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RESUMO
2016-2017
Introdução ao direito 2016/2017
Conteúdo
Módulo 1 - A ordem jurídica - Elementos integrantes ......................................................................................................... 5
Princípios fundamentais.......................................................................................................................................................... 5
Caracterização .................................................................................................................................................................... 6
Hierarquia ............................................................................................................................................................................. 15
Grupo de trabalho: Custódia, Fátima Vidigal, Sandra Leonor Santos, Sónia Filipe, Susana Oliveira e Jorge Passarinho 1
Introdução ao direito 2016/2017
Efolio A .................................................................................................................................................................................. 29
Os Órgãos de Soberania ................................................................................................................................................... 29
O Presidente da República ............................................................................................................................................... 29
A Assembleia da República .............................................................................................................................................. 29
O Governo ........................................................................................................................................................................ 30
Os tribunais ...................................................................................................................................................................... 30
O Conselho Económico e Social ....................................................................................................................................... 31
Direitos fundamentais consagrados na Constituição da Republica Portuguesa .............................................................. 32
Efolio B .................................................................................................................................................................................. 33
Liberdade contratual ........................................................................................................................................................ 33
Responsabilidade civil ...................................................................................................................................................... 35
Relevo económico das obrigações ................................................................................................................................... 37
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Introdução ao direito 2016/2017
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Introdução ao direito 2016/2017
Grupo I .................................................................................................................................................................................. 71
Sanção, coação e coercibilidade ...................................................................................................................................... 71
Segurança jurídica ............................................................................................................................................................ 72
Princípios da tipicidade e da separação de poderes ........................................................................................................ 72
Competências da União Europeia .................................................................................................................................... 73
Direitos de: personalidade, crédito e reais ...................................................................................................................... 73
Direito da boa-fé nos contratos ....................................................................................................................................... 74
Empresas societárias e não societárias ............................................................................................................................ 74
Parcerias entre o Estado e a sociedade ........................................................................................................................... 75
Grupo II ................................................................................................................................................................................. 75
Hierarquia de fontes de direito ........................................................................................................................................ 75
Ramos de direito público ................................................................................................................................................. 76
Os princípios fundamentais da Constituição da República Portuguesa ........................................................................... 77
Parlamento Europeu ........................................................................................................................................................ 79
Responsabilidade civil e criminal ..................................................................................................................................... 79
Estabelecimento individual de responsabilidade limitada............................................................................................... 82
Intervenção do Estado na economia ............................................................................................................................... 83
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Introdução ao direito 2016/2017
Resumo do Manual de Introdução ao Direito “Saber direito para entender o mercado” Marques, M.M.L., Ramos,
M.E., Frade, C., Pedroso, J. (2012)
Princípios fundamentais
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Princípios pelos quais a Ordem jurídica está constituída para que possa reger o sistema político e social
para o qual foi criada. Apesar de não resolverem uma situação, constituem o fundamento de todo o
sistema.
Pensamento jurídico – é o resultado do trabalho e contributo dos juristas, quer seja pela aplicação dos
princípios fundamentais (vagos e abertos por natureza) e das normas jurídicas (gerais e abstractas) a
conflitos concretos (singulares, específicos e nem sempre resolvidos pela lei).
Este pensamento jurídico é cumprido pela doutrina (noções, teorias e opiniões escritas por teóricos da
Ciência do Direito) e jurisprudência (conjunto de orientações seguidas pelos tribunais na decisão de
casos concretos).
Instituições – locais apropriados para a aplicação do direito. Estas instituições têm um carácter de
permanência e ordenação.
Com um carácter de permanência e estabilidade para que se possa aplicar o direito são definidos os:
⋅ Modos de proceder (normas do processo civil, penal, procedimento administrativo…) e
⋅ Os órgãos competentes para aplicar as leis (a ordem jurídica regula a sua criação, define a sua
organização e prevê o seu estatuto).
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Caracterização
Enunciação - A Ordem jurídica apresenta as seguintes características:
a) natureza sistemática;
b) vocação comunitária;
c) objetividade;
d) caráter vinculativo.
Natureza sistemática – os elementos que fazem parte da ordem jurídica são organizados num sistema.
Constituída por vários aspectos:
a) Princípios fundamentais que enquadram e condicionam todo o conjunto (ex: principio da
dignidade humana);
b) As várias normas são arrumadas em grandes divisões (os ramos de direito), que são organizadas
por matérias;
c) Há regras jurídicas que solucionam os conflitos de normas no tempo e no espaço;
d) Há critérios para interpretação das normas e para a integração de lacunas;
e) Há mecanismo que asseguram, tanto quanto possível, a aplicação uniforme do direito.
Objectividade – a ordem jurídica fornece critérios e preceitos que são anteriores ao sujeito mas que
irão continuar após a sua vida e irão agir sobre ele.
Não é do sujeito que depende a aceitação ou aplicação das normas, estas têm um carácter imperativo,
quer dizer que a ordem jurídica é no seu conjunto, constituída por comandos/ordens obrigatórios,
imperativos de Dever-Ser.
Quando os destinatários destas ordens lhes desobedecem, estão a violar a lei, pois o sujeito é livre de
obedecer ou não, passando a estar sujeito a punição, a norma nem sempre impede a sua violação, mas
têm mecanismos que devem impedir que esta violação possa existir, chama-se Coercibilidade.
Se o sujeito cumpre a norma, está a respeitar a lei.
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Carácter vinculativo – este manifesta-se através da obrigatoriedade dos critérios jurídicos serem
obrigatórios para os cidadãos e empresas. É através da legitimidade democrática que a ordem jurídica
garante que os cidadãos lhe obedeçam.
O poder organizado e institucionalizado define-se como autoridade. Esta manifesta-se através dos
órgãos dotados de poder autoritário por ela instituídos (tribunais, entidades administrativas, policias…)
e que são titulares de poderes autoritários, como o de impor, mandar e de executar, exercidos no
contexto do Estado.
A obrigatoriedade não pode ser sinónimo do abuso de poder, pois as normas são elaboradas por quem
detém legitimidade para o fazer e de um modo legitimado. O poder legislativo e a sua composição são
resultado de eleições democráticas, como tal as normas elaboradas por este órgão de soberania são
fundadas em legitimidade democrática (art. 110º da CRP), além das consultas obrigatórias aos
cidadãos através de organizações que possuam representatividade reconhecida pelo Estado.
As instituições funcionam no respeito pelas regras que são legitimadas democraticamente.
Ex: normas elaboradas pelo poder legislativo da AR (arts 164º e 165º da CRP).
A interpretação jurídica consiste na atividade intelectual destinada a retirar de uma fonte do direito a
regra ou a norma jurídica que permita resolver um caso prático que reclama solução jurídica (Justo,
2011:323).
A integração jurídica consiste no processo através do qual será constituída a norma que vai preencher
essa incompletude e permitir resolver o caso omisso (não regulado pelo sistema jurídico).
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Em alguns casos sanção e coação cruzam-se, sem que exista uma sanção negativa, como por ex: a
nulidade de negócios juridicos, não é aplicável o uso da força.
Existem medidas coativas aplicadas pelo direito que não constituem uma sanção, como por ex: buscas
ao domicilio, que são consideradas como um meio para se alcançarem as provas para apurar
determinado facto.
Coercibilidade – indica que a força só será usada em caso de desobediência e incumprimento das
normas, “obriga” que as pessoas e empresas respeitem estas normas, sabendo da existência da
aplicação de sanções tanto as pessoas como as empresas acabam por cumprir as normas.
Poder estadual de sancionar – regra exclusiva do Estado, e que lhe dá o estatuto de poder aplicar as
sanções e de usar a força para garantir a continuidade do direito. É através dos seus orgãos e serviços
que estas medidas são aplicadas (medidas punitivas).
As pessoas e empresas não podem reagir a agressões, deverão sempre recorrer às autoridades
competentes (polícia ou Ministério Público). Nestes casos aplica-se a norma denominada – A probição
da vingança privada, (art. 1º do CPC).
Justiça privada – quando são os próprios cidadãos a realizá-la, e só é admitida em casos excepcionais.
O Estado detém assim o poder exclusivo de aplicar sanções criminais (arts. 41º ss do CP)
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Paz social – esta é favorecida pela Ordem jurídica. A ordem jurídica contribui para a diminuição de
conflitos, com o conhecimento prévio dos critérios por ela impostos a quem infringir a lei. A ordem
jurídica impede o uso da força privada, daí ser importante que todos os cidadãos possam ter acesso à
justiça pública, através dos tribunais (exercicio da função jurisdicional – art. 202º da CRP) que são
independentes e imparciais (art. 203º da CRP).
A ordem jurídica reafirma os direitos e pune os crimes.
Punição de crimes – condenação do autor de um crime.
Segurança jurídica –esta segurança é o fruto da existência pacífica dos cidadãos e das empresas, livres
de agressões ou de intromissões ilícitas. O Estado promove esta segurança, através da polícia e dos
tribunais.
Um dos papéis da Ordem jurídica é a defesa de pessoas e empresas de ataques perpetrados pelo
Estado. Um Estado de Direito é caracterizado pela sujeição do poder a princípios e regras jurídicas,
garantindo aos cidadãos liberdade, igualdade e segurança.
O convivio social entre as pessoas é regulado por padrões de conduta não jurídica, como por ex: as
normas de trato social, normas religiosas e as normas morais.
O exemplo de apresentarmos as condolências à familia de um falecido, faz parte da cultura/tradição
mas não é uma norma jurídica, será uma norma de trato social.
Na religião, não existem as normas jurídicas, contudo existem normas que são garantidas por sanções
de outra índole (na confissão, poderá existir a aplicação de uma sanção).
Norma moral, nem sempre está presente nas normas jurídicas, como por ex: as normas sobre prazos.
Outras não acompanham certas representações morais, como é o caso da interrupção voluntária da
gravidez.
O direito também poderá acolher normas morais, como a punição de um crime de homicídio.
Criação do direito
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Introdução ao direito 2016/2017
existente entre Estados, das decisões políticas de orgãos de soberania competentes, de uma prática ao
longo do tempo e que se transformou em obrigatória, decisões de orgãos internacionais….
As fontes de direito podem ser imediatas, as que criam direito e normas jurídicas, e as que revelam
esse direito, e clarificam as normas existentes são as fontes mediatas.
Direito positivo – é constituido por normas que em dado momento histórico entram em vigor,
independentemente de terem sido substituidas, continuam a integrar o chamado direito positivo.
Direito vigente – é constituido por normas jurídicas que num dado momento histórico entram em
vigor, e que se aplicam às pessoas e empresas. Quando cessarem, deixam de pertencer ao direito
vigente e passam a pertencer ao direito positivo.
Normas de direito internacional público geral – normas consuetudinárias, de âmbito geral, mesmo que
se encontrem positivadas em instrumentos internacionais de âmbito universal.
Princípios de direito internacional público geral – princípios fundamentais que são geralmente
reconhecidos no direito interno dos Estados, pela sua generalização na sociedade acabam por adquirir
um sentido normativo no plano de direito internacional, como por ex: princípio da boa fé..
O direito da União Europeia – os tratados e as normas que a regem são aplicáveis na ordem interna.
Está dividido em:
a) Direito comunitário originário – constituido pelos tratados que instituiram as Comunidades
(tratado de Paris - CECA e os tratados de Roma – CEE) e pelos posteriores que os alteraram.
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Nem todo o direito que integra a ordem jurídica portuguesa tem origem em instituições ou em
decisões portuguesas. A União Europeia tem um papel relevante nestes assuntos, pois regula e
condiciona a vida dos cidadãos e das empresas portuguesas.
A ordem jurídica portuguesa integra várias normas sobre as fontes de direito interno.
Os atos de transposição – lei, decreto-lei ou decreto-legislativo regional – são fontes do direito
interno.
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O Tribunal Constitucional é entidade competente para fiscalizar as leis, quer sejam em sentido
formal ou material.
Há opiniões diferentes em relação à lei em sentido formal
⋅ para uns só as leis da AR são lei em sentido formal
⋅ para outros, esta lei em é um diploma emanado pelo orgão legislativo, que reveste uma forma
pré-determinada.
Para estes, as leis da AR, os decretos-leis do Governo e os decretos legislativos regionais são lei
em sentido formal.
Exemplo de lei em sentido formal – lei da AR sobre nacionalização de empresas.
Lei em sentido material – possui conteúdo normativo, (contém uma ou mais normas gerais e abstratas)
seja qual for a sua forma externa.
Exemplo de lei em sentido formal e material – lei da AR que regula o acesso da iniciativa privada a
determinadas atividades económicas.
