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REPÚBLICA DE ANGOLA

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA


Criado ao abrigo do Decreto Presidencial N.º 168/12 de 24 de Julho, DR I Série – N.º141
_____________________________________________________________________________
Apresentação

No actual panorama editorial sobre a Metodologia de Investigação Científica, tem vindo a


surgir numerosas publicações que dizem respeito à directrizes para a elaboração de trabalhos
de fim de curso em distintas Instituições de Ensino Superior: muitas são as normas e
directrizes disponíveis. Enquanto algumas aprofundam certos aspectos, outras valorizam
métodos e técnicas qualitativas. Na verdade, para quem tivesse necessidade ou interesse para
tal argumento, nada lhe resta senão o embaraço da escolha. Tais normas são, na verdade,
usadas em quase muitas instituições de ensino superior. Põe-se então a questão: Porquê este
esboço de directrizes?
Obviamente existem razões.
Em primeiro lugar, se é verdade que existem vários textos de metodologia de investigação
científica, é também evidente que há necessidade de escolher aquilo que corresponde à nossa
realidade e responda às nossas necessidades.
Em segundo lugar, a maior parte dos nossos estudantes para além de não ter cultura de
aquisição de textos ou manuais indicados pelos professores, mesmo tendo tal texto,
dificilmente conseguem interpretá-lo, o que não favorece a sua capacitação e
desenvolvimento autónomo nesta área.
Em terceiro lugar, com a activação de novos Departamentos e implementação de novos
Cursos, adverte-se, claramente, a exigência de um texto unificador, embora genérico, para que
cada Departamento possa adaptá-lo, na medida do possível, às suas exigências sem se afastar
demasiado de um padrão comum, já que fazem parte da mesma Instituição.
Enfim, a experiência pessoal de ensino em diversas instituições leva-nos a reflectir sobre
como seja possível ajudar os nossos estudantes a aprender a fazer pesquisa. Para isso,
pensamos que seja importante predispor neles pré-requisitos que os ajudem a evitar “erros de
palmatória” em matéria de metodologia científica.
Assim, por estes e outros motivos, felicitamos o trabalho simples e claro, mas sistemático e
minucioso do Ph.D. Henrique Lumango Tomás e todos outros que com ele colocam em mãos
aos nossos estudantes do ISPOCAB estas directrizes que pensamos venham facilitar os
trabalhos de fim de curso. O texto tem uma preocupação puramente didáctica, pois, é patente
o esforço de uma exposição clara e de fácil apreensão pelos leitores.
Importa clarificar que não se trata de um compêndio de “receitas”, pois, as opções
metodológicas não se impõem, apenas moldam um projecto de investigação. Caberá, isto sim,
ao interessado a liberdade e a responsabilidade das decisões a tomar face aos objectivos do
seu projecto.

Lobito, 1 de Agosto de 2013

Ph.D., Amadeu Ngula

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ANTE-PROJECTO DE TESE DE LICENCIATURA

O ANTE-PROJECTO contém o que é necessário para a investigação da tese de Licenciatura.


Portanto pode ter, em função do objecto e do tipo de pesquisa, um conteúdo variável.

Os presentes itens determinam e esclarecem o que é essencial.

1. TEMA
É o título do assunto que se deseja desenvolver.
É formulado com palavras que resumem e fixam o conteúdo da investigação. Pode ser
expresso com um título ou com um título e mais um subtítulo.

2. MOTIVAÇÃO
Exprime as razões da escolha do tema. Apresenta a justificação da escolha do tema ou, em geral,
do assunto que se deseja investigar.

3. OBJECTIVOS
3.1. OBJECTIVO GERAL
É o que se pretende, de modo geral, investigar.
É formulado com uma frase que fixa a extensão da investigação.

3.2. OBJECTIVO ESPECÍFICO


É o que se pretende, concretamente, investigar.
É formulado com frases que exprimem os aspectos específicos que se querem investigar no
âmbito da extensão da investigação.

4. METODOLOGIA

4.1. PROBLEMÁTICA
Exprime de modo hipotético ou inquisitivo o que, em concreto, se vai investigar.
No primeiro caso a investigação confirmará ou não a hipótese; no segundo caso, responderá ao
quesito.

4.2. AMOSTRA (se aplicável)


É o exemplar ou o subconjunto de elementos pertencentes ao universo de dados sob investigação.

4.3. MÉTODOS
É a explicação resumida dos métodos de investigação.

5. ESQUEMA PROVISÓRIO

É o sumário temporário da tese de licenciatura.


É formulado em capítulos e subcapítulos tendo em conta o tema e os objectivos.

6. BIBLIOGRAFIA
É o conjunto de fontes de investigação preliminar.
Podem ser: livros, artigos, revistas, jornais, inquéritos, etc.

QUESTÕES FORMAIS SOBRE O ANTE-PROJECTO

1. Quem elabora o Ante-Projecto e quando?


R: O Estudante, no do penúltimo ou no último ano do curso de licenciatura.

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2.O Estudante elabora sozinho o Ante-Projecto?
R: Inicialmente, sim. Mas, depois de o elaborar deverá apresentá-lo a um Tutor, o orientador da tese
de licenciatura.

3. A escolha do tutor é sempre posterior à elaboração do Ante-Projecto?


R: Não. O Tutor pode ser escolhido antes da elaboração do Ante-Projecto. Contudo é necessário que
no acto da escolha tenha-se já o tema.

4. Como se escolhe o Tutor e qual é o seu papel?


R: Escolhe-se o Tutor com base na sua formação académica e/ou experiência profissional. O seu
papel é o de orientar a investigação. Cabe-lhe, por isso, corrigir o Ante-Projecto, indicando com
precisão as insuficiências.

5. O Tutor pode ser ajudado por um co-tutor?


R: Sim. Mas a escolha deve ser previamente comunicada ao Tutor a cuja aceitação fica sujeito. De
tudo deve dar-se conhecimento ao Chefe de Departamento a que pertencer o curso.

6. Quantas páginas deve ter o Ante-Projecto e como se faz a capa?


R: O Ante-Projecto não tem um número definido de páginas. O número depende do desenvolvimento
dos seus itens. A capa é sóbria. Nela constam apenas o nome da Instituição, o Departamento, o Tema,
o Autor e o Orientador.

7. O Ante-Projecto aprovado pelo Tutor para onde vai?


R: O Ante-Projecto aprovado pelo Tutor é depositado, juntamente com o Protocolo de apresentação
do tema da tese de licenciatura, no Departamento a que pertencer o curso.

