meio do seu “registro”. Contudo, diferentemente da redação original, mencio-
nou expressamente que a benesse dizia respeito ao proprietário ou possuidor de “arma
de fogo de uso permitido”. (Informativo 519)

Questão 42 (2014/FCC/MPE-PA/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Com relação à legislação das


armas de fogo,
a) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal
de Justiça, teve como limite a data de 23 de outubro de 2005, após o que não ampara mais a
conduta do possuidor de qualquer arma de fogo.
b) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal de
Justiça, abrangeu as condutas de posse e de porte ilegal de arma de fogo.
c) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal
de Justiça, aplica-se aos ilícitos de posse ilegal de arma de fogo, inclusive de uso restrito, que
tenham sido cometidos até 31 de dezembro de 2010.

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d) a chamada abolitio criminis temporária, no entender hoje pacificado do Superior Tribunal de


Justiça, aplica-se aos ilícitos de posse ilegal de arma de fogo, desde que de uso permitido e de
numeração, marca ou outro sinal de identificação não raspado, nem suprimido ou alterado que
tenham sido cometidos até 31 de dezembro de 2011.
e) o desmuniciamento da arma não afasta os crimes do Estatuto do Desarmamento, no enten-
der hoje pacificado do Supremo Tribunal Federal.

Letra e.
A alternativa “e” vai ao encontro da jurisprudência consolidada do STJ:

1. O entendimento deste Superior Tribunal de Justiça, firmado no


julgamento do AgRg nos EAREsp n. 260.556/SC, em 26/03/2014, tendo como relator o
eminente Ministro Sebastião Reis Júnior, é no sentido de que o crime previsto no art. 14
da Lei n. 10.826/2003 é de perigo abstrato, sendo irrelevante o fato de a arma estar des-
municiada ou, até mesmo, desmontada ou estragada, porquanto o objeto jurídico tute-
lado não é a incolumidade física, e sim a segurança pública e a paz social, colocados em
risco com o porte de arma de fogo sem autorização ou em desacordo com determinação
legal, revelando-se despicienda até mesmo a comprovação do potencial ofensivo do arte-
fato através de laudo pericial. (AgRg no AgRg no AREsp 1437702 / RJ, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, j. em 20-8-2019).

As alternativas “a” a “d” cobram conhecimento em relação à jurisprudência da abolitio criminis


do Estatuto do Desarmamento, que por sucessivas normas conferiu prazo para quem possuís-
se ou portasse armas entregasse-as às autoridades espontaneamente, ainda que não tivesse
a posse regularizada, assim como deu prazo para quem possuísse arma de forma irregular
pudesse regularizar. Porém essas sucessivas normas tiveram ora seu alcance ampliado, ora
reduzido, provocando grandes discussões na jurisprudência. Objetivamente, as alternativas a
serem prontamente descartadas são “c” e “d”, pois o último prazo prorrogado foi até 31 de
dezembro de 2009, conforme vimos na transcrição do acórdão na questão anterior. As alter-
nativas “a” e “b” também devem ser descartadas porque houve duas regras de abolitio crimi-
nis, a que vigeu até 23 de outubro de 2005, tinha um alcance maior, abrangendo as armas de

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uso permitindo com numeração raspada. Por outro lado, a que vigeu até 31 de dezembro de
2009, teve um alcance mais reduzido, restringindo-se às armas de fogo de uso permitido não
registradas. Logo, não é verdade que após 2005 toda e qualquer arma de fogo deixou de ser
contemplada pela abolitio criminis temporária, o que elimina a alternativa “a”. Assim como não
se pode afirmar, como na alternativa “b”, que a abolitio criminis temporária abrangeu a posse
e o porte ilegal, haja vista que houve a mudança de regra em 2008 que restringiu o alcance da
norma.

STJ, Súmula 513: A ‘abolitio criminis’ temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se
ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qual-
quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente
até 23/10/2005.

Questão 43 (2014/NC-UFPR/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito do Estatuto do De-


sarmamento (Lei n. 10.826/2003), assinale a alternativa correta.
a) O delito de disparo de arma de fogo (art. 15) é um crime culposo.
b) O crime de omissão de cautela (art. 13) se configura quando o possuidor ou proprietário
deixa de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 14 (quatorze) anos se
apodere de arma de fogo.
c) O porte compartilhado de arma de fogo é circunstância legalmente prevista como agravante
da pena.
d) Para efeito de tipificação dos crimes do Estatuto do Desarmamento, as réplicas e simula-
cros de armas de fogo nunca se equiparam às armas de fogo.
e) É constitucional a insuscetibilidade de liberdade provisória no delito de posse ou porte ilegal
de arma de fogo de uso restrito (art. 16).

