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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP


ICH – Curso de psicologia / Campus Paraíso

Nome: Jéssica Izumi Bueno Nishimori


RA: N2728b-0
Semestre / Período: 9° semestre, noturno
Título da atividade: Fala Psi - CRP Santa Catarina
Data da realização: 28/06/2022

1. Fala psi – Psicologia e a prevenção ao HIV/AIDS.

Assuntos relacionados a sexualidade sempre foram considerados tabus


sociais, historicamente o sexo sempre fora atrelado a algo proibido, sujo,
relacionado ao pecado, sendo assim, sua função relacionava-se apenas com a
tarefa de procriar.
Ao refletir sobre as infecções sexualmente transmissíveis (IST’s),
principalmente quando se refere a HIV e a AIDS percebemos que a censura
relacionadas a tais assuntos, apenas contribuíram para disseminar a desinformação
na sociedade, culminando em um preconceito e uma discriminação que percebemos
até os dias de hoje.
Não vemos campanhas amplamente divulgadas nas mídias falando sobre
prevenção, muito menos dialogando sobre pautas relacionadas a desmistificação
das formas de transmissão do HIV. É comum o pensamento equivocado de que a
pessoa portadora morrerá ou que nesta situação deveria ser isolada, pois, apenas
estar ao seu lado seria o suficiente para contrair o vírus.
Sendo assim, a atuação do psicólogo como um profissional comprometido
com a esculta empática, acolhimento e reflexão, possui a missão de contribuir com a
construção desse diálogo, principalmente quando relacionados a prevenção,
inclusão e desmistificação de certos paradigmas políticos e sociais relacionados ao
tema.
Dessa forma, percebo que no contexto atual em que vivemos, o papel do
psicólogo em parceria com as diversas áreas de apoio, tais como as de saúde e
apoio social, tornam-se de extrema importância.
Intui-se assim, estabelecer um novo diálogo, que permita que as informações
sejam transmitidas de forma fácil, objetiva e clara, de modo que se consiga
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conscientizar, educar, desmistificar e orientar sobre prevenção e profilaxia em


relação as IST’s.
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2. Fala psi – Populações em situação de rua.

Em nosso cotidiano comumente nos deparamos com pessoas em situação de


rua. Inúmeros podem ser os motivos para isso ocorrer, porém, a partir do momento
em que alguém vive tal circunstância, percebe-se que aos olhos da maior parcela da
sociedade este individuo perde sua identidade e status de ser humano.
Tal fenômeno é decorrente da extrema diferença da distribuição de renda em
nosso país, onde o capital permanece praticamente apenas nas mãos dos mais
abastados, tornando a pobreza uma condição de difícil reversão.
Nossa sociedade sempre possuiu características higienistas, tal visão pauta-
se em uma forma de limpeza social. Está, no que lhe concerne, reivindica que
aquele a margem da sociedade devem ser eliminados, pois, não contribuem para a
geração de renda.
Dentre outros fatores que podemos elencar como suscitador da condição de
rua refere-se a falta de políticas públicas que suplementam as necessidades dos
mais pobres, a escassez de auxílio e visibilidade pelos órgãos governamentais,
preconceito, falta de auxílio psicológico e familiar.
Com o surgimento da pandemia mundial, vimos o cenário da calamidade
pública se intensificar, muitas pessoas perderam seus empregos, ou seja, perderam
o único meio de renda e acabaram sem possibilidades para contornar a situação,
obrigados a morar nas ruas.
O campo de atuação do psicólogo corresponde a atender, compreender e
possibilitar as demandas comunitárias, reivindicando mudanças das políticas
públicas e de inclusão social, programas de acolhida e abordagem dessa população.
Deste modo, como futura psicóloga percebo a importância de uma atuação
comprometida com as pautas sociais, pois todos devem ter o direito a uma vida
digna, com respeito, inclusão e dignidade. Faz parte de um dos nossos deveres,
contribuir na luta pela garantia de direitos igualitários seja do ponto de vista
econômico, como social e humano.
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3. Fala psi – Psicologia e pessoas idosas.

