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Universidade Católica de Moçambique

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Orientações para os tutores

A coordenação de Disciplinas Gerais, vem por meio desta, reforçar que sejam tratados com
atenção especial os conteúdos abaixo indicados, para dotar o estudante de conhecimentos
que lhe ajude a ser capaz de elaborar um trabalho de pesquisa e do fim do curso. Os
conteúdos a serem observados são:

1.Tema, (como que se escolhe um tema)

2. Introdução, (elementos do texto que devem fazer corpo na introdução

3. Problematização

4.Problema

5. Relevância do estudo

6. Pergunta de partida ou hipótese (s)

7. Objetivos, como que se elabora um objetivo

8. Marco teórico, como fazer uma boa literatura bibliográfica

9.Metodologia;

10.Conclusão

11.Normas APA (Citações, Referencias Bibliográfica)

NB: As escolhas ou atribuições dos temas que o estudante irá desenvolver (trabalho do
campo ou monografia) deve estar relacionado com curso de especialização do estudante.
Estas orientações não estão para tutores apenas os MIC, mas sim para todos os tutores.

Abaixo está alguma explicação rápida como cada item deve ser tratado.

1.Tema, (como que se escolhe um tema), escolha e definição do tema Habitualmente, o


projecto de investigação dá início quando por observação, curiosidade, preocupação,
questionamento, ou por recomendação de um estudo anterior, queremos saber mais sobre um
determinado assunto, fenómeno, tema ou problema. Começa, assim, a investigação, escolhendo e
definindo um tema. Este surge, normalmente, a partir das seguintes situações (Barros & Lehfeld,
1999, citado por Vilelas, 2008):

(a) Observação do quotidiano

(b) A vida profissional

(c) Programas de investigação

(d) Contacto (conversas) com especialistas

(e) Sugestões de estudos já realizados

(f) Estudo da literatura especializada.

O ponto de partida pode, como acabámos de referir, ser uma destas situações. Contudo, após esta
primeira fase, importa seguir algumas recomendações:

(a) Seleccionar um tema concreto e acessível

(b) Escolher uma temática conhecida

(c) Encontrar áreas de trabalho nas quais se pode contar com uma ajuda efectiva

(d) Encontrar um tema de investigação que tenha, tanto quanto possível, um real interesse para si

2. Introdução, (elementos do texto que devem fazer corpo na introdução)

Samuel L M, & Simão H M.S. M (2016) as questões que guiam a pesquisa são introduzidas e os
objetivos do trabalho descritos. Aqui são bastante úteis algumas indicações sobre o ponto
de vista sob o qual o trabalho vai ser abordado, como o trabalho está estruturado e as
relações estabelecidas entre as partes.22 É na introdução que o autor faz uma retrospetiva
da problemática, atualizando os aspetos metodológicos apresentados no projeto de
pesquisa. Recomenda-se que os elementos da introdução sejam apresentados em texto
corrido ou tipificados.

3. Problematização

Em ciências sociais, a questão relacionada com a formulação de problema refere-se ao


processo de identificação, caracterização e delimitação de um determinado fenómeno
(acontecimento ou experiência) no sentido de aumentar o conhecimento sobre o mesmo
e/ou contribuir para resolver uma determinada problemática associada aquele e/ou ainda
produzir melhorias/mudanças (sociais ou profissionais). Enquanto alguns autores procuram
distinguir problema e oportunidade de pesquisa, outros apresentam uma perspetiva
diferente, como duas faces da mesma moeda que para serem solucionadas ou capitalizados
dependem de uma pesquisa de informação

4.Problema

Embora não existam regras rígidas para a formulação do problema, o problema em si deve
ser colocado na forma de uma pergunta, precedido da sua respetiva formulação. Quer dizer
que depois de descrever todo o background do fenómeno, definindo-o, apresentando as
características, dizendo onde ocorre, quando ocorre, como se manifesta, identificando os
intervenientes e explicando factos que se relacionam com o fenómeno, o pesquisador
coloca o problema ou seja a pergunta de pesquisa, sempre na forma interrogativa, com o
auxílio do como, que, quando e por que, esta última expressão, como diz Richardson (1999,
p. 27), sem resposta fácil para pesquisas desenvolvidas pelo método científico. É importante
destacar que ao longo do projeto há uma relação entre o problema, o tema, os objetivos, a
pergunta de partida (ou hipótese/s) e as técnicas ou instrumentos de recolha de dados. Para
além disso, é a partir do problema que o pesquisador define o título (tema, para alguns) do
trabalho, Canastra F, Haanstra F & Vilanculos M (2015),
5. Relevância do estudo

A relevância do estudo contextualiza a razão da escolha do tema (motivação) e os contributos


teórico (e/ou práticos) da pesquisa. Assim, o autor deve brevemente, mas de forma esclarecedora,
dizer: a) como tomou contacto com o objeto de estudo; b) Qual a sua motivação para levar a cabo
o estudo. c) Que relevância ou utilidade terá a pesquisa para a ciência ou para o grupo-alvo.