8. Para que?
R: Para homologação do tema. Mas, antes, o Departamento faz um pequeno controlo de qualidade na
sequência do qual homologa o tema e regista o Ante-Projecto. Do resultado do controlo dar-se-á
conhecimento ao estudante no prazo de…

9. É possível mudar de tema e de Tutor? Quando?


R: Sim, é possível mudar de tema e de Tutor, sem limite de tempo. Contudo, tendo em conta a
complexidade da investigação e as despesas financeiros é aconselhável manter o Tutor e o tema. Se a
mudança for mesmo necessária, e se verificar depois da homologação, é aconselhável contactar o
Chefe do Departamento antes de a fazer.

10. Quem paga o tutor e quando?


R: O Tutor é remunerado pela Instituição, depois da defesa da Tese de licenciatura.

Para mais informações, contacte, por favor:


1º O professor da disciplina de Metodologia
2º O Chefe de Departamento
3º O Vice-Director para área científica
4º O Director-Geral

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1. ASPECTOS GERAIS

1.1. Introdução
As presentes directrizes visam garantir uma certa uniformidade da qualidade na redacção da
tese de licenciatura.

As directrizes foram feitas dentro de um contexto tão amplo quanto possível que permita a sua
utilização pelos estudantes das diversas licenciaturas.

1.2. Definição
A tese de licenciatura ou Monografia1é a expressão escrita e metódica do resultado da
investigação de um assunto abordado durante o ciclo da licenciatura.

1.3. Pressupostos da redacção


A redacção da tese de licenciatura deve observar as seguintes regras iniciais:
 Conhecimento do tema e dos seus objectivos;
 Concatenação de ideias;
 Respeito pelas regras gramaticais;
 Rigor linguístico e argumentativo;
 Utilização de vocabulário didáctico e técnico;
 Estruturação lógica e equilibrada das suas unidades.

1.4. Estilo
Embora o estilo individual seja sempre respeitável, devem observar-se os seguintes aspectos:
 Clareza;
 Linguagem directa, precisa e aceitável;
 Frases curtas e concisas;
 Simplicidade, evitando-se o estilo prolixo, retórico ou confuso;
 Vocabulário adequado;
 Objectividade

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Monografia significa “monos” (único) e “gráphein” (escrever). Monografia, portanto, é a descrição, tratado ou
um estudo particularizado, isto é, versado sobre um único argumento. Devendo mostrar maturidade científica,
análise técnica e capacidade de utilização das fontes.
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2. ESTRUTURA GERAL

2.1. Introdução
A tese de Licenciatura é constituída por partes obrigatórias, aspectos formais e partes
opcionais.

São obrigatórias as partes constantes da tese. São formais os aspectos relacionados com a
modalidade de apresentação dos conteúdos da tese. E são opcionais os elementos acessórios.
As partes obrigatórias e os aspectos formais devem ser feitos segundo as presentes normas.

2.2. Elementos Pré-Textuais


 Capa (obrigatório e deve estar em conformidade com o modelo em uso no ISPOCAB);
 Folha de Rosto (obrigatório)
 Epígrafe (opcional)
 Dedicatória (opcional)
 Agradecimentos (opcional)
 Índice (obrigatório e, à parte, devem constar os índices das tabelas, dos gráficos bem como
das figuras);
 Siglário (se aplicável).

2.3. Corpo do texto (Desenvolvimento)


 Introdução (obrigatório e deve conter também a indicação dos métodos de investigação)
 Quadro Teórico [ Status quaestionis] (obrigatório)
 Quadro Empírico [Parte analítica] (obrigatório)
 Resultados e Discussão (obrigatório)
 Conclusão (obrigatório)
 Bibliografia (obrigatório)

2.4. Elementos Pós-Textuais


 Glossário (opcional)
 Anexos (opcional)
 Apêndices (opcional)

ALGUMAS OBSERVAÇÕES

1. A estrutura descrita acima é geral. Sendo tal, ajusta-se aos vários cursos do ISPOCAB.

2. Algumas normas sobre a redacção de teses de licenciatura (brasileiras, em particular)


ordenam a inserção do capítulo que explica os métodos de investigação antes do Quadro
Empírico. Esta orientação pode ser seguida desde que haja justificações.

3. Para que tal capítulo tenha mínima justificação deverá, pelo menos, discutir as vantagens e
as desvantagens da escolha dos métodos, da escolha da amostra (tipo, quantidade, lugar) e de
outros elementos pertinentes.

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2.5. Delineamento Gráfico da Estrutura Geral

Siglário Bibliografia Apêndices


Índice Recomendações
Anexos
Agradecimento Conclusão
Glossário
Dedicatória Discussão

Epígrafe Quad. empírico

Folha de rosto Quadro teórico


Introdução
Capa

Elementos
Pós-textuais

Elementos
Pré-textuais Elementos
Textuais

3. CONTEÚDO DA ESTRUTURA GERAL


3.1. Capa
Na capa deve constar o símbolo da Instituição, o nome da Instituição (Instituto Superior
Politécnico Católico de Benguela), o Título da memória, o nome do Aluno, a Licenciatura, a
opção (eventualmente), o nome do Orientador, local e o ano de entrega da tese.

3.2. Folha de Rosto


A folha de Rosto é a que se segue à capa. Contém: o símbolo da Instituição, o nome da
Instituição (Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela), o título da memória, o nome
do Aluno, a licenciatura, a opção (eventualmente), local eperíodo de realização da tese.

3.3. Epígrafe (Opcional)


É a citação de um pensamento apropriado ao trabalho ou às aspirações do estudante,
destacado entre aspas com a indicação do autor.

3.4. Dedicatória (Opcional)


É a página onde se presta homenagem a alguém.

3.5. Agradecimento (Opcional)


Agradece-se à pessoa ou às pessoas (físicas ou públicas) que directas ou indirectamente
ajudaram na elaboração do trabalho.

3.6. Índice Geral


Listagem de todos os itens do texto com a indicação da página onde se encontram ou
começam. Este índice pode ser inserido automaticamente pelo programa de processamento de
texto.

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3.7. Índice de Quadros, Tabelas e Figuras
Índice a incluir para cada um dos aspectos (quadros, tabelas ou figuras) sempre que apareçam
em número suficiente para justificar a sua listagem.

3.8. Siglário
Apresentação de todas as siglas e correspondentes significados utilizadas no texto, sempre que
apareçam em número suficiente para justificar a sua listagem.

