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Sumário
1 Introdução ....................................................................................................................... 13
2.1.3 Fundamentos.................................................................................................................. 21
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Curso Preparatório 1ª Fase VFK Educação
Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
4 Lei Penal........................................................................................................................... 41
4.11.7 Ao quadrado................................................................................................................. 54
5.1.1 Material........................................................................................................................... 63
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
6 Concurso de Pessoas......................................................................................................168
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
7.4 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NOS CRIMES ACESSÓRIOS, NOS CRIMES COMPLEXOS E NOS CRIMES
CONEXOS 185
7.4.1 Crime acessório (também chamado de crime de fusão ou de crime parisitário): 185
7.5.4 A morte do agente é uma causa personalíssima de extinção da punibilidade ..... 188
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11.6 TEORIA DOS TESTÍCULOS DESPEDAÇADOS: “BREAKING BALLS THEORY” ...................................... 244
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12.6.9 Pena base no mínimo legal e regime mais gravoso .............................................. 257
13 Reincidência ...............................................................................................................258
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
1 Introdução
1.1 Conceito de Direito Penal
Conjunto de Normas (regras e princípios) destinados a combater o crime e a
a imposição de uma sanção penal (gênero que tem como espécies a pena e a medida
de segurança).
pública), ou, então, como sujeito passivo mediato, por ser responsável pela paz pública,
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
ordem social e segurança pública. Na ação privada o que se delega é o jus persequendi
(ação penal), não o direito de punir. É ramo do direito público porque é composto de
normas indisponíveis, e impostas com obrigatoriedade a todas as pessoas.
art. 22, inciso I, estabelece que compete à União legislar sobre Direito Penal.
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
valorativa e finalista”.
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c) Função Garantia: criação de Franz Von Liszt, quando diz “o Código Penal
é a magna carta do delinquente”. Antes de punir as pessoas, o Direito
Penal serve para protegê-las do arbítrio do Estado.
(enciclopédia das ciências penais), composta pela dogmática penal, pela política
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Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983,
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública
ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799,
de 1980)
b) Local: aquele produzido pelos estados, como autoriza o art. 22, p. único,
da CF/88;
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c) Material: substantivo;
legislar em matéria de Direito Penal, como regra, entretanto, o art. 22, p. único, da
– imediatas; II – mediatas.
A Lei, pois é o único veículo capaz de criar crimes e cominar penas (princípio
da reserva legal), de acordo com o art. 1º, do Código Penal, bem como art. 5º, inciso
XXXIX da CF/88:
Anterioridade da Lei:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
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a) a CF/88;
iii) Integrativo [praeter legem], que são aqueles que suprem a lacuna
de alguma Lei:
1.10.1 Introdução
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por meio de normas expressas. Existem princípios, por outro lado, que não foram
Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
2.1.3 Fundamentos
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Para criar crimes e cominar penas, jamais pode se utilizar medidas provisórias,
b) Não, medidas provisórias não podem ser utilizadas no Direito Penal, seja
para prejudicar o réu, seja para favorecê-lo.
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de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional
sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio
sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco
dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,
subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional,
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de
medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua
publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem
apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia
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princípio da legalidade está encartado no inciso II (II - ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;), do art. 5º, da CF/88,
no mesmo dispositivo.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Pelo princípio da legalidade basta uma lei em sentido amplo (todo e qualquer
comando estatal), ao passo que no princípio da reserva legal reclama-se uma lei em
sentido estrito (em sentido formal e material).
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Por esse princípio, a lei penal deve ser anterior ao fato que se pretende punir,
cujo efeito automático é a impossibilidade de que a lei penal retroaja, salvo para
favorecer o réu, de acordo com o inciso XL, do art. 5º.
Com relação ao fato praticado durante a vacância (lei publicada que ainda não
entrou em vigor) da Lei, há crime? Não há crime quando o fato é praticado durante o
período de vacância da Lei. Tecnicamente falando, não basta que a Lei exista para se
prejudica somente quem a praticou. Para se falar em crime é necessário que a conduta
transcenda (ultrapasse) a conduta do agente.
Stuart Mill: “Nenhuma lei criminal deve ser usada para obrigar as pessoas a
atuar em seu próprio benefício; o único propósito para o qual o poder público pode
exercitar-se com direito sobre qualquer membro da comunidade civilizada, contra sua
própria vontade, é para prevenir danos a outros. Seu próprio bem, seja físico ou moral,
não é uma razão suficiente”.
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tutelado pelo Direito Penal? Não, nem todo bem jurídico é abrangido pelo Direito
Penal, apenas os mais relevantes, merecedores de tutela.
2.6.1 Denominação
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excesso (não se pode punir mais do que o necessário para a proteção do bem jurídico).
garantismo positivo. O garantismo não pode ser monocular (olha apenas para um dos
lados da relação jurídica).
a) Legislativa ou abstrata;
b) Judicial ou concreta;
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
c) Executória ou prática.
acontece na sociedade.
O agente somente pode ser responsabilizado pelo fato que ele praticou e não
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Não, inclusive o STF firmou essa posição, pois a finalidade da pena não foi atingida, já
ser protegido pelos demais ramos do Direito ou outros meios de controle social.
2.9.1 Divisões
dois:
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Direito Penal é trazido na década de 1970 por Claus Roxin. A conduta não tem
capacidade, por ser tão ínfima, de ofender o bem jurídico, e, dessa forma, não há crime
na conduta insignificante.
2.10.1 Requisitos
MARI – mnemônico.
Política criminal: filtro entre a letra fria da Lei e a realidade social. O princípio
da insignificância está ligado a um movimento de funcionalismo penal (flexibilidade na
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É aplicável a todo e qualquer crime que seja com ele compatível e não somente
aos crimes patrimoniais.
que:
SÚMULA n. 599
O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a
administração pública.
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Não tem previsão legal, é uma criação doutrinária da Alemanha, e tem como
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
havendo a instauração de uma ação penal contra o agente. Durante o processo penal
se verifica que o agente, no caso concreto, assume condições pessoais que tornam a
pena desnecessária, inclusive socialmente falando. Funciona como uma causa
punição pelo mesmo fato. No plano normativo está previsto no art. 8º, 4, do Pacto de
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SÚMULA N. 241
A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância
agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
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proteção da norma). “Não é o direito penal que deve se adaptar à sociedade, mas sim
concreto), contra bens individuais. Todos os demais crimes que estão no Direito Penal,
como os de perigo abstrato, devem sair desse ramo do direito, sendo deslocado ao
Direito de Intervenção (o Direito de Intervenção visa esvaziar o Direito Penal).
1980.
Direito Penal tradicional seria capaz de enfrentar os atentados que passaram a ocorrer
no mundo todo.
(aquele que faz da prática de crimes o seu meio de vida – nem nessa situação será
considerado um inimigo).
Entretanto, quando ingressa é uma organização criminosa (estrutura própria
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de poder que atua paralelamente ao Estado, que tenta se sobrepor ao Estado). A lei
assim a define:
calcado na culpabilidade (juízo de reprovabilidade sobre o fato típico e ilícito). Por isso,
considerado Direito Penal do Autor, porque pouco importa o que o sujeito fez ou
deixou de fazer, mas ser ele quem é (o inimigo), devendo ser derrotado a qualquer
custo e a qualquer preço. Há um juízo cognitivo seguro e o inimigo é alguém que
afronta a própria estrutura do Estado, sendo privado de seus próprios direitos (duplo
grau, ampla defesa). Aqui é proposta a chamada antecipação da tutela penal (Direito
Penal preventivo), que significa não se considerar a conclusão de que o Direito Penal
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Inimigo o principal meio de prova é a confissão, sendo utilizada a tortura para obter a
sentido de um Direito Penal absoluto e tal, mais autoritário que o Direito Penal do
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
4 Lei Penal
4.1 Introdução
A Lei penal, somente ela, pode criar crimes e cominar penas. É estruturada da
seguinte forma:
A Lei penal é descritiva, pois descreve uma conduta proibida ou uma conduta
4.2 Classificação
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
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b) Anterioridade: a lei penal deve ser anterior ao fato que pretende punir;
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Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984)
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Para fins de prescrição o Código Penal, no entanto, adota, como regra geral, a
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resultado.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art.
70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
resultado. A teoria da ubiquidade somente se aplica aos crimes à distância (ou crimes
competência.
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4.6.1 Introdução
por extensão.
4.6.2 Extraterritorialidade
Aplicação da lei penal brasileira a crimes praticados no exterior.
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4.6.3 Intraterritorialidade
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4.11.1 Conceito
Fran von Liszt expressa que norma penal em branco são “corpos errantes em
busca de alma”. Norma penal em branco é uma lei incompleta, que depende de uma
complementação.
4.11.2 Espécies
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
resolução, decreto, etc.). O complemento tem natureza jurídica diversa da norma penal
a ser complementada.
Ofende o princípio da reserva legal? Não, de acordo com esse fundamento
jurídico, com essa taxatividade, a Lei Penal deve descrever com precisão o conteúdo
mínimo da conduta criminosa. Por ex. os crimes da Lei de Drogas. Ex. portar arma de
fogo.
4.11.5 Ao avesso/inversa:
Nessa espécie de norma penal o preceito primário é completo, o secundário
parte. Aqui o complemento sempre vai ter que ser uma Lei. Ex. Genocídio. Mesmo
Tribunal do Júri.
