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Licão número: 23 - 24
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Cont. 1
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Ao longo de dois mil e quinhentos anos, a relação trabalhador de
saúde-paciente foi guiada pelos princípios de beneficência e de
não-maleficência, princípios que justificaram o paternalismo do
trabalhador de saúde, isto é, o clínico sabia o que era melhor para
o doente.
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Hoje em dia, há um crescente empenho dos profissionais e
instituições da área da saúde em aperfeiçoar a qualidade dos
serviços prestados aos usuários.
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As diferentes possibilidades da relação profissional de
saúde-paciente podem ser objectivadas através de
modelos, tomando como base o tipo de doença, sua fase
de evolução e as correspondentes condições
psicológicas do paciente (MISAU, 2012).
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2.0. Tipos de modelos de relação entre o profissional de saúde e o paciente
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Modelo contratual;
Modelo paternalista.
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2.1. Modelo contratual
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Este modelo consiste em o clínico expôr todas opções terapêuticas, e em
propõe uma nova perspectiva nas relações entre profissional de saúde, paciente
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2.1.1. Maior contribuição
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Propor um repensar na forma de relacionamento profissional de
saúde -paciente, e romper com a tradição ocidental paternalista;
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EXEMPLOS
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Ex 1: O início do TARV num paciente com todos os critérios, deve
ocorrer num clima contratual, onde o técnico explica porque se
deve começar o tratamento, os efeitos positivos do TARV e os
efeitos adversos. Cabe ao doente decidir se estiver
psicologicamente preparado sobre o horário da toma dos ARVs,
etc. Tanto o técnico e o utente estão profundamente envolvidos no
processo de decisão (MISAU, 2012).
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Ex 2: Na escolha de métodos anticonceptivos, primeiro o
técnico deve mostrar a utente todas as possibilidades e
recomendar o tecnicamente mais indicado. Mas a escolha
está ao critério da utente segundo o seu estilo de vida e
conveniência (MISAU, 2012).
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Sempre que possível, é indicada uma negociação com o doente, sendo
que este, é um bom modelo de eleição, mas existem situações em que o
seu uso é obrigatório, como:
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Há uma relação de confiança; Não é útil quando não existe um
Contratual de possibilidades;
---
Explora e valoriza as crenças e
princípios do doente;
---
A autoridade do clinico mantem-se;
---
Faz uma fusão entre as considerações
biomédicas e psicossociais;
---
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Melhora a aderência e o control dos
doentes;
2.2. Modelo dialogante (também chamado colegial)
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O papel do clínico é limitado a uma exposição das soluções e o
paciente decide, isto é, passa a existir uma relação individuo-
individuo, não diferencia os papéis do profissional e do paciente
no contexto da sua relação.
(MISAU, 2012).
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Cont.2 Modelo dialogante
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Este modelo, é impraticável na medicina pública, por falta
de tempo e recursos.
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Vantagens
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O técnico e o doente tem uma relação e cumprimento;
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Desvantagens
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A autoridade do técnico, como conhecedor da ciência é muito questionada;
Assume que o doente tem informação clara e certa sobre o tema, o que
quase nunca é verdade no nosso contexto;
É demorada.
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2.3. Modelo paternalista
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Este modelo paternalista é o mais tradicional. Em nome da
Beneficência a decisão tomada pelo clínico não leva em conta os
desejos, crenças ou opiniões do paciente. O médico exerce não
só a sua autoridade, mas também o poder na relação com o
paciente. O processo de tomada de decisão é de baixo
envolvimento, baseando-se em uma relação de dominação por
parte do médico e de submissão por parte do paciente (MISAU,
2012).
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Em função deste modelo e de uma compreensão
equivocada da origem da palavra "paciente", este termo
passou a ser utilizado com conotação de passividade. A
palavra paciente tem origem grega, significando "aquele
que sofre"(MISAU, 2012).
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Ex 1: A decisão de fazer um teste de HIV no doente, mesmo
sem o consultar, porque o médico acredita que isso ajudará
na decisão terapêutica.
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Cont.3
22 Recomenda-se o uso do modelo paternalista
muitos doentes por assistir, porém a sobrecarga de Trabalho não justifica o seu
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3.0.Resumo das características dos modelos
24 1.
Tabela
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Cont.1.
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É importante destacar que o uso de um determinado modelo é fortemente
influenciado pela personalidade do técnico de medicina; é natural que alguns
tenham uma inclinação pelo modelo paternalista, por ter uma personalidade
protectora ou inclinarem-se para o modelo dialogante, por serem pessoas
tímidas. Por vezes, a própria personalidade do doente, pode afectar de modo
inconsciente, a atitude do clínico. O que não se pode admitir, é que o
profissional deixe que o seu “eu” afecte no sucesso da sua relação com o
doente (MISAU, 2012).
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4.0. Conclusões Sobre Modelos de Relacionamento
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Nenhum dos tipos de relações acima descritos é melhor que a outra. Elas
simplesmente correspondem a dadas situações e caracterizam pacientes que se
encontram em contextos psicológicos distintos, sendo o dever do técnico, saber
avaliar qual dos modelos é o mais indicado para a situação. Por exemplo:
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Por exemplo:
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1. Doenças de início precoce, de diminuta gravidade e que
causam mínimo impacto emocional no paciente, geralmente
produzem uma relação profissional de saúde-paciente de curta
duração, frequentemente superficial, não apresentando influência
demasiada no comportamento do profissional.
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Cont.1. Exemplos
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2. As doenças de início recente, porém de gravidade rele vante, agravam os
mecanismos afectivos, dando como consequência directa uma influência
importante sobre o trabalho do clínico.
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Referências Bibliográficas
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1. MISAU.2012. Manual de Ética e Saúde da Comunidade.
Moçambique: MISAU. Disponível em: https://intranett.com.br
no dia 03 de Maio de 2022 às 13:12’.
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