Você está na página 1de 3

Estágio: Psicodiagnóstico

Dia da semana: Sexta-Feira Horário: 19:10 às 22:00


Nome: Jéssica Izumi Bueno Nishimori
RA: N2728b-0
Ancona-Lopez, S. (Org.). Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática.
São Paulo: Cortez, ed. 1, p.61-68, 2014.
P. Citação Obs.
Tomando o psicodiagnóstico dentro de um São importantes fontes para a
contexto investigativo e avaliativo, obtenção de informações, um
referindo-se à avaliação individual, os momento privilegiado para se obter
próprios movimentos transferenciais e um efeito terapêutico. Possui um
contratransferências também serão caráter contínuo que auxilia o
entendidos como dados a serem recolhidos profissional a discernir sobre
P. 61 (...) (GUIMARÃES; FANTINI, 2014, ed. 1, encaminhamento e orientação,
p. 61). bem como os passos futuros.
No decorrer da entrevista é
necessário entender o que o
paciente transfere para o psicólogo,
bem como o que lhe provoca, isso
auxilia a caracterizar que tipo de
vínculo o paciente estabelece.
Quando o cliente busca um psicólogo - Torna-se fundamental intervir no
espera ser atendido em suas presente, no momento em que as
necessidades, pouco importando sob que inquietações e sofrimentos
nome este atendimento se efetue. Muitas psicológicos mobilizaram o
vezes, desconsiderando este pedido do paciente a procurar auxílio, ajuda
cliente, o psicólogo, ao nomear sua prática, de um profissional. Sendo assim,
decide postergar a intervenção, algumas intervenções devem
empobrecendo um encontro rico de ocorrer mesmo antes do processo
possibilidades (ANCONA-LOPEZ, 1995, terapêutico de fato começar.
P. 62 p.33) - Por conta disso, desenvolveu-se
um modelo de psicodiagnóstico em
grupo, que objetiva que ocorra
movimentos de identificação e
diferenciação visando favorecer o
conhecimento de si, em conjunto
desenvolveu uma serie de
devolutivas parciais aos pais, que
ocorrem entre a entrevista inicial e
final, sendo intercaladas aos
atendimentos das crianças.
respeitar as condições nas quais se dão O trabalho em grupo é considerado
(os fenômenos transferenciais) e lidar com como uma enorme ferramenta para
eles em benefício de suas atividades. produzir mudanças psíquicas,
Quando isto acontece, instala-se uma dentro deste método o coordenador
situação aberta, favorável à eliminação das do grupo recebe de uma forma
barreiras de comunicação e à observação mediada e compartilhada o impacto
P. 62 dos movimentos emocionais com que se da transferência, isso facilita e
defrontam os participantes do sustentação do lugar clínico.
relacionamento (Trinca, 1984, p. 23). Em relação ao psicodiagnóstico de
trinca, a observação da relação
psicólogo e paciente torna-se uma
peça-chave para apreensão de
fenômenos emocionais.
Os relacionamentos objetais iniciais são, Em uma relação psicólogo e
quando favorecedores do desenvolvimento paciente, assim como os
do bebê, necessariamente subjetivos. É relacionamentos objetais iniciais
importante que essa mesma qualidade mencionados por Winnicot, o
subjetiva inicial esteja presente na terapeuta torna-se um objeto
transferência das relações terapêuticas. As subjetivo para o paciente, pois
experiências de vida de uma criança estes possuem expectativas em
P. 64 tornam-se pessoais somente quando relação ao atendimento, há
submetidas à sua criatividade originária, ou esperança de que eles consigam
seja, justamente ali, onde a mãe se coloca auxílio que os ajude a compreender
a serviço do objeto subjetivo necessitado, a situações por eles vividas.
proporcionando a experiência de ilusão. Há uma necessidade de haver uma
Isto também é desejado nas relações experiencia primaria de esperança
transferenciais em seus momentos iniciais na mudança para que ocorra um
(GUIMARÃES; FANTINI, 2014, ed. 1, p. movimento em direção a criação de
64). um objeto (terapeuta) que os
pacientes (pais e criança)
necessitam no momento. Está
auxiliará na construção da
transferência, subsequentemente
uma comunicação significativa.
(...) tratamos a transferência como o As condutas terapêuticas possuem
movimento que inicia e possibilita reparar caráter fundamental de adaptação
as falhas ambientais que teriam ocorrido no ativa do terapeuta as necessidades
processo maturacional das crianças (e da e expectativas da criança e caso
família), na medida em que as crianças e necessário realizar uma
seus pais concebem encontrar o auxílio comunicação verbal desse
P. 65 necessário para isso (GUIMARÃES; entendimento em um momento
FANTINI, 2014, ed. 1, p. 65). adequado, possui como objetivo
essencial o favorecimento da
integração de aspectos dissociados
ou não vividos pela criança, sendo
assim, a transferência e
cotransferencia torna-se a principal
fonte de obtenção disso.
Procuramos manter o enquadre específico É importante manter essa
desse tipo de trabalho, ao mesmo tempo que esperança de viver o que não
sustentamos a esperança pela cura, aconteceu para que seja possível
conversando com as crianças e com suas buscar uma realização, torna-se
famílias sobre suas dificuldades, oferecendo
informações sobre o desenvolvimento humano,
necessário então o psicólogo atuar
realizando devolutivas que veiculam a partir desse lugar de objeto
interpretações sobre o sentido dos sintomas subjetivo, comprometendo-se com
P. 65 apresentados e que abram novas possibilidades a não realização de um
de entendimento sobre suas formas de viver psicodiagnóstico tradicional apenas
(GUIMARÃES; FANTINI, 2014, ed. 1, p. centrado na coleta de dados e sim
65). interventivo que objetifica a
emergência de um encontro
significativo favorecendo a
compreensão da problemática que
paralisava o desenvolvimento
emocional da criança.

