Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha............................................................................................................5
1. Histórico.............................................................................................................................................................................5
2. Premissas.........................................................................................................................................................................6
3. Aspectos Básicos........................................................................................................................................................6
3.1. Objetivos do Diploma Legal. . ..............................................................................................................................6
3.2. Direitos Assegurados à Mulher......................................................................................................................6
3.3. Forma Correta de Interpretação da Lei.......................................................................................................7
4. Conceito de Violência Doméstica. . .....................................................................................................................7
4.1. Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher...................................................................................7
4.2. Vulnerabilidade da Mulher.. ...............................................................................................................................9
4.3. Violação de Direitos Humanos. . .................................................................................................................... 10
5. Formas de Violência contra a Mulher........................................................................................................... 10
6. Atendimento pela Autoridade Policial...........................................................................................................11
7. Medidas Protetivas Solicitadas pela Ofendida. .......................................................................................14
7.1. Flexibilização dos Meios de Prova...............................................................................................................14
8. Competência.................................................................................................................................................................14
9. Denúncia e Retratação...........................................................................................................................................15
10. Impossibilidade de Determinadas Sanções.............................................................................................15
11. Medidas Protetivas de Urgência.....................................................................................................................16
11.1. Medidas que Obrigam o Agressor...............................................................................................................16
11.2. Medidas Protetivas à Ofendida. . ..................................................................................................................17
12. Medidas Protetivas e Lei 13.827/2019.......................................................................................................18
12.1. Legitimidade. . ..........................................................................................................................................................18
12.2. Da Concessão de Medida Protetiva pelo Delegado de Polícia..................................................19
12.3. Do Registro das Medidas Protetivas. .....................................................................................................20
12.4. HC e Medidas Protetivas. . ...............................................................................................................................21
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) a nossa aula de Lei Maria da Penha.
A Lei n. 11.340/2006, comumente chamada de “Lei Maria da Penha”, nada mais é do que
um diploma legal instituído pelo legislador com o objetivo de reprimir a violência doméstica e
familiar contra a mulher.
Trata-se de diploma legal muito cobrado em provas, e que ao longo do tempo, vem so-
frendo inúmeras alterações legislativas, as quais receberão especial atenção no decorrer de
nosso estudo.
Iremos estudar, ainda, as diversas alterações sofridas pela lei ao longo do tempo, tais como
as inseridas pelas Leis n. 13.721/2018, n. 13.827/2019 e n. 13.984/2020.
Como de praxe, nossa aula será elaborada levando em consideração estatísticas de ques-
tões e quais os temais mais cobrados sobre este diploma legal.
Trata-se de diploma legal relativamente curto, mas não subestime o tempo necessário
para sua adequada compreensão. Diversos aspectos jurisprudenciais e doutrinários se fazem
especialmente relevantes, o que acaba tornando o tema um pouco mais extenso do que se
espera ao fazer a leitura do texto de lei.
Ao final, como usualmente fazemos, será incluída uma lista bastante completa de exercí-
cios comentados.
Vamos em frente!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
2. Premissas
A Lei n. 11.340/2006 possui basicamente os seguintes objetivos:
Agora sim! Uma vez que já conhecemos a origem da lei Maria da Penha e seus objetivos,
podemos finalmente passar à análise do texto de lei.
3. Aspectos Básicos
Primeiramente, temos as disposições preliminares da lei Maria da Penha, as quais tratam
dos seguintes aspectos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao espor-
te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar
e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres
no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli-
gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo
exercício dos direitos enunciados no caput.
Os artigos acima merecem ser lidos diversas vezes. Seu conteúdo é bastante direto, moti-
vo pelo qual os examinadores não costumam elaborar muito nas questões sobre eles, cobran-
do apenas a sua literalidade.
Além disso, note que o rol de direitos resguardados pela lei para a mulher em situação de
violência (art. 2º e 3º) é bastante extenso, outra razão para que o examinador procure tentar
trocar um termo ou outro com o objetivo de confundir o aluno.
