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Índice

1. Introdução......................................................................................................................2

1.1. Objectivo Geral:..................................................................................................3

1.2. Objectivos específicos:.......................................................................................3

1.3. Metodologia........................................................................................................3

2. A aquisição da linguagem..........................................................................................4

3. Fases de Aquisição da Linguagem.............................................................................6

3.1. Fase do Balbuceio...............................................................................................6

3.2. Fase Holofrástica................................................................................................7

3.3. Fase do telégrafo para o infinito.........................................................................7

4. Os Estágios de Aquisição da Linguagem...................................................................7

4.1. No estágio pré – linguístico................................................................................8

4.2. Período Linguístico Estágio de uma palavra......................................................8

4.3. Estágio de duas palavras.....................................................................................9

4.4. Estágio das múltiplas combinações....................................................................9

4.5. Período crítico...................................................................................................10

5. Conclusão.................................................................................................................11

6. Referências bibliográficas........................................................................................12
1. Introdução

Uma das questões mais debatidas no âmbito da linguística, diz respeito à composição
dos domínios da aquisição da fala e compreensão da linguagem. A análise de processos
relacionados à comunicação humana, mediante o uso da linguagem.

Steven Pinker em seu livro chamado "O Instinto da Linguagem: como a mente cria a
linguagem", explica tudo sobre a linguagem como funciona como as crianças aprendem
como ela muda como o cérebro a computa, como ela evoluiu. Com o uso de exemplos
quotidianos, Pinker diz que: "linguagem é um instinto humano instalado em nosso
cérebro, ou seja, "existe um dispositivo que é activado na mente quando a criança
alcança certa idade, por isso lembramos apenas de certo momento de nossa infância".

O autor defende o desenvolvimento da língua como adaptação evolutiva, existindo um


vínculo profundo entre aquilo que chamamos de "mente" e o cérebro. Para ele a
linguagem é algo complexo e especializado, que desenvolve-se em nós quando crianças
sem que percebamos, sem que seja preciso instruí-la formalmente, afinal ninguém vai
para a escola apreender a falar. Existe uma lógica subjacente que é a mesma em todo o
individuo. Também destaca que:

O pensamento não é a mesma coisa da linguagem, pois a experiência de enunciar ou


escrever uma frase, parar e perceber que não era aquilo que queríamos dizer. Nem
sempre é fácil encontrar as palavras que expressam adequadamente um pensamento.

O autor defende a existência de um vínculo entre instinto e "mente", seu trabalho


procura explicar como a mente cria a linguagem. Até mesmo pessoas com distúrbios
psicológicos conseguem desenvolver a linguagem, pode não haver coerência no que é
dito, mas a linguagem foi desenvolvida. O desenvolvimento da perspectiva cognitiva
subjacente à construção teórica do conceito de 'faculdade de linguagem', conceito
proposto por Chomsky, nos anos 50, enquanto componente interna da mente/cérebro
humanos que levou, no campo específico da Linguística, à formulação, ao
desenvolvimento e à reformulação de diversos modelos teóricos.

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Objectivos

1.1. Objectivo Geral:


 Compreender os estágios de aquisição da linguagem.

1.2. Objectivos específicos:


 Identificar os estágios de aquisição da linguagem.
 Analisar as fases da aquisição de aquisição da linguagem.
 Distinguir os estágios à fases de aquisição da linguagem.

1.3. Metodologia
Considerada uma etapa de extrema importância para qualquer trabalho científico, a
metodologia pode ser compreendida, de acordo com andrade (2010, p. 117), como um
“conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”.
Prodanov e Freitas (2013, p. 14) complementam, argumentando que a metodologia “[...]
É a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção do
conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade [...]”.

Para a realização do trabalho eu baseie-se na leitura de certas literaturas bibliográficas


que abordam acerca do tema em destaque. E por fim foi levada acabo a componente
referente a análise e a compilação da informação.

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2. A aquisição da linguagem

A linguagem é, na perspectiva da teoria gerativa, um conjunto de representações


mentais. Chomsky considera a língua um conceito político e a linguagem algo
demasiadamente amplo. Diante disso, Chomsky (1986) estabelece duas perspectivas ao
definir linguagem (definição metodológica): Linguagem-E (E-language) – conceito
técnico de linguagem como instância da linguagem externa, ou seja, a língua em uso no
sentido de constructo independente das propriedades da mente/cérebro, com carácter
essencialmente epifenomenal21, identificada também como performance. Linguagem-I
(I-language) – objecto da teoria linguística que se caracteriza sob três pontos de vista: a)
interna, no sentido de estado mental independente de outros elementos; b) individual,
enquanto capacidade própria do indivíduo (natureza humana); e c) intencional, de
carácter funcional, no sentido de ser uma função que mapeia os princípios do estado
inicial para o estado estável, identificada também como competência.