6. Pergunta de partida ou hipótese (s)

A pergunta de partida, na pesquisa de índole qualitativa, visa orientar o processo de


investigação ao longo da pesquisa. Considerando que, nesta modalidade de pesquisa, o
“problema” não é definido a priori, então torna-se necessário ter um ponto de partida que
vai assumindo, progressivamente, uma maior consistência e sustentação, podendo no final
do processo de pesquisa dar origem a uma hipótese (ou várias). Quando se parte de uma
hipótese (ou várias), significa que o problema já está bem definido e delimitado. A
abordagem, neste caso, é uma abordagem de índole quantitativa, tendo como propósito
validar ou testar essa (s) hipótese (s). Importa, no entanto, referir que nem todos os tipos
de pesquisa requerem hipóteses (neste caso opta-se por uma pergunta de partida). Existem
na literatura especializada sobre pesquisa, vários tipos de hipóteses e exigências na sua
formulação. Para uma maior compreensão, recomendamos uma leitura aprofundada da
matéria (Richardson, 1999).

7. Objetivos, como que se elabora um objetivo

A definição dos objetivos da pesquisa é um processo muito importante para a solução do


problema focado, pois estes anteveem e expressam os passos que o pesquisador vai dar
para o solucionar. Por essa razão, os objetivos devem ser extraídos do problema levantado.

8. Marco teórico, como fazer uma boa literatura bibliográfica


O marco teórico (quadro teórico para uns, referente teórico ou epistemológico para
outros), normalmente começa com a revisão da literatura (bibliografia), ou seja, com a
análise ou levantamento das mais recentes obras científicas disponíveis (artigos científicos
ou outro tipo de documentação considerada relevante), que tratem do assunto ou que
deem corpo teórico e metodológico para o desenvolvimento do projeto de pesquisa. O
desenvolvimento do marco teórico está dependente da correta formulação do problema.
Nesta fase, o pesquisador apresenta o “estado da arte”, mostrando que se encontra
atualizado sobre as últimas discussões no campo do conhecimento em estudo. Além de
artigos em periódicos nacionais e internacionais e livros já publicados, as monografias,
dissertações e teses constituem fontes de referência e de consulta.

9. Normas APA (Citações, Referências bibliográficas)

Há vários modelos para citar / referenciar as fontes bibliográficas: Numérico-Alfabético, por ordem
de Menção, Notas de Rodapé, Norma Portuguesa: NP-405-1, APA, entre outros. A opção pela
utilização das Normas APA justifica-se pelo facto de tender a ser o mais usado em termos
internacionais. Basta consultar a maioria das revistas científicas e até Dissertações
(mestrado/doutoramento) para constatar que o modelo dominante é o modelo das Normas APA. A
UCM, querendo, também, afirmar-se não só ao nível nacional, mas ao nível internacional, opta por
aplicar este modelo em todas as Unidades Básicas e nos seus respectivos Centros de Investigação.
De seguida, sugerimos alguns procedimentos para utilizar as Normas APA, ilustrando com alguns
exemplos.

As orientações para referências e citações aqui fornecidas estão de acordo com as Normas American
Psychological Association (APA) (6.ª ed.).

9.1. Citações (indirectas)

Uma citação num texto académico (ou artigo) necessita da inclusão do nome do autor da fonte
(frequentemente nas frases que introduzem o material citado), da data de publicação e um número
de página entre parêntesis (se for o caso).

Exemplo
A investigação de índole mais qualitativa não visa validar teorias ou testar hipóteses, mas
construir novas teorias a partir de estudos empíricos (Flick, 2005)

Nota: no texto referido, só aparece o autor e data uma vez que a ideia do autor é resumida e
interpretada por quem o citou. Estamos, portanto, perante uma citação indirecta. No exemplo a
seguir, apresentamos uma citação na forma de «transcrição» (citação directa): A investigação, numa
abordagem qualitativa, tem, na sua base, algumas genealogias socio-históricas:

(…) a tradição do interaccionismo simbólico, preocupado com os significados subjectivos e as


atribuições individuais de sentido; a etnometodologia, interessada nas rotinas do quotidiano e na
sua criação; e as posições estruturalistas ou psicanalíticas, que exploram os processos do
inconsciente psicológico ou social (Flick, 2005, p. 17)

Nota: se a frase que apresenta o material a ser citado não referir o autor, deve ser colocado no final,
após a citação, utilizando vírgulas entre os vários itens (como se pode constatar no exemplo acima
referido). Contudo, se o autor aparece, explicitamente, na frase, apenas se coloca a página no fim
(conforme exemplo referido a seguir). Flick (2005), ao abordar alguns dos pressupostos
epistemológicos da abordagem qualitativa, considera que se torna difícil de pretender chegar a
objectividade preconizada pela corrente do positivista:

Ao reconstituir-se uma vida em resposta a uma questão concreta, elabora-se e interpreta-se uma
versão da experiência. Em que medida a vida e as suas experiências efectivamente acontecem da
forma relatada é algo que não se pode verificar. (…) A investigação qualitativa, que assume como
princípio metodológico a compreensão obtida com diferentes procedimentos metodológicos,
está desde o início confrontada com a construção da realidade feita pelo seu ‘objecto’. A
experiência não é meramente espelhada em narrativas ou textos produzidos sobre ela no âmbito
da Ciência Social (pp. 36-37).

As citações que agregam mais de um autor, quando os mesmos não se encontram na frase do texto
produzido, devem ser separadas pelo «e comercial» (&).
A investigação de índole mais qualitativa minimiza os efeitos da subjectividade, inerente a este
tipo de estudo, através da explicitação do processo e do contexto onde decorreu a pesquisa
científica (Léssart-Herbet, Goyette & Boutin, 2010).

9.2. Citações simultâneas

As citações simultâneas de várias obras (ou artigos) são separadas por ponto e vírgula.
As metodologias de investigação de índole qualitativa privilegiam o sentido que os actores
atribuem aos fenómenos sociais (Flick, 2005; Lessart-Hérbet, Goyette & Boutin, 2010; Lincoln &
Denzin, 2000).

Nota: repare-se que o texto resume a perspectiva dos vários autores citados entre parênteses.
Refira-se, ainda, que os autores aparecem por ordem alfabética. Quando a citação envolver mais
que dois autores e menos de seis, na primeira citação deverão aparecer todos. Posteriormente, nas
citações seguintes destes autores, deverá, apenas, a aparecer o primeiro nome acompanhado da
expressão «et al.».

O que melhor caracteriza e identifica a investigação-acção (I-A) é o facto de se tratar de uma


metodologia de pesquisa, essencialmente prática e aplicada, que se rege pela necessidade de
resolver problemas reais. Com investigação há uma acção que visa a transformação da realidade,
e, consequentemente, produzir conhecimentos a partir das transformações resultantes da acção
(Coutinho, Sousa, Bessa, Ferreira & Vieira, 2009, p. 8). A investigação-acção critica ou
emancipadora vai para além da acção pedagógica, intervindo na transformação do próprio
sistema, procurando facilitar a implementação de soluções que promovam a melhoria da acção.
O grupo assume colectivamente a responsabilidade do desenvolvimento e transformação da
prática. Se houver um facilitador externo, deverá assumir temporariamente um papel de
moderador, ajudando a problematizar e modifica as praticas e identificar e desenvolver os seus
auto-entendimentos. As responsabilidades pela mudança são assumidas em conjunto (Coutinho
et al., 2009, p. 11).

Nota: na lista final das referências devem incluir-se os nomes de todos os autores. Se o autor for um
órgão governamental ou outra organização corporativa (corporações, associações, grupo de
estudos) use o nome da organização na frase que apresenta o material a ser citado ou entre
parênteses, na primeira vez que citar a fonte. Posteriormente, refira as siglas desse organismo.
O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (2012) reafirma os
compromissos assumidos internacionalmente no quadro da Igualdade de Género e
Empoderamento das Mulheres. [primeira citação] O CMCPLP (2012) reitera, ainda, a importância
de continuar a implementar o Plano Estratégico de Cooperação para a Igualdade de Género e
Empoderamento das Mulheres, adoptado em Luanda a 11 de Maio de 2011. [segunda citação e
seguintes

9.3. Referências bibliográficas finais, nas referências finais de um texto produzido, de acordo com
as Normas APA, devem constar, pelo menos, cinco elementos: a) Autor(es) b) Ano de publicação c)
Título d) Cidade e) Editora

10.Metodologia; a metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a


execução de uma pesquisa. Nesta secção pretende-se que o pesquisador apresente a
abordagem/tipo e o nível de pesquisa, faça a apresentação do universo, da amostra e do
respetivo processo de seleção, dos métodos/técnicas de recolha de dados e do plano de
apresentação e análise de dados (este último se se trata de um projeto de pesquisa).

11.Conclusão

Nas conclusões apresentam-se os resultados esperados ou, pelo menos, as principais


asserções teóricas práticas que tendem a estruturar o desig.

Bibliografia

Canastra F, Haanstra F & Vilanculos M (2015), manual de investigação científica da Universidade


Católica de Moçambique
Samuel L M, & Simão H M.S. M (2016) Manual de Elaboração de trabalhos científico

Artur S, Metodologia de Investigação Científica II

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