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Alface Momad Alface Luís Nur

Comunicação, modelo de relacionamento entre o paciente e o médico

Curso de Técnico de Medicina Geral

1º Ano

1º Semestre

Deontologia

Instituto de Tecnologia Comunicação e Politécnica de Negócios

(I.T.C.P.N)

Quelimane, Abril de 2022


Alface Momad Alface Luís Nur

Comunicação, modelo de relacionamento entre o paciente e o médico

Trabalho de carácter
avaliativo a ser entregue
no departamento de
MEDICINA GERAL
na cadeira de
deontologia e a ser
avaliado pela Docente:
Eva Totoma

ao docente:

Instituto de Tecnologia comunicação e Politécnica de Negócios

(I.T.C.P.N)

Quelimane, Abril de 2022


Introdução
Introdução ..................................................................................................................... 1

Objectivos ..................................................................................................................... 2

Metodologia .................................................................................................................. 2

Comunicação, modelo de relacionamento entre o paciente e o médico ....................... 3

Modelo de relacionamento entre o paciente e o médico ............................................... 3

Órgão de Comunicação ................................................................................................. 4

Benefícios de uma eficaz comunicação médico paciente ............................................. 6

Benefícios para os pacientes ......................................................................................... 6

Benefícios para o profissional....................................................................................... 7

Principais desafios na comunicação médico paciente .................................................. 8

Habilidades necessárias ao profissional para uma boa comunicação médico paciente 8

A importância da comunicação médico paciente........................................................ 11

Reconhecimento e comprimentos dos direitos e deveres dos Técnicos da Medicina. 12

Zelo pelos direitos e deveres dos pacientes no âmbito da saúde ............................... 13

Conclusão.................................................................................................................... 15

Referências Bibliográficas .......................................................................................... 16


1. Introdução

Construir um bom relacionamento com os pacientes é – ou pelo menos deveria ser – um


dos objetivos principais de qualquer clínica ou consultório médico.

Para desenvolver essa relação de confiança mútua é preciso pensar em toda a experiência
do seu paciente no seu consultório, e não só no atendimento dentro da sala de consultas.

Mas, sem dúvidas, a comunicação é o que causa o maior impacto na satisfação dos
pacientes – seja ele positivo ou negativo.

Por isso, conhecer teorias e adotar técnicas de comunicação pode ser uma boa maneira de
melhorar o relacionamento com os pacientes.

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2. Objectivos
2.1.Objectivo Geral
 Conhecer a comunicação e o modelo de relacionamento entre o paciente e o
médico.
2.2.Objectivos Específicos
 Conhecer os modelos de comunicação e de relacionamento entre o paciente e o
médico;
 Avaliar os órgãos ou meios de Comunicação;
 Conhecer os meios de comunicação antigos;
 Conhecer os meios de comunicação atuais;
 Avaliar os benefícios de uma eficaz comunicação médico paciente;
 Conhecer os principais desafios na comunicação médico paciente;
 Saber das habilidades necessárias ao profissional para uma boa comunicação
médico paciente;
 Entender a importância da comunicação médico paciente;
 Avaliar o reconhecimento e comprimentos dos direitos e deveres dos Técnicos da
Medicina.
3. Metodologia

Para a realização deste trabalho privilegiou-se uma metodologia de análise exploratória


subsidiada pela análise descritiva e ilustrativa com base em elementos seculares de
unidades amostrais ordenadas de forma transversal. Cada fase da pesquisa e elaboração
do mesmo obedeceu princípios metodológicos universais e alinhados com os padrões
internacionais de pesquisa económica e econométrica.

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4. Comunicação, modelo de relacionamento entre o paciente e o médico

Mesmo no atual mundo moderno, com tecnologias que surgem a todo momento, o “Dr.
Google” e a rapidez das informações, a comunicação médico paciente só ganha em
importância.

