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Instituto Politécnico de Geologia e Ciências de Saúde

Miguel José

Paula Ernesto

Andaque Réne

Nelson Pedro

Osvaldo Mário

Nilsa Benjamim

Comunicação

Turma: TMG 21

Quelimane

2023
Miguel José

Paula Ernesto

Andaque Réne

Nelson Pedro

Osvaldo Mário

Nilsa Benjamim

Comunicação

Turma: TMG 21

Trabalho de carácter
avaliativo referente a
disciplina de Ética de
Deontologia Profissional a ser
apresentado ao docente:

Sabonete

Quelimane

2023
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4

2. Comunicação ....................................................................................................................... 5

2.1. Relação entre Pessoas ...................................................................................................... 7

2.2. Modelo de Relacionamento Com o Paciente................................................................... 7

2.3. Modelo de Relacionamento Com o Órgao de Comunicação .......................................... 9

3. Conclusão .......................................................................................................................... 14

4. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 15


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1. Introdução

A comunicação faz parte integrante da vida de todas as pessoas, do ambiente social. É


impossível dissociar a comunicação dos diferentes aspectos da vida. É importante desta
forma, iniciar por uma abordagem dos aspectos mais globais da comunicação.

Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2003), comunicar é participar,


transmitir, falar, estar em comunicação. Por sua vez, comunicação refere-se a informação,
participação, transmissão, mas também a convivência, ligação, aspectos que podem remeter
para os propósitos gerais da comunicação que são, segundo Yerena (2005), informar, entreter,
persuadir e actuar.

A definição etimológica do termo comunicar, do latim comunicare, significa pôr em comum,


entrar em relação com, partilhar (Nunes, 2007), sendo nesta sequência a comunicação referida
por vários autores como inerente à natureza humana, um processo permanente, inevitável e
universal. Watzlawick, Beavin, & Jackson (2002) apresentam a comunicação como “condição
da vida humana e da origem social”, acrescentando que não se pode não comunicar, pois “a
comunicação é indispensável para a sobrevivência dos seres humanos e para a formação e
coesão de comunidades, sociedades e culturas.” (Sousa, 2006, p. 23).

As razões porque temos de comunicar são, entre outras, a troca de informações, o


entendimento em relação a si próprio e aos outros, a integração em grupos, comunidades,
organizações e na própria sociedade, a satisfação das necessidades económicas e a interacção
com os outros, fundamental para a auto estima e equilíbrio (Sousa, 2006).

A comunicação é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento do ser humano.


Comunicamo-nos para expressar necessidades, partilhar experiências, cooperar, descobrir a
nossa essência e ampliar a nossa consciência. A comunicação educa, estabelece laços e
cultura, revela o nosso afecto e amor (Passadori, 2009).
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2. Comunicação

A comunicação é um processo interactivo e quotidiano, que torna os seres sociáveis. Na sua


forma mais básica, é a troca de mensagens entre pessoas que estão envolvidas em um
processo de comunicação. A comunicação está associada a uma forma de comportamento, e
todo comportamento é, por sua vez, uma forma de comunicação. Cada sequência de um
processo de comunicação ocorre entre um emissor e um receptor. O emissor expressa uma
mensagem que é descodificada pelo receptor.

 O remetente expressa, mediante códigos específicos, o que quer comunicar;


 O receptor descodifica essa mensagem;
 Ambos elementos podem se ver afectados e distorcidos pelo “ruído”.

Comunicação eficaz pretende trocar mensagens de modo que a intenção do emissor seja
idêntica à interpretação do receptor. A comunicação em saúde tem como objectivo a troca de
mensagem de forma adequada, com carácter de ajuda profissional. Destina-se a facilitar a
expressão das emoções por parte do paciente ou de sua família.