4.11.7 Ao quadrado
É aquela que depende de um complemento, mas o seu complemento também
vigor, quando superadas as fases do processo legislativo, a Lei vigora até ser revogada.
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Lei somente pode ser revogada por outra Lei. Um costume por mais arraigado
que seja, não revoga a Lei, assim como o desuso, a decisão judicial também não tem
essa força.
o conflito de Leis no tempo. Nesse conflito de Leis no tempo, há uma regra geral, que
é “tempus regit actum” (aplica-se a Lei Penal que estava em vigor na data em que o
fato é praticado).
É a nova Lei que torna atípico um fato até então considerado criminoso. Está
prevista no art. 2º, caput, do CP:
supressão material do fato criminoso. Tanto pelo dispositivo revogado, quanto por
qualquer outro da legislação. Ex. crime de adultério.
Pode ocorrer a revogação formal do tipo penal, porém não ocorrer a supressão
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mero deslocamento geográfico do tipo penal, que passa a ser tratado por outro
dispositivo legal.
Extinção da punibilidade
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
entrar em vigor.
Quem aplica a Lei Penal benéfica: depende do momento em que a Lei Penal
se encontra. Pode ser o juiz de primeiro grau ou o Tribunal. Quando transitada em
da origem da condenação.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Ambas as hipóteses levam à aplicação da nova Lei apenas com relação aos
fatos praticados após a entrada em vigor da Lei, sempre têm eficácia para o futuro,
nunca retroagindo.
Nesse caso três Leis incidem sobre o mesmo fato. O STF, no RE 418.876 decidiu
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Lei A é revogada pela Lei B. Alguns pontos da Lei A são mais favoráveis, ao
passo que noutros pontos a Lei B é mais favorável do que aquela revogada. O Juiz
da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o
dia 31 de dezembro de 2014.
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a) são leis autorrevogáveis, por isso são também chamadas de Leis Penais
intermitentes;
penal a maconha é retirada do rol de drogas proibidas no Brasil. Qual conduta o juiz
4.12.9.1 Conceito
É o instituto que se verifica quando, ao fato praticado pelo agente, duas ou
4.12.9.2 Alocação
Esse tema deve ser estudado no bloco da Lei Penal. Deve ser estudado para a
interpretação e para a aplicação da Lei Penal;
4.12.9.3 Requisitos
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4.12.9.4 Finalidades
norma geral; não revoga! Há necessidade de identificar qual é a norma especial e qual
a norma geral. Norma especial = Norma Geral + Elementos especializantes.
Comparam-se as normas no plano abstrato, pouco importa qual é a norma mais grave
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
não há revogação também. A norma primária é aquela que prevê o crime mais grave,
ao passo que a norma subsidiária é aquela é prevê o crime menos grave. Trata-se de
um princípio com efeitos concretos, aplicado no plano concreto. Pode ser de duas
espécies:
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
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norma consuntiva é aquela que prevê o fato mais amplo (Todo), ao passo que a norma
consumida é aquela que prevê o fato menos amplo (parte). Quando se pune o todo,
também está se punindo a parte (que não pode ser punida duas vezes, como
Hipóteses:
a) Crime progressivo: crime mais grave que, para ser cometido, o agente
deve praticar, necessariamente, um crime menos grave. Delito de ação
de passagem: o agente passa por um crime menos grave para chegar
num crime mais grave. Ex. homicídio: não há como matar sem ferir a
vítima, passando o agente necessariamente por uma lesão corporal. Não
há como praticar o crime mais grave sem praticar o crime menos grave.
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SÚMULA N.17
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
lesiva, é por este absorvido.
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5 Teoria do Crime
Crime: o conceito de crime varia em conformidade com o critério adotado para
defini-lo.
5.1.1 Material
ambientais) que lesa ou expõe a perigo de lesão, bens jurídicos penalmente tutelados;
5.1.2 Legal
De acordo com esse critério, crime é o que a Lei define como tal. Está contido
Aqui existe o gênero que é a infração penal, que abarca duas espécies, de um
lado crime e de outro a contravenção penal.
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Contravenção penal é a espécie de infração penal a que a lei comina prisão simples
e/ou multa. Entre crime e contravenção não há diferença ontológica (de estrutura, de
as contravenções penais, mesmo quando ofendam bem da União. Isso porque o art.
Federal. Julga em um caso: quando quem pratica a contravenção tem foro por
sinônima de infração penal. Ex. Art. 5º, inciso XI, da CF/88, que trata da inviolabilidade
domiciliar. Ex.
jurídica do art. 28: 1ª) não é crime, mas um ilícito penal sui generis; 2ª) o STF entende
que é crime; a lei trouxe um conceito especial de crime, que continua sendo pautado
pela regra geral. O Supremo diz que quase houve uma descriminalização, o que existe
é a despenalização, no tocante à privação da liberdade.
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a) fato típico;
b) ilicitude;
c) culpabilidade;
d) punibilidade.
Seus criadores são Bettiol e Battaglini (italianos). No Brasil foi defendida por
Basileu Garcia. Crítica: a punibilidade não é elemento estrutural do crime, mas sim
efeito e reflexo da conduta criminosa, pois, com a prática do crime nasce para o Estado
b) Ilicitude;
c) Culpabilidade.
b) ilicitude;
crime em: “Do Crime” e “Da Imputabilidade”, assuntos tratados de forma separada, a
Conduta Imputabilidade
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Tipicidade
A culpabilidade, por seu turno, seguia a teoria psicológica, que une um agente
imputável, mediante dolo e culpa, a um fato típico e ilícito por ele praticado. Vínculo
psicológico, representado pelo dolo ou pela culpa, que liga um agente imputável ao
fato típico e ilícito por ele praticado. O dolo normativo consiste na consciência da
ilicitude (atual), que traz no seu interior a consciência atual da ilicitude, sabendo que
Quem é clássico tem que ser tripartido porque o dolo e a culpa estão na
culpabilidade.
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Uma nova fase do sistema clássico: surge em 1907 na Alemanha, pelos estudos
estabelece que somente existe culpabilidade quando o agente imputável pratica o fato
típico e ilícito numa circunstância de normalidade. Permite a exclusão da culpabilidade
diversa.
Conduta Imputabilidade
Tipicidade diversa
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
psicológico-normativa.
Resultado
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fim. A causalidade é cega, não analisando o que o agente quer ou não fazer. A
finalidade por sua vez é guiada, vidente, pelo dolo e pela culpa, que vão direcionando
o agente.
Na culpabilidade é adotada a teoria normativa pura, porque os elementos
existem dois lados importantes, uma culpabilidade chamada de vazia (porque ela foi
vazia no tocante aos elementos psicológicos, que são o dolo e a culpa), bem como a
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
A reforma da parte geral em 1984 transformou o Código Penal que era clássico
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5.3.1 Conceito
5.3.2 Elementos
a) Conduta
b) Resultado (naturalístico)
d) Tipicidade
nos crimes materiais consumados, porque nos demais crimes, os materiais tentados,
formais e de mera conduta, o fato típico só tem dois elementos: conduta e tipicidade.
que nos crimes de mera conduta (ou de simples atividade) o resultado naturalístico
nunca vai ocorrer. Não existe, em ambos, relação de causalidade entre a conduta e o
5.3.3 Conduta
crime sem conduta. No finalismo, a grande transformação, foi levar o dolo e a culpa da
conduta é voluntária.
do tipo penal. Todo tipo penal para se caracterizar tem que apresentar um
5.3.3.3.1 Comissiva
Crimes comissivos, o agente viola uma norma penal proibitiva;
5.3.3.3.2 Omissiva
Crimes omissivos, o agente viola norma penal preceptiva (impõe a prática de
Código Penal:
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Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida
ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
descreve uma ação, mas a inércia do agente que descumpre o seu dever
de agir (art. 13, parágrafo 2º, do Código Penal) leva à produção do
resultado naturalístico. Quanto ao sujeito ativo são crimes próprios
porque somente podem ser praticados por quem tenha o dever de agir
para evitar o resultado. Esses crimes admitem tentativa, pois são
plurissubsistentes (a conduta é composta de dois ou mais atos que se
unem e se somam para juntos produzirem a consumação). Em regra, são
crimes materiais, que se consumam com a produção do resultado
naturalísticos.
72
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Teorias da omissão:
b) a teoria normativa, que diz ser a omissão não simplesmente um não fazer,
mas sim não fazer o que a Lei determina que seja feito.
Aqueles que têm uma fase inicial praticada por ação e uma fase final praticada
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
por omissão, como por exemplo o crime de apropriação de coisa achada, na forma do
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5.3.4 Resultado
c) Espécies de resultado:
*Existe crime sem resultado? Depende de qual resultado se está falando, já que
todo crime tem resultado jurídico (normativo), posto não haver crime sem essa
espécie de resultado, uma vez que todo o crime viola uma lei penal e ofende um
bem jurídico. Agora, existem crimes sem resultado material ou naturalístico, pois
apenas os crimes materiais consumados têm resultado naturalístico e o nexo causal.
74
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5.3.5.1 Conceito
naturalístico, pelo qual se conclui que a conduta deu causa a este último;
5.3.5.2 Aplicabilidade
75
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c) Imputação objetiva: criada por Larenz, trazida para o Direito Penal por
Claus Roxin, no funcionalismo, trabalha com a ideia de risco proibido,
sendo necessário que a conduta crie um risco ou aumente um risco ao
bem jurídico protegido.
Isso porque nos omissivos próprios e impuros a omissão já está descrita no tipo penal,
A Lei não pode obrigar, quem quer que seja, a adotar atitudes heroicas, até
mesmo um policial.