Assim, o diálogo, o contato pessoal e o saber escutar se mostram como aspectos essenciais
do atendimento, com benefícios diversos.

Além de melhores diagnósticos, menos erros e maior confiança no tratamento, a


comunicação aumenta o vínculo com o paciente e diminui as queixas.

Ao longo das centenas de anos de profissão médica, diversas alterações na relação


médico-paciente são relatadas na literatura. Dentre os modelos de relação propostos,
ressaltam-se os sugeridos pelo Dr. Robert Veatch.

4.1.Modelo de relacionamento entre o paciente e o médico

a) Sacerdotal ou paternalista: em que há dominação do médico em relação ao


paciente, que se apresenta submisso. É baseado na tradição hipocrática,
envolvendo uma relação paternalista, em que se pode observar limitada atuação
do paciente na tomada de decisões.

b) Engenheiro ou informativo: no qual a relação de poder do paciente é variável e


o médico adapta-se ao paciente. Neste caso, a autoridade ainda é mantida pelo
médico ao repassar as informações, porém o paciente exerce o poder na relação,
agindo como a pessoa que demanda os serviços prestados pelo médico.

c) Colegial: que apresenta relações de poder igualitárias, em que pode haver


negociação entre ambas as partes, entretanto, sem manutenção da autoridade do
médico.

d) Contratualista: em que a autoridade e o poder são compartilhados, gerando


compromissos entre ambas as partem envolvidas na relação. O médico mantém a
autoridade, em virtude de seus conhecimentos técnicos e científicos, porém o
paciente é considerado um ser autônomo, participando ativamente dos cuidados
em saúde ao ser esclarecido e responsabilizado quanto às medidas necessárias
sobre o estilo de vida e autocuidado necessários à sua condição.

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A relação hipocrática, tradicionalmente paternalista, torna-se desfasada a medida em que
os laços estreitam-se, o médico torna-se mais diligente e avalia seu paciente como um
individuo complexo, abordando a influência dos estados psíquicos na saúde física dos
pacientes.

4.2.Órgão de Comunicação

Órgão de Comunicação é o nome dado a qualquer tipo de aparelho ou forma analógica


ou digital utilizada para transmitir textos, imagens, áudios etc. a um determinado público.
É o veículo de transmissão da informação entre o jornalista e o espectador ou leitor.

 Meios de comunicação

Meios de comunicação são ferramentas que possibilitam a comunicação entre os


indivíduos, propiciando a difusão de informações. Esses veículos vêm sofrendo diversas
transformações ao longo da evolução da sociedade, encurtando cada vez mais as
distâncias entre os povos e acelerando a disseminação de informações.

 Meio de comunicação individual

Ferramenta que possibilita o contato interpessoal e a disseminação de informações entre


uma pessoa e outra ou entre grupos restritos. São exemplos: carta, telefone e internet
(plataformas de mensagens instantâneas/bate-papo).

 Meio de comunicação social ou em massa

Ferramenta que possibilita comunicar a um número grande de pessoas, ou seja, transmitir


informações em massa. São exemplos: televisão, rádio, internet (veículos de informação).

 Meios de comunicação antigos

Escrita: utilização de códigos e sinais para transmitir informações entre os seres


humanos. Foi desenvolvida de maneira independente entre as sociedades nas diversas
regiões do mundo.

Telégrafo: meio de comunicação que permite a comunicação por meio de códigos


(código Morse), baseados no sistema de pontos e traços. Foi criado na década de 1930
por Samuel Morse, nos Estados Unidos. O telégrafo chegou ao Brasil em 1957, com a
primeira linha instalada no Rio de Janeiro.

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Correio: meio de comunicação cujo sistema envolve envio de cartas, documentos e
encomendas entre remetente e destinatário. É um dos meios de comunicação mais antigos,
podendo ser privado ou público.

