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POLÍTICAS PÚBLICAS DE

PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER

WÂNIA PASINATO
BRUNO AMARAL MACHADO
THIAGO PIEROBOM DE ÁVILA
Coordenadores

Direito, Transdisciplinaridade & Pesquisas Sociojurídicas – vol. 6


Coleção Direito, Transdisciplinaridade & Pesquisas Sociojurídicas
Coordenador: Bruno Amaral Machado

Conselho Científico Editorial da Coleção (FESMPDFT)


Adilson Abreu Dallari (PUC-SP)
Fabio Roberto D’Ávila (PUC-RS)
Gabriel Ignacio Anitua (Universidade de Buenos Aires)
Iñaki Rivera Beiras (Universidade de Barcelona)
Ingo Wolfgang Sarlet (PUC-RS)
Jefferson Carús Guedes (Uniceub)
Julio Zino Torrazza (Universidade de Barcelona)
Luis Manuel Fonseca Pires (PUC-SP)
Márcio Pugliesi (PUC-SP)
Máximo Sozzo (Universidade Del Litoral)
Miguel Etinger de Araújo Júnior (UEL)
Paulo Gustavo Branco Gonet (IDP/FESMPDFT)
Roberto Bergalli (Universidade de Barcelona)
POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO
À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO
À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

WÂNIA PASINATO
BRUNO AMARAL MACHADO
THIAGO PIEROBOM DE ÁVILA
Coordenadores

Autores

Adriano Beiras n Ana Paula Portella n Bruno Amaral Machado


Caio Henrique de Mendonça Chaves Incrocci n Ingrid Viana Leão
Ivonete Pinheiro n Jacqueline Pitanguy n José Raimundo Carvalho
Leila Linhares Barsted n Luanna Tomaz de Souza n Marcos Nascimento
Marlene Inês Spaniol n Marlene Neves Strey n Milene Maria Xavier Veloso
Patrícia Krieger Grossi n Paula Martins n Renata Teixeira Jardim n Suelaine Carneiro
Suely Ferreira Deslandes n Thiago Pierobom de Ávila n Tiago Ferreira de Assis
Valeska Zanello n Victor Hugo de Oliveira n Wânia Pasinato

BRASÍLIA-DF MADRI | BARCELONA | BUENOS AIRES | SÃO PAULO


Coleção Direito, Transdisciplinaridade & Pesquisas Sociojurídicas – vol. 6
Políticas públicas de prevenção à violência contra a mulher

Coordenadores
Wânia Pasinato / Bruno Amaral Machado / Thiago Pierobom de Ávila

Autores
Adriano Beiras / Ana Paula Portella / Bruno Amaral Machado / Caio Henrique de Mendonça
Chaves Incrocci / Ingrid Viana Leão / Ivonete Pinheiro / Jacqueline Pitanguy / José Raimundo
Carvalho / Leila Linhares Barsted / Luanna Tomaz de Souza / Marcos Nascimento / Marlene Inês
Spaniol / Marlene Neves Strey / Milene Maria Xavier Veloso / Patrícia Krieger Grossi / Paula
Martins / Renata Teixeira Jardim / Suelaine Carneiro / Suely Ferreira Deslandes / Thiago Pierobom
de Ávila / Tiago Ferreira de Assis / Valeska Zanello / Victor Hugo de Oliveira / Wânia Pasinato

Produção e Editoração eletrônica


Ida Gouveia / HBLYZ / Oficina das Letras®

Imagem da Capa
Obra de Luiz Costa, “O pintor dos Candangos”, Brasília/DF – Candangos I, acrílico sobre tela,
60x90 cm, 2015 (detalhes).

Todos os direitos reservados.


Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo – Lei 9.610/1998.

CIP-Brasil. Catalogação na Publicação.


Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
A512c
Políticas públicas de prevenção à violência contra a mulher / Adriano Beiras... [et alii];
coordenadores Wânia Pasinato, Bruno Amaral Machado, Thiago Pierobom de Ávila. – 1.
ed. – São Paulo: Marcial Pons ; Brasília [DF}: Fundação Escola, 2019.
(Direito, Transdisciplinaridade & Pesquisas Sociojurídicas – vol. 6)
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-45572-01-5
1. Direitos das mulheres - Brasil. 2. Violência contra as mulheres. 3. Violência - Prevenção -
Política governamental. I. Pasinato, Wânia. II. Machado, Bruno Amaral. III. Ávila, Thiago
Pierobom de. IV. Título.
19-54897 CDU: 347.156(81)

© Wânia Pasinato / Bruno Amaral Machado / Thiago Pierobom de Ávila, Coords., 2019.
Fomento: FESMPDFT – Fundação Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios.
Colaboração: ALPEC – Associação Latino-Americana de Direito Penal e Criminologia, Grupo de
Pesquisa Política Criminal (Uniceub-UnB), Programas de Pós-Graduação em Direito do Uniceub e
da UnB.
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FEDERAL E TERRITÓRIOS
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Justiça Rodolfo Cunha Salles.

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Impresso no Brasil
SUMÁRIO

1. As políticas públicas de prevenção à violência contra a mulher ...... 13


Wânia PaSinaTo
Bruno aMaral MachaDo
Thiago PiEroBoM DE Ávila
Parte 1
Eixo Prevenção Primária

2. O direito de acesso a informações sobre violência contra a mulher


no Brasil ........................................................................................... 27
Paula MarTinS

3. Igualdade de gênero no currículo escolar: os significados na Lei


Maria da Penha até a Judicialização da política educacional ........... 47
ingriD viana lEão

4. Violência doméstica, mercado de trabalho feminino e o papel do


setor privado no enfrentamento à violência contra a mulher ........... 73
JoSé raiMunDo carvalho
vicTor hugo DE olivEira

5. Para além da violência doméstica: o reconhecimento das situações de


feminicídio como imperativo para a eficácia das políticas de
prevenção.......................................................................................... 109
ana Paula PorTElla
10 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Parte 2
Eixo Prevenção Secundária

6. Violência de gênero contra as mulheres e saúde mental: psiquiatri-


zação, silenciamento e invisibilidades.............................................. 135
valESka ZanEllo

7. A percepção dos agentes institucionais sobre a rede especializada


de atendimento às mulheres que sofrem violência por parceiro
íntimo................................................................................................ 159
Tiago FErrEira DE aSSiS
SuEly FErrEira DESlanDES

8. Avaliação e gestão de risco para mulheres em situação de violência


doméstica e familiar: a experiência da rede de enfrentamento a
violência de Canoas/RS .................................................................... 181
MarlEnE nEvES STrEy
rEnaTa TEixEira JarDiM

9. Mulheres negras e violência doméstica: decodificando os números 205


SuElainE carnEiro
Parte 3
Eixo Prevenção Terciária

10. A experiência do Pro Paz mulher: reflexões acerca dos limites e


potencialidades dos centros integrados ............................................ 227
luanna ToMaZ DE SouZa
MilEnE Maria xaviEr vEloSo
ivonETE PinhEiro
SUMÁRIO 11

11. Violência contra as mulheres e homens autores de violência: os


serviços de responsabilização .......................................................... 253
JacquElinE PiTanguy
lEila linharES BarSTED

12. Grupos reflexivos: notas sobre os desafios para a construção de


responsabilização, redução de violência e efetividade de programas
para homens autores de violência contra as mulheres ...................... 275
aDriano BEiraS
MarcoS naSciMEnTo
caio hEnriquE DE MEnDonça chavES incrocci

13. Patrulhas Maria da Penha no Estado do Rio Grande do Sul: análise


dos avanços e desafios dos cinco anos da experiência pioneira
desta política pública de prevenção à violência de gênero ............... 298
PaTrícia kriEgEr groSSi
MarlEnE inêS SPaniol
1

POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA AS MULHERES

Wânia PaSinaTo1
Bruno aMaral MachaDo2
Thiago PiEroBoM DE Ávila3

1. Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo, com Pós-doutorado no Núcleo


de Estudos de Gênero – PAGU/UNICAMP. Consultora especializada em políticas públicas
de enfrentamento à violência contra as mulheres e gênero com experiência em projetos para
governos, ONGs e Agências Internacionais.
2. Doutor em Direito (Especialidade Sociologia Jurídico-penal) pela Universidade
de Barcelona, com estágio pós-doutoral em Sociologia (UnB e John Jay-Nova Iorque).
Pesquisador Associado do NEVIS (Núcleo de Estudos sobre a Violência) da UnB. Professor
da FESMPDFT. Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito e Políticas
Públicas (Uniceub). Promotor de Justiça do MPDFT.
3. Doutor em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Lisboa, com estágio
de Pós-Doutorado em Criminologia pela Universidade Monash da Austrália. Professor do
programa de pós-graduação lato sensu da FESMPDFT, Professor do Programa de Mestrado
e Doutorado em Direito e Políticas Públicas (Uniceub), Pesquisador associado ao Instituto
de Direito Penal e Ciências Criminais da Universidade de Lisboa, Research Fellow do
programa de pesquisa Gender and Family Violence – new frameworks on prevention da
Universidade Monash. Promotor de Justiça do MPDFT.
14 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

