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DIREITOS HUMANOS

Jocelaine Jaloto de Lima - 202007298535 

ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA IONARA


RABELO: A PRÁTICA PSICOLÓGICA NA PANDEMIA
HISTÓRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Homens e Mulheres Homossexuais e Heterossexuais

Índios e Negros. Orientais e Brancos, Pedestres e ciclistas.


Sim, nós temos muitas diferenças!!
Mas, temos todos algo em comum...
Somos todos Seres Humanos!!
SEM DIFERENÇA OU DISTINÇÃO DE SEXO, COR, RAÇA, RELIGIÃO,
ORIENTAÇÃO SEXUAL E OPINIÃO POLÍTICA E POR ISSO DEVEMOS
SER RESPEITADOS E PROTEGIDOS
AFINAL, TODOS NÓS TEMOS DIREITOS. MAS, NEM SEMPRE FOI
ASSIM. NOSSOS DIREITOS FORAM CONQUISTADOS COM MUITAS
LUTAS. LUTAS QUE ATRAVESSARAM GERAÇÕES..
MUITOS HOMENS E MULHERES CONTRIBUÍRAM PARA AS
CONQUISTAS E OS DIREITOS QUE TEMOS ATUALMENTE.
HOJE ELES ESTÃO INSCRITOS E REGISTRADOS NA
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS.
DIREITO À SEGURANÇA
DIREITO DE NOS EXPRESSARMOS
DIREITO DE UM JULGAMENTO JUSTO
DIREITO DE IR E VIR
DIREITO À EDUCAÇÃO, SAÚDE E TRABALHO DESCENTE
ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA
IONARA RABELO A PRÁTICA PSICOLÓGICA NA PANDEMIA
• O desenvolvimento da pandemia revela o trabalho de uma área da Psicologia
ainda pouco conhecida, mas fundamental: a que trata da Gestão Integral de
Crises e Desastres. A especialidade, cujas primeiras intervenções remontam
remontam situações que envolviam desastres naturais e incêndios,
gradativamente passou a ser estudada após conflitos armados, ao longo do
século XX, e hoje é indispensável para ampliar as possibilidades de atuação
profissional em contextos de crises coletivas, tal como a pandemia causada pelo
novo coronavírus. A emergência sanitária internacional da COVID-19 é
considerada o maior desastre humanitário de nossa geração. No Brasil, o cenário
é devastador. Além da quantidade absurda de mortes, há consequências no
campo da saúde física, emocional e mental das populações, aumento das
violências, alastramento de fake news, além do agravamento da crise
econômica.
ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA
IONARA RABELO A PRÁTICA PSICOLÓGICA NA PANDEMIA:
• Para entender mais sobre o papel da especialidade nestes contextos, apresento uma entrevista com
a psicóloga e professora universitária Ionara Rabelo. Com larga experiência na área, Ionara trabalha
na Gerência de Vigilância às Violências e Acidentes, da Secretaria de Saúde de Goiânia, e, na
pandemia, apoiou a construção de estratégias de saúde mental e apoio psicossocial para
profissionais de saúde e da população de Goiânia. Também atua, desde 2011, como psicóloga em
projetos internacionais da ONG Médicos Sem Fronteiras. Segundo ela, o desastre se caracteriza por
possuir uma conotação sistêmica. “Nunca é só a barragem que rompeu. É a barragem que rompeu,
as políticas públicas que não estavam preparadas para o toque de recolher, as rotas de fuga que
não foram estabelecidas. Então, o desastre tem toda essa dimensão ampliada”, ensina. A psicóloga
explica que o desastre também se caracteriza pelo acúmulo de outros desastres decorrentes do
primeiro. Como uma peça que desarticula e desmonta outras tantas ao redor. É comum em um
desastre, por exemplo, perder pessoas durante o salvamento de outras ou mesmo ter efeitos
colaterais com impactos negativos. “É o caso da pandemia de COVID-19. O isolamento e o
distanciamento social, que são as estratégias mais eficientes enquanto não há vacina para todos,
podem tanto salvar como provocar sofrimento”, afirma. Na entrevista, Ionara comenta, dentre
diversos assuntos, a atuação das profissionais de Psicologia e, também, sobre as oportunidades de
se criar novos tipos de políticas públicas a partir do olhar psicossocial.
