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BENGUELA/2021
MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
BENGUELA, 2021
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Geraldo Movele (em memória) e Augusta de Assunção Chinjola e
familiares, pela paciência e compreensão;
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Geraldo Movele (em memória) e Augusta de Assunção Chinjola e
familiares, fonte do meu conforto, pela complexa e plural ajuda moral, didáctico,
coragem e confiança transmitida nos momentos decisivos da minha vida;
À estimada tutora Maria Antónia Pinto da Silva Freitas, MSc., pela sábia orientação
durante a elaboração do presente trabalho; sem me olvidar do Dr. Narciso Jorge
Chimbolo Dumbo, pelo auxílio precisado;
iii
RESUMO
iv
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA..............................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS....................................................................................................iii
RESUMO......................................................................................................................iv
ÍNDICE DE TABELAS..................................................................................................vii
INTRODUÇÃO............................................................................................................10
CONCLUSÕES...........................................................................................................64
SUGESTÕES..............................................................................................................65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................66
vi
ÍNDICE DE TABELAS
vii
INTRODUÇÃO
10
impõem a essa sociedade. “A escola é uma instituição de ensino que tem um
compromisso de socialização com os alunos, passando-lhes, conceitos básicos de
convivência e respeito, mesmo antes de começar a alfabetizar e a transmitir
conhecimentos” (Cúberes, 1997, citado por Justi et al, 2017, p. 23).
11
em explorar o tema “factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento
escolar dos alunos da 6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município de
Benguela”.
Para Cervo e Bervian (2005), citado por Mendes & Manuel (2016, p. 107), “os
objectivos que se têm em vista definem muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo
de pesquisa e o material a colectar”. Para a orientação do trabalho levantado,
elaboraram-se os seguintes objectivos:
Objectivo geral:
Analisar os factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento
12
escolar dos alunos da 6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município
de Benguela.
Objectivos Específicos:
Apresentar teoricamente os factores sociopedagógicos associados ao
baixo rendimento escolar;
Identificar os factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento
escolar dos alunos da 6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município
de Benguela;
Descrever os factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento
escolar dos alunos da 6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município
de Benguela.
Quanto ao valor teórico do trabalho, consiste no aprofundamento dos
conhecimentos acerca da temática em estudo, ao passo que o valor prático visa
oferecer conclusões e sugestões que levadas a cabo, contribuirão significativamente
para os factores sociopedagógicos associados ao rendimento escolar dos alunos da
6ª classe na escola em questão.
13
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
14
Rendimento escolar: segundo Santos e Almeida, (2001, p. 205) diz respeito
“ao resultado das competências académicas dos alunos quando avaliados em
diferentes campos da aprendizagem”, bem como pode ser “verificado com maior ou
menor capacidade para aprender e depende de diferentes tópicos, como o
da inteligência, que se mostra como sendo um dos mais importantes”.
15
frequência ao Sistema de Educação e Ensino a todos os indivíduos em idade
escolar.
O Ensino Primário tem como função social baseada nos seguintes aspectos
(INIDE/MED, 2019, p. 29):
Horário semanal
Disciplinas
1.ª 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª
Classe Classe Classe Classe Classe Classe
Língua Portuguesa 9 9 9 9 8 8
Matemática 7 7 7 7 6 6
Estudo do Meio 3 3 3 3 - -
Ciências da Natureza - - - - 4 4
História - - - - 2 2
Geografia - - - - 2 2
Ed. Moral e Cívica. - - - - 2 2
Ed. Manual Plástica 2 2 2 2 2 2
Ed. Musical 1 1 1 1 1 1
Ed. Física 2 2 2 2 2 2
Fonte: elaboração própria com base ao INIDE e MED, (2019, p. 33).
16
Aperfeiçoar hábitos, habilidades, capacidades e atitudes tendentes à
socialização;
18
1.3. Breve abordagem sobre o rendimento escolar
Segundo Bonavante (1976, cit. Alves 2010, p. 10), o baixo rendimento escolar
está relacionado com “as dificuldades de aprendizagem, reprovações, atrasos, etc.,
e, na maioria dos casos, as crianças que têm mais dificuldades pertencem às
famílias de grupos sociais desfavorecidos do ponto de vista económico-cultural”.
19
O rendimento escolar se expressa por valores qualitativos que se traduzem
em valores quantitativos equivalentes, assumindo quase sempre a forma numérica.
