Crimes Licitatórios

LEGISLAÇÃO
PENAL ESPECIAL
Crimes Licitatórios
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Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Caroline Argôlo
Sumário
Crimes Licitatórios.. ......................................................................................................................... 6
1. Considerações Iniciais. . ............................................................................................................... 6
2. Contratação Direta Ilegal (Art. 337-E).. ................................................................................... 7
2.1. Introdução.. ................................................................................................................................. 7
2.2. Sujeito Ativo. . ............................................................................................................................. 7
2.3. Sujeito Passivo. . ........................................................................................................................ 7
2.4. Objeto Jurídico.. ......................................................................................................................... 7
2.5. Objeto Material......................................................................................................................... 7
2.6. Elemento Subjetivo.................................................................................................................. 8
2.7. Consumação e Tentativa......................................................................................................... 8
2.8. Ação Penal.. ................................................................................................................................ 8
3. Frustração do Caráter Competitivo da Licitação (Art. 337-F). . .......................................... 9
3.1. Introdução.. ................................................................................................................................. 9
3.2. Sujeito Ativo. . ............................................................................................................................. 9
3.3. Sujeito Passivo.......................................................................................................................... 9
3.4. Objeto Jurídico.. ......................................................................................................................... 9
3.5. Objeto Material......................................................................................................................... 9
3.6. Elemento Subjetivo.................................................................................................................. 9
3.7. Consumação e Tentativa....................................................................................................... 10
3.8. Ação Penal.. .............................................................................................................................. 10
4. Patrocínio de Contratação Indevida (Art. 337-G).. .............................................................. 10
4.1. Introdução................................................................................................................................ 10
4.2. Sujeito Ativo............................................................................................................................. 11
4.3. Sujeito Passivo. . ....................................................................................................................... 11
4.4. Objeto Jurídico......................................................................................................................... 11
4.5. Objeto Material........................................................................................................................ 11
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Caroline Argôlo
4.6. Elemento Subjetivo. . ............................................................................................................... 11

4.7. Consumação e Tentativa........................................................................................................ 11
4.8. Ação Penal................................................................................................................................ 11
5. Modificação ou Pagamento Irregular em Contrato Administrativo (Art. 337-H). . ........ 11
5.1. Introdução. . ................................................................................................................................ 11
5.2. Sujeito Ativo. . ............................................................................................................................12
5.3. Sujeito Passivo.........................................................................................................................12
5.4. Objeto Jurídico. . ........................................................................................................................12
5.5. Objeto Material........................................................................................................................13
5.6. Elemento Subjetivo.................................................................................................................13
5.7. Consumação e Tentativa.. .......................................................................................................13
5.8. Ação Penal.. ...............................................................................................................................13
6. Perturbação de Processo Licitatório (Art. 337-I). . ...............................................................13
6.1. Introdução.. ................................................................................................................................13
6.2. Sujeito Ativo.. ........................................................................................................................... 14
6.3. Sujeito Passivo. . ...................................................................................................................... 14
6.4. Objeto Jurídico........................................................................................................................ 14
6.5. Objeto Material....................................................................................................................... 14
6.6. Elemento Subjetivo................................................................................................................ 14
6.8. Ação Penal............................................................................................................................... 14
7. Violação de Sigilo em Licitação (Art. 337-J).. ........................................................................ 14
7.1. Introdução................................................................................................................................. 14
7.2. Sujeito Ativo..............................................................................................................................15
7.3. Sujeito Passivo.........................................................................................................................15
7.4. Objeto Jurídico..........................................................................................................................15
7.5. Objeto Material. . .......................................................................................................................15
7.6. Elemento Subjetivo.................................................................................................................15
7.7. Consumação e Tentativa.. .......................................................................................................15
Caroline Argôlo
7.8. Ação Penal. . ...............................................................................................................................16

8. Afastamento de Licitante (Art. 337-K)...................................................................................16
8.1. Introdução.................................................................................................................................16
8.2. Sujeito Ativo.............................................................................................................................16
8.3. Sujeito Passivo. . .......................................................................................................................16
8.4. Objeto Jurídico.........................................................................................................................16
8.5. Objeto Material........................................................................................................................16
8.6. Elemento Subjetivo. . ...............................................................................................................16
8.7. Consumação e Tentativa........................................................................................................ 17
8.8. Ação Penal................................................................................................................................ 17
9. Fraude em Licitação ou Contrato (Art. 337-L)...................................................................... 17
9.1. Introdução.. ................................................................................................................................ 17
9.2. Sujeito Ativo.. ........................................................................................................................... 18
9.3. Sujeito Passivo. . ...................................................................................................................... 18
9.4. Objeto Jurídico........................................................................................................................ 18
9.5. Objeto Material....................................................................................................................... 18
9.6. Elemento Subjetivo................................................................................................................ 18
9.8. Ação Penal............................................................................................................................... 18
10. Contratação Inidônea (Art. 337-M).......................................................................................19
10.1. Introdução. . ..............................................................................................................................19
10.2. Sujeito Ativo. . ......................................................................................................................... 20
10.3. Sujeito Passivo...................................................................................................................... 20
10.4. Objeto Jurídico. . ..................................................................................................................... 20
10.5. Objeto Material..................................................................................................................... 20
10.6. Elemento Subjetivo.............................................................................................................. 20
10.7. Consumação e Tentativa.. .................................................................................................... 20
10.8. Ação Penal. . ............................................................................................................................ 20
11. Impedimento Indevido (Art. 337-N).......................................................................................21
Caroline Argôlo
11.1. Introdução...............................................................................................................................21
11.2. Sujeito Ativo. . ...........................................................................................................................21
11.3. Sujeito Passivo. . ......................................................................................................................21
11.4. Objeto Jurídico.. ...................................................................................................................... 22
11.5. Objeto Material...................................................................................................................... 22
11.6. Elemento Subjetivo............................................................................................................... 22
11.7. Consumação e Tentativa...................................................................................................... 22
11.8. Ação Penal.............................................................................................................................. 22
12. Omissão Grave de Dado ou de Informação por Projetista (Art. 337-O).. ...................... 22
12.1. Introdução............................................................................................................................... 22
12.2. Sujeito Ativo........................................................................................................................... 23
12.3. Sujeito Passivo...................................................................................................................... 23
12.4. Objeto Jurídico. . ..................................................................................................................... 23
12.5. Objeto Material.. .................................................................................................................... 23
12.6. Elemento Subjetivo.............................................................................................................. 23
12.7. Consumação e Tentativa.. .................................................................................................... 23
12.8. Ação Penal. . ............................................................................................................................ 23
13. Pena de Multa (Art. 337-P).. ................................................................................................... 23
Resumo............................................................................................................................................. 25
Mapas Mentais............................................................................................................................... 34
Exercícios.........................................................................................................................................46
Gabarito.............................................................................................................................................51
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 52
Referências...................................................................................................................................... 62
Caroline Argôlo
CRIMES LICITATÓRIOS
Olá, futuro concursado!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, tudo para que você consiga fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Nós iremos tratar dos crimes recentemente inseridos no Código Penal brasileiro, notada-
mente os criados pela nova Lei de Licitações, Lei n. 14.133/2021.
A referida Lei inseriu no Título XI do Código Penal brasileiro, Crimes contra a Administração
Pública, o Capítulo II-B, que versa sobre Crimes em Licitações e Contratos Administrativos,
artigos 337-E ao 337-P.
O conteúdo da nossa aula, claro, será especialmente reservado à seara penal, entretanto,
não deixaremos de incluir conceitos e exposições oportunas que derivem do Direito Adminis-
trativo, a fim de que o conteúdo dos tipos reste claro.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Caroline Argolo (@professoracarolineargolo)
• Advogada, professora e autora de obras jurídicas;
• Mestra em Ciências Criminológico-Forenses e Mestra em Políticas Sociais e Cidadania;
• Especialista em Direito Penal, Especialista em Direito do Estado e Especialista em Com-
pliance e Direito Anticorrupção.
• Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)
• Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
• Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
• Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo.
1. Considerações Iniciais
A nova Lei de Licitações, Lei n. 14.133 de 1º de abril de 2021, determinou uma alteração
em nosso Código Penal, fazendo incluir no Título XI, Crimes contra a Administração Pública, o
Capítulo II-B, que versa sobre Crimes em Licitações e Contratos Administrativos.
Assim, o tema relativo aos crimes envolvendo licitações e contratos deixará de ser do âm-
bito da legislação penal especial e passará a integrar o Direito Penal parte especial, precisa-
mente nos artigos 337-E a 337-P.
Vejamos, então, cada um dos novos crimes.
Caroline Argôlo
2. Contratação Direta Ilegal (Art. 337-E)

2.1. Introdução
O aludido artigo tem a seguinte redação: “Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação
direta fora das hipóteses previstas em lei”.
O crime possui pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Assim, pela
pena em abstrato, percebemos que:
a) não se trata de infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, não cabe a tran-
sação penal;
b) a pena mínima supera um ano, e, portanto, não cabe a suspensão condicional do proces-
so (sursis processual);
c) A pena mínima não é inferior a quatro anos, e, portanto, não cabe o acordo de não per-
secução penal (ANPP).
Acerca da classificação, trata-se de crime próprio; simples; doloso; de forma livre; comissi-
vo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso concreto.
2.2. Sujeito Ativo

Trata-se de crime próprio, conforme vimos. Assim, será sujeito ativo deste crime o agente
público que possui atribuições para a contratação direta.
2.3. Sujeito Passivo