3.9. Corpo do Trabalho


O corpo do trabalho exprime o conteúdo da tese e constitui a sua parte mais extensa. É
constituído por 7 partes obrigatórias: (1) Introdução; (2) Quadro Teórico; (3) Quadro
Empírico; (4) Resultados e Discussão; (5) Conclusões; (6) Recomendações; (7) Bibliografia.

3.9.1. Introdução
Texto breve e informativo com algumas referências chave que orientam a leitura da tese.
Deve conter: o tema, os objectivos gerais e específicos, a justificação, a importância, a
actualidade do tema e a explicação dos métodos de investigação.

3.9.2. Quadro teórico (Status quaestionis)


Esta parte, composta por um ou mais capítulos, descreve de maneira analítica, precisa e
sistemática as teorias que sustentam a tese. Pode também comparar teorias, apresentando,
resumidamente, um quadro de teorias opostas.

3.9.3. Quadro Empírico (Parte analítica)


Esta parte, composta por um ou mais capítulos, analisa o aspecto prático da tese, pondo em
relação as hipóteses, os problemas e as variáveis. Esta parte, pode descrever, se for o caso, o
método de abordagem, o tipo de amostragem, bem como o tratamento estatístico adequado.

3.9.4. Resultados e Discussão


Nesta parte, faz-se a apresentação dos dados, sua análise e discussão. O capítulo ou os
capítulos componentes relatam sucintamente os resultados e as respostas que os mesmos
fornecem ao problema inicialmente colocado.

Devem evitar-se longas especulações e extrapolações sobre os resultados obtidos.

3.9.5. Conclusão
Síntese clara dos resultados da investigação. Súmula completa e objectiva dos conteúdos
importantes. Também constitui o começo de novas dúvidas e aberturas para investigações
posteriores. Deve ser escrita numa linguagem personalizada.

3.9.6. Recomendações
Breves conselhos científicos e práticos para solução do problema levantado. Devem ser
apropriadas e eficazes.

3.9.7. Bibliografia
Apresentação das fontes usadas de acordo com as normas definidas neste documento. A
Bibliografia deve se heterogénea quanto possível (vídeos, artigos de jornais ou revistas,
livros, capítulos de livros, legislação e textos em geral) e agrupada por espécies.
3.9.8. Glossário
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Explicação de certas palavras-chave ou termos técnicos pouco conhecidos.

3.9.9. Anexos
São os documentos de carácter informativo complementares à tese (tabelas, figuras, quadros,
formulários, fotografias, resumos etc.) elaborados pelo autor.

4. ASPECTOS FORMAIS
A apresentação da tese deverá obedecer às seguintes regras.

4.1.Formada Capa

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO


DE BENGUELA

MONOGRAFIA

[TEMA]

ESTUDANTE:
LICENCIATURA:
OPÇÃO:
ORIENTADOR:

LOBITO, 2013

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4.2. Forma da Folha de Rosto

REPÚBLICA DE ANGOLA
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE
BENGUELA

MONOGRAFIA

[TEMA]

NOME
FACULDADE
OPÇÃO

Local e período de realização da Monografia

4.3. Medida das margens desde a capa até a contra-capa

3cm

Texto

3cm 2cm Texto


Texto
Texto
Texto

2cm

4.4. Tamanho da folha, cor e tinta a utilizar


 Tamanho: Folha A4(dimensão padrão)
 Cor: Branca
 Tinta: Preta
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4.5. Tipo de letra
 Times New Roman e arial.

4.6. Tamanho da letra da Capa e da Folha de Rosto


 Na Capa e na Folha de Rosto a informação deverá aparecer em letras maiúsculas e em
negrito.
 O tamanho das letras do nome da Instituição e do tema da Monografia não poderá exceder
a espessura “18” e na restante informação (nome do autor, da licenciatura, do tutor, etc.)
não deverá ser inferior a espessura “14”.

4.7. Formatação das margens


 Para as margens superior e esquerda: três centímetros (3 cm);para as margens inferior e
direita: dois centímetros (2 cm) (ver figura acima). Se a encadernação da tese for com
espiral, recuam-se 3,5 centímetros na margem esquerda.

4.8. Formatação do texto da Monografia


Tamanho da letra:12 ou 13
Parágrafo:uma tabulação
Espaçamento entre linhas:
 No texto: um espaço e meio (1/5).
 Nas notas de rodapé: um (1) espaço.
 Nos parágrafos: um (1) espaço de um e meio (1/5)
 Nas citações textuais longas: um (1) espaço.
 Do texto às ilustrações (gráficos, tabelas, figuras, etc.): um espaço e meio
 Na bibliografia: um espaço e meio (1/5) entre as obras; um (1) espaço entre dados de uma
mesma obra.

4.9. Formatação dos capítulos


 A formatação dos capítulos, os quais abrem uma nova página, obedece as seguintes regras:

4.9.1. Título do capítulo


 O título do capítulo é formatado em letras maiúsculas e colocado numa página nova ou na
página do texto, mas sempre centralizado. O seu tamanho é de14 a 18.

4.9.2. Subtítulos
 Os subtítulos são formatados em letras minúsculas com a inicial maiúscula. Ulteriores
subtítulos em letras minúsculas com a inicial maiúscula. Para ambos o tamanho é de 12 a
13.

Poder-se-á prescindir da palavra capítulo quando se opta por uma numeração à qual se
segue um título. Exemplo: 1. INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DA EXCLUSÃO
SOCIAL; 2. TEORIAS MODERNAS SOBRE A EXCLUSÃO SOCIAL, etc.

4.10. Estilo linguístico


 Deve adoptar-se, quanto possível, a linguagem personalizada.Ex.:“Nós pensamos…”,
“Nós trataremos…, falaremos…”. Esta linguagem é obrigatória na redacção da
Introdução, da Conclusão e no discurso a fazer no dia da defesa.

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 A linguagem deve ser correcta, directa e, sobretudo, apropriada à explicação científica do
tema.

 Não se deve repetir palavras, nem utilizar aquelas com a mesma sonoridade. É um erro, por
exemplo, dizer: “O sistema foi desenvolvido como um sistema...”. É correcto dizer: “O
sistema foi desenvolvido como uma ferramenta...”.

 Evite-se denominar os capítulos, exactamente, como estão titulados neste fascículo (ponto
2.4.). O estudante e o seu orientador devem ser criativos na elaboração de títulos, subtítulos
e, em geral, do trabalho.