5.3.5.5 Concausas
5.3.5.5.1 Conceito
Concorrência de causas, há mais de uma causa contribuindo para a produção
do resultado. Há uma causa provocada pela conduta do agente e outra causa alheia à
resultado.
resultado, pois têm força suficiente para produzir, por si sós, o resultado final. Podem
ser:
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78
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
5.3.6 Tipicidade
79
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Após, em 1915, também na Alemanha, Max Ernst Mayer cria a chamada fase
chamada teoria indiciária do tipo penal. Todo fato típico se presume também ilícito.
Todo fato típico presume-se ilícito. É adotada inclusive no Brasil até os dias atuais. A
defesa, quando alega uma excludente ilicitude, deverá prová-la, não cabendo à
Por outro lado, a teoria dos elementos negativos do tipo, de origem alemã
foi adotada.
80
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Outro exemplo está contido no art. 29, caput, do Código Penal (norma de
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Outro exemplo é o contido no art. 13, §2º, do Código Penal (norma de extensão
da conduta):
81
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5.3.7.1 Conceito
afere se aquela conduta praticada no mundo real se encaixa no modelo previsto pelo
legislador.
82
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Existe algum tipo fundamental previsto fora do caput, nos parágrafos de algum
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Excesso de exação
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O excesso de exação não tem nada a ver com o caput, que prevê o crime de
b) Tipo penal aberto: é aquele que não apresenta uma descrição completa
e detalhada da conduta criminosa. O tipo aberto é complementado por
um juízo de valor do intérprete da norma, sendo aquele que contém
elementos normativos, dependendo de uma valoração para sua
aplicação. Qual a diferença entre tipo aberto para a norma penal em
branco? O tipo aberto é complementado por um juízo de valor do
intérprete, ao passo que a norma penal em branco é complementada por
uma Lei ou por um ato administrativo. Ex. crimes culposos.
84
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
b) Tipo misto: é aquele que contém dois ou mais núcleos, e pode ser de
duas categorias:
ii) Tipo misto cumulativo: é aquele que contempla dois ou mais núcleos,
e se o agente praticar dois ou mais núcleos irá responder por dois ou
mais crimes em concurso. Ex. Art. 242, do CP:
de 1981)
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida
nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a
pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
definiu o crime autônomo que isoladamente seria um ato preparatório para um outro
crime). Ex. associação criminosa. Ex. crime de petrechos para falsificação de moeda.
5.3.8 Dolo
No finalismo penal o dolo está alojado na conduta, funcionando como
85
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A teoria da representação não foi aceita no Direito Penal brasileiro, e tem a ver
com a culpa consciente.
86
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ii) Dolo eventual: é aquele em que o agente não quer o resultado, mas
assume o risco de produzi-lo. O Código Penal se filiou à teoria positiva
do conhecimento, pela qual o agente pensa: seja como for, dê no que
der, de qualquer modo o agente não deixa de agir. Aqui o Código Penal
adota a teoria do consentimento.
eventual. Existem alguns crimes em que, por opção do legislador, somente se admite
o dolo direto.
87
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descobre que foi essa nova conduta que efetivamente produziu o resultado que o
agente acreditava já ter produzido. Ex. desafeto no alto de uma ponte, o agente de
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carro saca sua arma e dispara seis vezes, sendo que a vítima cai no chão e o agente a
arremessa no mar. Causa da morte = asfixia. Nesse exemplo o agente responde por
homicídio consumado.
5.3.9 Culpa
A culpa, no finalismo penal, também está alocada na conduta. A culpa é o
Existe algum crime culposo previsto em tipo fechado? Sim, aquele previsto no
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou
influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo
anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive
o exercício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)
3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
89
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Com a escola positiva passou-se a punir o crime culposo por uma questão de
necessidade social e de interesse público (que não pode permitir que condutas
conduta.
voluntária que produz resultado naturalístico não previsto nem querido, mas
objetivamente previsível, e excepcionalmente previsto e querido, o qual podia, com a
conduta, por si só, ou é penalmente irrelevante ou caracteriza um crime diverso. Ex. art.
311 do CTB;
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sociedade. O agente viola esse dever objetivo de cuidado por meio da imprudência,
vontade do agente (não há como porque o agente não tinha vontade de produzir o
91
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
5.3.9.3.5 Tipicidade
É elemento de todo e qualquer crime, sendo necessário que a conduta do
médio (ser humano de inteligência e prudência medianas; uma pessoa comum) prever
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reflexamente a título de culpa. Ex. mulher que se joga numa pista para fugir de um
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
estupro e é atropelada. O agente responde pelo estupro (dolo) e pela morte (culpa);
Privado para excluir valor de uma eventual indenização). Não se pode confundir com
a culpa exclusiva da vítima; se a culpa é apenas da vítima, o agente não tem qualquer
culpa.
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culpas não há concurso de pessoas, porque falta o vínculo subjetivo a um dos agentes,
modalidade culposa quando ele for expressamente previsto em Lei, de acordo com o
b) Erro profissional;
5.3.10 Preterdolo
“Praeter dolum”, que significa além do dolo. Há um crime doloso com resultado
agravador culposo, existindo dolo no antecedente e culpa no consequente. É
94
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5.3.10.1 Conceito
5.3.10.2 Espécies
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018)
95
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
*No roubo com resultado morte (latrocínio), a consequência (morte) pode ser tanto
de natureza dolosa quanto de natureza culposa.
pelo resultado, mas nem todo crime qualificado pelo resultado é crime preterdoloso.
Ex. lesão corporal com resultado morte, prevista no art. 129, do CP:
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
96
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
97
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de
assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte
coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Iter = itinerário
Criminis = crime.
crime.
penalmente tutelado. Perversão = todo o ser humano tem direito de ser mau no seu
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
a) Preparação
b) Execução
c) Consumação
5.3.11.2.1 Preparação
O agente vai se equipar e se municiar com os instrumentos necessários para a
99
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
14:
ato preparatório, pois foi transformado pelo legislador num crime autônomo.
5.3.11.2.4 Consumação
Há o crime consumado, também chamado de crime completo, crime pleno ou
crime perfeito.
passo que nos crimes formais e nos crimes de mera conduta a consumação se dá com
naturalístico.
crimes formais – o resultado naturalístico não precisa ocorrer para fins de consumação,
entretanto pode ocorrer; se ocorrer, se está diante do exaurimento). Por isso, Zaffaroni
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime (exaurimento), bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
101
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
qualificadora):
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja
prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Além disso, o exaurimento pode funcionar como qualificadora, como por ex.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
102
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
5.3.12 Tentativa
5.3.12.1 – Conceito
por circunstâncias alheias à vontade do agente, na forma do inciso II, do art. 14, do CP.
Conatus: ou crime imperfeito; crime incompleto; crime manco (demais
nomes).
5.3.12.2 Elementos
O Código Penal adotou, como regra geral, a teoria objetiva. Nas exceções se
aplica a teoria subjetiva.
103
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
conduta admitem tentativa, desde que sejam plurissubsistentes. Ex. injúria por escrito,
a carta se extravia.
104
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Enquanto não for decretada a falência não se pode punir o crime falimentar,
mesmo que o empresário pratique atos fraudulentos;
k) Crimes obstáculo: a Lei prevê que um ato preparatório é tratado como crime
autônomo. Ex. petrechos para falsificação de moeda. Não cabe tentativa;
106
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5.3.13.2 Fundamento
ouro” (ponte para voltar ao caminho da legalidade – ao agente que bate em retirada a
ponte de ouro para voltar do outro lado do rio) do Direito Penal.
107
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
agente).
5.3.13.7 Motivos:
109
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5.3.14.3 Fundamentos
a) Proteção da vítima;
5.3.14.4 Aplicabilidade
110
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5.3.14.5 Requisitos
a) Natureza do crime: que deve ser praticado sem violência à pessoa ou grave
ameaça; violência contra a coisa não exclui o benefício.
111
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Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para
que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
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o fato é atípico. Crime impossível de crime só tem o nome; crime não é. É também
chamado de crime oco (tem aparência de crime, mas está oco por dentro)
Não há tentativa.
O crime impossível também é chamado de “tentativa inadequada”, “tentativa
113
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imaginário, é o crime erroneamente suposto. Crime putativo é aquele que não tem
existência real, somente existe na mente do agente.
Súmula 145
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Seguir o procedimento previsto no inciso III, do art. 395, do CP, pois falta justa
causa à ação penal:
Assim, deverá levar à absolvição do réu, nos termos do art. 386, inciso III, do
CPP:
115
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5.4 Ilicitude
5.4.1 Conceito
116
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Violação de correspondência
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência
fechada, dirigida a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Direito Penal é a última fase, a última etapa, de proteção do bem jurídico. Muitos ilícitos
se esgotam nos demais ramos do Direito. Para o Direito Penal só interessam os ilícitos
penais.
a) Ilicitude penal: ilícitos penais; os mais graves é que interessam ao Direito
Penal.
ônus da prova com relação às excludentes de ilicitude. A acusação tem que provar que
o fato é típico, apenas. Se a defesa invocar causa de exclusão da ilicitude deverá provar
a sua ocorrência.