A temática que se refere ao envelhecimento, por se tratar de um fenômeno


biológico e social merece grande atenção, afinal todos vão passar por isso um dia.
Com o passar das décadas pode-se perceber um aumento significativo na
expectativa de vida da população, o que nos faz pensar se as políticas de inclusão
estão sendo efetivas.
A saúde mental na terceira idade vem sendo cada vez mais explorada, pois, o
idoso necessita de um suporte para lidar com as mudanças e dificuldades que
surgem com a idade, nesse sentido, há um grande foco nas questões referente a
qualidade de vida, valorização da autoestima e pertencimento social.
A inclusão do idoso não abrange apenas o contexto social, mas também
destaca a importância da pertença digital. Sendo assim, a tecnologia surge como
possibilidade de inserção, além de estimular cognitiva e intelectualmente.
O contexto pandêmico que vivenciamos afetou negativamente essa faixa
etária, visto que eram os mais idosos os principais afetados devido à fragilidade da
saúde. Como consequência percebemos que ocorreu um afastamento ainda maior
nas relações sociais desses indivíduos, já que esses não podiam sair de casa.
Visando todos esses acontecimentos, torna-se evidente a necessidade de
profissionais da psicologia empenhados na promoção da saúde mental e bem estar
dos nossos idosos.
Dessa forma, percebo que com o aumento da longevidade novas
perspectivas foram inauguradas, de forma que é necessário conhecer e reconhecer
as necessidades dos mais velhos. Uma escuta acolhedora e empática é
fundamental, pois são eles que detém os conhecimentos mais mágicos que
podemos encontrar.
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4. Fala Psi – Saúde mental e psicologia.

A psicologia social, está historicamente ligada as questões referente a luta


antimanicomial, boa parte dessa contribuição relacionam-se as ações inclusivas em
prol de conquistas no que tange as políticas públicas. Tal reivindicação buscou,
desmistificar o pensamento que ligava doença mental a concepção de loucura,
imposta pela lógica psiquiátrica e médica.
De certa forma, deu vez, voz e direitos aos doentes, de modo que esses
poderiam decidir sobre os rumos da sua vida, visto que nos manicômios os
indivíduos perdiam toda a sua autonomia e de certa forma até seu status como ser
humano, portador de direitos como qualquer um em nossa sociedade.
Em nosso país temos um exemplo escancarado da crueldade cometida nesse
contexto. Trata-se do Hospital Colônia de Barbacena. Onde praticamente funcionava
um depósito humano, onde os sujeitos ali abandonados eram considerados a
margem da sociedade, logo deveriam ser interditados do convívio social.
Tal pensamento apoiava-se na lógica higienista da época, centrando o poder
nas mãos dos médicos, permitindo que esses decidissem quem era louco ou são.
Percebe-se que desde o início o adoecimento mental ligava-se diretamente a lógica
da moral vigente, onde considerava o ser acometido por um fator patológico deveria
ser “curado”, ligando o fator do adoecimento a um castigo, um mal moral praticado.
Outro fato que podemos citar é que os manicômios surgem também como
meio do controle social, utilizavam-se desse cerceamento para monopolizar a razão
e o poder apenas em determinas mãos, de modo que ao usurpar a liberdade
impossibilitava que as figuras importantes da época fossem questionadas.
A meu ver, em relação à situação em que nos encontramos, a psicologia vem
se consolidando como uma forma de luta, de resgate da individualidade, forma de
enfrentamento, possibilidades de escolhas e expressão. Dessa forma torna-se de
extrema importância, principalmente aos futuros profissionais, que pensando nisso
devem se comprometer a propagar essa luta contra a estigmatização, agindo ao
nível social e de políticas públicas inclusivas.
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5. Fala Psi – Psicologia e relações raciais.

