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HUMANIZAÇÃO
Paciente crítico: paciente com instabilidades hemodinâmicas (SSVV). Pode ter falência de um ou múltiplos
sistemas e faz uso de drogas vasoativas, por exemplo. Na Terapia Intensiva a maioria dos pacientes são
submetidos a ventilação mecânica. Os cuidadores e/ou familiares possuem voz no tratamento de pacientes
principalmente quando o cliente em questão está em coma ou impossibilitado de falar.
CONTEXTO HISTÓRICO
1. Na década de 70 começaram estudos para avaliar a qualidade do cuidado;
2. Década de 80: o serviço de saúde passa a ser judicializado para julgar a qualidade do cuidado
(julgamento das instituições) - reclamações sobre como o cuidado era prestado, a política de
humanização e a sistematização do cuidado passam a ser desenvolvidos;
3. Em 1999 foi implementada a lei 8080;
4. Em 2001 foi implementada a humanização nos serviços de saúde, mas não atendida a APS
5. A Política de Humanização só foi publicada em 2003/2004;
O comprometimento da comunicação prejudica o processo de cuidar porque ficamos presos apenas em sinais
e sintomas - comunicação e escuta ampliada é essencial;
Antigamente o paciente:
- deixava de ser cidadão
- era passivo às ordens médicas e da enfermagem
Atualmente o paciente:
- é um cidadão
- reconhece seus direitos
- vai a procura de solução de seus problemas e deseja ser bem atendido
Tecnologias do cuidado
Merhy (1997):
LEVE:
Definição: A tecnologia leve refere-se a intervenções e abordagens tecnológicas que não envolvem
equipamentos ou dispositivos complexos. Em vez disso, elas geralmente se concentram em aspectos
comportamentais, educacionais e de comunicação para melhorar a prestação de cuidados de saúde.
LEVE-DURA:
Definição: A tecnologia leve e leve refere-se a intervenções que combinam elementos de tecnologia leve (como
comunicação, educação e suporte) com elementos de tecnologia dura (como equipamentos médicos ou
dispositivos). Essa abordagem integrada visa melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, fornecendo suporte
tecnológico e recursos de informação.
Exemplos: Um exemplo seria um aplicativo de smartphone que não apenas fornece informações sobre
gerenciamento de doenças, mas também permite que os pacientes meçam seus sinais vitais e compartilhem
essas informações com seus médicos para monitoramento remoto
DURA
Definição: A tecnologia dura envolve o uso de equipamentos médicos, dispositivos e tecnologias avançadas
para diagnóstico, tratamento e monitoramento de pacientes. Isso inclui máquinas de ressonância magnética,
aparelhos de ultrassom, equipamentos de suporte à vida, dispositivos de monitoramento contínuo e outros
dispositivos médicos complexos.
PRINCÍPIOS
1. Transversalidade: Reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar
com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma
mais responsável - UNIR SABERES PARA PRODUZIR SAÚDE DE FORMA CORRESPONSÁVEL;
MAIS INFORMAÇÕES:
● Oferece uma diretriz global que contempla os projetos de caráter humanizador desenvolvidos nas
diversas áreas de atendimento à saúde, estimulando a criação e a sustentação permanente de
espaços de comunicação
● Regulamentada pela lei 8080 de 1999
● Comitê técnico que em 2000 elaborou um PNHAH - necessidade de integrar os diferentes modelos de
atenção porque nem todos os modelos entraram aqui e por isso a política de 2004 foi criada. A
política de 2004 englobava todos os modelos de cuidado
● PNH - 2004: Humaniza SUS
FORMAS DE HUMANIZAR
● Saber ouvir + acolhimento aliado a classificação de risco
DIFERENÇA
● Triagem: Atendimento por ordem de chegada, onde o foco está na queixa isolada do paciente sem
considerar a história dele;
● Acolhimento: Atendimento por ordem de gravidade (individualização do cuidado de acordo com a
queixa - a gravidade é classificada através da escuta ativa)
A humanização garantiu a integralidade do cuidado, não podemos ouvir apenas a queixa principal do paciente.
Precisamos entender toda a condição dele, buscando o equilíbrio entre a técnica e a humanização.
Descentralização - Resgatar o atendimento humanizado onde a equipe conversa e decide a melhor estratégia
de atendimento ao paciente - Reunir diferentes saberes para o melhor atendimento centrado no paciente.
FALTA DE COMUNICAÇÃO
● Gera desumanização
O paciente não se resume a um diagnóstico ou número de leito, ele é um ser humano com especificidades e
merece ser visto de tal forma para que receba um atendimento de qualidade. E para entender este paciente
por completo um aliado poderoso do profissional é a comunicação. Se temos a capacidade de falar, podemos
dialogar e ouvir apropriadamente para oferecer um atendimento de qualidade.
O CUIDADO DEVE INCLUIR E VALORIZAR: Estes elementos devem estar interligados e devemos ter em mente que
o processo de escuta é fundamental para a valorização de cada um desses itens
1. Família
2. Profissional
3. Ambiente
DEFINIÇÃO: “área crítica destinada à internação de pacientes graves, que requerem atenção profissional
especializada de forma contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização
e terapia.” (RDC 7/2010)
Contexto histórico:
1. O hospital Sírio inaugurou em 1971 a primeira UTI no Brasil (sem legislação vigente)
Antigamente
● Prognósticos ruins
● Sem perspectiva de sobrevivências
● Unidades fechadas
● Enfrentamento ao processo de doença sem auxílio da família
Admissão na UTI
● A escassez de leitos especializados em cuidados intensivos para atender a demanda é um dos
principais limitantes para admissões em UTI
● Devido aos elevados custos despendidos com recursos de alta tecnologia, deve-se atentar para a
necessidade de se ocupar tais leitos com pacientes em reais probabilidades de recuperação
● SCCM elaborou critérios para a admissão na UTI com a finalidade de priorizar pacientes
Segundo a resolução CFM 2.156/2016 as admissões em UTI devem ser baseadas em:
1. diagnóstico e necessidade do paciente
2. serviços médicos disponíveis na instituição
3. priorização de acordo com a condição do paciente
4. disponibilidade de leitos
5. potencial benéfico para o paciente com as intervenções terapêuticas e prognóstico
Portaria 895 de 31 de março de 2017: Institui o cuidado progressivo ao paciente crítico ou grave com os critérios
de elegibilidade para admissão e alta, de classificação e de habilitação de leitos de terapia intensiva adulto,
pediátrico, UCO, queimados e cuidados intermediários adulto e pediátrico no âmbito do SUS
O paciente para ter prioridade n.1 para conseguir um leito precisa ter um bom prognóstico
Legislações
Portaria 3.432/GM, de 12 de agosto de 1998: diferentes tipos de UTI
● Estabelece critérios de classificação entre as UTI, de acordo com a incorporação de tecnologia, a
especialização dos recursos humanos e a área física disponível
● Três tipos:
1. Unidades cadastradas pelo SUS são classificadas como tipo I
2. As unidades que comprovem o cumprimento das especificações do anexo desta portaria
poderão ser credenciadas pelo gestor nos tipos II ou III, de acordo com a necessidade de
assistência da localizada onde estão inseridas
3. A partir da data de publicação desta portaria, serão cadastradas somente unidades do tipo II
ou III. De 1998 em diante não houveram mais cadastros na unidade do tipo I
● UTI: unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco, que dispõem
de assistência médica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios,
recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a
diagnosticos e terapeutica
● Estas unidades podem atender os grupos etários:
I. Neonatal: 0-28 dias
II. Pediátrico: 28 dias a 14 ou 18 anos, de acordo com as rotinas hospitalares internas
III. Adulto: maiores de 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas
IV. Especializada: voltada para pacientes atendidos por determinada especialidade ou
pertencentes a grupo específico de doenças
● UTI especializada é destinada a assistência a pacientes selecionados por tipo de intervenção, como
cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, entre outras;
● Saída de água tratada para conectar a máquina de diálise - apenas assim podemos ter um leito
dialítico
UTI tipo II
Equipe Básica composta por:
● Um responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva, um médico diarista com
título de especialista em medicina intensiva e um médico plantonista exclusivo para até 10 leitos, por
turno de trabalho
● Um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável pela área de enfermagem; 1
enfermeiro exclusivo da unidade, para cada 10 leitos, por turno de trabalho
● Um fisio para cada 10 leitos no turno da manhã e da tarde
● Um auxiliar ou técnico de enfermagem para cada dois leitos, por turno de trabalho
● Um funcionário exclusivo responsável pelo serviço de limpeza
● Acesso a cirurgião geral ( ou pediátrico), torácico, cardiovascular, neurocirurgião ou ortopedista
Humanização:
● climatização
● iluminação natural
● divisórias entre os leitos
● relógio visível para todos os leitos
● garantia de visitas diárias dos familiares, à beira leito
● garantia de informações da evolução diária dos pacientes aos familiares por meio dos boletins
APACHE II: sistema de classificação que determina índices de gravidade de um paciente internado em uma UTI
Além dos requisitos exigidos para a UTI tipo II, o hospital deve possuir condições de realizar exames de:
● tomografia computadorizada
● anatomia patológica
● estudos hemodinâmicos
● angiografia seletiva
● fibrobroncoscopia
● ultrassonografia portátil
Materiais
● monitor de pressão invasiva, equipamentos de ventilação não-invasiva, capnógrafo, equipamentos
para fototerapia (UTI neonatal) e marcapasso transcutâneo
Lavatórios
● 1 lavatório a cada 5 leitos de não isolamento
● torneiras de comando que dispense o contato com as mãos para fechar ou abrir a torneira
● sabão degermante e papeleira para secagem das mãos
● provisão de antisséptico junto às torneiras de lavagem das mãos
Tomadas e iluminação
● 11 tomadas (desejável 16) para equipamentos por leito
● acesso para aparelho transportável de raio x distante no máximo 15m de cada leito
● deve-se levar em conta o fato de assistência de ambas as voltagens, 110v e 220v
● nível de ruído: dia 45 dB / noite: 40dB /madrugada 20dB
Instalação de gases
● oxigênio: 2 para cada leito
● vácuo: 2 por leito
● ar comprimido: 1 (?)
