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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

Sumário
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura.................................................................................................................4
Apresentação......................................................................................................................................................................4
1. Conceito de Tortura.. ...................................................................................................................................................4
2. Competência para Processamento e Julgamento do Crime de Tortura........................................5

3. Casos de Crime de Tortura Previstos no art. 1º da Lei n. 9.455/1997............................................5


3.1. Art. 1º, I da Lei n. 9.455/1997.. ............................................................................................................................6
3.2. art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997: “Tortura Castigo”. .................................................................................8
3.3. Sujeitos do Crime de Tortura do art. 1º, I e II. ............................................................................................9
3.4. Objetos do Crime de Tortura Previsto no art. 1º, I e II.........................................................................9
3.5. Elemento Subjetivo do Crime de Tortura, Previsto art. 1º, I e II da Lei n. 9.455/1997......9
3.6. Classificação do Crime de Tortura (art. 1º)............................................................................................. 10
4. Art. 1º, § 1º: Tortura Praticada contra Pessoa Presa ou Sujeita a Medida de Segurança
– “Tortura pela Tortura”.. .......................................................................................................................................... 10
4.1. Dos Sujeitos do Crime Previsto no art. 1º, § 1º. .......................................................................................11
4.2. Objetos do Crime de Tortura Previsto no art. 1º, § 1º.........................................................................11
4.3. Elemento Subjetivo do Crime de Tortura Previsto no art. 1º, § 1º..............................................12
4.4. Classificação do Crime Previsto no art. 1º, § 1º....................................................................................12
5. Art. 1º, § 2º: da “Tortura-Omissão”. . ................................................................................................................12
5.1. Sujeitos do Crime “Tortura-Omissão” (art. 1º, § 2º). ...........................................................................13
5.2. Objetos do Crime de “Tortura-Omissão” (art. 1º, § 2º).....................................................................13
5.3. Elemento Subjetivo do Crime de “Tortura-Omissão” (art. 1º, § 2º). ..........................................13
5.4. Classificação do Crime de “Tortura-Omissão” (Art. 1º, § 2º):. ......................................................14
6. Art. 1º, § 3º: Hipóteses Qualificadoras do Crime de Tortura.............................................................14
6.1. Tortura Qualificada pela Lesão Corporal Grave ou Gravíssima (art. 129, §§ 1º e 2º):.. ....14
6.2. Tortura Qualificada pelo Resultado Morte. ............................................................................................15
7. Art. 1º, § 4º: Causas de Aumento de Pena do Crime de Tortura – de um Sexto a um
Terço.......................................................................................................................................................................................15

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7.1. Inciso I: Crime Cometido por Agente Público.........................................................................................16


7.2. Inciso II: Crime Cometido contra Criança, Gestante, Portador de Deficiência,
Adolescente ou Maior de 60 (Sessenta) Anos..............................................................................................16
7.3. Inciso III: Crime Cometido Mediante Sequestro...................................................................................16
8. Efeito da Condenação: Perda Automática do Cargo, Função ou Emprego Público e
Interdição para seu Exercício (art. 1º, § 5º)......................................................................................................17
9. Art. 1º, § 6º: Tortura como Crime Equiparado ao Hediondo...............................................................17
10. Art. 1º, § 7º: Início do Cumprimento de Pena............................................................................................18
11. Art. 2º: Extraterritorialidade Incondicionada da Lei n. 9.455/1997............................................19
12. Art. 3º: Entrada em Vigor da Lei n. 9.455/1997......................................................................................19
13. Art. 4º: Revogação do art. 233 do ECA. ......................................................................................................20
Resumo.................................................................................................................................................................................21
Jurisprudências Selecionadas. . ..............................................................................................................................23
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................26
Questões de Concurso................................................................................................................................................ 28
Gabarito...............................................................................................................................................................................39
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................40
Referências........................................................................................................................................................................63

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LEI N. 9.455/1997 – CRIMES DE TORTURA


Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um su-
porte, caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos que não basta saber a legis-
lação ou as considerações doutrinárias sobre Legislação Penal Especial, sendo imprescindí-
vel o estudo das compreensões dos tribunais.
Aqui, nesta aula sobre Crime de Tortura (Lei n. 9.455/1997), analisaremos a sua estrutura
organizacional e estudaremos cada um dos crimes previstos em seus artigos.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?

Flávia Araújo
Advogada, professora,
Mestra em Políticas Sociais e Cidadania (Ucsal).

Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)


Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo

1. Conceito de Tortura
A 9.455/1997 é fruto do mandado de criminalização constitucional previsto no art. 5º,
XLIII. Este inciso orienta o legislador ordinário para a elaboração de uma legislação penal,
voltada a criminalizar ou recrudescer o tratamento dispensado aos crimes de tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes ou drogas a fins, terrorismo e os definidos como hediondos.
No que diz respeito ao crime de tortura, o mandado de criminalização constitucional só foi
cumprido no ano de 1997, por meio da Lei n. 9.455.
A tortura é equiparada a crime hediondo, conforme podemos observar do art. 5º, XLIII da
CF e do art. 2º da Lei n. 8.072/1990.

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Antes da entrada em vigor da Lei de Tortura, o art. 233 do ECA já criminalizava sua prá-
tica. De acordo com este artigo, incorreria em crime aquele que cometesse o ato de “Sub-
meter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura”. A grande
crítica a esta previsão se refere à ausência de uma conceituação que delimitasse a conduta
criminosa. Outra questão apontada pela crítica diz respeito à delimitação de seus sujeitos
passivos, já que, pela norma, não haveria aplicação da pena caso a vítima da tortura fosse
uma pessoa adulta.
O art. 4º da Lei n. 9.455, que conceitua e impõe penas à crimes de tortura, revogou o art.
233 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O STJ entende não ser exigível a realização de exame de corpo de delito para a constata-
ção do crime de tortura, já que a tortura psicológica, por exemplo, não deixa vestígios. (STJ
– HC n. 16.142).

2. Competência para Processamento e Julgamento do Crime de Tortura


O crime de tortura poderá ser julgado perante a Justiça Comum Estadual ou a Justiça
Comum Federal, a depender do caso concreto.
Em síntese, o fato de o crime de tortura ser previsto em Convenção Internacional não
garante, por si só, que o seu processamento e julgamento ocorra perante a Justiça Federal.
Logo, a depender do caso concreto, este crime poderá ser julgado perante a Justiça Comum
Estadual ou a Justiça Comum Federal. Assim, se por exemplo, o ato é praticado no Brasil, a
competência será, em regra, da Justiça Estadual. Porém, se o sujeito ativo da tortura for fun-
cionário público federal, no exercício de suas funções, a competência será da Justiça Federal.
É importante observar que o crime de tortura não será julgado perante a Justiça Militar,
ainda que o ato tenha sido praticado por militares, ou quando estes sejam os sujeitos passi-
vos do delito.

3. Casos de Crime de Tortura Previstos no art. 1º da Lei n. 9.455/1997


Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.

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3.1. Art. 1º, I da Lei n. 9.455/1997


O art. 1º, I da Lei n. 9.455/1997 define o crime de tortura como o ato de constranger al-
guém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental,
Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa
a) Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa.
b) Em razão de discriminação racial ou religiosa
O verbo “constranger”, núcleo deste tipo penal, é entendido como ato de subjugar, obrigar,
compelir a vítima a fazer algo contra a sua vontade. Este ato de “constranger”, por sua vez,
será exercido por meio de violência física ou violência moral (grave ameaça).
Os crimes de tortura previstos no art. 1º inciso I são praticados com vistas a uma finalida-
de, pretendida pelo agente e prevista na Lei (dolo específico). Entretanto, o crime é consuma-
do independentemente de esta finalidade ter, ou não, sido alcançada. Ou seja, a consumação
do delito de tortura ocorre no momento da imposição da violência física ou moral.

3.1.1 Tortura Confissão, Tortura Prova, Tortura Inquisitorial ou Tortura Institu-


cional: art. 1º, I, “a”

A alínea “a” traduz o crime de constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa.
Trata-se da chamada “tortura-confissão”, “tortura-prova”, “tortura-probatória”, “tortura-
-inquisitorial” ou “tortura institucional”.
Como vimos, o crime de tortura se consuma no momento da imposição do sofrimento
físico ou moral, independentemente da obtenção da finalidade pretendida. Porém, caso esta
finalidade seja alcançada, a informação, declaração ou confissão obtida configura como pro-
va ilícita, não podendo, assim ser utilizada em processos.

3.1.2 “Tortura Crime”: art. 1º, I, “b”

O art. 1º, I, “b” tipifica a conduta de “constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou omissão de
natureza criminosa”
Esta é a chamada “tortura-crime” e ocorre quando a prática da tortura tem, como finalida-
de, forçar que a vítima cometa ato criminoso. Lembre-se, porém, que não se exige obtenção
desta finalidade para que ocorra a consumação do fato típico.
Portanto, o crime se consuma no momento da prática do ato (imposição de grave sofri-
mento físico ou mental à alguém), independentemente de o autor do delito conseguir a fina-
lidade almejada. Em outras palavras, não é necessário, para a configuração da tortura, que

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a vítima cometa crime em razão do sofrimento ao qual é impingida (finalidade prevista no


art. 1º, “b”).
Porém, o que ocorre se esta finalidade é obtida? O que acontece caso a vítima cometa ato
delituoso em razão da tortura?
Primeiramente é importante destacar que, neste caso, haverá a exclusão da culpabilidade
em razão da coação moral irresistível, prevista no art. 22 do CP, logo, esta vítima não poderá
ser punida.
Do mesmo modo, conforme prevê o mesmo art. 22 do CP, apenas o autor da coação (no
caso, o torturador) deverá responder pelo fato cometido. Assim, este agente será autor ime-
diato do crime de tortura (nos moldes do art. 1º, “b” da Lei n. 9.455/1997), e autor mediato do
crime cometido pela vítima torturada. Trata-se de hipótese de concurso material de crimes
(art. 69 do CP), já que são crimes praticados mediante mais de uma ação.
Exemplo: Marcelo tortura Jorge para que este cometa crime de homicídio contra Ana.
Marcelo responderá pelo crime de tortura independentemente de ter conseguido seu objetivo.
Porém, caso Jorge venha a praticar a conduta homicida em razão da tortura, não responderá
pelo crime, havendo a exclusão de sua culpabilidade em razão da coação moral irresistível.
Em síntese, Marcelo responderá, em concurso material, pelo crime de tortura (na condição de
autor imediato) e pelo crime de homicídio (na condição de autor mediato).
E se a coação moral sofrida pela vítima de tortura vier a ser considerada “resistível”? Em
outros termos, o que ocorreria se a vítima da tortura pudesse resistir a conduta contra ela em-
pregada, mas, mesmo assim, optasse por praticar o ato criminoso almejado pelo torturador?
Nesta hipótese, não poderíamos falar em exclusão da culpabilidade em razão da coação
moral irresistível. A vítima da tortura, neste caso, responderá pelo crime praticado (quando
puder resistir à coação), havendo, apenas, a incidência da circunstância atenuante prevista
no art. 65, III, “c” do Código Penal. Já o agente, responderá como autor imediato do crime
de tortura (art. 1º, “b” da Lei n. 9.455/1997) e como autor mediato do crime cometido pela
vítima torturada.

 Obs.: Importante: Não haverá crime de tortura se o agente praticar o ato de “constranger
alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental” com a finalidade de compelir pessoa a praticar contravenção penal. Isto
porque o art. 1º, “b” da Lei n. 9.455/1997 se refere expressamente a finalidade de “pro-
vocar ação ou omissão de natureza criminosa”. Neste caso, em respeito ao princípio
da legalidade, e da proibição da analogia in malam partem, não haverá crime de tortu-
ra se a vítima for coagida a praticar contravenção penal.

3.1.3 Tortura-Preconceito ou Tortura Discriminação – art. 1º, I, “c”

O art. 1º, I, “b” tipifica a conduta de “constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, em razão de discriminação racial ou religiosa”

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Trata-se da chamada “tortura-preconceito” ou “tortura discriminação”. Esta alínea é bas-


tante criticada pela doutrina, uma vez que sua previsão não abarca outras formas de discri-
minação para além da racial ou religiosa.
Desta maneira, em respeito à proibição da analogia in malam partem, não será aplicável o
crime de tortura a atos de imposição da violência ou grave ameaça, que causem sofrimento
físico ou moral, por razão de discriminação relacionada a orientação sexual, gênero, classe,
origem, idade etc.

3.2. art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997: “Tortura Castigo”


O inciso II do art. 1º traz a chamada “tortura castigo”, que tem a seguinte previsão:

submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ame-
aça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.

O art. 1º inciso II também traz a finalidade específica pretendida pelo agente com a prática
do ato ilícito. Nesta hipótese, o elemento subjetivo específico (também chamado de “especial
finalidade no agir”) é a aplicação de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Interessante notar que, neste caso, o legislador faz previsão expressa à necessidade de
o sofrimento físico ou mental imposto à vítima ter natureza “intensa”. O inciso I prevê, para a
configuração do crime, apenas o sofrimento, sem fazer menção ao grau de intensidade.
Em outras palavras, no art. 1º, II, a conduta de submeter alguém a intenso sofrimento
físico ou mental tem, como finalidade, a aplicação de castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
Na hipótese prevista no inciso II, só poderá ser vítima de crime de tortura, a pessoa sub-
metida à guarda, poder ou autoridade do sujeito ativo. Esta relação, por sua vez, poderá ser
de Direito Público (ex.: policial e pessoa detida) ou de Direito Público (ex.: tutela e curatela).