Jornal: é um meio de comunicação impresso. O primeiro jornal foi produzido em Roma,


em 59 a.C., chamava-se Acta Diurna e anunciava notícias do governo. Era escrito em
grandes placas brancas colocadas em locais públicos.

Rádio: é um meio de comunicação que possibilita a comunicação em massa, propagando


informações codificadas por meio de sinal eletromagnético. A história do rádio teve início
em 1860, quando as ondas de rádio foram descobertas.

Telefone: meio de comunicação eletroacústico que possibilita a transmissão de


informação por meio da voz e de sinais sonoros. Foi inventado por volta da década de
1860 por Antonio Meucci, que o denominou de "telégrafo falante". No Brasil, as
primeiras linhas eletrônicas foram instaladas no Rio de Janeiro.

Televisão: meio de comunicação eletrônico capaz de reproduzir imagens e áudios de


forma instantânea, convertendo luz e som em ondas eletromagnéticas. O desejo de criar
a televisão remonta ao século XIX.

Máquina de escrever, televisão e telefone são antigos meios de comunicação.

 Meios de comunicação actuais

Celular: meio de comunicação que faz a transmissão de voz e de dados por meio de ondas
eletromagnéticas. Foi inventado em 1947 pela empresa de tecnologia Bell, nos Estados
Unidos. Em 1956, a Ericsson reuniu diversas tecnologias e desenvolveu o celular
chamado Ericsson MTA (Mobilie Telephony A).

Computador: máquina capaz de armazenar e processar dados. Com a invenção da


internet, tornou-se um meio de comunicação.

Internet: rede que liga mundialmente milhões de computadores. É um dos meios de


comunicação mais poderosos já desenvolvidos pelo homem, revolucionando a sociedade
e a comunicação.

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4.3.Benefícios de uma eficaz comunicação médico paciente

A comunicação eficaz resulta em uma série de benefícios para todas as etapas do cuidado
em saúde.

Ela repercute positivamente no relacionamento, na qualidade e aderência ao tratamento,


na diminuição das queixas e dos erros, além de melhorar o vínculo e possibilitar uma
maior relação de confiança entre médico e paciente.

4.4.Benefícios para os pacientes


 Pacientes melhoram a adesão aos tratamentos

Quando há uma relação eficaz e de confiança, na qual o paciente está bem informado e
participa ativamente da tomada de decisão, a sua adesão ao tratamento é maior.

Para isso, é importante ele perceber que possui autonomia e abertura para conversar com
o médico sobre o curso do tratamento, suas dúvidas e seus cuidados.

 Pacientes sentem mais confiança no profissional

Aquele paciente que sai de uma consulta com a sensação de satisfação e de ter sido bem
atendido tem uma chance muito maior de retornar ao consultório no futuro.

Mas, para isso, é importante haver confiança no profissional que o atendeu, o que depende
de uma comunicação eficaz.

Ao compreender as suas inquietações, ouvir seus questionamentos e entender o que o


paciente realmente necessitava, o médico pode dar um diagnóstico mais assertivo.

 Aumento da satisfação do paciente

Focar nas reais necessidades do paciente é sinônimo de maior satisfação por parte dele.

Isso acontece porque a confiança no médico, como vimos, repercute na maior adesão ao
tratamento e, consequentemente, em uma melhor resposta aos cuidados com a sua saúde.

Tudo isso faz com que o paciente se sinta mais à vontade para compartilhar informações
sobre o que ele está passando.

Ou seja, são dados pertinentes não somente ao tratamento, mas também ao diagnóstico.

Com isso, a satisfação aumenta, os resultados melhoram e o médico consegue alinhar as


necessidades do paciente às suas expectativas, combatendo objeções.

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 Aumento do vínculo médico paciente

Outro benefício que uma boa comunicação médico paciente possibilita é o aumento do
vínculo entre eles.

Tudo é fruto de uma relação mais humanizada, que gera impactos até mesmo no menor
tempo de internação ou de tratamento, já que a adesão do paciente é maior.