Para responder a essa pergunta, precisamos entender o que exatamente configura violên-
cia contra a mulher. Felizmente, no caso da lei Maria da Penha, o legislador inseriu uma norma
explicativa no art. 5º do diploma legal, para que não restem dúvidas sobre o assunto. Vejamos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Veja, portanto, que temos três hipóteses nas quais o Estado deve considerar que houve o
tipo de violência que enseja a aplicação da Lei n. 11.340/2006.
De forma esquematizada, temos o seguinte:
Inciso I
Inciso II
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
É importante destacar que ao tratar do âmbito familiar, o legislador incluiu até mesmo os
indivíduos que se consideram aparentados, de modo que tanto os laços sanguíneos quan-
to de consideração ou afinidade também são suficientes para ensejar a aplicação da Lei n.
11.340/2006;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Inciso III
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Merece especial atenção o fato de que a coabitação não é necessária, e que é possível a
aplicação da Lei Maria da Penha mesmo que o agressor não se encontre mais convivendo com
a vítima, bastando a existência da relação íntima de afeto.
Algumas das observações feitas acima inclusive já foram objeto de ratificação por parte
do STJ. Veja só:
Outro ponto relevante também defendido pelo STJ é que a lei Maria da penha é aplicável
mesmo quando o relacionamento já tenha acabado – basta que as agressões perpetradas
contra a mulher tenham ocorrido em razão do relacionamento que foi encerrado.
Dessa forma, note que o ex-namorado que perpetra agressões e ameaças após um térmi-
no abrupto do relacionamento, por exemplo, irá incorrer regularmente na lei Maria da Penha,
mesmo que não mais coabite com sua ex-namorada e que eles já não estejam mais em um
relacionamento.
A aplicação da lei Maria da Penha, desse modo, pode se dar em um relacionamento entre
duas mulheres, desde que exista o estado de vulnerabilidade caracterizado por uma relação de
poder e submissão. É o que afirma o STJ.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Violência Física
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde cor-
poral;
Violência Psicológica
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e dimi-
nuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degra-
dar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangi-
mento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação
dada pela Lei n. 13.772, de 2018)
Violência Sexual
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força;
que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à pros-
tituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Violência Patrimonial
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
Violência Moral
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O rol exemplificativo de formas de violência contra a mulher merece ser lido diversas ve-
zes. Note que existem diversos exemplos que podem ser cobrados em prova (tal como impedir
a mulher de utilizar de métodos contraceptivos ou forçá-la ao matrimônio).
Essas hipóteses são diversas e se for possível, é recomendável memorizá-las.
Uma vez que conhecemos as formas de violência contra a mulher, é hora de responder à
seguinte pergunta: Uma vez que a polícia é comunicada sobre uma situação que pode ser en-
quadrada sob a égide da Lei n. 11.340/2006, o que deve fazer a autoridade policial?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os
de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa-
ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação
dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
Em primeiro lugar, note que a autoridade policial não tomará as medidas se quiser: o legislador
é taxativo ao informar que o delegado de polícia deverá proceder às providências listadas no art. 11.
Em segundo lugar, é importante observar que esse rol também é meramente exempli-
ficativo, tendo em vista que o legislador prevê expressamente a possibilidade de OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.
As providências do art. 11, no entanto, tratam apenas de medidas com objetivo de prestar
assistência imediata à mulher em situação de vulnerabilidade. Existem ainda as medidas for-
mais que a autoridade policial deverá tomar para o regular andamento da persecução penal, as
quais estão listadas no art. 12 da Lei n. 11.340/2006. Vejamos:
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem preju-
ízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
A Lei n. 13.880 de 2019 inclui mais uma providência a ser adotada pela autoridade policial (art.
12, VI-A). Tome nota:
Verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existên-
cia, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição responsável
pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 (Estatuto do Desarmamento).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hos-
pitais e postos de saúde.