As políticas públicas para as mulheres: um campo de pesquisa


A violência contra as mulheres é uma grave violação de direitos humanos,
com consequências de longo prazo para o bem-estar, saúde, segurança,
independência econômica e formação educacional das mulheres, bem como
no desenvolvimento de sociedades e países (ONU, 2006a). No Brasil, pesquisa
do DaTaSEnaDo (2018) sobre a opinião e percepção sobre violência doméstica
documentou que, em 2017, 29% das mulheres entrevistadas declararam já
ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um
homem. No mesmo sentido, pesquisa realizada com 10.000 mulheres na região
Nordeste documentou que 27% das entrevistadas já sofreram ao menos um ato
de violência psicológica, física ou sexual ao longo da vida, sendo que 11,9% do
total teriam sofrido um ato de violência doméstica no último ano (CARVALHO
e OLIVEIRA, 2016).
Diplomas internacionais de direitos humanos têm reconhecido a
centralidade do desenvolvimento de políticas públicas de prevenção à
violência contra as mulheres como uma responsabilidade estatal. Partindo
da Recomendação n. 19 do Comitê CEDAW (ONU, 1992) e passando pela
Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (ONU, 1995), as diretrizes
internacionais destacam a preocupação com o estudo das causas e consequências
da violência contra as mulheres, bem como a avaliação da efetividade das
medidas de prevenção. Tais diretrizes têm apontado para a absoluta prioridade
de que “o Estado deve construir e sustentar estratégias sólidas e multi-setoriais,
coordenadas em nível nacional e local”, “Estados devem alocar recursos e
orçamento para programas destinados a enfrentar e reparar a violência contra
as mulheres” e “deve-se fortalecer a base de conhecimentos relacionada a todas
as formas de violências contra as mulheres, para que informem as políticas
públicas e as estratégias de desenvolvimento” (ONU, 2006b, p. 3-4).
No Brasil, a Lei Maria da Penha é reconhecida como marco político na
luta pelos direitos humanos das mulheres no Brasil. Fruto de intensa atividade
de advocacy de movimentos feministas, esta legislação vai além da perspectiva
punitiva, incorporando relevantes aspectos relacionados às políticas públicas
de prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. A concretização
destes aspectos preventivos na lei exige a intervenção articulada dos três poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário), nos três níveis de governo (federal,
estadual e municipal), numa abordagem integral da violência doméstica e
familiar contra as mulheres (PASINATO, 2015).
A partir das diretrizes constantes da Convenção de Belém do Pará (OEA,
1994), do artigo 8º da Lei Maria da Penha e dos Planos Nacionais de Políticas para
as Mulheres, relacionadas à transversalidade, universalidade e integralidade das
políticas públicas de atenção às mulheres, diversas experiências de prevenção
à violência doméstica e familiar contra as mulheres passaram a ser realizadas
no Brasil, nas áreas de educação, saúde, assistência social, trabalho, habitação,
APRESENTAÇÃO 15