A percepção e os estudos antropológicos que envolvem a comunicação analisam o processo


como um veículo de transmissão de cultura, que contribui com a formação da bagagem
cultural dos indivíduos. Antropologicamente falando, também é importante ressaltar que sem
a comunicação não se poderia estudar as origens do homem.

O surgimento da cultura de massa (século XX) transformou a forma de conviver da sociedade


moderna. Entre as diversas teorias da comunicação de massa, temos a Teoria Culturológica,
carro-chefe do trabalho do antropólogo Edgar Morin, que estudou a ideia de que a cultura de
massa é que se adapta aos desejos e às necessidades da massa. Este processo faz com que a
sociedade se realize, por meio dos meios de comunicação, com aquilo que ela deseja, mas não
possui na vida real
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Compreendida a comunicação do ponto de vista conceitual, vamos explorar os modelos


criados pelos diversos pesquisadores que se dedicaram a "desenhar" o processo de
comunicação. Para isso, elencamos alguns dos modelos e autores, já que são diversas as
possibilidades, e nosso ponto de partida será o que considera as funções do emissor e do
receptor de forma separada e apresenta a comunicação como uma transmissão de mensagem
entre esses dois pontos e em um único sentido. Observe a figura a seguir para compreender
melhor esta ideia:

Esquema de Comunicação

Fonte: elaborada pelas autoras.

O termo comunicação pode remeter simultaneamente para informação/transmissão ou para


partilha /participação, sendo que ambos os processos são fundamentais no dia-a-dia do
enfermeiro quer como emissor, quer como receptor.

Comunicação em saúde e tendo em conta o referido por diversos autores (Ramos, 2012;
Hernandez, 2011; Thomas, 2006; Teixeira 2004; Avilés, 2000), considera-se a utilização de
estratégias de comunicação adequadas, utilizadas com base em conhecimentos, que permitam:
a troca de informações, o desenvolvimento de relações, bem como, o estudo da forma como a
comunicação chega e influencia os públicos a que se destina.

Comunicação em enfermagem significa, para este estudo, a utilização da comunicação para


estabelecer relação enfermeiro/utente e prestar cuidados de enfermagem. Assenta na
necessidade de que esta esteja presente para garantir o sucesso dos procedimentos técnicos, e,
da relação estabelecida com as pessoas (Bertone, Ribeiro & Guimarães, 2007; Oliveira &
Werlang, 2006; Stuart & Laraia, 2006; Phaneuf, 2005).
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2.1.Relação entre Pessoas

A relação com o outro pode ser compreendida em dois âmbitos diferentes. O primeiro, o outro
pode ser visto como um tu-como-eu, pois ele é um eu, mas que não sou eu. O outro é sempre
definido em função do eu e o eu só se reconhece com tal e encontra plena complementaridade
face a um outro eu: eu sou eu na minha relação com o outro. Nele eu me reconheço e me
projecto com uma pessoa. É na pessoa do outro que se situa a minha dignidade. Por isso o que
diz respeito ao eu deve reconhecer-se na pessoa do outro, no que se refere à dignidade e ao
valor absoluto de ser pessoa. O outro como um tu-como-eu deve constituir objecto único e a
minha razão de ser pessoa. Ele é um valor absoluto. Por isso, na nossa relação o outro merece
e deve ser aceite tal como ele é (como pessoa), colaborando com ele para o seu contínuo
aperfeiçoamento humano, como um sujeito diferente e com singularidade própria,
interioridade profunda que se revela a seu modo e infinitamente aberto.

E no segundo âmbito, o outro pode ser visto sob contrato. A relação com o outro é
estabelecida mediante um contrato que estabelece um conjunto de regras que vinculam uns
aos outros, estabelecendo acordos de vontades. E tais acordos estão fundados nas leis escritas
ou em práticas costumeiras e neles a boa-fé, a intenção primária de não enganar o outro no
acordo e não se deixar enganar.