8. Competência
O juízo competente para atuar em casos da lei Maria da Penha são definidos pelas normas
do art. 14 e 15, a saber:
Esfera Criminal
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária
com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territó-
rios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática
de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de dis-
solução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Esfera Cível
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Merece especial atenção o fato de que a previsão do art. 15 está sujeita à opção da ofen-
dida. Dessa forma, é a vítima que irá escolher qual o juizado se adequa melhor para a sua rea-
lidade, podendo optar por qualquer uma das três possibilidades previstas nos incisos I, II e III.
É importante observar, no entanto, que a lei diz que a União poderá criar os chamados
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. No entanto, enquanto tais órgãos
não são criados, são as varas criminais que acumulam ambas as competências (cível e crimi-
nal) para julgar os processos oriundos da lei Maria da penha.
9. Denúncia e Retratação
Outro ponto chave para fins de prova está na possibilidade da retratação no âmbito da Lei
Maria da penha.
Via de regra, em nosso ordenamento jurídico, a retratação do ofendido em crimes que de-
pendem de representação deve ser realizada até o oferecimento da denúncia. É o que prevê o
art. 102 do Código Penal.
Entretanto, no caso da lei Maria da Penha, a retratação pode ocorrer até o RECEBIMENTO da
denúncia. Outra peculiaridade é que, para que a retratação seja aceita, a vítima deve manifestar
seu interesse diante do Juiz, em audiência específica para esse fim, ouvido o Ministério Público.
O examinador gosta muito de elaborar questões utilizando essa pequena diferença entre
a retratação da representação no processo penal comum e no processo estabelecido pela Lei
n. 11.340/2006. Por isso, muita atenção na hora de responder questões com essa temática.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei,
só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique
o pagamento isolado de multa.
Além da vedação das sanções acima citadas, temos ainda uma outra proibição importan-
tíssima, a qual consta na jurisprudência vigente:
www.grancursosonline.com.br 15 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
A Lei n. 9.099/1995, portanto, não pode ser aplicada aos crimes praticados com violência
familiar ou doméstica contra a mulher. Não importa sequer qual a pena máxima ou mínima do
delito. O STJ possui entendimento sumulado sobre o tema:
Súmula n. 536:
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Por fim, vale lembrar que por força da Súmula n. 588 do STJ, a prática de crime ou contra-
venção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impos-
sibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Trata-se do que a doutrina chama de princípio da atipicidade das medidas protetivas de urgência.
Ótimo. Uma vez que sabemos dos aspectos gerais sobre as medidas protetivas, vejamos
quais são elas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei
n. 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em gru-
po de apoio. (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou
de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda
dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.
V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais
próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga. (Incluído pela Lei n. 13.882, de 2019)
Infelizmente, é muito comum que em casos de conflitos conjugais, o agressor atente con-
tra os bens patrimoniais da família (vendendo-os ou destruindo-os) como forma de agredir
ainda mais a vítima quando a mesma já se encontra fora de seu alcance.
Nesse sentido, o legislador previu ainda medidas destinadas à proteção patrimonial dos
bens de propriedade da mulher ou de ambos, de modo que seja mitigada a capacidade do
agressor de causar também danos patrimoniais à vítima.
Tais medidas estão arroladas no art. 24, a saber:
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais de-
correntes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O texto do art. 23 não foi alterado pela Lei n. 13.827/19. Se sua literalidade for cobrada em sua
prova (sobre o deferimento de medidas protetivas pelo juiz), o item continuará correto.
O que temos agora são algumas novas hipóteses (as quais iremos analisar de forma deta-
lhada deste momento em diante) nas quais a autoridade policial poderá atuar sem a necessi-
dade de ordem judicial, para deferimento das medidas protetivas.
Em primeiro lugar, e antes de tratar das exceções previstas em lei, devemos entender o
fluxo regular do deferimento de medidas protetivas de urgência.
12.1. Legitimidade
A legitimidade para requerer medidas protetivas é da vítima ou do Ministério Público. Não
há, portanto, previsão legal expressa para que o Delegado de Polícia formule, em nome próprio,
o pedido de medidas protetivas de urgência.