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Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
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5.4.9.1 Aplicabilidade:
Quando o bem jurídico for disponível, como por exemplo, um furto no qual o
ofendido consente com a perda do objeto. Nesse ponto se exige:
b) Titular do bem jurídico tutelado pela norma penal é uma pessoa, física
ou jurídica;
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
*Crimes vagos: aqueles que têm como sujeito passivo um ente despersonalizado,
como os cometidos contra a coletividade.
f) Emanado de pessoa capaz: o titular do bem jurídico tem que ser capaz,
para que o consentimento do ofendido seja considerado válido. Pode
ocorrer o consentimento do ofendido nos crimes contra a honra.
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Quando o dissenso da vítima integra o próprio tipo penal. Ex. crime de estupro,
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
que o estado de necessidade é uma faculdade. Outra posição diz que o estado de
Entende-se que é um direito (o estado deve reconhecer caso o titular resolva exercê-
lo) e uma faculdade (o titular pode ou não dele se valer).
120
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culpabilidade, e ocorre quando o bem jurídico preservado tem valor inferior ao bem
jurídico sacrificado.
quando o bem jurídico preservado tem valor igual ou superior ao bem jurídico
sacrificado. Exclui a culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa.
121
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122
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b) Proporcionalidade (razoabilidade)
estado de necessidade.
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Dois náufragos em alto-mar têm apenas uma boia para se salvar. Um mata o
outro, para se salvar. Já que o Estado não estava presente para salvar as duas pessoas,
quando necessário, não há aplicação da Lei Penal.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Por ter natureza objetiva se comunica a todas as pessoas que colaboram para
todos os povos, por todas as nações, se concluindo que defender um direito próprio
contra uma agressão injusta é um direito natural. Seria aplicada mesmo se não
houvesse previsão no Código Penal.
Legítima defesa
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*A agressão injusta é necessariamente um crime? Não precisa ser crime, pode ser
um crime (geralmente é). É aquela agressão que o sujeito não está obrigado a
suportar. Um inimputável pode também ser o agressor nessas circunstâncias.
iminente é aquela que está em vias de acontecer. Na agressão futura ou remota não
cabe legítima defesa, já que o agente pode buscar a defesa do seu bem jurídico por
outros meios. Também não há legítima defesa na chamada agressão passada (a que já
se encerrou).
Qualquer bem jurídico pode ser protegido pela legítima defesa, não apenas a vida, a
integridade corporal ou o patrimônio. A honra pode ser protegida? Sim, é possível
(calúnia, injúria e difamação; não cabe no júri). O bem jurídico pode ser de uma pessoa
125
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proceder a um autoaborto).
devendo observar questões relacionadas ao meio menos lesivo para proteger o bem
jurídico.
braço em que o ofensor segura a faca. Se não houver moderação, o agente responderá
A vingança afasta a legítima defesa, desde que não estejam presentes os requisitos
126
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*Para um policial quando vai ser legítima defesa ou estrito cumprimento do dever
legal? Sempre que um policial mata alguém para proteger um inocente vai ser caso
de legítima defesa de terceiro e não estrito cumprimento do dever legal, porque
não existe qualquer Lei ordenando a morte por Policiais.
que está em legítima defesa (com soco) e, após, resolve matar o agressor primitivo que
Aberratio ictus é o chamado erro na execução, nos termos do art. 73, do CP:
127
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Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No
caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
defesa pressupõe uma agressão injusta, ato exclusivo do ser humano, enquanto o
estado de necessidade revela uma situação de perigo, que pode advir de um fato da
natureza, de um animal irracional, ou, ainda, de uma conduta humana (não é uma
agressão injusta).
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
ex. pessoa correndo de um agressor que se cansa e invade uma loja para furtar um
injusta e, caso a legítima defesa putativa (irreal, presente apenas na mente do agente)
se torne uma agressão injusta poderá a vítima dela se defender, quando será
está.
128
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de forma justa. Assim, inviável porque falta a agressão injusta das duas
partes ao mesmo tempo;
Não há como, da mesma forma, porque falta uma agressão injusta. Sem
5.4.12.2 Conceito
art. 23, inciso III. Pode ser conceituado como a causa de exclusão da ilicitude prevista
no art. 23, inciso III, do Código Penal, que consiste na prática de um fato típico quando
o agente cumpre um dever imposto pela Lei, de natureza penal ou de outra natureza
qualquer.
129
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5.4.12.3 Fundamento
Não se pode falar em dever legal nos casos de dever moral, por exemplo, ou,
ainda, de dever religioso.
5.4.12.5 Destinatário
O funcionário público, que é protegido pela excludente. Pode ser aplicada ao
porque a Lei não pode obrigar, quem quer que seja, a ser imprudente, negligente ou
imperito. Aqui, soluciona-se o problema pelo estado de necessidade.
elas.
130
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5.4.13.2 Conceito
É a excludente da ilicitude prevista no art. 23, inciso III, do Código Penal, que
se verifica quando o sujeito se limita a exercer um direito que lhe é assegurado pelo
5.4.13.4 Costumes
obrigatoriedade.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
b) Elemento subjetivo
como exemplo os trotes acadêmicos moderados (No caso dos trotes parcela da
doutrina entende que não há o dolo)
Estado, não pode se visualizar um crime no exercício regular de uma prática esportiva.
O excesso, no entanto, pode caracterizar um crime.
regular de um direito, excluindo-se a ilicitude com base no art. 23, inciso III, do Código
geral.
pré-ordenada.
muitas vezes, levam ao excesso. Se não houver o excesso pode se encaixar em exercício
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
5.4.13.9 Distinções entre estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito
Distinções:
132
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doloso ou culposo.
Qual o alcance do excesso? Em qualquer das hipóteses do art. 23, ou seja, em
5.4.14.1 Espécies
a) Doloso (também chamado de consciente): é o excesso em que o agente
quer extrapolar os limites da excludente de ilicitude. O excesso doloso é
um crime autônomo devendo o agente responder pelos seus atos;
133
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5.5 Culpabilidade
crime que se adota. Para quem adota o conceito tripartido a culpabilidade funciona
como elemento do crime, ao passo que, para os que adotam o conceito bipartido de
se a conduta da pessoa típica e ilícita deve ou não suportar uma pena. O envolvimento
engloba o autor, o coautor e o partícipe.
elementos:
a) imputabilidade;
elementos.
A teoria normativa pura se subdivide em duas:
134
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5.5.3 Coculpabilidade
Estado. Zaffaroni diz que essas pessoas não têm o direito de serem criminosas, só que,
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Contudo, parcela da doutrina entende que essa doutrina não pode ser adotada
no Brasil, inclusive agasalhada em entendimento do Superior Tribunal de Justiça, como
135
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decidiu no Agr no REsp 1.770.619, por ser uma teoria que fomenta a prática de crimes,
Essa teoria não tem previsão legal e não é de Zaffaroni. Propõe um tratamento
penal mais severo àqueles que têm condições melhores de vida que os demais (ricos,
Não pode ser aplicada como agravante porque é algo prejudicial ao réu,
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
5.5.4 Dirimentes
São as causas de exclusão da culpabilidade.
5.5.5 Imputabilidade
ao conceito de imputabilidade:
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
136
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
5.5.5.1 Conceito
brasileiro presume que a partir do momento em que a pessoa alcança 18 anos de idade
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984)
5.5.6 Inimputabilidade
Quando o Código Penal usa a expressão “É isento de pena” se refere a uma
excludente da culpabilidade.
a) Menoridade;
b) Doença mental;
137
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biopsicológico é a regra geral, prevista no art. 26, caput, do Código Penal. Nem tudo
psicológico).
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
5.5.6.3 Menoridade
SÚMULA N. 74
Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer
prova por documento hábil.
138
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tempo, mantida deliberadamente pelo agente a situação criminosa. Ex. numa extorsão
anos, durante o crime ele completa dezoito anos e a vítima é solta após essa data,
respondendo nesse caso pelo Código Penal a partir da data em que completou 18 anos
em diante.
desenvolvimento psíquico suficiente, em seu artigo 50, regra não recepcionada pela
CF/88.
Deve ser interpretada no Direito Penal em sentido amplo, para abranger toda
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
autodeterminação.
A doença mental pode ser transitória? Sim, pode durar inclusive horas. Ex.
São pessoas maiores de 18 anos que ainda não atingiram a plena capacidade
mental.
139
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Pode ser substituída por outra prova? Não. Deve ser instalado um incidente de
insanidade mental.
O CPP diz que o incidente pode ser instaurado tanto durante o inquérito penal
quanto na ação penal. O incidente pode ser instaurado de ofício pelo Juiz ou mediante
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
provocação de qualquer das partes. Não é porque existe pedido que o Juiz vai
quesitos e abre oportunidades para que as partes também ofereçam seus quesitos. O
incidente deve ser processado em autos apartados, ficando suspensa a ação penal
140
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aplica nenhuma sanção penal). Mas claro, pode ser uma sentença própria (absolvição
pura e simples), caso se reconheça qualquer das condições que levam à absolvição,
tudo isso nos termos do art. 386, parágrafo único, inciso III, do CP:
5.5.6.8 Semi-imputabilidade
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
141
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5.5.6.8.1 Terminologias
a) Imputabilidade diminuída;
b) Imputabilidade restrita;
c) Culpabilidade diminuída.
saúde mental, que também é saúde mental, sendo uma diferença de grau em relação
culpabilidade nem isentando a pena. A diminuição da pena vai levar em conta o grau
de afetação da doença mental, quanto mais imputável e quanto mais inimputável.
imputável cumpria primeiro pena e, após uma perícia, cumpria medida de segurança.