Regulamento administrativo
São considerados como Fontes de direito, apesar de não serem atos legislativos.
Regulamento administrativo é considerado como o ato do Estado ou de outra entidade quer seja
pública ou privada, habilitada a exercer o Poder executivo, de forma escrita e solene, pode criar,
modificar ou extinguir as normas jurídicas hierarquicamente subordinadas à lei.
• São expressão do poder executivo
• Devem indicar expressamente as leis que visam regulamentar (art. 112º, 7 da CRP). Implica que
os regulamentos respeitem a precedência da lei e mencionem a lei ao abrigo da qual são
emitidos.
• Menciona os decretos regulamentares, e decretos regulamentares regionais.
• Regulamentos centrais
o resolução do Conselho de Ministros e portarias ministeriais.
• Regulamentos regionais
o decretos regulamentares regionais.
• Regulamentos locais
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O costume jurídico
No CC, o Costume não faz parte do elenco das fontes do direito, apenas os Usos estão mencionados,
mas deve ser considerado como fonte de direito (Cura, 1998: 269).
O costume são as acções que se tem na sociedade como se fossem obrigatórios, mas são apenas
regras que foram impostas com o passar dos tempos.
Outras normas da ordem jurídica portuguesa reconhecem o Costume como fonte de direito.
Há que considerar se a evolução dos tempos e a velocidade com que se registam alterações a nivel
histórico, é propicia à criação do Costume jurídico.
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Introdução ao direito 2016/2017
De acordo com o Código civil as fontes de direito são: leis, normas corporativas, os usos
e a equidade.
O costume é também denominado como Direito Consuetudinário. O costume é um
hábito comportamental que se vai repetindo e que se vai transformando com a
convicção de obrigatoriedade. É um comportamento adotado pela generalidade de um
povo (Elemento material), com a convicção de que o mesmo corresponde ao
cumprimento de uma norma do Direito (Elemento psicológico).
O Código civil não contempla o costume jurídico no elenco das fontes de Direito e
proíbe “o costume contrário à lei, quando determina que a lei só deixa de vigorar por
caducidade ou revogação” existem “outras normas da ordem jurídica portuguesa que
reconhecem o costume como fonte de direito” Vejam-se os arts. 348e,1,737e,1, a),I400e,I,e2,1401e, 1do CC.”
(MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.34).
No Código Civil português, apenas o Uso (art. 3º) tem relevância jurídica, ou seja é
considerado como Fonte de Direito.
Conclui-se que “o costume… deve ser considerado fonte de direito (Cura,1998:269)”,
independentemente dos tempos em que vivemos e tendo em conta a rápida sucessão
de acontecimentos, existem dúvidas se se deve ou não criar o costume jurídico.
SILVA, Germano, Introdução ao Direito (2012) p.92-93 e MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.34
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Jurisprudência
• conjunto de decisões em que são exprimidas orientações seguidas pelos tribunais ao julgar
casos concretos;
• considerada como não fonte do direito;
• importante relevo na experiência jurídica de uma determinada ordem jurídica;
• aplica normas gerais e abstratas a casos concretos.
o Concretiza conceitos
o Explora soluções para casos não resolvidos na lei
o Aproxima a norma geral às singularidades do caso concreto.
Doutrina
• Constituida por pareceres e opiniões dos juriconsultos acerca de uma questão de direito
• Manifesta-se em tratados, manuais, pareceres, monografias, recensões, anotações a arestos
jurisprudenciais, comentários a preceitos legislativos…
• Importante para o conhecimento e desenvolvimento do direito;
• As reflexões não são vinculativas;
• Embora com um papel relevante, não é tida como fonte de direito.
Hierarquia
Consiste em ordenar verticalmente as fontes de direito, segundo o seu valor, serve para:
a) Decidir que fontes podem interpretar, revogar e substituir outras;
b) Resolver conflitos entre normas.
Fontes de direito que estejam ao mesmo nível podem mutuamente interpretar-se, revogar-se, não
existindo entre elas qualquer precedência. Caso das leis e decretos-leis.
Posição hierárquica da leis
• Fonte superior
o Pode interpretar, substituir ou revogar a inferior
Caso existam contradições entre fontes, prevalecem as normas da fonte hierarquicamente superior.
Se uma lei violar a Constituição é designada por – lei inconstitucional e não será aplicada a pessoas ou
empresas
Se um regulamento violar a lei é um – regulamento ilegal
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Introdução ao direito 2016/2017
1º nivel
Constituição da República
Portuguesa
2º nível
Leis e decretos-leis
3º nível
Decretos legislativos regionais
4º nível
Regulamentos
Nesta hierarquia vertical – questiona-se a posição do Costume, há quem defenda que ocupa a mesma
posiçao da lei.
Pelo art. 7º, 1 do CC,duvida-se que o costume possa cessar a vigência da lei.
A ordem jurídica portuguesa integra normas jurídicas provenientes de fontes internacionais, não se
sabe em que posição estas normas se irão posicionar.
Existem opiniões diversas sobre a posição hierárquica
• No topo estão as fontes de direito internacional:
o Costumes,
o Tratados;
o Princípios gerais;
o Jurisprudência.
Outros defendem que as normas de direito internacional têm um valor superior ao das
leis, mas inferior ao da Constituição.
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Os ramos de direito são o resultado da arrumação do direito em partes que se diferenciam em razão
da matéria regulada.
Esta divisão tem um caráter sistematizador e pedagógico.
Os conflitos só podem ser resolvidos com a aplicação combinada de normas provenientes de vários
ramos de direito.
O critério que tem como junção o interesse e o da qualidade dos sujeitos (posição dos sujeitos na
relação jurídica) é o dominante, porque “o direito público disciplina relações de subordinação, em que
uma entidade pública tem poderes de autoridade sobre cidadãos ou empresas”.
As relações que existem entre estes dois poderes caracterizam-se por ser relações de subordinação e
de desigualdade. Ex: o Estado expropriar um terreno a um particular, cobrar um imposto, são situações
reguladas pelo poder público.
O poder privado, não dispõe de um poder de subordinação ao outro, pois agrupa as normas que
regulam as relações jurídicas entre sujeitos que estão em igualdade
Direito constitucional
• Sistema de normas jurídicas que regulam a organização e o funcionamento dos poderes do
Estado
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• Asseguram a protecção efectiva da constitucionalidade das leis e dos direitos fundamentais dos
cidadãos
• Definem as tarefas essenciais do Estado
• Definem os grandes objectivos da governação pública
Normas constitucionais que estão fora da CRP – Leis eleitorais
Direito administrativo
• Sistema de normas jurídicas que regulam a organização e o funcionamento dos órgãos da
administração pública, e também as relações com outros sujeitos de direito no exercício da
atividade administrativa pública.
• Disciplinam a organização da administração pública
• Estabelecem as relações entre a Administração pública e os particulares, ou entre duas ou mais
pessoas colectivas públicas.
Direito penal
• Sistema de normas que definem crimes e estabelece correspondentes penas e medidas de
segurança.
• Parte das normas do direito penal estão no Código Penal
• Direito penal – comportamentos graves (homicídios, furtos…)
o este direito é aplicável a pessoas singulares,
o com o surgimento de atos com o objetivo de lesar a sociedade como por ex: o
terrorismo, o Direito penal evoluiu para a responsabilidade criminal de pessoas
coletivas.
o Aplica penas limitadoras dos direitos dos cidadãos (prisão, coimas…)
o Tem que existir um grande rigor na sua aplicação, pode punir inocentes.
o Às pessoas coletivas aplicam-sem penas de dissolução e de multas.
Direito fiscal
• Ramo do direito público “constituído pelo sistema de normas jurídicas que definem os
impostos e respectivos montantes a pagar pelos cidadãos e pelas empresas do Estado e aos
entes públicos menores, e que asseguram a protecção dos direitos dos contribuintes perante a
Adminsitração tributária e desta perante eles.”
Os impostos:
• Visam a redestribuição do rendimento
• Implicam a transferência de recursos das empresas e cidadãos para o Estado.
• Pela decisão do Estado, empresas e familias ficam privadas da parte dos bens, por isso é
importante que se assegurem as garantias do contribuinte.
Direitos processuais
• Sistema de normas jurídicas que regulam os procedimentos jurídicos a seguir em tribunal, nos
processos que visam obter do Poder Judicial a administração da Justiça.
• Direito do processo civil – disciplina a atividade dos tribunais com vista à realização processual
civil
• Processo penal – conjunto das normas jurídicas que fixam os trâmites a observar na
isntaruração e desenvolvimento da ação penal
• Processo do trabalho.
Direito privado (direito flexível), predomina essencialmente a autonomia privada, uma ordem
igualitária. É constituido por:
Direito civil, Direito comercial, Direito internacional privado e Direito do trabalho
Direito civil
• considerado o direito privado geral.
Este ramo é constituido pelo sistema de normas jurídicas, que regulam a generalidade dos atos e
atividades em que se desenvolve a vida privada dos particulares, tanto na vida pessoal como
patrimonial.
Regula – as relações do Estado e de outros organismos públicos com os particulares – quando o Estado
e outros agem como se fossem particulares – ex: compra de um automóvel pelo Estado.
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Está em 1º lugar no código civil. Foi aprovado em 1967 e entrou em vigor em 1967. Foi estruturado
em: Parte Geral, Direito das Obrigações, Direito das Coisas, Direito da Familia e Direito das Sucessões.
Direito comercial
• considerado como o direito privado especial.
É o sistema juridico-normativo que deisciplina de modo especial os atos de coemrcio e os
comerciantes.
Regula – as sociedades comerciais, contratos comerciais e os títulos de crédito.
É neste direito que se estuda assuntos relacionados com propriedade industrial, como por ex: patentes
de invenção, marcas, insígnias, a insolvência de empresas e a sua recuperação.
As normas destinam-se a: situações onde existam relações com várias ordens jurídicas e determinam
qual a lei competente para regular tal situação.
Está previsto no CC, este utiliza vários elementos interligados como: nacionalidade das partes, a
residência habitual dos interessados, o lugar onde ocorreu determinado facto…
Direito do trabalho
• regula o trabalho subordinado.
Ramo do direito privado que é constituido pelo sistema de normas jurídicas que regulam as relações
individuais de trabalho subordinado, assim como todas as situações relacionadas.
Os empregadores pretendem abolir algumas regalias alcançadas pelos trabalhadores, com o
argumento da competitividade, o que tem causado debates na sociedade portuguesa.
Os trabalhadores lutam para que se mantenham as garantias, ex: proibição sem justa causa e pelos
direitos conquistados, ex: subsidio de férias.
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Vigência da lei
As normas legislativas passam por um processo que vai desde a:
• Iniciativa legislativa
• Discussão e votação
• Promulgação pelo PR
• Referenda do governo, e por fim
• Publicação em DR
Estas normas só produzem efeitos após a publicação oficial. Não havendo publicação é determinada
“ineficácia jurídica”. A data de publicação é a data do DR.
Certeza jurídica – é um requisito para a publicação das normas num jornal oficial (DR).
Existem outras formas de divulgação, como por ex: jornais, televisão, mas se não existir a sua
publicação, os tribunais, conservatórias, entidades administrativas, policias…. não podem aplicar estas
normas.
Lei que regula a publicação de diplomas – Lei nº 74/98 de 11 de novembro
Início da vigência
Existe um tempo entre a publicação e a aplicação da lei – VACATIO LEGIS. Este tempo pode ser fixado
pela própria lei.
A lei entra em vigor no 5º dia após a sua publicação, quer seja em território nacional ou estrangeiro. É
contado desde o dia imediato ao da publicação em DR.
Diplomas de autarquias locais têm um “vacatio legis” que não pode ser inferior a 8 dias.
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Cessação de vigência
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momento a partir do qual as normas jurídicas já não podem ser aplicadas, porque já se encontram a
vigorar.
• Ocorre pela caducidade e da revogação da lei.
• Deixam de ordenar a vida social e os tribunais, policias, conservatórias… já não as podem
considerar e aplicar.
Esta caducidade por vezes é definida pela própria lei, quer seja, pelo fim do facto que ela regia.
Revogação – quando surge uma nova lei que põe termo a uma existente, quer seja de mesmo valor
hierarquico ou inferior. E pode ser:
a) Expressa – a nova lei contem uma declaração de revogação da anterior;
b) Tácita – a nova lei é incompatível com as anteriores, mas existe uma menção que refere as leis
que cessam.
c) Total – a lei anterior cessa. – ab-rogação
d) Parcial – só uma parte da lei deixa de vigorar- derrogação
Interpretação jurídica
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É muito importante que a lei tenha uma linguagem acessível para que possa ser compreendida mais
facilmente.