Este tipo de rendimento pode numa escala contínua ocupar a posição
convencionada como positiva ou na outra como negativa, sendo que os valores
positivos da escala fazem-se corresponder ao conceito de sucesso escolar e os
negativos ao conceito de insucesso escolar. Tentar entender o processo escolar sob
a perspectiva crítica implica na compreensão do baixo rendimento escolar a partir de
uma análise aprofundada do fenômeno educacional como síntese de múltiplas
determinações, e que se situa em um contexto histórico concreto (Meira, 2003).
Na opinião de Cabral (1995, cit. Alves, 2010, p. 7), esta problemática “é,
muitas vezes, vista como um problema do aluno, jamais, ou muito raramente como
um fenómeno que possa envolver a organização e as práticas escolares”. O autor
afirma que a “adequação do currículo, das metodologias, da própria estrutura
organizativa às características do aluno, raramente são discutidas ou postas em
causa”. Assim, focalizando o fenómeno em apenas ao aluno pode restringir o campo
de abordagem da questão, sendo que há que reconhecer, a partida, que os factores
influenciadores das aprendizagens transcendem o aluno. Ou seja, de um modo
geral, todos os dispositivos educativos, a sua existência ou inexistência, concorrem
20
para a conformação do campo de execução do processo de ensino-aprendizagem,
pelo que qualquer abordagem unifocada pode reduzir as possibilidades de
compreensão mais abrangentes dos factores que o influenciam.
Segundo Bonavante (1976, cit. Sil, 2004, p. 16) “cada criança é considerada
boa ou má aluna em função dos resultados obtidos e dos progressos efectivados no
cumprimento dos programas de ensino”. Na mesma lógica, Sil (2004, p. 16) afirma
que, pode se dizer que “as situações de repetências e de abandonos prematuros do
sistema educativo são exemplos que tipificam a forma como institucionalmente se
exprime o insucesso escolar dos alunos”.
21
A família e a sociedade em geral, exige-se que faça acompanhamento aos
educandos e ajudem-nos a atravessar dificuldades com apoio ético-moral,
económico-financeio e um apoio integrador de valores, evitando assim
más companhias.
Para Pires (1991, cit. Branco, 2012) existem cinco factores pedagógicos
fundamentais: as condições estruturais precárias da escola; adesarticulação entre
teoria e prática na ministração das aulas; a desarticulação entre objectivos,
conteúdos, métodos e meios de ensino; a falta de formação específica por parte dos
docentes e a aplicação de metodologias inadequadas por parte dos professores.
22
qualidade de vida, de saúde, lazer, entre outros. Isso inclui o meio no qual essa
criança está inserida, pois comportamentos inadequados por parte de pais ou
responsáveis, principalmente promiscuidade, prostituição, drogas na família,
violência doméstica, desemprego e desestruturação familiar são factores que
interferem diretamente no comportamento da criança/adolescente, contribuindo para
dificultar sua aprendizagem. Porém, as taxas podem estar mais elevadas, aos
alunos pertencentes aos sectores sociais convencionalmente designados por
“classes desfavorecidas”, crianças provenientes de famílias operárias, camponesas,
de minorias étnicas, vivendo, por vezes, em bairros ou zonas urbanas degradadas,
nos subúrbios das grandes cidades ou no isolamento de certos meios rurais (Paro,
2007).
Para Pires (1991, cit. Branco, 2012), dos factores pedagógicos podemos fazer
a seguinte apreciação: a escola quando não apresenta um apetrecho ou condições
estruturais favoráveis, quando a sala de aula não possui carteiras suficientes,
iluminação adequada, quadros em condições favoráveis, ventilação adequada e
outras condições que concorrem para um processo de ensino-aprendizagem salutar,
poderá se desencadear no baixo rendimento escolar. Muitas das vezes, os
professores se limitam em passar, simplesmente, os conhecimentos teóricos sem
articular estes com a prática a fim de obter um processo de ensino-aprendizagem
mais significativo. Um professor que não planifica poderá de certa forma,
desconectar ou desarticular os objectivos da aula com o conteúdo programado e
automaticamente usar métodos e meios de ensino não adequados.