3.2.1. Diferença entre o Crime de Tortura Previsto no art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997
e o Crime de Maus Tratos, Previsto no art. 136 do Código Penal

O art. 136 do Código Penal prevê o crime de maus tratos, que possui a seguinte redação:

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados in-
dispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina.

Primeiramente é interessante observar que o sujeito ativo do crime de tortura-castigo


(art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997) possui “guarda, poder ou autoridade” sobre a vítima. Já nos

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crimes de maus tratos (art. 136 do CP), o sujeito ativo possui uma relação de “guarda ou vi-
gilância” para com a vítima. Esta “guarda ou vigilância” possui a finalidade educacional, de
ensino, tratamento ou custódia.
Deste modo, o STJ estabelece uma diferenciação básica entre o crime de maus tratos (art.
136 do CP) e o crime de “tortura-castigo” (art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997). De acordo com a
Corte, “para que se configure o delito de maus tratos é necessária a demonstração de que os
castigos infligidos tenham por fim a educação, o ensino, o tratamento ou a custódia do sujeito
passivo”.1
Por outro lado, o Tribunal entende que, “para a configuração da segunda figura do crime
de tortura é indispensável a prova cabal da intenção deliberada de causar o sofrimento físico
ou moral, desvinculada do objetivo de educação”.2

3.3. Sujeitos do Crime de Tortura do art. 1º, I e II


3.3.1. Sujeito Ativo: Em regra, o crime de tortura não exige nenhuma qualidade especial do
agente. Logo, qualquer um poderá cometê-lo, tratando-se, assim, de um crime comum.
Entretanto, é importante lembrar que esta regra não se aplica aos casos de “tortura-casti-
go”, prevista no art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997. Nesta modalidade, somente poderá ser sujeito
ativo do crime aquele que detiver a “guarda, poder ou autoridade” sobre a vítima. Logo, nestes
casos, exige-se uma qualidade especial do agente, tratando-se, assim, de um crime próprio.
3.3.2. Sujeito Passivo: Do mesmo modo, em regra, qualquer um poderá ser vítima do crime
de tortura. Exceto na hipótese prevista no art. 1º, II da Lei (tortura-castigo) que exige que a
vítima esteja sob “guarda, poder ou autoridade” do sujeito passivo.

3.4. Objetos do Crime de Tortura Previsto no art. 1º, I e II


3.4.1. Objeto Jurídico: Este objeto se refere ao bem jurídico tutelado pela norma penal. O
crime de tortura possui natureza pluriofensiva, logo, sua consumação gera a ofensa de mais
de um bem jurídico. Em resumo, os bens jurídicos tutelados pela Lei n. 9.455/1997 são a li-
berdade pessoal e a integridade física e mental da vítima.
3.4.2. Objeto Material: É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. No
crime de tortura o objeto material será uma pessoa, no caso, a própria vítima.

3.5. Elemento Subjetivo do Crime de Tortura, Previsto art. 1º, I e II


da Lei n. 9.455/1997

O elemento subjetivo do crime previsto na Lei n. 9.455/1997 é o dolo. Logo, não existe
crime de tortura na modalidade culposa.
1
STJ - CC 102.833/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 26/08/2009, DJe 10/09/2009.
2
STJ - REsp 610.395/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 25/05/2004, DJ 02/08/2004.

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Este dolo será específico, já que o agente pratica o crime buscando alcançar alguma fina-
lidade específica prevista no art. 1º, I “a”, “b” e “c” e art. 1º, II.
Deste modo, são finalidade (dolos específicos) do crime de tortura:
a) obtenção de informação, declaração ou confissão da vítima ou de outra pessoa;
b) provocação de ação ou omissão de cunho criminoso;
c) discriminar alguém por questão racial ou religiosa;
d) pretensão de aplicar castigo ou medida preventiva.
Lembre-se de que, em respeito ao princípio da legalidade, só haverá crime de tortura se
estiver presente um dos dolos específicos previstos no art. 1º Logo, se uma pessoa impõe
grave sofrimento físico ou mental a outra, sem nenhuma finalidade específica, não haverá
incidência da Lei n. 9.455/1997.
Porém, lembre-se também, que não se exige a obtenção desta finalidade (dolo específico)
para que haja a consumação do crime.

3.6. Classificação do Crime de Tortura (art. 1º)


a) comum (não exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo – nos casos do art. 1º,
I “a”, “b” e “c”) ou próprio (exige a qualidade especial de possuir guarda, poder ou autoridade
sobre a vítima – art. 1º, II).
b) formal (independe da produção do resultado naturalístico pretendido, consistente na
obtenção da informação, declaração, confissão etc.)
c) monossubjetivo: podendo ser praticado por um ou mais agentes;
d) plurissubsistente: é possível o fracionamento da conduta em mais de um ato, sendo
admitida a tentativa;
e) de dano: Sua configuração exige a efetiva lesão ao bem jurídico, e não a mera exposição
a perigo de lesão;
f) de forma livre: sua prática não impõe uma forma específica de conduta.
g) instantâneo (a conduta criminosa não se dilata no tempo) ou permanente (a conduta
se protrai no tempo);
h) comissivo: As modalidades de tortura previstas no art. 1º, I e II pressupõem a ação, não
sendo admitida sua configuração de forma omissiva, diferentemente do que ocorre no § 2º da
lei, conforme veremos em breve.

4. Art. 1º, § 1º: Tortura Praticada contra Pessoa Presa ou Sujeita a


Medida de Segurança – “Tortura pela Tortura”
Após analisamos os incisos do art. 1º da Lei n. 9.455/1997, vamos, agora, para análise
dos seus parágrafos, começando pelo primeiro, que possui a seguinte redação:

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Art. 1º, § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança
a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.

O art. 5º, XLIX da Constituição Federal dispõe que “é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral”. Cumprindo esta diretriz, o art. 1º, § 1º da Lei n. 9.455/1997 traz,
como conduta equiparada ao crime de tortura, o ato de submeter pessoa presa, ou sujeita a
medida de segurança, a sofrimento físico ou mental.

4.1. Dos Sujeitos do Crime Previsto no art. 1º, § 1º


4.1.1. Sujeito Ativo: A doutrina diverge quanto ao sujeito ativo do crime previsto no § 1º
Há autores que entendem tratar-se, este, de um crime próprio (aquele que exige uma quali-
dade especial do agente). Para esta corrente, o sujeito ativo precisa ser funcionário público,
no exercício de suas funções ou em função dela, tratando-se, assim, de um crime funcional.
Portanto, para esta linha de entendimento, apenas os funcionários públicos, que exercem suas
atividades juntamente com os presos ou sujeitos à medidas protetivas, poderiam ser sujeitos ati-
vos na prática deste crime, a exemplo do funcionário do hospital de custódia, do agente carcerário
etc. Também poderão praticar a conduta, os agentes públicos por equiparação, hipótese em que,
por exemplo, a administração do presídio tenha sido delegada à iniciativa privada. Nestes casos,
o crime continuará a ter natureza funcional, conforme nos informa o art. 327, § 1º do CP.
Outra parcela da doutrina, a qual aderimos, entende não haver exigência de uma qualidade
especial do agente para a configuração deste tipo penal, tratando-se, pois, de um crime co-
mum. Em que pese o legislador tenha tido a intenção de prever um crime funcional, a redação
do art. 1º, § 1º da Lei de Tortura, não prevê nenhuma restrição que impeça a prática deste
crime por terceiros não integrantes da Administração Pública.
Os tribunais ainda não possuem entendimentos sobre o tema. Vamos ficar no aguardo…
4.1.2. Sujeito Passivo: A vítima do crime de tortura previsto no art. 1º, § 1º será qual-
quer pessoa:
a) submetida à pena de prisão – podendo ser prisão em flagrante, temporária, preventiva,
civil (do devedor de alimentos) ou prisão-pena (com trânsito em julgado da sentença penal
condenatória) ou
b) submetida à medida de segurança – seja por medida de internação ou tratamento am-
bulatorial.

4.2. Objetos do Crime de Tortura Previsto no art. 1º, § 1º


4.2.1. Objeto Jurídico: O bem jurídico protegido por esta norma é a liberdade pessoal e a
integridade física e mental da vítima.
4.2.2. Objeto Material: É a pessoa submetida à prisão ou medida de segurança.
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4.3. Elemento Subjetivo do Crime de Tortura Previsto no art. 1º, § 1º


O elemento subjetivo deste crime será o dolo, não sendo possível a sua incidência na mo-
dalidade culposa.
Porém, ao contrário do que ocorre com as condutas previstas no art. 1º, I e II, não é exigida
uma finalidade específica para a prática da tortura prevista no art. 1º, § 1º, logo, nesta hipóte-
se, não haverá dolo específico, apenas o genérico. Neste sentido, o STJ entende que:

II – Consta no v. acórdão vergastado que a vítima foi agredida por policial civil enquanto se encon-
trava presa. Dessas agressões resultaram lesões graves conforme atestado por laudo pericial. A
vítima, dessa forma, foi submetida a intenso sofrimento físico. Em tal contexto, não há como afas-
tar-se a figura típica referente à tortura prevista no art.1º, § 1º da Lei n. 9.455/1997.
III – Referida modalidade de tortura, ao contrário das demais, não exige, para seu aperfeiçoamento,
especial fim de agir por parte do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo
de praticar a conduta descrita no tipo objetivo. (STJ – Resp 856.706/AC. Rel. Min Laurita Vaz. Jul-
gado em 06/05/2010. Dje 28/06/2010).

4.4. Classificação do Crime Previsto no art. 1º, § 1º


a) comum: não se exige qualidade especial do sujeito ativo, podendo, assim, ser praticado
por qualquer pessoa (lembrando que há uma parcela doutrinária que entende tratar-se de
um crime próprio e funcional, no qual apenas o agente público, no exercício de suas funções,
poderia praticá-lo);
b) monossubjetivo: poderá ser praticado por um ou mais agentes.
c) plurissubsistente: Admite-se a tentativa e o fracionamento da conduta em mais
de um ato.
d) de dano: pressupõe a efetiva lesão ao bem jurídico (liberdade pessoal e integridade
física), e não apenas a exposição a perigo de lesão;
e) de forma livre: não é exigida uma forma específica para a prática do delito
f) instantâneo (a conduta criminosa não se protrai no tempo) ou permanente (a conduta
se protrai no tempo);
g) comissivo: A sua configuração exige uma conduta comissiva – a ação – do sujeito
ativo, não sendo possível sua incidência por omissão (como ocorre no caso do art. 1º, § 2º, o
qual veremos em breve).

5. Art. 1º, § 2º: da “Tortura-Omissão”


Em regra, os crimes de tortura só poderão ser praticados de forma comissiva. Entretanto,
o art. 1º, § 2º, traz uma hipótese em que haverá incidência deste crime em razão da omissão
do sujeito ativo. Primeiramente, vamos analisar a redação deste parágrafo:

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Art. 1º, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

O art. 1º, § 2º traz a hipótese da “tortura-omissão”. Responderá, por este crime, aquele
que possui o dever de evitar, ou apurar, o crime de tortura e se omite diante de sua ocorrência.
Importante lembrar que, neste caso, o sujeito ativo possui um dever legal de evitar ou apu-
rar o crime.
a) Dever legal de “evitar” a conduta criminosa: Como exemplo deste dever legal de “evitar”
a conduta criminosa, podemos citar a obrigação do agente público, em relação aos custo-
diados, o dever dos pais, em relação aos filhos menores, dever dos tutores ou curadores, em
relação aos tutelados ou curatelados etc. (Ex.: Pai tortura o filho com o conhecimento da mãe,
que nada faz para evitar o ato. Este exemplo, entretanto, não poderá ser aplicado se esta mãe
também é vítima de tortura, física ou psicológica, que a impede de agir com o seu dever legal).
b) Dever legal de “apurar” a conduta criminosa: Apenas os agentes públicos possuem este
dever. Portanto, apenas funcionários públicos incorrem no crime de omissão do dever legal de
apurar crime de tortura,

5.1. Sujeitos do Crime “Tortura-Omissão” (art. 1º, § 2º)


5.1.1. Sujeito Ativo: Como vimos, só será sujeito ativo da “tortura-omissão” aquele que
tem o dever legal de evitar ou de apurar as condutas. Trata-se, pois, de crime próprio, que
exige uma qualidade especial do agente.
5.1.2. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa poderá ser vítima deste delito.

5.2. Objetos do Crime de “Tortura-Omissão” (art. 1º, § 2º)


5.2.1. Objeto Jurídico: A liberdade pessoal e a integridade física e mental da vítima são os
bens jurídicos que a norma busca tutelar.
5.2.2. Objeto Material: É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. No
crime do art. 1º, § 2º o objeto material a pessoa vítima da tortura

5.3. Elemento Subjetivo do Crime de “Tortura-Omissão” (art. 1º,


§ 2º)
O elemento subjetivo deste crime será o dolo, não sendo possível a sua incidência na mo-
dalidade culposa.
Porém, ao contrário do que ocorre com as condutas previstas no art. 1º, I e II, não é exigida
uma finalidade específica para a prática da tortura prevista no art. 1º, § 1º, logo, nesta hipóte-
se, não haverá dolo específico, apenas o genérico.

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5.4. Classificação do Crime de “Tortura-Omissão” (Art. 1º, § 2º):


a) Crime próprio: Exige-se uma qualidade especial do sujeito ativo.
b) Monossubjetivo: podendo ser praticado por um ou mais agentes;
c) unissubsistente: não é possível o fracionamento da conduta em mais de um ato, e nem
é admitida a tentativa;
d) De dano: Sua configuração exige a efetiva lesão ao bem jurídico, e não a meraexposição
a perigo de lesão;
e) Omisso Próprio: O próprio tipo penal já traz a omissão como hipótese de conduta
criminosa.