De acordo com os behavioristas, mesmo comportamentos mais complexos como a


linguagem podem ser condicionados e, nessa perspectiva, dependem da experiência para
serem adquiridos. Como vimos, para os defensores dessa concepção, a linguagem é um
comportamento aprendido, um hábito, e emerge – é construída – a partir da interação do
ser com o input fornecido pelo meio. Em outras palavras, toda a aprendizagem, seja ela
verbal (linguagem) ou não-verbal (aprendizagem em geral), ocorre por meio do mesmo
processo subjacente, ou seja, via formação de hábitos.

Assim, ao produzir a primeira palavra, a criança já teria as demais


opções disponíveis, possibilitando-a realizar as associações
adequadas ao contexto apresentado. A esse comportamento,
SKINNER refere como ‘cadeia de respostas’. A criança adquire ainda
a capacidade de generalização, ou seja, uma resposta condicionada
com a vogal final ‘i’, por exemplo, associa-se a um novo estímulo
como o verbo ‘fazer’, semelhante ao estímulo condicionado do verbo
‘comer’, e a criança produz a palavra ‘fazi’ (ALBANO, 1990). Dessa
forma, qualquer comportamento, inclusive a linguagem, pode ser
explicado através de cadeias associativas.

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Sendo assim, a linguagem é considerada a primeira forma de socialização da criança e,
na maioria das vezes, é efetuada explicitamente pelos pais através de instruções verbais
durante actividades diárias, assim como através de histórias que expressam valores
culturais. A socialização através da linguagem pode ocorrer também de forma implícita,
por meio de participação em interacções verbais. Desta forma, através da linguagem a
criança tem acesso, antes mesmo de aprender a falar, a valores, crenças e regras
adquirindo os conhecimentos de sua cultura. A medida que a criança se desenvolve, seu
sistema sensorial, incluindo a visão e audição, se torna mais refinado e ela alcança um
nível linguístico e cognitivo mais elevado, enquanto seu campo de socialização se
estende, principalmente quando ela entra para escola e tem maior oportunidade de
interagir com outras crianças.

Quanto mais cedo à criança se envolve nas relações sociais, mais benefícios obterá a
curto ou longo prazo, tendo em vista as experiências e aprendizagens que resultam de
tais interacções.

Na aquisição da linguagem, o método como se desenvolve a língua, como se adquire as


primeiras palavras, a fala, enfim, é tudo um processo, embora natural, é longo e difícil.
O começo dessa aquisição seria o primeiro choro da criança ao nascer.

Durante o processo, com o passar dos dias, a criança aos poucos vai adquirindo suas
primeiras palavras através do comportamento observável, ou seja, a criança cercada da
família, observa as palavras e de acordo com a fase em que se encontra, tenta se
comunicar com quem os cercam.

Tais fases, a primeira seria a do jargão, em que a criança começa a produzir cadeias de
enunciados, meias palavras, ainda não analisáveis, mas que são completamente
interpretáveis para nós adultos. Ocorre normalmente aos dezoito meses de vida da
criança. A segunda fase será a das palavras, em que a criança através de imitações;
gestos desenvolvem as primeiras palavras, ocorrendo por volta dos dois anos de idade.
A terceira e última fase seria a das frases onde a criança já empregando estruturas com
frases curtas, com erros de gramática e de pronúncia, mais porém não deixa de ser
frases compreensíveis, sendo que a criança já é capaz de produzir uma verdadeira
comunicação.

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3. Fases de Aquisição da Linguagem

Estudos intra e linguísticos – que defende que existe uniformidades do desenvolvimento


da linguagem e ainda que cada língua tem características particulares e, ao mesmo
tempo, características comuns a todas as línguas do mundo. Segundo estes, qualquer
língua é adquirida por fases e diz-se que cada fase sucessiva se aproxima mais da
gramática do adulto. Assim, os primeiros choros e vagidos do recém-nascido fazem
parte de um período pré-linguístico, pois são totalmente controlados por estímulos e
constituem respostas da criança a factores como desconforto, desejo de ser embalado,
etc.

Uma criança psicofisiologicamente normal ao aprender qualquer língua natural passa


pelo menos por quatro fases de aquisição: fase do balbuceio, fase holofrástica, fase de
duas palavras e fase do telégrafo para o infinito.