Ambientes de apoio
● sala de utilidades
● sala de espera para acompanhantes e visitantes
● secretaria
● rouparia
● depósito de material de limpeza
● depósito de equipamentos e materiais
● área de estar para a equipe de saúde
● sanitários e vestiários masculino e femino para funcionários
● sanitário e lavatório para pacientes (geral)
● sanitário público (junto sala de utilidades, sala de espera para acompanhantes e visitantes)
● quarto de plantão
● copa
● banheiro para quarto de plantão
Resolução 7 de 24 de fevereiro de 2010: requisitos mínimos para funcionamento da UTI. Foi modificado pela
RDC 26 de maio de 2012
Art. 13:
● deve ser formalmente designado um responsável técnico médico, um enfermeiro coordenador da
equipe de enfermagem e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisio, assim como seus
respectivos substitutos
● o responsável técnico deve ter título de especialista em medicina intensiva para responder por UTI
(adulto; pediátrica ou neonatal)
● os coordenadores de enfermagem e de fisioterapia devem ser especialistas em terapia intensiva
(adulto, pediátrica ou neonatal) - resolução 137 de 2017
Recursos humanos
● designada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual deve ser dimensionada,
quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial:
I. Médico diarista/rotineiro: 1 para cada 10 leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino
II. Médico plantonista: mínimo 1 para cada 10 leitos ou fração, em cada turno
III. Enfermeiro assistencial: mínimo 1 para cada 10 leitos ou fração, em cada turno (Resolução
RDC 26, 11 de maio de 2012)
IV. Fisioterapeuta: mínimo de 1 para cada 10 leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e
noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação
V. Técnico de enfermagem: mínimo de 1 para cada 2 leitos em cada turno, além de 1 técnico por
UTI para serviços de apoio assistencial em cada turno (Resolução - RDC 26, 11 de maio de
2012)
VI. Auxiliares administrativos: mínimo de 1 exclusivo da unidade
VII. Funcionários exclusivos: para serviço de limpeza da unidade, em cada turno
Art. 15: Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem devem estar
disponíveis em tempo integral para a assistência aos pacientes internados na UTI, durante o horário em que
estão escalados. Todos os profissionais devem estar imunizados contra tétano, difteria, hepatite B e outros
imunobiológicos, de acordo com a NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde estabelecida
pela portaria 485, de 11 de novembro de 2005
Educação continuada
● A equipe deve participar de um programa de educação continuada, contemplando, no mínimo:
normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade; incorporação de novas tecnologias;
gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas na unidade e segurança de pacientes
e profissionais, e prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde
● Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber capacitação para atuar na unidade
Recursos de apoio
● o hospital em que a UTI está inserida deve dispor, na própria estrutura hospitalar, as seguintes
estruturas à beira do leito
1. assistência nutricional
2. terapia nutricional (enteral e parenteral)
3. farmacêutica
4. fonoaudiológica
5. psicológica
6. odontológica: pneumonia e infecção
7. assistência social
8. clínica vascular
9. assistência de terapia ocupacional
10. clínica cardiovascular
11. neurológica
12. ortopédica
13. urológica
Art.20: Deve ser garantido acesso aos seguintes serviços diagnósticos e terapêuticos, no hospital onde a UTI
está inserida ou em outro estabelecimento, por meio de acesso formalizado
● cirurgia cardiovascular, vascular, neurológica, ortopédica, urológica, buco-maxilo-facial
● radiologia intervencionista
● ressonância magnética
● tomografia computadorizada
● anatomia patológica: exame comprobatório de fluxo sanguńeo encefálico
Recursos materiais
● A UTI deve dispor de materiais e equipamentos de acordo com a complexidade do serviço e
necessários ao atendimento de sua demanda
● Os materiais e equipamentos devem estar íntegros, limpos e prontos para uso
● Devem ser realizadas manutenções preventivas e corretivas nos equipamentos em uso e em reserva
operacional, de acordo com a periodicidade estabelecida pelo fabricante ou pelo serviço de
engenharia clínica da instituição
● devem ser mantidas na unidade cópias do calendário de manutenções preventivas e o registro das
manutenções realizadas
Recursos materiais:
● cada leito adulto: bomba de infusão, fita métrica, etc
● outros: gerador de marcapasso, aparelho de ECG, estetoscópio, carrinho de emergência , ventilador
mecÂnico, laringoscópio, aspirador portátil, máscara de venturi, umidificador, cilindro de O2,
geladeira, otoscópio, aparelho de glicemia
● uso de roupa privativa em cumprimento pela norma reguladora 32
PROCESSOS DE TRABALHO
● todo paciente internado deve receber assistência integral e interdisciplinar
● a evolução do estado clínico, as intercorrências e os cuidados prestados devem ser registrados pela
equipe médica, de enf e de fisioterapia no prontuário, em cada turno, e atendendo a regulamentação
dos respectivos conselhos de classe profissional e normas institucionais
● as assistências farmacêutica, psicológica, fonoaudióloga, social, odontológica, nutricional, de terapia
nutricional e ocupacional devem estar integradas às demais atividades assistenciais prestadas ao
paciente, sendo discutida conjuntamente pela equipe multiprofissional
● Avaliação da unidade: monitoramento e registro de avaliação do desempenho e do padrão de
funcionamento global da uti, assim como de eventos que possam indicar necessidade de melhoria da
qualidade da assistência, com o objetivo de estabelecer medidas de controle ou redução dos
mesmos. Deve ser calculado o índice de gravidade, índice de prognóstico dos pacientes internados na
UTI, por meio de um sistema de classificação de severidade de doença recomendado por literatura
científica especializada
Art. 49: Os pacientes internados devem ser avaliados por meio de um sistema de classificação de necessidades
de cuidados de enfermagem recomendado por literatura científica especializada. Inciso 1º: o enfermeiro
coordenador da UTI deve correlacionar as necessidades de cuidados de enfermagem com o quantitativo do
pessoal disponível, de acordo com um instrumento de medida utilizado
Gerenciamento de riscos e notificação de eventos adversos (exemplo de instrumento que pode ser utilizado) +
livro de relatório + evolução de enfermagem
Indicadores
● visam medir a eficiência dos processos assistenciais
● a avaliação da qualidade dos procedimentos com uso de indicadores é importante e necessária
porque os seus resultados fornecem dados que possibilitam a elaboração de diretrizes e parâmetros
sobre o cuidado prestado, com foco na melhoria dos processos e procedimentos
● pesquisas na UTI
Art. 24: devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam na UTI, os seguintes itens:
● preservação da identidade e da privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e
dignidade
● fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara,
sobre o estado de saúde a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta
● ações de humanização da atenção à saúde
● promoção de ambiência acolhedora
● incentivo à participação da famĺlia na atenção ao paciente, quando pertinente
● visita diaria
● a equipe deve orientar visitantes e acompanhantes quanto às ações que visam a prevenção e o
controle de infecções, baseadas nas recomendações da CCIH
Visitas na UTI
● orientações sobre o funcionamento da unidade, horário e número de visitantes por períodos
● a equipe deve orientar visitantes e acompanhantes quanto às ações que visam a prevenção e o
controle de infecções, baseadas nas recomendações da CCIH
● visita estendida: condições especiais (idosos, pessoas entrando em delírio, etc)
● acompanhamento contínuo: condições especiais
Perfil do enfermeiro
● estar capacitado a exercer atividades de maior complexidade com conhecimento técnico e científico
consolidado
● poder de decisões rápidas e concretas
● capacidade de liderança
● iniciativa
● habilidade de ensino
● estabilidade emocional
● capacidade de avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos,
materiais e de informação no cuidado ao paciente, visando o trabalho em equipe, a eficácia e
custo-efetividade
● compromisso com desenvolvimento profissional: capacitações, especializações, etc
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO PS
O paciente do PS precisa de atendimento imediato e nem sempre vai correr risco de morte;
Existem PS de porta aberta ou fechada, a UTI sempre é de porta fechada;
PS de porta fechada: parecido com UTI.