Existe uma distinção entre interpretação autêntica e interpretação doutrinal, o critério que as
distingue é - o sujeito que realiza a interpretação.
Interpretação autêntica – realizada por uma fonte não hierarquicamente inferior à que é interpretada
e manifesta-se na lei interpretativa.
• Manifesta-se através do poder legislativo, e tem a força vinculante própria de uma lei.
(Machado, 1987:176)
Interpretação doutrinal – realizada por qualquer pessoa que conheça e domine os chamados
elementos da interpretação.
Ex: interpretação realizada pelos tribunais e expressa numa sentença ou acórdão.
• Tem o poder persuasivo ou de convencimento que resulta da aplicação correta dos elementos
de interpretação.
• Não tem força de lei.
• Pode ter várias interpretações da lei, mesmo em situações idênticas.
Elemento histórico
A história da lei é importante para a interpretação das normas jurídicas.
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Todo o percurso desde o início até a lei ser lei. As circunstâncias que estiveram na sua origem, a
preparação até chegarem à versão definitiva e as fontes que tiveram influência na interpretação da
norma. – art. 9º, 1
Elemento sistemático
O elemento sistemático pressupõe que a ordem jurídica é um sistema, presente nas ligações existentes
entre as normas, estas podem ser de subordinação, conexão ou analogia.
É através deste que se apuram as razões de ser ou o fim objetivo e prático que a lei pretende atingir.
Quem interpreta a lei, nem sempre participa no processo legislativo.
Geralmente o Preâmbulo (texto ou relatório inicial) – é uma ajuda na clarificação da finalidade da lei.
Resultados da interpretação
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Interpretação declarativa
coincidência entre o sentido que resulta do teor literal e o obtido pelos elementos lógicos.
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Introdução ao direito 2016/2017
Quem interpreta, limita-se apenas a identificar um dos sentidos que o texto contém, pelo facto de ser
o que corresponde ao pensamento legislativo.
Interpretação extensiva
necessária quando o legislador disse menos do que queria. Existe para resolver situações em que o
sentido “lido” da lei é menos amplo do que o dos elementos lógicos.
Interpretação restritiva
resolve as situações em que o sentido da lei é mais amplo do que o sentido obtido por intemédio dos
elementos lógicos, o intérprete restringe o conteúdo da lei de modo a adequá-lo aos elementos
lógicos.
Interpretação enunciativa
a norma obtida é também mais ampla do que o teor literal do texto. O intérprete pode usar
argumentos lógicos para obter uma norma.
Ex: a norma permite o mais, também permite o menos, ou o argumento de que a norma que proíbe o
menos, também proíbe o mais.
Lacuna- surge pelo facto do nosso sistema jurídico não ser completo, pois é incapaz de prever e regular
todos os casos jurídicos. Existe uma ausência jurídica que consiga resolver uma situação banal, mas
esta tem necessidade de uma solução jurídica.
As lacunas existem por:
a) Impossibilidade de o legislador antecipar (prever) todos os casos jurídicos;
b) O dinamismo da vida social;
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Introdução ao direito 2016/2017
Lacuna do direito - são aquelas que ocorrem no âmbito do ordenamento jurídico considerado como
um sistema dinâmico aberto, sujeito a uma evolução contínua.
Mesmo que não esteja prevista na lei determinados casos, o juiz não pode abster-se de julgar – art. 8º
CC
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Introdução ao direito 2016/2017
Com a existência da lacuna há a necessidade de saber como se poderá proceder para a integrar.
A integração consiste no processo através do qual será constituída a norma que vai preencher essa
incompletude e permitir resolver o caso omisso. Art. 10º CC
Processos de integração:
Analogia – esta existe sempre que no caso omisso procedam as razões justificativas da regulamentação
do caso previsto na lei – art. 10º, 2.
Ou seja, a analogia consiste numa operação mental que deve ser aplicada ao caso omisso, a norma
reguladora de um caso análogo, isto é, não existe uma norma que contemple a situação directamente,
mas existem normas que contemplam casos semelhantes.
Criação da “norma ad hoc” - estas normas não têm precedente vinculativo, a norma só é vinculativa
para aquele caso concreto.
Espécies de analogia
1. Analogia legis - uma norma jurídica específica e que aplica ao caso omisso a solução que é
prevista para o caso.
2. Analogia iuris - resolve o caso omisso por intermédio de um princípio geral de direito retirado
de várias normas jurídicas.
O art. 10º prefere a analogia legis.
Não sendo possível o recurso à analogia legis, o aplicador de direito pode recorrer à analogia iuris.
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Introdução ao direito 2016/2017
Quando existem lacunas que não possam ser integradas pelas analogias, o caso omisso é resolvido,
conforme o art. 10º, 3 – “segundo a norma que o próprio intérprete criaria, se houvesse de legislar
dentro do espirito do sistema”.
O juiz deverá posicionar-se na posição do legislador, depois deve considerar o “espirito do sistema” e
constituir uma norma ad hoc. Deve evitar-se que seja uma norma baseada exclusivamente no ponto de
vista do julgador.
Esta norma esgota-se naquele caso concreto, não sendo vinculativa para casos seguintes.
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Introdução ao direito 2016/2017
Efolio A
1. Discuta as competências dos diversos órgãos de soberania e, com base nessas competências,
justifique como classificaria o sistema de governo português, entre parlamentarismo e
semipresidencialismo.
Os Órgãos de Soberania surgem como “(…) peças essenciais do sistema politico e não dependem
hierarquicamente uns dos outros, por isso, não recebem ordens nem quaisquer comandos vinculativos
(…) partilham o poder soberano e exercem-no de forma a obter um resultado ótimo da atividade
politica do Estado, em nome do/e para o Povo” (Fontes, 2014:51). São quatro e consubstanciam-se no
Presidente da República, na Assembleia da República, no Governo e nos Tribunais, conforme o art.º
110.º da CRP.
importante – pois pode elaborar as leis - não é exclusiva da AR. Competências exclusivas da AR, o
Orçamento do Estado, a criação de novos impostos, as autarquias locais (extinção, modificação ou
criação); eletiva e de criação de vários órgãos, permite-lhe eleger os representantes ou membros de
órgãos constitucionais; função de controlo e de fiscalização serve para verificar as ações do Governo,
que podem ser através de inquéritos, ou mesmo aplicar monções de censura, que se forem aprovados
em AR podem levar à destituição do Governo; e função autorizante, que permite conceder poderes à
AR como por exemplo, a declaração de estado de emergência ou de sítio ou a concessão/contração de
empréstimos.
O Governo é o órgão que para além de conduzir a política do país também é o órgão superior da
Administração pública, (art.º 182.º CRP) é duplamente responsável perante a Assembleia da República
e Presidente da República. Geralmente o Governo é formado pelo partido maioritário, e é o PR que
nomeia o Primeiro-Ministro. Tem as seguintes funções: política, com o objetivo de realização de todos
os fins que foram estabelecidos constitucionalmente; legislativa, para que aprove os atos legislativos
da sua competência exclusiva (Decretos-Lei); administrativa, compreende as funções de fiscalizar a
Administração Pública e todos os atos administrativos.
Os tribunais são “os órgãos com competência para administrar a justiça em nome do povo” (art.º
202.º). Compete-lhes a função jurisdicional do Estado, que está centrada nos juízes. O governo e a
administração pública fazem uso da função consultiva dos tribunais para a emissão de pareceres.
Segundo Sá, um governo parlamentar é caracterizado pela quase inexistência do Chefe de Estado em
relação ao Parlamento, e hierarquicamente quem aparece no topo “é um monarca, ou não é eleito
directamente e o governo não responde perante ele” (1999:93), como o caso do governo do Reino
Unido.
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Introdução ao direito 2016/2017
De facto, a opinião praticamente unânime da Doutrina vai no sentido em “o caso português tem sido,
quase pacificamente, apresentado como um exemplo de semi-presidencialismo.” (Fontes, 2014:113).
Tem um presidente eleito pela AR, preside e coordena o Plenário, Conselho Coordenador e Conselho
Administrativo, representa o Conselho quer seja a nível nacional e internacional.
Conforme publicado na página online do CES o plenário é composto por 66 membros efetivos,
agrupados em 6 grupos conforme os seus interesses: Governo; Empregadores; Trabalhadores;
Representantes dos governos regionais e locais; Interesses diversos e Personalidades de reconhecido
mérito.
Concluindo o CES tem um papel importante na nossa sociedade, é o de mediador entre o Governo e os
representantes das instituições sociais, com o intuito da existência de diálogo e resolução de situações
menos favoráveis, sem contudo dirigir a economia do país, uma vez que existe “liberdade de iniciativa
e de organização empresarial no âmbito de uma economia mista” (art.º 80.º, alínea c) da CRP), o que
não impede o “planeamento democrático do desenvolvimento económico e social” e a “participação
das organizações representativas dos trabalhadores e das organizações representativas das atividades
económicas na definição das principais medidas económicas e sociais” (alíneas e) e g) do mesmo art.º).
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Introdução ao direito 2016/2017
Como direitos fundamentais temos: os direitos, liberdades e garantias que são fundamentais num país
democrata, beneficiam de regime constitucional e dificilmente poderão ser suspensos. Todos os
cidadãos têm o direito à vida e à integridade física e moral, ninguém deve ser alvo de tortura nem de
maus tratos (art.os 24.º e 25.º), à liberdade e à segurança (art.º 27.º), a não ser que tenha sido punido
por lei por algum ato ilícito que tenha cometido. O art.º 21.º menciona que todos têm o direito de
resistência a alguma ordem que ofenda os seus direitos. Temos o direito de saber para quê e de que
maneira são usados os nossos dados através da informática (art.º 35.º), o direito à liberdade de
expressão quer seja pela palavra, ou outra via de comunicação (art.º 37.º), o direito à religião (art.º
41.º), o direito à aprendizagem, fator muito importante no desenvolvimento de um país (art.º 43.º). O
direito à participação política, dando a oportunidade a todos de poderem participar através dos
partidos políticos ou associações.
A garantia dada aos cidadãos da segurança no trabalho, proibindo os despedimentos sem justa causa
(art.º 53.º), podendo estes serem representados por comissões de trabalhadores; os direitos
económicos, sociais e culturais são direitos como: o direito ao trabalho, à habitação, à segurança
social, ao ambiente e à qualidade de vida, apesar de serem direitos da incumbência do Estado, estão
dependentes das condições sociais, económicas e políticas existentes no país.
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Introdução ao direito 2016/2017
minimamente condigna (art.os 63.º e 64.º). Habitação condigna para todos os cidadãos, situação que
infelizmente não é generalizada (art.º 65.º).
Direito a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado (art.º 66.º) competência que também deve
ser atribuída aos cidadãos; os direitos e deveres culturais, todos os cidadãos têm direito à educação e
cultura, ao ensino como garantia de oportunidade e igualdade, o Estado tem que ter a capacidade de
garantir as valências - ensino gratuito e obrigatório, criação de escolas, apoio a deficientes…. Promover
o acesso à arte, chamar os cidadãos a participar, através do dever de preservar ou da criação. Acesso à
prática desportiva, incumbir aos cidadãos a importância desta prática, cabe ao Estado, escolas e
associações a promoção e difusão, prevenindo também a violência no desporto. (arts 73 e 79).
Conforme refere José Fontes, “a Constituição de 1976 é claramente representativa das Constituições
democráticas e sociais, já que garante não só os direitos, liberdades e garantias fundamentais como
também introduz mecanismos de controlo dos atos normativos e um conjunto amplo de direitos
sociais, económicos e culturais, como, por exemplo, o direito ao trabalho e à segurança social”,
surgindo em antítese à “Constituição de 1933 [que] foi semântica, pois a Constituição real não
correspondia à Constituição formal, designadamente, (…) em matéria de direitos, liberdades e
garantias” (2014:149 e 150).
Efolio B
1. Discuta de forma crítica em que consiste a “Liberdade Contratual” nas suas diversas
dimensões e nos seus limites.
Liberdade contratual
Para que possa existir Liberdade contratual têm que existir Contratos, também designados como,
negócios jurídicos bilaterais.
Os negócios jurídicos podem ser unilaterais ou bilaterais. A sua diferença é, enquanto os negócios
jurídicos unilaterais para serem realizados estão dependentes de uma única declaração de vontade
(ex. testamento), os contratos (ou negócios jurídicos bilaterais ou plurilaterais) são constituídos por
duas ou mais declarações de vontade.