23
1.4.1. Factores sociais
A mesma opinião é partilhada por Sil (2004, p. 21) quando argumenta que o
“insucesso escolar implica uma multiplicidade de factores cuja localização pode
centrar-se ao nível do aluno e do seu ambiente restrito, ao nível da sociedade à qual
pertence e ao nível da própria escola, do sistema educativo”. Assim sendo, estamos
perante um conjunto de três realidades: aluno, o meio social e a instituição escolar
(Sil, 2004).
a) A família
Muitos alunos não têm livros em casa, tudo porque os pais não têm condições
económicas para a sua aquisição e a escola deve proporcionar esse contacto para
se tornarem leitores. Não nos podemos esquecer que, como afirma Ferraz (2007,
ap. Alves, 2010, p. 13) que “a escola é actualmente frequentada por alunos que, (…)
adquiriram a língua em meios sociais e culturais marcantes por características
diversas (contextos diferentes) e, por isso, têm um desenvolvimento linguístico e
cognitivo diferente”.
Avanzini (1967, ap. Rosa, 2013) apresenta o nível cultural do agregado como
sendo a causa que indiscutivelmente mais influencia (a nível familiar) o sucesso
escolar. Uma família rica culturalmente fornece à criança uma diversidade de
estímulos que lhe permite viver na escola uma continuidade do ambiente familiar ao
invés de vivenciar um fosso entre ambos. Quanto a estes aspectos, na opinião de
Ferraz (2007, ap. Alves, 2010, pp. 12-13), “por vezes, a língua de casa colide com a
língua da escola”.
O nível de escolaridade dos pais é também uma das questões a ter em conta
no processo de aprendizagem do educando. Segundo Belo (2017), as
sociedades/famílias com elevada escolaridade são capazes de identificar mais
facilmente as necessidades das crianças e promover a sua evolução linguística.
Por outro lado, Avanzini (1967, cit. Rosa, 2013, p. 60,) considera que “pais
cuja profissão seja demasiado absorvente estão como que impedidos de auxiliar os
filhos nas tarefas escolares, sobretudo nas actividades de escrita e leitura, de forma
consistente”. Esta situação verifica-se tanto em famílias provenientes de meios
pobres como de meios mais afortunados.
b) A comunicação social
26
Na era das tecnologias de informação, também estas podem contribuir para o
desenvolvimento da compreensão e da expressão escrita, como refere Ferraz (2007,
ap. Alves, 2010, p. 86):
Portanto se o seu uso pelos alunos não for monitorado por um professor ou
encarregado de ensino poderá ter uma influência negativa no processo de ensino
aprendizagem. Assim sendo, no nosso entender, o outro desafio é a extensão social
dos mais variados meios de comunicação, em decorrência dos avanços tecnológicos
das últimas quatro décadas.
a) A desestruturação familiar;
27
d) E a relação entre a família e escola.
Tipologias Indicadores
- Condições económicas
Factores sociais Família - Nível de escolaridade
- Cultura
- Redes sociais
Comunicação social - Televisão
- Rádio
Meio social - Amigos
Fonte: elaboração própria com base ao Belo (2017).
28
A escola, enquanto instituição educativa é vista como um espaço no qual
confluem diversos factores que influenciam, de modo directo e/ou indirecto, o
processo de formação da personalidade do aluno. Significa que na escola cria-se um
ambiente propício para a interacção social vista como um “conjunto das influências
recíprocas que resultam da actividade dos diversos membros do grupo social”, neste
caso, professores e alunos, ou conforme afirma Arends (2010, p. 121), existem
muitos factores que influenciam o processo de ensino aprendizagem conforme se
descreve abaixo:
O professor
29
ambientes produtivos, interessantes e estimuladoras das aprendizagens ou o
contrário.
Relação aluno-aluno
O ambiente escolar
32
contribuem para o fraco envolvimento dos alunos nas acções de aprendizagem,
(Ribeiro, 1990).
Soares, Brito e Costa (2010, p. 500), ressaltam que “professores, por meio
das práticas pedagógicas, podem influenciar significativamente a trajectória escolar
dos alunos, contribuindo para o sucesso escolar, especialmente daqueles com
maiores dificuldades educacionais”. A influência de características da direcção, do
professor e da gestão escolar no desempenho dos alunos de primeiro grau, são
fatais quando o professor não possui competências. Uma das conclusões do estudo
foi que, na medida em que cresce a escolarização do professor, melhora o
desempenho dos alunos.