Estes contratos estão na base da nossa vivência social. São estabelecidas em todas as
sociedades onde existam o Estado, a Política e o Direito. A justiça social é o resultado da
existência destes contratos. No contrato, os homens encaram-se reciprocamente como sujeitos
com interesses convergentes, paralelos ou até divergentes e com responsabilidade pelo bem
próprio, do outro e pelo mútuo benefício.

2.2.Modelo de Relacionamento Com o Paciente

O Professor Roberto Veatch propôs, em 1972, que basicamente existem quatro modelos de
relação médico-paciente:

 Modelo Sacerdotal;
 Modelo Engenheiro;
 Modelo Colegial;
 Modelo Contratualista.

Explicando tais modelos, o emérito professor nos ensina que:


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O Modelo Sacerdotal é o mais tradicional, pois baseia-se na tradição hipocrática. Neste


modelo o médico assume uma postura paternalista com relação ao paciente. Em nome da
Beneficência a decisão tomada pelo médico não leva em conta os desejos, crenças ou opiniões
do paciente. O médico exerce não só a sua autoridade, mas também o poder na relação com o
paciente. O processo de tomada de decisão é de baixo envolvimento, baseando-se em uma
relação de dominação por parte do médico e de submissão por parte do paciente. Em função
deste modelo e de uma compreensão equivocada da origem da palavra "paciente" este termo
passou a ser utilizado com conotação de passividade. A palavra paciente tem origem grega,
significando "aquele que sofre".

O Modelo Engenheiro, ao contrário do Sacerdotal, coloca todo o poder de decisão no


paciente. O médico assume o papel de repassador de informações e executor da acções
propostas pelo paciente. O médico preserva apenas a sua autoridade, abrindo mão do poder,
que é exercido pelo paciente. É um modelo de tomada de decisão de baixo envolvimento, que
se caracteriza mais pela atitude de acomodação do médico que pela dominação ou imposição
do paciente. O paciente é visto como um cliente que demanda uma prestação de serviços
médicos.

O Modelo Colegial não diferencia os papéis do médico e do paciente no contexto da sua


relação. O processo de tomada de decisão é de alto envolvimento. Não existe a caracterização
da autoridade do médico como profissional, e o poder é compartilhado de forma igualitária. A
maior restrição a este modelo é a perda da finalidade da relação médico-paciente,
equiparando-a a uma simples relação entre indivíduos iguais.

O Modelo Contratualista, por sua vez, estabelece que o médico preserva a sua autoridade,
enquanto detentor de conhecimentos e habilidades específicas, assumindo a responsabilidade
pela tomada de decisões técnicas. O paciente também participa activamente no processo de
tomada de decisões, exercendo seu poder de acordo com o estilo de vida e valores morais e
pessoais. O processo ocorre em um clima de efectiva troca de informações e a tomada de
decisão pode ser de médio ou alto envolvimento, tendo por base o compromisso estabelecido
entre as partes envolvidas.

Ao que parece, o modelo ideal da relação médico-paciente parece ser o Modelo


Contratualista, que estabelece a preservação da autoridade do médico em relação ao paciente,
em virtude de suas qualidades técnicas e de conhecimento, mas condiciona o exercício de tal
autoridade a uma íntima relação de confiança entre paciente e médico e a uma troca de
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informações recíproca e necessária ao estabelecimento da verdadeira relação de afeição,


credibilidade e confiança a se formar entre as partes.

Segundo os autores, Szasz e Hollender (1956, cit. por Kaba & Sooriakumaran, 2007), a
comunicação na relação médico-paciente pode seguir um dos seguintes modelos:

O modelo activo-passivo: É o modelo mais antigo, no qual não existe uma interacção pois o
médico é quem possui todo o controlo da conversa, e o paciente não contribui activamente
para a mesma, pedindo apenas o conhecimento de um médico especialista. A justificação para
este modelo é que o tempo necessário para explicar uma situação ao utente, e esperar pelo seu
consentimento, iria prejudicar o seu estado de saúde.