(...) do mesmo modo, uma boa consulta O psicólogo deve se guiar para
não só leva a criança a um aumento da oferecer uma resposta as
confiança da possibilidade de ser ajudada, perguntas do paciente, fazendo
P. 65 mas também promove um enriquecimento com que o psicodiagnóstico seja
do sentido de si mesma pela reintegração um momento significativo de
dos aspectos que estavam dissociados de encontro com o outro e de
seu self (SAFRA, 2005, p. 45). confiança que a ajuda é possível.
Há a necessidade de ajudar o
paciente e sua família a obterem
uma experiencia completa e
integrada, sem que tenha uma
presença necessária e excessiva.
Utilizamos uma cartolina, barbante, fio de Essa atividade intenciona auxiliar
lã, cola, tesoura, recortes de revista, lápis com o fato do processo estar se
colorido e grafite e canetinhas. O trabalho encaminhando-se ao fim e oferecer
inicia com o supervisor retomando para as suporte material para esse
crianças — pacientes — que, como já acontecimento, procura assim
anunciado na sessão anterior, este é o estabelecer um campo de
penúltimo atendimento. Dizemos que por experiencia. Pode também ser
P. 66 isso vamos relembrar tudo que fizemos considerado mais um momento
desde o primeiro dia e registrar na cartolina diagnostico, pois representar cada
a história dos nossos encontros; o material atendimento realizado a criança
gráfico é apresentado e os estagiários vão acaba selecionando os pontos que
auxiliando a criança na reconstrução do foram mais significativos que
processo de psicodiagnóstico necessitava comunicar, neste
(GUIMARÃES; FANTINI, 2014, ed. 1, p. momento podemos certificar as
66). hipóteses diagnósticas, bem como
perceber os efeitos diagnósticos
que podem ter surgidos ao longo
do processo.
(...) quando nos deparamos com Neste caso, torna-se necessário
resistências que impedem a abertura para fazer uma intervenção mais direta
a cura, que resistem à percepção do novo, diante das resistências, pois estas
que constrangem o movimento de impendem o desenvolvimento do
mudança, mas que principalmente relutam processo. Normalmente essas
tanto relação à compreensão do significado resistências ocorrem nos
da demanda explícita quanto ao responsáveis da criança, ao
encaminhamento (GUIMARÃES; FANTINI, insistirem na compreensão
2014, ed. 1, p. 67). costumeira apresentadas por ela e
na reafirmação dos padrões
P. 67 relacionais da família.
Pode-se considerar que as
resistências provêm do temor
diante do que não foi construído ou
vivido, algo que o indivíduo
necessitava e não foi encontrado.
Sendo assim, torna-se necessário
lidar com a transferência negativa
reforça a posição de que, mesmo
em uma etapa diagnóstica, o
psicólogo deve colocar-se em um
lugar interventivo, ajudando o
paciente a assumir o
encaminhamento e continuando
vinculado à clínica-escola

Você também pode gostar