Quanto ao sujeito passivo, trata-se do Estado.
2.4. Objeto Jurídico

O objeto jurídico do crime é o bem jurídico tutelado pela norma penal. Aqui, o bem juridica-
mente tutelado é a Administração Pública.
2.5. Objeto Material1

O objeto material é a contratação direta realizada pelo agente público.
1
Objeto material do crime é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Há casos em que o objeto material se
confunde com o próprio sujeito passivo do crime. É a hipótese dos crimes de homicídio (art. 121, CP), lesão corporal (art.
129, CP), estupro (art. 213, CP) etc., estejam atentos de que não há que se confundir o objeto material com o objeto jurídico.
Nos exemplos citados, o objeto jurídico será a vida humana, a integridade física ou a liberdade sexual. Não se confunde,
portanto, a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta (objeto material) com o interesse ou valor protegido pela norma
(objeto jurídico).
Caroline Argôlo
2.6. Elemento Subjetivo2

O elemento subjetivo exigido no tipo penal é o dolo, não sendo exigido qualquer dolo espe-
cífico. A modalidade culposa não é admitida, haja vista ausência de previsão legal.
2.7. Consumação e Tentativa

Este crime se consuma com a realização de qualquer das condutas descritas em seu caput,
independentemente da produção de algum resultado posterior. Deste modo, não importa saber
se a contratação produziu efetivo prejuízo à Administração Pública.
A tentativa é admitida.
2.8. Ação Penal3

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada.
2
Quanto ao elemento subjetivo, os crimes podem ser dolosos, culposos ou preterdolosos.
a) Crime doloso (art. 18, I, CP): é aquele em que o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo
(dolo eventual).
b) Crime culposo (art. 18, II, CP): é aquele em que o agente dá causa ao resultado por negligência, imprudência ou imperícia.
Pressupõe a ausência para com o dever objetivo de cuidado. Além disto, só há crime culposo se houver expressa dispo-
sição legal neste sentido. Em outras palavras, se o tipo não prevê a modalidade culposa, o crime só se consuma em sua
modalidade dolosa.
c) Crime preterdoloso (ou preterintencional): é aquele em que “o agente quer praticar um crime, mas acaba
excedendo-se e produzindo culposamente um resultado mais gravoso que o desejado”. O exemplo clássico de
crime preterdoloso é a lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, CP). Nesta situação, o agente preten-
dia agredir a vítima, lesionando-a; todavia, acaba excedendo no agir e produzindo a morte (não desejada) da
pessoa agredida. Há dolo no agir (lesão) e culpa no resultado (morte). (ARAÚJO, 2021).
3
Quanto à ação penal, os crimes podem ser de ação penal pública ou de ação penal privada. Trata-se de classificação cuja
importância maior reside no Direito Processual Penal, e não no Direito Penal. Não obstante, vejamos:
a) Crime de ação penal pública: é aquele em que o interesse público na persecução criminal é mais acentu-
ado. O titular é o Ministério Público (art. 121, I, CF). Pode ser crime de ação penal pública incondicionada ou
condicionada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça.
b) Crime de ação penal privada: é aquele em que o interesse na persecução é mais privado. O titular é o ofen-
dido. Muito embora seja absolutamente comum o emprego da expressão ação penal privada, é importante
mencionar que privada não é a ação penal, e sim a sua iniciativa. Por esta razão, mais adequada seria a utili-
zação da expressão “ação penal de iniciativa privada”.
A regra geral do nosso ordenamento jurídico é o crime de ação penal pública incondicionada. Assim, só
haverá crime de ação penal pública condicionada ou ação penal privada quando a lei dispuser expressamente.
(ARAÚJO, 2021).
Caroline Argôlo
3. Frustração do Caráter Competitivo da Licitação (Art. 337-F)

3.1. Introdução
O tipo define como conduta criminosa frustrar ou fraudar o caráter competitivo do proces-
so licitatório, característica que lhe é elementar.
O crime possui pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Pela pena
em abstrato, percebemos que:
sação penal;
c) a pena mínima não é inferior a quatro anos, não cabendo, portanto, o acordo de não per-
secução penal (ANPP).
Acerca da classificação, trata-se de crime é comum; simples; doloso; de forma livre; comissi-
3.2. Sujeito Ativo

É qualquer pessoa, uma vez que a conduta pode ser praticada pelo licitante, pelo funcioná-
rio público que pretenda outorgar o objeto do contrato a algum licitante, ou mesmo a alguém
que não participa diretamente do procedimento licitatório, mas nele pretende intervir, com o
intuito de conferir vantagem para si ou para outrem. Trata-se, portanto, de um crime comum.

O sujeito passivo é o Estado.

O objeto juridicamente tutelado é a Administração Pública.
3.5. Objeto Material

Trata-se do processo licitatório.
3.6. Elemento Subjetivo

É o dolo, exigindo-se o elemento subjetivo específico (especial finalidade no agir), con-
sistente na pretensão de obter vantagem para si ou para outrem. A referida vantagem não é,
necessariamente, de caráter patrimonial, mas deve ser decorrente da adjudicação do objeto da
licitação. Não há previsão para este crime na modalidade culposa.
Caroline Argôlo

O crime em análise se consuma com a realização de qualquer das condutas descritas no
caput, independentemente da produção de um resultado posterior. Assim, quando o agente
frustra ou frauda o caráter competitivo da licitação, o crime estará consumado.
Evidentemente, conforme já mencionado, o agente precisa agir com o elemento subjetivo
específico, consistente na pretensão de obter vantagem para si ou para outrem. Todavia, a efe-
tiva obtenção da vantagem não é imprescindível para que ocorra a consumação.
3.8. Ação Penal

4. Patrocínio de Contratação Indevida (Art. 337-G)

4.1. Introdução
Sabe-se que os processos licitatórios podem vir a ser anulados, seja pela própria Adminis-
tração Pública, através do exercício do princípio da autotutela, como pelo judiciário, quando
este exerce o seu papel de controle jurisdicional de legalidade. Registre-se que a anulação
pressupõe a ocorrência de algum vício de legalidade (Vocês estudaram isso lá em Direito Ad-
ministrativo!).
Aqui, o que o tipo criminaliza não é, por si só, determinada conduta da qual tenha deriva-
do algum vício de legalidade legitimador de anulação, mas a conduta daquele que patrocina
interesse privado perante a Administração, dando causa, a partir de tal comportamento, à ins-
tauração de procedimento licitatório ou celebração de contrato administrativo que venha a ser,
futuramente, anulado pelo Poder Judiciário (ou seja, não inclui processos que tenham sido
anulados apenas no âmbito da autotutela administrativa).
Acerca das penas, o crime possui a previsão da pena de reclusão, de 6 (seis) meses a 3
(três) anos, e multa. Assim, pela pena em abstrato, percebemos que:
sação penal;
b) a pena mínima não supera um ano, e, portanto, cabe a suspensão condicional do proces-
c) a pena mínima é inferior a quatro ano, e, portanto, não cabe o acordo de não persecução
penal (ANPP).
Acerca da classificação, trata-se de crime é próprio; simples; doloso; de forma livre; comissi-
Caroline Argôlo
4.2. Sujeito Ativo

É o agente público, consubstanciando-se crime próprio.


O objeto juridicamente tutelado é a Administração Pública.

O objeto material deste crime é indefinido.

É o dolo, sendo exigido o elemento subjetivo específico, consistente em dar causa à instau-
ração de licitação ou à celebração de contrato. Não há previsão para a modalidade culposa.

O crime se consuma com a realização da conduta descrita no tipo penal. Entretanto, é im-
portante salientar que o tipo penal possui “condições de punibilidade”, de modo que somente
poderemos falar na possibilidade de se punir o agente se elas se encontrarem presentes. As
condições de punibilidade são:
a) efetiva instauração da licitação ou celebração do contrato administrativo;
b) invalidação da licitação ou do contrato administrativo pelo Poder Judiciário.
4.8. Ação Penal

5. Modificação ou Pagamento Irregular em Contrato Administrativo

(Art. 337-H)
5.1. Introdução
Em consonância com o art. 124 da nova Lei de Licitações, os contratos administrativos poderão
ser alterados, com as devidas justificativas em ambas as situações, unilateralmente pela Adminis-
tração, ou por acordo entre as partes. Ademais, os artigos 125 a 136 do normativo especial também
estabelecem circunstâncias que autorizam as alterações, bem como o procedimento para tanto.
Caroline Argôlo
O que art. 337-H do Código Penal tipifica é a admissão, viabilização ou a promoção de

qualquer modificação ou vantagem no contrato, em favor do contratado, sem que haja previ-
são legislativa; sem encaixe, portanto, nas regras estabelecidas nos artigos 124 a 136 da Lei
de Licitações, cujas premissas devem seguir replicadas nos respectivos editais e instrumentos
contratuais.
O aludido tipo penal também pune a conduta de pagar fatura com preterição da ordem cro-
nológica de sua exigibilidade, restando consonante com o artigo 141 da nova Lei de Licitações4.
De mais a mais, a legislação também veda o pagamento antecipado, seja parcial ou total,
relativo às parcelas contratuais, excepcionando a referida vedação aos casos em que a ante-
cipação propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição indispensável
para a obtenção do bem ou para a prestação do serviço, hipótese que deverá ser previamente
justificada no processo licitatório e expressamente prevista no edital de licitação ou contrato,
conforme se depreende da leitura do art. 145.
Registre-se, ainda, que o crime possui pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa. Assim, pela pena em abstrato, percebemos que:
sação penal;
c) a pena mínima não é inferior a quatro ano, e, portanto, não cabe o acordo de não perse-
cução penal (ANPP).
5.2. Sujeito Ativo

É o agente público. Trata-se de crime próprio.