4.5.Benefícios para o profissional

Os benefícios ao profissional também são marcantes na comunicação médico paciente,


como veremos agora.

 Melhor compreensão da queixa do paciente e diagnóstico mais preciso

Ao ouvir o paciente, entender melhor seus anseios, medos e questionamentos, o médico


conquista maior abertura para o diálogo.

Como consequência, o paciente tende a ser mais preciso na descrição dos seus sintomas,
o que permite ao profissional entender de maneira assertiva o seu problema e elaborar um
diagnóstico preciso.

 Cometem menos erros clínicos

Um benefício leva ao outro.

Ao estabelecer um diagnóstico preciso, o médico encaminha o paciente ao tratamento


adequado.

Assim, reduz a margem de erros clínicos, uma vez que compreender melhor a queixa do
paciente faz com que consiga identificar de forma mais assertiva aquilo que ele precisa.

 Profissionais com menos reclamações

Ao longo dos anos, uma série de estudos tem apontado a comunicação como foco de
queixas de pacientes sobre médicos.

Esse é um motivo mais do que suficiente para qualificar essa relação.

Quando o médico consegue aliar a humanização no atendimento à sua competência


técnica, se comunica de maneira mais efetiva com o paciente.

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De quebra, os resultados positivos aparecem não apenas no relacionamento profissional,
mas também na assistência à saúde.

4.6.Principais desafios na comunicação médico paciente

Qualquer pessoa que procura um atendimento de saúde já está com algum desconforto.

Isso faz com que surjam inseguranças, medos e muitas dúvidas que devem ser
respondidas e observadas pelos profissionais. Só que nem sempre é assim.

Um estudo realizado pela Universidade de Toronto apontou que 54% das queixas dos
pacientes e 45% das suas preocupações passam despercebidas pelos médicos ao longo
das consultas.

Outro dado importante é que, em pelo menos metade dos atendimentos, médicos e
pacientes não estão de comum acordo sobre o motivo principal dos sintomas
apresentados.

As conclusões revelam desafios na comunicação médico paciente, o que pode ser foco de
insatisfação quanto ao serviço e atendimento prestados.

Por vezes, o paciente está incerto sobre o tratamento ou, então, não se sente à vontade
para fazer perguntas.

Em outras, o próprio médico acaba não dando a oportunidade de o paciente falar.

Nesse sentido, vale citar um estudo realizado com médicos parisienses, que mostrou
que 83% de todas as palavras ditas durante a consulta são faladas pelo médico.

4.7.Habilidades necessárias ao profissional param uma boa comunicação médico


paciente

Já sabemos que saber conversar e ouvir os pacientes é fundamental para o médico.

Mas, para que isso seja feito da melhor forma, algumas habilidades são primordiais.

 Escuta ativa

Ser um bom ouvinte faz diferença no momento da consulta.

Saber escutar ajuda o paciente a se sentir mais à vontade para falar sobre suas aflições,
tirar dúvidas e, até mesmo, revelar medos e inseguranças que possa ter.

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Quando o paciente percebe que o médico realmente está ouvindo o que ele diz, sente
maior confiança no profissional.

É importante que o médico se concentre na conversa, não demonstre desinteresse ou se


distraia.

Também deve evitar interrupções desnecessárias, pois isso pode levar o paciente a se
sentir acuado e não transmitir ao médico tudo o que gostaria.

 Empatia, respeito e sem julgamentos

Uma habilidade muito necessária para uma boa comunicação médico paciente é
a empatia.

Saber se colocar no lugar do outro permite ao profissional entender melhor quais os


anseios do paciente e o que fez com que ele o procurasse.

Compreender e sentir a sua experiência como se fosse sua permite um melhor


entendimento das necessidades da pessoa.

Tudo isso permite ao médico criar um vínculo transparente, no qual demonstra interesse
em entender e resolver o problema do paciente.