6. Art. 1º, § 3º: Hipóteses Qualificadoras do Crime de Tortura


O art. 1º, § 3º, traz duas hipóteses em que o crime de tortura será qualificado:
1) se a conduta resultar em lesão corporal grave ou gravíssima (hipótese em que a pena
será de reclusão, de 04 (quatro) a 10 (dez) anos) e
2) se a conduta resultar em morte da vítima (pena de reclusão de 08 (oito) a 16 (dezes-
seis) anos.
Antes de analisarmos estas hipóteses vamos para a leitura do parágrafo em questão:

Art. 1º, § 3º: Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

6.1. Tortura Qualificada pela Lesão Corporal Grave ou Gravíssima


(art. 129, §§ 1º e 2º):
Primeiramente, é importante lembramos que o Código Penal não utiliza a expressão “le-
são corporal gravíssima” e não faz distinção entre esta e a “lesão corporal grave”. Entretanto,
a doutrina convencionou denominar de “grave”, as hipóteses contempladas no art. 129 § 1º e,
de “gravíssimas” as hipóteses previstas no § 2º do mesmo artigo.
Assim, são lesões corporais graves: e resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto.
São gravíssimas, por sua vez, a lesão corporal que resulta em:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incurável;

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III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;


IV – deformidade permanente; V – aborto.
Caso o crime de tortura gere, como resultado, qualquer das hipóteses previstas no art.
129, § 1º e 2º do CP, a pena será de reclusão, de 04 (quatro) a 10 (dez) anos.

6.2. Tortura Qualificada pelo Resultado Morte


Será qualificada a tortura que resultar em morte da vítima. Neste caso, a pena será reclu-
são, de 08 (oito) a 16 (dezesseis) anos.
A doutrina majoritária também entende que esta qualificadora configura crime preterdo-
loso (também chamado de preterintencional), em que há o dolo na conduta (tortura) e culpa
no resultado (morte).
Perceba que, se o agente tinha a intenção de cometer o homicídio, e a tortura é utilizada
como meio para a obtenção de seu intento, não haverá incidência do art. 1º, § 3º da Lei n.
9.455/1997, mas sim do art. 121, § 2º, III do CP. Ou seja, nesta hipótese, haverá o crime de
homicídio qualificado pela tortura (e não de tortura qualificada pela morte), com pena de re-
clusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. Este exemplo traz uma hipótese de crime progressivo,
já que o sujeito ativo tem a intenção de praticar o crime mais grave (morte) desde o início da
sua conduta.
Mas, e se, o agente tiver os dois dolos distintos e sucessivos (o de torturar e o de matar)?
A doutrina aponta que, nesta hipótese também haverá incidência do crime de homicídio qua-
lificado pela tortura (art. 121, § 2º, III).

7. Art. 1º, § 4º: Causas de Aumento de Pena do Crime de Tortura – de


um Sexto a um Terço

O art. 1º, § 4º traz as causas de aumento de pena (ou majorantes) aplicáveis ao crime
de tortura. Havendo ocorrência de qualquer das hipóteses previstas neste parágrafo, a pena
poderá será aumentada de um sexto a um terço.

Art. 1º, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I – Se o crime é cometido por agente público;
II – Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior
de 60 (sessenta) anos.
III – Se o crime é cometido mediante sequestro.

Passaremos, agora, para a análise de cada uma dessas majorantes.

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7.1. Inciso I: Crime Cometido por Agente Público


A pena poderá ser aumentada de um sexto a um terço se o crime de tortura for praticado
por agente público. Para que haja incidência desta majorante, é necessário que a tortura seja
praticada por agente público no exercício de sua função ou em razão dela.
Embora a Lei não utilize o termo “funcionário público”, o conceito de “agente público”,
neste caso, deve obedecer às regras do art. 327 do CP, se estendendo para todo aquele que
exerce cargo, emprego ou função pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração.

7.2. Inciso II: Crime Cometido contra Criança, Gestante, Portador de


Deficiência, Adolescente ou Maior de 60 (Sessenta) Anos
Só haverá incidência destas causas de aumento de pena se o agente tinha conhecimento
da situação fática existente, ou seja, este agente deverá saber que a vítima é criança, adoles-
cente, gestante, portadora de deficiência ou maior de 60 anos.
Se, por exemplo, o agente praticar tortura contra gestante, sem saber do seu estado ges-
tacional, será punido pelo crime de tortura, porém, não haverá aplicação da majorante previs-
ta no art. 1º, § 4º, II da Lei n. 9.455/1997.
Vamos fazer uma breve análise das hipóteses elencadas neste inciso.
a) Vítima criança: Considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos,
conforme prevê o art. 2º do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
b) Vítima adolescente: O mesmo art. 2º do ECA define adolescente como a pessoa entre
doze e dezoito anos de idade.
c) Vítima gestante: a incidência da majorante independe do período de gestação
desta vítima.
d) Vítima portadora de deficiência: Como a norma não trouxe distinção, a incidência
da causa de aumento de pena poderá ocorrer seja, a vítima, portadora de deficiência física
ou mental.
e) Maior de 60 anos: Esta majorante foi introduzida pelo Estatuto do Idoso (Lei n.
10.741/2003).

7.3. Inciso III: Crime Cometido Mediante Sequestro


Perceba que não estamos falando do crime de sequestro, previsto no art. 148 do CP, e
sim do crime de tortura praticada mediante sequestro. Logo, na hipótese trazida pela Lei n.
9.455/1997, o sequestro é utilizado como meio para a prática da tortura.
Se, por exemplo, o agente sequestrar a vítima como meio para conseguir torturá-la, deve-
rá responder pelo crime de tortura com aplicação da causa de aumento de pena prevista no
art. 1º, § 4º da Lei n. 9.455/1997. Nesta hipótese, este agente não responderá pelo crime de

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sequestro previsto no art. 148 do CP, do contrário, haveria bis in idem, o que é proibido pelo
ordenamento jurídico.
Porém, se o dolo inicial do agente é o sequestro e, em decorrência desta conduta, a vítima
acaba passando por grave sofrimento físico ou mental, não será aplicado o crime de tortura e
sim, o de sequestro qualificado, previsto no art. 148, § 2º do CP.

8. Efeito da Condenação: Perda Automática do Cargo, Função ou Em-


prego Público e Interdição para seu Exercício (art. 1º, § 5º)

O art. 1º, § 5º da Lei de Tortura estabelece que:

Art. 1º, § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

O STJ entende que, na condenação por crime de tortura, a perda do cargo, função ou em-
prego público será automática, e não necessitará de fundamentação expressa, na sentença.

(…) 3. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, uma vez reconhecida a prática
do crime de tortura, de acordo com a legislação especial aplicável a este delito, a perda do cargo
público é efeito automático e obrigatório da condenação. 4. Embora fosse dispensável na hipótese,
o Juízo de origem fundamentou concreta e pormenorizadamente a necessidade da imposição da
sanção de perda do cargo público em razão da violação dos deveres do funcionário estatal (policial
militar) para com a Administração Pública. (STJ – REsp n. 1.762.112/MT – 2018/0218898-8. Rel
Min Laurita Vaz. Julgado em 17/09/2019).

Para que haja incidência desta hipótese de perda, faz-se necessário que o crime tenha
sido praticado no exercício da função ou em razão dela. E faz-se necessário o trânsito em
julgado da sentença penal condenatória.
Uma vez perdido o cargo, função ou emprego público, este não poderá ser recuperado e o
agente, ficará impossibilitado de assumir outra função, na administração pública pelo dobro
do prazo da pena aplicada.

9. Art. 1º, § 6º: Tortura como Crime Equiparado ao Hediondo


O art. 5º, XLIII da Constituição Federal estabelece que:

A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o


tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

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A tortura constitui crime equiparado a hediondo. Deste modo, serão aplicadas as disposi-
ções da Lei n. 8.072/1990, salvo se houver contradição entre estas normas, caso em que a lei
especial (Lei n. 9.455/1997) deverá prevalecer.
Seguindo a previsão constitucional e a Lei n. 8.072/1990, o art. 1º, § 6º da Lei n. 9.455/1997
nos informa que “o crime de tortura é inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça
ou anistia”.
Porém, o art. 2º da Lei de Crimes Hediondos estabelece que os crimes nela previstos, bem
como os a ela equiparados (tortura, terrorismo e tráfico de drogas) são, também, insuscetíveis
de indulto.
A doutrina majoritária entende que, em respeito ao princípio da especialidade e, diante da
ausência de previsão expressa na Lei n. 9.455/1997, não seria cabível uma interpretação ex-
tensiva que prejudique o réu. Logo, como o art. 1º, § 6º não proibiu a concessão do indulto aos
crimes de tortura, este poderá ser concedido. Contudo, esta questão ainda não foi cristalizada
pelos tribunais brasileiros.
No que diz respeito a inafiançabilidade, Lembre-se de que, seguindo o entendimento se-
dimentado pelo STF, o art. 2º, II da Lei n. 8.072/1990 foi alterado pela Lei n. 11.464/2007, que
retirou, de sua redação, a impossibilidade de concessão da liberdade provisória aos crimes
hediondos e a estes equiparados (tortura, tráfico e terrorismo).
Assim, a proibição a inafiançabilidade não impede a concessão da liberdade provisória.
Neste caso, esta liberdade será concedida sem a exigência do pagamento de fiança.

10. Art. 1º, § 7º: Início do Cumprimento de Pena


Deste modo, tanto a Lei de Tortura quanto a Lei n. 8.072/1990 permite a progressão de
regime de pena, estabelecendo, entretanto, que esta será cumprida inicialmente em regi-
me fechado.
Contudo, em 2014 o STF declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade da Lei n.
11.464/2007 que, embora tenha permitido a progressão da pena aos crimes hediondos e
equiparados, previu, também, que o seu regime deverá ser inicialmente fechado. Para a corte
esta obrigatoriedade do regime inicial fechado – para os condenados por crimes hediondos
e equiparados – não se adequa ao princípio da individualização da pena, sendo, por isso, in-
constitucional3.
Esta decisão não atinge apenas a Lei n. 8.072/1990 como, também, a Lei n. 9.455/1997, já
que esta também estabelece, em seu art. 1º, § 7º, o cumprimento de pena em regime inicial-
mente fechado. Porém, como este entendimento ocorreu em sede de controle difuso de cons-
titucionalidade, devemos estar atentos às próximas decisões jurisprudenciais neste sentido.

3
STF - HC 111.840/ES, Rel. Min Dias Toffoli, julgado em 14/06/2012. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticia-
noticiastf/anexo/hc111840dt.pdf

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Apenas para finalizar, perceba que não é possível haver substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos nos crimes previstos na Lei n. 9.455/1997. Isto porque a
consumação da tortura pressupõe a prática da violência (física ou psicológica), o que impos-
sibilita esta substituição, conforme consta no art. 44, I do Código Penal.

11. Art. 2º: Extraterritorialidade Incondicionada da Lei n. 9.455/1997


O art. 5º do Código Penal estabelece a regra da territorialidade da lei brasileira ao prever
que “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito inter-
nacional, ao crime cometido no território nacional”.
O art. 2º da Lei n. 9.455/1997 traz uma exceção a esta regra da territorialidade ao dispor
que, nos casos de crime de tortura “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o
agente em local sob jurisdição brasileira”.
Assim, este artigo prevê a possibilidade de aplicação da Lei de Tortura a crimes cometidos
fora do território nacional, caso a vítima seja brasileira ou o sujeito ativo esteja em local sob
jurisdição brasileira. Trata-se da regra excepcional da extraterritorialidade.
Importante notar que, o art. 2º não estabeleceu condições para a aplicação da Lei de
Tortura fora do país, (como prevê o art. 7º, II do CP). Sendo assim, estamos falando de uma
extraterritorialidade incondicionada!
Lembre-se de que a competência para julgar o crime de tortura cometido contra pessoa
brasileira fora do território nacional será da Justiça Estadual! Em outras palavras, o simples
fato de o crime de tortura ter sido praticado contra brasileiros, em território estrangeiro, não
leva, em regra, à competência da Justiça Federal, já que esta situação, por si só, não se en-
quadra em nenhuma das hipóteses de competência previstas nos incisos IV, V e V-A do art.
109 da CF/1988.
Neste caso, será aplicado o art. 88 do CPP, o qual prescreve: “No processo por crimes pra-
ticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver
por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo
da Capital da República.”

12. Art. 3º: Entrada em Vigor da Lei n. 9.455/1997


O art. 3º da Lei n. 9.455/1997 nos informa que “Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação”. Deste modo, a Lei de tortura passou a ser aplicada no ordenamento jurídico bra-
sileiro desde 07 de abril de 1997.

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13. Art. 4º: Revogação do art. 233 do ECA


Como já vimos, antes mesmo da entrada em vigor da Lei n. 9.455/1997, o art. 233 do ECA
já criminalizava a tortura quando perpetrada contra criança ou adolescente. Assim, de acordo
com este artigo, incorreria em crime aquele que cometesse o ato de “Submeter criança ou
adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura”.
A grande crítica a esta previsão se refere à ausência de uma conceituação que delimitasse
a conduta criminosa. Outra questão apontada pela crítica diz respeito à delimitação de seus
sujeitos passivos, já que, pela norma, não haveria aplicação da pena caso a vítima da tortura
fosse uma pessoa adulta.
Por ter um âmbito de delimitação mais preciso e completo, o art. 4º da Lei n. 9.455/1997
revogou o art. 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

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RESUMO
Chegamos ao fim de nossa aula sobre a Lei n. 9.455/1997. Mas antes que possamos nos
despedir, vamos revisar os pontos estudados!