Letra d.
A única que encontra respondo legal é a alternativa “d”, uma vez que o objeto material do cri-
me é arma de fogo, acessório ou munição, em razão de sua potencialidade lesiva. É, portanto,

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crime de perigo abstrato, conforme consolidado pela jurisprudência, tendo como objeto a se-
gurança e a paz pública. As réplicas e simulacros não são dotados de potencialidade lesiva,
não representando perigo em abstrato. O Estatuto vedou a fabricação de réplicas e simulacros
(art. 26), mas não criminalizou o seu porte. Há precedentes no STJ que rejeitaram a equipara-
ção da arma de brinquedo à arma de fogo para efeito do crime de porte ilegal do Estatuto do
Desarmamento. Se efetivamente o agente utilizar o simulacro para praticar roubo, com vítimas
individualizadas, daí há precedentes que reconhecem a caracterização do roubo.

Questão 44 (2014/FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Segundo entendimento hoje


pacificado no Superior Tribunal de Justiça, a abolitio criminis temporária prevista no estatuto
do desarmamento,
a) abrangeu, por certo período, aqueles que portassem armas de fogo de uso restrito.
b) abrangia os crimes de porte ilegal de arma de uso permitido.
c) vigorou por período maior apenas para os possuidores de arma de fogo e de munição de
uso permitido
d) ainda vigora para aqueles que possuírem e portarem armas de fogo de uso permitido.
e) nunca alcançou os possuidores de armas de uso restrito com numeração raspada.

Letra c.
Novamente você deve ficar atento(a) à jurisprudência consolidada sobre as regras de abolitio
criminis temporária, que vigeram em prazos diferentes com alcances diferentes. Sendo que até
23 de outubro de 2005 abrangia qualquer arma de fogo não registrada; com a nova redação em
2008, a abolitio criminis temporária foi novamente inserida no Estatuto, mas desta vez com al-
cance mais restrito, contemplando apenas as armas de fogo de uso permitido não registradas.

A propósito, na redação original do art. 32 da Lei 10.826/2003, o prazo era para que o
proprietário ou possuidor da arma de fogo a “entregasse” à autoridade competente; já
no tocante ao art.  30 da mesma lei, o  prazo era para que fosse “solicitado o registro”
da arma. Como se percebe, o art. 30 da Lei 10.826/2003, na nova redação, continuou a
prever uma abolitio criminis para que se procedesse, exclusivamente, à “regularização” da

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arma por meio do seu “registro”. Contudo, diferentemente da redação original, mencio-
nou expressamente que a benesse dizia respeito ao proprietário ou possuidor de “arma
de fogo de uso permitido”. (Informativo 519)

Questão 45 (2014/UESPI/PC-PI/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) Dentre as alternativas so-


bre o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826), marque a alternativa CORRETA.
a) É obrigatório o registro de arma de fogo no departamento de Polícia Federal e no Ministério
do Exército.
b) Somente é possível adquirir arma de fogo no Brasil os integrantes das forças armadas e das
guardas municipais.
c) Perde a autorização de porte de arma de fogo, o portador dela, que for detido sob efeito de
substâncias químicas ou alucinógenas.
d) Não há qualquer ilicitude possuir arma de fogo sem registro, desde que seja na sua residên-
cia.
e) A empresa, no Brasil, que comercializa arma de fogo não poderá comunicar a venda daquele
produto as autoridades competentes, pois é fato sigiloso.

Letra c.
a) Errado. Está em desacordo com o art. 5º, § 1º, pelo qual o certificado de registro de arma de
fogo será expedido pela Polícia Federal, sendo precedido de autorização do SINARM.
b) Errado. A aquisição de arma de fogo pode ser autorizada a todos os que preencherem os re-
quisitos e condições estabelecidos no art. 4º da Lei n. 10.826/2003. No entanto, é bom lembrar
que, nos termos do art. 5º, a autorização para possuir arma de fogo autoriza o seu proprietário
a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou depen-
dência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
pelo estabelecimento.
c) Certo. É o que dispõe o § 2º do art. 10 do Estatuto.
d) Errado. É crime do art. 12 do Estatuto.

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e) Errado. O art. 4º, § 3º, do Estatuto do Desarmamento disciplina justamente o contrário, ou


seja, a empresa que comercializa arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar
a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as ca-
racterísticas da arma e cópias dos documentos necessários.

Questão 46 (2014/CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Julgue os itens a se-


guir, tendo como referência as disposições da Lei n.º 11.343/2006 (Lei Antidrogas), da Lei n.º
10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do Desarmamento), e da Lei n.º 8.069/1990 (ECA).
Segundo atual entendimento do STF e do STJ, configura crime o porte de arma de fogo desmu-
niciada, que se caracteriza como delito de perigo abstrato cujo objeto jurídico tutelado não é a
incolumidade física, mas a segurança pública e a paz social.

