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Estágio: Plantão Psicológico

Dia da semana: Terça-feira Horário: 19:30 às 22:00


Nome: Jéssica Izumi Bueno Nishimori
RA: N2728b-0
FREUD, S. Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em
autobiografia “o caso Schreber”, artigos sobre técnica e outros textos. Vol. 10.
Companhia das letras, p. 100-110.
P. Citação Obs.
“...todo ser humano, pela ação conjunta de Os objetos introjetados na infância
sua disposição inata e de influências possuem ampla influência para as
experimentadas na infância, adquire um certo
modo característico de conduzir sua vida
escolhas objetais amorosas na vida
amorosa, isto é, as condições que estabelece adulta. O primeiro objeto que a
P. 101 para o amor, os instintos que satisfaz então, os criança entra em contato é a figura
objetivos que se coloca” (FREUD, 1998, v. 31 dos pais, modelo de identificação
n. 57, p.101). primaria, baseando-se nisso,
podemos dizer que pode ocorrer
uma repetição geracional na vida
adulta, quando volta-se a libido a
uma figura que remete a esse
primeiro objeto internalizado.
“Aquele cuja necessidade de amor não é O paciente projeta no mundo
completamente satisfeita pela realidade externo seu anseio por ser amado,
se voltará para toda pessoa nova com
expectativas libidinais,* e é bem provável
dessa forma vincula a imagem de
que as duas porções de sua libido, tanto a pessoas importantes do passado
P. 101 capaz de consciência quanto a inconsciente, na figura de pessoas de seu
tenham participação nessa atitude” (FREUD, convívio.
1998, v. 31 n. 57, p.101).
Uma precondição regular e indispensável de Quando a libido se volta ao
todo adoecimento neurótico é o processo que inconsciente ocorre um
Jung designou adequadamente como
introversão da libido. Ou seja: diminui a porção
afastamento do mundo externo
da libido capaz de consciência, voltada para a ocasionando o adoecimento , o
realidade, e aumenta no mesmo grau a porção sujeito fica então alheio as coisas
afastada da realidade, inconsciente, que ainda que ocorrem ao seu redor,
pode alimentar as fantasias da pessoa, mas passando a buscar a satisfação que
P. 103 que pertence ao inconsciente (FREUD, 1998,
v. 31 n. 57, p.103).
poderia ter nas relações objetais de
seu próprio ego.
Ali onde a investigação psicanalítica depara Ao direcionar a libido para o
com a libido recolhida em seus esconderijos, inconsciente ocorre um retrocesso
uma luta tem de irromper; todas as forças que
causaram a regressão da libido se levantarão
do desenvolvimento, ou seja, o
P. 103 paciente se volta aos afetos
como “resistências” ao trabalho, para
conservar esse novo estado de coisas primitivos infantis. A libido se
(FREUD, 1998, v. 31 n. 57, p.103). recolhe, pois o sujeito teve a
obtenção do prazer recusado.
‘Mas as resistências que têm essa origem não A resistência aparece como
são as únicas, nem mesmo as mais fortes. A mecanismo de defesa contra as
libido à disposição da personalidade sempre
estivera sob a atração dos complexos
ansiedades e angústias
provenientes do processo
inconscientes (mais corretamente, das partes psicanalítico, esta submerge na
P. 103 desses complexos que pertencem ao forma de regressão (libidinal) onde
inconsciente), e caiu na regressão porque a
atração da realidade havia relaxado (FREUD,
o sujeito retorna a um ponto em
1998, v. 31 n. 57, p.103). que houve uma interrupção no seu
desenvolvimento psicossexual.
É então, segundo nossa experiência, que Quando as ideias reprimidas no
surge a transferência. Quando algo do material inconsciente ameaçam submergir a
do complexo (do conteúdo do complexo) se
presta para ser transferido para a pessoa do
consciência com a transferência
médico, ocorre essa transferência; ela produz a entre paciente e analista, ocorre o
associação seguinte e se anuncia mediante surgimento de um mecanismo de
P. 104 sinais de resistência...” (FREUD, 1998, v. 31 n. defesa, que procura preservar a
57, p.104). psique de conteúdos insuportáveis
recalcados.
A transferência positiva decompõe-se ainda na A transferência positiva decorre do
dos sentimentos amigáveis ou ternos que são um vínculo de confiança que o
capazes de consciência, e na dos
paciente deposita no analista, onde
P. 107 prolongamentos destes no inconsciente sentimentos amigáveis, amorosos e
(FREUD, 1998, v. 31 n. 57, p.105).
ternos são investidos na figura do
analista. Por meio dela o processo
psicanalítico de fato começa, pois
por meio da transferência é que se
obtém acesso ao inconsciente do
paciente.
A ambivalência nas inclinações Na transferência negativa
afetivas é o que melhor explica a capacidade sentimentos agressivos e hostis
de os neuróticos, porém suas transferências a
são voltados para a figura do
P. 107 serviço da resistência. Quando a capacidade analista. Os pacientes paranoides
de transferência torna-se essencialmente
negativa, como nos paranoicos, acaba a apresentam a impossibilidade de
possibilidade estabelecer uma transferência
de influência e de cura (FREUD, 1998, v. 31 n. positiva e isso dificulta o manejo
57, p.107).
clínico, pois esse não se deixam
influenciar pelo trabalho analítico
clássico.

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