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Introdução ao direito 2016/2017
E “É no domínio contratual que a autonomia privada assume todo o seu relevo e a sua dimensão mais
visível é a liberdade contratual.” (Marques, 2012:109).
Assim “A liberdade de celebração dos contratos consiste na faculdade de livremente realizar contratos
ou recusar a sua celebração” (Pinto, 2005:107). No n.º 2 do mesmo artigo do CC, temos que, ainda no
âmbito da liberdade contratual as partes podem ainda celebrar contratos mistos, isto é, reunir num
mesmo contrato, regras de dois ou mais contratos.
Temos ainda que a Liberdade Contratual, ou autonomia privada não é absoluta nos contratos de
adesão em que não existe a possibilidade de uma das partes opinar sobre os conteúdos do contrato,
ou aceita, ou rejeita, este tipo de contrato, tem a “vantagem para as empresas e para a vida
económica na organização, racionalização e normalização da atividade contratual dirigida a um
número elevado e indeterminado de clientes” (Pinto, 2005:109). Nestes casos o contrato tem cláusulas
favoráveis a uma das partes, e a outra parte acaba por aceitar as condições que lhe são impostas, ex:
os contratos de telemóveis.
Conforme Pinto a consagração do dever jurídico de contratar, mesmo que exista a recusa de uma
parte contratar, não é impeditivo que se celebre um contrato ou que existam sanções, e dá o exemplo
da celebração obrigatória do contrato de seguro de responsabilidade civil (2005:108); a proibição de
celebrar contratos com determinadas pessoas (exs. a venda de coisas ou direitos litigiosos do artigo
876.º do CC) e a necessidade de existir autorização de terceiros para celebrar o contrato (ex. a venda a
filhos ou netos do artigo 877.º do CC).
Atualmente, e para que não exista uma desigualdade social e económica “Impõe-se corrigir ou impedir
os desenvolvimentos ilimitados da liberdade contratual” (Pinto, 2005: 111), existindo por isso algumas
limitações na Liberdade Contratual, expressas no artigos 280.º, 281.º e 282.º do CC. O 1.º artigo vem
determinar que são nulos, todos os contratos celebrados contra a ordem pública e os bons costumes,
o artigo 281.º do CC diz que os negócios jurídicos são nulos se forem celebrados contra a lei ou ordem
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Introdução ao direito 2016/2017
pública ou ainda ofensivos aos bons costumes, e ainda no artigo 282.º do CC, temos que os negócios
jurídicos são anuláveis se forem celebrados por usura.
Assim, as partes envolvidas num contrato devem pautar-se pelo Princípio da boa-fé.
Responsabilidade civil
Por responsabilidade civil entende-se a obrigatoriedade imposta pela lei de se reparar um dano
causado a outra pessoa, quer seja um dano físico, à honra ou aos bens.
Há a necessidade de determinar se a pessoa que sofreu o dano deve suportá-lo ou exigir a reparação,
caso exista responsabilidade civil do lesante passa a existir a obrigação de indemnizar, após a
indeminização, o lesado passa a ser considerado sem dano.
A responsabilidade civil pode advir de fatos ilícitos, pela culpa, e o seu princípio geral está constituído
no artigo 483.º do CC, pelo risco e neste caso dispensa a culpa mas nunca o dano e encontramos as
disposições aplicáveis no artigo 499.º do CC.
A responsabilidade civil “atua através da obrigação de indemnizar” (Marques,2012:119).
A obrigação de indemnizar o outro tem o seu princípio geral no artigo 562.º do CC, assim “Quem
estiver obrigado a reparar um dano deve reconstituir a situação que existiria, se não se tivesse
verificado o evento que obriga à reparação”. E se tal não for possível então devemos recorrer à
Indemnização em dinheiro, nos termos do artigo 566.º do CC.
Para que o princípio de responsabilidade civil seja invocado, tem de existir nexo de causalidade, nos
temos do artigo 563.º do CC. Assim tem de existir primeiro um fato ou evento, e um dano a terceiros.
Sendo que “a responsabilidade civil prescinde da culpa e da ilicitude” (Pinto, 2005:130).
Entende-se por culpa, a avaliação dos actos ou intenções de determinadas pessoas que causam danos
ao violarem situações impostas por lei.
Embora diferentes, a responsabilidade civil e criminal, podem estar presentes na mesma situação e ser
desencadeadas pelo mesmo facto. Enquanto a responsabilidade civil tem o objetivo de reparar os
danos/interesses privados, a responsabilidade criminal “visa a defesa dos interesses coletivos
essenciais como a vida, a honra, a integridade física, o património (…) concretiza-se na aplicação de
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Introdução ao direito 2016/2017
uma pena”. (Marques, 2012;117), punindo-o por vezes com prisão, com o intuito de lhe mostrar como
a sociedade reage ao seu crime.
Na responsabilidade civil extracontratual, também conhecida por aquiliana ou delitual, o agente não
tem um contrato com a vítima, mas um vínculo legal, e que poderá causar algum dano à vítima pela
violação de deveres genéricos de respeito. As principais diferenças incidem no conceito de Culpa, na
responsabilidade civil contratual apresentadas nos arts. 799º, nº1 e 487, nº 1.
Já na responsabilidade objetiva, ou pelo risco, dispensa a culpa, mas nunca o dano. No caso português
esta é admitida em casos excecionais, conforme os artigos 483º, 2º do CC e 499.º e seguintes.
A Responsabilidade civil por factos ilícitos está assente na violação dos deveres que são impostos pela
ordem jurídica, (ilicitude) ou o direito de outrem e que ocorrem voluntariamente (facto voluntário), e
conforme o artigo 483º, n.º 1º do CC, tem a obrigação de indemnizar o outro pelos danos causados
pela sua violação.
Para que o agente seja considerado culpado há a necessidade de provar que tenha existido dolo
(quando uma pessoa age de má-fé com o intuito de praticar algum crime, mesmo sabendo das
consequências), ou culpa (quando se atua levianamente), é o lesado que deve provar que existiu esta
violação para que possa existir a indemnização.
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Introdução ao direito 2016/2017
Concluindo tem de existir sempre os seguintes pressupostos: factor humano, ilicitude, culpa, dano e
nexo de causalidade entre o facto ilícito e culposo e o dano.
No caso da responsabilidade civil por factos lícitos, ou pelo risco, existe responsabilidade civil pela
prática de factos que respeitam o direito, mas mesmo assim é obrigado a indemnizar, por exemplo,
danos causados por animais, artigo 502.º do CC ou o acidente causado por veículo, artigo 503.º do CC.
Responsabilidade civil apresenta vários fundamentos; culpa, risco e sacrifício.
3. Discuta de forma crítica o relevo económico das obrigações, tendo especial atenção às suas
fontes conforme definidas no Código Civil.
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Introdução ao direito 2016/2017
MARQUES, Maria Manuel Leitão, RAMOS, Maria Elisabete, FRADE, Catarina, PEDROSO, João (2012) “Manual de Introdução ao Direito –
Saber direito para entender o mercado”, Coimbra, Almedina
PINTO, Carlos Alberto da Mota (2005) “Teoria Geral do Direito Civil”, 4ª edição por António Pinto Monteiro e Paulo Mota Pinto, Coimbra
Editora
Atividades Formativas
Atividade Formativa 1
Ordem jurídica
1. Apresente as características da Ordem Jurídica.
Para poder responder começo por tentar perceber o que é a Ordem jurídica, esta faz parte do “Direito
que é uma realidade multisecular, complexa e em permanente renovação” embora seja vasto e
diverso, está organizado numa ordem jurídica. Esta rege o sistema político e social para o qual foi
criada. A ordem jurídica é constituída por princípios fundamentais, normas jurídicas, pensamento
jurídico e instituições, tem como objetivo a resolução de conflitos concretos.
Princípios fundamentais, ex: princípio da dignidade da pessoa (art. 1º da CRP), princípio da igualdade
(art. 13º da CRP). Apesar de não resolverem uma situação, constituem o fundamento de todo o
sistema.
Normas do direito – são pertença de um determinado território. Estas normas podem ser impostas
pela força da autoridade politica. A norma jurídica é uma regra, que deve ser respeitada e a sua
imposição pode ser feita pela força organizada do poder. São regras do Dever Ser e não do Ser.
Apresentam soluções para casos concretos, por ex: o código da estrada e pode ter uma estrutura
específica e dividida em hipótese e estatuição.
Uma norma é geral porque no momento da sua elaboração se aplica a uma categoria de pessoas e não
a um todo.
É abstrata quando elaborada para determinada categoria de situações, sem ter como alvo uma caso
específico.
Pensamento jurídico – é o resultado do trabalho e contributo dos juristas, quer seja pela aplicação dos
princípios fundamentais (vagos e abertos por natureza) e das normas jurídicas (gerais e abstratas) a
conflitos concretos (singulares, específicos e nem sempre resolvidos pela lei).
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Introdução ao direito 2016/2017
Este pensamento jurídico é cumprido pela doutrina (noções, teorias e opiniões escritas por teóricos da
Ciência do Direito) e jurisprudência (conjunto de orientações seguidas pelos tribunais na decisão de
casos concretos).
Instituições – locais apropriados para a aplicação do direito. Estas instituições têm um caracter de
permanência e ordenação. Com um caracter de permanência e estabilidade para que se possa aplicar
o direito são definidos os:
modos de proceder (normas do processo civil, penal, procedimento administrativo…) e os órgãos
competentes para aplicar as leis (a ordem jurídica regula sua criação, define a sua organização e prevê
o seu estatuto).
Objectividade – a ordem jurídica fornece critérios e preceitos que são anteriores ao sujeito mas que
irão continuar após a sua vida e irão agir sobre ele.
Não é do sujeito que depende a aceitação ou aplicação das normas, estas têm um caracter imperativo,
quer dizer que a ordem jurídica é no seu conjunto, constituída por comandos/ordens obrigatórios,
imperativos de Dever-Ser.
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Introdução ao direito 2016/2017
Quando os destinatários destas ordens lhes desobedecem, estão a violar a lei, pois o sujeito é livre de
obedecer ou não, passando a estar sujeito a punição, a norma nem sempre impede a sua violação, mas
têm mecanismos que devem impedir que esta violação possa existir, chama-se Coercibilidade.
Se o sujeito cumpre a norma, está a respeitar a lei.
Carácter vinculativo – este manifesta-se através da obrigatoriedade dos critérios jurídicos, serem
obrigatórios para os cidadãos e empresas. É através da legitimidade democrática que a ordem jurídica
garante que os cidadãos lhe obedeçam.
O poder organizado e institucionalizado define-se como autoridade. Esta manifesta-se através dos
órgãos dotados de poder autoritário por ela instituídos (tribunais, entidades administrativas, policias…)
e que são titulares de poderes autoritários, como o de impor, mandar e de executar, exercidos no
contexto do Estado.
A obrigatoriedade, não pode ser sinónimo do abuso de poder, pois as normas são elaboradas por
quem detém legitimidade para o fazer e de um modo legitimado.
O poder legislativo e a sua composição são resultado de eleições democráticas, como tal as normas
elaboradas por este órgão de soberania são fundadas em legitimidade democrática (art. 110º da CRP),
além das consultas obrigatórias aos cidadãos através de organizações que possuam representatividade
reconhecida pelo Estado.
As instituições funcionam no respeito pelas regras que são legitimadas democraticamente.
Ex: normas elaboradas pelo poder legislativo da AR (arts 164 e 165 da CRP).
Bibliografia:
SILVA, Germano, Introdução ao Direito (2012) p.29;178-185
MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.15-21
Costume Jurídico
2. O “Costume Jurídico” é uma Fonte de Direito Português? Explique
Uma fonte de direito, em sentido técnico-jurídico, designa os modos de formação ou revelação da
norma jurídica, ou seja refere-se aos comportamentos humanos na sociedade, formam as instituições
que a estruturam e criam as normas jurídicas pelas quais a sociedade se deve reger.
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Introdução ao direito 2016/2017
As fontes de direito podem ser imediatas, as que criam direito e normas jurídicas, e as que revelam
esse direito, e clarificam as normas existentes são as fontes mediatas.
De acordo com o Código civil as fontes de direito são: leis, normas corporativas, os usos e a equidade.
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Introdução ao direito 2016/2017
uma entidade pública tem poderes de autoridade sobre cidadãos ou empresas. (MARQUES, M.M.L.,
RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.37).