 As expressões em língua estrangeira, os nomes científicos, os títulos de periódicos e de


livros, tanto no texto como na bibliografia, devem estar em itálico.

4.11. Formatação dos parágrafos


 Em toda tese são utilizados os parágrafos tradicionais, com a palavra inicial a entrar para a
direita, segundo a medida pré-estabelecida pelo programa Microsoft Word ou por outro
programa. A entrada para a direita, contudo, não deverá superar os três centímetros;

4.12. Paginação
 O primeiro número da paginação (número árabe) aparece – reflectindo a contagem de
todas as páginas precedentes – na primeira página da Introdução e termina na última
página da Bibliografia.

 As partes pré-textuais e as pós-textuais não são incluídas na paginação.

 A numeração é feita no canto inferior direito, fazendo coincidir o último algarismo com a
margem direita do texto.

4.13. Abreviaturas e siglas


 O recurso às abreviaturas e siglas só é feito para evitar a repetição frequente de palavras.

 Nunca se deve começar uma frase com uma sigla ou abreviatura.

 Quando se usa uma sigla, esta, deve ser logo descodificada, colocada entre parêntesis a
seguir o seu significado.

 O uso de um número elevado de abreviaturas e siglas implica a inclusão no relatório de um


siglário.

4.14. Formatação de Figuras, Quadros, Gráficos e Esquemas


 Qualquer figura, quadro, gráfico ou esquema deve ser apresentado na forma completa, isto
é, com os elementos suficientes para poder ser avaliado independentemente das
considerações que sobre ele se façam no texto.

 A escolha do modelo de qualquer figura, quadro, gráfico ou esquema deve respeitar as


especificidades e as limitações dos próprios dados.

 As figuras inseridas nos capítulos deverão ser numeradas, centradas e legendadas. Nas
legendas o tamanho da letra é 10.

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 A numeração das figuras, quadros, gráficos e esquemas deve ser contínua ao longo do
trabalho.

 As figuras, tabelas ou quadros que não são de elaboração própria devem ser identificados
de modo completo. Fonte: Autor, obra, e dados técnicos da obra, página.

4.15. Formatação de números, moedas, pesos e medidas


 Números: os números até dez devem ser escritos por extenso, quando o contexto não for
estatístico.

 Moedas: quando o contexto expressa uma quantia simples de dinheiro escreve-se por
extenso. Ex.: O livro custa dez kwanzas. Quando o contexto expressa quantias complexas
de dinheiro recorre-se aos algarismos. Ex.: O livro custa 8.500 kwanzas.

 Pesos e medidas: em contextos não estatísticos escrevem-se por extenso. Ex.: Comprou um
quilo de arroz numa mercearia a cem metros de casa.
 Em contextos estatísticos usam-se abreviaturas. Ex.: As cidades de Benguela e Luanda
distam entre si 530 km.

4.16. Formatação de Datas


 Devem escrever-se na sua forma completa. Ex.: 11 de Novembro de 1975.

 Quando é necessário recorrer à forma abreviada são possíveis duas sequências:


a) Dia-Mês-Ano. Ex.: 25/04/1974
b) Mês-Dia-Ano. Ex.: 04/25/1974

 A referência temporal entre duas datas faz-se na forma completa. Ex.: de 1975 a 1991.

 Nas datas aproximadas usa-se o termo circa (palavra latina que significa “mais ou
menos”).A sua abreviatura é c. Ex.: Roma foi fundada c. 753 a.C.

 No registo de datas os números inclusivos devem ser dados até ao algarismo das dezenas.
Ex.: 1974-75.

 Os séculos devem ser escritos da seguinte forma:


a) Um século: sec. XX
b) Dois ou mais séculos: secs. XIX-XX

 As décadas escrevem-se da seguinte forma: anos 20, anos 30, etc.

5. Expressões e siglas latiLnas utilizadas em notas de rodapé e na bibliografia


 Apud (Ap.): citado por
 Ibidem (Ib.): a mesma obra já referida
 Idem (Id.): o mesmo autor referido anteriormente
 Loco Citato (loc. cit.): no lugar citado
 Opuscitatum (op. cit.): na obra citada
 Passim (pass.): aqui e ali, em várias páginas e trechos
 Confira (Cf. ou Cfr.): verifique
 Vide (v.): veja
 Etalii (etal.): e outros

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 sine loco (s.l.): usado entre colchetes quando não é possível saber o lugar de publicação da
obra
 sine nomine (s.n.): usado entre colchetes quando não é possível saber a editora da obra

6. FORMATAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA NO TEXTO (citação)


A citação bibliográfica no texto é feita pelo sistema nota de fim de página, vulgarmente
conhecido por Rodapé. Este sistema permite, quer a imediata verificação da fonte, quer
adicionar anotações pessoais ou de outras fontes sem quebrar a leitura a leitura.

O número do rodapé é colocado automaticamente pelo computador, sendo consecutivo em


todo o trabalho e formatado (com o seu conteúdo) no tipo de letra do texto.

6.1.Modos de citação de obras singulares, de volumes ou de colecções:


Na1ª citação deve constar: Nome ou Nomes próprios (em letras minúsculas com a inicial
maiúscula), Apelido ou Apelidos (em letras maiúsculas), Obra em itálico, Volume, Edição
(onde acrescer, se tiver: revista e/ou ampliada), Colecção, Editora, Lugar de publicação, Ano
e, por fim, a Página.

EXEMPLOS PRÁTICOS (atenção às vírgulas):


 Miguel REALE, Lições preliminares de direito, 10ª ed.,rev., Almedina, Coimbra, 1982,
p. 24.
 Ou com o Nome abreviado: M. REALE, Lições preliminares de direito, 10ª ed., rev.,
Almedina, Coimbra, 1982, p. 24.

 Livro com mais de um autor:Carlos Maria FEIJO e Cremildo PACA, Direito


Administrativo, vol. I, 1ª ed., Casa das Ideias, Luanda, 2005, p. 21.

 Livro de uma colecção:Chaïm PERELMAN eLucie OLBRECHETS-TYTECA, Tratado


de argumentação, col. Direito e Direitos do Homem/23, Instituto Piaget, Lisboa, 2006, p.
23.

6.1.1. Citação de uma obra com dois Autores


Quando a obra tiver dois autores, entre estes coloca-se“e”. Antes e depois do “e” um espaço.
Veja-se a exemplo apresentado acima.

6.1.2. Citação de uma obra com três Autores


Quando a obra tiver três autores, entre o primeiro e o segundo,coloca-se a vírgula e entre o
segundo e o terceiro o “e”.

