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Estágio: Plantão Psicológico

Dia da semana: Terça-feira Horário: 19:30 às 22:00


Nome: Jéssica Izumi Bueno Nishimori
RA: N2728b-0
SOUZA, Marlene Rodrigues de. Negligência familiar contra a criança: Uma
intervenção necessária. 2001, 102 folhas. Trabalho de conclusão de curso
(Graduação em assistência social) - Universidade federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2001.

P. Citação Obs.
A violência não possui um único significado, é O fenômeno da violência vem
preciso sair de sua singularidade, partindo para sendo praticado e perpetuado por
o enfoque da pluralidade de suas formas e
defini-la dentro da dimensão de sua nossa sociedade há tempos.
especificidade, e que ela é um fenômeno Inicialmente a criança possua
P. 11 presente na trajetória da humanidade (SOUZA, status de pequeno adulto, não
2001, P. 11). possuindo direitos, apenas deveres.
Dessa forma eram tratadas como
objetos sem valor. Conforme nossa
sociedade evoluiu, contudo, apenas
dos direitos conquistados e órgãos
criados para proteção infantil, sabe-
se que muitas vezes tal suporte não
é amplamente efetivo. Desse modo
a violência continua a ser
perpetuada, violando assim os
direitos essenciais infantis.
Alguns autores nos afirmam que a violência Não é incomum ver nos noticiários
doméstica ocorre na face oculta do que se mãe que encobertam a violência
chama "lar", costuma ser camuflada pôr um
amplo e perversivo complô de silêncio, desse praticada contra seus filhos, seja
complô costumam participar os pais abusivos, por medo, independência ou amor
P. 13 seus parentes, vizinhos e sociedade em geral ao agressor, que perpetua os maus
(SOUZA, 2001, P. 13). tratos, achando-se no direito de
realizar tal atos que incluem danos
físicos, psicológicos, negligencias e
sexuais. Ainda, vale ressaltar que
tais atos podem possuir caráter
passivo ou ativo, ocorrendo em
diferentes graus. Vale ressaltar que
tal fenômeno não escolhe cor,
classe social, raça ou religião,
podendo ocorrer em todas as
gamas sociais.
A violência física é usada como uma das No que tange as violências físicas,
formas mais requintadas de abuso, e, pode sabe-se que o grau das agressões
iniciar com um tapinha e ir até espancamento
que pode levar à vítima morte. Ou seja, o uso podem evoluir gradativamente.
da violência física pode, dependendo da falta Historicamente as “palmadinha”
de controle do agressor, ultrapassar até os eram legitimadas como modo de
padrões socialmente legitimados e aceitos educar, disciplinar e corrigir
(SOUZA, 2001, P. 14). comportamentos considerados
P. 14 inadequados, no entanto, sabe-se
que esse meio não funciona dessa
forma.
É designada também como tortura psicológica, Sua prática muitas vezes passa em
isto ocorre quando o adulto deprecia a criança. branco para quem pratica ou até
A violência psicológica é a forma de violência
mais praticada contra crianças e adolescentes,
mesmo presencia esse tipo de
P. 19 violência. É comum vir associada a
e a mais difícil de se detectar pelo seu
processo subjetivo, pois não deixa marcas uma “tentativa de educar” ou
(SOUZA, 2001, P. 19). repreender. Pode surgir como
castigos, terror psicológico
perpetuado pelo medo, amaças
veladas. Sabe-se que esse tipo de
violência pode impactar uma
criança para o respo de sua vida,
de modo a causar grandes
prejuízos em seu desenvolvimento
e integração sadios.
[...] a violência doméstica pode assumir duas Quando falamos da violência
formas: ativa (abusos) ou passiva (negligência) empregada de forma passiva nos
podendo ser perpetrada pôr parentes
consanguíneos (pais, irmãos, tios, primos,
referimos a casos de negligência.
avós, etc.), ou pôr afinidade (madrasta, Essa questão pode ocorrer por
padrasto, responsáveis, etc.); a vítima possui inúmeros motivos, entre eles as
P. 26 os seus direitos de cidadão proposto pelo condições estruturais da nossa
estatuto, terminantemente negados, urna vez sociedade. Sua ocorrência pode se
que passa de sujeito de desejo à objeto de
satisfação das necessidades do adulto
dar d forma moderada ou severa,
(SOUZA, 2001, p. 26). relacionada com negligencias
médicas, educacionais, higiênicas,
de supervisão, física. Sendo
praticadas de forma isolada ou
combinada.
Os pais negligentes são adultos que não se Negligencias biológicas podem
ocupam de seus filhos nas suas necessidades decorrer de um defeito em relação
físicas, psicológicas e sociais, e a não
ocupação ou deficiência podem ser o resultado
aos sentimentos sensoriais afetivos
de três dinâmicas que se entrelaçam: a e características biológicas.
biológica, a cultural e a contextual, dinâmicas Comumente em relação a figura
P. 33 essas que são diferentes, mas as materna, pode surgir como uma
consequências para as vítimas podem ser rejeição ativa evidenciado por um
idênticas (Souza Apud Morais, 2001).
comportamento violento. Algumas
patologias podem predispor esse
fenômeno, tais como a depressão,
doença mental, toxicomania e
traumas. Negligência cultural se
relacionam a crenças e valores
familiares e grupais, conhecimento
inadequado ou a falta em relação
aos cuidados. Negligência
contextual advém da exclusão
social, pobreza e marginalidade.
Ao ser vítima de qualquer forma de violência, a A criança que cresce em um
criança e ou adolescente pode apresentar ambiente cercado por violências,
mudança de comportamento, bem como
traumas irreparáveis ao seu pleno
agressões e negligencias tem
P. 46 grandes chances de ter medo e
desenvolvimento (SOUZA, 2001, p. 46).
desconfiança, podendo até tornar-
se violenta, perpetuando o que lhe
ocorre. Podem desenvolver retardo
no crescimentos em decorrência de
sub nutrição, tal fator pode gerar
também defasagens sociais e
afetivas importantes.
Psicologicamente falando, pode
ocorrer sentimentos de rejeição,
fragmentação e isolamento social.

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