No critério de natureza dos interesses, as normas são de Direito público se têm como objetivo a
satisfação dos interesses públicos quanto à existência, conservação e desenvolvimento da sociedade
politica, e posteriormente a satisfação de interesses privados. Se têm como finalidade a satisfação dos
interesses privados, são considerados como de Direito privado.
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Introdução ao direito 2016/2017
Princípio da Competência: o poder público apesar de ter que agir, só o poderá fazer quando tem
competência constitucional ou legal, e está sujeito ao que as normas jurídicas lhe impõem e lhe
permite fazer, enquanto o privado pode fazer o que não é proibido e escolher qual o melhor caminho
para alcançar o seu objetivo.
Princípio do controlo jurisdicional: este controlo pode implicar ao Poder público, processos específicos
(processo de inconstitucionalidade) – Tribunal constitucional; controlo da legalidade e
responsabilidade civil do Estado e entidades públicas (tribunais administrativos), ao Poder privado,
estas relações jurídicas recorrem apenas aos tribunais comuns.
Bibliografia:
SILVA, Germano, Introdução ao Direito (2012) p.148-150
MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.37-41
Com base no texto, elabore um pequeno comentário (máximo 30 linhas) onde aborde os seguintes
temas: o direito e a vida social, direito objetivo e direito subjetivo, ramos do direito.
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Introdução ao direito 2016/2017
Para o Direito todos os atos sociais são relevantes, quer sejam praticados pelo cidadão ou pelas
empresas. Estes atos no dia-a-dia não estão sujeitos às leis, mas enquanto cidadãos sociáveis e
cumpridores da lei, convém que saibamos quais os nossos direitos e deveres, para que possamos
conviver em harmonia e não originar conflitos.
No entanto conflito está sempre presente na sociedade, é nesta situação que o Direito se impõe, como
apaziguador, fazendo uso de legislação aplicável (leis, dec-leis..). Além do direito surgem também as
forças de segurança (policia, tribunais…).
Como apoio à resolução dos conflitos, o cidadão tem ao seu dispor critérios e instrumentos jurídicos
que de uma maneira organizada, fazem sentir que o cidadão está apoiado e assim exista uma paz
social.
Além destas normas de direito, existem outras, como a religião, moralidade, etiqueta… que
condicionam a vida e decisões das pessoas.
Às normas que fazem parte das regras jurídicas e às quais devemos obedecer enquanto membros da
sociedade, nós chamamos direito objetivo, caso não o façamos podemos incorrer numa situação de
crime e haverá uma sanção. Quando fazemos uso destas normas para proteger os nossos direitos e
concretizar os nossos objetivos, chamamos direito subjetivo.
Quando existe a arrumação do direito de uma maneira regulada, estamos perante os ramos de direito,
é através destes e das suas normas que os conflitos podem ser resolvidos.
Estão organizados de duas maneiras distintas: direito público e privado, enquanto o público é
composto pelas normas que regulam matérias do interesse do Estado, como por ex: a função,
organização, a ordem, a paz social…e regulam as relações entre o Estado e os particulares, mas visando
sempre interesses do Estado. O direito privado é formado por matérias relativas à vida privada, estas
normas encontram-se no direito civil e comercial.
Atos legislativos
Caracterize os vários atos legislativos.
Os atos legislativos, são compostos por: leis (Assembleia da República) e decretos-leis (Governo) e os
decretos-legislativos regionais (competência das Assembleias Legislativas regionais dos Açores e da
Madeira
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Introdução ao direito 2016/2017
As Leis podem ser: parlamentares, governamentais e regionais, são diferentes consoante a matéria
que estão habilitadas a tratar. Existem matérias que são exclusivas da competência legislativa da AR
(reserva absoluta)
Os Decretos-leis tratam matérias que não são exclusivas da AR (reserva relativa).
As Leis regionais tratam de matérias de interesse específico para a região.
Caducidade - A lei caduca quando ocorre um facto que ela prevê, ou seja, quando a lei tem um prazo
de vigência de por exemplo um ano, esgotado este prazo, a lei caduca sem que seja necessário
qualquer ato posterior que ponha termo à sua vigência.
Revogação – A lei revogada não pode ser aplicada pois foi declarada sem efeito. Consiste em uma lei
posterior pôr termo a uma lei anterior de valor hierárquico igual ou inferior.
Tácita – a lei nova mostra-se incompatível com normas anteriores, mas não há uma menção expressa
às leis que cessam a vigência. Caberá ao intérprete e ao aplicador do direito identificar as leis antigas
que cessam a sua vigência;
Parcial – só uma parte da lei anterior deixa de vigorar. A esse propósito fala-se em derrogação.
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Introdução ao direito 2016/2017
elemento literal quando o interprete presume que o legislador sobe exprimir o seu pensamento em
termos adequados.
Elemento Histórico – A história da lei é importante para interpretação das normas jurídicas. O
intérprete deve reconstruir o pensamento legislativo e quando estatui/decreta que devem ser
atendidas as circunstâncias em que a lei foi elaborada.
Elemento Sistemático – Pressupõe que a ordem jurídica é um sistema. Atende às ligações existentes
estre as normas sejam elas relações de subordinação, conexão ou analogia.
Elemento Racional ou Teleológico – O intérprete apura a razão de ser ou o fim objetivo e prático que a
lei pretende atingir. Apesar do intérprete, em regra, não participar no processo jurídico, poderá
presumir que o legislador consagrou as soluções mais acertadas. O texto ou relatório que precede a lei
classifica as finalidades que a lei visa prosseguir e o intérprete pode socorrer-se das feituras
contemporâneas da feitura da lei ou até dos antecedentes normativos.
Interpretação autêntica manifesta-se na Lei Imperativa, executada por uma fonte não inferior à que é
interpretada. Tem força vinculativa própria de uma lei e manifesta-se no poder legislativo.
Interpretação doutrinária: é aquela feita por juristas e especialistas do Direito que dominem e
apliquem corretamente os elementos de interpretação. Não tem força de lei e pode ter diversas
interpretações em situações similares.
O que as distingue é o sujeito que efetua a interpretação.
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Introdução ao direito 2016/2017
O recurso à analogia consiste na aplicação ao caso omisso de uma norma que regule casos análogos. O
n.º 2 do referido artigo refere que existe analogia «sempre que no caso omisso procedam as razões
justificativas da regulamentação do caso previsto na lei».
Quando recorremos à analogia estamos a afirmar a existência de uma situação lacunar em que nem o
espírito nem a letra da lei envolvem determinada situação.
A lei prevê, no entanto, determinadas situações em que a analogia não é admissível e que são
designadamente as seguintes: no que diz respeito às normas excecionais, de acordo com o disposto no
artigo 11º do CC, já que aí se prevê que «as normas excecionais não comportam aplicação analógica,
mas admitem interpretação extensiva».
O nº 3 do artigo 10 do CC refere que «na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma
que o próprio intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espirito do sistema».
Atividade formativa 2
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Introdução ao direito 2016/2017
Controlo da constitucionalidade
2. Explique como ocorre o controlo da constitucionalidade.
A Constituição prevê a fiscalização da constitucionalidade, por omissão e por ação, com o objetivo de
assegurar a conformidade material (conteúdo das normas) e formal (competência do órgão legislador)
das normas infraconstitucionais (leis, decretos-leis, etc) com a própria Constituição.
A inconstitucionalidade por omissão é devida à ausência de atos legislativos necessários para que se
possa cumprir os preceitos da Constituição (art. 283º).
A inconstitucionalidade por ação ocorre quando as normas ou os atos legislativos contrariam o
disposto na Constituição ou os princípios nela designados (art. 277º). Esta pode ser por motivos
formais ou materiais.
Formais – ocorre quando os atos são produzidos por autoridade incompetente ou em desacordo com
as formalidades legais.
Materiais – quando existe a produção de atos legislativos ou normativos que desrespeitem as normas
constitucionais.
Ao Tribunal Constitucional (arts. 209º e 221º) compete o controlo constitucional de normas jurídicas,
em abstrato ou em concreto, antes da sua entrada em vigor (fiscalização preventiva) ou depois dela
(fiscalização sucessiva) (arts. 278º ss) e ainda o controlo da legalidade do processo eleitoral (art. 223 2
c)).
Cabe ao Tribunal Constitucional a tarefa de defender a Constituição.
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Introdução ao direito 2016/2017
Atividade formativa 3
A União Europeia é constituída por um universo de instituições, órgãos e agências com a função de
concretizar os objetivos da UE e cada uma desempenha as funções que lhe são atribuídas: Parlamento
Europeu, a Comissão, o Tribunal de Justiça da União Europeia, o Banco Central Europeu, o Conselho
Europeu, o Conselho e o Tribunal de Contas.
Neste caso estudemos o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.
O Parlamento, o Conselho Europeu, o Conselho e a Comissão são instituições políticas da EU.
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Introdução ao direito 2016/2017
O Banco Central Europeu é o banco responsável pela moeda única do Euro e foi criado em 1998
juntamente com 11 estados membros da União europeia. O BCE, juntamente com os bancos centrais
dos países que adotaram o Euro originaram uma nova entidade – Euro-sistema.
Tem como principal objetivo a estabilidade dos preços na zona da União Europeia de maneira que
possa garantir o poder de compra dos agentes. Nesta situação, tem como funções principais:
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Introdução ao direito 2016/2017
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Introdução ao direito 2016/2017
A liberdade de circulação de capitais - o tratado da UE, no seu artigo 63°, proíbe todas as restrições aos
movimentos de capitais (investimento), bem como todas as restrições aos pagamentos (pagamento de
uma mercadoria ou de um serviço) entre estados membros e entre estados membros e países
terceiros.
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Introdução ao direito 2016/2017
Atividade Formativa 4
Personalidade Jurídica
1. O que é a “personalidade jurídica”? (pag 95-96)
Todos os sujeitos de direito ou pessoas jurídicas são dotadas de personalidade jurídica. Assim, a
personalidade jurídica é a suscetibilidade de ser titular de direitos e de obrigações, ou seja, ser sujeito
de relações jurídicas.
A personalidade jurídica implica a capacidade de gozo de direitos mais ou menos extensos por parte
dos sujeitos jurídicos, mas existem diferenças entre as pessoas coletivas e as singulares, pois não
gozam dos mesmos direitos, como por ex: uma empresa não pode casar e adotar uma criança
(exemplo do manual – pag 95)
Independentemente da capacidade de gozo temos a capacidade de exercício de direitos, ou seja a
capacidade que temos de autonomamente praticar atos jurídicos, ou usando alguém que nos
represente, como por ex: na capacidade de gozo de direitos uma criança pode ser titula de um imóvel,
sem poder dispor dele quer seja para venda quer para doação – incapacidade de exercício de direitos.
Inabilitação
• Sujeitos maiores de idade e que por razoes físicas, embora de caracter permanente não seja
tão grave que justifique a interdição (art. 152º do CC)
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Introdução ao direito 2016/2017
• Em geral trata-se de indivíduos que não são capazes de gerir o seu património por excesso de
prodigalidade (pratica habitual de atos ruinosos e despesas desproporcionadas aos seus
rendimentos), alcoolismo, ou estupefacientes.
Esta incapacidade é fixada pelo tribunal e é suprida através de autorização do curador nomeado
judicialmente.
Quando existe um casamento, nenhum dos cônjuges tem uma livre atuação jurídica, pois carece
sempre do consentimento de ambos, como por ex: a venda ou arrendamento de bens imoveis que
sejam pertença do casal.
No caso de incapacidades acidentais, também podem ocorrer por alguém que esteja embriagado… e
que por algum tempo esteja incapacitado de compreender o sentido da declaração negocial que está a
praticar.
A inabilitação e interdição só existem apos terem sido reconhecidas por decisão judicial.
2. O que são pessoas coletivas? Que tipos de pessoas colectivas estão previstas? Pag 97
Pessoas coletivas
As pessoas coletivas são organizações constituídas por um agrupamento de pessoas ou por um
complexo patrimonial, tendo em vista a prossecução de um interesse comum determinado, às quais a
ordem jurídica atribui a qualidade de sujeitos de direito.
«As pessoas coletivas permitem agrupar e prosseguir interesses humanos que não encontrem
suporte suficiente na pessoa física».
O elemento patrimonial – conjunto de bens para a realização de determinados interesses, como por
ex: as fundações.
Os elementos – pessoal e patrimonial têm uma determinada finalidade que é o –elemento teleológico.
Esta finalidade não deve ofender os bons costumes nem ser contrária à lei, como por ex: não se deve
constituir uma sociedade para traficar droga.