O modelo de orientação-cooperação: Foi o modelo utilizado durante o séc. XX. O paciente


é visto como um indivíduo com emoções e pensamentos e pode, portanto, cooperar no plano
de saúde. Neste modelo o médico é colocado numa posição de poder, em que aquilo que
sugerir será aceite pelo paciente, no entanto este tem direito a uma palavra.

O modelo de participação mútua: Baseado na crença de que “igualdade entre seres


humanos é mutuamente vantajosa” (Kaba & Sooriakumaran, 2007, pp.60-61), esta interacção
é vista como uma parceria, que apresenta o médico e o paciente com o mesmo nível de poder,
permitindo que o paciente seja responsável e saiba tomar conta de si próprio quando é
necessário. Neste caso, a satisfação do médico é associada à sensação de missão cumprida,
por ter ajudado outro ser humano.

2.3.Modelo de Relacionamento Com o Órgao de Comunicação

O modelo retórico de Aristóteles (século IV a.C) O primeiro modelo histórico da


comunicação foi apresentado por Aristóteles, na sua obra Arte Retórica, durante o século IV
a.C. Segundo o filósofo, para se estudar, compreender e cultivar a retórica há que olhar para
três elementos essenciais do processo de comunicação:

1) A pessoa que fala (locutor);

2) O discurso que faz; e

3) A pessoa que ouve.

Esta abordagem traduz a essência de qualquer modelo posterior do processo de comunicação:

Emissor - Mensagem – Receptor


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O modelo (ou paradigma) de Lasswell (1948) Harold Lassweell apresentou, em 1948, o


segundo modelo do processo de comunicação que encontramos na história. É um modelo cuja
aparição pode situar-se na fase de transição entre as primeiras teorias (não científicas) sobre a
comunicação social, em concreto a teoria das balas mágicas ou da agulha hipodérmica, e os
primeiros estudos científicos sobre os efeitos da comunicação, como o modelo psicodinâmico
de Cantril (1940) ou as teorias funcionalistas do fluxo de comunicação em duas etapas (two
step) ou em etapas múltiplas (multistep).

Lasswell sustentou que uma forma de descrever um acto de comunicação é responder a cinco
questões: Quem? – Diz o Quê? – Em que Canal? – A Quem? – Com que Efeitos?

O modelo de Lasswell, embora seja útil para descrever qualquer acto comunicativo, foi,
originalmente, pensado para a descrição da comunicação mediada através de media (media é
o plural de medium), ou seja, dos meios de comunicação de massas, também designados por
meios de difusão ou por meios de comunicação social. De algum modo, é um modelo que
propõe a ideia de que a iniciativa de um acto de comunicação é sempre do emissor e que os
efeitos ocorrem unicamente no receptor, quando, na verdade, um acto comunicativo não tem
início bem definido e emissores e receptores se influenciam mutuamente. De acordo com
Lassweel, o estudo da comunicação tende a centrar-se nas interrogações que fazem parte do
seu modelo. Pode, assim, sistematizar-se o estudo da comunicação em vários campos:

O modelo de Shanon e Weaver (1949) Historicamente, um terceiro modelo do processo de


comunicação foi apresentado, em 1949, pelo matemático Claude Shannon e pelo engenheiro
Warren Weaver. Tratava-se de um modelo para o estudo da comunicação electrónica. No
entanto, o modelo pode ser aplicado ao estudo de outras formas de comunicação. Para
Shannon e Weaver (1949), o processo de comunicação electrónica pode ser descrito
graficamente da seguinte maneira:
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Segundo o esquema, a fonte de informação elabora e envia uma mensagem; a mensagem


chega a um transmissor, que transforma a mensagem num sinal. O sinal pode estar sujeito a
ruído (interferências). Por esta razão, o sinal emitido pode ser diferente do sinal captado pelo
receptor. O receptor capta o sinal e fá-lo retornar à forma inicial da mensagem, de maneira a
que esta possa ser percepcionada e compreendida pelo receptor.