previdenciária, bem como no âmbito dos sistemas policial e de justiça. Ainda


que se reconheça avanço na institucionalização das políticas públicas de
enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil após o advento da Lei
Maria da Penha (MARTINS et alii, 2014), diversos problemas foram detectados,
como a “fragmentação das políticas e programas, a dispersão ou a sobreposição
de projetos e ações” (PASINATO, 2015, p. 541). A transversalidade de gênero
nas políticas, a intersetorialidade dos programas e o objetivo de integralidade e
universalidade são metas ainda longe de estarem cumpridas.
Se o avanço já era penoso, nos últimos anos, tais programas têm sofrido
com a falta de investimentos e o próprio desmantelamento da política a partir
da desestruturação da Secretaria de Políticas para as Mulheres no nível federal.
O atual contexto é especialmente preocupante quando se constata que, apesar
de haver um aumento do conhecimento sobre a Lei Maria da Penha e da
consciência do que é a violência doméstica e familiar contra mulheres, cresceu
de 15% (em 2013) para 27% (em 2017) o percentual de mulheres que afirmam
que “não fez nada” ao ser indagada sobre “qual foi sua atitude em relação à
última agressão” (DaTaSEnaDo, 2018, p. 13). A frustração de expectativas das
mulheres quanto às suas necessidades e o que elas efetivamente obtêm a partir
das políticas públicas oferecidas pode explicar tais números.
Há poucos estudos sobre a efetividade de tais políticas. Relatórios
elaborados pelos próprios executores das políticas usualmente se limitam
a exaltar seus aspectos positivos, sem incorporar críticas independentes
destinadas à sua monitoração e ao seu aperfeiçoamento. É necessário avaliar
se as políticas projetadas estão sendo efetivamente implementadas e, quando
efetivamente implementadas, a efetividade de tais intervenções. Para isso, as
metodologias de avaliação de impacto permitem mensurar resultados e propor
aperfeiçoamento das políticas, projetos e ações.
A presente coletânea visa fornecer visão panorâmica sobre as políticas
públicas de prevenção à violência doméstica e familiar contra as mulheres
no Brasil, indicando algumas das experiências em curso. Para contornar as
lacunas de pesquisas independentes sobre a efetividade das políticas públicas
de prevenção, neste livro buscamos reunir pesquisas científicas produzidas
por pesquisadores e pesquisadoras na área de violência e gênero atuantes em
universidades situadas em diferentes estados brasileiros.

Políticas públicas de prevenção para a violência doméstica e familiar


contra as mulheres
Estudos internacionais dividem a atividade de prevenção da violência em
três níveis: prevenção primária, secundária e terciária (OMS, 2002; HEISE,
2011; OUR WACHT et alii, 2015). Atividades de prevenção primária, ou
de prevenção em sentido estrito, são destinadas à população como um todo,
tendo como foco as causas primárias (ou subjacentes) da violência doméstica,
16 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

relacionadas à visão estereotipada de papéis sociais entre homens e mulheres,


que normalizam a violência como aceitável ou tolerável (v. ÁVILA, 2017a).
A prevenção secundária, também denominada de intervenção precoce,
visa alcançar indivíduos que estão numa situação de risco acima da média
de sofrerem ou praticarem a violência doméstica, ou ainda se relaciona a
intervenções imediatas após a violência, usualmente pelos serviços de saúde,
a fim de se evitar a escalada da violência. A prevenção terciária, também
chamada de resposta, envolve intervenções de longo prazo para mitigar os
impactos negativos da violência, como os programas de apoio à vítima e de
responsabilização do agressor, bem como as respostas pelo sistema de justiça,
igualmente com a finalidade de prevenir em longo prazo a reiteração da
violência, ante seu caráter usualmente cíclico.
A divisão das políticas públicas nesta classificação nem sempre é questão
fácil. A presente coleção é dividida em três partes, relacionadas ao tipo da
atividade de prevenção. A primeira seção é dedicada à prevenção primária e
se inicia com o tema do acesso à informação pública sobre a violência contra
a mulher (cap. 2), por se referir a todas as formas de prevenção, enquanto
mecanismo de monitoramento e pressuposto de eventual revisão das políticas;
este tema foi incluído neste primeiro tópico por ser uma preocupação comum
aos demais estudos. Seguem os artigos relacionados à promoção da igualdade de
gênero no âmbito escolar (cap. 3), no mercado de trabalho (cap. 4) e o fomento à
maior efetividade das políticas públicas de segurança em geral (cap. 5).
Na segunda seção, sobre prevenção secundária, foram incluídos estudos
sobre o diagnóstico precoce da violência doméstica contra a mulher no
âmbito dos serviços de saúde (cap. 6), a articulação da rede especializada de
atendimento (cap. 7), o uso de instrumentais de avaliação e gestão do risco pela
rede de atendimento (cap. 8) e o reconhecimento das mulheres negras como um
especial grupo de risco no âmbito das políticas públicas (cap. 9).
Finalmente, na seção sobre prevenção terciária, foram incluídos estudos
sobre a experiência de atendimento integrado e intersetorial (cap. 10), sobre os
grupos reflexivos para homens autores de violência (cap. 11 e 12) e sobre a atuação
da polícia militar na prevenção da violência doméstica e familiar (cap. 13).
Assim, o cap. 2, por Paula Martins, analisa o direito ao acesso a
informações públicas sobre violência contra as mulheres no Brasil e seu caráter
instrumental em relação à construção das políticas públicas. A autora analisa
diretrizes internacionais e nacionais sobre a transparência estatal e o dever de
produzir informações, propondo recomendações para o aprimoramento no
tema da violência contra a mulher.
O cap. 3, por Ingrid Viana Leão, analisa a promoção da igualdade de
gênero no âmbito da política educacional, especialmente no âmbito do currículo
escolar, após a votação do Plano Nacional de Educação em 2014. Ela analisa o
embate entre o grupo “escola sem partido” e sua crítica à suposta “ideologia de
APRESENTAÇÃO 17