PS porta aberta: Não conseguimos organizar o cuidado porque não sabemos quem pode chegar
O paciente chega - toda a equipe entra - depois de estabilizado, tudo ok
Definição: Estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência a doentes, com ou sem risco de morte,
cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato. Funciona durante às 24 horas do dia
Tipos:
1. Porta aberta: demanda espontânea e referenciada
2. Porta fechada: exclusivamente por regulação ou referenciado
Urgência e Emergência
● Emergência: atendimento imediato porque existe risco iminente de morte (ex.: fratura de osso longo).
Constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco
iminente de morte, exigindo portanto, tratamento médico imediato - risco iminente de morte
● Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de morte, o portador
precisa de assistência médica imediata - sem risco iminente de morte
Equipe
● médico: responsável técnico (apenas um por serviço de urgência e emergência)
● equipe médica (24h)
● especialidades de acordo com o perfil da unidade
● enfermeiro coordenador
● equipe de enfermagem (24h)
Unidades de emergência
● são próprias de hospitais de grande porte: capacidade de 151 a 500 leitos
● podem ser previstas para hospitais de pequeno e médio porte: até 50 leitos e de 51 a 150 leitos
● para permanência do paciente por até 48 horas
● possuir um conjunto de elementos que atendam às exigências do atendimento imediato: sempre ter
especialistas que possam atender em possível intercorrẽncias, por exemplo, uma queda do leito de
madrugada (avaliação do neurologista)
Localização
● devem ser localizadas em pavimento térreo, com ampla entrada, independente e coberta, com via de
acesso sinalizada e espaço suficiente para a livre circulação de ambulância
Acesso
● devem possuir fácil acesso aos serviços complementares de diagnóstico e tratamento
● representa a “porta de entrada” única para as internações: área de grande movimentação, causa
desconforto em grande parte dos familiares e pacientes levando-os a desgastes físicos e emocionais -
angústia
Infraestrutura
● sala de recepção e espera, com banheiros para usuários
● sala para arquivo de prontuários ou fichas de atendimento do paciente
● sala de classificação de risco
● área para higienização
● consultórios
● sala para assistente social
● sala de procedimentos (sutura, recuperação, administração de medicamentos)
● área para nebulização
● sala para reanimação e estabilização: alguns não tem porque a sala para reanimação é o próprio box
do paciente
● salas para observação e isolamento
● posto de enfermagem
● banheiro completo
● depósito para resíduos sólidos
● depósito para material de limpeza
● vestiários e banheiros para profissionais
● farmácia
● almoxarifado
● sala para redução de fraturas e colocação de gesso (serviço traumatológico)
● energia elétrica de emergência (gerador)
● circuitos de iluminação distintos
● sistema de abastecimento de gás medicinal: saída dos seguintes gases - oxigênio (2), ar comprimido
(2) e vácuo (1 ou 2). Quem consome ar comprimido? Ventilador - Ventilar manualmente quando a
máquina apresenta defeitos
● corredores e portas dimensionadas para o acesso de macas e cadeiras de rodas
Materiais e equipamentos
● estetoscópio adulto e infantil
● esfigmo adulto e infantil
● otoscópio adulto e infantil
● oftalmoscópio
● BVM adulto e infantil
● desfibrilador
● marcapasso externo
● monitor cardíaco
● oxímetro de pulso
● eletrocardiógrafo
● glicosímetro
Outros recursos materiais: cilindro, pranchas, colar cervical ventilador, aspirador, carrinho de parada,
marcapasso, ECG, estetoscópio, esfigmo, otoscópio, oftalmoscópio, etc
Recursos assistenciais
● cirurgia geral
● obstétrica e ginecológica
● clínica e cirurgia vascular
● clínica e cirurgia neurológica
● ortopédica e traumatológica
● oftalmológica
● urológica
● odontológica e bucomaxilofacial
● gastroenterológica
● nefrológica e dialítica
● psiquiátrica
● clínica para queimados
● terapia intensiva (UTI)
● radiologia: rx, us, ecodoppler, tc, RNM
● nutrição
● hemoterapia
● laboratório clínico, microbiologia e hemogasometria
Classificação de risco
● Considerar o grau de necessidade do paciente e a ordem de atendimento deve dar-se de acordo com
os protocolos clínicos do serviço
● basear-se em:
1. critérios uniformes ao longo do tempo e com diferentes equipes
2. fundamentação científica
3. profissional de nível superior
4. rapidez
Protocolos de transporte
● Comunicação
● Equipe interdisciplinar: é recomendável um número mínimo de pois profissionais no transporte de
pacientes graves (ideal -> grave = enf, fisio e médico)
● Equipamentos: ventilador de transporte, oxigênio, equipamentos para manuseio de vias aéreas,
maleta de transporte
● Monitorização: monitorização mínima composta por monitor cardíaco, de pressão arterial, frequência
respiratória e oximetria de pulso
Missão do enfermeiro
● possuir conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar decisões rápidas e
concretas, transmitindo segurança à toda a equipe e principalmente diminuindo os riscos que
ameaçam a vida do paciente
Caso
Paciente, 89 anos, sinais de choque séptico, necessidade de intubação de emergência. Realizaram hemocultura
e urocultura, não realizaram gasometria. Na troca de plantão, iniciaram antibioticoterapia e realizaram o
encaminhamento para a UTI. No transporte, o paciente apresentou hipotensão grave e iniciou uma parada
cardiopulmonar, imediatamente o técnico iniciou as manobras de reanimação no corredor. Quais condutas
assumir?
1. Instabilidade hemodinâmica: Não pode ir acompanhado de apenas um profissional
2. O técnico precisaria chamar ajuda - Chamar ajuda na UTI (ideal)
3. Continuar indo para a UTI
Sempre precisamos nos perguntar se o ritmo cardíaco está provocando repercussão hemodinâmica e a partir
dela escolher a conduta
FA estável quando o ritmo cardíaco não altera os SSVV - nesse caso o tratamento é amiodarona
Quando temos repercussão hemodinâmica: chocar
3º AULA
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INTRODUÇÃO
No século XIX, pacientes críticos eram avaliados por um exame clínico. Esse exame fornece dados importantes
para o tratamento do paciente, mas nem sempre refletia o que de fato acontecia na perfusão tecidual. Com o
passar dos anos e graças a revolução tecnológica tivemos avanços no diagnóstico, monitorização e tratamento
do paciente crítico.
O Enfermeiro:
● participação fundamental na monitorização;
● escolhe o cateter e o local de punção (com o médico);
● prepara materiais e o paciente para o procedimento;
● auxilia na passagem do cateter, realiza sua manutenção;
● registra, interpreta os dados hemodinâmicos;
● atua na retirada do cateter.