A Administração Pública.
4
“No dever de pagamento pela Administração, será observada a ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recursos
[...] § 2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida no caput deste artigo ensejará a apuração de responsa-
bilidade do agente responsável, cabendo aos órgãos de controle a sua fiscalização”.
Caroline Argôlo

É o contrato administrativo ou a fatura.


O crime se consuma com a efetiva prática das condutas descritas no tipo, independente-
mente da produção de qualquer resultado posterior (como o efetivo prejuízo à administração
pública, por exemplo).
5.8. Ação Penal

6. Perturbação de Processo Licitatório (Art. 337-I)

6.1. Introdução
O art. 337-I tipifica como criminosa a conduta de “Impedir, perturbar ou fraudar a realização
de qualquer ato de processo licitatório”.
Os atos do processo licitatório estão todos consignados em Lei, é o que se verifica no art.
11 e seguintes da nova Lei de Licitações. Desde a sua fase interna e preparatória até a fase
de homologação do certame, a legislação determina os passos que devem ser seguidos pelo
agente público, trata-se de premissa estabelecida pelo princípio do procedimento formal.
O que este artigo pune é a conduta de impedir, perturbar ou fraudar a licitação, ou mesmo
qualquer ato que componha o seu procedimento.
A pena definida é a de detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Portanto, de-
preende-se que:
sação penal;
so (sursis processual).
Caroline Argôlo
6.2. Sujeito Ativo

Qualquer pessoa, sendo, portanto, um crime comum.



É o processo licitatório alvo da conduta.


O crime se consuma com a realização das condutas descritas no tipo penal, independen-
temente da produção de qualquer resultado posterior. O crime consiste, portanto, em impedir
(obstaculizar, inviabilizar), perturbar (tumultuar, prejudicar) ou fraudar (promover fraude, ludi-
briar, enganar) o processo licitatório.
6.8. Ação Penal

7. Violação de Sigilo em Licitação (Art. 337-J)

7.1. Introdução
O art. 337-J tipifica a conduta de “Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo
licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo”.
Antes de adentrarmos nas considerações de ordem penal, precisamos falar sobre o prin-
cípio do sigilo das propostas. Trata-se de princípio licitatório que tem como premissa a ideia
de que as propostas apresentadas pelos licitantes são sigilosas até a data de abertura dos
Caroline Argôlo
envelopes, que deve ser feita em conjunto por todos os concorrentes e em sessão pública. É
dizer, até esse momento, previamente determinado em edital, um licitante não pode conhecer
do conteúdo da proposta do outro, ou mesmo um agente público poderá, sendo que a violação
desse sigilo, além de crime, configura improbidade administrativa.
Dito isso, temos que o artigo em questão tipifica a conduta daquele que devassa o sigilo,
bem como aquele que proporciona que terceiro o faça.
Ademais, o crime em estudo tem pena prevista de detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e
multa. Assim, pela pena em abstrato, percebemos que:
sação penal;
c) a pena mínima é inferior a quatro ano, e, portanto, cabe o acordo de não persecução
penal (ANPP).
7.2. Sujeito Ativo




Trata-se da proposta apresentada em processo licitatório.

É o dolo. Não há previsão para a modalidade culposa.

O crime se consuma com a realização das condutas descritas no tipo penal, independente-
mente da produção de qualquer resultado posterior.
Caroline Argôlo
7.8. Ação Penal

8. Afastamento de Licitante (Art. 337-K)

8.1. Introdução
Determina o art. 337- K do Código Penal que é crime “Afastar ou tentar afastar licitante por
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo”, incor-
rendo na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida.
O crime em estudo tem pena prevista de reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa, além
da pena correspondente à violência. Pela pena em abstrato, percebemos que:
sação penal;
c) a pena mínima é inferior a quatro ano, mas o crime é praticado mediante violência ou
grave ameaça, o que inviabiliza o acordo de não persecução penal (ANPP).
8.2. Sujeito Ativo


O sujeito passivo é o Estado. Assinale-se, todavia, que também o será a pessoa vítima da
violência, da ameaça ou da fraude.


Trata-se da pessoa do licitante.

É o dolo. Não há previsão para a modalidade culposa.
Caroline Argôlo

O crime se consuma quando o agente afasta ou tenta afastar o licitante, por meio de vio-
lência (física, real), grave ameaça (violência moral), fraude (enganar, ludibriar, levar a erro) ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo. Trata-se de um crime de atentado ou de empreen-
dimento, na medida em que considera consumado o crime tanto na hipótese de afastamento
quanto na hipótese de mera tentativa de afastamento. Ou seja, consumação e tentativa das
condutas são punidas da mesma forma.
8.8. Ação Penal

9. Fraude em Licitação ou Contrato (Art. 337-L)

9.1. Introdução
O Capítulo IX da nova Lei de Licitações estabelece as regras relativas ao recebimento do
objeto do contrato, definindo o procedimento para cada natureza contratual, quais sejam obras,
serviços e compras.
No que diz respeito ao objeto do contrato de obras e serviços, o art. 140 estabelece que ele
será provisoriamente recebido pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, me-
diante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das exigências de caráter técnico;
e definitivamente recebido por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,
mediante termo detalhado que comprove o atendimento das exigências contratuais.
Em se tratando de compras, o mesmo artigo estabelece que serão provisoriamente recebi-
das, de forma sumária, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, com verifi-
cação posterior da conformidade do material com as exigências contratuais; e definitivamente
recebidas, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo
detalhado que comprove o atendimento das exigências contratuais.
Sem prejuízo de outras importantes consignações, o aludido artigo determina que o obje-
to do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte, quando estiver em desacordo com
o contrato.
É importante destacar as referidas determinações acerca do recebimento do contrato, para
que deixemos claro que eventuais sanções administrativas ou determinações por parte da Ad-
ministração de, por exemplo, troca de material entregue incompatível com o contratado, não
necessariamente irá configurar o crime inserto no artigo em apreço.
Percebam que o tipo estabelece a conduta de fraudar (enganar, falsear, fingir), não poden-
do ser confundida, por exemplo, com mero erro que eventualmente possa ser cometido pelo
contratado quando da entrega do objeto, erro que, decerto, pode ensejar sanção administrativa
e/ou responsabilização cível, mas não representará conduta criminosa.
Caroline Argôlo
A pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Assim, pela pena em
abstrato, percebemos que:
sação penal;
c) a pena mínima não é inferior a quatro ano, e, portanto, não cabe o acordo de não perse-
Acerca da classificação, trata-se de crime é comum; simples; doloso; de forma vincula-
da; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o
caso concreto.
9.2. Sujeito Ativo




É a licitação ou o contrato fraudado em prejuízo da Administração Pública.

É o dolo, não sendo exigido o elemento subjetivo específico. Não há previsão para a moda-
lidade culposa.

O crime se consuma com a fraude à licitação, por meio das condutas descritas nos incisos
do tipo penal, trata-se de um crime, portanto, cuja execução se dá de forma vinculada.
9.8. Ação Penal

Caroline Argôlo
10. Contratação Inidônea (Art. 337-M)

10.1. Introdução
A declaração de inidoneidade é uma sanção administrativa que, de acordo com a nova Lei
de Licitações, impede o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração Pública
direta e indireta de todos os entes federativos, pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo
de 6 (seis) anos.
Ademais, ainda conforme a nova Lei de Licitações, a sanção de declaração de inidoneidade
será precedida de análise jurídica e observará as seguintes regras:
a) quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de competência exclusiva de minis-
tro de Estado, de secretário estadual ou de secretário municipal e, quando aplicada por autar-
quia ou fundação, será de competência exclusiva da autoridade máxima da entidade;
b) quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, pelo Ministério Público
e pela Defensoria Pública no desempenho da função administrativa, será de competência ex-
clusiva de autoridade de nível hierárquico equivalente às autoridades referidas no inciso I deste
parágrafo, na forma de regulamento.
Ainda, não há que se confundir a declaração de inidoneidade enquanto sanção pela Admi-
nistração, com a possibilidade de o Tribunal de Contas da União, em razão da verificação de
ocorrência de fraude comprovada à licitação, declarar a inidoneidade do licitante fraudador
para participar por até cinco anos, de licitação na Administração Pública Federal. São compe-
tências distintas, exercíveis por órgãos diferentes, através de fundamentação diversa.
A pergunta que pode surgir é a que declaração de inidoneidade se refere o tipo penal em
questão. Pensamos que a qualquer das duas declarações agora apresentadas.
Ademais, percebam que o artigo, além de criminalizar a conduta daquele que permite à li-
citação ou contrato de empresa ou profissional inidôneo, também criminaliza a conduta desta
empresa ou profissional inidôneo que, não obstante a sanção que suporta, participa de licita-
ção ou contrata com a Administração.
A pena prevista no tipo é a de reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Destarte, pela
sação penal;
c) a pena mínima é inferior a quatro ano, e, portanto, não cabe o acordo de não persecução
penal (ANPP).
Acerca da classificação, trata-se de crime próprio; comum; simples; doloso; de forma li-
vre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o
caso concreto.
Caroline Argôlo
10.2. Sujeito Ativo

Quanto ao sujeito ativo deste crime, temos que para as condutas consignadas no caput e
§1º, trata-se do agente público responsável pela concretização da licitação ou pela celebração
do contrato, o qual deveria verificar os documentos de habilitação apresentados e, uma vez
constatada que a pretensa licitante ou contratada estava considerada inidônea, deveria, de ime-
diato, providenciar a sua exclusão do certame, bem como não concretizar a sua contratação.
Já nas condutas previstas no § 2º, o sujeito ativo será o particular que participar da licita-
ção ou que venha a contratar com a Administração Pública.