TORTURA-PROVA (OU TORTURA CONFISSÃO, TORTURA PROBATÓRIA, TORTURA PER-


SECUTÓRIA): constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
ou de terceira pessoa (art. 1º, I “a”);
TORTURA-CRIME: constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, cau-
sando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou omissão de natureza criminosa
(art. 1º, I, “b”);
TORTURA-DISCRIMINAÇÃO (OU TORTURA PRECONCEITO): constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão
de discriminação racial ou religiosa (art. 1º, I, “c”) – Não é aplicável à outras hipóteses de
discriminação, como gênero, classe, orientação sexual, idade etc.
TORTURA-CASTIGO: submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com empre-
go de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de apli-
car castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (art. 1º, II). – Trata-se de crime próprio.
TORTURA PELA TORTURA: Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujei-
ta a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal (art. 1º, § 1º).
TORTURA OMISSIVA ou IMPRÓPRIA: Aquele que se omite em face dessas condutas,
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro
anos (art. 1º, § 2º). – Pena de detenção, de 01 (um) a 4 (quatro) anos (art. 1º, § 2º).
QUALIFICADORAS: Será Tortura Qualificada se, do crime:
a) Resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (art. 129, §§ 1º e 2º do CP) – a
pena é de reclusão de quatro a dez anos;
b) Resulta morte – a reclusão é de oito a dezesseis anos.

MAJORANTES OU CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (DE UM SEXTO A UM TERÇO):


a) se o crime é cometido por agente público;
b) se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
c) se o crime é cometido mediante sequestro.

EFEITOS AUTOMÁTICOS DA CONDENAÇAO: Perda do cargo, função ou emprego público e


a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. A perda será automática
e não necessita haver fundamentação específica na sentença.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

TORTURA É CRIME INAFIANÇÁVEL E INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU ANISTIA (Art. 1º, §


6º) – É permitida a concessão de liberdade provisória sem o pagamento de fiança.
REGIME DE PENA: Inicialmente fechado, salvo a hipótese da “Tortura-Omissão”, previsto
art. 1º § 2º (STF declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade desta obrigatoriedade,
também prevista no art. 2º da Lei de Crimes Hediondos, entendendo-a como violação ao prin-
cípio da individualização da pena).
EXTRATERITORIALIDADE INCONDICIONADA: O disposto nesta Lei aplica-se ainda quan-
do o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encon-
trando-se o agente em local sob jurisdição brasileira (art. 2º).

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS
TORTURA-CASTIGO. Art. 1º, II, DA Lei n. 9.455/1997. CRIME PRÓPRIO. AGENTE QUE
OSTENTE POSIÇÃO DE GARANTE. NECESSIDADE. Somente pode ser agente ativo do
crime de tortura-castigo (art. 1º, II, da Lei n. 9.455/1997) aquele que detiver outra pessoa
sob sua guarda, poder ou autoridade (crime próprio). A controvérsia está circunscrita
ao âmbito de abrangência da expressão guarda, poder ou autoridade, prevista na figura
típica do art. 1º, II, da Lei n. 9.455/1997 (tortura-castigo). De início, cumpre esclarecer
que o conceito de tortura, tomado a partir dos instrumentos de direito internacional,
tem um viés estatal, implicando que o crime só poderia ser praticado por agente estatal
(funcionário público) ou por um particular no exercício de função pública, consubstan-
ciando, assim, crime próprio. A despeito disso, o legislador pátrio, ao tratar do tema na
Lei n. 9.455/1997, foi além da concepção estabelecida nos instrumentos internacionais,
na medida em que, ao menos no art. 1º, I, ampliou o conceito de tortura para além da
violência perpetrada por servidor público ou por particular que lhe faça as vezes, dando
ao tipo o tratamento de crime comum. A adoção de uma concepção mais ampla do
tipo supracitado, tal como estabelecida na Lei n. 9.455/1997, encontra guarida na Con-
venção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degra-
dantes, que ao tratar do conceito de tortura estabeleceu –, em seu art. 1º, II –, que: o
presente artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer instrumento inter-
nacional ou legislação nacional que contenha ou possa conter dispositivos de alcance
mais amplo. Ressalta-se, porém, que a possibilidade de tipificar a conduta na forma
do art. 1º, II, da referida lei (tortura-castigo), ao contrário da tortura elencada no inciso
I, não pode ser perpetrada por qualquer pessoa, pois a circunstância de que a violên-
cia ocorra contra vítima submetida à guarda, poder ou autoridade, afasta a hipótese de
crime comum, firmando a conclusão de que o crime é próprio. Nítido, pois, que, no refe-
rido preceito, há um vínculo preexistente, de natureza pública, entre o agente ativo e o
agente passivo do crime. Logo, o delito até pode ser perpetrado por um particular, mas
ele deve ocupar posição de garante (obrigação de cuidado, proteção ou vigilância), seja
em virtude da lei ou de outra relação jurídica. STJ – REsp 1.738.264-DF, Rel. Min. Sebas-
tião Reis Júnior, por maioria, 6ª T., j. 23/08/2018. (Info 633)
NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA PENAL QUE DETERMINE A PERDA
DO CARGO PÚBLICO. A determinação da perda de cargo público fundada na aplicação
de pena privativa de liberdade superior a 4 anos (art. 92, I, b, do CP) pressupõe funda-
mentação concreta que justifique o cabimento da medida. De fato, para que seja decla-
rada a perda do cargo público, na hipótese descrita no art. 92, I, b, do CP, são necessários
dois requisitos:
a) que o quantum da sanção penal privativa de liberdade seja superior a 4 anos; e

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

b) que a decisão proferida apresente-se de forma motivada, com a explicitação das


razões que ensejaram o cabimento da medida.
A motivação dos atos jurisdicionais, conforme imposição do art. 93, IX, da CF (“Todos
os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade…”), funciona como garantia da atuação imparcial e
secundum legis (sentido lato) do órgão julgador. Ademais, a motivação dos atos judiciais
serve de controle social sobre os atos judiciais e de controle pelas partes sobre a ativi-
dade intelectual do julgador, para que verifiquem se este, ao decidir, considerou todos os
argumentos e as provas produzidas pelas partes e se bem aplicou o direito ao caso con-
creto. Por fim, registre-se que o tratamento jurídico-penal será diverso quando se tratar
de crimes previstos no art. 1º da Lei n. 9.455/1997 (Lei de Tortura). Isso porque, conforme
dispõe o § 5º do art. 1º deste diploma legal, a perda do cargo, função ou emprego público
é efeito automático da condenação, sendo dispensável fundamentação concreta. STJ,
REsp 1.044.866-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. 2/10/2014. 6ª T. (Info 549)
CRIME. TORTURA. PERDA. CARGO. O paciente, na condição de policial militar, teria sido
omisso ao não impedir que os outros milicianos praticassem, nas dependências do
batalhão policial, tortura contra duas pessoas, sendo que uma delas veio a falecer em
razões das agressões sofridas. Foi condenado como incurso nas penas do art. 1º, § 2º,
da Lei n. 9.455/1997. Sustenta a defesa que o paciente não teve conhecimento do fato
delituoso, não estando sequer presente quando das agressões, ficando clara a equiva-
lência ou paridade entre a situação dos acusados absolvidos e a dele. Mas o Min. Og
Fernandes, Relator, entende que a pretensão não merece guarida uma vez que a imputa-
ção recaída sobre o paciente – de ter-se omitido em face do cometimento de prática de
tortura – encontra amparo no decidido pelas instâncias ordinárias, que se lastreiam no
conjunto probatório. Também porque, na condição de policial militar, o paciente tinha o
dever legal de evitar a prática de crime ocorrido nas dependências do estabelecimento
em que trabalhava. Há de se acrescer ainda o relato das testemunhas, segundo as quais
os pedidos de socorro eram ouvidos de suas casas. Assim, fica afastada a alegação de
que, por estar junto ao portão de entrada do prédio, não haveria meios de ter ciência das
violências perpetradas. Finalmente, o pedido demanda revolvimento do conjunto fático
probatório, providência incompatível com a via eleita. Quanto à pretensão de afastar as
penas acessórias da perda do cargo e impedimento de exercer outra função pública pelo
período de dois anos, destacou o Min. Relator que a jurisprudência consolidada neste
Superior Tribunal é que, nos crimes de tortura, a perda do cargo é efeito automático e
obrigatório da condenação. Assim, não haveria sequer a necessidade de fundamentar
a medida. Dessa forma, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, denegou a
ordem, vencidos os Ministros Celso Limongi e Nilson Naves, que a concediam. STJ, HC
47.846-MG, Rel. Min. Og Fernandes, j. 11/12/2009. 6ª T. (Info 419)

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

Súmula Vinculante n. 26, STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de


pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucio-
nalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o
condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA NO CRIME DE TORTURA. Não é obrigatório
que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no regime prisional
fechado. Dispõe o art. 1º, § 7º, da Lei n. 9.455/1997 – lei que define os crimes de tortura
e dá outras providências – que “O condenado por crime previsto nesta lei, salvo a hipó-
tese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Entretanto, cumpre
ressaltar que o Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.2013), afastou a
obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por crimes hediondos e
equiparados, devendo-se observar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de
pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP. Assim, por ser equiparado a crime
hediondo, nos termos do art. 2º, caput e § 1º, da Lei n. 8.072/1990, é evidente que essa
interpretação também deve ser aplicada ao crime de tortura, sendo o caso de se des-
considerar a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei n. 9.455/1997, que possui a mesma
disposição da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar essa
posição, não se está a violar a Súmula Vinculante n. 10, do STF, que assim dispõe: Viola
a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal
que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. De fato, o entendimento
adotado vai ao encontro daquele proferido pelo Plenário do STF, tornando-se desneces-
sário submeter tal questão ao Órgão Especial desta Corte, nos termos do art. 481, pará-
grafo único, do CPC: Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário,
ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronuncia-
mento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Portanto,
seguindo a orientação adotada pela Suprema Corte, deve-se utilizar, para a fixação do
regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP
e as Súmulas 440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósito, os mencionados ver-
betes sumulares: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de
regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base
apenas na gravidade abstrata do delito, (Súmula n. 440 do STJ) e a imposição do regime
de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea,
(Súmula n. 719 do STF). STJ, HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 13/5/2014. 5ª T.
(Info 540)

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MAPAS MENTAIS

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/CBM-BA/2019) A tortura é proibida pela Constituição de 1988, sendo essa proibi-
ção, inclusive, um direito fundamental. Sua prática é considerada como crime, sendo discipli-
nada pela Lei n. 9.455/1977. Sobre os crimes de tortura, assinale a alternativa incorreta.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa
b) Aquele que se omite em face da prática do crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-
-las ou apurá-las, também pratica crime
c) O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça e anistia
d) Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo
e) A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada

002. (IBFC/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA/2013) Com relação às disposições da Lei n.


9.455/1997 (Lei de Tortura), assinale a alternativa CORRETA:
a) O crime de tortura é afiançável, porém, é insuscetível de graça e anistia.
b) O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime semiaberto.
c) A Lei de Tortura é aplicada, mesmo que o crime não tenha sido cometido no território na-
cional, se a vítima for brasileira.
d) A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
de deficiência ou maior de 60 (sessenta) anos, apenas.
e) O crime de tortura não pode ser praticado por conduta omissiva.

003. (IBFC/SEAP-MG/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) No que diz respeito ao crime de tortura,


assinale a alternativa correta.
a) o crime de tortura é afiançável
b) o crime de tortura é suscetível de anistia
c) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e a interdição para seu exercício pelo
triplo do prazo da pena aplicada
d) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de grave ame-
aça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal
e) o crime de tortura é suscetível de graça

004. (IBFC/SEAP-MG/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) Assinale a alternativa correta. No cri-


me de tortura, a pena aumenta de um sexto até um terço se o crime é cometido:

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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a) contra pessoa maior de 50 (cinquenta) anos


b) mediante rapto
c) por agente público
d) mediante extorsão
e) mediante violência ou grave ameaça

005. (IBFC/EMBASA/ENGENHEIRO/2017) Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões


expressas da Lei Federal n. 9.455, de 07 de abril de 1997 que define os crimes de tortura e dá
outras providências.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida
legal, incorre em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
por agente público
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos

006. (IBFC/EMBASA/ASSISTENTE DE SANEAMENTO/2015) Assinale a alternativa correta


considerando as disposições da lei federal n. 9.455, de 07/04/1997, que define os crimes de
tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, constranger alguém
com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para
provocar ação ou omissão de natureza criminosa.
b) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, submeter pessoa pre-
sa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
c) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a oito anos, submeter alguém,
sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
d) O crime de tortura é afiançável por decisão da autoridade policial.

007. (IBFC/SEDS-MG/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO/2014) Indique a alternati-


va CORRETA, de acordo com a Lei Federal n. 9.455/1997, que define os crimes de tortura:

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

a) A pena prevista para o crime de tortura é aumentada de um sexto até um terço se houver
resultado morte
b) Aplica-se a lei dos crimes de tortura mesmo que o delito tenha sido praticado fora do Brasil,
desde que a vítima seja brasileira.
c) Se da conduta resulta lesão de natureza grave, a pena será de reclusão, de dois a oito anos;
se resulta em lesão de natureza gravíssima, a pena será de reclusão de quatro a dez anos.
d) O crime de tortura é imprescritível, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

008. (IBFC/SEDS-MG/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO/2014) De acordo com a


Lei Federal n. 9.455/1997, NÃO será considerada causa de aumento da pena para o crime de
tortura, se o delito for cometido:
a) Contra pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, impondo-lhe sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
b) Por agente público.
c) Contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos de idade.
d) Mediante sequestro.