Binário significa trilho, sistema de duas vias ou de dois trilhos (outras nomenclaturas).
142
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lugar o Juiz condena, na segunda etapa diminui a pena de 1/3 a 2/3 e, em terceiro
inimputável a periculosidade é ficta (ou presumida), por isso sempre cumpre medida
de segurança, porque a Lei presume que ele é dotado de periculosidade; por outro
segurança.
5.5.7.1 Histórico
afonsinas.
da honra.
Roberto Lyra foi responsável por romper com a tese da legítima defesa da
honra.
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
143
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a paixão de natureza patológica podem sim excluir o crime, com supedâneo no art. 26,
Homicídio privilegiado:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
144
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145
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5.5.8 Embriaguez
5.5.8.1 Conceito
simples. Significa o excesso no consumo do álcool. O Código Penal, em seu artigo 28,
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
146
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não pelo art. 28, II, mas pelo art. 26, caput, do Código Penal. Se equipara, nesse caso,
agravante genérica, nos termos do art. 61, II, l), do Código Penal:
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
de então. Ex. pessoa tomando medicamento incompatível que o álcool que leva a
A embriaguez admite qualquer meio de prova, sendo que os mais comuns são:
a) Exame clínico;
casos de crimes em estado de embriaguez preordenada não deve ser analisada quando
o crime foi praticado, estatuindo que tal análise retorna ao momento anterior em que
149
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passou a ser uma potencial consciência da ilicitude, deixando de ser uma consciência
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
atual.
150
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151
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
como teoria da evitabilidade, não bastando o dolo normativo e a culpa, sendo culpável
quem pratica o fato típico e ilícito numa situação de normalidade, quando não se exige
uma conduta diversa. O agente livremente optou pelo crime. Surgimento da teoria
psicológico-normativa.
O Direito passa a enfrentar situações que não existiam, como a coação moral
no art. 22, do CP, que são a coação moral irresistível e a obediência hierárquica:
Prevista no art. 22, do Código Penal. Quando cometido sob coação irresistível,
somente será punido o autor da coação. O art. 22 só fala em “coação irresistível”, assim,
por que se chega à conclusão de que essa coação é a moral irresistível? Por que não
portanto, o fato típico; na coação moral irresistível há vontade, porém viciada pela
coação.
5.5.10.2.1 Fundamento
Em primeiro lugar, a inexigibilidade de conduta diversa, pois a coação moral
152
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5.5.10.2.3 Efeitos
a) Exclui a culpabilidade do coagido, somente o coator responde pelo
crime, ficando o coagido isento de pena;
Uma agravante para o coator e uma atenuante para o coagido, nos termos dos
153
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não se anula o negócio jurídico, no Direito Penal não se equipara à coação moral
irresistível, não possuindo o condão de excluir a culpabilidade;
5.5.10.3.1 Conceito
É a causa de exclusão da culpabilidade prevista no art. 22, do CP, que se verifica
quando, o funcionário público subalterno pratica o fato em cumprimento de ordem
5.5.10.3.2 Fundamentos
a) A impossibilidade que tem o subalterno de conhecer a ilegalidade da
ordem no caso concreto;
5.5.10.3.3 Requisitos
a) Ordem não manifestamente ilegal (conceito negativo):
5.5.10.3.4 Efeitos
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
a) Legal: de acordo com a Lei, com os ditames legais e aqui não responde
por qualquer crime, amparados por uma excludente da ilicitude que é o
estrito cumprimento do dever legal;
Suprema Corte. Ex. Cavalo bravio; Ex. caso das parteiras dos mineradores. São situações
em SP e vai procurar emprego, um dia ligaram para ela ir a uma entrevista e ela deixou
a criança em casa, ao chegar em casa a criança havia morrido por ter caído de um
armário, sua culpabilidade foi excluída pelo STJ, por inexigibilidade de conduta diversa.
da culpabilidade.
5.5.11.1 Nomenclatura
O nome erro de tipo não existe no Código Penal, sendo uma criação
156
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
5.5.11.2 Conceito
A palavra erro no Direito Penal engloba tanto o erro propriamente dito, como
também a ignorância. Deve ser interpretada em sentido amplo, para englobar o erro
157
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
*É possível que o erro de tipo seja inescusável e ainda assim o agente não responda
pelo crime? Sim excelência, quando o crime não admite a figura culposa.
*É possível que um erro de tipo seja escusável e o agente responda por algum
crime? Quando mesmo com um erro de tipo escusável opera-se no caso concreto
a desclassificação do fato para outro crime. Ex. pessoa que ofende outra (que não
está identificada) anotando a placa do seu carro, depois descobre-se funcionária
pública. Desclassifica-se de desacato à autoridade (elementar do crime =
funcionário público) para injúria.
158
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
pessoa diversa. No erro sobre a pessoa há uma vítima virtual, uma vítima real e a
confusão entre elas. A vítima virtual é a pessoa que o agente queria atingir, ao passo
que a real é a efetivamente atingida. Ex. filho que pretende matar o pai, mas acerta o
tio. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena,
crime:
genérica, de crime praticado contra o pai (Para fins de aplicação da pena será
considerado como se tivesse matado o pai).
um erro atinge outra coisa. Da mesma forma é irrelevante para fins de tipicidade,
porque coisa é coisa. Ex. furto de uma réplica de um Rolex, pensando o agente tratar-
se de um relógio original. Não confundir com o princípio da insignificância, que tem
requisitos subjetivos e objetivos.
159
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
agente quer matar o agente afogado, entretanto, antes de cair na água, a vítima bate
a cabeça numa pedra. É um erro de tipo acidental, não excluindo o crime, respondendo
Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No
caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
pessoa, mas por uma falha de pontaria, atinge outra pessoa diversa. Aqui também há
uma vítima real (pessoa efetivamente atingida) e uma vítima virtual (pessoa que o
agente queria atingir).
Existe diferença entre erro sobre a pessoa e erro na execução? Tanto o erro
sobre a pessoa como o erro na execução são espécies de erro acidental, com vítima
real e vítima acidental, no entanto, no erro sobre a pessoa o agente confunde a pessoa
pretendida (a vítima real não corria perigo algum), enquanto no erro na execução não
há qualquer confusão entre vítima real e a vítima virtual, havendo falha na execução
do crime, correndo a vítima virtual perigo (diferente do erro quanto à pessoa).
Pode ser:
a) Erro na execução com resultado único ou resultado simples: o agente
somente atinge pessoa diversa da desejada. Responde como se tivesse
ocorrido o erro sobre a pessoa, porque têm o mesmo tratamento, apesar
de se tratar de institutos diversos.
uma pessoa; o agente joga uma pedra para acertar uma pessoa mas acaba acertando
uma vidraça.
a) Erro de tipo: o agente não sabe que pratica um fato definido como crime,
mas de fato o faz; no erro de tipo não há dolo.
161
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
O Código Penal fala em erro sobre a ilicitude do fato. Está previsto no art. 21,
do CP:
5.5.12.2 Conceito
O desconhecimento da Lei se equipara ao erro de proibição?
162
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Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
[...]
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
ilícito do fato diz respeito não à Lei em sentido amplo, mas ao seu conteúdo, em outras
palavras, não sabe que o fato por ele praticado se enquadra naquela Lei). Ex. homem
que mata um tatu para comer, não sabendo que o fato por ele praticado se enquadra
em um crime.
(vencível ou inescusável)
teria ocorrido.
Tem como efeitos, na forma do art. 21, do CP, a isenção de pena, pois exclui a
Tem como efeitos não isentar de pena, tão menos excluir a culpabilidade, mas
a) Erro de proibição: o agente não sabe que pratica um fato previsto em Lei
como crime, porque desconhece o caráter ilícito desse fato; o agente
sabe que pratica um fato, contudo não compreende seu caráter ilícito,
por desconhecê-lo.
164
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Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento
particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou
detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a
dois contos de réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único
renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações
ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação
penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
consciência da ilicitude.
O erro de tipo era chamado de erro de fato, ao passo que o erro de proibição
era chamado de erro de direito. No erro de tipo ele diz respeito à realidade fática
(mundo fático em que o agente está inserido), enquanto no erro de proibição o agente
sabe o que faz, não sabendo, contudo, que o fato por ele praticado é contrário ao
Direito Penal.
5.5.12.9 Conceito
165
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
O Código Penal é finalista e adota uma teoria normativa pura, que se subdivide
em outras duas: a teoria normativa extremada (extrema ou estrita) e de outro lado a
teoria normativa limitada (o que muda entre uma e outra é o tratamento jurídico das
descriminante putativa vai ser sempre erro de proibição indireto (teoria unitária do
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
erro), agora, para quem adota a teoria normativa pura limitada a descriminante
putativa ora pode ser erro de proibição na modalidade indireto ou, então, erro de tipo
permissivo.
Ex. legítima defesa putativa (erro na legítima defesa): o erro na legítima defesa
b) Limites da legítima defesa: Ex. pessoa que mata um menino que está
furtando roupas em sua casa, extrapolando os limites da legítima defesa
ao defender seu patrimônio. Erro de proibição indireto. Resolve-se com
o art. 21, do CP.