Trata-se da empresa ou profissional inidôneos admitidos à licitação ou contratados.

O elemento subjetivo é o dolo, não sendo exigido vontade específica. Não se admite a mo-
dalidade culposa.

O crime se consuma com a prática das condutas, independentemente da efetiva produção
de resultado naturalístico posterior.
10.8. Ação Penal

Caroline Argôlo
11. Impedimento Indevido (Art. 337-N)

11.1. Introdução
Conforme o art. 337-N, configura-se crime “obstar, impedir ou dificultar injustamente a ins-
crição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a altera-
ção, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito”.
O registro cadastral é um procedimento auxiliar da licitação e das contratações, é o que se
depreende do art. 78, V da nova Lei. Ele atua como uma pré-qualificação de licitantes, podendo,
inclusive, substituir documentos exigidos na habilitação, conforme art. 80, I da mesma Lei.
Ademais, os artigos 87 e 88 da nova Lei de Licitações traz considerações acerca do registro
cadastral, determinado que, sem prejuízo de outras exposições, “os órgãos e entidades da Admi-
nistração Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral unificado disponível no Portal
Nacional de Contratações Públicas (PNCP), para efeito de cadastro unificado de licitantes”.
De mais a mais, a lei ainda determina que “o sistema de registro cadastral unificado será
público e deverá ser amplamente divulgado e estar permanentemente aberto aos interessados,
e será obrigatória a realização de chamamento público pela internet, no mínimo anualmente,
para atualização dos registros existentes e para ingresso de novos interessados”.
O aludido registro é direito do pretenso licitante/contratante, e o art. 337-N criminaliza a
conduta daquele que obsta, impede ou dificulta injustamente a inscrição de qualquer interes-
sado, bem como aquele que promove indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancela-
mento de registro do inscrito.
Ademais, a pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Assim
sendo, pela pena em abstrato, percebemos que:
a) é infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, cabe a transação penal;
penal (ANPP).
11.2. Sujeito Ativo

O agente público responsável pela inscrição ou manutenção dos registros cadastrais.

O sujeito passivo é o Estado, bem como aquele que for diretamente prejudicado.
Caroline Argôlo


Os registros cadastrais.

dalidade culposa.

11.8. Ação Penal

12. Omissão Grave de Dado ou de Informação por Projetista (Art. 337-

O)
12.1. Introdução
O tipo criminaliza a conduta de omitir, modificar ou entregar à Administração Pública le-
vantamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com a realidade, em
frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração.
Ademais, considera “condição de contorno” as informações e os levantamentos necessá-
rios para a definição de projeto e dos respectivos preços dos licitantes.
Por fim, estabelece que deverá ser aplicada em dobro a pena consignada no caput, caso
haja o fim específico de obter benefício, seja ele direto ou indireto, próprio ou de outrem.
A pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Portanto, pela
a) não é infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, não cabe a transação penal;
Caroline Argôlo
penal (ANPP).
12.2. Sujeito Ativo

O projetista responsável pelo levantamento cadastral ou condição de contorno.



O levantamento cadastral ou a condição de contorno.

dalidade culposa.

12.8. Ação Penal

13. Pena de Multa (Art. 337-P)

Conforme o art. 337-P, a pena de multa cominada aos crimes tratados no Capítulo II-B se-
guirá a metodologia de cálculo inserta no Código Penal brasileiro, e não poderá ser inferior a
2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta.
Caroline Argôlo
Recorde-se que a metodologia de cálculo referenciada utiliza o critério do dia-multa, em

uma valoração bifásica. Deste modo, cabe ao julgador, em um primeiro momento, estabelecer
o quantitativo de dias-multa, em patamares que variam de 10 (dez) a 360 (trezentos e ses-
senta). Neste primeiro momento, não se leva em consideração a capacidade econômica do
condenado.
Em uma segunda fase, o juiz irá estabelecer o valor de cada dia-multa, considerando a
situação econômica do condenado. Cada dia-multa poderá variar entre um trigésimo do salá-
rio-mínimo e cinco salários-mínimos. Ademais, se o juiz entender que, mesmo fixando o valor
no patamar o montante for insuficiente para estabelecer a reprovabilidade da conduta, poderá
elevá-lo ao triplo.
A particularidade para os crimes relacionados a licitações e contratos, percebam, é a regra
de acordo com a qual o valor final estabelecido na pena de multa não poderá ser inferior a 2%
(dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. Com isto,
uma vez alcançado o valor definitivo da pena de multa, após a valoração dos critérios mencio-
nados, se tal valor estiver aquém do montante de 2% previsto, caberá ao juiz fazer uma adequa-
ção da pena de multa, para que, assim, alcance este limite mínimo.
Caroline Argôlo
RESUMO
Caro (a) aluno (a), chegamos ao fim da nossa aula. Mas antes que possamos nos despedir,
vamos revisar os conceitos estudados com um breve resumo!
TÓPICO-SÍNTESE: CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CONTRATAÇÃO DIRETA ILEGAL
Contratação direta
Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das
ilegal
hipóteses previstas em lei.
(art. 337-E)
A pena prevista é a de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e

Pena
multa.
Próprio; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo;

Classificação unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o
caso concreto.
O agente público que possui atribuições para a contratação

Sujeito Ativo
direta.
Sujeito Passivo Estado.
Objeto Jurídico Administração Pública.
Objeto Material A contratação direta realizada.
Elemento Subjetivo Dolo.
O crime em análise se consuma com a realização de qualquer

Consumação das condutas descritas no caput, independentemente da
produção de um resultado posterior.
Tentativa É admitida.
Ação Penal Pública incondicionada.
FRUSTRAÇÃO DO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO
Frustração do caráter
O tipo define como criminosa a conduta de frustrar ou fraudar
competitivo da
o caráter competitivo do processo licitatório, característica que
licitação
lhe é elementar.
(art. 337-F)
A pena prevista é a de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e

Pena
multa.
Caroline Argôlo
Comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo;

caso concreto.
Sujeito Ativo Qualquer pessoa.
Objeto Material O processo licitatório.
É o dolo, exigindo-se o elemento subjetivo específico (especial

Elemento Subjetivo finalidade no agir), consistente na pretensão de obter vantagem
para si ou para outrem.
Consuma-se com a realização de qualquer das condutas

Consumação descritas no caput, independentemente da produção de um
resultado posterior.
PATROCÍNIO DE CONTRATAÇÃO INDEVIDA
O tipo criminaliza a conduta daquele que patrocina interesse

privado perante a Administração, dando causa, a partir de tal
Patrocínio de comportamento, à instauração de procedimento licitatório
contratação indevida ou celebração de contrato administrativo que venha a ser,
(art. 337-G) futuramente, anulado pelo Poder Judiciário (ou seja, não inclui
processos que tenham sido anulados apenas no âmbito da
autotutela administrativa).
A pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três)

Pena
anos, e multa.

caso concreto.
Sujeito Ativo Agente público.
Caroline Argôlo
Objeto Material Indefinido.
Elemento Subjetivo É o dolo.
O crime se consuma com a realização da conduta descrita no

tipo penal. Entretanto, é importante salientar que o tipo penal
possui “condições de punibilidade”, de modo que somente
poderemos falar na possibilidade de se punir o agente se elas
Consumação
se encontrarem presentes. As condições de punibilidade são:
a) efetiva instauração da licitação ou celebração do contrato
administrativo; b) invalidação da licitação ou do contrato
administrativo pelo Poder Judiciário.
MODIFICAÇÃO OU PAGAMENTO IRREGULAR EM CONTRATO ADMINISTRATIVO
Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação

Modificação ou ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do
pagamento irregular contratado, durante a execução dos contratos celebrados com
em contrato a Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da
administrativo licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda,
(art. 337-H) pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade.
A pena prevista é a de reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito)

Pena
anos, e multa.

caso concreto.
Sujeito Ativo Agente público.
Objeto Material Contrato administrativo ou fatura.
O crime se consuma com a realização da conduta descrita

Consumação no tipo penal, independentemente de qualquer resultado
posterior.
Caroline Argôlo
PERTURBAÇÃO DE PROCESSO LICITATÓRIO
Perturbação de O art. 337-I tipifica como criminosa a conduta de “Impedir,

processo licitatório perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo
(art. 337-I) licitatório”.
A pena prevista é a de detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três)

Pena
anos, e multa.

caso concreto.
Objeto Material É o processo licitatório alvo da conduta.

posterior.
VIOLAÇÃO DE SIGILO EM LICITAÇÃO
O art. 337-J tipifica a conduta de “Devassar o sigilo de proposta

Violação de sigilo em
apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro
licitação (art. 337-J)
o ensejo de devassá-lo”.
A pena prevista é a de detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos,

Pena
e multa.

caso concreto.
Caroline Argôlo
Objeto Material Trata-se da proposta apresentada em processo licitatório.

posterior.
AFASTAMENTO DE LICITANTE
Determina o art. 337- K que é crime “Afastar ou tentar afastar

Afastamento de licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
licitante oferecimento de vantagem de qualquer tipo”, incorrendo na
(art. 337-K) mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de
vantagem oferecida.
A pena prevista é a de reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos,