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Introdução ao direito 2016/2017
O elemento intencional – é necessário quando existe a intenção de constituir nova pessoa jurídica, e
que seja diferente das existentes como por ex: contrato de sociedade, ato de constituição de
associações…
O elemento organizatório – quando existe uma organização, é necessário que existam um conjunto de
regras para que ela possa funcionar de uma forma autónoma. Estas normas geralmente estão
previstas nos estatutos e no ato da constituição da instituição.
Estas regras preveem também órgãos de pessoas coletivas, e que são:
• Órgãos deliberativos – órgãos internos, como a assembleia geral da sociedade.
• Órgãos representativos – cumprem as determinações dos órgãos deliberativos, e representam
a organização nas relações com terceiros, ex: a gerência de sociedades por quotas, e o conselho
de administração de sociedades anónimas.
As pessoas coletivas de direito público, segundo o ordenamento jurídico possuem uma posição de
autoridade que lhes permite emitir comandos coativamente executáveis contra aqueles a quem são
dirigidos. As pessoas coletivas de direito público possuem um regime jurídico caracterizado pela
subordinação geral ao direito público, pela sujeição a um regime tributário específico (por exemplo, a
isenção do pagamento de impostos e contribuições), e ainda pela adoção de um regime particular para
as relações de trabalho assalariado.
As demais pessoas coletivas, são de direito privado, ainda que em determinadas circunstâncias o
Estado lhes possa reconhecer utilidade pública, como acontece com as ordens profissionais.
As pessoas coletivas de fins altruísticos são as que prosseguem fins sociais ou alheios. (Exemplo:
pessoas de direito público e as fundações)
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Introdução ao direito 2016/2017
As pessoas coletivas de fins egoísticos visam a realização de interesses dos associados, como é o caso
das sociedades, podendo ainda ser pessoas coletivas de fim ideal, as que prosseguem interesses de
natureza não económica e pessoas conectivas de fim económico que procuram obter vantagens
patrimoniais para os seus associados.
Uma associação é também uma pessoa coletiva de substrato pessoal que não tem em vista a obtenção
de lucros a distribuir pelos associados. Pode ser constituída por escritura pública efetuada no notário,
seguida de registo na Conservatória do registo Comercial, ou pode ser constituída directamente numa
Conservatória do registo Comercial.
Uma sociedade é uma entidade composta por um ou mais sujeitos, possui um património autónomo
destinado ao exercício da atividade económica e tem em vista a obtenção de lucros e a sua distribuição
aos sócios.
As sociedades podem ser: civis ou comerciais, sendo que as primeiras não têm por objecto a prática de
atos de comércio, por exemplo, as sociedades de advogados; e as segundas são as que têm por objecto
a prática dos atos comerciais, e adotam um dos quatro tipos de sociedade definidos na lei: sociedade
em nome colectivo, sociedades por quotas, sociedades em comandita e sociedades anónimas.
Uma fundação é uma pessoa coletiva que visa a prossecução de fins de interesse social, podendo ser
instituída por ato entre vivos ou por testamento. O objetivo de uma fundação é prosseguir uma
finalidade definida pelo instituidor da mesma, mediante uma doação em vida ou por testamento do
instituidor. De acordo com o art. 4º da Lei – Quadro das Fundações, estas podem ser privadas ou
públicas.
• As Fundações Privadas são criadas por uma ou mais pessoas de direito privado em conjunto ou
não com pessoas coletivas públicas, desde que estas não detenham sobre a fundação uma
influência dominante. (Fundação Champalimaud, Fundação Oriente, etc).
• As Fundações Públicas são criadas exclusivamente por pessoas coletivas públicas e são dotadas
de órgãos e património próprios e de autonomias administrativas e financeiras, como é por
exemplo, a Universidade de Aveiro.
Bibliografia:
MARQUES, Maria Manuel Leitão; RAMOS, Maria Elisabete; FRADE, Catarina; PEDROSO, João(2010) Manual de Introdução ao Direito.
Editora Almedina
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Introdução ao direito 2016/2017
Atividade formativa 5
Principio da boa fé
1. No que diz respeito aos contratos, diga o que entende por “Princípio da boa fé”.
Importa definir ou entender o que são contratos, estes também designados como negócios jurídicos
bilaterais, que juntamente com os negócios jurídicos unilaterais constituem os negócios jurídicos.
Enquanto os negócios jurídicos unilaterais para serem realizados estão dependentes de uma única
declaração de vontade, os contratos são constituídos por duas ou mais declarações de vontade que
tendem a produzir um resultado jurídico unitário.
Para que se realize um contrato, tem que existir uma proposta e esta ser aceite pela outra parte. Tanto
os particulares como as empresas, através da sua autonomia privada, decidem que negócios celebrar
assim como as obrigações a que se vinculam, tendo em consideração os seus interesses, muitas destas
obrigações estão relacionadas com atos de boa vontade.
Grupo de trabalho: Custódia, Fátima Vidigal, Sandra Leonor Santos, Sónia Filipe, Susana Oliveira e Jorge Passarinho 57
Introdução ao direito 2016/2017
O negativo impõe ao individuo regras de conduta que fazem com que ele tenha de agir de maneira
correta e honesta, impondo deveres de colaboração, acabando assim por impedir comportamentos
desleais.
No sentido positivo, foca a obrigação de cooperação entres as partes que constituem o contrato, para
que este seja cumprido de maneira correta.
Conforme o artº 227º, nº 1 do CC “Quem negoceia com outrem para conclusão de um contrato deve,
tanto nos preliminares como na formação dele, proceder segundo as regras da boa fé, sob pena de
responder pelos danos que culposamente causar à outra parte.”, é um princípio da boa fé objetiva, em
que ambas as partes se devem respeitar.
Caso existam violações da boa-fé, por uma das partes que constituem o contrato, há a necessidade de
responsabilizar pelos danos causados, por isso tais atos poderão determinar várias responsabilidades:
• responsabilidade civil pré-contratual,
• responsabilidade civil contratual, ou responsabilidade civil pós-contratual,
entende-se por responsabilidade civil, o ato imposto por lei de indemnizar o lesado.
Bibliografia:
MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.109-112
Código Civil Português
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI230978,51045-O+principio+da+boafe+objetiva+e+a+violacao+positiva+do+contrato+na
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Introdução ao direito 2016/2017
Responsabilidade civil por factos ilícitos vs responsabilidade civil por factos lícitos
Responsabilidade civil por factos ilícitos está assente na violação dos deveres que são impostos pela
ordem jurídica, (ilicitude) ou o direito de outrem, e que ocorrem voluntariamente (facto voluntário), e
conforme o artº 483, 1º, tem a obrigação de indemnizar o lesante pelos danos causados pela violação.
Esta violação pode ocorrer por um facto voluntário, é um comportamento que deve ser controlável
pela vontade.
Para que o lesante seja considerado culpado há a necessidade de provar que tenha existido dolo
(quando uma pessoa age de má-fé com o intuito de praticar algum crime, mesmo sabendo das
consequências), ou culpa (quando se atua levianamente), é o lesado que deve provar que existiu esta
violação para que possa existir a indemnização.
No caso de ser um dano, o lesado só conseguirá ser indemnizado se fizer prova que o dano foi em
consequência da situação provocada pelo lesante.
Há a necessidade de existirem os seguintes pressupostos: facto humano, ilicitude, culpa, dano e nexo
de causalidade entre o facto ilícito e culposo e o dano.
O CC distingue responsabilidade de factos ilícitos de responsabilidade pelo risco, porque esta resulta
da exploração de atividades lícitas que mesmo sendo socialmente aceites são consideradas perigosas.
Sendo assim, o dano resulta não da prática de um facto ilícito, mas da realização dos perigos da
atividade em questão.
No caso da responsabilidade civil por factos lícitos, existe responsabilidade civil pela prática de factos
que respeitam o direito, existem situações em que o lesante não pratica nenhum facto ilícito, mas é
obrigado a indemnizar conforme o exemplo que existe no manual em que refere o artº 1367 “O
proprietário de árvore ou arbusto contíguo a prédio de outrem ou com ele confinante pode exigir que
o dono do prédio lhe permita fazer a apanha dos frutos, que não seja possível fazer do seu lado; mas é
responsável pelo prejuízo que com a apanha vier a causar”.
Bibliografia:
MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.116-119
http://www.fd.unl.pt/docentes_docs/ma/ajm_ma_15552.pdf
Grupo de trabalho: Custódia, Fátima Vidigal, Sandra Leonor Santos, Sónia Filipe, Susana Oliveira e Jorge Passarinho 60
Introdução ao direito 2016/2017
Atividade formativa 6
Empresa não societária – empresas que não pertencem a uma sociedade, como por ex: empresa
cooperativa,
• entidades públicas empresariais - conceito de iniciativa cooperativa
• empresas em nome individual, e os estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada
(e.i.r.l) - conceito de iniciativa privada.
Grupo de trabalho: Custódia, Fátima Vidigal, Sandra Leonor Santos, Sónia Filipe, Susana Oliveira e Jorge Passarinho 62
Introdução ao direito 2016/2017
Neste tipo de empresa o interessado apenas afetará uma parte do seu património, cujo valor
representará o capital inicial do estabelecimento. (art. 1º,2 do DL nº 248/86).
As entidades públicas empresariais podem ser constituídas pela Região Autónoma dos Açores e da
Madeira e criadas por decreto legislativo regional, e devem assumir expressões/denominações
conforme forem sendo criadas:
Estado – Entidade Pública Empresarial = E.P.E
Grupo de trabalho: Custódia, Fátima Vidigal, Sandra Leonor Santos, Sónia Filipe, Susana Oliveira e Jorge Passarinho 63
Introdução ao direito 2016/2017
Atividade formativa 7
Nacionalização vs privatização
1. Distinga “nacionalização” de “privatização”.
Após os anos 80 do sec. XX que a maioria dos países com economias de mercado, têm vindo a
privatizar as empresas públicas, sem perder os instrumentos que lhes permite voltar ao mercado como
empresário, fazendo uso das nacionalizações.
A crise financeira de 2008 que se generalizou pelo mundo, fez com que o Estado e outras instituições
públicas, interviessem diretamente para evitar que a insolvência de algumas instituições financeiras
que acabaram por ser nacionalizadas ou intervencionadas.
Por nacionalização entende-se um acto politico, praticado pelos órgãos de Estado e referenciado num
diploma legislativo, implica a “transferência forçada (…) de uma unidade económica da propriedade
privada para a propriedade pública) (Marques, 2012:142).
A nacionalização tem como objeto unidades económicas – explorações ou empresas agrícolas,
comerciais, industriais, etc, com o objetivo da transferência de parte ou a totalidade dos bens destas
unidades para o setor público.
A nacionalização provoca os seguintes efeitos jurídicos relativamente ao privado:
• retira-lhe todo o património;
• cessam as suas obrigações e os seus direitos e
• aos titulares da empresa é paga uma indemnização.
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Introdução ao direito 2016/2017
Em Portugal
“No direito português, a nacionalização está sujeita a alguns limites constitucionais” (Marques,
2012:143); sendo um dos limites o princípio da legalidade e interesse público, conforme art. 80º, al.d)
da CRP, que refere o “interesse colectivo”.
Conforme os arts 80º al.c) 82 da CRP, as nacionalizações não podem assumir uma autoridade que
coloque em causa a existência do sector privado da economia, “à luz do princípio constitucional da
coexistência de sectores de propriedade dos meios de produção e dos direitos de iniciativa e
propriedade privada”.
As empresas que sejam sinónimo das liberdades fundamentais, como o caso da liberdade de
informação e de imprensa, não podem ser nacionalizadas.
As nacionalizações em Portugal tiveram um papel relevante após o 25 de abril de 1974, foram
resultado de um processo de democratização da sociedade. Os bancos foram os primeiros alvos destas
nacionalizações, posteriormente companhias de seguros, empresas petrolíferas, empresas de
transportes, jornais… as empresas estrangeiras ficaram por nacionalizar por questões diplomáticas.
Em Portugal a importância do Estado como empresário tem tido oscilações, que refretem as
condições, politicas e económicas que se tem vivido e que se têm sentido no sector público
empresarial.
A intervenção do Estado na economia fez-se sentir:
• na exploração de infraestruturas de interesse geral, como o caso dos: CTT, transportes
ferroviários ou redes de energia, e
• em setores produtivos e de serviços (serviços financeiros).
O Estado passou duma fase liberal para uma mais interventiva, ao criar empresas públicas ab initio
(desde o principio) e ao adquirir parte de empresas já existentes, através das nacionalizações.