Assim sendo, a previsão legal (Artigos 12 e 18) nos apresenta que a vítima, ouvida pelo
delegado de polícia e cientificada de seus direitos, pode fazer o pedido das medidas protetivas
de urgência, as quais serão, via de regra, remetidas ao magistrado:
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem preju-
ízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da
ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
E uma vez remetido o pedido, deve o juízo se ater à previsão do art. 18:
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida (pedido tratado no inciso III do art. 12
acima), caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso,
inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou
de dissolução de união estável perante o juízo competente; (Redação dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV – determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei
n. 13.880, de 2019)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psico-
lógica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Redação
dada pela Lei nº 14.188, de 2021):
I – pela autoridade judicial;
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no
momento da denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máxi-
mo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Esquematizando:
Lembre-se:
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máxi-
mo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
Quando determinada pelo Delegado ou por outro policial, a medida em questão será co-
municada em até 24h ao magistrado, que decidirá, em igual prazo, sobre sua manutenção ou
revogação.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência. (Incluído pela
Lei nº 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após sua concessão, imediatamente
registradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garan-
tido o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança
pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas.
(Redação dada Lei nº 14.310, de 2022) .
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorren-
tes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de
segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabí-
veis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e
familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua
integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por
até seis meses.
III – encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuiza-
mento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de
união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Merece especial destaque o acesso prioritário à remoção quando a vítima for servidora
pública, integrante da administração direta ou indireta, e a manutenção do vínculo trabalhista,
quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
Além dessas medidas, há ainda a previsão de acesso a serviços médicos tais como os de
contracepção de emergência, profilaxia para doenças sexualmente transmissíveis e outros
procedimentos médicos cabíveis a possíveis casos de violência sexual.
É o que rege o art. 9º, em seu parágrafo 3º:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
16. Jurisprudência
Diante do exposto, você já conhece o procedimento geral da Lei Maria da Penha, os casos
em que tal diploma é aplicável e as principais medidas que podem ser tomadas em defesa da
mulher em situação de violência.
Para finalizar o nosso estudo, devemos citar questões jurisprudenciais que costumam ser
objeto de prova, pois inúmeros dispositivos da Lei n. 11.340/2006 já foram objeto de delibera-
ção por parte do STJ e do STF – além dos que já citamos durante a aula, é claro.
Em primeiro lugar, temos a questão do delito de lesões corporais leves no âmbito da lei
Maria da penha:
Segundo o STF, no julgamento da ADI n. 4424, o delito de Lesões Corporais Leves prati-
cado no escopo da Lei n. 11.340/2006 NÃO DEPENDE DE REPRESENTAÇÃO da ofendida,
de modo que o MP pode dar andamento à ação penal por conta própria.
Dessa forma, restou reconhecido que, no caso da lei Maria da Penha, o delito de lesões
corporais leves se processa mediante ação penal pública incondicionada!
Tal entendimento é de grande importância, tendo em vista que muitas vezes a vítima tem
medo de representar contra o agressor. O entendimento pela ação penal pública incondicio-
nada possibilita uma atuação mais incisiva do poder público para coibir esse tipo de violência
contra a mulher!
Existe ainda o entendimento (embora em sede de Habeas Corpus) de que o delito de lesões
corporais culposas também se processa mediante ação penal pública incondicionada, quando
praticado no contexto da Lei n. 11.340/2006.
Ainda sobre este assunto, é necessário discorrer sobre o tipo de ação penal aplicável aos
delitos de ameaça e de natureza sexual, no âmbito da lei Maria da penha:
www.grancursosonline.com.br 23 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Inicialmente, ao analisar essa possibilidade, o STJ havia entendido que não. Segundo o
Tribunal, a desobediência de medidas protetivas determinadas judicialmente não ensejaria a
punição do autor pelo crime de desobediência:
Entretanto, o legislador – insatisfeito com a posição dos tribunais sobre o tema – revisitou
a questão através da lei 13.641/2018, e tornou CRIME o descumprimento de decisão judicial
que defere medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha!
Vejamos:
Art. 1º Esta Lei altera a Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para tipificar o
crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência.