A maioria de nossa sociedade é composta por pessoas negras, por mais que
essas pessoas componham a maior parcela da população vemos diariamente nos
noticiários e jornais que estes, no que lhe concerne vivem em constante perigo
social, seja por questões referente ao preconceito, desigualdade ou vulnerabilidade.
Muitas vezes percebemos que dentro da nossa sociedade há uma divisão
hierárquica invisível, por mais que promovam tentativas de mudar esse fato, que
rememora a época da escravidão, torna-se claro uma tentativa de dissimular que
ainda persiste tal visão.
Pessoas negras morrem mais do que pessoas brancas, vendem um ideal de
igualdade que de fato não existe, pois, essa perseguição nos faz regredir ao período
escravocrata. Começa pela falta de direitos iguais, onde um negro tem medo de sair
da sua residência e ser confundindo com um bandido, pois é evidente que uma
pessoa branca não é constantemente abordada pelo famigerado “enquadro” e se
porventura é parada, a polícia não age com hostilidade.
Podemos citar diversos exemplos que escancaram a realidade social,
pessoas negras sofrem com o preconceito na pele, são obrigados a viver as
margens da sociedade e expostos a um perigo social que vai além da violência física
e psicológica, alcançando níveis econômicos e socioculturais.
Dentro desse contexto, considero que o papel do psicólogo nas questões
étnico-raciais possui um caráter além de inclusivo, o de modificação e luta por
direitos igualitários, resgate histórico e cultural.
Podendo operar no âmbito das políticas públicas e assistência social,
contribuindo para desistigmatização e no auxílio em conjunto a essas pessoas,
trabalhando em conjunto e auxiliando para ocorrer a devida apropriação de direitos
conquistados com muito sangue e suor.
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6. Fala psi - Relações de gênero e feminismo.

O feminismo nasce como uma forma de luta social, em busca de reivindicar


equidade de direitos e oportunidade, das mulheres, consideradas o “sexo frágil”
sendo relegada ao papel de dona de casa, que cuida dos filhos, do lar e do marido.
Marido esse vendido como detentor de todos os direitos, inclusive do direito ao
corpo da mulher.
Na história a mulher nascia com seu papel já definido, não lhe era permitido
escolha. Deveria aprender a cozinhar, a limpar, agradar os homens e se pararmos
para refletir os primeiros brinquedos dados a uma menina já diziam respeito a sua
atribuição de eterna mãe e dona de casa.
Dentro da psicologia mesmo, que surge a partir de homens, Freud e a
histeria. Devemos considerar que histeria vem de útero, comicamente uma patologia
do sexo feminino, que reprimida em suas vontades e individualidades adoecia. Tal
alcunha nos persegue até hoje, com um significado semelhante em sua raiz, a
mulher histérica equivale à mulher louca.
Hoje muita coisa mudou e o movimento feminista contribuiu muito para essas
mudanças, hoje podemos opinar, exercer nossa vontade, votar, trabalhar fora, ser
mãe solo entre muitas outras atribuições. Contudo, a vida feminina continua “frágil”,
a sociedade patriarcal ataca novamente, pois ensinou aos homens que eles eram
detentores dos nossos corpos, desse pensamento machista e sexista vem o
feminicídio, vem o medo de usar uma roupa curta e ser estuprada.
A psicologia na minha opinião deve contribuir para mudar a visão da
sociedade e vem fazendo isso, promovendo palestra que visam educar e reeducar
as pessoas. Através de um pensamento crítico, que enxerga as questões sociais, de
sexo, gênero e cor, que defende as minorias, vulnerabilizadas consideradas mais
fracas, promovendo o fortalecimento, expondo a opinião, integrando a identidade e
mostrando que podemos ser quem quisermos ser, fazer o que bem queremos fazer,
pois, todos possuem o direito de exercer a singularidade como bem entende.
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7. Fala psi – Psicologia e pessoas com deficiência