166
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c) Pressupostos fáticos da legítima defesa: Ex. pessoa que pensa que a outra
vai sacar uma arma, situação que se mostra inverídica, dando ensejo ao
início de atos de legítima defesa. Ex. erro de tipo permissivo. Resolve-se
com o art. 20, §1º, do CP:
167
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6 Concurso de Pessoas
Está disciplinado nos artigos 29 a 31, do Código Penal:
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade,
na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
6.1 Conceito
É a colaboração (concorrência/união de esforços) entre duas ou mais pessoas
6.2 Requisitos
São cumulativos, pois a ausência de quaisquer desses requisitos descaracteriza
168
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
causal das condutas; III – Vínculo subjetivo; IV – Unidade de infração penal para todos
ser praticado por uma única pessoa. Ex. bigamia; rixa; associação
criminosa (art. 288); organização criminosa. O concurso de pessoas, aqui,
não é solucionado pelos artigos 29 a 31 do CP, sendo disciplinado pelo
próprio tipo penal, bastando que um dos agentes seja culpável.
169
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Dois ou mais agentes e todos eles concorrem de qualquer modo para o crime.
é aquela que se verifica quando o agente quer concorrer para o resultado final, mas
objetivamente ele não concorre. Há uma colaboração subjetiva, mas no campo
objetivo (realidade fática) não existe essa colaboração. Não pode ser confundida com
doloso.
Ausente o vínculo subjetivo surge a chamada autoria colateral. A falta do
vínculo subjetivo, portanto, descaracteriza o concurso de pessoas. Na autoria colateral
O Código Penal, no art. 29, caput, adota como regra geral uma teoria unitária
para todos os agentes? Não, porque o Código Penal segue a risca o que se chama de
criar crimes diversos para cada uma das condutas. Ex. gestante não quer mais o bebê,
desejando tirar o feto (aborto), procura o obstetra que pratica abortos, ela paga o
médico que efetua o aborto e, nesse caso, o médico e a gestante concorrem para o
mesmo resultado, respondendo a gestante pelo art. 124, do CP, ao passo que o médico
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
171
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6.3.1 Coautoria
admitindo a figura do partícipe, e para essa teoria autor é quem pratica o núcleo do
tipo. O partícipe, por sua vez, é quem concorre de qualquer modo para o crime sem
no Brasil.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
controle final do fato (senhor do fato), para a realização do crime. Ela ampliou o
conceito de autor, considerando-o como tanto o autor propriamente dito (quem
executa o núcleo do tipo), bem como o autor intelectual (mentor do crime, que planeja
toda a atividade criminosa, mas não o executa), também o autor mediato, que nessa
teoria é considerado autor, e, por fim, todo aquele que tem o controle final do fato
(domínio do fato);
Teoria do domínio do fato é aplicável a todo e qualquer crime? Apenas aos
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crimes dolosos, porque não se pode dominar algo involuntário, que não se deseja.
concorre de qualquer modo para o crime sem executá-lo e sem ter o controle final do
fato. Ex. teoria é boa para organizações criminosas.
à produção do resultado.
173
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*Executor de reserva? É o indivíduo que pode ser autor e pode ser partícipe,
dependendo da sua atuação no caso concreto. É aquele que presencia a execução
do crime e fica disponível para eventual intervenção. Caso a intervenção ocorra, ele
será considerado coautor, caso não ocorra será partícipe.
6.3.2 Participação
6.4 Participação
É uma figura acessória no concurso de pessoas, porque não existe sem o autor,
não porque tem menor importância. Como acessório somente existe caso exista o
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
principal (autor).
6.4.1.1 Moral
174
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6.4.1.2 Material
consiste no:
6.4.1.2.1 Auxílio
Também é chamado de cumplicidade, surge a figura do cúmplice. O auxílio
ocorre, via de regra, durante os atos preparatórios ou executórios do crime, não se
Penal:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de
crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso, fica isento de pena.
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concorrência do agente.
Essa participação diz respeito ao fato praticado pelo agente, pouco importam
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
determinação ou a instigação não são puníveis se o crime não chega sequer a ser
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
definidos por si só pelo legislador como crimes autônomos, como por exemplo aquele
Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico
de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
(Vigência)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é
armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Sim é possível quando quem se omitiu frente à conduta do autor tinha o dever
176
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
O agente dolosamente se omite com relação ao seu dever de agir para evitar
o resultado.
6.4.5 Conivência
resultado.
O “A” induz o “B” para que ele convença o “C” a matar outra pessoa.
O que o autor precisa fazer para que o partícipe seja punível? A participação
somente é punível se houver ao menos um crime na forma tentada.
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o início da execução, A foge e B subtrai o bem e ainda mata a vítima. A responderá por
tentativa de furto (não consumou por circunstâncias alheias à vontade dele), enquanto
o B responde por latrocínio. Se o crime mais grave for previsível responderá por
liame subjetivo.
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Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Aquilo que diz respeito a um dos agentes se comunica, se estende aos demais.
6.4.9.1.1 Elementares
São os elementos do tipo, os dados que integram a modalidade básica do
crime, mais simples, e formam o tipo fundamental. Em regra, as elementares estão
previstas no caput dos tipos penais. Existem elementares que não estão no caput? Sim,
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
6.4.9.1.2 Circunstâncias
Estão nos parágrafos, incisos e alíneas e são dados que se agregam às
179
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6.4.9.1.3 Condições
São dados que existem independentemente da prática do crime, e se dividem
em:
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Trata-se de crime próprio, que admite autoria e coparticipação. Ex. pai que
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
incentiva a mãe a matar o filho dos dois, caso o pai mate o bebê a pedido da mãe. A
mãe responde por infanticídio, enquanto o pai responderá também por infanticídio e
não por homicídio. Se o estado puerperal é uma elementar se comunica aos demais
subjetivo. É possível identificar quem produziu o resultado final nesse caso, por meio
de crime impossível. Ex. o primeiro tiro mata no mesmo momento e, caso outra pessoa
atire posteriormente não haverá crime.
181
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um mesmo crime cada uma desconhecendo a vontade da outra), não sendo possível
identificar quem produziu o resultado. Ex. duas pessoas atiram para matar mas não é
possível identificar quem matou, nesse caso ambos irão responder por tentativa de
os dois;
182
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7 Extinção da Punibilidade
O Direito de punir (“ius puniendi”) é um direito, mas não se limita a tanto, sendo
também um dever de punir de quem violou o Direito Penal, uma vez que é um Poder,
as pessoas, entretanto, quando alguém viola o Direito Penal passa a ser específico. Não
é ilimitado, encontrando diversos limites, pois o Estado, como titular de um Direito,
já que uma vez praticado o crime aquele Direito genérico e abstrato se materializa.
Assim, a ocorrência de uma causa extintiva da punibilidade não exclui o crime, somente
TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Súmula 554
O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o
recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.
do ofendido.
184
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Súmula 631-STJ:
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão
executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou
extrapenais.
É aquele que depende da prática de um crime anterior, não existindo por si só.
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou
influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo
anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive
o exercício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
185
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Aquele que resulta da fusão de dois ou mais crimes, como o roubo (furto +
ameaça).
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação
dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
186
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
São aqueles de qualquer modo ligados entre si, apresentando alguns pontos
de ligação.
O art. 108 trata da extinção da punibilidade nos crimes acessórios, nos crimes
187
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
aos demais agentes se houver concurso de pessoas. Jamais se comunica aos outros
agentes.
óbito.
188
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
7.6.1 Anistia
A anistia tem eficácia ex tunc, atingindo fatos passados. Esses efeitos da anistia
são extremamente amplos, excluindo o crime do raio de ação do Direito Penal. Não é
189
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7.6.2 Graça
7.6.2.1 Conceito
7.6.3 Indulto
7.6.3.1 Conceito
190
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A lei dos crimes hediondos proíbe tanto a anistia, quanto a graça e também o
indulto. O problema é que a CF/88 somente fala em anistia e graça. A posição que
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
prevalece é pela possibilidade, pois a Lei está em sintonia com a ordem constitucional,
e que tem sido preferida no STJ e no STF.
Súmula 535
A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação
de pena ou indulto.
Retratar-se é retirar o que foi dito, desdizer-se. É assumir que errou. Necessário
também, para a extinção da punibilidade, que a Lei indique a possibilidade de
191
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
retratação.
Hipóteses legais: o art. 143, do CP; é cabível a retratação nos crimes de calúnia
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a
propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido
não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do
art. 141;
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um
terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo
estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os
Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do
Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 14.197, de
2021) (Vigência)
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
pessoa com deficiência, exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de
recompensa, aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades
das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo
a pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
193
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
*Lembrar que calúnia e difamação podem ser retratadas quando a ação for privada.
7.6.4.1 Conceito
É o ato do Poder Judiciário pelo qual se deixa de aplicar a pena quando
194
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
7.6.4.3 Aplicabilidade
Em concurso de crimes, praticados dois crimes, um admite perdão judicial e o
outro não, é possível o perdão? Sim, mas apenas para aquele que a Lei permite o
perdão judicial, não se estendendo ao que a Lei não prevê essa situação.
No Código Penal e na legislação penal, em regra, o perdão judicial é previsto
para crimes culposos, como no art. 121, §5º (a essência do legislador é que o próprio
crime praticado pelo agente representa a sua maior punição, razão pela qual a pena
agente):
Homicídio simples
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
196
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
de 2019)
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
(Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968,
de 2019)
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído
pela Lei nº 13.968, de 2019)
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio
da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
(Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador
de grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal
de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze)
anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem
o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer
outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo
crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei nº
13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra
menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
197
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
198
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
SÚMULAN.18.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
*A sentença que concede perdão judicial não induz reincidência, conforme art. 120,
do CP:
Perdão judicial
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será
considerada para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
199
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200
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
8 Prescrição Penal
8.1 Introdução
A prescrição é uma causa da extinção do Direito de Punir de Estado, poder
esse que é genérico e abstrato. Quando alguém viola a Lei penal o Estado pode e deve
tanto.