Pena
e multa, além da pena correspondente à violência.

caso concreto.
Sujeito Passivo Estado, bem como a pessoa que for diretamente lesada.
Objeto Material A pessoa do licitante.
Caroline Argôlo
O crime se consuma quando o agente afasta ou tenta afastar

o licitante, por meio de violência (física, real), grave ameaça
(violência moral), fraude (enganar, ludibriar, levar a erro) ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo. Trata-se de
Consumação um crime de atentado ou de empreendimento, na medida
em que considera consumado o crime tanto na hipótese
de afastamento quanto na hipótese de mera tentativa de
afastamento. Ou seja, consumação e tentativa das condutas são
punidas da mesma forma.
FRAUDE EM LICITAÇÃO OU CONTRATO
Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou

contrato dela decorrente, mediante:
I – entrega de mercadoria ou prestação de serviços com
qualidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou
nos instrumentos contratuais;
II – fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria
Fraude em licitação
falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo
ou contrato
de validade vencido;
(art. 337-L)
III – entrega de uma mercadoria por outra;
IV – alteração da substância, qualidade ou quantidade da
mercadoria ou do serviço fornecido;
V – qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais
onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução
do contrato.
A pena prevista é a de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e

Pena
multa.
Comum; simples; doloso; de forma vinculada; comissivo;

Classificação instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente,
conforme o caso concreto.
É a licitação ou o contrato fraudados em prejuízo da

Objeto Material
administração pública.
Caroline Argôlo
O crime se consuma com a fraude à licitação, por meio das

Consumação condutas descritas nos incisos do tipo penal, trata-se de um
crime, portanto, cuja execução se dá de forma vinculada.
CONTRATAÇÃO INIDÔNEA
Contratação inidônea
Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo.
(art. 337-M)
A pena prevista é a de reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e

Pena
multa.
Figura equiparada Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado

§ 1º inidôneo.
A pena prevista é a de reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos,

Pena
e multa.
Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a

Figura equiparada
participar de licitação ou venha a contratar com a Administração
(§ 2º)
Pública.

Pena
multa.
Próprio; comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo;

Classificação instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente,
conforme o caso concreto.
Quanto ao sujeito ativo deste crime, temos que para as

condutas consignadas no caput e §1º, trata-se do agente público
responsável pela concretização da licitação ou pela celebração
do contrato, o qual deveria verificar os documentos de
habilitação apresentados e, uma vez constatada que a pretensa
Sujeito Ativo
licitante ou contratada estava considerada inidônea, deveria, de
imediato, providenciar a sua exclusão do certame, bem como
não concretizar a sua contratação. Já nas condutas previstas no
§ 2º, o sujeito ativo será o particular que participar da licitação ou
que venha a contratar com a Administração Pública.
Caroline Argôlo
Trata-se da empresa ou profissional inidôneos admitidos à

Objeto Material
licitação ou contratados.
O crime se consuma quando o agente afasta ou tenta afastar o

licitante, por meio de violência (física, real), grave ameaça (violência
moral), fraude (enganar, ludibriar, levar a erro) ou oferecimento de
vantagem de qualquer tipo. Trata-se de um crime de atentado ou
Consumação
de empreendimento, na medida em que considera consumado
o crime tanto na hipótese de afastamento quanto na hipótese de
mera tentativa de afastamento. Ou seja, consumação e tentativa
das condutas são punidas da mesma forma.
IMPEDIMENTO INDEVIDO
Conforme o art. 337-N, configura-se crime “obstar, impedir ou

Impedimento
dificultar injustamente a inscrição de qualquer interessado nos
indevido
registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a
(art. 337-N)
suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito”.

Pena
multa.

caso concreto.
Sujeito Ativo Agente público responsável pelos registros cadastrais.
Sujeito Passivo Estado, bem como a pessoa que for diretamente lesada.
Objeto Material Trata-se dos registros cadastrais.
O crime se consuma com a prática das condutas,

Consumação independentemente da efetiva produção de resultado
naturalístico posterior.
Caroline Argôlo
OMISSÃO GRAVE DE DADO OU DE INFORMAÇÃO POR PROJETISTA
Omissão grave O tipo criminaliza a conduta de omitir, modificar ou entregar

de dado ou de à Administração Pública levantamento cadastral ou condição
informação por de contorno em relevante dissonância com a realidade, em
projetista frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento
(art. 337-O) da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração.
A pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três)

Pena
anos, e multa.

caso concreto.
Projetista responsável pelo levantamento cadastral ou condição

Sujeito Ativo
de contorno.
Objeto Material Levantamento cadastral ou condição de contorno.
O crime se consuma com a prática das condutas,

Consumação independentemente da efetiva produção de resultado
naturalístico posterior.
DA MULTA
A particularidade para os crimes relacionados a licitações e

contratos, percebam, é a regra de acordo com a qual o valor
final estabelecido na pena de multa não poderá ser inferior a
2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado
Da multa
com contratação direta. Com isto, uma vez alcançado o valor
(art. 337-P)
definitivo da pena de multa, após a valoração dos critérios
mencionados, se tal valor estiver aquém do montante de 2%
previsto, caberá ao juiz fazer uma adequação da pena de multa,
para que, assim, alcance este limite mínimo.
Caroline Argôlo
MAPAS MENTAIS
Contratação direta ilegal (art. 337-E)
Frustração do caráter competitivo da licitação (art. 337-F)
Patrocínio de contratação indevida (art. 337-G)
Modificação ou pagamento irregular em contrato

administrativo (art. 337-H)
Perturbação de processo licitatório (art. 337-I)
CRIMES EM Violação de sigilo em licitação (art. 337-J)

LICITAÇÕES E
Afastamento de licitante (art. 337-K)
CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
Fraude em licitação ou contrato (art. 337-L)
Contratação inidônea (art. 337-M)
Impedimento indevido (art. 337-N)
Omissão grave de dado ou de informação por

projetista (art. 337-O)
Da multa art. 337-P)
Caroline Argôlo
Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação

direta fora das hipóteses previstas em lei.
A pena prevista é a de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa.
Próprio; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;

unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso concreto.
Sujeito ativo: o agente público que possui atribuições para a contratação direta.
Sujeito passivo: Estado.

Contratação
direta ilegal
Objeto jurídico: administração pública.
(art. 337-E)
Objeto material: a contratação direta realizada.
Elemento subjetivo: dolo.
O crime em análise se consuma com a realização de qualquer das condutas

descritas no caput, independentemente da produção de um resultado posterior.
Admite-se a tentativa.
Ação penal pública incondicionada.
Caroline Argôlo
Determina o art. 337- K que é crime “afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo”, incorrendo na mesma pena quem se
abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida.
A pena prevista é a de reclusão, de 3 anos a 5 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou

plurissubsistente, conforme o caso concreto.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Estado, bem como a pessoa que for diretamente lesada.
Afastamento
de licitante Objeto jurídico: administração pública.
(art. 337-K)
Objeto material: a pessoa do licitante.
O crime se consuma quando o agente afasta ou tenta afastar o licitante, por meio de violência (física, real),
grave ameaça (violência moral), fraude (enganar, ludibriar, levar a erro) ou oferecimento de vantagem de
qualquer tipo. Trata-se de um crime de atentado ou de empreendimento, na medida em que considera
consumado o crime tanto na hipótese de afastamento quanto na hipótese de mera tentativa de afastamento.
Ou seja, consumação e tentativa das condutas são punidas da mesma forma.
Figura equiparada 1: celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo.

Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo.
Contratação Figura equiparada 2: incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo,
venha a participar de licitação ou venha a contratar com a administração pública.
inidônea (art. A pena prevista é a de reclusão, de 1
a 3 anos, e multa. A pena prevista é a de reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
337-M)
Próprio; comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso concreto.
Quanto ao sujeito ativo deste crime, temos que para as condutas consignadas no caput e §1º, trata-se do agente público responsável pela concretização da
licitação ou pela celebração do contrato, o qual deveria verificar os documentos de habilitação apresentados e, uma vez constatada que a pretensa licitante ou
contratada estava considerada inidônea, deveria, de imediato, providenciar a sua exclusão do certame, bem como não concretizar a sua contratação. Já nas
condutas previstas no § 2º, o sujeito ativo será o particular que participar da licitação ou que venha a contratar com a administração pública.
Objeto material: trata-se da empresa ou profissional inidôneos admitidos à licitação ou contratados.
O crime se consuma quando o agente afasta ou tenta afastar o licitante, por meio de violência (física, real), grave ameaça (violência moral), fraude (enganar, ludibriar, levar a erro)
ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo. Trata-se de um crime de atentado ou de empreendimento, na medida em que considera consumado o crime tanto na hipótese
de afastamento quanto na hipótese de mera tentativa de afastamento. Ou seja, consumação e tentativa das condutas são punidas da mesma forma.
Fraudar, em prejuízo da administração pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante:
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido;
III - entrega de uma mercadoria por outra;
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido;
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a administração pública a proposta ou a execução do contrato.
A pena prevista é a de reclusão de 4 a 8 anos, e multa.
Comum; simples; doloso; de forma vinculada; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso concreto.
Fraude em
licitação ou Sujeito passivo: Estado.
contrato
(art. 337-L)
Objeto material: é a licitação ou o contrato fraudados em prejuízo da administração pública.
O crime se consuma com a fraude à licitação, por meio das condutas descritas nos incisos do
tipo penal, trata-se de um crime, portanto, cuja execução se dá de forma vinculada.
Caroline Argôlo
O art. 337-J tipifica a conduta de “devassar o sigilo de proposta apresentada em

processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo”.
A pena prevista é a de detenção, de 2 a 3 anos, e multa.
Comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;

Violação de Sujeito passivo: Estado.

sigilo em
licitação Objeto jurídico: administração pública.
(art. 337-J)
Objeto material: proposta apresentada em processo licitatório.
O crime se consuma com a realização da conduta descrita no tipo penal,

independentemente de qualquer resultado posterior.
Caroline Argôlo
O art. 337-I tipifica como criminosa a conduta de “impedir, perturbar ou

fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório”.
A pena prevista é a de detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
Comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;

Perturbação Sujeito passivo: Estado.
de processo
licitatório Objeto jurídico: administração pública.
(art. 337-I)
Objeto material: é o processo licitatório alvo da conduta.
O crime se consuma com a realização da conduta descrita no tipo penal,

independentemente de qualquer resultado posterior.
O tipo criminaliza a conduta daquele que patrocina interesse privado perante a administração, dando causa, a partir de tal comportamento,
à instauração de procedimento licitatório ou celebração de contrato administrativo que venha a ser, futuramente, anulado pelo Poder
Judiciário (ou seja, não inclui processos que tenham sido anulados apenas no âmbito da autotutela administrativa).
A pena prevista é a de reclusão, de 6 meses a 3 anos, e multa.