009. (CESPE/PC-PB/DELEGADO/2022) Assinale a opção correta em relação às disposições


estabelecidas na Lei n. 9.455/1997.
a) A configuração do crime de tortura exige a prática de violência.
b) Para a caracterização do delito de tortura, é necessário que a conduta criminosa se destine
a atingir um fim específico, como a obtenção de informação, declaração ou confissão sobre
determinado fato.
c) O agente que se omite em face das condutas previstas nessa lei quando tinha o dever de
apurá-las incorre nas mesmas penas previstas para os crimes nela descritos.
d) A perda do cargo público não é efeito automático da sentença que condena o servidor pú-
blico pela prática do crime de tortura.
e) Não se exige que o sujeito ativo da tortura seja agente público para a caracterização dessa
infração penal.

010. (VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO/2015) O crime de tortura (Lei n. 9.455/1997) tem pena


aumentada de um sexto até um terço se for praticado
a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas
c) por motivos políticos.
d) contra mulher
e) por agente público.

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011. (VUNESP/PC-CE/INSPETOR/2015) Sobre a Lei n o 9.455/1997, que dispõe sobre a TOR-


TURA, é correto afirmar que
a) os casos de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa e para provocar ação ou omissão de natureza criminosa, o crime somente
se consuma quando o agente obtém o resultado almejado.
b) o crime de tortura é próprio, uma vez que só pode ser cometido por policiais civis ou
militares.
c) privar de alimentos pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade é uma das formas de tor-
tura previstas na lei, na modalidade “tortura-castigo”
d) se o agente tortura a vítima para com ele praticar um roubo, responderá por crime único,
qual seja, o crime de roubo, por este ter penas maiores.
e) quando o sujeito ativo do crime de tortura for agente público, as penas são aumentadas de
um sexto a um terço

012. (CESPE/CEBRASPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2015) Com base na Lei


Antitortura e na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária,
colocou em perigo a saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina,
com a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura.

013. (CESPE/CEBRASPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) Da sentença pe-


nal se extraem diversas consequências jurídicas e, quando for condenatória, emergem-se
os efeitos penais e extrapenais. Acerca dos efeitos da condenação penal, assinale a op-
ção correta.
ASSERTIVA: A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo público e a inter-
dição temporária para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, desde que fun-
damentada na sentença condenatória, não sendo efeito automático da condenação.

014. (IBADE/AGENTE PENITENCIÁRIO/2017) Sobre o crime de tortura, leia as afirmativas.


I – Configura crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental.
II – Configura crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
III – Incorre na mesma pena do crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
IV – Aquele que se omite em face de uma conduta que configura tortura, quando tinha o dever
de evitá-la ou apurá-la, incorre na pena do crime de tortura.
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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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Está correto apenas o que se afirma em:


a) II e III.
b) III e IV.
c) I e II.
d) lI e IV.
e) I e III

015. (IBADE/PC-AC/AGENTE/2017) Consoante a Lei de Tortura (Lei n. 9.455/1997), assinale


a alternativa correta.
a) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território na-
cional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 70 (setenta) anos, aumenta-se a pena um sexto até a metade.
c) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de graça ou anistia.
d) A condenação pela prática do crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou em-
prego público e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura, via de regra, iniciará o cumprimento da
pena em regime semiaberto.

016. (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO/2017/ADAPTADA) Consoante a Lei de Tortura (Lei n.


9.455/1997), assinale a alternativa correta.
ASSERTIVA: A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em ter-
ritório nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.

017. (NUCEPE/PC-PI/DELEGADO/2018) Após a Segunda Guerra Mundial, adotada e proclama-


da a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos inerentes à pessoa humana pas-
sam a ser protegidos mundialmente. No Brasil, os atos de tortura e as tentativas de praticar atos
dessa natureza são coibidos. Marque abaixo a alternativa CORRETA quanto ao crime de tortura.
a) O crime de tortura é inafiançável, embora suscetível de graça ou anistia.
b) Se o crime de tortura é cometido contra maior de 60 (sessenta) anos aumenta-se a pena
em de 1/3 (um terço) até à metade.
c) Se o crime de tortura é cometido por agente público, a pena é aumentada de 1/3 (um terço)
até à metade.
d) Não se constitui crime de tortura o constrangimento de alguém com o emprego de violência
ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico, em razão de discriminação racial ou religiosa.
e) Constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave ame-
aça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o objetivo de obter alguma informação,
declaração ou confissão.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

018. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Na hipótese de um servidor público ser con-


denado pelo crime de tortura qualificada pelo resultado morte a uma pena de doze anos de
reclusão, referida condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício por
a) cinco anos
b) dez anos
c) doze anos
d) vinte e quatro anos
e) trinta e seis anos

019. (CESPE/CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2018) Em cada item que se segue, é


apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com relação a
crime de tortura, crime hediondo, crime previdenciário e crime contra o idoso.
Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve per-
seguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas condu-
ziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e amea-
çaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura.
Nessa situação, os cinco guardas municipais responderão pelo crime de tortura, incorrendo
todos nas mesmas penas.

020. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO CRIMINAL/2018) A respeito dos Crimes de Tortura,


regulados pela Lei n. 9.455/1997, assinale a alternativa correta.
a) A pena prevista para o crime de tortura consistente em submeter alguém, sob sua guarda,
poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico
ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, é de re-
clusão de dois a cinco anos.
b) A pena prevista para aquele que se omite em face de condutas que caracterizam crimes de
tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, é de um a três anos.
c) O agente público que pratica uma das condutas que caracterizam crimes de tortura terá a
pena aumentada em dois terços.
d) O agente público condenado por crime de tortura perderá o cargo, função ou emprego pú-
blico e sofrerá interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
e) O crime de tortura é insuscetível de fiança ou graça, mas é suscetível de anistia.

021. (FEPESE/SJC-SC/AGENTE PENITENCIÁRIO/2019) Analise as afirmativas abaixo com


fundamento na Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1977, que define os crimes de tortura e dá outras
providências.
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido
mediante sequestro.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
3. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou gra-
víssima, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

022. (IADES/SEAP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL/2019) A respeito da Lei n.


9.455/1997 (Lei da Tortura), assinale a alternativa correta.
a) A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico
ou mental, englobando, inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime
de tortura.
b) A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e
o passivo.
c) A diferenciação entre a tortura e os maus-tratos é o elemento subjetivo. No crime de maus-
-tratos, não há o animus corrigendi, disciplinandi, já no crime de tortura, o agente tem esse âni-
mo, além de agir com ódio, com vontade de ver um sofrimento desnecessário, com sadismo.
d) O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é apenas a integridade cor-
poral e a saúde física.
e) O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das modalida-
des do crime de tortura previstas no art. 1º da Lei n. 9.455/1997

023. (IBGP/PREFEITURA DE JACUTINGA – MG/GUARDA MUNICIPAL/2019) De acordo com


a Lei n. 9.455, de 07 de abril de 1977, que define os crimes de tortura, assinale a alternati-
va CORRETA:
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa.
b) A condenação não acarretará a perda do cargo, função ou emprego público, podendo o
condenado exercer suas funções normalmente.
c) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial, religiosa, ou
qualquer outro sofrimento que a vítima julgue ser vexatório.
d) O guarda municipal, quando extremamente necessário poderá submeter alguém, sob sua
guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimen-
to físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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024. (FGV/PC-RN/DELEGADO/2021) A Lei n. 9.455/1997 tipifica o crime de tortura e aponta


as suas diversas espécies. Sobre o delito em questão, analise as afirmativas a seguir.
I – admite tentativa;
II – é suscetível de graça ou anistia, mas permite o indulto;
III – pode ser praticado por conduta comissiva ou omissiva.
Está correto somente o que se afirma em:
a) I;
b) III;
c) I e II;
d) I e III;
e) II e III

025. (INSTITUTO AOCP/PC-PA/INVESTIGADOR/2019) Assinale a alternativa correta conso-


ante a Lei de Tortura (Lei n. 9.455/1997).
a) O crime de tortura é imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.
b) Aquele que se omite diante de condutas tipificadas como tortura, quando tinha o dever de
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de dois a quatro anos.
c) Se do crime de tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de
reclusão de quatro a doze anos.
d) Se o crime de tortura é cometido mediante sequestro, aumenta-se a pena de um sexto até
dois terços.
e) A condenação acarretará a perda do cargo, da função ou do emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada

026. (CESPE/CEBRASPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Com base


na legislação especial, julgue o próximo item.
O crime de tortura é inafiançável, devendo o condenado por esse crime iniciar o cumprimento
da pena em regime fechado.

027. (FCC/SJDHDS/AGENTE PENITENCIÁRIO/2010) NÃO constitui causa de aumento da pena


prevista para o crime de tortura ser este cometido
a) contra portador de deficiência e adolescente.
b) contra criança, gestante e maior de sessenta anos.
c) mediante sequestro.
d) por agente público.
e) contra pessoa sob custódia do Estado.

028. (UPENET/AERES-PE/AGENTE PENITENCIÁRIO/2010) Julgue as seguintes proposições.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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I – Segundo entendimento predominante do STF, não se admite progressão de regime prisio-


nal em crime de tortura.
II – Como efeito automático, a condenação por crime de tortura implica perda do cargo públi-
co e na interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
III – A tortura é crime próprio, apenas podendo ser praticada por agentes públicos.
IV – O início do cumprimento da pena por crime previsto na Lei n. 9.455/1997 se dá sempre
no regime fechado.
Está(ão) CORRETA(S)
a) I.
b) II.
c) I e III.
d) II e IV.
e) I, II, III e IV.

029. (ACAFE/PC-SC/AGENTE DE POLÍCIA/2010) De acordo com a Lei que define os crimes de


tortura, analise as afirmações a seguir.
l O crime de tortura é inafiançável, mas suscetível de graça ou anistia.
ll O disposto nesta lei aplica-se apenas quando de crime cometido em território nacional.
lll Quanto aos crimes de tortura aumenta-se a pena se o crime é cometido contra adolescente
ou mediante sequestro.
lV A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
V – Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal.
Todas as afirmações corretas estão em:
a) I – II – III
b) II – III – IV
c) III – IV
d) III – IV – V

030. (CESPE/CEBRASPE/PC-ES/ESCRIVÃO/2011) Com relação à legislação especial, julgue o


item que se segue.
No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resul-
tante de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte
do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta
descrita no tipo objetivo.

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031. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE/2012) A respeito das leis especiais, julgue os


itens a seguir.
O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do distrito
policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá automati-
camente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante motive a
perda do cargo.

032. (NUCEP/PC-PI/AGENTE/2012) Acerca do crime de tortura, é correto afirmar que:


a) a prática do crime de tortura não acarretará a perda do cargo público, mas tão somente a
suspensão de seu exercício, pelo período equivalente ao dobro da pena privativa de liberda-
de aplicada.
b) o condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade em
regime semiaberto.
c) não constitui crime de tortura o emprego de violência, ainda que com intenso sofrimento fí-
sico, como medida de caráter preventivo, por parte de quem detenha a guarda legal de alguém.
d) a condenação por crime de tortura acarreta a perda do emprego público.
e) a condenação por crime de tortura acarreta a suspensão do exercício do emprego público

033. (MS CONCURSOS/PC-PA/ESCRIVÃO/2014) Segundo a Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997,


constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou con-
fissão da vítima ou de terceira pessoa, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa,
em razão de discriminação racial ou religiosa; ou submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou men-
tal, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. A pena prevista é
reclusão, de dois a oito anos. Com base nessas informações, assinale a alternativa incorreta:
Aquele que se omite em face do crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
a) Se o crime de tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de
reclusão de quatro a dez anos. Se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
b) A condenação no crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
c) O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça ou anistia.
d) O disposto na Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997 aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
em local sob jurisdição brasileira.

034. (CESPE/CEBRASPE/PC-BA/DELEGADO/2013) Determinado policial militar efetuou a pri-


são em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com o objetivo de fazer

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Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão, o policial responsável por
seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu pescoço,
asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de interro-
gatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no escuro, período em que lhe
dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, ciente do que ocorria
na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que a
conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental.
Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n. 9.455/1997, julgue o
item subsequente.
O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime
de tortura somente pode ser praticado de forma comissiva.

035. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO DE POLÍCIA/2014/ADAPTADA) De acordo com a legislação


em vigor, assinale a alternativa correta.
ASSERTIVA: Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou gra-
ve ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, decla-
ração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa.

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GABARITO
1. c
2. c
3. d
4. c
5. b
6. c
7. b
8. a
9. e
10. e
11. e
12. E
13. E
14. a
15. a
16. C
17. e
18. d
19. C
20. d
21. c
22. b
23. a
24. d
25. e
26. C
27. e
28. b
29. d
30. C
31. C
32. d
33. d
34. E
35. C

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GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/CBM-BA/2019) A tortura é proibida pela Constituição de 1988, sendo essa proibi-
ção, inclusive, um direito fundamental. Sua prática é considerada como crime, sendo discipli-
nada pela Lei n. 9.455/1977. Sobre os crimes de tortura, assinale a alternativa incorreta.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa
b) Aquele que se omite em face da prática do crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-
-las ou apurá-las, também pratica crime
c) O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça e anistia
d) Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo
e) A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada

a) Certa. Trata-se da tortura discriminação, prevista no art. 1º, I, “c” da Lei n. 9.455/1997.
b) Certa. Aquele que se omite em face da prática do crime de tortura, quando tinha o dever de
evitá-las ou apurá-las, incorrerá no crime de “tortura-omissão”, previsto no art. 1º, § 2º da Lei
n. 9.455/1997.
c) Errada. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça e anistia (art. 1º, § 6º da
Lei n. 9.455/1997).
d) Certa. Trata-se da hipótese da “tortura-castigo”, prevista no art. 1º, II da Lei de 9.455/1997.
e) Certa. Trata-se da previsão contida no art. 1º, § 5º da Lei n. 9.455/1997, o qual estabelece
que “A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.”
Letra c.