Certo.
Como já expusemos aqui, o porte ilegal de arma de fogo é crime de perigo abstrato, sendo que
há precedentes no sentido de que as armas de fogo, mesmo desmuniciadas, são suficientes
para consumar o crime.

Questão 47 (2014/MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Analise o enunciado da


questão abaixo e assinale se ele é Certo ou
Errado.
Comete crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido cidadão que é pego man-
tendo sob sua guarda, no interior do quarto de sua residência, embaixo da cama, uma pisto-
la.40, de uso restrito e com numeração suprimida.

Errado.
Se você chegou até aqui, a essa altura, a pegadinha está fácil pra você. Ainda que o agente
mantenha a arma no interior de sua residência, você sabe que não é crime do art. 12 da Lei n.
10.826/2003 (posse irregular) porque o objeto material do crime é arma de fogo de uso restri-

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to e com numeração raspada, configurando, portanto, o crime de porte ilegal do art. 16, § 1º,
IV, que contempla, entre outras similares, a conduta de possuir arma de fogo com numeração
raspada.

Questão 48 (2014/FUNCAB/PC-RO/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo com a Lei


n. 10.826/2003, Estatuto do Desarmamento, aquele que, em via pública, porta arma de fogo de
uso permitido com numeração suprimida responde:
a) como incurso nas penas do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disposto
no artigo 14 do referido Estatuto.
b) como incurso nas penas do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito,
disposto no artigo 16 do referido estatuto.
c) como incurso nas penas do crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, dis-
posto no artigo 12 do referido Estatuto.
d) como incurso nas penas do crime de disparo de arma de fogo, disposto no artigo 15 do
referido Estatuto.
e) como incurso nas penas do crime de omissão de cautela, disposto no artigo 13 do referido
Estatuto.

Letra b.
A conduta é uma das hipóteses tipificada no art. 16, § 1º, IV, da Lei n. 10.826/2003. Lembrando
que este é tipo misto alternativo, portanto, se consuma com qualquer das condutas. Aqui a
conduta é portar arma de fogo com numeração raspada.

Questão 49 (2014/AROEIRA/PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre registro, posse e co-


mercialização de armas de fogo e munição, em conformidade com a Lei n. 10.826/2003, de-
ve-se considerar o seguinte:
a) o Certificado de Registro de Arma de Fogo autoriza o seu proprietário a manter a arma de
fogo no interior de sua residência, ou no seu local de trabalho, desde que ele seja empregado
devidamente registrado em contrato de trabalho na empresa.

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b) os policiais civis têm o direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, com validade em âmbito
nacional.
c) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido constitui-se pelo fato de o agente
manter arma de fogo, de uso permitido, no seu local de trabalho, não sendo empregado devi-
damente registrado em contrato de trabalho na empresa.
d) o autor, no crime de comércio ilegal de arma de fogo, utiliza, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial, arma de fogo, sem autorização, estando sujeito à pena de
detenção.

Letra b.
a) Errado. Está em desacordo com o art. 5º, caput, da Lei n. 10.826/2003, já que o certificado
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo no interior de sua residência ou no local de
trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento da empresa.
Se for empregado, não poderá manter a arma no trabalho.
b) Certo. Está de acordo com o art. 6º, § 1º, da Lei n. 10.826/2003.
c) Errado. A assertiva tem uma redação que pode gerar dúvidas. Isso porque ela te dá duas in-
formações: a primeira que o agente mantém arma (posse) no seu local de trabalho; a segunda
que o agente não possui relação de trabalho formal com a empresa. Em nenhum momento, a
assertiva esclarece se o agente está na posse da arma cuja propriedade é da empresa ou se
o agente possui registro da arma em seu nome. Na primeira situação, a posse seria irregular
porque a empresa é obrigada a enviar ao Sinarm a relação atualizada dos empregados que
poderão usar a arma de fogo (art. 7º), o que pressupõe legítima relação de emprego.

Art. 7º  As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda
das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas ob-
servar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o cer-
tificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
(...)

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§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada semes-
tralmente junto ao Sinarm.

Na segunda, poderia ser posse regular, se o agente tiver o registro da arma de fogo, ou
poderia ser posse irregular, se o agente não tivesse o registro. Mas a alternativa está errada
porque em nenhuma situação a conduta do agente seria a de porte ilegal, já que a empresa
estava sendo mantida em seu local de trabalho. Preste sempre muita atenção à redação dos
tipos legais. O art. 16 traz como elemento do tipo “manter” ou “guardar” a arma de fogo. E o
“local de trabalho” é uma das possibilidades de guarda da arma. Ao passo que o art. 14 só fala
em porte, que, como vimos, pressupõe a noção de trazer consigo, deslocar-se com a arma de
fogo. Tendo em vista que a alternativa fala que o agente mantinha a arma no local de trabalho,
você deve associar com posse, e não com porte. Logo, a alternativa “c” não poderia ter como
possibilidade o porte ilegal do art. 14.
d) Errado. O comércio ilegal de arma de fogo é crime grave, apenado com reclusão, e não de-
tenção. Inclusive o Pacote Anticrime elevou a pena para reclusão de 6 a 12 anos.