2. Coração esquerdo
- este precisa vencer a resistência sistêmica para levar o sangue oxigenado e os
nutrientes para todo o corpo
Na transição de sístole para diástole, ocorre progressiva mudança de volumes e pressões nas cavidades
cardíacas. Após a repolarização, as fibras cardíacas dão origem a diástole. A diástole também possui 3 fases:
DC: determinado pelo produto do volume sistólico com a FC durante 1 minuto, em que o volume sistólico é
produto de três fatores (pré e pós-carga e contratilidade);
FC: capaz de produzir grandes variações no débito
- coração saudável: é tolerado variações de 40-170bpm, é um mecanismo compensatório comum;
- até certo limite, o aumento da FC determina um aumento proporcional do DC;
- em taquicardias extremas, o tempo de enchimento e o volume sistólico são menores;
- em bradicardias: no início podemos ter aumento do DC que tende a diminuir com o decorrer do
evento
Lei de Frank-Starling: estabelece correlação entre o estiramento miocárdico e o desempenho cardíaco até um
limite fisiológico, que leva a deterioração ventricular quando ultrapassado
Pós-carga: resistência oferecida ao esvaziamento ventricular, ou seja, a força que o ventrículo precisa vencer
para que a ejeção do sangue do coração aconteça
- determinada por: volume e massa do sangue ejetado, massa e espessura da parede ventricular e
características anatômicas e funcionais da circulação;
- prática clínica: variáveis que melhor representam a pós
1. resistência vascular sistêmica: ventrículo esquerdo
2. resistência vascular pulmonar: ventrículo direito
Contratilidade: estado inotrópico do miocárdio - capacidade inerente de encurtamento das fibras miocárdicas
independentemente das variações da pré-carga
- influenciado por: efeitos do sistema nervoso simpático no coração, mudanças metabólicas
(principalmente acidoses) e drogas inotrópicas
TIPOS DE MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA INVASIVA
● Monitorização necessária porque precisamos que seja contínua, isso permite um diagnóstico correto,
otimização e norteamento do tratamento;
● Conselho Brasileio de Monitorização e Suporte Hemodinâmico recomenda a monitorização básica dos
seguintes parâmetros:
1. FC
2. FR
3. Diurese
4. ECG contínuo
5. Saturação arterial de O2
6. Pressão arterial não invasiva
7. Temperatura
8. Pressão venosa central (PVC)
9. Pressão arterial invasiva (PAI)
● Métodos minimamente invasivos: obtenção de dados com a mesma exatidão que o CAP mas é menos
invasivo
material: poliuretano e/ou látex - pode ser revestido com substância antitrombótica
possui 4 vias:
1. Via proximal (azul): injeção de líquidos para a medida do DC por termodiluição, para medir a PVC e
para coleta de sangue e infusão de soluções
2. Via distal (amarela): medir pressões de artéria pulmonar (PAP), pressão de oclusão da artéria
pulmonar (POAP) quando o balonete está insuflado e coleta de amostra do sangue venoso misto na
artéria pulmonar - não usar para infundir soluções por causa do seu posicionamento na artéria
pulmonar
3. Via do balão (vermelha): medição da pressão capilar pulmonar (PCP)
4. Via do termistor: mede a temperatura sanguínea na artéria pulmonar e cálculo do DC pela curva da
variação térmica
complicações:
1. inserção do introdutor: pneumotórax, hemotórax, hematoma, embolia gasosa, etc;
2. inserção e posicionamento do cateter: arritmias, lesões estruturais e mau posicionamento;
3. permanência do cateter: arritmias, infecção, trombose e embolias, etc;
4. retirada do CAP e introdutor: arritmias, lesões estruturais, formação de nós, embolia gasosa e quebra
do cateter.
locais de inserção:
● veia jugular
● veia subclávia
complicações imediatas (após a punção): complicações mecânicas que exigem diagnóstico precoce e rápida
intervenção
complicações raras:
● osteomielite de clavícula
● fístulas arteriovenosas
● perfuração traqueal ou esofágica
● lesão arterial com formação de pseudoaneurisma
● punção aórtica
● enfisema de subcutâneo
● infarto pulmonar
Curativos
● técnica asséptica
● oclusão da inserção: gaze e esparadrapo ou película transparente
● CAP: fixação auxiliar na porção distal do cateter - objetivo: prevenir o tracionamento pelo peso gerado
pelos cabos e sistemas de pressão
Gasometria venosa
● pode ser coletada pelo CAP ou cateter venoso central
● CAP: via distal (amarela) e para evitar coleta de sangue oxigenado todo o procedimento deve ocorrer
em até um minuto
● lavagem dos sistemas de monitorização das vias do cateter deve ser realizada com sistema flush,
nunca com pressão positiva
● Gaso - técnica:
- heparina: solução mais ácida - lavar com heparina o corpo da seringa - desprezar a heparina:
se deixar provoca acidose no paciente
- radial: 45º: fica mais exposta, é mais fácil de perceber hematomas, garante melhor
supervisão
- femoral: 90º: risco de infecção, próximo às fezes
Retirada de cateteres
● CAP: permanência de até 96 horas
● cateteres arterial e venoso central devem ser avaliados diariamente quanto a sua permanência -
retirar quando não houver mais indicação de uso ou estabilização do quadro
● cuidados antes da retirada:
- CAP: raio x de tórax
- verificar coagulograma, avaliar fatores de coagulação e plaquetas e uso de terapias
anticoagulantes antes da retirada; suspender anticoagulantes conforme meia-vida e
prescrição médica
- necessidade de encaminhamento da ponta para a cultura?
- observar a curta da artéria pulmonar
- fechar vias e desconectar o CAP do sistema de monitorização, protegendo as vias
- decúbito dorsal, com leve trendelenburg para prevenir embolia gasosa nos cateteres venosos
- curativo oclusivo com gaze e película transparente por 24h
- retornar ao decúbito elevado após o curativo
Contraindicações:
● coagulopatias: tempo de protrombina
● doença vascular periférica - sangramento
Vias de acesso
● artéria radial: mais comumente usada - é de fácil visualização então facilita a supervisão
● artéria braquial, femoral (maiores riscos - risco de infecção) ou dorsal do pé
● Observação: realizar teste de allen quando a via de acesso usada for a artéria radial
● Lembrete: Avaliar rede venosa antes de instalar o cateter - o teste realizado é o teste de allen
(compressão é feita em ambas as artérias, ulnar e radial). Paciente precisa estar acordado
Resolução 390/2011:
● Permite que enfermeiros instalem o catéter de manutenção da PAI
Complicações - PAM:
● isquemia radial, embolia, trombose, oclusão vascular, hemorragia maciça, equimoses, hematomas,
dor, infecção local, necrose tecidual
● contraindicações:
- prótese mecânica pulmonar e tricúspide
- massas no coração direito (tumor ou trombos)
- endocardite nas câmaras direitas ou valvas pulmonar e tricúspide
● medidas diretas
- PAD ou PVC
- PAP
- PoAP (ou capilar)
- DC - Cálculo do IC
- SvO2
● medidas indiretas
- resistências vasculares
- trabalho ventricular
Configurações do cateter
- azul proximal: PVC, coleta de sangue e administrar medicamentos
- amarela distal (artéria pulmonar): coleta de sangue e mede a PAP
- vermelha (via do balão) (seringa conectada): mede a PCP e auxilia na migração do cateter
durante sua passagem (mede a pressão de oclusão da artéria pulmonar)
- termistor: mede temperatura sanguínea na artéria pulmonar (filamentos de cobre)
- amarela com conexão diferente (filamentos de cobre): capta temperatura basal do paciente e
faz uma diferença entre a temperatura e a solução que está sendo injetada gerando a curva e
valor do DC
- precisa de um transdutor para conectar as vias no monitor, após salinizar
Pressão de capilar pulmonar ou pressão de oclusão da artéria pulmonar: reflete pressões do lado esquerdo do
coração (PoaP)
normalidade: 8-12 mmHg
Débito cardíaco: é a quantidade de sangue bombeada pelo coração durante um determinado intervalo de
tempo (DC = FC x VS)
referência: 4 a 8 l/min
aumento do DC é preocupante, processo inflamatório ou infeccioso
quando o DC reduz indica disfunção, e tem que aumentar a força do coração através de volume ou inotrópico
positivo
Índice cardíaco
IC = DC/ASC + peso (kg) - 60/100
ASC = a 9cm
referência: 2,2 a 4,2 l/min/m2
é melhor que o DC porque é ajustável para o tamanho corporal de cada paciente/medida refinada do DC
1 = DC diminuído
alterado/superior ao valor de ref.: processo inflamatório
Medida do DC
técnica de termodiluição: usa a diferença de temperatura entre fluido injetado e temperatura basal do paciente
usa o cateter swan-ganz
injetar 3 vezes, gerando 3 curvas. O resultado final é uma média das 3 curvas geradas, promovendo a média da