 Melhora da comunicação não-verbal

A comunicação não consiste apenas na fala e na escuta, mas também nos gestos,
expressões, postura, tom de voz e olhar.

Essa comunicação conhecida como não-verbal é essencial para a primeira impressão, o


contato inicial do profissional com o paciente.

Também permite transmitir sentimentos, emoções e, assim, estabelecer um vínculo.

A resposta de um paciente ao médico pode ser muito influenciada pela postura dele
durante a consulta.

Nesse sentido, é importante receber o paciente com um sorriso, demonstrar interesse


enquanto ele fala, manter contato visual sempre que possível e usar um tom de voz mais
ameno, para que o paciente se sinta à vontade e tranquilo durante a consulta.

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 Evitar linguagem científica na relação médico-paciente

Seu paciente, provavelmente, é alguém que não estudou o mesmo que você e não conhece
a linguagem científica e o vocabulário médico.

Por isso, é importante adequar a sua comunicação de acordo com o seu ouvinte.

Saber adequar a linguagem utilizada permite que o diálogo aconteça com fluidez, melhora
a imagem do médico perante o paciente e ainda faz com que ele se sinta mais próximo do
profissional.

Tendo isso em mente, evite usar termos muito técnicos.

Se necessário, repita ou esclareça alguma informação ou procedimento que possa não ter
ficado muito claro e sempre confirme com o paciente se existe alguma dúvida.

 Instruções por escrito e material educativo

Passar instruções por escrito ou entregar material educativo para o paciente são ótimas
maneiras de evitar que haja dúvidas.

O objetivo é oferecer mais dados sobre uma doença ou tratamento, servindo de


esclarecimento e suporte a um tratamento.

Instruções por escrito também são ótimas ferramentas para ajudar o paciente a não
esquecer quando e quais medicamentos utilizar e as datas das próximas consultas.

Tudo isso favorece o vínculo tão importante na relação dele com seu médico.

4.8.Comunicação médico paciente via telemedicina

Os avanços tecnológicos têm mudado a forma como as pessoas se relacionam nos mais
diversos setores.

Na saúde, os movimentos nesse sentido ainda são tímidos, mas há sinais de que mudanças
vêm por aí.

A Resolução 227/2018, do Conselho Federal de Medicina (CFM), por exemplo, ampliou


o uso da telemedicina no país, levando a tecnologia também para consultas entre médicos
e pacientes.

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Além disso, apontou que houve maior satisfação com a conveniência da telemedicina e
que os pacientes estavam igualmente satisfeitos com a capacidade do médico de tomar
decisões, criar relatórios e promover a comunicação.

 Telemedicina Morsch

A atual regulamentação da telemedicina no Brasil limita sua atuação à troca de


informações entre profissionais, na chamada segunda opinião, além do serviço de laudos
médicos a distância.

Com o uso de aparelhos digitais, os dados coletados nos exames são enviados diretamente
a um computador, de onde são disponibilizados em uma plataforma de telemedicina, com
armazenamento em nuvem.

Com seu login e senha, os especialistas da Morsch ingressam no sistema, analisam os


resultados, emitem e assinam digitalmente o laudo, que fica acessível na mesma
plataforma.

4.9.A importância da comunicação médico paciente

Uma das principais bases da prática médica é a comunicação.

Para fazer um diagnóstico, é imprescindível que o médico converse com o paciente


durante a consulta.

É a chamada anamnese, um estágio obrigatório do bom atendimento.

Ouvir a história da pessoa, entender o que ela está passando, absorver as informações e
poder transmitir o que é necessário para uma boa prescrição médica ou tratamento são
situações rotineiras em uma consulta.

Segundo Dario Giannini, em seu livro Simulação de Doenças – Abordagem e


Diagnóstico, “a anamnese completa ao menos 70% de qualquer diagnóstico (…)”.

Então, o diálogo inicial entre médico e paciente a respeito dos sintomas e da sua saúde é
de extrema importância para um bom tratamento.