8.2 Conceito
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
defesa.
Estado em fazer com que uma pena que já foi aplicada venha a ser efetivamente
cumprida; somente se manifesta após o trânsito em julgado da condenação para
subsequente).
Ainda, inclui-se o dia do começo e exclui-se o dia do final.
8.5 Fundamentos
a) Segurança Jurídica: a certeza, a estabilidade nas relações jurídicas, a
principal finalidade que o Direito deve buscar;
202
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Assim são:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
respeito:
203
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Diferenças
205
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Por que é calculado com base na pena máxima em abstrato? Situação que seja
em tese a mais favorável ao Estado, que é exatamente a pena máxima cominada aos
delitos;
A primeira exceção vem com relação à pena de multa, por força do art. 114, inciso I,
do CP:
Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)
Outra exceção, está prevista no art. 30, da Lei de Drogas:
206
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
data da sentença e requer prova com documento hábil, não bastando simplesmente
da 1ª condenação é que se considera a idade. Para o STF aplica-se a redução caso ele
complete 70 anos até o trânsito em julgado da condenação (ou seja: pode completar
70 anos no acórdão).
E o Estatuto do Idoso? Somente vale para o maior de 70 anos, o estatuto do
idoso, que prevê a idade de 60 anos para os idosos, não alterou a sistemática do
Código Penal.
A prescrição vai começar a fluir a partir da data da propositura da ação penal. Se foi
proposta a ação penal a prescrição começa a fluir a partir da data da consumação.
208
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Súmula 709
Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o
recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo
recebimento dela.
8.10.1.3.2 Pronúncia
É uma etapa processual exclusiva do rito de competência do Tribunal do Júri.
STJ:
SÚMULA N. 191
A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do
Júri venha a desclassificar o crime.
julgamento.
Existe para evitar que manobras protelatórias levem à prescrição.
art. 116:
211
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
A mesma causa pode ser impeditiva e pode ser suspensiva. Será impeditiva
da Lei nº 9.099/95:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público,
ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por
dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado
ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais
requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77
do Código Penal).
212
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
213
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pena aplicada. É calculada com base na pena aplicada, porque existe no Brasil o
princípio da “Non reformatio in pejus”.
214
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8.10.3.1 Conceito
215
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8.10.3.2 Cálculo
Pois não há trânsito em julgado para ambas as partes, mas apenas para
acusação, no tocante à pena aplicada; o nome superveniente se refere ao cálculo para
8.10.3.4 Ocorre
É o interesse do Estado em fazer com que uma pena aplicada seja efetivamente
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
cumprida. É a perda do direito/poder de fazer com que uma pena aplicada seja
cumprida, diante da inércia do Estado durante determinado prazo.
8.10.4.1 Contagem
Na forma da súmula 604, do STF:
SÚMULA N. 220
216
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Código Penal:
extinta.
para ambas as partes, o termo inicial retroage à data do trânsito em julgado para
217
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perspectiva
É uma criação doutrinária que posteriormente foi admitida pela jurisprudência.
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superiores.
Prescrição virtual: porque não tem previsão legal (virtual não tem existência
real);
8.10.5.1 Fundamentos
presunção de inocência; 3) durante a instrução pode surgir algum fato novo que
Súmula 489 -
Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as
ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual.
Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
1º.4.1996)
219
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Código Penal.
utilizado o sistema da exasperação, pautado pela pena do crime mais grave aumentada
na hipótese legal. Aqui a fração da pena aumentada deve ser desconsiderada para o
220
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9 Medidas de Segurança
9.1 Conceito
No Direito Penal há um gênero que é a sanção penal, que se divide em 1) pena
e 2) medida de segurança. Por isso Claus Roxin diz que o Direito Penal é um sistema
9.2.1 Finalidades
9.2.2 Pressuposto
221
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9.2.3 Duração
Súmula 527
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
222
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9.2.4 Destinatários
Deve haver prova da autoria e da materialidade desse fato típico. Não se aplica
9.3.2.1 Conceito
Probabilidade de o agente voltar a delinquir. Não é a mera possibilidade.
223
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Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
224
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9.4.1 Inimputáveis
9.4.2 Semi-imputáveis
do CP:
225
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Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) – (DETENTIVA)
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) – (RESTRITIVA)
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de
segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Fato praticado pelo agente punido com detenção: o Juiz pode optar entre
do tratamento ambulatorial.
227
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de egresso.
9.7.2 Perícia
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
imputável;
229
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230
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10 Efeitos da Condenação
10.1 Conceito
Conceito (condenação definitiva): são todas as consequências, diretas ou
indiretas, que atingem a pessoa condenada por uma decisão transitada em julgado.
10.2 Pressuposto
Decisão condenatória com trânsito em julgado, de que não caiba mais recurso.
efeitos da condenação.
Súmula Vinculante 35
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei
9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
231
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São aqueles que derivam da sentença penal como fato jurídico. São todos
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
10.3.2.1.2 Regime fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade (art. 33, §2º)
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
232
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Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra
espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
10.3.2.2 Extrapenais
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
10.3.2.2.1 Genéricos
Estão previstos no art. 91, do CP, e são aplicáveis aos crimes em geral.
233
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10.3.2.2.2 Específicos
Estão previstos no art. 92, do CP, e precisam ser declarados expressamente na
penal:
234
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
O próprio CPC, no art. 515, define a sentença penal como título executivo
extrajudicial. Antes de executar deve ser definido o quantum debeatur (valor a ser
executado).
235
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do Código Penal).
Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de
outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que
vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se
for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida
cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser
interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de
internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de
determinação do regime inicial de pena privativa de
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
10.3.3.2 Confisco
Está previsto no art. 91, inc. II, do Código Penal. Os instrumentos do crime são
sentença penal.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
da aposentadoria).
O STJ diz que num primeiro momento o efeito da condenação é restrito ao
cumprida a pena, ele não volta a ocupar esse cargo, função pública ou mandado
eletivo. Nada impede que ele obtenha a reabilitação e preste novo concurso público.
237
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
O crime deve ser doloso, sujeito à pena de reclusão, além de ser cometido
contra filho, tutelado e curatelado. Os efeitos podem ser estendidos a outros filhos,
o Poder Familiar.
e que é automático).
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
abranja outros bens do condenado, desde que atendidos os requisitos do art. 91-A,
alcançando todos os bens de sua titularidade que sejam incompatíveis com seu
patrimônio, na data da infração penal ou recebidos posteriormente. Ainda, a Lei prevê
238
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O Direito Penal é um sistema de dupla via: o Estado responde ora com pena,
ora com medida de segurança.
239
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vítima como uma de suas condições. Trata-se de valorizar a vítima, por meio do Direito
Penal.
pena se esgota por si só. A sua finalidade, portanto, é punir. O Estado aplica a pena
para castigar alguém. Não há nenhuma finalidade prática, a pena não visa prevenir
crimes tão menos ressocializar o criminoso. A pena é um mal justo, imposta pelo Estado
vingança do Estado contra quem violou a Lei penal. Pena de morte. Lei do Talião
(marco da proporcionalidade do Direito Penal).
pena, busca evitar a prática de novas infrações penais. O Estado não quer castigar,
expiar o condenado, mas sim evitar novos crimes. A prevenção se subdivide em geral
e especial:
240
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Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra
espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
O STF diz que as finalidades da pena devem ser buscadas em igual intensidade
em primeiro lugar pelo Estado, mas também pelo condenado. A pena nunca vai ser
241
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ideia de pena. A pena tem um viés de justiça para quem sofre com o crime (as vítimas).
242
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CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
constitucional.
11.4.2.2 Proibidas
243
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despenalizado.
Cifras negras (relacionados aos crimes de rua): Crimes praticados que não
tanto dinheiro com o Direito Penal. Ferrajoli diz que o abolicionismo penal não passa
de uma utopia.
Direito penal subterrâneo: cifras negras do Direito penal quando crimes são
praticados por agentes públicos (grupos de extermínio e milícias).
244
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dano que foi causado a ela e, depois, com o perdão do agressor (vítima perdoando o
agressor).
A Justiça restaurativa não visa a pena, sendo caracterizada por meios informais
e flexíveis, dispensando formalidades.
245
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12 Aplicação da Pena
12.1 Conceito
A aplicação da pena é a atividade exclusiva do Poder Judiciário que consiste
devido processo legal a pessoa a quem foi imputada responsabilidade por um crime
tarefa automatizada, pois cada caso terá uma pena diferente (princípio da
vinculado).
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59
deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias
atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de
aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
246
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Será aplicada em duas fases; na pena de multa adota-se o sistema bifásico, nos
Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo
penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa.
Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e
sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
de liberdade, o Brasil adotada o sistema trifásico, ao passo que, com relação às multas,
é adotado o sistema bifásico.
As penas restritivas de direitos são substitutivas à pena privativa de liberdade.
247
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processo legal ao responsável pela prática de uma infração penal. Desse modo:
a) Pena-base
b) Atenuantes e agravantes
*Para quem adotava a teoria bifásica com relação à fixação das penas privativas de
liberdade, a primeira fase engloba as penas bases e as atenuantes e agravantes.