Art. 2º O Capítulo II do Título IV da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa
a vigorar acrescido da seguinte Seção IV, com o seguinte art. 24-A:
Seção IV
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Dessa forma, temos que, após a edição da Lei n. 13.641/2018, a Lei Maria da Penha passa
a contar com um crime integrando seu texto (previsto no art. 24-A), justamente tratando so-
bre a desobediência de medidas protetivas.
Portanto, veja que mesmo que o STJ tenha anteriormente entendido que não há crime de
desobediência nesses casos (arts. 330 ou 359 do CP), a partir da edição da Lei n. 13.641/2018,
a conduta passa a configurar delito ESPECÍFICO, previsto no texto da Lei Maria da Penha
(Art. 24-A).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
CPP, art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de
crime que envolva:
I – violência doméstica e familiar contra mulher;
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
RESUMO
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Premissas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Tipos de violência
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (UNOESC/PREFEITURA DE MARAVILHA-SC/ADVOGADO/2021) A Lei Maria da Penha
traz garantias procedimentais destinadas à proteção da mulher sujeita a violência doméstica.
Quanto ao disposto na mencionada lei, é correto afirmar que:
a) É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e
pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino
e previamente capacitados.
b) A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus
dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transfe-
ri-los para essa instituição, independentemente da apresentação de qualquer documento ou
formalidade extra.
c) É possibilitada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena
que implique o pagamento isolado de multa.
d) Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibi-
lizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por
medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
b) qualquer ação ou omissão com base no patrimônio que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral.
c) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause apenas morte.
d) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físi-
co, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
e) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause apenas lesão leve.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Nos casos de comprovada prática de violência psicológica contra a mulher, a Lei Maria da Pe-
nha permite a aplicação de penas por meio de pagamento de cesta básica ou de pagamento
de multa, desde que o agressor se comprometa a submeter-se a tratamento em serviço que
ofereça atendimento psicológico às vítimas de violência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
GABARITO
1. d
2. C
3. b
4. c
5. a
6. d
7. d
8. C
9. E
10. C
11. c
12. d
13. e
14. c
15. C
16. E
17. E
18. C
19. E
20. E
21. C
22. E
23. C
24. C
25. C
26. C
27. C
28. C
29. C
30. C
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
GABARITO COMENTADO
001. (UNOESC/PREFEITURA DE MARAVILHA-SC/ADVOGADO/2021) A Lei Maria da Penha
traz garantias procedimentais destinadas à proteção da mulher sujeita a violência doméstica.
Quanto ao disposto na mencionada lei, é correto afirmar que:
a) É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e
pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino
e previamente capacitados.
b) A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus
dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transfe-
ri-los para essa instituição, independentemente da apresentação de qualquer documento ou
formalidade extra.
c) É possibilitada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena
que implique o pagamento isolado de multa.
d) Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibi-
lizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por
medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.
www.grancursosonline.com.br 38 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Com certeza!
As Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida estão previstas no art. 23 da Lei Maria da Penha.
Já as Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor estão expressas no art. 24
do mesmo diploma legal:
LMP, Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos des-
ta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
medidas protetivas de urgência, entre outras:
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em gru-
po de apoio. (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
Certo.
LMP, art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e dimi-
nuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degra-
dar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangi-
mento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação
dada pela Lei n. 13.772, de 2018)
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força;
que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à pros-
tituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Letra b.
De acordo com o art. 17 da LMP, é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e fa-
miliar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como
a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Ademais, de acordo com a Súmula n. 536 do STJ combinada com o art. 41 da LMP, temos a
inaplicabilidade da suspensão condicional do processo e da transação penal aos crimes da Lei
Maria da Penha:
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
b) Errada. Trata-se de violência sexual (art. 7º, III, da Lei Maria da Penha).
c) Errada. Trata-se de violência patrimonial (art. 7º, III, da Lei Maria da Penha).
d) Errada. Trata-se de violência sexual (art. 7º, III, da Lei Maria da Penha).
e) Errada. Trata-se de violência sexual (art. 7º, III, da Lei Maria da Penha).