DC
DC = 5 l/min-1
VS: 72 ml
Sistema de mensuração:
● zero de referência inadequadamente posicionado
● alteração na membrana do transdutor
● transdutor mal calibrado
PVC baixa:
● hipovolemia (taquicardia)
● vasodilatação venosa (causada por sepse)
PVC alta
● hipervolemia (sobrecarga de volume hídrico)
● insuficiência de VD
● tamponamento cardíaco
● hipertensão pulmonar
Delta PP
● variação de pressão de pulso
● pressão de pulso = diferença entre a pressão sistólica e a pressão diastólica
● avalia volume
● referência: Se > 13% sugere boa resposta a volume
● limitação: pacientes em VM controlada e volume corrente de 8 a 10 ml/kg
● quando se eleva as pernas (elevação passiva de membros inferiores), a pressão melhora de 10 a 15%
● para fazer delta PP o paciente precisa estar com PAI
● cálculo:
delta PP (%): PPmax - PPmin x 100 / PPmax + PP min/2
Cuidados de enfermagem
● tempo máximo de 72 a 96h
● cuidados na passagem: montagem e calibração do sistema e auxílio durante a punção
● curativo diário na inserção - SF 0,9% e clorexidina
● avaliar inserção: sinais de inflamação
Vantagens:
● detectar precocemente a elevação da PIC
● permitir a drenagem de líquor
● avaliar a eficácia no tratamento
Complicações
● infecção
● hemorragia
● mau funcionamento
Cuidados de enfermagem
● manter alinhamento céfalo-caudal
● manter cabeceira elevada a 30º (trendelemburg contraindicada por aumentar o retorno venoso para o
coração)
● manter temperatura corporal menor que 37,5C
● evitar hipotensão
● manter PIC < 20 mmHg
● PPC > 70 mmHg (se muito alta provoca vasoconstrição)
● promover oferta de oxigênio a 100% durante as aspirações
● fixação do cateter no couro cabeludo
● atentar para não tracionar ou deslocar o cateter
● realizar curativo diariamente
● monitorar e assegurar a presença de extravasamento de LCR
O paciente deve ter seu choque reconhecido de maneira precoce para otimizar as intervenções terapêuticas
com o objetivo de reduzir a morbimortalidade. O julgamento clínico é essencial aliado ao uso racional da
monitorização hemodinâmica: reconhecer a variável, acurácia e limitações.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA NÃO INVASIVA
● Objetivo do suporte hemodinâmico neste paciente: Manutenção adequada da perfusão e da
oxigenação tecidual;
● Esse tipo de monitorização apresenta resultados de faćil reprodutibilidade e com boa relação
custo-benefício;
● Serve para diagnóstico e realização de prognósticos com os dados obtidos;
● Variáveis fisiológicas monitoradas: FC, PA, FR e temperatura (mais comuns);
● Outros métodos para investigação não invasiva: ECG e o ecocardiograma, saturação parcial de O2 e
capnometria.
● Ferramentas para monitorização não-invasiva
- oximetria de pulso
- temperatura
- FR
- ECG contínuo
- PANI
- BIS: descrever alterações no EEG que se relacionam com os níveis de sedação, anestesia e
perda de consciência
FREQUÊNCIA CARDÍACA
● ciclo cardíaco: combinação de períodos de estimulação (despolarização) e recuperação elétrica
(repolarização);
● cada batimento cardíaco normal é o resultado de um impulso elétrico que se origina em uma área
especializada dentro da parede do átrio direito, o nódulo sinoatrial - essa área de tecido controla a
frequência cardíaca e, por isso, é chamada de marca-passo cardíaco;
● O impulso elétrico original é transmitido aos ventrículos através de um conjunto de fibras
denominado sistema de condução. Quando o impulso alcança os músculos ventriculares, ocorre a
contração;
● sequência de estímulos para que ocorra a contração ventricular:
1. nódulo sinoatrial origina o impulso
2. esse impulso se espalha por meio dos músculos atriais ao longo de 3 feixes de tecido, os
tratos internodais, produzindo a contração atrial
3. alcança o nódulo atrioventricular, em que sofre um retardo momentâneo, antes de passar
para o feixe de His
4. desde pelo feixe e alcança os ramos direito e esquerdo
5. ao alcançar as fibras terminais de purkinje, o impulso estimula as células miocárdicas
ventriculares no nível da junção miocárdica-Purkinje
6. ocorre a contração ventricular
ECG
● é o registro da atividade elétrica cardíaca na superfície do tórax
● procedimento mais usado para auxiliar o diagnóstico de doenças cardíacas
● método simples, seguro, reprodutível e de baixo custo
● padrão-ouro para diagnóstico não invasivo das arritmias e dos distúrbios de condução e é muito
importante em quadros isquêmicos coronários - é um marcador de doença do coração
● possui maior sensibilidade e especificidade para diagnóstico das arritmias e dos distúrbios de
condução
● propósito do monitor: captar sinais elétricos gerados pelo coração e reproduzi-los em uma tela sob
forma de ECG contínuo - a análise dos formatos das ondas permite identificar distúrbios na
frequência, ritmo ou condução cardíaca
● Como funciona? as forças elétricas do coração são transmitidas para a superfície do corpo, onde
podem ser detectadas através de eletrodos fixados nas extremidades - dessa forma temos uma
“imagem” contínua da atividade elétrica de um ciclo cardíaco completo
● Monitorização eletrocardiográfica contínua: Manobra padrão em UTI, sendo também frequentemente
usada nas unidades intermediárias e gerais de enfermagem para detecção de arritmias
ELETRODOS
● para o ECG funcionar corretamente os eletrodos precisam estar instalados na posição correta;
● a pele deve ser preparada - peles úmidas ou oleosas devem estar limpas e secas, devemos remover
pelos
● os eletrodos servem para captar os sinais elétricos provenientes do coração na superfície cutânea
● o gel do eletrodo: se estiver seco ou ausente causa traços instáveis
● acondicionamento dos eletrodos deve ser feito de forma adequada
Cuidados de enfermagem acerca da colocação dos eletrodos irão assegurar boa condução e um
traçado claro do ritmo do paciente no monitor
DÉBITO CARDÍACO
● é a quantidade de sangue bombeada pelo coração durante um determinado intervalo de tempo
● essa medida é um dos melhores parâmetros para aferir a atividade cardíaca global
● informações fornecidas:
1. pressões intravasculares
2. fluxo sanguíneo
3. volume intravascular
4. saturação de oxigênio
5. débito cardíaco
PRESSÃO ARTERIAL
● é a pressão exercida pelo sangue dentro das artérias, refletindo a situação geral da circulação
● também pode ser definida como a pressão resultante dos batimentos cardíacos e da resistência da
parede do vaso ao fluxo sanguíneo
● é produto do débito cardíaco e da resistência dos vasos periféricos
● elemento fundamental da dinâmica sanguínea
● Para garantir a nutrição tecidual, é necessário que a tensão na parede arterial atinja níveis específicos
● PA é controlada independentemente do controle do fluxo sanguíneo local ou do controle do DC
● o sistema circulatório possui um mecanismo muito extenso para controlar a PA, se a pressão diminuir
muito, vários reflexos nervosos provocarão uma série de alterações circulatórias para elevar a PA de
volta ao normal
● PA depende da força de contração do ventrículo e da quantidade de sangue lançada pelo coração em
cada contração
- a força de contração depende da capacidade cardíaca de bombear o sangue. Quanto maior a
capacidade, maior a quantidade de sangue ejetada
- o rendimento cardíaco também é afetado pelo volume de sangue circulante, quando esse
volume diminui, a PA também diminui
- alterações na elasticidade da camada muscular das paredes dos vasos sanguíneos também
interfere na PA
● PAS: pressão que o sangue exerce sobre a parede das artérias durante a sístole e diástole ventricular
● depende do DC, RVP e volume sanguíneo
● PA = DC x RVP
● indicação:
1. graves com instabilidade hemodinâmica
2. choque de qualquer causa
3. cirurgia de grande porte
4. crise de HAS (refratária a droga)
5. infusão contínua de drogas vasoativas
6. balão intra-aórtico (BIA)
7. trauma neurológico ou politrauma
8. coleta seriada de gasometria em pacientes portadores de insuficiência respiratória
(quantidade coletada 0,5 ml - no livro: 2ml)
PAS: pressão ao final da sístole, é determinada pelo volume sistólico ventricular esquerdo, pela velocidade de
ejeção do sangue e pela elasticidade da parede aórtica
PAD: relaxamento ventricular, é estabelecido pela resistência periférica e pela FC
PAM: influenciada pelo volume intravascular e pela capacitância vascular (função do tônus vascular). Ela
aumenta em condições de hipervolemia e insuficiência cardíaca congestiva direita e diminui durante uma
vasodilatação abrupta, septicemia, hemorragia e diurese
Cálculo:
PAM = PS + 2 PD / 3
Desvantagens:
● apresenta grande variação
● não é totalmente exato
● variação do examinador
● necessidade de calibração frequente do aparelho
● medidas não fidedignas em pacientes com choque e severa vasoconstrição
● método descontínuo
Vantagens:
● equipamentos de fácil manuseio
● mais barato
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
● adquirida por movimentos de inspiração e expiração, correspondentes ao processo metabólico de
troca de gases com o ambiente;
● quando avaliamos essa frequência levamos em consideração:
1. Frequência
2. Profundidade: superficial, normal ou profunda
3. Ritmo: avaliado pelos movimentos do tórax e ausculta pulmonar
4. Características da respiração: avaliado pelos movimentos do tórax e ausculta pulmonar
OXIMETRIA DE PULSO
● método seguro, de baixo custo e não invasivo
● usado em pacientes que precisam de monitorização contínua da saturação de oxigênio
● método não-invasivo para monitorização contínua da saturação de oxigênio (SpO2)
● consiste na avaliação da percentagem de saturação da hemoglobina pelo oxigênio
● cardiopatia congênita = oximetria baixa (esperado 87-89)
● os valores normais de spO2 dão 95-100, valores inferiores a 85 indicam déficit de oxigenação tecidual
● os valores obtidos pela oximetria capilar não são confiáveis nas situações de PCR, choque, uso de
medicações vasoconstritoras, anemia grave e elevados níveis de monóxido de carbono
● minimiza o potencial de episódios de hipóxia
● recomendada para qualquer paciente que tenha risco de hipoxemia já que é um método que detecta
precocemente dessaturação
● boa precisão
● fácil utilização
● determina a saturação periférica de oxigênio pela hemoglobina
● rodízio de posicionamento: evita lesões causadas por pressão ou excesso de contato com a pele
● alterações devem ser avaliadas
● interferências:
1. luz do ambiente
2. posicionamento e localização do sensor
3. movimentação do paciente
4. pigmentação da pele
5. onicomicose
6. baixa perfusão periférica
7. calafrios
8. baixa perfusão
9. esmalte
10. edema
CAPNOMETRIA
● capnometria: medida
● capnografia: registro
● medida e registro do gás carbônico no final da expiração constituem a essência da monitorização da
função respiratória
● é útil porque pode monitorar a concentração de CO2 do ar expirado no final da expiração a cada ciclo
respiratório
● a capnometria é a própria dinâmica do balanço de CO2 sujeita à produção e ao transporte do gás, às
variações regionais de ventilação, às modificações de ventilação alveolar e aos problemas do circuito
do respirador artificial em pacientes intubados
● é a representação gráfica da curva de pressão parcial de CO2 na mistura gasosa expirada e inspirada
em relação ao tempo
● o padrão normal depende do tempo, circulação e ventilação alveolar
● é usada como um parâmetro indicativo de acidose respiratória incipiente e como uma ferramenta de
auxílio ao desmame do respirador
● capnógrafos analisam e registram a pressão parcial de CO2 durante o ciclo respiratório, por um sensor
aplicado nas vias aéreas do paciente
● concentração de CO2 no final da expiração (ETCO2)
● dispositivos: sensor acoplado ao tubo traqueal na ventilação mecânica
● CO2 = igual ou menor que 10 por 20 minutos (desistir)
● ideal: 35-45
● capnograma:
1. apresenta uma PaCO2 de zero na fase inspiratória
2. ascensão rápida após o início da expiração
3. platô alveolar
4. durante a respiração momentânea: reduz diminuição brusca para o CO2 inspirado de zero
TEMPERATURA
● centro regulador da temperatura é o hipotálamo
● acima de 37,5C: estado febril
● maior ou igual a 38C: estado de febre
● temperatura de um indivíduo pode sofrer variações durante as 24h por diversas razões
● vias: oral, axilar, método timpânico
BIS
● avalia a profundidade da sedação do paciente
● remover gordura e suor da testa para que os eletrodos do BIS consigam aderir na testa
● monitor multiparamétrico substitui o BIS se tiver a função
● a monitorização do índice bispectral (BIS) processa dados de EEG e estima a profundidade da sedação
através do estado de atividade cerebral
● 100 = acordado
● 0 = sem atividade cerebral
● o índice adequado para anestesia geral situa-se em torno de 40 a 60 e fora deste intervalo
encontram-se situações que revelam estados de consciência ou inconsciência profundos
Ultrassom
Permite informações sobre:
● pré-carga: diâmetro da veia cava inferior e variação respiratória (menor que 12 milímetros significa
que o paciente responderá bem a volume)
● contratilidade: avalia a função sistólica do VE diretamente e ainda é capaz de estimar o DC
● congestão pulmonar: o US pulmonar vem se consagrando como método para avaliar a congestão
pulmonar
Clear-sight
● indicado para pacientes críticos não tão graves (controlados)
● obtém a pressão arterial de forma não invasiva
● caso não apareça a curva pode haver acotovelamento do cateter, pode não estar inserido no local
correto, ou a membrana pode estar com defeito
AULA:
Hipertermia
● Diminuir os lençóis
● Compressa fria: está deixando de ser recomendado, meio facilitador de infecção
● Dipirona: melhor opção
● Colchão de gelo quando a hipertermia é refratária e as outras condutas não foram suficientes
Clinicamente, existem muitas situações que afetam as variáveis hemodinâmicas que justificam uma
monitorização e mensuração do DC. Indicado para:
● depressão miocárdica relativa à anestesia
● hipovolemia (relativa e absoluta)
● perdas sanguíneas
● ventilação mecânica
● comorbidades: diabetes, cardiopatia, insuficiência renal, etc
● idade acima de 65 anos
● SIRS
Caso
Marcelo, cardiopata, diabético, 65 anos. Admitido no PS com queixa de dor no ombro de intensidade
progressiva. Sudoreico e ansioso.
Parâmetros essenciais: ECG (D2 longo), pulso, FC, saturação, FR, PA
CASO:
Carlos, 47 anos, 70 kg. Submetido a uma laparotomia exploratória evolui em choque séptico. Instalado SNG e
mantida aberta com débito bilioso de aproximadamente 1500 ml/24h. Ao monitorizar: PA = 83 x 35 mmHg, FC =
120 bpm, SpO2 = 88%. Volume urinário: 4,7 ml/kg/6 horas.
Abordagem:
- Noradrenalina para elevar a hipotensão
- Elevação da cabeceira
- Cânula nasal (máscara é contraindicada - aumenta a distensão abdominal)
- Intubação orotraqueal se a cânula não melhorar sua saturação
- Aferir a PVC
- Gasometria venosa para saturação já que a periferia do paciente está ruim (saturação venosa menor
que 50% está péssima - ideal: 65-70%)
- lactato (valor: 18 ou 2 - unidade de referência diferente para cada um desses valores de referência)
CASO
Miriam, 26 anos, negra, 45kg, 150 cm. Procura a emergência queixando-se de palpitações/”batedeira” de início
súbito, intensa falta de ar e tosse. Relata vários episódios de palpitações ano passado, com duração de 1 ou 2
dias. Teve febre reumática na infância. é internada (PAM 45 mmHg). Ao monitorizar o médico residente opta por
cardioversão elétrica. Você concorda com a conduta? Qual material é necessário para CVE?
febre reumática = doença inflamatória que ocorre após um episódio de amigdalite provocada por
streptococcus, tratada inadequadamente
PAM = hipotensa - periferia ruim, DC ruim
Cardioversão elétrica = interrompe taquiarritmias - devemos realizar quando o paciente tem fibrilação atrial
que provoca instabilidade hemodinâmica. Se não tenho instabilidade: amiodarona. Ela relata que acontece
com frequência então temos suspeita de FA crônica, isso significaria que o átrio não faz sístole e diástole - ela
teria um ritmo desorganizado - então seriam formados microtrombos formados, o sangue fica retido no lado
direito do coração já que não faz sístole e diástole. A cardioversão é contraindicada porque os trombos podem
se deslocar para o cérebro. Para confirmar se é crônico: eco transesofágico
Materiais para cardioversão: cardioversor ou desfibrilador, carrinho de urgência, luvas de procedimento,
eletrodos, gel, sedação (acesso), BVM ( fisio), painel para acompanhar SSVV
Superficializar o nível de consciência - ficamos até o paciente ficar consciente e responsivo. Nesse período
acompanhamos os SSVV, após a estabilização do paciente organizar o cenário
Sedação: propofol ou midazolam
CASO
Marcela, insuficiência coronária, FE: 20% (40-50% ideal). Internada na UTI há 4 dias por síndrome da resposta
urinária de foco urinário. Sinal de cacifo +/++++, nora 15 ml/h
PSmax: 100 mmHg
PSmin: 75 mmHg
PDmax: 61 mmHg
PDmin: 54 mmHg
Calcular delta PP
O resultado foi superior a 13% então é tolerável a volume. Devemos começar com 250 ml de soro fisiológico
.