SOBRE OS DIREITOS HUMANOS, A SITUAÇÃO DE ISOLAMENTO SOCIAL FORÇADO
PODE SER CONSIDERADA UM DESASTRE PARA A HUMANIDADE, NO SENTIDO DE
QUE PROVOCOU DIVERSOS EFEITOS COLATERAIS, COMO VIOLÊNCIAS
SIMBÓLICAS E/OU FÍSICAS?
• O isolamento é como um efeito colateral da pandemia, que é classificada como emergência de
saúde pública internacional grave, a pior da nossa geração. Então, o isolamento, que é uma das
estratégias para diminuir o número de mortes, também tem impacto negativo na vida das
pessoas. Não quer dizer que não deveria ter sido utilizado. Por isso, considero muito importante
a atuação da Psicologia, que, ao longo de 2020, mostrou que pode ajudar a população muito
além do atendimento individual. E mostrou isso produzindo material educativo de interesse
público. Tivemos inúmeras lives, bastante material sobre relações humanas, comunicação
interpessoal, inclusive orientações sobre como cuidar das crianças, entre outros. Sobre o
agravamento das violências, a gente já tinha esse indicador, porque tínhamos pesquisas
comprovando isso na China. Então, o desastre funciona como uma lupa, ele não provoca
violência, ele amplifica aquilo que já existe. Considerando que muitas relações funcionam nessa
base do patriarcado, onde a mulher tem pouco poder, o universo de confinamento eleva as
possibilidades de conflitos. No começo da pandemia não tivemos tanto aumento das denúncias;
já no final do ano sim. Inclusive, houve uma pesquisa muito interessante em São Paulo que
mostrou o aumento dos conflitos por meio de uma ferramenta de busca no Twitter. Ali já havia
um indicativo de aumento de conflitos pelas palavras que a ferramenta captava.
DE MANEIRA GERAL, COMO VOCÊ TEM AVALIADO O CENÁRIO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS NO BRASIL NO CONTEXTO DE COMBATE À PANDEMIA, EM UM
MOMENTO DA NOSSA HISTÓRIA EM QUE HÁ TANTA NEGLIGÊNCIA COM AS
POLÍTICAS SOCIAIS?
• É importante começar relembrando que o cenário geral da gestão pública no combate à pandemia foi
totalmente desarticulado. Não houve uma conversa entre os governos federal, estaduais e mune isso
dificultou a mobilização social em prol de uma direção única. Inclusive, tivemos discursos que fizeram
chacota sobre o perigo do vírus. Mas vejo como positivo o fato de muitos gestores finalmente
colocarem a saúde mental na pauta. Não a visão de ausência de doença, mas como um processo que
precisa ser cuidado nas relações do trabalho. Com isso, foram construídos mecanismos para
aumentar a sensação de segurança dos trabalhadores da linha de frente, baixar os níveis de
ansiedade e a gente conseguir cuidar uns dos outros. Mesmo assim, muitos gestores perderam a
oportunidade de entender o quanto a saúde mental é importante, o quanto a Psicologia é
importante nesse momento. Se a gente tivesse ousado um pouquinho mais apresentando propostas
de trabalho e ampliando o que a gente já sabe fazer, talvez o impacto positivo tivesse sido ainda
maior. Um exemplo são os CAPs, que atendem os transtornos mentais moderados a graves e para
tratamento para álcool e outras drogas. Se os CAPs tivessem capacitado agentes comunitários de
saúde para trabalhar com as angústias e as ansiedades da população, poderiam ter causado grande
impacto positivo nas comunidades, oferecendo cuidados iniciais de saúde mental para as pessoas.
Os direitos humanos são garantidos legalmente pelo ordenamento
jurídico, protegendo indivíduos e grupos contra ações que interferem
nas liberdades fundamentais e na dignidade da pessoa humana. Estão
expressos também em tratados internacionais, em plêiade de princípios
e outras modalidades do Direito.
• Revista_Dialogos_n12_A_Pratica_psicologica_na_pandemia-
pagina_simples

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