EXEMPLO PRÁTICO:
Alberto A. DE CARVALHO, António M. CARDOSO e João P. FIGUEIREDO, Direito da
Comunicação Social, 2ª ed., rev. e ampl., Casa das letras, Lisboa, 2006.
6.1.3. Citação de uma obra com mais de três Autores
Quando a obra tiver mais de três autores escreve-se somente o primeiro e no lugar dos outros
coloca-se etalii(ou abreviadamente etal.).

EXEMPLOS PRÁTICOS:
Fernando M. NUNES etalii, Manual de trauma para apoio ao curso de abordagem integrada
do traumatizado para enfermeiros, 5ª ed., Lusociência, Loures, 2009.
14
Ou abreviadamente:
Fernando M. NUNES etal., Manual de trauma para apoio ao curso de abordagem integrada
do traumatizado para enfermeiros, 5ª ed., Lusociência, Loures, 2009.

6.1.4. Citação do mesmo autor e da mesma obra em notas contínuas pela 2ª vez.
Quando o mesmo autor e a mesma obra forem citados, pela segunda vez, em notas contínuas,
escreve-seIbidem (com a indicação da página, se não for a mesma).

EXEMPLO PRÁTICO:
1
Miguel REALE, Lições preliminares de direito, 10ª ed., rev., Almedina, Coimbra, 1982, p.
24.
2
Ibidem.
Ou, se a página não for mesma:
2
Ibidem,p. 27.

6.1.5. Citação do mesmo autor e da mesma obra em notas descontínuas pela 2ª vez.
Quando o mesmo autor e a mesma obra forem citados pela 2ª vez, mas em notas descontínuas,
escreve-se: Nome ou Nomes próprios (em letras minúsculas com a inicial maiúscula), Apelido
ou Apelidos (em letras maiúsculas), Obra em itálico (abreviada), e a página.

EXEMPLO PRÁTICO:
1
Miguel REALE, Lições preliminares de direito, 10ª ed., rev., Almedina, Coimbra, 1982, p.
24.
2
Outro autor.
3
Miguel REALE, Lições preliminares…, p. 27.
Ou:
3
Miguel REALE, op. cit., p. 27.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Algumas orientações metodológicas recomendam, sempre que o mesmo autor e a mesma obra são
citados pela 2ª vez eem notas descontínuas,a utilização da sigla op. cit. A recomendação está correcta,
mas deve ser especificada:

A sigla é bem utilizada quando o mesmo Autor for citado em notas descontínuas com a mesma
obra.

Se, pelo contrário, for citado com obras diferentes(numa só citação ou em várias) a siglanão é
recomendável. Prestar-se-ia a confusão, pois não se saberia a qual das obras estaria a fazer menção.

Para superar a perplexidadealgumas orientações metodológicas(italianas, em particular)recomendam a


utilização da sigla: op. cit. ult.=última obra citada(opus citatumultimum).
6.1.6. Segunda citação só do autor em notas contínuas
Quando, pela 2ª vez em notas contínuas, for citado só o autor (ou os autores)é suficiente
escrever, no lugar dos seus nomes a palavra IDEM ou, abreviadamente, ID., vindo depois a
nova obra acompanhada de todos os elementos.

EXEMPLO PRÁTICO:
1
Miguel REALE, Lições preliminares de direito, 10ª ed., rev., Almedina, Coimbra, 1982,
p.24.
15
2
IDEM, Experiência e cultura, Grijalbo-EDUSP, São Paulo, 1977, p. 34

6.2.Citação de Artigos, Revistas, Dicionários, Material extraído da net…


Para a citação de outras fontes como artigos, revistas, material extraído da internet, etc
observe-se o seguinte:

6.2.1. Artigo com Autor extraído de uma Revista


Aquando da 1ª citação apresentam-se todos os elementos necessários para a identificação da
fonte.

EXEMPLO PRÁTICO:
Hermenegildo CACHIMBOMBO, “Provas em Direito Civil”, in: Revista Angolana de
Direito, Ano 2º, nr. 3 (2003), Casa das Ideias, Luanda, pp. 179-182.

Na 2ª citação (em notas descontínuas) apenas os seguintes elementos:


H. CACHIMBOMBO, “Provas em Direito Civil”, pp. 180-182.

6.2.2. Artigo com Autor extraído de uma Revista de uma Instituição


Na 1ª Citação apresentam-se todos os elementos necessários para a identificação da fonte.

EXEMPLO PRÁTICO:
Guido ANDRIOTTI, “A jurisprudência forense e doutrinal como fonte do direito”,
in:UNIVERSIDADE DE ESTUDOS DE MILÃO:FACULDADE DE DIREITO: Estudo de
Direito Privado,Revista Semestral, nº 51 (1985), Milão, pp. 52-60.

Na 2ª Citação (em notas descontínuas) apenas os seguintes elementos:


Guido ANDRIOTTI, “A jurisprudência…”, pp. 52-60.

6.2.3. Artigo sem Autor extraído de uma Revista de uma Instituição(Ente como Autor)
Na 1ª Citação apresentam-se todos os elementos necessários para a identificação da fonte.

EXEMPLO PRÁTICO:
UNIVERSIDADE DE ESTUDOS DE MILÃO:FACULDADE DE DIREITO: Estudo de
Direito Privado, Revista Semestral, nº 51 (1985), “O Método Hipotético-Dedutivo: uma nova
visão metodológica para as Ciências”, Milão, pp. 20-30.

Na 2ª Citação (em notas descontínuas) apenas os seguintes elementos:


UNIVERSIDADE DE ESTUDOS DE MILÃO:FACULDADE DE DIREITO: Estudo de
Direito Privado,“O Método Hipotético-Dedutivo…”, pp. 20-30.

6.2.4. Artigo extraído de umJornal


Na 1ª Citação apresentam-se todos os elementos necessários para a identificação da fonte.

EXEMPLO PRÁTICO:
Eduardo Prado COELHO, “O ponto de vista: a invasão dos pedagogos”, in:JORNAL
EXPRESSO, Ano 34, nr. 24 (2002), Lisboa, p. 4.

Na 2ª Citação (em notas descontínuas) apenas os seguintes elementos:


Eduardo Prado COELHO, “O ponto de vista: a invasão…”, pp. 5-6

16
6.2.5. Citação de umDicionário ede uma Enciclopédia
O Dicionário e a Enciclopédia são fontes peculiares, servindo para consultar o significado
semântico ou histórico das palavras. Cintam-se da seguinte maneira:

6.2.5.1.Citação de um Dicionário pela 1ª vez:


Voz: “Ambiente”, in: DICIONÁRIO UNIVERSAL, 4ª ed., Lusociência, Lisboa, 2005. (Não
se indica a página).