Os métodos de ensino
33
Por outro lado, métodos didácticos que possibilitam a livre participação do
aluno a discussão a troca de ideias com os colegas e a elaboração pessoal do
conhecimento das diversas matérias contribuem para a promoção da aprendizagem
e para o desenvolvimento da personalidade dos alunos. Por isso, o trabalho em
grupo é considerado fundamental dado que contribui para a aprendizagem da
convivência social, o respeito às ideias divergentes, o que por sua vez, facilita o
próprio processo de elaboração pessoal do conhecimento.
34
Na visão de Gil (2011, p. 243), avaliar é necessário “para que o direito de
aprender efective-se da melhor maneira possível”.
Por fim, a avaliação deve trazer subsídios para que sejam tomadas medidas
no processo de ensino e aprendizagem. Se a avaliação traz resultados que
demonstram que os estudantes não alcançaram os objectivos propostos, ao
professor cabe identificar os motivos de tal desempenho, buscando alternativas
como, por exemplo, alteração em sua metodologia de ensino.
35
são beneficiados pelo efeito positivo do diálogo familiar sobre o desempenho
escolar. Por fim, Soares (2004, p. 86), ao apresentar seu modelo conceitual, [...] “são
tantos os factores escolares associados ao desempenho dos alunos que nenhum
deles é capaz de garantir, isoladamente, bons resultados escolares” por mais que o
professor tenha competências pedagógicas.
A motivação
Segundo Lourenço e Paiva (2010, p. 22), “verifica-se que existe uma relação
entre a aprendizagem e a motivação, constatando uma relação de reciprocidade
entre ambas”. Isto faz-nos perceber que a aprendizagem está interligada com a
motivação, ou seja, para que haja uma aprendizagem significativa, é necessário que
antes o aluno esteja motivado, por isso, a motivação é um factor preponderante da
aprendizagem.
37
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DO TRABALHO
38
Partindo da ideia de que os métodos e as técnicas a serem utilizados na
pesquisa são seleccionados a partir do problema, da delimitação da amostra ou do
universo e relembrando os renomados autores Cervo e Bervian (2005, p. 25) de que
método entende-se “o dispositivo ordenado, o procedimento sistemático em plano
geral”. No presente trabalho foi utilizado com maior relevância os seguintes métodos
de nível teórico e empírico:
De nível teórico:
De nível empírico:
40
2.3. Caracterização da Escola
Características da amostra
De acordo com Fortin (2009), ap. Mendes e Manuel (2016, p. 117), amostra “é
a fracção ou a porção de uma população junto da qual são recolhidas as
informações necessárias ao estudo”. Assim sendo, foi seleccionada de forma
aleatória simples integrada por total de 20 encarregados a educação, dos quais 13
são do sexo femininos e 7 masculinos e 20 alunos, sendo 12 do sexo femininos e 8
masculinos que foram seleccionados a partir das 2 turmas sendo 10 por cada, com o
recurso ao procedimento de “rifas”. Assim, procedemos a numeração de cinco
papéis misturado no conjunto de outros sem marcação até extrair a amostra por
41
cada turma. Seguida juntamos os 20 alunos numa das turmas disponibilizado pela
direcção da escola para responderem aos inquéritos.
42
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS
43
Membro B: “baixo rendimento escolar são aspectos ligados ao processo de
aprendizagem ligado especificamente ao baixo rendimento escolar, quando digo
baixo rendimento não me refiro somente ao carácter avaliativo (notas), mas também
do domínio do saber (domínio da L.P, MAT, entre outras disciplinas)”.
44
ensino, tais como: estrutura física da escola, a falta de traquejo por parte de quem
forma entre outros”.
45
Portuguesa e da Matemática, porém, as professoras, tudo estão a fazer para
minimizar a situação”.
Membro B: “Os pais que não comparecer na reunião os seus filhos não
assistem aulas; supervisar algumas aulas das duas professoras para vermos se têm
domínio do conteúdo, se utilizem métodos adequados, se lidam bem com os
alunos”.
46
Membro A: “para enriquecer este estudo, deve-se criar condições em todos
os aspectos (sociais, pedagógicos, económicos, financeiros, e infra-estruturas),
contudo, devemos o ministério da educação deve traçar projectos para melhorar a
qualidade de trabalho e que também viemos a ter números reduzidos de alunos nas
salas de aulas”.
Assim das respostas obtidas das professoras segue-se a descrição, cuja para
garantir o anonimato das entrevistadas, designamo-las por A e B.
A: “A relação com os meus alunos tem sido boa e noutrora má, visto que,
nem todos os dias são iguais, pois depende dos conteúdos e dos dias, mas fazendo
um balanço geral tem sido boa”.