Cada uma das etapas deve ser fundamentada e justificada pelo magistrado.
mínimo legal ela dispensa fundamentação, porque não há prejuízo ao réu. Segundo o
STF diz que se chegou no Brasil à cultura da pena mínima no Poder Judiciário, que é
rebatido pelo interesse público bem como pelo art. 93, inciso IX, da CF/88:
248
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à 1) culpabilidade, aos 2) antecedentes, à 3)
conduta social, à 4) personalidade do agente, aos 5) motivos, às 6)
circunstâncias e 7) conseqüências do crime, bem como ao 8)
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
ao réu, a pena não pode ir acima do mínimo legal. Segue-se, assim, o princípio da
proporcionalidade.
para evitar o chamado bis in idem. A circunstância judicial somente poderá ser valorada
pelo magistrado se não constituir como elementar do crime.
dos Tribunais, notadamente em grau de recurso, que corrige a pena aplicada de modo
249
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Somente pode ser taxado antecedente o que gera uma condenação definitiva, com
trânsito em julgado, em respeito ao princípio da presunção de não culpabilidade,
entendimento sumulado:
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
c) Conduta social: tudo aquilo ligado à vida do réu, como por exemplo ter sido
preso por dívida alimentar ou ter sido demitido diversas vezes. Ou uma boa
conduta na sociedade, como ajudar em projetos sociais. É chamada de
antecedentes sociais, consistindo no estilo de vida do acusado, que pode
ser adequado ou inadequado, perante toda a sociedade; comprova-se por
testemunhas e entrevista psicológica. Conduta social não pode ser
confundida com antecedentes.
250
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
251
Curso Preparatório 1ª Fase VFK Educação
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palavras, a presença de uma agravante impõe a elevação da pena pelo Juiz. Não pode
o Juiz reconhecer uma agravante e deixar de aplicar a pena, desde que não caracterize
bis in idem.
em rol exemplificativo:
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
66, do CP).
As atenuantes também devem ser aplicadas obrigatoriamente, desde que não
Nessa segunda fase a pena não pode ultrapassar os limites legais, em outras
palavras, as atenuantes não podem trazer a pena abaixo do mínimo, as agravantes não
Atenuante inócua: quando a pena base foi aplicada no mínimo legal, mesmo
reconhecida pelo Juiz;
de 1/6, como definido pelo STF na AP 470, porque é o menor percentual previsto pelo
253
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aumento de majorantes.
As causas de aumento e de diminuição da pena incidem em percentual fixo ou
variável.
expressamente indicados).
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59
deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias
atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de
aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou
a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente
ou diminua.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
12.6.1 Conceito
É o modo pelo qual se dá o cumprimento da pena privativa de liberdade, nos
termos do art. 33, do CP:
254
Curso Preparatório 1ª Fase VFK Educação
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Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de
segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto (ou semi-fechado) a execução da pena em
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em
forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime
mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a
cumpri-la em regime fechado (8 anos e um dia);
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)
anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em
regime semi-aberto (semi-fechado);
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
c) Circunstâncias judiciais.
255
Curso Preparatório 1ª Fase VFK Educação
Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
acórdão condenatório, como determina o art. 59, inciso II, do CP. No caso de
cabível.
se a pena final).
O Juiz pode aplicar qualquer dos regimes, fechado, semi-aberto ou até mesmo
o aberto.
No crime de tortura, equiparado aos hediondos, a lei continua a falar no
SÚMULA N. 269
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias
Penal, o Juiz pode fixar o regime prisional mais gravoso do que o correspondente à
256
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
penais:
Súmula 440 -
Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de
regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção
imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
257
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13 Reincidência
13.1 Introdução
É uma agravante genérica porque o condenado praticou um crime anterior e
pratica um novo crime. Ou seja, houve falha em duas finalidades da pena, em primeiro
lugar a retribuição. O castigo anterior foi insuficiente, tanto que o agente voltou a
finalidades da pena.
258
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13.3 Conceito
Contido no art. 63, do CP:
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
13.4 Requisitos
a) Prática de um crime, cometido no Brasil ou no estrangeiro;
Tudo isso deve ocorrer em ordem cronológica. A prática do crime deve ser
APÓS a condenação definitiva (a conduta deve ser após a condenação definitiva).
259
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Existe uma lacuna legislativa, não sendo possível utilizar analogia em mallan
parten.
260
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ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena
restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida
seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado
em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta.
No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o
tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo
mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº
9.714, de 1998)
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro
crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo
deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena
substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Penal militar. Ex. deserção; insubordinação; indisciplina. O crime militar impróprio gera
reincidência.
Crimes políticos: são aqueles que ofendem a estrutura e a organização do
Estado.
Súmula nº 241:
A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância
agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
13.11 Terminologias
a) Reincidente: é aquele que pratica um novo crime depois de ser
definitivamente condenado por um crime anterior;
263
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14 Pena de Multa
14.1 Conceito
É a espécie de sanção penal de natureza patrimonial, consistente em
tempo em que o tipo penal prevê a pena de multa, a parte geral traz parâmetros para
fixar a pena de multa.
264
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b) 2ª Fase: valor de cada dia-multa, que não pode ser inferior a um trigésimo
do salário-mínimo nem superior a 5 vezes o salário-mínimo.
pelo Estado? 1ª Posição: estabelece que não, porque o que o Estado vai gastar para
cobrar a multa será superior ao seu valor; 2ª Posição: sim, que a multa deve ser cobrada
pelo Estado independentemente do seu valor, porque a multa é pena e é obrigatória,
impositiva.
Penal:
265
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Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de
transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e
conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se
realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no
vencimento ou salário do condenado quando: (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Tanto a LEP quanto o CPP autorizam o desconto em folha, com relação ao pagamento
9.268/96, estabeleceu que a multa deve ser cobrada como dívida de valor. O processo
266
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jurídica de multa, segundo o STF, de acordo com as disposições da CF/88 (art. 5º, inciso
XLVI).
267
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Contravenções Penais:
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum,
ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar
cinquenta contos.
15.2 Fundamentos
Está na CF/88, no art. 5º, inciso XLVII, quando proíbe a pena de prisão perpétua.
de vida do brasileiro, que aumentou. Também para preservar a isonomia, com relação
268
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Desse modo, as penas devem ser somadas. A respeito do tema, o STF editou a
súmula nº 715:
É do Juízo da execução.
269
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16.2 Espécies
Estão previstas e delimitadas no art. 43, do CP:
270
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271
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Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e
VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade
substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. (Redação dada
pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao
condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55),
nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído
pela Lei nº 9.714, de 1998)
Têm natureza patrimonial, uma vez pagos os valores, não há que se falar em prazo de
cumprimento.
16.5 Requisitos
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
16.5.1 Objetivos
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de liberdade
Acontece na hipótese do §4º, do art. 44, do CP:
274
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16.13.1 Conceito
pela vítima.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
penitenciário nacional:
a pena não pode passar da pessoa do condenado. Não pode ser transmitida aos
herdeiros (somente se transfere a obrigação de reparar o dano, porque é um efeito
extrapenal).
Tem conteúdo confiscatório? Tem natureza de confisco, mesmo assim é
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constitucional, porque é expressamente prevista pelo art. 5º, XLVI, na CF/88. A perda
de bens e valores é uma pena restritiva de direitos, ao passo que o confisco é um efeito
16.15.1 Conceito
congêneres.
16.15.2 Aplicabilidade
O próprio Código Penal entende que essa é a pena restritiva de direitos mais
de privação da liberdade.
liberdade substituída.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
11.7.1984)
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17 Concurso de Crimes
17.1 Conceito
É o instituto que se verifica quando o agente mediante uma ou mais condutas
pratica dois ou mais crimes
Pode haver unidade ou pluralidade de condutas, mas sempre com pluralidade
de crimes.
17.2 Espécies
a) Concurso material: art. 69; - Regra geral no concurso de crimes;
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Penal
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
17.4.2 Espécies
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
b) Não são conexos e objeto de ações penais diversas: a soma das penas
será efetuada pelo juízo da execução;
Primeiro deverá cumprir toda a pena de reclusão, após deverá cumprir toda a
pena de detenção.
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17.5.1 Conceito
É a espécie de concurso de crimes, disciplinada no art. 70, do CP, que se verifica
quando o agente mediante uma só ação ou omissão pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não:
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
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17.6.1 Conceito
Penal:
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão pratica dois ou mais crimes
da mesma espécie, e pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
se chegar à conclusão de que vários crimes devem ser considerados como apenas um.
os crimes parcelares: são os vários delitos, autônomos, independentes, mas que, para
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fins de aplicação da pena o Direito Penal brasileiro faz de conta de que se trata de um
a) São aqueles que apresentam características comuns entre si. Ex. furto
mediante fraude e estelionato; minoritária;
jurisprudência, entre um crime parcelar e outro não pode haver intervalo de tempo
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Nesse caso a pena é aumentada até o triplo. O STJ e o STF entendem que
esse aumento parte de 1/6 e vai até o triplo. De acordo com a súmula 605,
do STF:
é uma ficção jurídica, pois são vários crimes que compõem a série delitiva, e cada fato
isoladamente considerado tem relevância penal. O crime habitual é aquele composto
por uma reiteração de atos indicativos do estilo de vida do agente (cada ato
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sempre se adota o sistema do cúmulo material. O STJ diz que o dispositivo é aplicável
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19 Do Livramento Condicional
Requisitos do livramento condicional
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado
a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde
que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho
honesto; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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