3.1. Fase do Balbuceio

O balbucio ocorre de repente, por volta dos 6-10 meses, e caracteriza – se pela produção
e repetição de sons de consoantes e vogais como "ma – ma – ma – ma", que muitas
vezes é confundido com a primeira palavra do bebé.

Além do choro, a criança começa a produzir o arrulho, que é a emissão de um som


gutural, que sai da garganta, que se assemelha ao arrulho dos pombos. No
desenvolvimento da linguagem, os bebés começam imitando casualmente os sons que
ouvem, através da ecolalia. Por exemplo: os bebés repetem repetidas vezes os sons
como o "da – da – da", ou "ma – ma – ma – ma". Por isso as crianças que têm problema
de audição, não evoluem para além do balbucio, já que não são capazes de escutar.

Por volta dos 10 meses, os bebés imitam deliberadamente os sons que ouvem, deixando
clara a importância da estimulação externa para o desenvolvimento da linguagem. Ao
final do primeiro ano, o bebé já tem certa noção de comunicação, uma ideia de
referência e um conjunto de sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele.

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3.2. Fase Holofrástica

Na fase inicial da fala linguística a criança costuma dizer uma única palavra, atribuindo
a ela o valor de frase. Por exemplo, quando diz ‘aga’ apontando para o filtro, expressa
um pensamento completo; eu quero água. Essas palavras com valor de frases são
chamadas holófrases. Ocorre normalmente, um pouco depois do primeiro ano. As
crianças já aprenderam que os sons se relacionam com os significados e produzem as
suas primeiras palavras.

3.3. Fase do telégrafo para o infinito

Ocorre mais ou menos aos três anos. A criança começa a encadear mais de duas
palavras, podendo a sua produção consistir em três, quatro, cinco ou mais palavras. As
primeiras produções de mais de duas palavras geralmente não contem palavras
funcionais; limitam-se a palavras plenas, de conteúdo, razão pela qual tais produções se
denominam «discurso telegrafo»

4. Os Estágios de Aquisição da Linguagem

A linguagem humana é extremamente complexa e envolve diferentes níveis do sistema


linguístico – fonética, fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática –
formando um sistema intrincado de unidades abstractas, estruturas e regras, que é usado
pela criança, mesmo sendo ela muito pequena. O que se observa entre vários estudos
com crianças adquirindo diferentes línguas é um processo bastante similar, em que as
crianças apresentam os mesmos estágios. A seguir, serão apresentados tais estágios,
subdivididos em período pré-linguístico e linguístico.

O desenvolvimento da linguagem se divide em dois estágios: pré – linguístico, quando o


bebé usa de modo comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e o linguístico,
quando usa palavras.

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4.1. No estágio pré – linguístico

Nos primeiros meses de vida, o bebé produz sons que não apresentam nenhum
significado. No entanto, desde os três dias de nascimento o bebé já diferencia sons (ver
Mehler; Jusczyk; Lambertz; Halsted; Bertoncini e Amiel-Tison (1988) para estudos
sobre experimentos que comprovam esse fato). Esses sons, que os linguistas
denominam de ‘balbucio’, apresentam uma organização progressiva. O balbucio inicia-
se com vogais anteriores e consoantes guturais e, somente por volta dos 6 meses, o
padrão silábico do balbucio passa a ter uma organização CV – consoante vogal e a
criança passa a usar sílabas duplicadas e articular consoantes anteriores /p/, m/ /b/ (por
exemplo, bububu, papapa, dadada). Independentemente do ambiente e das línguas com
que os bebés estejam em contacto, todas as crianças produzem o balbucio, ou seja, o
balbucio é um comportamento interno e não uma resposta aos estímulos externos. Por
volta dos 10 meses, o balbucio apresenta um padrão diferenciado, uma vez que os bebés
passam a seleccionar os sons usados em seu ambiente linguístico. Quando passa
finalmente a utilizar os sons da língua a que está exposta, a criança entra na fase da
produção de jargões, ou seja, produz sons 39 combinados, sem estrutura de palavra, mas
que possuem o contorno melódico da língua materna. O bebé produz enunciados como
se conversasse com alguém. Petitto e Marantette (1991) realizaram um estudo sobre o
balbucio em bebés surdos e bebés ouvintes no mesmo período de desenvolvimento
(desde o nascimento até por volta dos 14 meses de idade) e verificaram que o balbucio é
um fenómeno que ocorre em todos os bebés, sejam eles surdos ou ouvintes, como fruto
da capacidade inata para a linguagem. As autoras constataram que tal capacidade inata é
manifestada não só através de sons, mas também por meio de gestos. Nos dados