Questão 50 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue


o seguinte item, acerca de crimes relacionados armas de fogo e à propriedade industrial.
Apesar de os crimes praticados contra a propriedade industrial serem processados mediante
queixa, a imitação perfeita da marca de uma arma de fogo, sem autorização, é processada por
meio de ação penal pública.

Certo.
O gabarito foi considerado certo. Pelo Estatuto do Desarmamento, a produção de simulacro
ou réplica de arma de fogo não é crime, embora seja conduta proibida nos termos do art. 26,
caput, da Lei n. 10.826/2003. No entanto, a questão fala de “marca” no sentido dado pela le-
gislação de propriedade industrial, o que faz a conduta incidir no crime do art. 191 da Lei n.
9.279/96, que, por uma regra de exceção desta lei, é de ação penal pública.

Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que possa induzir em erro ou confusão, armas, brasões ou
distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou internacionais, sem a necessária autorização, no todo

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ou em parte, em marca, título de estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de propaganda,


ou usar essas reproduções ou imitações com fins econômicos.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou expõe ou oferece à venda produtos assi-
nalados com essas marcas.
Art. 199. Nos crimes previstos neste Título somente se procede mediante queixa, salvo quanto ao
crime do art. 191, em que a ação penal será pública.

Questão 51 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue


o seguinte item, acerca de crimes relacionados a arma de fogo e à propriedade industrial.
Se um indivíduo que não possua porte de arma de fogo transportar, a pedido de um amigo que
possua o referido porte, munição de uma arma de fogo e, estando sozinho nessas circunstân-
cias, for encontrado pela polícia, tal fato configurará crime previsto em lei.

Certo.
É crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 da Lei n. 10.826/2003)

Questão 52 (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue


o seguinte item, acerca de crimes relacionados a arma de fogo e à propriedade industrial.
Considere que um caçador, andando em uma mata, encontre um dispositivo ótico de pontaria
e passe a utilizá-lo em sua arma de caça, devidamente registrada. Considere, ainda, que ele
conte com o porte legal de arma para a caça. Nesse caso, o fato de ele acoplar o dispositivo à
sua arma de fogo e utilizá-la configurará crime previsto na legislação específica de porte ilegal
de arma de fogo.

Certo.
O dispositivo de pontaria é considerado acessório, justamente em razão do fato de ter por fina-
lidade melhorar o desempenho da arma de fogo. O art. 14 do Estatuto contempla como objeto
material do crime o acessório, sendo, portanto, crime o porte de acessório e o seu uso sem a
devida autorização.

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Questão 53 (2014/MPE-MG/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale a alternativa que


contém, segundo a Legislação brasileira em vigor, resposta jurídica adequada para a seguinte
situação:
Cidadão que, movido por compaixão, possuidor de licença regular para porte e valendo-se de
arma de fogo devidamente registrada, realiza disparo em via pública, matando, deliberada-
mente, um cachorro de estimação que, há muito, agonizava com um câncer terminal pelo qual
muito sofria:
a) Pratica crime previsto na Lei 10.826/2003.
b) Pratica, em concurso, crimes previstos nas Leis 10.826/2003 e 9.605/1998.
c) Pratica crime previsto na Lei 9.605/1998.
d) Não pratica qualquer crime, em razão da atipicidade dos fatos.

Letra a.
O agente não agiu com o dolo de praticar crime de maus tratos de animal doméstico, nos ter-
mos do art. 32 da Lei n. 9.605/98, haja vista que agiu movido por sentimento de compaixão
pelo sofrimento do animal. Porém, o ato de disparar em via pública, ainda que não tivesse a
intenção de causar perigo às pessoas, já que o propósito era o de acertar o animal que sofria,
é conduta tipificada no art. 15 da Lei n. 10.826/2003, que é crime de perigo abstrato, e não
exige dolo específico.

Questão 54 54. (2013/IBFC/PC-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO) No que se refere ao Estatuto do


Desarmamento (Lei n. 10.826/2003), podemos afirmar corretamente que:
a) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é crime inafiançável, salvo quando a arma
estiver registrada em nome do agente.
b) Possuir arma de fogo de uso permitido com numeração raspada constitui crime cuja pena
se equipara ao comércio ilegal de arma de fogo.
c) O crime de tráfico internacional de armas, por expressa disposição legal, é insuscetível de
liberdade provisória com ou sem fiança.