002. (IBFC/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA/2013) Com relação às disposições da Lei n.


9.455/1997 (Lei de Tortura), assinale a alternativa CORRETA:
a) O crime de tortura é afiançável, porém, é insuscetível de graça e anistia.
b) O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime semiaberto.
c) A Lei de Tortura é aplicada, mesmo que o crime não tenha sido cometido no território na-
cional, se a vítima for brasileira.
d) A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
de deficiência ou maior de 60 (sessenta) anos, apenas.
e) O crime de tortura não pode ser praticado por conduta omissiva.

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a) Errada. “O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia”. (art. 1º, § 6º).
b) Errada. “O condenado por crime previsto nesta lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cum-
primento da pena em regime fechado”. (art. 1º, § 7º).
c) Certa. “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdi-
ção brasileira”. (art. 2º).
d) Errada. A pena é aumentada de um sexto até um terço nas hipóteses trazidas pelo art. 1º, § 4º:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
III – se o crime é cometido mediante sequestro.
e) Errada. O crime de tortura pode ser praticado na forma omissiva na hipótese descrita no art.
1º, § 2º: “Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos”.
Letra c.

003. (IBFC/SEAP-MG/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) No que diz respeito ao crime de tortura,


assinale a alternativa correta.
a) o crime de tortura é afiançável
b) o crime de tortura é suscetível de anistia
c) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e a interdição para seu exercício pelo
triplo do prazo da pena aplicada
d) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de grave ame-
aça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal
e) o crime de tortura é suscetível de graça

a) Errada. O crime de tortura é inafiançável, como prevê o art. 5º, XLIII da CF.
b) Errada. O crime de tortura é insuscetíveis de graça ou anistia, como prevê o art. 5º, XLIII da CF.
c) Errada. O art. 1º, § 5º da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “A condenação acarretará a per-
da do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.” (grifamos).
d) Certa. A alternativa se refere ao art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997.
e) Errada. O crime de tortura é insuscetíveis de graça ou anistia, como prevê o art. 5º, XLIII da CF.
Letra d.

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004. (IBFC/SEAP-MG/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) Assinale a alternativa correta. No cri-


me de tortura, a pena aumenta de um sexto até um terço se o crime é cometido:
a) contra pessoa maior de 50 (cinquenta) anos
b) mediante rapto
c) por agente público
d) mediante extorsão
e) mediante violência ou grave ameaça

a) Errada. O art. 1º, § 4º, II da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Aumenta-se a pena de um
sexto até um terço: se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos”. (grifamos).
b) Errada. O art. 1º, § 4º, I da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Aumenta-se a pena de um
sexto até um terço: III – se o crime é cometido mediante sequestro.” (grifamos)
c) Certa. O art. 1º, § 4º, I da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Aumenta-se a pena de um sexto
até um terço: se o crime é cometido por agente público”.
d) Errada. O art. 1º, § 4º, I da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Aumenta-se a pena de um
sexto até um terço: III – se o crime é cometido mediante sequestro.” (grifamos)
e) Errada. O art. 1º, § 4º não prevê a violência ou grave ameaça como hipótese de aumento de
pena dos crimes de tortura.
Letra c.

005. (IBFC/EMBASA/ENGENHEIRO/2017) Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões


expressas da Lei Federal n. 9.455, de 07 de abril de 1997 que define os crimes de tortura e dá
outras providências.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida
legal, incorre em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
por agente público
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos

a) Certa. Trata-se do crime previsto na Lei n. 1º, I, “a” da Lei n. 9.455/1997.

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b) Errada. O art. 1º, § 1º da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Na mesma pena incorre quem
submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por in-
termédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.” (grifamos).
c) Errada. Trata-se da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, I.
d) Errada. Trata-se da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, II.
Letra b.

006. (IBFC/EMBASA/ASSISTENTE DE SANEAMENTO/2015) Assinale a alternativa correta


considerando as disposições da lei federal n. 9.455, de 07/04/1997, que define os crimes de
tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, constranger alguém
com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para
provocar ação ou omissão de natureza criminosa.
b) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, submeter pessoa pre-
sa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
c) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a oito anos, submeter alguém,
sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
d) O crime de tortura é afiançável por decisão da autoridade policial.

a) Errada. O art. 1º, I, “a” da Lei n. 9.455/1997 estabelece que constitui crime de tortura, puní-
vel com reclusão de dois a oito anos, constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou omissão de natu-
reza criminosa. (grifamos).
b) Errada. Responde por crime de tortura, punível com reclusão de dois a oito anos, “quem
submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal”, conforme
estabelece o art. 1º, § 1º da Lei n. 9.455/1997.
c) Certa. A alternativa trata do crime de tortura previsto no art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997.
d) Errada. O crime de tortura é inafiançável, comoestabelece o art. 5º, XLIII da CF.
Letra c.

007. (IBFC/SEDS-MG/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO/2014) Indique a alternati-


va CORRETA, de acordo com a Lei Federal n. 9.455/1997, que define os crimes de tortura:

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

a) A pena prevista para o crime de tortura é aumentada de um sexto até um terço se houver
resultado morte
b) Aplica-se a lei dos crimes de tortura mesmo que o delito tenha sido praticado fora do Brasil,
desde que a vítima seja brasileira.
c) Se da conduta resulta lesão de natureza grave, a pena será de reclusão, de dois a oito anos;
se resulta em lesão de natureza gravíssima, a pena será de reclusão de quatro a dez anos.
d) O crime de tortura é imprescritível, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

a) Errada. O art. 1º, § 3º da Lei n. 9.455/1997, ao prevê o crime de tortura, estabelece que “Se
resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos”.
b) Certa. O art. 2º da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “O disposto nesta Lei aplica-se ainda
quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou
encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.”
c) Errada. O art. 1º, § 3º da Lei n. 9.455/1997, ao prevê o crime de tortura, estabelece que “Se
resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos”. (grifamos).
d) Errada. O crime de tortura não é imprescritível. A CF estabelece, como imprescritíveis, o ra-
cimo e a ação de grupos armados civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático (art. 5º, incisos XLII e XLIV);
Letra b.

008. (IBFC/SEDS-MG/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO/2014) De acordo com a


Lei Federal n. 9.455/1997, NÃO será considerada causa de aumento da pena para o crime de
tortura, se o delito for cometido:
a) Contra pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, impondo-lhe sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
b) Por agente público.
c) Contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos de idade.
d) Mediante sequestro.

a) Certa. A alternativa não constitui causa de aumento de pena do crime de tortura, e sim cri-
me equiparado previsto no art. 1º, § 1º da Lei n. 9.455/1997.
b) Errada. O fato de o crime de tortura ser cometido por agente público constitui causa de
aumento de pena previsto no art. 1º, § 4º da Lei n. 9.455/1997.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

c) Errada. O art. 1º, § 4º, II da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Aumenta-se a pena de um
sexto até um terço: se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos”. (grifamos).
d) Errada. O art. 1º, § 4º, I da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Aumenta-se a pena de um
sexto até um terço: III – se o crime é cometido mediante sequestro.” (grifamos)
Letra a.

009. (CESPE/PC-PB/DELEGADO/2022) Assinale a opção correta em relação às disposições


estabelecidas na Lei n. 9.455/1997.
a) A configuração do crime de tortura exige a prática de violência.
b) Para a caracterização do delito de tortura, é necessário que a conduta criminosa se destine
a atingir um fim específico, como a obtenção de informação, declaração ou confissão sobre
determinado fato.
c) O agente que se omite em face das condutas previstas nessa lei quando tinha o dever de
apurá-las incorre nas mesmas penas previstas para os crimes nela descritos.
d) A perda do cargo público não é efeito automático da sentença que condena o servidor pú-
blico pela prática do crime de tortura.
e) Não se exige que o sujeito ativo da tortura seja agente público para a caracterização dessa
infração penal.

a) Errada. O art. 1º, I da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimen-
to físico ou mental.” (grifamos).
b) Errada. As condutas descritas no art. 1º, I e II exigem dolo específico (especial finalidade no
agir). Porém, esta exigência não se aplica a todas as espécies de tortura. O crime previsto no
art. 1º, § 1º, por exemplo, exige apenas o dolo genérico.
c) Errada. Trata-se da previsão do art. 1º, § 2º da Lei n. 9.455/1997.
d) Errada. Nos crimes de tortura a perda do cargo é efeito automático da sentença penal
condenatória.
e) Certa. O fato de o sujeito ativo ser agente público constitui causa de aumento de pena dos
crimes de tortura (art. 1º, § 4º, I da Lei n. 9.455/1997), e não exigência elementar para sua
configuração.
Letra e.

010. (VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO/2015) O crime de tortura (Lei n. 9.455/1997) tem pena au-


mentada de um sexto até um terço se for praticado
a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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c) por motivos políticos.


d) contra mulher
e) por agente público.

O art. 1º, § 4º da Lei n. 9.455/1997 estabelece as hipóteses de aumento de pena, de um sexto


a um terço, nos seguintes casos:

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior
de 60 (sessenta) anos;
III – se o crime é cometido mediante sequestro. (grifo nosso)
Letra e.

011. (VUNESP/PC-CE/INSPETOR/2015) Sobre a Lei n o 9.455/1997, que dispõe sobre a TOR-


TURA, é correto afirmar que
a) os casos de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa e para provocar ação ou omissão de natureza criminosa, o crime somente
se consuma quando o agente obtém o resultado almejado.
b) o crime de tortura é próprio, uma vez que só pode ser cometido por policiais civis ou
militares.
c) privar de alimentos pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade é uma das formas de tor-
tura previstas na lei, na modalidade “tortura-castigo”
d) se o agente tortura a vítima para com ele praticar um roubo, responderá por crime único,
qual seja, o crime de roubo, por este ter penas maiores.
e) quando o sujeito ativo do crime de tortura for agente público, as penas são aumentadas de
um sexto a um terço

a) Errada. Embora este a tortura exija, em regra, a presença do dolo específico, não se faz ne-
cessário que este dolo (finalidade) se concretiza para que haja a ocorrência do fato criminoso.
Logo, o crime de tortura é consumado com a prática do ato de “constranger alguém com em-
prego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental”.
b) Errada. Em regra, a tortura é um crime comum, em que não se exige uma qualidade especial
do agente (salvo nos casos da “tortura-castigo, prevista no art. 1º, II e da “tortura-omissão”,
previsto no art. 1º, § 2º).
c) Errada. O caso em tela narra a hipótese de crime de maus tratos, previsto no art. 136 do
CP com a seguinte redação: “Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a

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de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inade-


quado, quer abusando de meios de correção ou disciplina” (grifo nosso).
d) Errada. Nesta hipótese, o autor responderá, como sujeito imediato do crime de tortura (art.
1º, I, “b”) e sujeito mediato do crime de roubo.
e) Certa. Trata-se da redação do art. 1º, § 4º, I, que prevê as hipóteses de aumento de pena
aplicadas aos crimes de tortura.
Letra e.

012. (CESPE/CEBRASPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2015) Com base na Lei


Antitortura e na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária,
colocou em perigo a saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina,
com a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura.

O agente em questão responderá pelo crime de maus tratos, previsto no art. 136 do CP com a
seguinte redação: “Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimen-
tação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
quer abusando de meios de correção ou disciplina”. (grifo nosso)
Importante lembrar que o crime de tortura-castigo (art. 1º, II) exige que o sofrimento da víti-
ma seja intenso, e só poderá se consumar se houver dolo do sujeito ativo, não sendo possível
falar em crime de tortura em sua modalidade culposa.
Errado.

013. (CESPE/CEBRASPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) Da sentença


penal se extraem diversas consequências jurídicas e, quando for condenatória, emergem-
-se os efeitos penais e extrapenais. Acerca dos efeitos da condenação penal, assinale a
opção correta.
ASSERTIVA: A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo público e a inter-
dição temporária para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, desde que fun-
damentada na sentença condenatória, não sendo efeito automático da condenação.

O art. 1º, § 5º, seguindo a mesma trilha do art. 92, I, “a” do CP, prevê que a condenação pelo
crime de tortura “acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”. Esta perda será automática.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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Neste sentido, o STJ entende que esta perda, por ser efeito automático da condenação, não
exige fundamentação específica na decisão. (STJ – REsp 1762112/MT, Rel. Min. LAURITA
VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 17/9/2019).
Errado.

014. (IBADE/AGENTE PENITENCIÁRIO/2017) Sobre o crime de tortura, leia as afirmativas.