4.2. Período Linguístico Estágio de uma palavra

Por volta de 1 ano de idade, as crianças começam a produzir suas primeiras palavras.
Normalmente, as crianças produzem palavras que estejam directamente relacionadas
com o seu ambiente, como ‘mamãe’, ‘papai’, ‘água’, ‘bola’, etc. (formas
substantivadas). Analisando essa produção do ponto de vista da gramática do adulto, os
tipos de palavras produzidas incluem substantivos e verbos (BROWN, 1973). Nessa
fase inicial, a criança pode conferir um sentido mais genérico às palavras utilizadas, por
exemplo, ao falar auau, ela pode estar se referindo a qualquer animal que ande em

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quatro patas e possua pêlos (esse processo é chamado de ‘superextensão’) ou poderia
também estar-se referindo apenas ao seu cachorrinho e não a outros cachorros (processo
de ‘sub-extensão’). Esse estágio de uma palavra é chamado de ‘holofrásico’, porque
uma palavra, normalmente, representa uma sentença inteira. Nesse sentido, a criança
produz apenas uma palavra que pode, dependendo do contexto, significar uma frase
diferente. A palavra ‘água’ pode, portanto, significar: ‘quero água, quero tomar banho,
está chovendo’.

4.3. Estágio de duas palavras

Em algum momento do segundo ano, a criança passa a combinar duas ou mais


palavras. Não há como determinar o momento exato a partir do qual a criança passa a
produzir tais combinações, uma vez que há outros fatores que acabam determinando
uma variabilidade significativa entre uma criança e outra. Mesmo assim, é possível
identificar que, em algum momento entre o primeiro e o segundo, isso acontece. Nessa
fase, identificam-se relações gramaticais e conceptuais: quando a criança começa a usar
mais de uma palavra, por exemplo, ela observa a ordem utilizada na língua que está
adquirindo (no português, a ordem mais freqüente é verbo mais complemento, sendo a
negação inserida livremente na sentença). A criança também começa a distinguir
sentenças afirmativas, negativas e interrogativas. Os enunciados de duas palavras têm
sido denominados na literatura de ‘fala telegráfica’, pois a criança omite preposições,
conjunções e demais elementos de ligação. Scliar-Cabral (1977a) tem exemplos desse
período: 689 ‘kε ‘po quer por? 690 ‘po a’ki por aqui 691 ‘kε ‘po a’ki quer por aqui

4.4. Estágio das múltiplas combinações

Nesse estágio, a criança começa a classificar as palavras utilizando-as apropriadamente


e seleccionando as desinências para derivá-las de modo apropriado. Em termos
sintácticos, a criança apresenta um desenvolvimento significativo; por exemplo,
observa-se, no inglês, a diferenciação entre sentenças com e sem auxiliares. Isso se
aplica a, principalmente, sentenças negativas e interrogativas, nas quais a criança passa
a usar o auxiliar de forma apropriada. No estágio precedente, a criança adquirindo o
inglês usa a interrogativa marcando-a apenas com a mudança na entonação. A inversão

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do auxiliar em estruturas com palavras interrogativas (quando, como, o quê, por quê)
acontece depois da inversão em perguntas simples. Por volta dos dois anos, a criança já
responde perguntas sim/não e, logo depois, produz enunciados com perguntas QU (‘Que
é isso?’ ‘Como você vai?”). Nessa fase, a criança precisa compreender as regras de um
grupo maior de palavras (orações, frases) e já faz uso de elementos conectivos (e, que,
mas) e demais tipos de estruturas.

4.5. Período crítico

Lennenberg (1967) propôs a existência de um período crítico para a aquisição da


linguagem tendo como pressuposto a idéia de que a linguagem é inata. O período crítico
se iniciaria por volta dos 2 anos e se encerraria por volta da puberdade. Esse período é
chamado de crítico porque seria aquele mais sensível à aquisição da linguagem. O autor
analisa biologicamente esse período concluindo que o cérebro humano inicialmente tem
representação bilateral das funções da linguagem e, mediante o processo de aquisição,
na puberdade, apenas um hemisfério se torna mais dominante em relação às funções da
linguagem, completando o período de aquisição. Caso a criança não adquira a
linguagem nesse período, seu desenvolvimento lingüístico será prejudicado.