Na 2ª Citação (em notas descontínuas) apenas os seguintes elementos:


Voz: “Ambiente”, in: DICIONÁRIO UNIVERSAL.

6.2.5.2.Dicionário com Autor


Tendo o Dicionário um ou mais autores, cita-se da seguinte maneira:
António MORGADO, Dicionário da Língua Portuguesa (Voz:

6.2.5.3.Citação de uma Enciclopédia pela 1ª vez:


Martinez TEMISTOCLE, voz:“Endereço Político”, in:Enciclopédia do Direito, Vol. XXI,
Giuffrè, Milão, 1971, p. 134ss.

Na 2ª Citação (em notas descontínuas) apenas os seguintes elementos:


Martinez TEMISTOCLE,voz: “Endereço Político”, p. 134ss.

6.2.6. Citação de conteúdo extraído da Internet


Para citar um conteúdo da internet se deve considerar os seguintes elementos: autor, título e
endereço electrónico. Pelo que, se omaterialtiver Autor, cita-se da seguinte maneira:

Adriana Vaz BARROSO, “Provas ilícitas à luz do princípio da Proporcionalidade”, in:


www.direitonet.com.br, extraído aos 6 de Fevereiro de 2010.

Se não tiver Autor, a citação é a seguinte:


“Provas ilícitas à luz do princípio da Proporcionalidade”, in: www.direitonet.com.br,
extraídoaos 6 de Fevereiro de 2010.

6.2.7. Citação de conteúdo extraído de um Suporte digital


Na 1ª Citação domaterial extraído de um CD-ROM apresentam-se todos os elementos
técnicos necessários para identificara fonte. A citação compreende os seguintes elementos
autor, título do artigo e demais elementos para a identificação do CD-fonte.

EXEMPLO PRÁTICO:
Jostein GAARDER«O mundo de Sofia» in: CD-ROM, Produzido porSonopress, Cia das
Letras/Melhoramentos,São Paulo, 1998.

Se oCD-ROM for uma Enciclopédiacolocam-se os seguintes elementos:autor


(eventualmente Instituição como Autor, em letras maiúsculas),título da Enciclopédia (em
letras maiúsculas),voz:(em itálico e entre vírgulas altas),in: CD-ROM, dados técnicos do CD-
ROM (editora, lugar de edição, ano).

6.3.Citação de textos
6.3.1. Citação directa de um texto

17
 A citação directa é a transcrição de palavras ou trechos de um autor, respeitando
rigorosamente a sua redacção, ortografia e pontuação. A reprodução deve aparecer sempre
entre aspas duplas.

 Quando a citação textual tiver palavras entre aspas duplas estas devem ser transformadas
em apóstrofos ou aspas simples (‘…’).

 O número da citaçãodeve figurarno fim do texto e depois das aspas (e não sobre o nome
do Autor do texto).

EXEMPLO PRÁTICO:
Segundo o conceituado jurista português Diogo Freitas DO AMARAL, “O acto
administrativo é o acto jurídico unilateral praticado, no exercício do poder administrativo, por um órgão da
administração ou por outra entidade pública ou privada para tal habilitada por lei, e que traduz uma decisão
tendente a produzir efeitos jurídicos sobre uma situação individual e concreta.”1
1
Diogo Freitas DO AMARAL, Curso de Direito Administrativo, 2º Vol., 10ª ed., reimp., Almedina,
Coimbra, 2001, p. 210.

6.3.2. Citação directa de extractos de texto


Podem ser citadosextractos de texto, sem que seja transcrita a totalidade do texto ou da frase.

EXEMPLO PRÁTICO:
As bibliotecas e as livrarias são espaços de cultura que remontam ao período histórico
anterior a nossa era. De facto, na Grécia,“… já no sec. V a.C. se pode documentar a existência de
bibliotecas e de livrarias.”1
1
Maria Helena DA ROCHA PEREIRA, Estudos de história da cultura clássica, 1º Vol. (Cultura
grega), 6ª ed., Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1987, p. 19.

6.3.3. Citação indirecta de texto(ideia)


É a transcrição não literal de texto ou trechos de um autor.A citação indirectareproduz
apenas, e fielmente, as ideias do documento original. Tratando-se apenas da ideia, na
nota, depois do número do rodapé, coloca-se: Cf.ouCfr.

EXEMPLO PRÁTICO:
Entre os factores que determinam se uma pessoa poderá ou não ingerir grande
quantidade de bebida alcoólica, recebendo a sua energia (não a sedação)encontra-se –
contrariamente ao que muitos pensam – a constituição química da pessoa e não a sua
personalidade.1
1
Cfr.: Donald M. LAZO, Alcoolismo: o que você precisa saber, 5ª ed., Edições Paulinas/Reindal, S.
Paulo, 2001, p. 54.

18
6.3.4. Citação da citação
É a citação deum texto do qual não se teve acesso directo, mas por intermédio de uma outra
fonte. Neste caso, entre a indicação da fonte não consultada (Autor, obra, edição,Editora,
Lugar de publicação, Ano) e da consultada coloca-se a preposição apud.

EXEMPLO PRÁTICO:
1
Francesco CAPOTORTI, Corso diDirittoInternazionale, Milão, 1995, apud Paulino
LUKAMBA, Direito Internacional Público, Editora Escolar, Lobito, 2011, p. 28.

6.4.Utilização de gráficos, tabelas e quadros


Os gráficos, as tabelas e os quadros são instrumentos de redacção de texto. Possibilitam a
apresentação sintética, esquemática e lógica de dados.

Os gráficos e as tabelas são geralmente utilizados para a apresentação de dados estatísticos


naturais ou percentuais (inteiros ou fraccionários). Os quadros, sendo estruturalmente mais
simples, são geralmente utilizados para a apresentação esquemática de conceitos, comparação
de conceitos e de qualquer outro dado não estatístico.

6.4.1. Gráficos
 Hoje são feitos automaticamente pelo computador. Ao redactor do texto cabe, apenas,
escolher o modelo e preenche-lo com dados.

 Existem vários tipos de gráficos. Eles divergem estrutural e funcionalmente. A escolha do


modelo deve basear-se nos critérios de clareza, brevidade e logicidade na exposição
da informação.