gênero”. A autora conclui que a discussão sobre as relações de gênero na escola


é um aspecto central do cumprimento de tratados internacionais subscritos pelo
Brasil, e da própria Lei Maria da Penha, analisando o impacto de legislações
estaduais restritivas no âmbito das impugnações perante o Poder Judiciário.
O cap. 4, por José Raimundo Carvalho e Victor Hugo de Oliveira,
analisa a contribuição do setor privado na prevenção da violência doméstica,
a partir das evidências trazidas pela Pesquisa de Condições Socioeconômicas
e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF-Mulher). O
trabalho argumenta que o mercado de trabalho possui um papel central na
prevenção desta violência, não apenas em como a autonomia econômica
das mulheres atua como um fator de proteção, ou como a igualdade salarial
e a maior representação de mulheres nos espaços de decisão contribui para
a alteração dos estereótipos de gênero, mas especialmente correlacionando o
quanto a violência doméstica e familiar impacta na redução da produtividade,
correspondendo, portanto, a um prejuízo para a empresa e o mercado. Ao analisar
o custo econômico da violência doméstica contra a mulher, os autores abordam
a prevenção da violência como fenômeno social e não apenas problema que
afeta individualmente as mulheres e suas vidas familiares. Exemplificam ações
nesse campo a partir da experiência de três empresas nacionais (Amêndoas do
Brasil, Avon do Brasil e Magazine Luiza) na promoção de programas de apoio
às empregadas e empregados em situação de violência doméstica.
O cap. 5, por Ana Paula Portella, analisa os cenários de homicídios de
homens e mulheres no estado de Pernambuco, e suas decorrências para as
políticas de segurança pública. A autora conclui que a violência interpessoal
atinge homens, a violência decorrente da criminalidade atinge homens e
mulheres (em contextos relativamente distintos), enquanto a violência familiar
e a violência cometida por parceiro íntimo atingem apenas mulheres. O
trabalho analisa a intersecção existente entre injustiça social, desigualdades
de gênero e a expansão do crime e da violência na sociedade brasileira,
concluindo pela necessidade de consideração de tais mortes de mulheres como
um fenômeno complexo que não admite um único modelo de ação, exigindo
a individualização das respostas às especificidades dos territórios. Este artigo
sinaliza a necessária correlação das políticas públicas em geral, e em especial
as políticas de segurança pública, com a prevenção das mortes de mulheres, e a
relevância da incorporação da perspectiva de gênero para outros cenários além
da violência doméstica e familiar, já que diversos homicídios de mulheres em
contexto de criminalidade em geral ocorrem por colateralidade, pelo simples
fato de tais mulheres terem uma relação afetiva com um homem envolvido na
criminalidade.
O cap. 6, por Tiago Ferreira de Assis e Suely Deslandes, analisa a
percepção dos profissionais da rede especializada de atendimento às mulheres
em situação de violência doméstica no município do Rio de Janeiro. A
18 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