Patrocínio de
contratação indevida
(art. 337-G) Objeto material: indefinido.
O crime se consuma com a realização da conduta descrita no tipo penal. Entretanto, é importante salientar que o tipo penal possui
“condições de punibilidade”, de modo que somente poderemos falar na possibilidade de se punir o agente se elas se encontrarem
presentes. As condições de punibilidade são: a) efetiva instauração da licitação ou celebração do contrato administrativo; b) invalidação
da licitação ou do contrato administrativo pelo Poder Judiciário.
O tipo criminaliza a conduta de omitir, modificar ou entregar à administração pública levantamento cadastral ou
condição de contorno em relevante dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação
ou em detrimento da seleção da proposta mais vantajosa para a administração.
A pena prevista é a de reclusão, de 6 meses a 3 anos, e multa.

Sujeito ativo: projetista responsável pelo levantamento cadastral ou condição de contorno.
Omissão grave de dado Sujeito passivo: Estado.
ou de informação por
projetista (art. 337-O)
Objeto material: levantamento cadastral ou condição de contorno.
O crime se consuma com a prática das condutas, independentemente da

efetiva produção de resultado naturalístico posterior.
Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado,
durante a execução dos contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos
respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade.
Próprio; simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso
concreto.
Sujeito ativo: agente público.
Modificação ou
pagamento irregular em
contrato administrativo Objeto jurídico: administração pública.
(art. 337-H)
Objeto material: contrato administrativo ou fatura.
O crime se consuma com a realização da conduta descrita no tipo penal, independentemente de qualquer resultado posterior.
Caroline Argôlo
O tipo define como criminosa a conduta de frustrar

ou fraudar o caráter competitivo do processo
licitatório, característica que lhe é elementar.
A pena prevista é a de reclusão, de 4 a 8 anos, e

multa.
Comum; simples; doloso; de forma livre; comissivo;

instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou
plurissubsistente, conforme o caso concreto.

Frustração do caráter
competitivo da
licitação (art. 337-F)
Objeto material: o processo licitatório.
Elemento subjetivo: é o dolo, exigindo-se o elemento subjetivo

específico (especial finalidade no agir), consistente na pretensão
de obter vantagem para si ou para outrem.
Consuma-se com a realização de qualquer das

condutas descritas no caput, independentemente da
produção de um resultado posterior.
Caroline Argôlo
Conforme o art. 337-N, configura-se crime “obstar, impedir ou dificultar injustamente a

inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente
a alteração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito”.

Agente público responsável pelos registros cadastrais.
Impedimento Sujeito passivo: Estado, bem como a pessoa diretamente lesada.

indevido
(art. 337-N) Objeto jurídico: administração pública.
Objeto material: o registro cadastral.
O crime se consuma com a prática das condutas, independentemente da efetiva