 Os mais utilizados são os seguintes: o gráfico circular, o gráfico de colunas e o gráfico de


linhas.

6.4.1.1.Gráfico circular
Tem uma estrutura esférica que pode ser dividida em grandezas destacadas ou unidas com ou
sem cores. Serve geralmente para a comparação de poucos dados estatísticos percentuais
inteiros.

EXEMPLO PRÁTICO:

Vendas
1° Trim.
2° Trim.
3° Trim.
4° Trim.

19
6.4.1.2.Gráfico decolunas
Tem uma estrutura a dois vectores ou eixos marcadores, sendo um vertical e outro horizontal.
O eixo vertical marca a altura percentual e o eixo horizontal a posição das barras segundo os
dados que devem ser considerados percentualmente.Aplica-se geralmente na comparação e
medição de dados estatísticos naturais ou percentuais (inteiros ou fraccionários).

EXEMPLO PRÁTICO:

7
6
fóssil
5
4 hídrica
3
eólica
2
1
0
Angola Portugal Brazil Moçambique

6.4.1.3.Gráfico de linhas
Possui uma estrutura a dois eixos, sendo um horizontal (eixo das abcissas) e outro vertical
(eixo das ordenadas). O eixo horizontal indica a unidade ou a sequência das unidades
independentes de comparação e medição; e o eixo vertical a escala de medição. A ligação
entre os dois eixos é feita por meio de uma linha. Esta linha indica o objecto que deve ser
medido e/ou comparado. O gráfico de linhas serve para comparar e medir dados estatísticos
naturais ou percentuais (inteiros ou fraccionários) de um ou mais objectos.

EXEMPLO PRÁTICO:

6
5
4 fuba
3
feijão
2
óleo
1
0
2001 2002 2003 2004

20
6.4.2. Tabelas
As tabelas são instrumentos de apresentação de dados estatísticos que podem suportar, além
da informação numérica, breves informações explicativas.

As tabelas podem ser feitas automaticamente pelo computador. Neste caso, ao redactor do
texto, caberá apenas escolher o modelo e preencher os dados. A escolha do modelo deve
basear-se nos critérios indicados para a escolha do gráfico (clareza, brevidade, etc.).

6.5. Bibliográfica Final


Na bibliografia as fontes (obras singulares, volumes, colecções, artigos, etc) e outras têm a
seguinte estrutura: APELIDO ou APELIDOS (em letras maiúsculas), Nome ou Nomes (em
letras minúsculas ou, simplesmente, a inicial), Obra em itálico, Volume, Edição (onde
acrescer, se for o caso, revista e/ou ampliada), Colecção, Editora, Lugar de publicação e Ano.

EXEMPLOS PRÁTICOS:
 REALE Miguel, Lições preliminares de direito, 10ª ed., rev., Almedina, Coimbra, 1982.

ou abreviando o nome (e nunca o apelido)


 REALE M., Lições preliminares de direito, 10ª ed., rev., Almedina, Coimbra, 1982.

 PERELMAN Chaïm e OLBRECHETS-TYTECA Lucie, Tratado de argumentação, col.


Direito e Direitos do Homem/23, Instituto Piaget, Lisboa, 2006.

ou
 PERELMAN C. e OLBRECHETS-TYTECA L., Tratado de argumentação, col. Direito e
Direitos do Homem/23, Instituto Piaget, Lisboa, 2006.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Na Bibliografia o nome é abreviado somente quando assim se tenha feito nas notas de
rodapé.

Todas as fontes devem ser alfabeticamente ordenadas.

6.5.1. Bibliografia utilizada vs Referência bibliográfica

Na apresentação da bibliografia é obrigatório distinguir as fontes em: fontes utilizadas


(consultadas) e Referência bibliográfica.

As primeiras são aquelas que foram lidas directamente pelo investigador, tendo constituído
base do conteúdo da pesquisa.

As segundas constituem o grupo das fontes não lidas pelo investigador. São, porém,
apresentadas porque possuem um conteúdo relativo ao tema da monografia.

21
6.5.2. Artigos, Revistas, Dicionários, Material extraído da net
Na bibliografia final devem-se ainda distinguir, por títulos, os artigos, as Revistas, os
Dicionários, bem como o material extraído da net; e as respectivas fontes, ordenadas
alfabeticamente.

22
6.5.3. PESQUISA DE CAMPO: O INQUÉRITO, A INTREVISTA E A DESCRIÇÃO
DE FACTO OU DE LOCAL (Método Observacional)

O quadro empírico da monografia, geralmente, contém informações resultantes de inquérito,


de entrevista ou de descrição de factos ou de locais. Estes instrumentos podem ser
simultaneamente utilizados.

São validamente utilizados somente quando construídos na base de dois elementos essenciais
da investigação: as hipóteses e as variáveis. As variáveis são os conceitos que compõem as
hipóteses; as hipóteses são afirmações (positivas, negativas ou condicionais), ainda não
testadas, sobre o problema ou fenómeno em investigação.

6.5.3.1.INQUÉRITO
O inquérito é um meio de aquisição de informação composto por uma grelha de perguntas
ordenadas, inequívocas e personalizadas, elaboradas pelo próprio investigador (ou por outro),
tendo como destinatário um público previamente seleccionado.

O inquérito é um meio de investigação indirecto. É o público que, ao responder às perguntas,


produz a informação. Esta, depois de quantificada, é analisada estatisticamente e explicada
racionalmente.

A informação é determinada, substancialmente, pelas hipóteses e pelas variáveis da


investigação.

No que, propriamente, diz respeito à elaboração das perguntas e à organização das mesmas
em questionário, facilita bastante a classificação das variáveis em: independentes e
dependentes. As primeiras, sendo conceitos gerais, constituirão os tópicos ou áreas de
questionamento; as últimas, enquanto conceitos específicos, as questões.

As questões, pelo que precede, não deverão ser longas, ambíguas, duplas (duas perguntas
numa só) ou insinuantes (induzir respostas). Mas, concisas, unívocas e neutrais.

EXEMPLO PRÁTICO:
Considere-se uma pesquisa que pretenda investigar se, e em que aspectos, a prática e os
sentimentos religiosos se transformaram desde há duas gerações. Suponhamos, além disso,
que o campo de observação se limita aos cristãos (Católicos, protestantes, adventistas, …) e
que a hipótese seja a seguinte: os jovens de 18 a 22 anos são menos religiosos do que os
seus avós.