Cabe ao profissional estar aberto a falar e a ouvir, passar confiança e transmitir as


informações de maneira clara.

Quando o paciente não se sente seguro para conversar, isso dificulta o vínculo e a própria
condução médica do caso.

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E essa compreensão depende muito do profissional médico e do foco que ele exerce sobre
o paciente.

Por isso, a efetividade na comunicação médico paciente precisa ser uma prioridade.

5. Reconhecimento e comprimentos dos direitos e deveres dos Técnicos da


Medicina

O Código de Ética Médica (CEM) é o documento que rege as condutas deontológicas


(princípios éticos) da profissão no Brasil. Sua versão revisada pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM) entrou em vigor em abril de 2010. Listamos dez direitos e deveres
essenciais aos quais você, sendo profissional ou paciente, deve ficar atento.

5.1.São direitos dos médicos:


a) Eleger e ser eleitos para os órgãos da Ordem dos Médicos, nas condições fixadas
no presente Estatuto;
b) Participar na vida da Ordem dos Médicos, nomeadamente nas reuniões dos seus
órgãos, nas reuniões das assembleias, discutindo, votando, requerendo e
apresentando as moções e propostas que entenderem convenientes;
c) Frequentar as instalações da Ordem dos Médicos;
d) Solicitar o patrocínio da Ordem dos Médicos sempre que dele careça para a defesa
dos seus interesses profissionais ou quando haja ofensa dos seus direitos e
garantias, enquanto médicos;
e) Requerer a convocação dos conselhos, nos termos do presente Estatuto;
f) Possuir o cartão de identificação profissional;
g) Requerer os demais documentos necessários ao exercício da sua profissão.
5.2. São deveres dos médicos:
a) Cumprir o presente Estatuto e respetivos regulamentos;
b) Cumprir as normas deontológicas que regem o exercício da profissão médica;
c) Guardar segredo profissional;
d) Participar nas Actividades da Ordem dos Médicos e manter-se informado;
e) Desempenhar as funções para que for eleito ou designado;
f) Cumprir e fazer cumprir as deliberações e decisões dos órgãos da Ordem dos
Médicos, tomadas de acordo com o presente Estatuto;
h) Defender o bom nome e prestígio da Ordem dos Médicos;
i) Agir solidariamente em todas as circunstâncias na defesa dos interesses coletivos;

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j) Comunicar à Ordem dos Médicos, no prazo máximo de 30 dias, a mudança de
residência, a reforma e os impedimentos por doença prolongada ou serviço
militar;
k) Pagar as quotas e demais débitos regulamentares.
6. Zelo pelos direitos e deveres dos pacientes no âmbito da saúde
6.1.Direitos e Deveres do Paciente
6.1.1. Direitos dos Pacientes

1. O paciente tem direito de ser identificado pelo nome e sobrenome. Durante a realização
de procedimentos, tem direito a ter seu nome e data de nascimento confirmados pelos
profissionais.

2. O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensivas a respeito das


ações diagnósticas e terapêuticas, e o que pode decorrer delas, bem como previsão de
duração do tratamento.

3. O paciente tem direito, a qualquer instante, de consentir ou recusar procedimentos


diagnósticos ou terapêuticos a serem realizados como parte do tratamento proposto.

4. O paciente tem direito de receber, toda informação sobre os medicamentos que lhe
serão administrados.

5. O paciente tem direito de ser informado sobre a procedência do sangue ou


hemoderivados para a transfusão, bem como a comprovação das sorologias efetuadas e a
sua validade.

6. O paciente tem direito a manter a sua privacidade, com atendimento em lugar adequado
e conduta profissional que resguarde essa privacidade.

7. O paciente acima de 60 anos e/ou com dependência física e/ou psíquica tem o direito
à permanência, em tempo integral, de um acompanhante durante o tratamento em regime
de internação.