partir de um histórico da implementação das ações do Pacto Nacional de


Enfrentamento à Violência contra as Mulheres no município do Rio de Janeiro,
e do fortalecimento das políticas públicas para enfrentamento da violência
doméstica e familiar contra as mulheres através da criação de equipamentos
públicos e capacitação de profissionais, o retrato atual elaborado pelos autores
mostra o impacto da redução dos investimentos públicos nas esferas federal,
estadual e municipal e descrevem com base em entrevistas realizadas com
profissionais que atuam nos serviços de atendimento especializado às mulheres
em situação de violência, uma rede fragilizada, deficiente na articulação entre
os seus diversos integrantes, portanto distanciando-se do ideal de atuação
intersetorial e integrada.
No cap. 7, Valeska Zanello discute o tema da intervenção de profissionais
de saúde mental no atendimento a mulheres em situação de violência
doméstica. A autora problematiza os impactos desta violência na saúde
mental das mulheres e, a partir da análise de estudos específicos, denuncia
a invisibilidade destes transtornos mentais perante os profissionais de saúde,
que passam a apenas tratar os sintomas e não investigar a verdadeira causa do
problema. Para enfrentar esta psiquiatrização da violência doméstica, a autora
aponta estratégias de elevação da efetividade da intervenção dos profissionais
de saúde, bem como de estratégias de prevenção nos territórios. Dentre tais
estratégias estão o protocolo de triagem, o treinamento continuado para
permitir o reconhecimento, a notificação compulsória e a integração em rede
das intervenções, bem como a criação de grupos de intervenções com mulheres.
O cap. 8 expõe estudo realizado por Marlene Neves Strey e Renata
Teixeira Jardim sobre a experiência da rede de atendimento especializado
para mulheres em situação de violência doméstica e familiar de Canoas/RS na
construção de um modelo de avaliação e gestão de risco. As autoras reconstroem
o processo de articulação local da rede de enfrentamento à violência doméstica
e familiar e narram o processo de construção dos fluxos de atendimento e
como a construção de um protocolo de avaliação e gestão de risco colaborou
positivamente para a rearticulação da rede local, para a partilha de informações
e para fomentar uma resposta mais individualizada pelo Estado para se evitar
as “mortes anunciadas” de mulheres.
No cap. 9, Suelaine Carneiro discute a interseccionalidade entre gênero e
raça, a partir de uma revisão das pesquisas que documentam uma elevação da
violência doméstica em relação às mulheres negras, em contraposição à uma
diminuição com as mulheres brancas, bem como através de entrevistas com
vítimas de violência doméstica e com profissionais da rede de atendimento. A
autora analisa como a intersecção entre gênero e raça deve ser tratada como
um fator de risco, cuja análise deve ser incorporada às políticas públicas de
enfrentamento à violência doméstica contra a mulher.
APRESENTAÇÃO 19

No cap. 10, Luanna Tomaz de Souza, Milene Maria Xavier Veloso


e Ivonete Pinheiro discutem o quanto o modelo do Pro Paz Mulher, criado
no Pará em 2014, se aproxima ou distancia dos marcos legais relacionados
aos centros de referência de atendimento à mulher em situação de violência
doméstica. Trata-se de uma política pública estadual que busca articular os
serviços relacionados à polícia, perícia, atendimento psicossocial e outros
serviços às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, como
assistência jurídica, de saúde e social. As autoras apresentam os desafios de uma
política que se pretende integrada, como a eventual frustração das mulheres, a
ausência de monitoramento dos casos, e os dilemas da integração dos setores
psicossociais deste serviço com as expectativas probatórias do sistema de
justiça. Destacam ainda a falta de abertura democrática para a participação dos
movimentos de mulheres na gestão desta política pública, a necessária visão
interseccional de raça que deveria estar presente, bem como as limitações deste
espaço enquanto polo de articulação intersetorial das políticas públicas.
Jacqueliny Pitanguy e Leila Linhares Barsted apresentam, no cap. 11,
os resultados de uma pesquisa realizada pela CEPIA sobre os serviços de
responsabilização de homens autores de violência. Para tanto realizaram
o mapeamento de tais serviços em todas as capitais brasileiras, bem como
aprofundaram a análise mediante estudo de caso em cinco cidades. Após
analisarem as diretrizes internacionais e nacionais quanto à promoção da
“responsabilização” dos autores de violência, as autoras apontam o potencial de
tais intervenções com homens fomentarem a prevenção da violência para além
das respostas tradicionais da justiça. Todavia, reconheceram uma disparidade de
experiências locais, tanto na perspectiva de institucionalidade e financiamento
da política, os desafios da capacitação das equipes, a inexistência de um projeto
nacional sobre o tema, com diferentes metodologias de intervenção, bem como
a ausência de instrumentos de monitoramento e avaliação sobre a efetividade
das intervenções.
No cap. 12, Adriano Beiras, Marcos Nascimento e Caio Incrocci
discutem os desafios dos grupos reflexivos com homens para a construção
da responsabilização e fomento da redução da violência doméstica e familiar
contra as mulheres. Os autores analisam a literatura especializada e apresentam
caminhos para a ampliação da efetividade de tais intervenções, no sentido
de diminuir a reincidência e elevar a conscientização e responsabilização
dos participantes. Discutem especialmente os referenciais teóricos de tais
intervenções, as dificuldades práticas enfrentadas pelos diversos grupos e o
árduo tema da metodologia de intervenção com os grupos, indicando pontos
mínimos que devem ser incluídos no programa para se fomentar sua maior
efetividade. Defendem a relevância de processos de monitoramento e avaliação
continuada e a produção de informações para subsidiar o aperfeiçoamento da
equipe e das políticas públicas, da integração destes serviços numa perspectiva
de rede, bem como apontam a relevância da criação de uma rede nacional de
20 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