produção de resultado naturalístico posterior.
Caroline Argôlo
EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2021) Acerca do Título XI do Código Penal brasileiro, que trata sobre os crimes
contra a Administração Pública, mais especificamente em relação ao Capítulo II-B, que versa
sobre Crimes em Licitações e Contratos Administrativos, julgue o item a seguir.
O art. 337-E do Código Penal prevê o crime de contratação direta ilegal, que consiste em ad-
mitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei. A pena
prevista é de detenção, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além de multa, classificando-se como
infração de menor potencial ofensivo, sendo possível a realização de transação penal.
O art. 337-F do Código Penal prevê o crime de Frustração do caráter competitivo da licitação.
O tipo define como conduta criminosa frustrar ou fraudar o caráter competitivo do processo
licitatório, característica que lhe é elementar. Sobre a classificação, trata-se de crime é próprio;
simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plu-
rissubsistente, conforme o caso concreto.
É condição de punibilidade do crime previsto no art. 337-G do Código Penal, Patrocínio de con-
tratação indevida, efetiva instauração da licitação ou celebração do contrato administrativo.
O crime de Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, inserto no art.
337-H do Código Penal, tipifica a admissão, viabilização ou a promoção de qualquer modifica-
ção ou vantagem no contrato, em favor do contratado, sem que haja previsão legislativa, sem
encaixe, portanto, nas regras estabelecidas nos artigos 124 a 136 da lei de licitações, cujas
premissas seguem replicadas nos respectivos editais e instrumentos contratuais.
O crime de perturbação de processo licitatório, inserto no art. 337-I do Código Penal, tipifica
como criminosa a conduta de impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
processo licitatório e tem como objeto material a Administração Pública.
Caroline Argôlo
O art. 337-I do Código Penal tipifica como criminosa a conduta, dolosa ou culposa, de impedir,
perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório.
O art. 337-J, crime de violação de sigilo em licitação, tipifica a conduta de devassar o sigilo de
proposta apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
-lo e deve ser processado mediante ação penal de iniciativa privada.
No que diz respeito ao objeto do contrato de obras e serviços, o art. 140 da nova lei de lici-
tações estabelece que ele será provisoriamente recebido pelo responsável por seu acompa-
nhamento e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das
exigências de caráter técnico; e definitivamente recebido por servidor ou comissão designada
pela autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das exi-
gências contratuais.
Em se tratando de compras, o mesmo artigo estabelece que serão provisoriamente recebidas,
de forma sumária, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, com verifica-
ção posterior da conformidade do material com as exigências contratuais; e definitivamente
Sem prejuízo de outras importantes consignações, o artigo 337-L do código penal determina
que o objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte, quando estiver em desa-
cordo com o contrato, pois restará caracterizado o crime de fraude em licitação ou contrato.
A ação penal do aludido crime é pública incondicionada e cabe a realização de acordo de não
persecução penal – ANPP.
O crime previsto no art. 337-M tipifica a conduta daquele que permite a contração de empresa
ou profissional inidôneo, bem como a conduta desta empresa ou profissional inidôneo que,
não obstante a sanção que suporta, participa de licitação ou contrata com a Administração.
Pode-se dizer, portanto, que se trata de crime próprio e comum.
Caroline Argôlo
Conforme o art. 337-N, configura-se crime “obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscri-
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração,
a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito”.
Ademais, a pena prevista é a de reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.
Para a consumação do crime previsto no art. 337-O do Código Penal, Omissão grave de dado
ou de informação por projetista, é necessária a identificação de efetivo prejuízo.
Conforme o art. 337-P, a pena de multa cominada aos crimes tratados no Capítulo II-B do
Código Penal não poderá ser inferior a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com contratação direta. Trata-se de particularidade para os crimes relacionados a
licitações e contratos. Uma vez alcançado o valor definitivo da pena de multa, se tal valor esti-
ver aquém do montante de 5% do valor total do contrato, caberá ao juiz fazer uma adequação
da pena de multa, para que, assim, alcance este limite mínimo.
O crime de Frustração do caráter competitivo da licitação, previsto no art. 337-F do CP, tem
como elemento subjetivo o dolo, exigindo-se o elemento subjetivo específico consistente na
pretensão de obter vantagem de caráter patrimonial para si ou para outrem.
O crime de Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, previsto no art.
337-H do CP, tipifica a admissão, viabilização ou a promoção de qualquer modificação ou van-
tagem no contrato, em favor do contratado, sem que haja previsão legislativa. O aludido tipo
penal também pune a conduta de pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade. Ainda, a legislação também veda, em qualquer hipótese, o pagamento antecipa-
do, seja parcial ou total, relativo às parcelas contratuais. Por fim, registre-se, ainda, que o crime
possui pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Caroline Argôlo
015. (INÉDITA/2021) Acerca do título XI do Código Penal Brasileiro, que trata sobre os crimes
O crime de Frustração do caráter competitivo da licitação possui pena prevista de reclusão, de
4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
016. (INÉDITA/2021) Acerca do título XI do código penal brasileiro, que trata sobre os crimes
contra a administração pública, mais especificamente em relação ao Capítulo II-B, que versa
O tipo previsto no art. 337-G do Código Penal criminaliza a conduta daquele que patrocina
interesse privado perante a administração, dando causa, a partir de tal comportamento, à ins-
futuramente, anulado pelo poder judiciário. A pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses
a 3 (três) anos, e multa.
Não cabe a realização de acordo de não persecução penal – ANPP no crime de Impedimento
indevido, previsto no art. 337-N do Código Penal.
Cabe a concessão de suspensão condicional do processo (sursis processual) no crime previs-
to no art. 337-O do Código Penal, Omissão grave de dado ou de informação por projetista.
Constitui crime a conduta de devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitató-
rio ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo.
Constitui crime a conduta de fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou con-
trato dela decorrente, mediante alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercado-
ria ou do serviço fornecido.
Caroline Argôlo
Conforme o art. 337-O, que prevê o crime de omitir, modificar ou entregar à Administração
Pública levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com a re-
alidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da seleção da
proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em contratação para a elaboração de
projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimen-
to de manifestação de interesse, consideram-se condição de contorno as informações e os
levantamentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos respec-
tivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de demanda, condições
ambientais e demais elementos ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou
obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos.
Caroline Argôlo
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. C
5. E
6. E
7. E
8. E
9. C
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. E
18. C
19. C
20. C
21. C
Caroline Argôlo
GABARITO COMENTADO
O art. 337-E do Código Penal prevê o crime de contratação direta ilegal, que consiste em ad-
mitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei. A pena
prevista é de detenção, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além de multa, classificando-se como
infração de menor potencial ofensivo, sendo possível a realização de transação penal.
Conforme vimos, o artigo 337-E do Código Penal tem a seguinte redação: “Admitir, possibilitar
ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei”.
No entanto, o crime possui pena prevista de reclusão (e não detenção, como diz a assertiva),
de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Vimos, ainda, que pela pena em abstrato:
a) não se trata de infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, não cabe a transação
penal;
b) a pena mínima supera um ano, e, portanto, não cabe a suspensão condicional do processo
(sursis processual);
c) A pena mínima não é inferior a quatro anos, e, portanto, não cabe o acordo de não persecu-
ção penal (ANPP).
Errado.
O art. 337-F do Código Penal prevê o crime de Frustração do caráter competitivo da licitação.
O tipo define como conduta criminosa frustrar ou fraudar o caráter competitivo do processo
licitatório, característica que lhe é elementar. Sobre a classificação, trata-se de crime é próprio;
simples; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente ou plu-
rissubsistente, conforme o caso concreto.
O equívoco da questão está em classificar o crime do art. 337-F como próprio. Conforme vimos,
trata-se de crime comum, pois ele pode ser cometido por qualquer pessoa, uma vez que a con-
duta pode ser praticada pelo licitante, pelo funcionário público que pretenda outorgar o objeto do
contrato a algum licitante, ou mesmo a alguém que não participa diretamente do procedimento
licitatório, mas nele pretende intervir, com o intuito de conferir vantagem para si ou para outrem.
Errado.
Caroline Argôlo
É condição de punibilidade do crime previsto no art. 337-G do Código Penal, Patrocínio de con-
tratação indevida, efetiva instauração da licitação ou celebração do contrato administrativo.
Conforme vimos, o referido crime se consuma com a realização da conduta descrita no tipo
penal. Entretanto, vimos também que ele possui “condições de punibilidade”, de modo que
somente poderemos falar na possibilidade de se punir o agente se elas se encontrarem pre-
sentes. As condições de punibilidade são:
a) efetiva instauração da licitação ou celebração do contrato administrativo;
b) invalidação da licitação ou do contrato administrativo pelo Poder Judiciário.
Recorde-se, ainda, que a tentativa é admitida.
Certo.
O crime de Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, inserto no art.
337-H do Código Penal, tipifica a admissão, viabilização ou a promoção de qualquer modifica-
ção ou vantagem no contrato, em favor do contratado, sem que haja previsão legislativa, sem
encaixe, portanto, nas regras estabelecidas nos artigos 124 a 136 da lei de licitações, cujas
premissas seguem replicadas nos respectivos editais e instrumentos contratuais.
Conforme vimos, o que art. 337-H tipifica é a admissão, viabilização ou a promoção de qualquer
modificação ou vantagem no contrato, em favor do contratado, sem que haja previsão legislati-
va, sem encaixe, portanto, nas regras estabelecidas nos artigos 124 a 136 da Lei de Licitações,
cujas premissas seguem replicadas nos respectivos editais e instrumentos contratuais.
O aludido tipo penal também pune a conduta de pagar fatura com preterição da ordem crono-
lógica de sua exigibilidade, restando consonante com o artigo 141 da nova Lei de Licitações.
De mais a mais, a legislação também veda o pagamento antecipado, seja parcial ou total, relati-
vo às parcelas contratuais, excepcionando a referida vedação aos casos em que a antecipação
propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição indispensável para a ob-
tenção do bem ou para a prestação do serviço, hipótese que deverá ser previamente justificada
no processo licitatório e expressamente prevista no edital de licitação ou contrato, conforme
se depreende da leitura do art. 145 da Lei licitatória.
Certo.
Caroline Argôlo
O crime de perturbação de processo licitatório, inserto no art. 337-I do Código Penal, tipifica
como criminosa a conduta de impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
processo licitatório e tem como objeto material a Administração Pública.
Conforme vimos, o objeto jurídico do crime previsto no art. 337-I do Código Penal é a Adminis-
tração Pública, ao passo que o objeto material é o processo licitatório alvo da conduta.
Errado.
O art. 337-I do Código Penal tipifica como criminosa a conduta, dolosa ou culposa, de impedir,
perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório.
Conforme vimos, o elemento subjetivo do tipo previsto no art. 337-I do Código Penal é o dolo,
sendo exigido o elemento subjetivo específico, consistente em dar causa à instauração de lici-
tação ou à celebração de contrato. Não há previsão para a modalidade culposa.
Errado.
O art. 337-J, crime de violação de sigilo em licitação, tipifica a conduta de devassar o sigilo de
proposta apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
-lo e deve ser processado mediante ação penal de iniciativa privada.
Conforme vimos, o referido crime se processa mediante ação penal pública incondicionada.
Recorde-se que, quanto à ação penal, os crimes podem ser de ação penal pública ou de ação
penal privada: a) Crime de ação penal pública: é aquele em que o interesse público na persecu-
ção criminal é mais acentuado. O titular é o Ministério Público (art. 121, I, CF). Pode ser crime
de ação penal pública incondicionada ou condicionada à representação do ofendido ou à requi-
sição do Ministro da Justiça; b) Crime de ação penal privada: é aquele em que o interesse na
persecução é mais privado. O titular é o ofendido. Muito embora seja absolutamente comum o
emprego da expressão ação penal privada, é importante mencionar que privada não é a ação
penal, e sim a sua iniciativa. Por esta razão, mais adequada seria a utilização da expressão
“ação penal de iniciativa privada”.
Caroline Argôlo
A regra geral do nosso ordenamento jurídico é o crime de ação penal pública incondicionada.
Assim, só haverá crime de ação penal pública condicionada ou ação penal privada quando a
lei dispuser expressamente.
Errado.
No que diz respeito ao objeto do contrato de obras e serviços, o art. 140 da nova lei de licitações
estabelece que ele será provisoriamente recebido pelo responsável por seu acompanhamento
e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das exigências de
caráter técnico; e definitivamente recebido por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das exigências contratuais.
Em se tratando de compras, o mesmo artigo estabelece que serão provisoriamente recebidas,
de forma sumária, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, com verifica-
ção posterior da conformidade do material com as exigências contratuais; e definitivamente
Sem prejuízo de outras importantes consignações, o artigo 337-L do código penal determina
que o objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte, quando estiver em desa-
cordo com o contrato, pois restará caracterizado o crime de fraude em licitação ou contrato.
A ação penal do aludido crime é pública incondicionada e cabe a realização de acordo de não
persecução penal – ANPP.
Conforme vimos, a pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Assim, pela
a) não se trata de infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, não cabe a transação penal;
c) a pena mínima não é inferior a quatro ano, e, portanto, não cabe o acordo de não persecução
penal (ANPP). Portanto, este é o equívoco da assertiva.
Errado.
O crime previsto no art. 337-M tipifica a conduta daquele que permite a contração de empresa
ou profissional inidôneo, bem como a conduta desta empresa ou profissional inidôneo que,
não obstante a sanção que suporta, participa de licitação ou contrata com a Administração.
Pode-se dizer, portanto, que se trata de crime próprio e comum.
Caroline Argôlo
Conforme vimos, quanto ao sujeito ativo do crime previsto no art. 337-M do Código Penal,
temos que para as condutas consignadas no caput e §1º, trata-se do agente público respon-
sável pela concretização da licitação ou pela celebração do contrato, o qual deveria verificar
os documentos de habilitação apresentados e, uma vez constatada que a pretensa licitante ou
contratada estava considerada inidônea, deveria, de imediato, providenciar a sua exclusão do
certame, bem como não concretizar a sua contratação (crime próprio).
Já nas condutas previstas no § 2º, o sujeito ativo será o particular que participar da licitação
ou que venha a contratar com a Administração Pública (crime comum).
Certo.
Conforme o art. 337-N, configura-se crime obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição
de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a
suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito”.
Ademais, a pena prevista é a de reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.
Conforme vimos, a pena prevista para o crime inserto no art. 337-N do Código Penal é a de
reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Assim sendo, pela pena em abstrato,
percebemos que:
b) a pena mínima não supera um ano, e, portanto, cabe a suspensão condicional do processo
c ) a pena mínima é inferior a quatro ano, e, portanto, cabe o acordo de não persecução penal (ANPP).
Errado.
Para a consumação do crime previsto no art. 337-O do Código Penal, Omissão grave de dado
ou de informação por projetista, é necessária a identificação de efetivo prejuízo.
Conforme vimos, o referido crime se consuma com a prática das condutas descritas no tipo,
independentemente da efetiva produção de resultado naturalístico posterior.
Errado.
Caroline Argôlo
Conforme o art. 337-P, a pena de multa cominada aos crimes tratados no Capítulo II-B do
Código Penal não poderá ser inferior a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com contratação direta. Trata-se de particularidade para os crimes relacionados a
licitações e contratos. Uma vez alcançado o valor definitivo da pena de multa, se tal valor esti-
ver aquém do montante de 5% do valor total do contrato, caberá ao juiz fazer uma adequação
da pena de multa, para que, assim, alcance este limite mínimo.
Conforme art. 337-P do Código Penal,
A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo
prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado
ou celebrado com contratação direta.
Errado.
O crime de Frustração do caráter competitivo da licitação, previsto no art. 337-F do CP, tem
como elemento subjetivo o dolo, exigindo-se o elemento subjetivo específico consistente na
pretensão de obter vantagem de caráter patrimonial para si ou para outrem.
Conforme vimos, o crime previsto no art. 337-F do CP tem como elemento subjetivo o dolo,
exigindo-se o elemento subjetivo específico consistente na pretensão de obter vantagem para
si ou para outrem. Todavia, vimos que a referida vantagem não é, necessariamente, de caráter
patrimonial, mas deve ser decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Atentem-se, ainda,
que não há previsão para este crime na modalidade culposa.
Errado.
O crime de Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, previsto no art.
337-H do CP, tipifica a admissão, viabilização ou a promoção de qualquer modificação ou van-
tagem no contrato, em favor do contratado, sem que haja previsão legislativa. O aludido tipo
penal também pune a conduta de pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
Caroline Argôlo
exigibilidade. Ainda, a legislação também veda, em qualquer hipótese, o pagamento antecipa-