De acordo com o seu modelo, os autores identificaram três ordens de problemas no estudo da
comunicação:

I. Problemas técnicos, ligados à precisão da transmissão dos sinais;


II. Problemas semânticos, ligados à precisão do significado pretendido para uma
mensagem;
III. Problemas de eficácia, ligados à forma como o significado recebido influencia o
comportamento do destinatário.

O modelo de Newcomb (1953) O modelo de Newcomb, apresentado em 1953, apresenta uma


forma triangular, introduzindo, pela primeira vez, o papel da comunicação numa sociedade,
num grupo ou numa relação social. O modelo, tributário do Interaccionismo Simbólico,
evidencia que muitos dos fenómenos de comportamento social que se podem classificar como
"interacções" são, na realidade, actos comunicativos.

Interpretando o modelo, A e B, emissor e receptor, relacionamse com entidades externas (X).


Este sistema relacional tende para o equilíbrio. Por exemplo, se A e B são amigos e ambos se
relacionam com X, para o sistema manter o equilíbrio A e B devem ter atitudes semelhantes
em relação a X. Se A gostar de X e B não gostar, a relação entre ambos será pressionada:
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No entanto, a tendência é que A e B cheguem a um novo ponto de equilíbrio na sua atitude


para com X, negociando as suas orientações em relação a este último. Ou seja, os esforços de
co-orientação de A e B em relação a X tendem a conduzir, com o tempo, a nova situação de
simetria:

Quanto mais X for importante para A e B (uma pessoa importante, uma instituição
importante, etc.), mais necessidade existe para A e B restabelecerem o equilíbrio,
comunicando. Por exemplo, se X é o patrão de A e B e A gostar do patrão e B não gostar,
então A e B vão ter de comunicar entre ambos para tentarem chegar a um consenso a respeito
de X. Se X muda, mais A e B necessitam de comunicar para estabelecer a sua atitude em
relação a X.

A aplicação do modelo de Newcomb não é extensível a todo e qualquer acto comunicativo,


pois pressupõe que:

 A comunicação desenvolvida entre A e B é interpessoal;


 A e B se encontram em associação continuada;
 Um dos interlocutores desencadeia intencionalmente a comunicação e obtém feedback
do outro.

O modelo de Schramm (1954) Schramm apresentou dois modelos da comunicação. Num


primeiro modelo, tributário do modelo de Shanon e Weaver, Schramm apresenta uma relação
linear entre fonte e destino, mas entra em consideração com a noção de codificador e de
descodificador e com a ideia de que o processo de codificação/descodificação depende das
experiências do codificador e do descodificador:

Neste primeiro modelo, Schramm associa à fonte uma função de codificação e ao destino uma
função de descodificação. O conhecimento, ou campo de experiência, da fonte e do destino
interpenetram-se, permitindo a comunicação. Se a superfície comum aos dois campos de
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experiência é grande, a comunicação será fácil; se a superfície comum é pequena, será difícil
comunicar com a outra pessoa. Por exemplo, um físico comunicará melhor sobre física com
outro físico do que com um leigo.

O modelo de Gerbner (1956) Um novo modelo do processo de comunicação surgiu em 1956,


tendo sido proposto por Gerbner. Em comparação com os anteriores, tem como principal
vantagem relacionar a mensagem com a realidade, permitindo abordar simultaneamente as
questões da percepção e da significação. O seu modelo pode ser traduzido, simplificadamente,
da seguinte maneira:

Acontecimento – Disponibilidade – Percepção/Selecção –

Agente 1 – Meios

(Controle/Acesso/Disponibilidade)/Mensagem

(Formas-Sinal/Conteúdos) – Disponibilidade –

Percepção/Selecção – Agente 2

O modelo pretende mostrar a comunicação como transmissão de mensagens. Um


acontecimento -algo que se faz notar entre a realidade− é percepcionado por um agente, que
tanto pode ser uma pessoa como uma máquina. A percepção é selectiva. Se o agente é uma
máquina, a selecção é determinada pelos mecanismos de que a máquina dispõe. Uma máquina
fotográfica não "capta" toda a realidade. Se o agente é uma pessoa, a selecção é determinada
pela adaptação da mensagem ao seu sistema cognitivo, no qual, como se viu, interferem os
valores, as experiências de vida, etc. De qualquer maneira, a mensagem tem a realidade por
referente. O significado emerge do enquadramento da mensagem no sistema cognitivo. O
enquadramento da mensagem é externamente condicionado pela cultura, pois as cognições
variam em função da cultura. Pessoas de diferentes culturas percepcionam e conhecem a
realidade de forma diferente. O agente pode enviar uma mensagem a outro agente, dando
seguimento ao processo.
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3. Conclusão

A comunicação no domínio da saúde é da maior importância na formação, pesquisa e


intervenção, o que exige o desenvolvimento de competências, especificamente competências
comunicacionais. Este aspecto é ainda mais importante ao saber-se que muitos doentes
relatam que não estão satisfeitos com a qualidade das suas interacções com os profissionais de
cuidados de saúde, e que isto significa a existência de lacunas na comunicação entre o
paciente e os profissionais de saúde (Thomas, 2006).

Torna-se mais relevante ainda “a avaliação que os utentes fazem da qualidade dos cuidados de
saúde prestados pelos técnicos, pois em grande parte esta é feita a partir da avaliação que
fizeram das competências comunicacionais dos técnicos de saúde com os quais interagiram”
(Teixeira, 2004, p. 616). No contexto da comunicação em saúde é hoje fundamental falar da
utilização de recursos tecnológicos e de meios de comunicação. O acesso e procura de
informação, por parte dos cidadãos, faz-se em grande parte através da utilização das
tecnologias de informação e comunicação. Os média têm actualmente na área da saúde um
papel relevante. Através deles é possível transmitir de forma alargada informações que se
pretende fazer chegar às pessoas.
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4. Referências Bibliográficas

Thomas, R. K. (2006). Health communication. New York: Springer Science.

Bertone, T. B., Ribeiro, A. P. & Guimarães, J. (2007). Considerações sobre o


relacionamento interpessoal enfermeiro-paciente. Revista Fafibe On Line, 3, p. 1-5.
Acedido Fevereiro 12, 2013, em
http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/
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Oliveira, M. S. & Werlang, B. S. (2006). Temas em psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Stuart, G. W. & Laraia, M. T. (2006). Enfermeira psiquiátrica: Principios y práctica (8ª ed.).
Madrid: Elsevier España S.A.

Phaneuf, M. (2005). Comunicação, entrevista, relação de ajuda e validação. Loures:


Lusociência.

Teixeira, J. A. (2004). Comunicação em saúde: Relação técnicos de saúde - utentes. Análise


Psicológica, 22(3), p. 615-620.

Thomas, R. K. (2006). Health communication. New York: Springer Science.

Ramos, N. ( 2012). Cuidados de saúde e comunicação na sociedade multicultural: discutindo


interculturaliddae(s), práticas e politicas em saúde. Revista interlegere, p. 30-51. Acedido
Dezembro 15, 2013, em http://www.cchla.ufrn.br/interlegere/11/inter-legere.htm

Hernandez, I. R. ( 2011). Comunicación en salud: conceptos y modelos teoricos. Perspectivas


de la Comunicación, 4(1),pp. 123-140. Acedido Fevereiro 23, 2013, em
http://publicacionescienciassociales.ufro.cl/index.php/perspectivas/article/view/1 11/94

Avilés, O. M. (2000). Epidemiologia. Cuenca- Equador: Ediciones 21.

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