Pautas referentes as deficiências inicialmente foram restritas a área da


educação, porém, com o passar do tempo esse assunto ganhou destaque e espaço
em outras áreas de atuação, pois se tornou evidente a necessidade de expandir a
abrangência dos trabalhos ligados ao tema.
Antigamente, as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade. Por
exemplo, na Idade Média inúmeros fatores eram elencados como motivo para tal
ocorrência, na visão desta época as deficiências eram provenientes de castigos
divinos, sendo assim, a única saída para essas pessoas era o abandono, a
interdição e até a morte.
Tal paradigma começa a modificar-se na era renascentista, momento que
surgiram descobertas cientificas e novos tratamentos. Contudo, foi somente no
século XX que mudanças propriamente ditas surgiram no contexto de atenção,
tratamento, proteção e inserção social.
Com a chegada do século XXI e o surgimentos de leis voltadas ao tema,
tornou-se indispensável a realização de discussões e trabalhos que buscassem a
adequação e a inclusão, de modo que todo ser humano pudesse ter uma vida digna,
fundamentada nos direitos fundamentais.
Essas necessidades e destaque sobre o tema que se apresentava cada vez
emergentes, estimularam o aparecimento de novos estudos focados nas
necessidades desse público, que compõe grande parte da população. Dessa forma,
torna-se extremante necessário garantir o convívio social, resgate da cidadania,
inserção no mercado de trabalho, promoção do convívio familiar, preservando os
direitos, a liberdade, dignidade, igualdade e integridade.
Visando isso, considero que a atuação e contribuição do psicólogo torna-se
muito relevante quando falamos em pessoas com necessidades, visto que dentro de
nossa atuação, promovemos o bem-estar e a qualidade de vida individual. Podendo
agir de forma multifatorial e multidisciplinarmente voltado para criação de políticas
públicas, espaço de acolhimento e escuta, oficinas que visam promover habilidades
e competências, entre outras. Desse jeito, nossa atuação oportuniza a possibilidade
de mudanças, reivindicando os direitos, possibilitando que o paciente possa tomar
os rumos de sua vida de modo a ser o protagonista de sua própria história.
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8. Fala psi – Imigrantes e refugiados.

A questão relacionada aos imigrantes e refugiados é antiga, porém está mais


atual do que nunca, visto que constantemente assistimos e ouvimos nas mídias
sobre esse fenômeno que acorre cada dia mais.
Diversos motivos corroboram para isso ocorrer, tais como causas políticas e
econômicas, onde visam uma perspectiva de vida melhor e mais digna do que a
vivenciada em seu país de origem, estes podem ser caracterizados como imigrantes
voluntários. Nesse quesito pode-se dizer haver um planejamento prévio do sujeito,
com a possibilidade de retorno.
Já a imigração involuntária decorre de uma situação emergencial, totalmente
oposta a citada anteriormente. Esses casos se deram em resposta a uma situação
coercitiva, de vulnerabilidade social, violência, medo, violação de direitos, guerras,
instabilidade política. Ou seja, não há possibilidade de retorno a sua terra.
Tais modificações geram diversos impactos e cicatrizes na psique do sujeito
visando que esse teve que abandonar sua terra, sua família, sua língua materna,
seus costumes. Além de ter que adaptar-se a nova realidade em um país estranho,
lidar com o preconceito eminente tendo que reconstruir a vida do zero onde muitas
vezes não encontra oportunidades.
Um produto direto disso é que cada vez mais imigrantes e refugiados acabam
nas ruas, por não possuírem condições de se manter, por não possuírem seus
direitos resguardados e suporte governamental.
Por mais que os refugiados possuam direitos, estando sobre tutela da ONU e
devendo ser resguardados pelas políticas de acolhida, percebemos que infelizmente
isso não ocorre ou não vem sendo efetivo.
O psicólogo dessa forma, deve atuar de modo a acolher e escutar o que
esses sujeitos têm a dizer, auxiliar em relação às garantias sociais que são de
direito, atuando na construção de políticas públicas, seja atuando ou pesquisando,
realizando intervenções de modo a não propagar a vivência de novas violações.
Desse modo, a nossa ação como futuro profissional deve ser pautada no
dever de contribuir, auxiliando a tomada de consciência do indivíduo, possibilitando
que este possa ter uma vida possível e digna, viabilizando que seus direitos sejam
exercidos e suas necessidades acolhidas.
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ANEXOS

Psicologia e a prevenção ao HIV/AIDS

Populaçoes em situação de rua


11

Psicologia e pessoas idosas

Saúde mental e psicologia


12

Psicologia e as relações raciais.

Relações de genero e feminismo.

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13

Psicologia e pessoas com deficiências

Imigrantes e refugiados

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