Duma fase mais interventiva para uma mais liberal – é feita através:
• da privatização de empresas públicas,
• da alienação de participações sociais, ou ainda
• da exploração de meios de produção públicos a entidades privadas.
apropriar desse mesmo bem por variados motivos, como por ex: expropriar terrenos privados, para
construir estradas.
A expropriação consiste numa restrição ao direito de propriedade privada (art. 62º CRP) enquanto a
nacionalização afeta simultaneamente o direito de propriedade privada e o direito de iniciativa
privada. (art. 61º CRP)
Por privatização entende-se a redução do papel do Estado na economia duma empresa do sector
privado, ou seja quando existe a concessão, passagem total ou parcial de património público para
entidades privadas.
Para que exista a concessão de património público a entidades privadas há a necessidade de haver um
contrato.
A privatização pode ser realizada de uma vez só, ou por fases e de diferentes maneiras de alienação.
A lei portuguesa determina que quando existe a privatização total, esta deve ser “efetuada por
alienação das ações representativas do capital social ou por aumento do capital da empresa a
privatizar, a realizar em regra e preferencialmente por concurso público ou oferta pública. (Marques,
2012:144)
Conforme o interesse ou estratégia definida pelo governo, a privatização pode ser feita:
• pelo processo de concurso limitado – situação que contempla candidatos qualificados,
• ou por venda direta – quando não existe concurso.
Privatização do direito de exploração é quando a alienação é feita através de concurso público, ou
excecionalmente por concurso limitado ou ajuste direto.
Bibliografia:
MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p.142-144
Código Civil Português
Correia C., Rosário H.P. (2010/2011) “Direito da Economia - NACIONALIZAÇÕES E PRIVATIZAÇÕES: O REGIME DAS NACIONALIZAÇÕES EM
PORTUGAL, DOS TEMPOS DA REVOLUÇÃO AO CASO BPN” Faculdade de Direito, Universidade Nova de Lisboa site
https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiLx5mS0ZLRAhVHPBQKHetDBzcQ
FgggMAE&url=http%3A%2F%2Fwww.fd.unl.pt%2Fdocentes_docs%2Fma%2FMEG_MA_11638.doc&usg=AFQjCNGMvmu2avjSjOEkjpTLd5
hOTJPBsg&bvm=bv.142059868,d.d24
Parcerias público-privadas
As parcerias público-privadas ou também designadas por “PPP” são contratos que existem entre o
Estado e empresas privadas, estas podem ser apenas uma ou um grupo de várias empresas.
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Introdução ao direito 2016/2017
Este contrato tem como objetivo assegurar algumas necessidades coletivas, através da prestação de
serviços como por exemplo: “a construção e exploração de infraestruturas viárias, hospitais,
complexos desportivos e equipamentos culturais”. (Marques, 2012:149), o compromisso destas
empresas privadas pode ser com a administração central ou poder local, trazem também para o Estado
novas competências como a gestão privada.
O financiamento do projeto é assumido pela empresa, tendo o Estado a obrigação de pagar este
serviço, através de uma renda anual que é acordada na altura da assinatura do contrato, ou entregar-
lhes a concessão durante um determinado tempo, geralmente o tempo de duração do acordo, e pode
oscilar entre os 30 a 40 anos.
Cabe ao Estado fazer um estudo prévio dos custos de determinada obra, as vantagens de uma PPP,
confrontar com outras alternativas, avaliar os riscos de maneira que se os houver não sejam muito
sentidos pelo Estado.
Após esta análise irá decidir se a construção da obra pública será realizada por uma PPP, ou se será o
Estado a acarretar estes mesmos custos.
Só deve optar por uma PPP, quando verificar que será proveitoso.
Estas PPP são um modelo britânico. O modelo original defende que os contratos não devem ser
alterados, contudo o Estado português permite que os contratos iniciais possam sofrer alterações,
trazendo estes custos ao Estado.
Bibliografia:
MARQUES, M.M.L., RAMOS,M.E, FRADE, C. e PEDROSO, J. (2012) p. 149-150
http://www.dn.pt/dossiers/sociedade/grande-investigacao-dn/noticias/interior/o-que-e-uma-ppp-1754463.html
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Introdução ao direito 2016/2017
Atividade formativa 8
Para além destas situações existem outras formas privadas de resolver recorrendo a uma terceira
parte, pode tratar-se de um familiar, vizinho, advogado, um terapeuta tendo como função ajudar as
partes a encontrar uma solução para resolver o litigio, sendo essa pessoa legitimada pelas partes para
esse efeito.
No mundo rural por exemplo é habitual as partes em litígio escolherem uma pessoa para avaliar bens,
ajudar nas partilhas e resolver questões de terra.
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Introdução ao direito 2016/2017
A conciliação e a mediação são também exemplos de formas de tutela privada com o apoio de uma
terceira parte, mas mais formalizadas.
As partes recorrem a mediadores para ajudar a encontrar uma forma de entendimento sem que estes
possam tomar ou impor decisões.
A mediação laboral serve para resolver litígios laborais surgidos no trabalho, relativamente a matérias
que não constituam direitos indisponíveis dos trabalhadores. Ex. a lei não permite a renuncia á lei das
ferias, ou do direito á greve.
O trabalhador e a entidade empregadora com a ajuda do mediador têm que entrar em acordo.
O meio mais formalizado de tutela de direitos com recurso a uma terceira parte igualmente privada é a
arbitragem. A arbitragem pode ser ad-hoc ou institucional quando exercida em centros privados
institucionais reconhecidos pelo Estado.
Engloba não só a declaração de reconhecimento do direito pelos tribunais nos casos que lhe são
atribuídos mas também a execução das suas decisões. Ex: a decisão de penhorar o salario do devedor
para pagamento da divida referente aquele direito de credito.
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Introdução ao direito 2016/2017
Em sentido amplo nos termos do CRP, os tribunais incluem alem dos tribunais judiciais os tribunais
arbitrais já referidos, e os julgados da paz (lei nº78/2001 de 13 de Julho ) têm competências em
matérias do direito civil, com exceção das de direito da família, de sucessões e de trabalho ate ao valor
de 5.000 euros.
Em sentido estrito, quando falamos de tribunais temos apenas em conta os tribunais judiciais
estaduais que administram a justiça em nome do povo e têm a seu cargo a função jurisdicional (art.
202 da CRP).
3. Comente a seguinte excerto do Manual “ a junção jurisdicional pode ainda ser exercida por
tribunais extranacionais a cuja jurisdição Portugal esteja vinculado”
Os tribunais extranacionais
Os tribunais extranacionais têm a competência estrita que lhes seja atribuída nos instrumentos
jurídicos internacionais - convenções e tratados internacionais que os criaram e vincularam
unicamente aos Estados que assinaram essas convenções ou tratados internacionais.
Portugal está vinculado aos seguintes tribunais extranacionais:
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Introdução ao direito 2016/2017
1. Tribunal de justiça da União europeia - atualmente composto por três instâncias: o Tribunal
Geral, o Tribunal de Justiça e o Tribunal da Função Pública com competência para conhecer dos
litígios relativos aos órgãos e ao direito da União Europeia.
2. Tribunal Europeu dos direitos do homem e das liberdades fundamentais - ou como é mais
conhecida, pela convenção Europeia dos Direitos humanos assinada em 4 de Novembro de
1950 no âmbito de conselho da Europa e ratificada por Portugal em 1978.
3. Tribunal penal internacional - criado pela convenção de Roma de 18 de Julho de 1998,
enquanto tribunal permanente destinado a proteger os direitos humanos. Este tribunal é
competente para julgar os crimes do genocídio os crimes contra a humanidade e os crimes de
guerra.
4. Tribunal internacional de justiça - criado no âmbito da ONU e com jurisdição sobre todos os
estados-membros e não membros que adiram ao Estatuto do tribunal.
Grupo I
Sanção, coação e coercibilidade
1. Distinga entre sanção, coação e coercibilidade. pág. 22
Ler no resumo – Legitimação do uso da força
Sanção – tem um sentido ligado à raiz etimológica (sagrado, inviolável).
Juridicamente, podemos distinguir entre sanção positiva e negativa.
A sanção positiva é uma consequência benéfica para o destinatário (ex: isenções fiscais, atribuição de
um subsídio). De uma forma geral, as sanções positivas não têm autonomia, pois confundem-se com
os efeitos das normas jurídicas.
A sanção negativa consiste na reação desfavorável associada à violação da norma jurídica (ex:
nulidade, obrigação de indemnizar, pena de prisão ou multa, coimas, etc.).
Coação é a força física ou psicológica que acompanha o direito, ou seja, é o ato de forçar alguém a
praticar um ato contra a sua vontade. Pode ser legal (quando se obriga alguém a pagar por um crime
que cometeu) ou ilegal (por exemplo em casos de extorsão).
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Introdução ao direito 2016/2017
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Introdução ao direito 2016/2017
Competências Partilhadas – com os estados Membros em domínios como o mercado interno, a coesão
social, o ambiente, a defesa dos consumidores, os transportes e redes transeuropeias, a energia e a
justiça.
5. Em que consistem direitos de personalidade, direitos de crédito e direitos reais? Págs 93-94
Direitos de crédito é o poder de o credor exigir ao devedor uma prestação, que pode ser só através de
comportamento ou conduta. (art. 397º do CC).
São direitos relativos, ou seja, o direito do credor só se afirma perante uma pessoa ou pessoas
determinadas, são direitos disponíveis e de natureza patrimonial. Estes direitos são o principal
instrumento jurídico da vida económica, isto é, estão enquadrados para as relações de troca (ex: uma
empreitada para a construção de uma fábrica; uma compra e venda de um eletrodoméstico).
Direitos reais são aqueles que proporcionam ao titular um poder direto e imediato (soberania ou
autoridade) sobre os seus bens, contudo, só são reais os que estão previstos na lei (art. 1306º do CC),
como por exemplo, o direito de propriedade (art. 1302º e ss do CC), o direito de usufruto (art. 1439º
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Introdução ao direito 2016/2017
do CC) ou o direito de uso e habitação (art. 1484º do CC). À semelhança dos direitos de personalidade,
os direitos reais são direitos absolutos, na medida em que impõem a todas as pessoas o dever de não
impedirem, limitarem ou perturbarem, seja de que forma for, a utilização exclusiva da coisa pelo seu
titular. São também direitos patrimoniais (tal como os de crédito) e, em regra, disponíveis.
Em sentido amplo as parcerias público-privadas (PPP) são contratos celebrados entre o Estado e
empresas privadas.
Estas empresas colaboram no exercício de tarefas públicas ou montagem e gestão de serviços
públicos. Em sentido estrito as PPP designam os mecanismos em que o Estado confia a uma empresa
privada a construção e gestão de um equipamento ou estabelecimento público, assumindo essa
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Introdução ao direito 2016/2017
9. Em que consiste a tutela dos direitos exercida através de parcerias entre o Estado e a
sociedade? Pág. 199
Por exemplo, os Centros de Arbitragem de Conflitos de Consumo resultam de uma parceria entre o
Estado, associações de consumidores e associações de comerciantes e de produtores.
Por sua vez, as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo envolvem o Estado (CPCJ), as
associações de pais e as de promoção dos direitos das crianças e as denominadas instituições
particulares de solidariedade social (IPSS).
AS CPCJ só intervêm com o consentimento dos pais, dos representantes legais ou detentores da
guarda das crianças. Deliberam em conformidade com a lei, com imparcialidade e independência, com
o objetivo de promover os direitos da criança e de prevenir e colocar termo a situações de perigo para
a criança que afetem a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral, como
por exemplo nos casos de abandono, maus tratos físicos ou psicológicos, abusos sexuais, negligência e
trabalho excessivo ou inadequado à idade.
Grupo II
Exemplos de questões de desenvolvimento (resposta em uma página e meia de linhas)
1. Explique analiticamente a hierarquia das fontes de direito. págs. 36-37
Direito administrativo - Constituído “pelo sistema de normas jurídicas que regulam a organização e o
funcionamento dos órgãos de administração pública”. As normas de direito administrativo disciplinam
a organização da administração pública e os particulares ou entre duas ou mais pessoas coletivas
públicas.
Direito Penal – é o sistema de normas que define crimes e estabelece as correspondentes penas e
medidas de segurança, lida também com comportamentos graves como: homicídios, furtos, burlas,
insolvências fraudulentas,…, parte das normas estão contidas no código penal.
Direito Fiscal – É o ramo do direito público constituído pelo sistema de normas jurídicas que definem
os impostos e o respetivo montante a pagar pelos cidadão e empresas ao Estado e aos entes públicos
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Introdução ao direito 2016/2017
menores, e que asseguram a proteção dos direitos dos contribuintes perante a administração
Tributária, e desta perante eles.