Para submeter esta hipótese ao teste dos factos é preciso conceber um instrumento capaz de
comparar, simultaneamente, o grau de religiosidade dos jovens e dos avós. A comparação será
possível, utilizando um inquérito construído com conceitos mensuráveis e referentes, por um
lado, à religiosidade comum aos dois grupos, por outro, ao conceito de religiosidade cristã
peculiar à religião em causa (extremo lógico da comparação).

As áreas ou tópicos de questionamento podem ser: a religião, a prática religiosa, a vivência e


o sentimento religioso.

23
ÁREAS OU
TÓPICOS DE PERGUNTAS CORRESPONDENTES RESPOSTAS
QUESTIONAMENTO
(Conceitos específicos)
(Conceitos gerais) Sim Não ?
1. Acredita que Deus realmente existe?
2. Como O vê :como uma Pessoa que vive no além?
Crença em Deus 3. Como uma Pessoa viva e presente?
4. Como algo abstracto e indefinido?
5. Não sei, é difícil dizer.
6. Acredita na existência do Diabo?
7. É ele que o leva realmente a fazer o mal?
Crença em Demónio 8. Não será ele somente a representação simbólica
do mal de que sofre a humanidade?
9. Não sei, é difícil dizer.
10. Acredita na existência da alma?
Crença na alma, na 11. Acredita na existência da vida para além da
sobrevivência, no morte?
inferno, no paraíso, no 12. Acredita no inferno?
pecado e na 13. Acredita no paraíso?
reencarnação 14. Acredita no pecado?
15. Acredita que os mortos ressuscitarão um dia?
16. Participa nos serviços religiosos?
Culto, celebrações, 17. Uma vez por semana?
enterros, baptismos, 18. Mais de uma vês por semana?
casamentos 19. Uma vez por mês?
20. Só no Natal ou na Páscoa?
21. Se um familiar próximo estiver a morrer chama
um Presbítero?
22. Encurtaria a vida de uma pessoa, padecendo de
mal incurável, para pôr fim ao seu sofrimento?
Vivência cristã 23. Mentiria à polícia para não ir a cadeia?
24. Considera pecado o furto para alimentar o
faminto?
25. Salvaria a vida de seu escarnecedor, colocando a
sua em risco?
Exemplo adaptado a partir do original de R. Quivy e L. V. Campenhoudt, Manual de investigação em ciências
sociais, ed. 5ª, Gradiva, Lisboa, 2008, pp.164ss.

O inquérito apresentado é um exemplo. Podia, portanto, ter outro formato e perguntas


feitas de outra maneira. Os inquéritos são tantos quantos são os objectos e as finalidades
de investigação.

IMPORTANTE
Testar o inquérito

Depois de elaborado, o inquérito deve ser testado para se assegurar que as perguntas sejam
bem compreendidas e as respostas forneçam a informação procurada .Existem vários testes; o
mais simples é o que a seguir se explica.

24
6.5.3.2.ENTREVISTA (Estruturada)
A entrevista é outro meio indirecto de aquisição de informação. É tida como uma conversação
com registo escrito, áudio, ou vídeo, entre duas pessoas, o investigador (entrevistador) e a
fonte da informação (o entrevistado). Este último deve ser uma fonte directa.

Pressupostos da Entrevista
1. Antes da entrevista, o investigador deve reunir o máximo de informação sobre o assunto a
ser abordado e sobre a pessoa a ser entrevistada;
2. Deverá comunicar à pessoa a ser entrevistada, o objectivo da entrevista;
3. Antes da entrevista, o investigador deverá elaborar um guião de questões para dirigir com
lógica a conversação;
4. As perguntas deverão ser objectivas e graduais (e segundo o objecto de investigação
abertas ou fechadas);
5. Durante a conversação o investigador deve conquistar a confiança do entrevistado, sem
tentar domina-lo ou deixar-se dominar, para não perder a objectividade;
6. Durante a conversação não deverá omitir perguntas; se o fizer deverá eliminar, do plano de
investigação, o assunto visado pela pergunta omitida; se o assunto for fundamental deverá
marcar uma nova entrevista ou abandonar todos os resultados;

Tratamento da informação obtida


 O tratamento deve ser imediato: a interpretação da informação ganha objectividade quando
inclui uma análise daquilo que as perguntas e o âmbito da entrevista, despertaram no
entrevistado;
 O tratamento deve ser sistemático: o investigador deve considerar o máximo possível de
informação, inclusive a obtida espontaneamente.
 Os resultados esperados devem ser comparados com os resultados observados; devendo ser
explicado o significado das diferenças (se existirem).

6.5.3.3.DESCRIÇÃO DE FACTOS E DE LOCAIS (Observação)


A descrição de factos ou de locais pode ser considerada em sentido restrito ou amplo. Em
sentido restrito efectua-se por meio da observação directae registo dos factos no momento em
que eles se produzem. A observação directa pode ser, por sua vez, participante ou não
participante, conforme o investigador descreva os factos participando ou não deles. Em
sentido amplo efectua-se por meio do simples registo, in loco, de factos passados; exige, às
vezes,a corroboração de outros métodos como o da entrevista.

Pressupostos da Descrição de factos ou de locais


Os pressupostos, na generalidade, são os mesmos tanto para descrição em sentido restrito
quanto para a descrição em sentido amplo. São eles:

1. O investigador deve circunscrever o local ou individualizar o facto.


2. O investigador deve munir-se do material necessário para descrever o local ou o facto
(blocos de anotações, canetas, gravador, câmara fotográfica e/ou de filmagem, etc.).
3. O investigador deve preparar-se psicologicamente para poder descrever de modo objectivo
(a realidade, por vezes, perturba!).
4. O investigador deve ter um guião de observação para não se desviar dos seus propósitos (a
realidade é mais rica e fascinante!).
5. O guião deve indicar, com clareza e síntese, os aspectos a serem descritos.
6. O investigador deve descrever tudo que conste do guião e o mais que seja necessário para a
pesquisa.
7. No momento da descrição o investigador não deve valorar, nem interferir no processo de
manifestação do objecto.
25
Tratamento da informação obtida
 A informação deve ser imediatamente tratada. É necessário não só recordar os dados não
previstos pelo guião, como excluir, na análise dos mesmos, tudo que foi fruto de
observação ilusória;
 A informação deve ser avaliada exactamente como foi observada e os resultados provirem
sem interferência;
 Os resultados esperados devem ser comparados com os resultados observados; devendo ser
explicado o significado das diferenças (se existirem).

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