4ª AULA
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Oxigênio
● fundamental para o organismo
● sua falta provoca lesão irreversível nas células e sua morte (também ocorre no músculo cardíaco)
● Hb pelo menos de 10 (são elas que transportam o oxigẽnio)
● bloqueio no suprimento de O2 no coração = lesão do músculo cardíaco => cessação de bombeamento
do sangue aos tecidos - TROMBOLÍTICO OU STENT OU REVASCULARIZACAO DO MIOCARDIO
● dependendo do nível da queda da oxigenação o paciente pode evoluir para uma IRpA
CASO
José, IAM Killip II, FR = 30 ipm, FC = 150 bpm, ritmo de FA, SpO2 = 87%. Quais os cuidados iniciais?
- hiperventilando: alcalose respiratória
- consciente? investigação do nível da dor (para decidir a terapia medicamentosa)
- administrar diurético
- melhora da saturação (cateter nasal de oxigênio 6L/min) - se não der certo: médico para decidir
(venturi - não invasiva - IOT)
- amiodarona: DA 150 mg ou 300 mg diluído em SF 0,9% 100 ml - revertendo o ritmo, manter nas
primeiras 24h a dose de manutenção: 900mg em 6 ampolas - Sf 0,9% 240ml - Bomba de infusão)
- cuidados iniciais: monitorizar, avaliar, amiodarona, instalar suporte de oxigênio
- ele tem congestão pulmonar, o diurético é administrado por isso
Gasometria
● aumento de CO2: pH: alcalose, > 7,45
● diminuição de CO2: pH: acidose < 7,35
Apneia
● FR: 0
● SpO2: 0%
Fisiologia básica
● nervo frênico: estimula o movimento respiratório - a contração do diafragma
● em cirurgias: risco de lesionar o nervo frênico
● nervo frênico: entre C3 e C5, passa entre o coração e o pulmão para alcançar o diafragma
● paciente com lesão acima de C4: insuficiência respiratória instalada que só é resolvida com intubação
até que a lesão seja solucionada - pode ficar dependente de ventilador durante toda a vida
● lesão acima de C6: tetraplegia
Pneumotórax
● causas: perfurações acidentais
- pleura parietal e visceral (costelas, objetos)
● perfurações: pressão negativa - o ar ocupa espaço a partir de uma perfuração . Para tirar o ar da
cavidade: dreno
● drenagem: beira leito
● uso terapêutico: descansar o pulmão
Caminho do ar:
1. VAS (boca, nariz) (vias aéreas superiores)
2. faringe (vias aéreas superiores)
3. laringe (vias aéreas superiores)
4. traquéia (VA de condução)
- pressão: 25-35 em H20 - temos que ofertar: 20-30 cm/H2O ou 14-22 mmHg para não gerar
isquemia
- IOT: tubo fica na altura da traquéia
5. brônquios B/E (VA de condução)
6. alvéolos (troca gasosa)
Posição prona
● permanência de 6-20h
● gasometria seriada para avaliar a melhora ou piora do estado clínico
● contraindicado raio-x
● cochin preparado para a região do tórax, nível de quadril e para a face do paciente (tem que ser meia
lua facilita a circulação sanguínea e gera menos isquemia)
● preparar o ambiente e paciente para colocar nessa posição
● síndrome do desconforto respiratório agudo: congestão alvéolo capilar - troca gasosa prejudicada -
acúmulo de secreção - peso do coração e órgãos abdominais - quando muda a posição: melhora a
hora de perfusão e reduz o peso, a secreção é drenada com maior facilidade
Regulação do suprimento de O2
Controle neurológico
● cérebro
● sistema nervoso
Controle químico
● eritropoietina: secretado pelos rins, que estimula a medula óssea a elevar a produção de células
vermelhas do sangue - renal crônico não produz então tem anemia e precisa tomar ferro
● epinefrina
● surfactante pulmonar: produzido pelo pneumócito tipo 2, facilita deslizamento entre pleuras
Princípios da ventilação mecânica
● método de suporte
● é um dos principais recursos de suporte à vida utilizados em UTI
● máquina que substitui total ou parcialmente, a atividade respiratória do paciente, com o objetivo de
restabelecer o balanço entre a oferta e a demanda de O2
Relação PO2/FiO2
é importante calcular essa relação
FiO2 = 40% (no ventilador mostra o valor programado)
PaCo2 da gasometria = 60
● leve: 200<PaO2/FiO2<300
● moderada: 100 <PaO2/FiO2 < 200
● grave: PaO2/FiO2 < 100 (síndrome do desconforto respiratório agudo)
CASO
JJM, 85 anos, diabético e hipertenso. Está internado na UTI com diagnóstico de tumor no lobo direito do
pulmão. Intubado no ventilador com PEEP: 10cmH2O, FIO2 = 30%. A gaso arterial que acabou de ser dosada: pH
= 7,28, PO2 = 55 mmHg, PaCO2 60 mmHg, SatO2 = 88%. Calcular a relação PO2/FiO2
MMC, 60 anos internado com quadro de dispneia. Instalado cânula nasal de oxigênio em 4 L/min. Qual a
concentração de oxigênio administrado?
FiO2 = 4 x L/min + 21% (fórmula)
FiO2 = 4 x 4 + 21% = 37% (como chegou em 37 senhor?)
Insuficiência respiratória
- paO2 por volta de 60
- o que resolveria? IOT
- para avaliar: oximetria, FR, perfusão periférica (?)