I – Configura crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental.
II – Configura crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
III – Incorre na mesma pena do crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
IV – Aquele que se omite em face de uma conduta que configura tortura, quando tinha o dever
de evitá-la ou apurá-la, incorre na pena do crime de tortura.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) II e III.
b) III e IV.
c) I e II.
d) lI e IV.
e) I e III

I – Errada. Embora o art. 1º, I da Lei n. 9.455 estabeleça, como crime de tortura, a conduta de
“constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental”, Lembre-se de que, para a ocorrência deste crime, faz-se necessária a pre-
sença de um dolo específico (finalidade), previsto nas alíneas do mesmo artigo. Logo, o ato
de causar sofrimento não gera a ocorrência do crime de tortura se não houver a presença da
finalidade pretendida pelo agente, ainda que tal finalidade não se concretize.
II – Certa. Trata-se da hipótese da tortura-castigo, prevista no art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997.
III – Certa. Trata-se da tortura perpetrada contra pessoas encarceradas ou sujeitas à medida
de segurança. Esta hipótese encontra-se prevista no art. 1º, § 1º da Lei n. 9.455/1997.
IV – Errada. Neste caso, aquele que tem o dever legal de evitar ou apurar o crime responderá
pela “tortura-omissão”, prevista no art. 1º, § 2º da Lei n. 9.455/1997.
As alternativas II e III são verdadeiras.
Letra a.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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015. (IBADE/PC-AC/AGENTE/2017) Consoante a Lei de Tortura (Lei n. 9.455/1997), assinale


a alternativa correta.
a) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território na-
cional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 70 (setenta) anos, aumenta-se a pena um sexto até a metade.
c) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de graça ou anistia.
d) A condenação pela prática do crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou em-
prego público e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura, via de regra, iniciará o cumprimento da
pena em regime semiaberto.

a) Certa. O art. 2º da Lei n. 9.455/1997 trouxe a hipótese de aplicação da extraterritorialidade


da lei brasileira, em caso de crimes de tortura ao dispor que: “O disposto nesta Lei aplica-se
ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasilei-
ra ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira”.
b) Errada. A alternativa possui dois erros. Primeiramente, haverá aumento de pena se a vítima
for maior de 60 anos (e não de 70, como diz a questão). Ademais, o art. 1º, § 4º estabelece
que, nos casos previstos em seus incisos, a pena será aumentada de um sexto a um terço.
c) Errada. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, conforme art.
1º, § 6º da Lei n. 9.455/1997.
d) Errada. O art. 1º, § 5º da Lei de Tortura estabelece que “A condenação acarretará a perda
do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
pena aplicada”. (grifo nosso).
e) Errada. O STF declarou (incidentalmente) ser inconstitucional a obrigatoriedade de a pena
(para crimes hediondos e equiparados) iniciar-se em regime fechado. Contudo, o art. 1º, § 7º
da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “O condenado por crime previsto nesta lei, salvo a hipó-
tese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Ainda que esta obrigato-
riedade seja inconstitucional, não é possível afirmar que, via de regra, o condenado iniciará a
pena em regime semiaberto.
Letra a.

016. (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO/2017/ADAPTADA) Consoante a Lei de Tortura (Lei n.


9.455/1997), assinale a alternativa correta.
ASSERTIVA: A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em ter-
ritório nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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O art. 2º da Lei n. 9.455/1997 trouxe a hipótese de aplicação da extraterritorialidade da lei bra-


sileira, aos casos de crimes de tortura, quando a vítima for brasileira ou o agente se encontrar
em local sob jurisdição brasileira: “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o
agente em local sob jurisdição brasileira”.
Certo.

017. (NUCEPE/PC-PI/DELEGADO/2018) Após a Segunda Guerra Mundial, adotada e procla-


mada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos inerentes à pessoa humana
passam a ser protegidos mundialmente. No Brasil, os atos de tortura e as tentativas de prati-
car atos dessa natureza são coibidos. Marque abaixo a alternativa CORRETA quanto ao crime
de tortura.
a) O crime de tortura é inafiançável, embora suscetível de graça ou anistia.
b) Se o crime de tortura é cometido contra maior de 60 (sessenta) anos aumenta-se a pena
em de 1/3 (um terço) até à metade.
c) Se o crime de tortura é cometido por agente público, a pena é aumentada de 1/3 (um terço)
até à metade.
d) Não se constitui crime de tortura o constrangimento de alguém com o emprego de violên-
cia ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico, em razão de discriminação racial ou
religiosa.
e) Constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave ame-
aça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o objetivo de obter alguma informação,
declaração ou confissão.

a) Errada. O art. 1º, § 6º estabelece que “O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de


graça ou anistia”.
b) Errada. Se o crime de tortura é cometido contra maior de 60 (sessenta) anos aumenta-se a
pena em um sexto até a metade, conforme dispõe o art. 1º, § 4º, II da Lei n. 9.455/1997.
c) Errada. Se o crime de tortura é cometido por agente público, a pena é aumentada de um
sexto até a metade, conforme dispõe o art. 1º, § 4º, I da Lei n. 9.455/1997.
d) Errada. Constitui crime de “tortura-discriminação”, previsto no art. 1º, I, “c”, o constrangi-
mento de alguém com o emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico, em razão de discriminação racial ou religiosa.
e) Certa. Constitui o crime de “tortura-confissão” tortura-confissão (também chamada de
tortura persecutória, tortura prova, tortura probatória, tortura institucional ou tortura inquisi-
torial) o ato de “constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-
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-lhe sofrimento físico ou mental: com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
vítima ou de terceira pessoa” (art. 1º, I, “a” da Lei n. 9.455/1997)
Letra e.

018. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Na hipótese de um servidor público ser con-


denado pelo crime de tortura qualificada pelo resultado morte a uma pena de doze anos de
reclusão, referida condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício por
a) cinco anos
b) dez anos
c) doze anos
d) vinte e quatro anos
e) trinta e seis anos

O art. 1º, § 5º da Lei de Tortura estabelece que “A condenação acarretará a perda do cargo,
função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada”. (grifo nosso).
Assim, se o agente foi condenado a 12 anos de reclusão sofrerá a perda automática do cargo
(sem necessidade de fundamentação em sentença) e a interdição para o exercício público
pelo prazo de 24 anos.
Letra d.

019. (CESPE/CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2018) Em cada item que se segue, é


apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com relação a
crime de tortura, crime hediondo, crime previdenciário e crime contra o idoso.
Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve per-
seguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas condu-
ziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e amea-
çaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura.
Nessa situação, os cinco guardas municipais responderão pelo crime de tortura, incorrendo
todos nas mesmas penas.

Esta questão exige um maior cuidado e atenção. Não podemos falar na aplicação do cri-
me de “totura-omissão” aos três policiais. Perceba que, nestes casos, estes agentes não se
omitiram, eles não faltaram com o dever de evitar o resultado, eles contribuíram para a sua
ocorrência a partir do momento em que deram cobertura para que os outros dois agentes
praticassem as condutas de imobilização, espancamento e ameaça da vítima.

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Deste modo, os cinco agentes serão punidos pelo crime de tortura nos termos do art. 1º, II da
Lei n. 9.455/1997, havendo hipótese de aumento de pena de um sexto a um terço, nos termos
do art. 1º, § 4º, I.
Certo.

020. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO CRIMINAL/2018) A respeito dos Crimes de Tortura,


regulados pela Lei n. 9.455/1997, assinale a alternativa correta.
a) A pena prevista para o crime de tortura consistente em submeter alguém, sob sua guarda,
poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico
ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, é de re-
clusão de dois a cinco anos.
b) A pena prevista para aquele que se omite em face de condutas que caracterizam crimes de
tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, é de um a três anos.
c) O agente público que pratica uma das condutas que caracterizam crimes de tortura terá a
pena aumentada em dois terços.
d) O agente público condenado por crime de tortura perderá o cargo, função ou emprego pú-
blico e sofrerá interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
e) O crime de tortura é insuscetível de fiança ou graça, mas é suscetível de anistia.

a) Errada. A afirmativa narra o crime de “tortura-castigo”, previsto no art. 1º, II da Lei n.


9.455/1997, cuja pena é de reclusão de 02 (dois) a 08 (oito) anos.
b) Errada. A afirmativa narra o crime de “tortura-omissão”, prevista no art. 1º, § 2º da Lei n.
9.455/1997, cuja pena é de detenção de 01 (um) a 04 (quatro) anos.
c) Errada. As causas de aumento de pena estão previstas no art. 1º, § 4 da Lei n. 9.455/1997.
Neste caso, o agente público que pratica uma das condutas que caracterizam crimes de tor-
tura terá a pena aumentada de um sexto até um terço.
d) Certa. A afirmativa traz a transcrição literal do art. Art. 1º, § 5º da Lei n. 9.455/1997: “A
condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”.
e) Errada. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, conforme esta-
belece o art. 1º, § 6º da Lei n. 9.455/1997.
Letra d.

021. (FEPESE/SJC-SC/AGENTE PENITENCIÁRIO/2019) Analise as afirmativas abaixo com


fundamento na Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1977, que define os crimes de tortura e dá outras
providências.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido


mediante sequestro.
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
3. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou gra-
víssima, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

1) Certa. O art. 1º, § 4º, III prevê, como hipótese de aumento de pena, o crime cometido me-
diante sequestro. Neste caso, esta pena poderá ser aumentada de um sexto até a metade.
2) Errada. O art. 1º, § 3º prevê as hipóteses qualificadoras do crime de tortura. De acordo com
sua previsão, se o crime resultar em morte da vítima será punido com a pena de reclusão, de
08 (oito) a 16 (dezesseis) anos.
3) Certa. Seguindo a orientação constitucional, o art. 1º, § 6º da Lei n. 9.455/1997 estabelece
que “O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia”.
4) Certa. O art. 1º, § 7º estabelece que, salvo nos casos de “tortura-omissão” (que são puni-
dos com a pena de detenção), “O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da
pena em regime fechado”. Lembre-se de que o STF declarou, incidentalmente, a inconstitu-
cionalidade desta obrigatoriedade (aplicada aos crimes hediondos e equiparados a hedion-
dos), porém, ainda não houve decisão erga omnes acerca do tema.
As alternativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
Letra c.

022. (IADES/SEAP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL/2019) A respeito da Lei n.


9.455/1997 (Lei da Tortura), assinale a alternativa correta.
a) A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico
ou mental, englobando, inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime
de tortura.
b) A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e
o passivo.
c) A diferenciação entre a tortura e os maus-tratos é o elemento subjetivo. No crime de maus-
-tratos, não há o animus corrigendi, disciplinandi, já no crime de tortura, o agente tem esse âni-
mo, além de agir com ódio, com vontade de ver um sofrimento desnecessário, com sadismo.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

d) O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é apenas a integridade cor-
poral e a saúde física.
e) O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das modalida-
des do crime de tortura previstas no art. 1º da Lei n. 9.455/1997

a) Errada. O crime de tortura é consumado pela prática de violência (física ou mental). O mero
aborrecimento não se aplica às hipóteses previstas na Lei n. 9.455/1997.
b) Certa. A tortura castigo, prevista no art. 1º, II, exige uma qualidade especial do agente (tra-
ta-se de crime próprio). Este agente deverá ter uma relação de guarda, poder ou autoridade
para com a vítima.
c) Errada. No crime de maus tratos (art. 136 do CP), o agente atua, dolosamente, extrapolando
o seu jus corrigendi ou jus discipliandi (direito de corrigir ou disciplinar). Já na tortura-castigo
(art. 1º, II da Lei n. 9.455/90), o agente atua com dolo de dano, desejando causar sofrimento
a vítima, com a intenção de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo sem a
presença de qualquer intenção corretiva ou educativa.
d) Errada. O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é liberdade pessoal
e a integridade física e moral.
e) Errada. As hipóteses de tortura previstas no art. 1º da Lei n. 9.455/1997 exigem a presença
de uma finalidade (dolo específico) pretendida pelo agente. Porém, esta finalidade não precisa
ser atingida para que o crime se consume.
Letra b.

023. (IBGP/PREFEITURA DE JACUTINGA – MG/GUARDA MUNICIPAL/2019) De acordo com


a Lei n. 9.455, de 07 de abril de 1977, que define os crimes de tortura, assinale a alternati-
va CORRETA:
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa.
b) A condenação não acarretará a perda do cargo, função ou emprego público, podendo o
condenado exercer suas funções normalmente.
c) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial, religiosa, ou
qualquer outro sofrimento que a vítima julgue ser vexatório.
d) O guarda municipal, quando extremamente necessário poderá submeter alguém, sob sua
guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimen-
to físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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a) Certa. A assertiva traz a hipótese da tortura-confissão (também chamada de tortura perse-


cutória, tortura prova, tortura probatória, tortura institucional ou tortura inquisitorial), prevista
no art. 1º, I, “a” da Lei n. 9.455/1997.
b) Errada. O art. 1º, § 5º da Lei n. 9.455 estabelece que “A condenação acarretará a perda do
cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
pena aplicada”.
c) Errada. O art. 1º, i, “c” traz a hipótese de tortura-discriminação. De acordo com sua previ-
são, constitui tortura o ato de constranger alguém com emprego de violência ou grave amea-
ça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: em razão de discriminação racial ou religiosa.
A lei não trouxe outras situações em que este crime poderia ser aplicado. Assim, em res-
peito ao princípio da legalidade e da proibição da analogia in malam partem este crime não
será aplicado caso a vítima sofra a violência em razão de sua orientação sexual, seu gênero,
classe etc.
d) Errada. O agente público que submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, a
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo, incorrerá no crime de tortura previsto no art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997.
Letra a.

024. (FGV/PC-RN/DELEGADO/2021) A Lei n. 9.455/1997 tipifica o crime de tortura e aponta


as suas diversas espécies. Sobre o delito em questão, analise as afirmativas a seguir.
I – admite tentativa;
II – é suscetível de graça ou anistia, mas permite o indulto;
III – pode ser praticado por conduta comissiva ou omissiva.
Está correto somente o que se afirma em:
a) I;
b) III;
c) I e II;
d) I e III;
e) II e III

I – Certa. O crime de tortura é plurissubsistente, portanto, além de ser possível o fraciona-


mento da conduta em mais de um ato, é também admitida a tentativa;
II – Errada. O art. 1º, § 6º estabelece que “O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia”. Quanto a possibilidade de concessão de indulto, a legislação não se posi-
cionou (como o fez com a lei de crimes hediondos). Neste caso, parte da doutrina entende
que, por ser equiparado a hediondo, também não será aplicável o indulto aos crimes de tortu-
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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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ra. Outra parcela doutrinária, entretanto, afirma pela possibilidade de sua concessão. Vamos
aguardar a decisão jurisprudencial sobre o tema.
III – Certa. A hipótese de tortura omissiva está prevista no art. 1º, § 2º da Lei n. 9.455/1997,
que possui a seguinte redação: “Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha
o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos”.
Estão corretas as alternativas I e III.
Letra d.

