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Sumário
1 Conceitos Iniciais ................................................................................................................... 3
indenizar 7
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
3.2.1 Responsabilidade objetiva por fato ou guarda do animal, de acordo com o art. 936
do Código: 22
3.2.2 Responsabilidade objetiva do dono do prédio ou construção por sua ruína, nos
3.2.3 Responsabilidade objetiva do habitante do prédio pelas coisas que dele caírem ou
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Concurso de Cartório Disciplina: Direito Civil
1 Conceitos Iniciais
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ilícito civil nem dever de indenizar, nos termos do art. 927, caput do Código:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Ex. dirigir bêbado, por si só não é ilícito civil (pode haver ilícito penal ou ilícito
administrativo); por outro lado, dirigir bêbado e atropelar alguém configura, ai sim,
ilícito civil. Existe, assim, o I - dano evento: consiste na violação de um direito alheio;
II – dano resultado: dano em si, expressões de Antônio Junqueira Azevedo.
(negligência/imprudência).
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ato ilícito), também denominado como ilícito impuro. O dispositivo adotou a teoria
dos direitos subjetivos, pela máxima: “o meu direito termina onde começa o seu
direito”. Os direitos devem coexistir de forma harmônica, de acordo com a teoria dos
direitos subjetivos.
b) boa-fé;
c) bons constumes.
preenchidas pelo julgador no caso concreto. Rubens Limongi França conceitua o abuso
a ilicitude está na forma de execução do ato (fórmula: lícito + abusivo = ilicitude. Ex.
Ex1. Publicidade abusiva prevista no art. 37 do CDC, que viola os valores sociais;
Ex2. Abuso no processo (lide temerária); Ex3. Abuso no exercício da propriedade ou
ato emulativo (AEMULATIO).
O abuso de direito exige dano? Para os fins de responsabilidade civil sim; para
outros fins, no entanto, não há necessidade de dano, como, por exemplo, o
requerimento de tutela inibitória, como prevê o art. 497, parágrafo único do Código
de Processo Civil de 2015:
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou
determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir
a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção,
é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência
de culpa ou dolo.
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2.1.1 Ação
2.1.2 Omissão
(artigo 936 do Código) ou, ainda, por fato da coisa (artigos 937 e 938 do Código) bem
como por produto ou serviço (como previsto no Código de Defesa do Consumidor);
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2.2.1 Dolo
Ato intencional praticado pelo agente – para o Direito Civil havendo dolo ou
culpa grave os efeitos são os mesmos, aplicando-se o princípio da reparação integral
exemplo, o preterdolo;
subjetiva, pois estes profissionais assumem obrigação de meio, art. 14, §4º do Código
de Defesa do Consumidor:
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caso, a culpa presumida. Ex. médico cirurgião plástico estético (reparador não) pois ele
promete o resultado;
Se o réu provar que não teve culpa não Se o réu provar que não teve culpa, ele
responde responderá
2.3.2 Evolução
a) culpa in vigilando;
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Culpas não se compensam e deve se verificar o percentual de agir de cada um. Ex.
surfista de trem – culpa ou fato exclusivo da vítima, como decidido no REsp
160.051/RJ; Ex. “pingente de trem” gera culpa ou fato concorrente da vítima, nos
termos do REsp 226.348/SP; Ex. REsp 1.349.849/SP, adotando a teoria do risco
concorrente;
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
relação de causa e efeito entre a conduta e o dano (conceito de Aguiar Dias). Pode-se
dizer também que é uma relação de causa necessária.
a) culpa ou fato exclusivo da vítima. Ex. fumante, INF. 432 do STJ, pois a
empresa de cigarros não responderá pelos danos causados ao fumante;
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Pontes de Miranda diz que são sinônimos e tratam de eventos não previstos
pelas partes. Por outro lado, Washington de Barros Monteiro e Maria Helena Diniz,
preceituam que: Caso fortuito é evento da natureza ao passo que a força maior é ato
do homem; Finalmente, Orlando Gomes (posição seguida por Sérgio Cavalieri Filho,
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
inevitável.
Na análise deve se utilizar a tese do Agostinho Alvim (Sérgio Cavalieri trouxe
de volta), aduzindo que somente não é caso fortuito ou força maior o evento externo,
que está fora do risco da atividade, ou do negócio, do empreendimento, devendo-se
Ex1. Assalto a ônibus – após debate no STJ o assalto ao ônibus é evento externo,
segundo REsp 783.743/RJ; Ex2. Assalto a banco é considerado evento interno,
respondendo pelo assalto, segundo REsp 1.284.962/MG, respondendo até o seu
estacionamento. Ex3. Assalto a shopping – evento interno até o seu
estacionamento, conforme REsp 1.269.691/PB. Ex4. Ataque de psicopata a shopping
– também está pacificado (caso Matheus da Costa Meira), o STJ reformou algumas
decisões do TJSP pacificando que se trata de evento externo, como fez no REsp
1.164.889/SP e REsp 1.133.731/SP. Ex5. Súmula 479 do STJ – fraudes e delitos
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expectativa de vida de 75/76 anos. O cálculo envolve 2/3 do salário da vítima por mês,
incluindo-se férias, 13º, FGTS, caso a vítima tivesse CTPS, multiplicado pelo número de
anos até a vida provável. REsp 698.443/SP.
d) súmula 491 do STF: prevê que é indenizável o acidente que causa a morte
de filho menor, ainda que ele não exerça trabalho remunerado. Existe
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
e Maria Helena Diniz): pode alcançar pessoa natural ou pessoa jurídica (súmula 227 do
STJ), quando correr lesão à honra objetiva e não à honra subjetiva (inscrição indevida
como dor, tristeza, amargura e depressão. Ex: 370 que estabelece que caracteriza dano
moral o depósito antecipado de cheque pós-datado.