Direitos processuais - Visam obter do Poder judicial a administração da justiça, como por exemplo o
direito do processo civil, processo penal, ou do processo do trabalho, o direito processual civil,
disciplina a atividade nos tribunais com vista à realização dos direitos privados, este é constituído pelo
conjunto das normas jurídicas que fixam os trâmites a observar na instauração e desenvolvimento da
ação penal.
Direito Civil - Dos ramos de direito privado que regulam a generalidade dos atos e atividades em que
se desenvolve a vida privada dos particulares, tanto na sua esfera pessoal como patrimonial. Está
estruturado em cinco partes: Parte Geral, Direito das Obrigações, Direito das coisas, Direito da Família
e Direito das sucessões.
Existem ainda vários tipos de Direito como: Económico; Trabalho, Comercial; Internacional Privado.
Os princípios fundamentais também têm uma função positiva, como é o caso do princípio da
publicidade de atos jurídicos, este impõe a obrigatoriedade destes serem “notificados” aos
interessados para que seja reconhecida a sua eficácia eterna. (arts 119º e 268ª).
Opções políticas (principio da independência nacional; principio democrático; principio democrático;
principio republicano; principio de estado Social,- arts 1º 2º e 9º)
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Introdução ao direito 2016/2017
Os direitos Fundamentais:
Liberdades e Garantias - Os direitos, liberdades e garantias da pessoa humana estão previstos na CRP e
definem a nível Constitucional um direito subjetivo a favor de determinados titulares (pessoas
singulares e coletivas), com o correspondente dever jurídico por parte dos destinatários, passivos de
os cumprir (outras pessoas coletivas e singulares, incluindo o próprio Estado).
De acordo com o art.18ºda CRP estes direitos e deveres são de aplicação direta e imediata aos seus
destinatários sem necessidade de mediação ou publicação de qualquer outra lei que os desenvolva ou
regulamente.
Assim, existem direitos, liberdades e garantias da pessoa humana, como sejam, o direito à vida, à
identidade pessoal, à integridade pessoal, à liberdade e segurança, à deslocação, à emigração, estes de
entre muitos outros que estão previstos na CRP. (art24º a 47º)
Existem direitos, liberdades e garantias dos cidadãos como o direito de participar na vida pública, o
direito de sufrágio e de acesso a um cargo público, o direito de pertencer a um partido político, etc.
(art48º a 52º) CRP
Por fim os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores como o direito à segurança no emprego, à
criação de comissões de trabalhadores, o direito à greve e muitos outros (art53ºa57º).
Par além dos direitos, liberdades e garantias existem outros direitos fundamentais de natureza análoga
a estes que têm um efeito jurídico importante, pois, também eles permitem a sua aplicabilidade direta,
como é por exemplo, o direito de apresentação de candidatura a um concurso público.
A CRP identifica vários outros direitos que classifica como direitos fundamentais e, contudo, não lhes
conferiu o mesmo estatuto especial de aplicabilidade direta de que gozam os direitos, liberdades e
garantias. Entre esses direitos encontram-se os direitos económicos, sociais e culturais. Para que estes
direitos se possam tornar efetivos necessitam de prestações ou atividades do Estado, como acontece
no caso dos direitos ao trabalho, à segurança social, à saúde, à cultura ou à educação.
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Introdução ao direito 2016/2017
4. De forma crítica diga em que consiste o parlamento Europeu, como se compõe e quais os
passos do processo legislativo deste órgão.
Parlamento Europeu
O Parlamento Europeu é muito importante, em matéria económico- financeira, situa-se no controlo
orçamental que partilha com o Conselho, a ambos compete aprovar o orçamento anula da EU, que
lhes é atribuído pela Comissão. (artº. 314º do TFUE) e controla a respetiva execução.
O Parlamento Europeu (PE) é, conjuntamente com o Conselho europeu, o Conselho e a Comissão, uma
das quatro instituições políticas da UE. Composto por representantes diretamente eleitos de cinco em
cinco anos pelos cidadãos dos Estados Membros, tendo em conta a respetiva população, com um
mínimo e máximo de noventa deputados.
O Parlamento Europeu e o Conselho analisam e discutem as propostas recebidas pela Comissão por
duas vezes consecutivas, caso não consigam chegar a acordo a propostas é apresentada ao comité de
Conciliação, órgão composto por igual número de representantes do Conselho e do Parlamento, assim
chegado a acordo a proposta é novamente discutida e enviada ao Parlamento e ao Conselho, para uma
terceira leitura, a fim de serem adotadas como texto legislativo.
O acordo final das duas instituições é indispensável para adoção do texto.~
O Parlamento exerce ainda o controlo político da Comissão através da eleição do seu presidente e da
possibilidade de votar uma moção de censura ao executivo comunitário e se esta for aprovada, a
Comissão é destituída em bloco.
5. Como se definem pessoas coletivas no que respeita aos seus elementos constitutivos?
Ler atividade formativa 4 – Pessoas coletivas
As pessoas coletivas são organizações constituídas por um agrupamento de pessoas ou por um
complexo patrimonial (massa de bens) tendo em vista a prossecução de um interesse comum
determinado, às quais a ordem jurídica atribui qualidade de sujeitos de direito, reconhecendo-se como
centro autónomos de relações jurídicas.
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Introdução ao direito 2016/2017
considerada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em que medida está obrigada a repará-
lo, a forma a que se chega ao calculo é colocar o individuo lesado em situação em que estaria sem
lesão. A reparação do dano é feita por meio da indenização, que é quase sempre pecuniária. O dano
pode ser à integridade física, à honra ou aos bens de uma pessoa.
Como o exemplo: Imagine-se um acidente de trânsito é atropelado um transeunte que sofre danos
corporais, numa explosão numa fábrica, com vários operários feridos, na utilização de um
eletrodoméstico defeituoso, em que o utilizador é atingido por uma carga elétrica. Em situações deste
tipo o que importa determinar é se a pessoa sofreu danos, deve suportá-los ou exigir a sua reparação.
Responsabilidade civil
Culpa
Risco
Sacrifício
Noção- a responsabilidade civil consiste na necessidade imposta pela lei a quem causa prejuízos a
outrem de colocar o ofendido na situação em que estaria sem a lesão.
Havendo responsabilidade civil do lesante, constitui-se na esfera deste a obrigação de indemnizar,
sendo cumprida a obrigação de indemnizar, o lesado torna-se indemne, ficando este sem dano.
Responsabilidade civil e criminal pode coexistir e até podem ser desencadeadas pelo mesmo facto.
Responsabilidade criminal- visa os interesses coletivos essências como a vida, a honra, a integridade
física, o património, etc. a aplicação de uma pena.
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Introdução ao direito 2016/2017
Responsabilidade objetiva – Prescinde da culpa do lesante, o lesante responde ainda que o facto tenha
sido praticado sem culpa.
Factos ilícitos- assentam em factos contrários à lei e constitui regra (art.º. 483º, 1 do CC)
Factos lícitos – Há responsabilidade pela prática de factos lícitos, ou seja, factos que são respeitadores
do direito, o objetivo desta responsabilidade é compensar o sacrifício de um interesse menos valorado.
Consagração no Código Civil- O código civil regula a responsabilidade contratual nos arts. 483º, onde é
regulada a chamada responsabilidade por factos ilícitos, e a responsabilidade contratual nos arts. 798º,
ss.
A obrigação de indemnização está disciplinada nos arts. 562º, ss do CC, para em regra se constitua
responsabilidade por é necessário que se encontrem preenchidos os seguintes pressupostos:
a) Facto humano
b) Ilicitude
c) Culpa
d) Dano
e) Nexo de causalidade entre o facto ilícito e o culposo e o dano.
Na responsabilidade extracontratual é ao lesado eu cumpre provar a culpa do autor da lesão e os
restantes pressupostos constitutivos da responsabilidade civil (art.º. 487º do CC). Na responsabilidade
contratual a culpa é presumida (art.º. 799º, 1 do CC).
Dispersas pelo código civil, encontramos hipóteses de responsabilidade civil por intervenções lícitas,
são hipóteses em que o lesante não praticou qualquer facto ilícito nem explora uma atividade
perigosa, mas é obrigado a indemnizar. (arts. 339º; 1322º,1; 1349º; 1367º; 1554º; 1591º; 1594º,1do
CC)
Obrigação de indemnizar – A obrigação de indemnizar está regulada nos arts. 562º, ss do CC, este
regime é comum à responsabilidade civil contratual e extracontratual.
A reconstituição da situação do lesado deve, em princípio ter lugar mediante a designada
reconstituição natural (art. 566º,1 do CC), a reconstituição natural é a que melhor serve o interesse do
lesado. (tipo novo por velho, tipo partiste arranja).
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Introdução ao direito 2016/2017
Responsabilidade civil e seguro de responsabilidade civil- a reparação do lesado pode ser feita por um
segurador, atividade económica nas sociedades industrializadas atuais não pode ser dissociada do
seguro, especialmente as que se mostram ser perigosas, a lei exige eu o empresário disponha de um
seguro de responsabilidade civil, chamados de seguros obrigatórios.
O tomador do seguro obriga-se a pagar o prémio correspondente e o segurador cobre o risco
determinado do tomador do seguro, mediante os prémios que acordarem previamente.
Atualmente é ilícito constituir uma sociedade unipessoal por quotas com um capital social de um euro
(1€) (arts. 201º, 219º, 3 do CSC)
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Introdução ao direito 2016/2017
O Estado pode ainda intervir diretamente na gestão de empresas privadas sem deter qualquer
participação no capital, assumindo temporariamente ou definitivamente o controlo da empresa,
exemplos Nacionalização, a fim de evitar insolvência da empresa a fim de proteger os empregos e a
economia.
O Estado pode intervir indiretamente na economia quando usa os seus poderes de autoridade para
regular a atividade de outros agentes económicos do setor privado, social ou mesmo público. Fá-lo
através de leis, regulamentos, atos administrativos e contratos administrativos. Exemplo PPP’s
Nacionalização- A nacionalização tem sempre origem em atos praticados pelos órgãos de Estado que
detêm o mais elevado poder político.
Juridicamente é um ato legislativo e não administrativo, consiste numa transferência forçada, por ato
de uma autoridade pública., art. 62º da CRP; Trata-se de um ato legislativo em que, no caso de uma
empresa, todo o seu património é transferido para o Estado.
As nacionalizações provocam os seguintes efeitos jurídicos: - em relação à empresa privada, todo o seu
património é transferido para o Estado. Cessam as suas obrigações e os seus direitos; em relação aos
titulares da empresa, extinguem-se todos os seus direitos sociais.
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Introdução ao direito 2016/2017
Nacionalização é transferir uma empresa particular, serviço ou atividade sob gestão privada para a
propriedade ou controlo do Estado, segundo a definição que consta do dicionário de Língua
Portuguesa.
Motivos
• Diferentes situações e motivos podem levar um Estado a optar pela nacionalização:
• Garantir a sobrevivência de uma empresa em má situação financeira;
• “travar” a expansão de capital estrangeiro no país;
• Assegurar recursos ao Estado.
Privatização:
As privatizações ocorrem quando uma empresa ou uma instituição estatais – grupos de investimentos,
multinacionais, organizações estratégicas, entre outros – são vendidos para a esfera privada, quase
sempre através de leilões públicos.
Normalmente elas processam-se quando estas empresas não estão proporcionando os lucros exigidos
para enfrentar um mercado competitivo ou quando atravessam crises financeiras sérias.
Privatização é o processo de venda duma empresa ou instituição do setor público - que integra o
património do Estado - para o setor privado, geralmente por meio de leilões públicos. Esta pode ser
total ou parcial, ficando o Estado um sócio minoritário ou maioritário como o que se passa com a TAP,
pois grande parte das empresas já eram de capital aberto e negociadas em bolsa de valores.
Em sentido amplo, a privatização é uma técnica pela qual o Estado reduz ou modifica a sua intervenção
na Economia em favor do setor privado.
“Parcerias público-privadas”.
Em sentido amplo, as parcerias público-privadas, conhecidas como PPP’s, são contratos celebrados
entre o Estado e empresas privadas, no qual estas assumem a gestão dos serviços públicos, e o Estado
compromete-se a compensar o investimento privado pagando uma renda anual. O Estado pode
assumir parte do prejuízo e reaver algum do lucro obtido, ou pagar um custo menor, caso essa
empresa estivesse debaixo da sua alçada.
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Introdução ao direito 2016/2017
As quatro principais regras para o setor privado num esquema de PPP, são:
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