A primeira língua não pode ser adquirida com a mesma facilidade durante todo o
período compreendido entre a infância e a senectude (velhice). Ao mesmo tempo em
que a lateralidade cerebral se torna firmemente estabelecida (por volta da puberdade), os
sintomas da afasia adquirida tendem a se tornar irreversíveis em cerca de três a seis
meses a partir de seu início. O prognóstico de recuperação completa rapidamente
deteriora-se com o avanço da idade depois da adolescência. Os limites para a aquisição
da primeira língua por volta da puberdade são ainda demonstrados em casos de pessoas
com retardo mental, que freqüentemente conseguem fazer progressos lentos e modestos
na aquisição da linguagem até o início da adolescência, período em que status de sua
fala e linguagem tornam-se permanentemente consolidados. (Lennenberg, 1967, p.178).

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5. Conclusão

Nessa perspectiva, a linguagem é compreendida como um sistema de princípios inatos,


portanto, universais que fazem parte da faculdade da linguagem humana. A tarefa da
criança será acessar este sistema para activar a sua gramática. Assumir que tais
princípios sejam inatos, explica como é possível uma criança adquirir um sistema de
princípios tão complexo em tão pouco tempo. Com um dispositivo para a aquisição da
linguagem, os indivíduos são vistos como tendo as mesmas capacidades para esse
desenvolvimento, ou seja, possuem a mesma competência linguística. Dessa forma,
todos os seres humanos são dotados da competência para adquirir uma língua. O
processo de aquisição é alavancado com base nos dados das línguas, mas terá
continuidade independente deles, pois uma informação processada a partir do input
pode desencadear uma série de outras informações linguísticas mesmo não estando
essas disponíveis nos dados a que a criança é exposta. Assim, é possível explicar por
que a criança é capaz de produzir uma expressão que ela não necessariamente tenha sido
exposta. Chomsky observa que, por vários séculos, a tradição das investigações
focalizou o desenvolvimento humano como fruto das relações com o ambiente, com
base em um conjunto 48 limitado de operações de associação. Se isso fosse verdade, os
seres humanos seriam extremamente limitados e resultados apenas de sua experiência
de vida. Assim, Chomsky propõe extrapolar essa perspectiva, entendendo a linguagem
como algo específico da espécie humana. Obviamente, postulase que o ambiente
interfira na formação do ser humano, mas isso seria um factor muito mais relacionado
com a doutrina do que com a essência humana (CHOSMKY, 1988, p. 165-167). Fica
evidente que é através da linguagem que a criança tem acesso a valores crenças e regras,
adquirindo os conhecimentos de sua cultura. Se levarmos em consideração a aquisição
da linguagem na língua escrita, vamos perceber que jovens e adultos levam para sala de
aula toda a experiência que vem da oralidade, eles convivem com diferentes tipos de
escrita com as quais eles se deparam na rua. Além de conviverem com esses diferentes
tipos de escrita, tem ainda a oralidade que influencia bastante na forma como eles
escrevem. Sabe-se que as pessoas se distinguem uma das outras pela maneira como fala,
a língua está sempre em evolução ela é um fenómeno dinâmico, isto é está sempre em
evolução, principalmente nos diversos grupos sociais.

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6. Referências bibliográficas

 BORGES, Lucivanda Cavalcante; SALOMÃO, Nádia Maria Ribeiro. Aquisição


da Linguagem: Considerações da Perspectiva da Interacção Social. In:
Psicologia: Reflexão e Crítica. vol.16, n.2. Porto Alegre, 2003. pp. 327-336
 CEZARIO, Maria Maura; MARTELLOTA, Mário Eduardo. Aquisição da
linguagem. In: MARTELLOTA, Mário Eduardo. (Org.). Manual de linguística.
São Paulo: Contexto, 2008.

 DEL RÉ, Alessandra. A pesquisa em aquisição da linguagem: teoria e prática.


In______. (Org.). Aquisição da linguagem: uma abordagem psicolinguística.
São Paulo: Contexto, 2006.
 PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. 1ª:
Edição: Ed. Martins Fontes, 1954.
 DEL RÉ, Alessandra. Aquisição da linguagem: uma abordagem psicolinguística.
1ª Edição: Ed. Contexto, 2006.
 SCIAR-CABRAL Leonor. Introdução a psicolinguística. ED. ATICA, 1991.
 Aquisição da linguagem: novas perspectivas a partir do Programa Minimalista.
D.E.L.T.A., v. 17, n. 2, p. 245-281, 2001a.
 Aquisição da linguagem: novos modelos e velhas análises. Letras de Hoje, v. 38,
n. 1, p. 145- 166, 2003b.
 Estágios no processo de aquisição de número no DP do português brasileiro.
Letras de Hoje, v. 39, n. 3, p. 157-171, 2004.

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