Letra a.
a) Errada. O crime do art. 24-A da Lei n. 11.340/2006 pode ter como sujeito ativo uma mulher.
b) Errada. O art. 24-A, § 2º, determina que na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autori-
dade judicial poderá conceder fiança.
c) Errada. O art. 24-A, § 3º, determina que o disposto neste artigo não exclui a aplicação de
outras sanções cabíveis.
d) Certa. O art. 24-A, § 1º, determina que a configuração do crime independe da competência
civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.
e) Errada. Há previsão apenas de modalidade dolosa.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Trata-se, com certeza, de uma providência a ser adotada pela autoridade policial expressa no
art. 11 da Lei:
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade poli-
cial deverá, entre outras providências:
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal.
Certo.
LMP, Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
A questão aborda as medidas protetivas de urgências que podem ser conferidas à ofendida:
LMP, art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda
dos filhos e alimentos.
Certo.
LMP, art. 3º § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para
o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
b) qualquer ação ou omissão com base no patrimônio que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral.
c) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause apenas morte.
d) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físi-
co, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
e) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause apenas lesão leve.
O art. 5º da LMP traz a importante definição de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Vamos recordar:
LMP, Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qual-
quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pes-
soas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
d) Errada. De acordo com o art. 41 da LMP, aos crimes praticados com violência doméstica e
familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de
26 de setembro de 1995.
Ademais, temos a Súmula n. 536 do STJ:
www.grancursosonline.com.br 45 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Conforme estudamos, de fato não se admite a substituição por pena restritiva de direitos no
âmbito da Lei Maria da Penha, por força da Súmula n. 588 do STJ.
Certo.
A assertiva em questão está duplamente incorreta. Primeiro, viola a expressa previsão do texto
legal, ao exigir coabitação entre autor e vítima (sabemos não ser este um requisito). Ademais,
viola também a Súmula n. 600/STJ, a qual versa no mesmo sentido.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
LMP, Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qual-
quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pes-
soas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Certo.
Nada disso! Conforme estudamos, o requisito é que a mulher esteja em situação de vulnerabili-
dade, no contexto familiar. É admissível a configuração do delito de lesões corporais no âmbito
de violência doméstica até mesmo entre mãe e filha, pai e filha, ou ex-namorado contra ex-na-
morada, por exemplo. Não há requisito da condição de cônjuge ou companheira, portanto!
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique
o pagamento isolado de multa.
Certo.
Mais uma questão baseada no art. 17 da lei. Tais penas são expressamente vedadas pelo di-
ploma legal!
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique
o pagamento isolado de multa.
Errado.
Isso mesmo! Qualquer relação capaz de expor a mulher à uma situação de vulnerabilidade po-
derá ensejar a aplicação da lei Maria da Penha – mesmo que não exista coabitação.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Com certeza! Lembre-se que o vínculo familiar também não é necessário para a configuração
da violência contra a mulher. Uma empregada doméstica pode sim estar em situação de vul-
nerabilidade em face de seus empregadores, nos termos do art. 5º, inciso I, do diploma legal:
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psico-
lógico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Certo.
Com certeza! A lei expressamente prevê que a opção sexual não é fator determinante para a
sua incidência. Do mesmo modo, a coabitação não é necessária. Se uma das mulheres estiver
em situação de vulnerabilidade e abuso, o diploma legal poderá ser aplicado regularmente.
Certo.
Exatamente! Veja que há a configuração de violência contra a mulher nos termos da lei. O fato
de Maria ser ex-namorada e de não coabitar com José não é fator impeditivo da aplicação da
Lei n. 11.340/2006.
Certo.
www.grancursosonline.com.br 49 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
Com certeza. A calúnia é forma de violência moral, nos termos do art. 7º:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.
Certo.
Isso mesmo. O examinador simplesmente copiou e colou o inciso I, do art. 5º da lei em estudo:
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psico-
lógico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Douglas Vargas
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força;
que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à pros-
tituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Certo.
Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 52
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIEGO BARBOSA MACIEL - 03806886385, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.