47
B: “Minha relação com os meus alunos tem sido boa, são adolescentes e é a
primeira vez que trabalho com alunos dessa faixa etária, estou me adaptando o
máximo possível”.
A: “De forma geral avalio o rendimento escolar dos meus alunos positivo,
pesem bora alguns apresentarem um rendimento medíocre”.
B: “Avalio o rendimento dos meus alunos uma nota não superior a 7 valores,
ainda não chegamos a 10 valores porque, primeiramente caí nessa escola de
paraquedas logo que fui bem sucedida no concurso público, visto que, fiz o ensino
48
médio em uma escola que preparam os alunos para o primeiro ciclo e não tive as
metodologias que o Magistério ensina que é especificamente para o ensino primário,
estou conseguindo me adaptar aos poucos. E também por outro lado está a fraca
participação dos pais ou encarregados de educação e por outro lado é a falta de
interesse por parte dos alunos”.
49
será o desempenho de quem os ocupa e o aproveitamento didáctico dos alunos em
sala de aula, por isso tornam-se necessárias à análise e avaliação do ambiente.
B: “Que os pais sejam mais participativos nas actividades escolares dos seus
educandos, que o estado venha reforçar na infraestrutura da escola e que o
Ministério da educação venha a colocar os professores nas suas devidas áreas de
formação”.
51
3.3. Apresentação e análise e interpretação dos resultados do inquérito por
questionário aplicado aos alunos
O inquérito por questionário foi aplicado com o objectivo de obter dados sobre
os factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento escolar dos alunos
da 6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município de Benguela. Em termos de
estrutura o questionário foi integrado por um total de seis questões, cujos resultados
são descritos em termos de frequência e percentual, incluindo uma análise descritiva
dos mesmos.
Nesta ordem de opiniões divergentes, a maior parte dos alunos afirmou que
gosta de sua escola. Fazendo uma dedução concluímos que os alunos gostam da
escola em que frequentam, facto que, pode contribuir no interesse das materiais
52
leccionadas, e consequentemente, influenciando no bom rendimento escolar.
Porém, preocupa-nos, embora seja minoria, os alunos que não gostam da sua
escola porque isto pode contribuir para o abandono e absentismo escolar e,
consequentemente, o baixo rendimento escolar dos mesmos alunos.
53
Os resultados são em parte, preocupantes, na medida em que, a
percentagem apontou para as categorias de algumas vezes e de não, facto que,
revela o baixo rendimento escolar.
Os resultados são favoráveis, pois revelam mais uma vez que alguns pais
estão preocupados com a formação dos seus educandos, por isso, compram
materiais escolares, pese embora a Lei n.º 32/20 de 12 de Agosto no seu artigo
11.º/1 impõe que o estudo é gratuito e “A gratuidade no sistema de educação e
ensino traduz-se na isenção de pagamento pelas inscrições, assistência às aulas,
material escolar e apoio social para todos os alunos que frequentam o ensino
primário nas instituições públicas de ensino”, cabendo esta responsabilidade ao
Estado. Algumas famílias e por escassez de materiais ajudam os seus filhos,
comprando-lhes materiais escolares para que estes possam ter um bom
aproveitamento escolar.
54
casa, 13 na percentagem de 65% responderam algumas vezes e 1 que perfazem a
5%, respondeu que não.
Grupo A: “a relação com os professores tem sido boa, apesar de que muitos
não comparecem nas reuniões escolares”;
Grupo B alegou que têm “uma relação é boa com as professoras, participam
nas reuniões e nas actividades escolares”;
55
Grupo C “a relação é razoável, visto que, são poucos os encarregados que
participam nas actividades escolares”;
Grupo D: “Algumas vezes. Não conseguimos definir muito bem, se tem haver
com as reprovações ou aprovações, atrasos dos alunos ou então com as distrações
na sala de aulas”.
56
outros. Nesta medida, dominando o assunto, os encarregados de educação podem
junto à direcção da escola e professores procurar meios para erradicar o problema,
tal como realçam Soares, Brito e Costa (2010) e Andrade (2006) que o processo de
ensino aprendizagem é um sistema muito complexo, pois exige muito por parte dos
intervenientes.
Grupo C: “Ausência dos pais na escola, não tem bebedor. A escola falta
muitas coisas, assistir muito porque os nossos filhos passam mais tempo assistindo
boneco; Um encarregado exemplificou seu filho dizendo: meu filho atrasa porque
assiste muito e desperta muito tarde devido à televisão”.