8. O paciente tem o direito de ter respeitada sua crença espiritual e religiosa e de receber
ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.

9. O paciente tem direito a ser ouvido, por meio de um canal direto de comunicação
(ouvidoria), sendo suas queixas, críticas e/ou elogios encaminhados aos setores

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responsáveis. Quando apresentar alguma reclamação, esta deverá ser averiguada, com
retorno ao paciente / acompanhante.

6.1.2. Deveres

1. O paciente ou o seu responsável legal tem o dever de dar informações precisas,


completas e acuradas sobre o histórico de saúde, doenças previas, medicamentos em uso,
procedimentos médicos anteriores e outros problemas relacionados à sua saúde.

2. O paciente tem o dever de informar as mudanças inesperadas do seu estado de saúde


atual aos profissionais responsáveis pelo seu tratamento.

3. O paciente deve confirmar o entendimento das ações que estão sendo efetuadas ou
propostas visando à cura dos agravos à sua saúde à prevenção das complicações ou
seqüelas, à sua reabilitação e à promoção da sua saúde, fazendo perguntas sempre que
tiver dúvidas.

4. O paciente tem o dever de seguir as instruções recomendadas pela equipe


multiprofissional que o assiste, sendo responsável pelas conseqüências da sua recusa.

5. O paciente tem o dever de indicar o responsável financeiro pelo seu tratamento


hospitalar, informando ao hospital quaisquer mudanças nessa indicação.

6. O paciente tem o dever de respeitar os direitos dos demais pacientes, acompanhantes,


funcionários e prestadores de serviços da instituição.

7. O paciente e/ou acompanhante não devem manusear qualquer equipamento utilizado


no auxílio à assistência.

8. O paciente tem o dever de participar do seu plano de tratamento e alta hospitalar ou


indicar quem possa fazê-lo.

9. O paciente tem o dever de atender e respeitar a proibição de fumo nas dependências do


hospital, extensivo aos seus acompanhantes, conforme a legislação vigente.

10. Os pacientes e/ou acompanhante tem o dever de zelar pelos seus pertences de valor
durante sua permanência no hospital.

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7. Conclusão

É importante que os profissionais de enfermagem possam compreender os direitos dos


pacientes, assim como seus direitos. A portaria n°1.820, de 13 de agosto de 2009, dispõe
sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde. Revela que todos os usuários do serviço
de saúde possuem o direito a garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e
recuperação da saúde.

A lei visa alertar que toda pessoa possui o direito ao tratamento de saúde em tempo
adequado para resolução de suas condições, sendo direito da pessoa a continuidade do
tratamento com qualidade adequada. É importante destacar que é direito do paciente
possuir informações sobre seu estado de saúde de forma clara, objetiva, respeitosa e
compreensiva.

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8. Referências Bibliográficas

SILVA, Pedro Ribeiro da. A comunicação na prática médica: seu papel como componente
terapêutico. Revista Portuguesa de Clínica Geral, p.505-512. 2012.

SIMPSON, Michael; BUCKMAN, Robert; STEWART, Moira et al. Doctor-patient


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SOAR FILHO, E.J. A interação médico-cliente. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.44 n.1 São
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OSELKA, G. Direitos dos pacientes e legislação. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2001,
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em saúde e cuidado integral: percepção de usuários de um serviço público. Interface 18
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Veja mais em - Portal PEBMED: https://pebmed.com.br/voce-sabe-quais-sao-os-


direitos-e-deveres-do-paciente/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext

BLASCO, Pablo González. A Arte Médica (II): a relação com o paciente. RBM
Oncologia V 71 n esp a1 págs.: 1321 Mar 2014.

MARVEL, M.K; EPSTEIN, R.M. et al. Soliciting the patient’s agenda: have we
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AGHA, Z.; SCHAPIRA, R.M. et al. Patient Satisfaction with Physician–Patient


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2009.

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