025. (INSTITUTO AOCP/PC-PA/INVESTIGADOR/2019) Assinale a alternativa correta conso-


ante a Lei de Tortura (Lei n. 9.455/1997).
a) O crime de tortura é imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.
b) Aquele que se omite diante de condutas tipificadas como tortura, quando tinha o dever de
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de dois a quatro anos.
c) Se do crime de tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de
reclusão de quatro a doze anos.
d) Se o crime de tortura é cometido mediante sequestro, aumenta-se a pena de um sexto até
dois terços.
e) A condenação acarretará a perda do cargo, da função ou do emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada

a) Errada. O crime de tortura é prescritível. O art. 5º, XLIII da CF/1988, bem como o art. 1º, § 6º
da Lei n. 9.455/1997, estabelece que o crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça
ou anistia.
b) Errada. A assertiva narra o crime de “tortura-omissão”, previsto no art. 1º, § 2º da Lei n.
9.455/1997. O erro da assertiva está na pena cominada, já que este crime será punido com a
pena de detenção de 01 (um) a 04 (quatro) anos.
c) Errada. De acordo com o art. 1º, § 3º da Lei n. 9.455/1997, se o crime de tortura resultar em
“lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos”
d) Errada. Se o crime de tortura é cometido mediante sequestro, aumenta-se a pena de um
sexto até um terço, conforme prevê o art. 1º, § 4º da Lei n. 9.455/1997.
e) Certa. De acordo com o art. 1º, § 5º “A condenação acarretará a perda do cargo, da função
ou do emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”.
Letra e.

026. (CESPE/CEBRASPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Com base


na legislação especial, julgue o próximo item.
O crime de tortura é inafiançável, devendo o condenado por esse crime iniciar o cumprimento
da pena em regime fechado.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
Fábio Roque e Flávia Araújo

O art. 1º, § 6º da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “O crime de tortura é inafiançável e insus-
cetível de graça ou anistia”.
Já o art. 1º, § 7º da mesma norma, prevê que “O condenado por crime previsto nesta lei, salvo
a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Esta exigência foi
declarada inconstitucional pelo STF, em sede de controle difuso de constitucionalidade.
Certo.

027. (FCC/SJDHDS/AGENTE PENITENCIÁRIO/2010) NÃO constitui causa de aumento da pena


prevista para o crime de tortura ser este cometido
a) contra portador de deficiência e adolescente.
b) contra criança, gestante e maior de sessenta anos.
c) mediante sequestro.
d) por agente público.
e) contra pessoa sob custódia do Estado.

O art. 1º, § 4º da Lei n. 9.455/1997 estabelece as hipóteses de aumento de pena estabeleci-


das para os crimes de tortura:

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior
de 60 (sessenta) anos

III – se o crime é cometido mediante sequestro.


Não se enquadra nestas hipóteses o crime de tortura praticado contra pessoa sob custódia
do Estado.
Letra e.

028. (UPENET/AERES-PE/AGENTE PENITENCIÁRIO/2010) Julgue as seguintes proposições.


I – Segundo entendimento predominante do STF, não se admite progressão de regime prisio-
nal em crime de tortura.
II – Como efeito automático, a condenação por crime de tortura implica perda do cargo públi-
co e na interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
III – A tortura é crime próprio, apenas podendo ser praticada por agentes públicos.
IV – O início do cumprimento da pena por crime previsto na Lei n. 9.455/1997 se dá sempre
no regime fechado.
Está(ão) CORRETA(S)
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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a) I.
b) II.
c) I e III.
d) II e IV.
e) I, II, III e IV.

I – Errada. O STF declarou a inconstitucionalidade da proibição de progressão de regime de


pena, prevista na redação originária da Lei de Crimes Hediondos.
II – Certa. De acordo com o art. 1º, § 5º “A condenação acarretará a perda do cargo, da função ou
do emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada” Esta
perda será imediata e não necessita de fundamentação específica na sentença condenatória.
III – Errada. Em regra, a tortura se enquadra na modalidade de crime comum (não exigindo
qualidade especial do agente). Será, entretanto, crime próprio, a tortura-castigo, prevista no
art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997.
IV – Errada. Primeiramente, é importante lembrar que a tortura-omissão, prevista no art. 1º,
§ 2º será punida com a pena de detenção. Logo, sua pena não poderá iniciar-se em regime
fechado. Em razão disso, o art. 1º, § 7º estabelece que “O condenado por crime previsto nesta
lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Além disso,
vale destacar que o STF declarou a inconstitucionalidade de o regime de cumprimento ser
iniciado, obrigatoriamente, em regime fechado. Para a Corte, esta exigência viola o princípio
da individualização da pena.
Letra b.

029. (ACAFE/PC-SC/AGENTE DE POLÍCIA/2010) De acordo com a Lei que define os crimes de


tortura, analise as afirmações a seguir.
l O crime de tortura é inafiançável, mas suscetível de graça ou anistia.
ll O disposto nesta lei aplica-se apenas quando de crime cometido em território nacional.
lll Quanto aos crimes de tortura aumenta-se a pena se o crime é cometido contra adolescente
ou mediante sequestro.
lV A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
V – Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal.
Todas as afirmações corretas estão em:
a) I – II – III
b) II – III – IV
c) III – IV
d) III – IV – V

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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I – Errada. “O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia”. (art. 1º, § 6º).
II – Errada. a Lei de Tortura poderá ser aplicada fora do território nacional, conforme prevê o
art. 2º da Lei n. 9.455/1997: “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
em local sob jurisdição brasileira”.
III – Certa. Constitui causas de aumento de pena de um sexto até um terço o crime praticado
contra adolescente (art. 1º, § 4º, II) e o crime praticado mediante sequestro (art. 1º, § 4º, III).
IV – Certa. Trata-se da previsão contida no art. 1º, § 5º: “A condenação acarretará a perda do
cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
pena aplicada”.
V – Certa. Trata-se da tortura-castigo, prevista no art. 1º, II da Lei n. 9.455/1997. Lembrando
que esta modalidade configura crime próprio (que exige uma qualidade especial do agente)
São verdadeiras as afirmativas III, IV e V.
Letra d.

030. (CESPE/CEBRASPE/PC-ES/ESCRIVÃO/2011) Com relação à legislação especial, julgue o


item que se segue.
No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resul-
tante de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte
do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta
descrita no tipo objetivo.

As hipóteses de tortura que exigem uma finalidade do agente (dolo especial) estão previstas
no art. 1º, I e II da Lei n. 9.455/1997. No caso em tela, a conduta praticada contra a pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança (art. 1º, § 1º) não exige a presença deste elemento
subjetivo específico, bastando que haja o dolo genérico de praticar a conduta prevista no
tipo penal.
Certo.

031. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE/2012) A respeito das leis especiais, julgue os


itens a seguir.
O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do distrito
policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá automati-
camente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante motive a
perda do cargo.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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O art. 1º, § 5º da Lei n. 9.455/1997 estabelece que “A condenação acarretará a perda do car-
go, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada.” Esta perda é automática e, de acordo com os tribunais superiores, sua ocorrência
prescinde de fundamentação específica na sentença.

(…) 3. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, uma vez reconhecida a prática
do crime de tortura, de acordo com a legislação especial aplicável a este delito, a perda do cargo
público é efeito automático e obrigatório da condenação. 4. Embora fosse dispensável na hipótese,
o Juízo de origem fundamentou concreta e pormenorizadamente a necessidade da imposição da
sanção de perda do cargo público em razão da violação dos deveres do funcionário estatal (policial
militar) para com a Administração Pública. (STJ, REsp n. 1.762.112/MT – 2018/0218898-8)
Certo.

032. (NUCEP/PC-PI/AGENTE/2012) Acerca do crime de tortura, é correto afirmar que:


a) a prática do crime de tortura não acarretará a perda do cargo público, mas tão somente a
suspensão de seu exercício, pelo período equivalente ao dobro da pena privativa de liberda-
de aplicada.
b) o condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade em
regime semiaberto.
c) não constitui crime de tortura o emprego de violência, ainda que com intenso sofrimento fí-
sico, como medida de caráter preventivo, por parte de quem detenha a guarda legal de alguém.
d) a condenação por crime de tortura acarreta a perda do emprego público.
e) a condenação por crime de tortura acarreta a suspensão do exercício do emprego público

a) Errada. A condenação por crime de tortura “acarretará a perda do cargo, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”. (art. 1º, § 5º).
b) Errada. “O condenado por crime previsto nesta lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cum-
primento da pena em regime fechado”. (art. 1º, § 7º).
c) Errada. Constitui crime de tortura o ato de “submeter alguém, sob sua guarda, poder ou au-
toridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”. (art. 1º, II).
d) Certa. A condenação por crime de tortura “acarretará a perda do cargo, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”. (art. 1º, § 5º).
e) Errada. A condenação por crime de tortura gera a perda, e não a suspensão do exercício de
emprego público.
Letra d.

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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033. (MS CONCURSOS/PC-PA/ESCRIVÃO/2014) Segundo a Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997,


constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou con-
fissão da vítima ou de terceira pessoa, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa,
em razão de discriminação racial ou religiosa; ou submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou men-
tal, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. A pena prevista é
reclusão, de dois a oito anos. Com base nessas informações, assinale a alternativa incorreta:
Aquele que se omite em face do crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
a) Se o crime de tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de
reclusão de quatro a dez anos. Se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
b) A condenação no crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
c) O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça ou anistia.
d) O disposto na Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997 aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
em local sob jurisdição brasileira.

a) Certa. De acordo com o art. 1º, § 2º: “Aquele que se omite em face dessas condutas, quan-
do tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.”
b) Certa. O art. 1º, § 3º traz as hipóteses qualificadoras do crime de tortura: “Se resulta lesão
corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se re-
sulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos”.
c) Certa. Trata-se do art. 1º, § 5º: “A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em-
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”.
d) Errada. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (art. 1º, § 6º).
e) Errada. O art. 2º da Lei n. 9.455/1997 estabelece a extraterritorialidade incondicionada
do crime de tortura ao prever que “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o
agente em local sob jurisdição brasileira”.
Letra d.

034. (CESPE/CEBRASPE/PC-BA/DELEGADO/2013) Determinado policial militar efetuou a pri-


são em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com o objetivo de fazer
Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão, o policial responsável por
seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu pescoço,
asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de interro-

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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gatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no escuro, período em que lhe
dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, ciente do que ocorria
na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que a
conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental.
Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n. 9.455/1997, julgue o
item subsequente.
O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime
de tortura somente pode ser praticado de forma comissiva.

O delegado, que se manteve inerte, faltou com seu dever legal de agir para evitar a prática da
conduta. Logo, responderá pelo crime de tortura-omissão, previsto no art. 1º, § 2º da Lei n.
9.455/1997, que assim estabelece: “Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos”.
Errado.

035. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO DE POLÍCIA/2014/ADAPTADA) De acordo com a legislação


em vigor, assinale a alternativa correta.
ASSERTIVA: Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou gra-
ve ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, decla-
ração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa.

A assertiva traz a hipótese prevista no art. 1º, I, “a” da Lei n. 9.455/1997, chamada de tortu-
ra-confissão ou tortura persecutória, tortura prova, tortura probatória, tortura institucional ou
tortura inquisitorial.
Certo.

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REFERÊNCIAS

ALENCAR, Rosmar Rodrigues; ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; Legislação Penal para
Concursos. [S.l.]: Editora JusPODIVM, 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Texto constitucional pro-


mulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais,
até a de n. 97, de 4 de outubro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm.

BRASIL. Decreto n. 4/1989. Aprova o texto da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, aprovada por Consenso
na XXXIX Sessão (1984) da Assembleia Geral das Nações Unidas e assinada em 23 de se-
tembro de 1985, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Disponível em: https://www2.
camara.leg.br/legin/fed/decleg/1989/decretolegislativo-4-23-maio-1989-352859-publica-
caooriginal-1-pl.html#:~:text=Aprova%20º%20texto%20da%20Conven%C3%A7%C3%A3º,-
Na%C3%A7%C3%B5es%20Unidas%2C%20em%20Nova%20Iorque.

BRASIL. Decreto n. 3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em: http://www.planal-


to.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm

BRASIL. Decreto n. 40/1991. Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos


ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm

BRASIL. Decreto n. 6.085/2007. Promulga o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortu-


ra e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotado em 18 de de-
zembro de 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/
decreto/d6085.htm.

BRASIL. Decreto-Lei n. 2.484/1940. Institui o Código Penal. Disponível em: http://www.pla-


nalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

BRASIL. Lei n. 13.964/2019. Aperfeiçoa a Legislação Penal e Processual Penal. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm

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Lei n. 9.455/1997 – Crimes de Tortura
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BRASIL. Lei n. 8.072/1990. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso
XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm

BRASIL. Lei n. 9.455/1997. Define os crimes de tortura e dá outras providências. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9.455.htm

Flávia Araújo
Professora de cursos para concurso. Advogada. Professora. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania
(UCSAL).

Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.

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