Grupo D: “As causas são várias, como por exemplo: quando a professora
não dá bem as aulas, quando a escola está mal, falta de livros, cadernos, lápis, falta
de interesse por parte dos alunos em aprender; Assistir muito, a relação com a
professora e a maneira de ensinar” e, As condições que a escola apresenta.
57
Grupo A: “Os professores devem incentivar os alunos e criar adaptarem-se
as metodologias para que os alunos tenham motivação em aprender; adequar os
métodos ao meio e as condições dos alunos”.
Grupo D: “Colocar torneiras na escola para evitar que os alunos vão fora
procurando água; Trabalhar com as professoras para motivar os alunos a ler e
escrever e assistir pouco a televisão; Evitar os atrasos ao ir à escola para não perder
aulas e; Mais paciência dos professores e motivação para ensinar”.
58
Grupo C: “Levar a conhecer ao Estado para oferecer mais condições
estruturais, livros e outros materiais didácticos; Que haja mais esforços na parte das
professoras, Direcção da Escola e mais inspecção escolar”.
Grupo D: “Que o Governo crie mais condições na Escola; Que o Estado crie
condições infra-estruturais escolares e; Que as professoras possam ensinar mais
capacitar os alunos para que possam ingressar no primeiro ciclo com sucesso”.
59
3.5. Apresentação, análise e interpretação dos resultados obtidos na
observação das aulas
Refeitório 0 0% 0 0% 4 100%
Bebedor 0 0% 0 0% 4 100%
A biblioteca 0 0% 0 0% 4 100%
62
didácticos que inviabilizam as estratégias de ensinar conteúdos novos, visto que,
segundo os mesmos o sistema de avaliação bastante exigente.
63
CONCLUSÕES
64
Destaca-se também, o factor pandemia da covid-19 que de alguma forma
contribuiu bastante no baixo rendimento escolar da escola em causa.
SUGESTÕES
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (6ª ed.). São Paulo: Atlas
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Educação e Ensino, que estabelece os princípios e as bases gerais do sistema
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Lei n.º 32/20 de 12 de Agosto de 2020. I Série nº 170. Lei de Bases do Sistema de
Educação e Ensino, que estabelece os princípios e as bases gerais do sistema
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Infopédia. (Abril de 2000). Acesso em 14 de Setembro de 2017, disponível em
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Infopédia. (Maio de 2007). Acesso em 14 de Setembro de 2017, disponível
em https://www.significadosbr.com.br/sociologia.
https://knoow.net/ciencsociaishuman/psicologia/psicologia-do-
desenvolvimento/
70
Apêndice A: Roteiro de entrevista dirigida aos membros da direcção da Escola
Objectivo: obter informações sobre a percepção dos entrevistados sobre os
factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento escolar dos alunos da
6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município de Benguela.
Dados Pessoais
Idade______ anos
Sexo: masculino __ feminino __
3. Quais são os factores sociais que estão na base do baixo rendimento escolar
dos alunos da 6ª classe?
4. Quais são os factores pedagógicos associados ao baixo rendimento escolar
na sua escola?
5. Como se descrevem estes factores sócias e pedagógicas associadas ao
baixo rendimento escolar dos alunos da 6ª classe apresentado
anteriormente?
6. Que proposta de solução apresentas para melhorar o rendimento escolar dos
alunos da 6ª classe?
7. Sendo experiente e conhecedor da realidade educativa em Angola, o que
poderias acrescentar para enriquecer este estudo?
71
Apêndice B: Roteiro de entrevista aplicada aos professores
72
Apêndice C: Boletim de inquérito por questionário aplicado aos alunos
O inquérito por questionário foi aplicado com o objectivo de obter dados sobre os
factores sociopedagógicos associados ao baixo rendimento escolar dos alunos da
6ª classe na escola Primária BG nº 1013, município de Benguela.
Idade: _______
73
Sim
Não
As vezes
Muito obrigado, pela sua colaboração.
74
Apêndice D: Guião de entrevista aos pais e encarregados de educação
1. Como tem sido a sua relação com os professores da escola onde estuda o seu
filho?
75
Apêndice E: Guião de observação de aulas
Relação professor-aluno
Refeitório
Pátio escolar
Bebedor
A biblioteca
Data da observação: ____/_____/______.
O observador:
_____________________________________________________________
76