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d) O disparo de arma de fogo em via pública constitui crime inafiançável, mesmo que o autor a
esteja portando regularmente.
e) Comete crime cuja pena se equipara à do delito omissão de cautela o proprietário de em-
presa de segurança e de transporte de valores que deixa de registrar ocorrência policial e de
comunicar a Polícia Federal furto ou roubo de arma de fogo sob sua guarda, nas primeiras vinte
e quatro horas após o ocorrido.

Letra e.
A alternativa “e” condiz com o disposto no parágrafo único do art. 13, configurando, portanto,
omissão de cautela. As  alternativas “a”, “c” e “d” estão erradas por causa da declaração de
inconstitucionalidade do STF dos dispositivos que vedam a fiança e a liberdade provisória
para os crimes do Estatuto do Desarmamento. Só serão inafiançáveis os crimes do Estatuto
considerados hediondos. A “b” está errada porque você já viu em questões precedentes que a
posse de arma de fogo com numeração raspada é conduta equiparada a posse ou porte ilegal
de arma de fogo de uso restrito, nos termos do art. 16, § 1º, IV, da Lei n. 10.826/2003.

Questão 55 (2012/TJ-PR/TJ-PR/ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o disposto no Estatuto do De-


sarmamento, assinale a alternativa correta.
a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta tenha como finalidade a prática de
outro crime, caracteriza a prática do delito de disparo de arma de fogo.
b) Empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permi-
tido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a
prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, desde que a título
oneroso, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente,
caracteriza a prática do delito de tráfico internacional de arma de fogo.
d) Expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em

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desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a prática do delito de tráfico


nacional de arma de fogo.

Letra b.
a) Errado. A alternativa vai no sentido oposto do art. 15 da Lei n. 10.826/2003, que caracteriza
o crime de disparo de arma de fogo como crime subsidiário, ao dispor que não será o crime do
art. 15 se o agente tiver como finalidade a prática de outro crime.
b) Certo. As condutas de empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição estão descritas entre as possíveis formas de praticar o crime do art. 14 da Lei n.
10.826/2003.
c) Errado. O art. 18 da Lei n. 10.826/2003 não exige como requisito que a transação se dê a
título oneroso. O dispositivo deixa claro que o crime pode ser praticado “a qualquer título”, ou
seja, gratuito ou oneroso.
d) Errado. A conduta descrita na alternativa configura comércio ilegal de arma de fogo, confor-
me art. 17 da Lei n. 10.826/2003.

Questão 56 (2012/CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) À luz da lei


dos crimes ambientais e do Estatuto do Desarmamento, julgue os itens seguintes.
Responderá pelo delito de omissão de cautela o proprietário ou o diretor responsável de em-
presa de segurança e transporte de valores que deixar de registrar ocorrência policial e de co-
municar à Polícia Federal, nas primeiras vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, a perda
de munição que esteja sob sua guarda.

Certo.
Trata-se de conduta tipificada no parágrafo único do art. 13 da Lei n. 10.826/2003.

Questão 57 (2012/VUNESP/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO) Com relação ao porte de arma de


fogo em todo o território nacional, podem portar arma de fogo os integrantes das:

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I – guardas municipais das capitais dos Estados, independentemente da regulamentação


da lei;
II – guardas municipais dos Municípios com mais de 300 mil habitantes;
III – guardas municipais dos Municípios com mais de 50 mil e menos de 500 mil habitantes,
quando em serviço;
IV – carreiras de auditoria da Receita Federal e de auditoria fiscal do Trabalho, cargos de
auditor-fiscal e analista tributário.

Está correto apenas o contido em


a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.

Letra c.
A questão cobra as normas do art. 6º da Lei n. 10.826/2003, que tratam das condições em que
será concedido porte de arma a determinados agentes públicos pela natureza de suas funções.
I – Errado. A assertiva I está errada porque pelo art. 6º os integrantes das guardas municipais
com mais de 500.000 habitantes só poderão ter o porte autorizado nas condições estabeleci-
das em regulamento.
II – Errado. A assertiva II está errada porque não há qualquer referência específica no art. 6º a
cidades com mais de 300.000 habitantes.
III – Certo. A III corresponde ao art. 6º, IV, da Lei n. 10.826/2003.
IV – Certo. A IV corresponde ao art. 6º, X, da Lei n. 10.82/2003.

Questão 58 (2011/FUJB/MPE-RJ/ANALISTA PROCESSUAL) No dia 11 de agosto de 2011,


por volta das 2h, em ação rotineira da Polícia Militar, CAPULETO, que conduzia motocicleta pela
Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, foi abordado, sendo identificada em sua cintura uma
pistola, desmuniciada, com um carregador separado devidamente municiado, bem como um
chaveiro contendo um jogo de pequenas chaves “L” hexagonais, próximo ao coldre da arma.