programas, que deveria ser estruturada a partir de uma política nacional de


intervenção com homens autores de violência.
Finalmente, no cap. 13, Patrícia Krieger Grossi e Marlene Inês Spaniol
analisam a experiência da Patrulha Maria da Penha no Estado do Rio Grande
do Sul. Segundo as autoras, esta experiência pioneira de política de segurança
pública envolvendo a Brigada Militar no enfrentamento à violência doméstica
e familiar contra as mulheres tem se mostrado positiva na fiscalização
do cumprimento das medidas protetivas de urgência e na prevenção da
reiteração de novas violências. Todavia, sinalizam pontos que exigem o seu
aperfeiçoamento, como a transparência de dados, o fortalecimento e integração
desta política com a rede de prevenção intersetorial, a falta de protocolos de
atendimento que independam das volatilidades dos governos, a necessidade de
acompanhamento também dos autores da violência, bem como a capacitação
dos profissionais das patrulhas e da rede.

Uma pauta de pesquisa adiante


As iniciativas abordadas na presente coleção não exaurem o tema das
políticas de prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher.
No Brasil, apesar de haver várias campanhas sobre a não aceitabilidade da
violência contra as mulheres, pouco se tem investido no âmbito da prevenção
primária em campanhas sociais destinadas à alteração de papeis sociais
tradicionais entre homens e mulheres, a causa mais profunda da violência de
gênero. Outros países têm investido recursos significativos em programas de
longo prazo destinados a alterar tais visões sociais (ÁVILA, 2017a).
Na prevenção secundária, ainda há um grave déficit na notificação
compulsória de casos de violência doméstica (CERQUEIRA et alii, 2017, p.
14), faltando políticas mais sólidas de capacitação dos profissionais de saúde
e assistência social para reconhecerem os sinais da violência doméstica e
familiar contra as mulheres em estágios precoces, bem como sua articulação
em protocolos de intervenção claros que permitam a intervenção na situação de
violência em seus estágios menos agravados, para evitar sua posterior escalada.
Ainda que existam pesquisas sobre a percepção dos atores da rede quanto a
quais seriam os fatores de risco (MEDEIROS, 2015), há poucas experiências de
utilização de instrumentos de avaliação de risco pela rede de atendimento e que
carecem de validação cultural e científica de tais instrumentais (CAMPBELL,
2003). Também faltam pesquisas que apontem rumos para suprir a necessidade
de maior institucionalidade das redes de enfrentamento e de atendimento às
mulheres (PASINATO, 2015).
No âmbito da prevenção terciária, há elevada quantidade de temas a
descoberto nas pesquisas. Além dos estudos que monitoram a (ausência
de) efetividade do sistema de justiça em conceder as medidas protetivas
de urgência e em se articular no trabalho em rede após a comunicação da
APRESENTAÇÃO 21