do, seja parcial ou total, relativo às parcelas contratuais. Por fim, registre-se, ainda, que o crime
possui pena prevista de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
O equívoco da assertiva está em dizer que o tipo veda, em qualquer hipótese, o pagamento an-
tecipado, seja parcial ou total, relativo às parcelas contratuais, uma vez que, conforme vimos,
a legislação excepciona a referida vedação aos casos em que a antecipação propiciar sensível
economia de recursos ou se representar condição indispensável para a obtenção do bem ou
para a prestação do serviço, hipótese que deverá ser previamente justificada no processo lici-
tatório e expressamente prevista no edital de licitação ou contrato.
Errado.
015. (INÉDITA/2021) Acerca do título XI do Código Penal Brasileiro, que trata sobre os crimes
O crime de Frustração do caráter competitivo da licitação possui pena prevista de reclusão, de
4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Conforme art. 337-F do CP:
Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudica-
ção do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo licitatório:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
Ainda, conforme vimos, pela pena em abstrato, percebemos que:

a ) não se trata de infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, não cabe a transação penal;
c) a pena mínima não é inferior a quatro anos, não cabendo, portanto, o acordo de não perse-
Certo.
O tipo previsto no art. 337-G do Código Penal criminaliza a conduta daquele que patrocina
interesse privado perante a administração, dando causa, a partir de tal comportamento, à ins-
futuramente, anulado pelo poder judiciário. A pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses
a 3 (três) anos, e multa.
Caroline Argôlo
Conforme art. 337-G do CP:
Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, dando causa
à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo
poder judiciário:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
Certo.
Não cabe a realização de acordo de não persecução penal – ANPP no crime de Impedimento
indevido, previsto no art. 337-N do Código Penal.
Conforme vimos, de acordo com o art. 337-N, configura-se crime “obstar, impedir ou dificultar
injustamente a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevi-
damente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito”. A pena prevista é
a de reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Assim sendo, pela pena em abstrato,
percebemos que:
c) a pena mínima é inferior a quatro ano, e, portanto, cabe o acordo de não persecução penal
(ANPP).
Errado.
Cabe a concessão de suspensão condicional do processo (sursis processual) no crime pre-
visto no art. 337-O do Código Penal, Omissão grave de dado ou de informação por projetista.
Conforme vimos, o referido tipo criminaliza a conduta de omitir, modificar ou entregar à Ad-
ministração Pública levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonân-
cia com a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração. Ademais, considera “condição de
Caroline Argôlo
contorno” as informações e os levantamentos necessários para a definição de projeto e dos

respectivos preços dos licitantes. Por fim, estabelece que deverá ser aplicada em dobro a pena
consignada no caput, caso haja o fim específico de obter benefício, seja ele direto ou indireto,
próprio ou de outrem.
A pena prevista é a de reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Portanto, pela pena
em abstrato, percebemos que:
a) não é infração de menor potencial ofensivo, e, portanto, não cabe a transação penal;
c) a pena mínima é inferior a quatro ano, e, portanto, cabe o acordo de não persecução penal
(ANPP).
Certo.
Constitui crime a conduta de devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitató-
rio ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo.
Conforme art. 337-J do CP: “Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório
ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três)
anos, e multa.
Certo.
Constitui crime a conduta de fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou con-
trato dela decorrente, mediante alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercado-
ria ou do serviço fornecido.
Conforme art. 337-L do CP:
Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante:

I – entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade diversas das
previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
II – fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível
para consumo ou com prazo de validade vencido;
Caroline Argôlo
III – entrega de uma mercadoria por outra;
IV – alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido;
V – qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a Administração Pública a
proposta ou a execução do contrato:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
Certo.
Conforme o art. 337-O, que prevê o crime de omitir, modificar ou entregar à Administração
Pública levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com a re-
alidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da seleção da
proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em contratação para a elaboração de
projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimen-
to de manifestação de interesse, consideram-se condição de contorno as informações e os
levantamentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos respec-
tivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de demanda, condições
ambientais e demais elementos ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou
obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos.
Conforme vimos, de acordo com a exata descrição do art. 337-O, § 1º do Código Penal.
Certo.
Caroline Argôlo
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Fábio Roque. Direito Penal Didático – Parte Geral. 4ª ed. Salvador: Editora JusPODI-
VM, 2021.
ARAÚJO, Fábio Roque. ARGOLO, Caroline da Silva. Direito Penal Parte Especial. Resumo para
concursos. Salvador: JusPODIVM, 2021.
BRASIL. Código de Processo Penal brasileiro. Texto publicado em 03 de outubro de 1941, com
alterações adotadas até a Lei n. 13.964 de 24 de dezembro de 2019. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso em 08 de outubro de 2021.
SARAI, Leandro. Tratado da Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos: Lei 14.133/21
Comentada por Advogados Públicos. Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.
Caroline Argôlo
Advogada. Parecerista. Professora. Autora. Mestra em Ciências Criminológico-Forenses. Especialista
em Direito Penal. Especialista em Direito do Estado. Especialista em Compliance e Direito Anticorrupção.
Mestranda em Políticas Públicas e Cidadania.

Crimes Licitatórios

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LEGISLAÇÃO

4.6. Elemento Subjetivo. . ............................................................................................................... 11

7.8. Ação Penal. . ...............................................................................................................................16

2. Contratação Direta Ilegal (Art. 337-E)

2.2. Sujeito Ativo

2.3. Sujeito Passivo

2.4. Objeto Jurídico

2.5. Objeto Material1

2.6. Elemento Subjetivo2

2.7. Consumação e Tentativa

2.8. Ação Penal3

3. Frustração do Caráter Competitivo da Licitação (Art. 337-F)

3.2. Sujeito Ativo

3.3. Sujeito Passivo

3.4. Objeto Jurídico

3.5. Objeto Material

3.6. Elemento Subjetivo

3.7. Consumação e Tentativa

3.8. Ação Penal

4. Patrocínio de Contratação Indevida (Art. 337-G)

4.2. Sujeito Ativo

4.3. Sujeito Passivo

4.4. Objeto Jurídico

4.5. Objeto Material

4.6. Elemento Subjetivo

4.7. Consumação e Tentativa

4.8. Ação Penal

5. Modificação ou Pagamento Irregular em Contrato Administrativo

O que art. 337-H do Código Penal tipifica é a admissão, viabilização ou a promoção de

5.2. Sujeito Ativo

5.3. Sujeito Passivo

5.4. Objeto Jurídico

5.5. Objeto Material

5.6. Elemento Subjetivo

5.7. Consumação e Tentativa

5.8. Ação Penal

6. Perturbação de Processo Licitatório (Art. 337-I)

6.2. Sujeito Ativo

6.3. Sujeito Passivo

6.4. Objeto Jurídico

6.5. Objeto Material

6.6. Elemento Subjetivo

6.7. Consumação e Tentativa

6.8. Ação Penal

7. Violação de Sigilo em Licitação (Art. 337-J)

7.2. Sujeito Ativo

7.3. Sujeito Passivo

7.4. Objeto Jurídico

7.5. Objeto Material

7.6. Elemento Subjetivo

7.7. Consumação e Tentativa

7.8. Ação Penal

8. Afastamento de Licitante (Art. 337-K)

8.2. Sujeito Ativo

8.3. Sujeito Passivo

8.4. Objeto Jurídico

8.5. Objeto Material

8.6. Elemento Subjetivo

8.7. Consumação e Tentativa

8.8. Ação Penal

9. Fraude em Licitação ou Contrato (Art. 337-L)

9.2. Sujeito Ativo

9.3. Sujeito Passivo