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Conduzido à Delegacia, enquanto a Autoridade Policial procedia à análise do fato apresentado


com a colheita das declarações, a perícia criminal entregou os laudos sobre os bens apreen-
didos. No laudo referente ao jogo de chaves, os peritos destacaram a marca e os tamanhos
das chaves em formato “L” que compunham o molho apreendido, notando que uma delas não
tinha o formato hexagonal perfeito como as demais, tendo sido, por ação manual, reduzida à
metade. No laudo referente à arma de fogo e munições, atestou-se que a arma era uma pistola
Glock, calibre.45, de uso proibido, com numeração de série íntegra e legível, com 11 (onze)
munições do mesmo calibre, notando-se porém, a ausência do retém do ferrolho (ou trava da
corrediça), peça que mantém o mecanismo aberto depois de disparado o último cartucho do
carregador, esclarecendo os peritos que aquela não se tratava de modalidade de arma em que
tal peça funcionasse como opcional. Ao teste de aptidão para produzir disparos, identificou-se
que, sem a referida peça, apenas um cartucho poderia ser percutido, se já estivesse alojado no
cano. No entanto, curiosos com a chave adaptada, constataram que o encaixe era perfeito no
lugar do retém do ferrolho e que, com a chave encaixada, a pistola funcionava normalmente.
Considerando as declarações dos Policiais quanto à abordagem e os laudos periciais, é corre-
to afirmar que o fato de o funcionamento da arma de fogo não ser perfeito, mas continuar apto
para produzir disparos:
a) não afasta a tipicidade material do crime definido no art. 12 da Lei n. 10.826/2003;
b) afasta a tipicidade material do crime definido no art. 12 da Lei n. 10.826/2003;
c) não afasta a tipicidade material do crime definido no art. 14 da Lei n. 10.826/2003;
d) afasta a tipicidade material do crime definido no art. 14 da Lei n. 10.826/2003;
e) não afasta a tipicidade material do crime definido no art. 16 da Lei n. 10.826/2003.
Letra e.
A arma apreendida é de uso proibido, logo, não há por que hesitar. É crime do art. 16 do Esta-
tuto. Lembrando que o Pacote Anticrime alçou a conduta à forma qualificada do § 2º, aplicável
sempre que o porte recair sobre arma de uso proibido.

Questão 59 (2011/MPDFT/MPDFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA) A respeito da legislação es-


pecial, assinale a alternativa correta:

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a) Não se pune o cidadão surpreendido em via pública portando um revólver calibre.38, durante
prazo de vigência de norma que estendeu o prazo para regularização das armas de fogo, por-
que caracterizada a abolitio criminis temporária.
b) Responde por tráfico privilegiado de entorpecentes o sujeito que, frequentemente, oferece
cocaína a amigo de infância para que, juntos, façam uso da droga.
c) Responde pelo crime de incêndio, na forma da Lei dos Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98),
o agente que dolosamente provoca a queimada de lavouras e pastagens.
d) A lesão corporal culposa praticada pelo agente na direção de veículo automotor é de me-
nor potencial ofensivo, independentemente das circunstâncias em que ocorreu, sendo sempre
aplicáveis os institutos despenalizadores da Lei n.  9.099/95 se o agente possuir condições
pessoais favoráveis.
e) Não se insere no âmbito da denominada Lei Maria da Penha a conduta de um agente que
agride e causa lesões corporais em desfavor de seu companheiro, prevalecendo-se o agente
das relações de coabitação, embora as lesões corporais sejam qualificadas na forma do artigo
129, § 9º, do Código Penal.

Letra e.
a) Errado. A abolitio criminis temporária exige que o possuidor da arma a entregue espontane-
amente ou solicite o seu registro para regularização da posse.
b) Errado. O tráfico privilegiado só pode ser reconhecido se a conduta de oferecer droga a pes-
soa do seu relacionamento for eventual.
c) Errado. O incêndio criminalizado pela Lei n. 9.605/98 é o que é provocado em matas ou flo-
restas. Não é o caso de lavouras e plantações. Os crimes da legislação ambiental se aplicam
por especialidade. Não sendo crime ambiental, será crime do art. 250, § 1º, h, do CP.
d) Errado. Você deve sempre estar atento a expressões como “em quaisquer circunstâncias”
ou “independentemente” ou “sempre”, enfim, expressões que indicam que uma regra não tem
exceção. Isso porque, em geral, o legislador costuma formular exceções ou colocar ressalvas
ao aplicador da lei. Aqui não é diferente. Nem sempre o crime de lesão corporal na direção de

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veículo automotor será de menor potencial ofensivo. Para exemplificar, olhe esse precedente
do STJ:

