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CARREIRAS PÚBLICAS

Disciplina: Legislação Penal Especial


Professor: Francisco Sannini
Aula: 12 | Data: 20/03/2020

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/03


1. Introdução- Continuação

Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/03

1. Introdução - Continuação

Acessório: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita melhoria no seu desempenho, a modificação de um efeito
secundário ou de seu aspecto visual.

Munição: é o artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma.

Questão: E as armas de brinquedo?

Esses artefatos não podem ser considerados armas de fogo. Armas de brinquedo não podem ser objeto material
dos crimes do Estatuto do Desarmamento. Contudo, o Estatuto do Desarmamento veda o comércio de simulacros
de arma de fogo.

Arma de fogo ineficaz: se demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo, deve ser reconhecida
a atipicidade da conduta (STJ, Resp 1.451.397/MG). Trata-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio.

Arma desmuniciada: por se tratar de crime de perigo abstrato, não há que se falar em atipicidade da conduta (HC
93.820/MT).

Questão: Princípio da insignificância e Estatuto do Desarmamento?

Resposta: Não é possível aplicar o princípio da insignificância no Estatuto do Desarmamento, pois são crimes de
perigo abstrato e de mera conduta.

Em se tratando de arma de fogo, não se aplica o princípio da insignificância, esteja ela desmuniciada ou não.
Entretanto, se for uma pequena quantidade de munição e estiver desacompanhada do respectivo armamento,
pode-se aplicar a insignificância, afastando-se a tipicidade da conduta.

“É pacífico nesta Corte Superior o entendimento no sentido de que é inaplicável o princípio da insignificância aos
crimes de posse e de porte de arma de fogo e ou munição, ante a natureza de crimes de perigo abstrato,
independentemente da quantidade de munição ou armas apreendidas” (STJ, AgRg no AREsp 1.098.040/ES, DJe
24/08/2017).

“ Não é possível vislumbrar, nas circunstâncias, situação que exponha o corpo social a perigo, uma vez que a única
munição apreendida, guardada na residência do acusado e desacompanhada de arma de fogo, por si só, é incapaz
de provocar qualquer lesão à incolumidade pública” (STF, RHC 143.449/MS, j. 26/09/2017).

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STJ: “A apreensão de ínfima quantidade de munição desacompanhada de arma de fogo, excepcionalmente, a
depender da análise do caso concreto, pode levar ao reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da ausência
de exposição de risco ao bem jurídico tutelado pela norma” (Resp 1735871/AM, DJe 22.06.2018).

“Art. 12 da Lei 10.826/03. Possuir ou manter sob sua guarda arma


de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência
ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que
seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.”

Qual a diferença entre posse e porte de arma de fogo?

A posse é sempre “intra muros”, já o porte é “extra muros”.

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