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NOTA
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construída de maneira rápida. Ao estudar esta apostila, você estará apto a fazer uma excelente
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ATUALIZADO EM 04.04.23
Desvende os segredos da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) e da Lei
nº 12.850/2013 (Repressão às Organizações Criminosas) com um material que
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2.6.13 Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento): artigos 12 a 21.

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou
o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela (visa evitar acidente)

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessáriaspara impedir que menor de 18 (dezoito) anos
ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa
de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (manipula a arma)

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente. O parágrafo único foi declarado inconstitucional pelo STF.
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✓ Para o STJ, o crime se consuma independentemente de a arma estar municiada.
✓ Se o laudo pericial reconhecer total ineficácia da arma e das munições, a conduta é atípica
(não é crime).

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências,
em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática
de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. O parágrafo único foi declarado
inconstitucional pelo STF.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma
de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou


artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de


fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;

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III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,


munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso


proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos (crime hediondo).

• A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, fixou entendimento de que a arma


irregular encontrada dentro da boleia configura o crime de porte ilegal de arma de fogo.
A boleia de um caminhão não pode ser considerada casa, nem local de trabalho, para fins
de configuração do delito de posse irregular de arma de fogo, por não caracterizar
residência ou local de trabalho, mas sim o transporte de arma de fogo pelas vias públicas,
sem autorização legal ou regulamentar.

Comércio ilegal de arma de fogo (crime hediondo)

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.

A pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido
ou restrito.

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§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

Tráfico internacional de arma de fogo (crime hediondo)

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título,
de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

A pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido
ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
(2019) I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º
desta Lei; ou (2019) II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (2019)

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (foi
declarado inconstitucional pelo STF)

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A VUNESP já cobrou em provas da PC-SP:

➔ Posse irregular de arma de fogo de uso permitido é um crime da Lei n° 10.826/03


(Estatuto do Desarmamento) apenado com detenção.
➔ São crimes da Lei n° 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) apenados com reclusão:
➢ Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
➢ Disparo de arma de fogo.
➢ Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (crime hediondo).
➢ Comércio ilegal de arma de fogo (crime hediondo).
➢ Tráfico internacional de arma de fogo (crime hediondo).

➔ É correto afirmar a respeito do crime de disparo de arma de fogo, previsto na Lei no


10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que se trata de crime comum, de perigo
abstrato e que não admite a suspensão condicional do processo.
➢ Disparo de arma de fogo -> Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde
que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena –
reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
➢ Crime comum, pois qualquer pessoa pode cometê-lo.
➢ Crime de perigo abstrato, o qual presume o dano à segurança pública e prescinde
(não necessita), para sua caracterização, de comprovação da lesividade ao bem
jurídico tutelado.
➢ Possui pena prevista de 02 e 04 anos de reclusão, o que impossibilita a
suspensão condicional do processo, nos termos do artigo 89 da Lei nº 9.099/1995
-> Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde
que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por
outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

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➔ Nos termos da Lei n° 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), é correto afirmar que o
crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido é considerado hediondo.

2.6.16 Lei nº 12.850/2013 (Repressão às Organizações Criminosas)

▪ Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas


estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante
a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.

Crime
▪ Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,
organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes
às demais infrações penais praticadas.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa
condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas
independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização
criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação
ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do
cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou
cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a
Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que
designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição
deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança
máxima. (2019)
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por
crime praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de

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cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se
houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo. (2019)
▪ O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de
prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.

▪ Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até
2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos
daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o
processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes
resultados:
✓ I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e
das infrações penais por eles praticadas;
✓ II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização
criminosa;
✓ III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização
criminosa;
✓ IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais
praticadas pela organização criminosa;
✓ V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
▪ § 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do
colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato
criminoso e a eficácia da colaboração.
▪ § 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer
tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do
Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão
judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial,
aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal).
▪ São direitos do colaborador (dentre outros): - cumprir pena ou prisão cautelar em
estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.
▪ Sentença, medida cautelar, ou recebimento de denúncia não podem ser proferidas com
fundamento exclusivo nas declarações do colaborador.
▪ O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto
da colaboração.

▪ Ação controlada:
✓ Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou
administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a
medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.

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✓ § 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente
comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e
comunicará ao Ministério Público (flagrante retardado/postergado).
▪ Infiltração de agentes: não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente
infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.

A VUNESP já cobrou em provas da PC-SP:

➔ A respeito do acordo de colaboração premiada, previsto na Lei de Organizações


Criminosas:
➢ O recebimento de proposta de formalização de acordo de colaboração premiada
demarca o início das negociações e constitui marco de confidencialidade, sendo
que a divulgação das tratativas configura violação de sigilo.
➢ Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento
apenas nas declarações do colaborador: I - medidas cautelares reais ou pessoais;
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; III - sentença condenatória.
➢ Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu
defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
verdade.
➢ As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas auto
incriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
➢ O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão
mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo
vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipótese.

➔ Com relação à infiltração de agentes prevista na Lei n° 12.850/2013 (Organização


Criminosa), é correto afirmar que:
➢ A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo
delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação
técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial,
será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que
estabelecerá seus limites.

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➢ Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art.
1º (Crime de organização criminosa) e se a prova não puder ser produzida por
outros meios disponíveis.
➢ Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
➢ A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.

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