1. Em regra, o delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor é con-


siderado de menor potencial ofensivo, conforme dispõe o art. 291, § 1º, do Código de
Trânsito Brasileiro.
2. No entanto, a aplicação da regra prevista no art. 88 da Lei n.º 9.099/95 - necessidade
de representação da vítima nos casos de lesões corporais leves e lesões culposas - é
excepcionada quando ocorrerem as hipóteses elencadas nos incisos do § 1º do art. 291
do Código de Trânsito Brasileiro, dentre elas, quando o delito é cometido sob a influência
de álcool. (STJ, RHC 33478/MG, Rel. Min. Jorge Mussi, j. em 9-4-2013)

e) Certo. Está condizente com o que dispõe a jurisprudência do STJ. Há precedentes de que
somente a mulher pode ser vítima de violência doméstica nos termos da Lei Maria da Penha,
sendo que o agressor pode ser homem ou mulher. No entanto, no tocante às relações homoa-
fetivas entre homens não se pode ampliar o alcance da Lei, em virtude do respeito ao princípio
da especialidade. Por ora, é como a jurisprudência tem resolvido esses casos.

Questão 60 (2011/MPE-PB/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Julgue as seguintes asserti-


vas:
I – Considera-se crime de lavagem de bens aqueles praticados exclusivamente por organi-
zações criminosas, que buscam converter, em lícitos, ativos ilícitos.
II – Para o cálculo da pena de multa cominada aos crimes previstos na Lei de Licitações
(Lei Federal n. 8.666/93), o Juiz poderá adotar a regra dos dias-multa, fixada no Código
Penal, bem como, se entender ter havido potencialidade lesiva ao erário, poderá adotar
índices percentuais incidentes sobre o valor da vantagem indevida visada peio agente.
III – Os crimes definidos no Estatuto do Desarmamento não admitem a modalidade culposa.

a) I, II e III estão corretas.


b) Apenas III está correta.

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c) Apenas II está errada.


d) I, II e III estão erradas.
e) (Abstenção de resposta – Seção VIII, item 11, do Edital do Concurso).

Letra d.
I – Errado. A assertiva I está errada porque a Lei n. 9.613/98 não exige que o crime de lavagem
de dinheiro seja praticado necessariamente por organização criminosa.
II – Errado. A II está errada porque a regra de cálculo da pena de multa na Lei de Licitações está
disposta no art. 99 da Lei n. 8.666/93, que não permite ao juiz utilizar o sistema de dias-multa
do CP.
III – Errado. E a III exige atenção do(a) candidato(a). Embora não esteja expresso que se trata
de crime culposo, o crime do art. 13 é uma forma de conduta culposa, porque o deixar de ob-
servar as cautelas necessárias é uma forma de negligência. Portanto, a III também está errada.

Questão 61 (2011/FUNDEP/GESTÃO DE CONCURSOS/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTI-


ÇA) Zé Carabina possuía em sua casa um revólver calibre 38 registrado, embora não tivesse
autorização para portar arma de fogo. Certo dia, após efetuar a manutenção (limpeza etc.) da
arma e municiá-la com (05) cinco cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passa-
ram a brincar seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 (oito) anos.
O filho mais velho, de 09 (nove) anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apontá-la na di-
reção dos amigos, dizendo que era da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou na sala,
tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragédia. Considerando a hipótese
narrada, é CORRETO afirmar que Zé Carabina praticou
a) o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, porém com a atenuante do arrependimen-
to eficaz.
b) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) um crime omissivo próprio.
d) um fato atípico.

Letra c.

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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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a) Errado. O crime de perigo para a vida ou saúde de outrem só se configura se não houver cri-
me específico. No problema enunciado, a conduta de Zé Carabina configura crime do Estatuto
do Desarmamento, aplicando-se no caso o princípio da especialidade.
b) Errado. O sujeito ativo não praticou porte, pois manteve a arma no interior de sua residência
todo o tempo, logo, porte ilegal não é. Trata-se de posse irregular do art. 12.
c) Certo. O filho de Zé Carabina só conseguiu se apoderar da arma em razão da falta de cautela
de seu pai. Logo, configura omissão de cautela do art. 13, caput, da Lei n. 10.826/2003, que é
crime omissivo próprio, como já estudamos.
d) Errado. Não é fato típico.

Questão 62 (2011/MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No crime de comércio ile-


gal de arma de fogo, a natureza jurídica do fato de ser a arma ou munição de uso proibido ou
restrito constitui:
a) circunstância agravante genérica.
b) circunstância judicial.
c) causa especial de aumento de pena.
d) circunstância qualificadora.
e) circunstância agravante específica.

Letra c.
O aumento da pena está disciplinado no art. 19 da Lei n. 10.826/2003. Pelo fato de ser apli-
cada somente aos crimes em espécie disciplinados no Estatuto, não é considerada agravante
genérica nem circunstância judicial, já que estas são disciplinadas na Parte Geral do Código
Penal (arts. 61 e 59, respectivamente). Também não será qualificadora, porque não há uma
conduta específica apenada de forma autônoma; é uma circunstância que pode estar presente
nos crimes dos arts. 17 e 18 a que a lei aplica um montante que agravará a pena desses cri-
mes. Também não é agravante específica, pois o art. 19 do Estatuto coloca o quantum fixo do
aumento de pena (“a pena é aumentada da metade”).