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Obs. mero descumprimento de um contrato não gera dano moral, podendo gerar
dano moral se envolver valor fundamentao previso na CF/88 (moradia – demora na
entrega da casa própria; saúde – contratos de saúde privada);
Obs. encontrar corpo estranho em um produto, diz o STJ que se o produto for
consumido cabe indenização; se não for consumidor há divergência no STJ sobre o
cabimento de danos morais, REsp 1.424.304/SP;
Obs. muitos julgados reconhecem danos morais pela perda do tempo, ou pela
teoria do desvio produtivo, consistindo numa reação para a tese do mero
aborrecimento. Ex. espera excessiva em fila do banco gera dano moral, como
reconhecido no REsp 1.218.497/MT
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turma do STJ, quando julgou o REsp 1.473.393/SP “caso farça do PCC”. São as
seguintes fases:
a) na primeira fase o julgador deve analisar grupos de julgados do STJ sobre
o tema, chegando-se ao valor padrão;
Obs. não se admite o tabelamento dos danos morais no Brasil (tarifação) porque
fere a isonomia constitucional; a quantificação, por outro lado, significa buscar o
valor indenizatório (quantum debeatur) que é realizada por arbitramento do juiz.
Para a fixação do quantum devido o STJ tem alguns critérios, a saber:
como uma alteração morfológica da pessoa natural (Tereza Ancona Lopez). Maria
Helena Diniz sustenta que causa um “enfeiamento da pessoa”. Pode ser interno ou
Separou-se o dano estético por duas razões: há uma lesão a mais à pessoa
natural e, também, o art. 5º, V, da CF/88 fala de dano moral e, em separado, de dano
à imagem.
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Os danos morais coletivos podem ser somados aos danos sociais ou difusos,
pois são acumuláveis, podendo-se afirmar que toda a sociedade é atingida, com
socialmente reprováveis.
Têm origem em uma teoria francesa, que admite os danos que decorrem da
frustração de uma expectativa ou da perda de uma oportunidade que possivelmente
ocorreria em circunstâncias normais. A chance deve ser séria e real, como consta do
enunciado 444, da V Jornada de Direito Civil, constando como categoria autônoma.
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réu. A responsabilidade civil objetiva, nesse caso, tem duas origens: 1) a lei (CDC e lei
6938 – danos ambientais) ou atividade de risco (cláusula geral de responsabilidade
objetiva. O risco (definir se a atividade é de risco ou não) deve ser analisado sob três
critérios:
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a) Estatística;
b) Prova técnica;
c) Máximas de experiência.
(Túlio Ascarelli); por outro lado, o risco está acima da situação de normalidade e abaixo
do perigo. A principal aplicação da cláusula geral da teoria do risco se dá nos acidentes
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Devem ser comprovadas as culpas das segundas pessoas indicadas nos incisos
V JDC e o STJ no REsp 1.436.401/MG; a outra entendendo que não, lastreado em José
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver
o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do
dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
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ele se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou se essas
pessoas não dispuserem de meios suficientes. Aplicando a responsabilidade subsidiária
3.2.1 Responsabilidade objetiva por fato ou guarda do animal, de acordo com o art.
936 do Código:
Responde o dano ou o detentor do animal:
Aplica-se, também, em conjunto com o CDC, teoria do diálogo das fontes, no caso,
por exemplo, “Circo Vostok”+Shopping, no REsp 1.100.571/PE; outro caso de
conjunção consiste na responsabilização das empresas concessionários de
rodovias, que respondem objetivamente pelos animais que invadem a pista;
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3.2.2 Responsabilidade objetiva do dono do prédio ou construção por sua ruína, nos
A ruína pode ser total ou parcial, sendo objetiva pela aplicação do CDC ou em
virtude do risco-criado (aquele que constrói assume um risco). Aplicação pelo TJRJ no
3.2.3 Responsabilidade objetiva do habitante do prédio pelas coisas que dele caírem
ou forem lançadas em lugar indevido
938 do Código:
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar
indevido.
a) aplicação histórica;
b) cláusula de incolumidade;
c) aplicação do CDC.
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terceira, contra quem tenha ação regressiva. Aplicou-se essa teoria ao acidente da gol.
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Uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou
iminente, contra si ou contra terceiros. Ex. legítima defesa da posse. Estabelecida
no art. 1210, §1º, do Código:
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que há uma responsabilidade civil por ato lícito, porque continua sendo legítima
defesa. Ex. REsp 513.891/RJ e 1.433.566/RS, reafirmando que existindo legítima
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terá responsabilidade civil? Em regra, sim, segundo o art. 929, se que causou o incêndio
não foi o dono da casa:
Ainda, o pedestre herói terá ação regressiva contra o culpado pelo incêndio.
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SÚMULA 359
Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a
notificação do devedor antes de proceder à inscrição.
SÚMULA 323
A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de
proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos,
independentemente da prescrição da execução.
Caso a pessoa já tenha tido o nome inscrito (ou ainda tem) por uma legítima
inscrição não pode pleitear indenização por danos morais, consoante a súmula 385
Pertence a: Eduardo Soares. Para uso pessoal e intransferível
do STJ:
SÚMULA 385
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição,
ressalvado o direito ao cancelamento.
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