violência pela vítima (PASINATO et alii, 2016), cumpre avaliar as novas


metodologias de monitoramento das medidas protetivas de urgência, como o
monitoramento eletrônico para agressores e vítimas. Embora existam trabalhos
sobre as tornozeleiras eletrônicas (MACIEL, 2014) e o “botão do pânico”, é
importante que outros estudos sejam realizados considerando a variação das
experiências em diferentes estados brasileiros. Mesmo no âmbito das rondas
de monitoramento pela polícia militar, há que se avançar nas pesquisas sobre
a efetividade dos planos de segurança às mulheres e as melhores estratégias de
acompanhamento dos casos. A Casa da Mulher Brasileira, enquanto espaço de
articulação da intersetorialidade do sistema de proteção e responsabilização,
necessita de mais tempo para sua consolidação e, em seguida, as pesquisas
sobre a efetividade de sua implementação hão de ser realizadas.
No âmbito da atuação criminal, cumpre avançar em pesquisas que
esclareçam as práticas mais ajustadas à intervenção adequada, tanto preventivas
quanto repressivas (MACHADO, 2014; VILLA e MACHADO, 2018a). Em
especial, deve-se repensar em experiências comparadas que permitam avaliar
a atuação dos atores envolvidos (VILLA e MACHADO, 2018b), mediante
uma política de segurança pública com perspectiva de gênero (ÁVILA,
2017b), definir estratégias processuais que possibilitem antecipar intervenções
protetivas com os supostos autores da agressão (ÁVILA, 2014), bem como
incluir disposições de proteção à mulher no âmbito da sentença penal
condenatória (TOLMIE, 2018). Cumpre avançar em pesquisas centradas nas
mulheres, para esclarecer as suas necessidades e expectativas ao pedirem ajuda
através das distintas portas de acesso à rede de atendimento especializado e para
avaliar o quanto tais necessidades e expectativas são efetivamente atingidas, de
forma a se viabilizar um debate mais sólido quanto aos rumos das políticas
públicas de proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar
(PASINATO, 2012; AMARAL, 2018).
Esta apresentação apenas anuncia a diversidade dos temas abordados e os
distintos percursos e enfoques dos(as) autores(as). A obra foi viabilizada graças
à parceria entre a editora Marcial Pons e a Fundação Escola Superior do MPDFT,
integra a Coleção Direito, Transdisciplinaridade e Pesquisas Sociojurídicas e,
particularmente este volume, insere-se na linha de pesquisa “Políticas públicas
e prevenção à violência”, do grupo Política Criminal, vinculado ao Programa
de pós-graduação em Direito e Políticas Públicas do UniCeub. Este projeto
editorial contou com o envolvimento de pesquisadores de diferentes instituições
de ensino superior e de distintos programas de pós-graduação em Direito e
Ciências Sociais. Agradecemos ao conselho editorial da editora Marcial Pons e
aos colaboradores que participaram do presente volume.
22 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Bibliografia
AMARAL, Alberto Carvalho. A violência doméstica a partir do olhar das vítimas:
reflexões sobre a Lei Maria da Penha em juízo. Belo Horizonte: D’Plácido,
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APRESENTAÇÃO 23

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PASINATO, Wânia. Acesso à justiça e violência contra a mulher em Belo
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PASINATO, Wânia. Oito anos de Lei Maria da Penha: entre avanços, obstáculos
e desafios. Estudos Feministas, Florianopolis, v. 23, n. 2, p. 533-545, 2015.
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violence, risk and security: securing women’s lives in a global world. Londres:
Routledge, 2018, p. 199-215.
24 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

VILLA, Eugenia Nogueira do R. M.; MACHADO, Bruno Amaral. O mapa do


feminicídio na Polícia Civil do Piauí: uma análise organizacional-sistêmica.
Opinião Jurídica, Fortaleza, ano 16, n. 22, p. 86-107, 2018a.
VILLA, Eugenia Nogueira do R. M; MACHADO, Bruno Amaral. Territórios da
violência de gênero: normativa internacional e os casos Campo Algodoeiro
(México) – Morro do Garrote (Brasil), Revista de Direito Internacional,
Brasília, n. 15, v. 2, 2018b.
ISBN 978-85-45572-01-5

A presente coletânea visa fornecer visão panorâmica


sobre as políticas públicas de prevenção à violência doméstica
e familiar contra as mulheres no Brasil, indicando algumas das
experiências em curso. Para contornar as lacunas de pesquisas
independentes sobre a efetividade das políticas públicas de
prevenção, neste livro buscamos reunir pesquisas científicas
produzidas por pesquisadores e pesquisadoras na área de
violência e gênero atuantes em universidades situadas em
diferentes estados brasileiros.

Fundação Escola

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