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Questão 63 (2012/PC-SP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Em relação ao Estatuto do De-


sarmamento (Lei n. 10.826/03) assinale a alternativa incorreta.
a) O proprietário ou diretor de empresa de segurança que deixar de registrar ocorrência policial
sobre furto ou roubo de arma de fogo, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois do fato,
estará incurso nas mesmas penas do delito de omissão de cautela.
b) Cabe ao chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército, dis-
ciplinar, por ato, a classificação legal, técnica e geral das armas de fogo.
c) Constitui crime alugar arma de fogo, no exercício de atividade comercial ou industrial, sem
autorização legal.
d) O tráfico internacional de armas de fogo é punido mais severamente do que o comércio
ilegal de armas de fogo.
e) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é punível com as mesmas penas cominadas
para o delito de disparo de arma de fogo.

Letra d.
a) Certo. É o que dispõe o parágrafo único do art. 13 da Lei n. 10.826/2003.
b) Certo. É o que dispõe o art. 23, caput, da Lei n. 10.826/2003.
c) Certo. Quem aluga arma de fogo sem autorização legal está praticando condutas de possuir,
portar, manter em depósito, adquirir etc. Logo, a depender da conduta e do tipo de arma de
fogo, será crime do art. 12, 14 ou 16.
d) Errado. Se a prova tivesse sido aplicada depois do Pacote Anticrime, a alternativa estaria
correta, já que a pena do tráfico internacional passou a ser a mais grave do Estatuto do Desar-
mamento Mas por ocasião da aplicação desta prova, o tráfico tinha a mesma pena do comér-
cio ilegal, de reclusão de 4 a 8 anos, por isso a alternativa fica incorreta.
e) Certo. O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido tem sua pena tipificada pelo art. 14,
ao passo que o disparo de arma de fogo é apenado no art. 15 do Estatuto. De fato, ambos pos-
suem penas cominadas de reclusão de 2 a 4 anos.

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Questão 64 (2010/VUNESP/APMBB/TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO) Relativamente


ao estatuto do desarmamento (Lei Federal n.º 10.826/03), assinale a alternativa correta.
a) O porte de arma de fogo sem autorização, mesmo que danificada (sem potencialidade lesi-
va), caracteriza crime de “porte ilegal”.
b) O porte de simulacro de arma de fogo caracteriza crime de “posse de simulacro”.
c) Portar acessório de uso proibido ou restrito, sem autorização, não caracteriza crime.
d) Proibiu a comercialização de réplicas de armas de fogo.
e) Possuir munição em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior da
própria residência, não constitui crime.

Letra d.
De fato, a proibição à fabricação ou comercialização de simulacro ou réplica de arma de fogo
consta do art. 26, caput, do Estatuto do Desarmamento.
a) Errado. A arma de fogo para ser considerada objeto material do crime deve estar em condi-
ções de ser utilizada. Se estiver danificada a ponto de inviabilizar o seu uso para os fins a que
se destina, não poderá ser considerada como objeto material do crime. Há precedentes do STJ
nesse sentido.
b) Errado. A posse de simulacro não é considerada conduta típica, embora seja proibida a sua
fabricação e comercialização (art. 26).
c) Errado. O  acessório é considerado objeto material do crime, conforme art.  16 da Lei n.
10.826/2003. Lembrando que, antes do Pacote Anticrime, o art. 16 tratava as condutas ali des-
critas da mesma forma, tanto para as armas de uso restrito, quanto para as de uso proibido.
Com a nova redação do art. 16, as mesmas condutas quando recaírem sobre armas de uso
proibido, passam a configurar a forma qualificada do § 2º do art. 16.
e) Errado. A munição pode ser objeto material dos crimes de posse irregular ou porte ilegal do
Estatuto do Desarmamento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: legislação penal especial. v. 4. 14.ed. São Paulo:
Saraiva, 2019.

CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista; SOUZA, Renee de Ó (coord.). Leis penais
especiais comentadas artigo por artigo. 2.ed. Salvador: Juspodivm, 2019.

LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 7.ed. Salvador: Juspodi-
vm, 2019.

NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. v. 2. 12.ed. São
Paulo: Forense, 2019.

RIOS GONÇALVES, Victor Eduardo; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Legislação penal especial.
Col. Esquematizado. LENZA, Pedro (coord.). 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

Sérgio Bautzer
Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Bacharel em Direito, Professor de Legislação Especial e Direito
Processual Penal, Professor de cursos preparatórios, graduação e pós-graduação.

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