- exames: capnografia, gasometria arterial seriada
- capnografia abaixo de 10 por 20 minutos: morte celular
Diafragma estimula a respiração, na ventilação controlada ele não é usado e fica relaxado (ponto negativo
porque ele fica adormecido, pode prolongar o tempo de internação porque demora para voltar a trabalhar
normalmente) - quanto mais precocemente deixar no modo assistido, melhor para o paciente
modo assistido - paciente ainda faz alguns inspirações sozinho
Ventilação Mecânica
● processo que promove constante renovação do ar alveolar, permitindo a hematose ou a troca de
gases;
● epidemiologia: 70% dos pacientes de UTI são mantidos na ventilação aérea artificial (VAA);
● epidemio: 2% dos pacientes dependentes de ventilação artificial e volume com necessidade de VM
prolongada ou desmame ventilatório difícil
● 7-14, depois disso realizar a traqueostomia = paciente muito dependente do ventilador
Princípios da VM (objetivos)
● manutenção das trocas gasosas
● correção da hipoxemia e acidose respiratória associada à hipercapnia
● reverter ou evitar fadiga da musculatura respiratória
● diminuir o consumo de oxigênio
● reduzir o desconforto respiratório
Cânula de intubação
● para ventilação mecânica: pacientes intubados por via naso ou orotraqueal
● dispositivo: tubo flexível dotado de balonete ou cuff (deve ter o diâmetro compatível com a traqueia)
● cuff funciona como sistema de vedação da traquéia impedindo broncoaspiração porque a secreção da
boca não vai para a traqueia (pressão do cuff menor que a pressão da traquéia)
● se o cuff não estiver insuflado totalmente e não tivermos um cufômetro, realizar a ausculta
● pressão de perfusão da traqueia varia de 25-35 cmH2O ou 14 a 22 mmHg
● a ponta fica na carina
● quando o paciente está em desmame, passamos para a metálica
● cuff: deve ser insuflado até não ocorrer vazamento de ar durante as inspirações, formando um
sistema fechado /não sai nenhum barulho quando o cuff estão totalmente insuflado
(máscara laríngea - entrada da glote na região hipofaringe e sua ponta fica no esôfago (risco de aspiração)
máscara boca-nariz para que o ar que entra por pressão positiva vá para a via aérea inferior. Máscaras que
ficam só no nariz, se o paciente abrir a boca, o ar não desce e prejudica o ciclo respiratório
placas de hidrocolóide ao redor da máscara para prevenir lesão por pressão
ventilação não invasiva = paciente deglute o ar então quando foram realizados procedimentos no abdome é
contraindicado / preferível invasiva porque o ar entra diretamente para as aéreas (tubo orotraqueal)
não invasiva = paciente consciente e colaborativo
invasiva = paciente sedado
CASO
Mario, 60 anos internado na UTI por insuficiência respiratória aguda. Acordado e responsivo. Abdome
distendido, RHA -, em VNI há 6 horas, FiO2 - 40%. Recebe dieta parenteral por cateter duplo lúmen. Rx com
atelectasias, SpO2 = 89%, PAM = 50 mmHg. Evolui com agitação psicomotora. Gasometria arterial: ph = 7,25; pO2
78; pCO2 28; sat 89%; BE -2; BIC 22; K 3,2. Como interpretar a situação? Qual seria a melhor estratégia
Ele está com a troca gasosa prejudicada em decorrência do alvéolo colabado - alvéolo precisa abrir
Hemodinamicamente instável
Para melhorar a pressão: droga (volume seria uma opção se o abdômen não estivesse distendido)
acidose respiratória
hiperventilando (pCO2): descobrir a causa
A VM: realizada através da utilização de aparelhos que intermitentemente insuflam as vias respiratórias com
volumes de ar (volume corrente)
Volume corrente reduz: o ar não está entrando como deveria (avaliar possível acotovelamento, chamar
profissional)
Indicação
● insuficiencia respiratoria
● apneia
● parada respiratória
● ventilação inadequada
● insuficiencia cardiaca
● disfunção neurológica
Traqueostomia
● plástico ou metal
Cânula de guedel
● serve para proteger a via aérea
Parâmetros do ventilador:
● modo ventilatório
● Fração inspirada de O2 (FiO2): concentração inspirada de oxigênio fornecida pelo ventilador. Deixa até
50% (30-40%) programado. > 50% gera hiperóxia
● frequência respiratória inicial: costuma ser de 12 devendo ser ajustada de acordo com os dados
gasométricos
● volume corrente: 6-8ml do peso predito
Homens: 50 + 0,91 (altura - 152,4)
mulheres: 45,5 + 0,91 (altura - 152,4)
depois do cálculo, multiplicar por 6 para obter o volume corrente
● volume minuto
● PEEP: fisiológica: 5 cmH2O. Em pacientes com SDRA são necessários valores maiores para assegurar a
troca
● Fluxo inspiratório: é a velocidade com que a mistura gasosa é administrada pelo ventilador durante a
inspiração
● Sensibilidade: inicialmente costuma ser de 2cmH2O - é o nível de esforço necessário do paciente para
deflagrar uma nova inspiração assistida pelo ventilador
Ciclo ventilatório
● fase inspiratória: corresponde a fase do ciclo em que o ventilador realiza a insuflação pulmonar,
conforme as propriedades elásticas e revisitadas do sistema respiratório
● ciclagem: transição entre a fase inspiratória e a fase expiratória
● fase expiratória: momento seguinte ao fechamento da válvula inspiratória e abertura da válvula
expiratória
● disparo: mudança da fase expiratória para a fase inspiratória / início da inspiração
1. Controlada:
● nenhuma participação do paciente
● nesta modalidade é recomendável que o paciente esteja sedado e/ou curarizado
● se curar, obrigatório sedar primeiro
CASO
João, 67 anos, portador de DPOC com lesão traumática acima de C3. Mantém-se em VMI, PEEP 8, sedado com
fentanil 5 e midazolam 7. Recebe nora 1. Apresenta FC40, PAM 55. Diurese nas últimas 24h de 100ml.
Interpretação da situação e descrever o modo ventilatório
1.atropina / 2. marca passo (para resolver bradicardia - prof perguntou - sempre tentar a droga primeiro)
Sociedade Americana de Cardiologia - Diretrizes que seguimos para o manejo do paciente (última 2020);
Durante a pandemia da COVID-19 fizeram atualizações também;
Se atentar a atualização dos tratamentos;
PARADA CARDIOPULMONAR: ausência de atividade mecânica cardíaca, confirmada pela ausência de pulso
central detectável, paciente não reativo e apnéia ou respiração agônica (gasping)
PULSO CENTRAL
Localização: carótida e femoral (adulto)
Mais fácil: carotídeo (não massagear a região porque se existir placas na região elas podem se soltar)
Aferir por 10 segundos: resposta, pulso central e avaliação de respiração/ventilação
O tórax precisa ser exposto: 1. resposta; 2. respiração; 3. pulso
Se ficar na dúvida da presença de pulso: pensar que ele não tem - chamar ajuda (samu/equipe de
enfermagem) - iniciar manobra
ECG
Ritmos chocáveis
- atividade elétrica desorganizada
- interromper focos ectópicos para que o nó sinusal recupere o controle da atividade elétrica
- choque rápido com carga controlada (J)
- ventilação
- compressão do tórax
a. Fibrilação ventricular
b. Taquicardia ventricular sem pulso: 3 ou mais complexos ventriculares prematuros, foco ectópico
ventricular, sucessivos FC maior que 120 bpm, sem pulso. Complexo QRS alargado e regular. Dois tipos:
monomórfica ou polimórfica.
Causas da FV/TVSP
- síndrome coronariana aguda
- desequilíbrio eletrolítico
- eletrocussão
- hipertrofia
- aumento da atividade do sistema nervoso simpático
- estímulo vagal
- efeito pró-arrítmico de antiarrítmicos e outros fármacos
- insuficiência cardíaca grave
a. Atividade elétrica sem pulso: atividade elétrica organizada mas ausência de pulso central (exceto TV) -
não tem foco ectópico
- complexo QRS estreito: problema mecânico (tamponamento cardíaco, pneumotórax, embolia
pulmonar)
- QRS alargado: problema metabólico (hipercalemia grave com ou sem acidose metabólica,
toxicidade por bloqueador dos canais de sódio)
- ultrassonografia à beira leito
- tratar as causas para reverter a AESP
- insuficiência cardíaca grave e cardiomegalia: não tem resposta
Causas reversíveis - 5H
Hipovolemia
Hipóxia: ventilação e oxigenação
Hipotermia/hipertermia: termômetro esofágico/swan ganz
Hidrogênio, íon (acidose): bicarbonato de sódio 8,4% / 1mEq/Kg = 1ml/Kg
Hipocalemia: Cloreto de potássio: 10 a 20 mEq /KCL 19,1%: 1 ml = 2,5 mEq
Hipercalemia:
- Gluconato de cálcio a 10%: 10-20 ml em bolus - cada 2-5 minutos
- glicose (50g) + insulina (10U)
- bicarbonato de sódio 8,4% (1mEq)
5T
tamponamento cardíaco
tensão do tórax (pneumotórax hipertensivo)
toxinas/comprimidos (overdose)
trombose miocárdica (síndrome coronariana aguda)
trombose pulmonar (embolia pulmonar maciça): trombólise - heparina
RCP = conjunto de procedimentos destinados a manter a circulação de sangue oxigenado para o cérebro e
outros órgãos. suporte básico de vida, suporte avançado de vida e cuidados pós-RCP
DESFIBRILAÇÃO: 120-200 J = seguir o que o fabricante recomenda, se não tiver recomendação vai direto em 200 J
Cadeia de sobrevivência: Duas cadeias, uma para atendimento intra hospitalar e pré-hospitalar
Via aérea avançada: comprimir 100 a 120/min e ventilar 10 vezes/min - ventilação 1 a cada 6 segundos
Se o paciente estiver com monitor também checamos também o ritmo cardíaco e pulso
TV: verificar a existência de pulso
Cuidados:
- impedância transtorácica: resistência natural da parede torácica ao fluxo da corrente elétrica
- fatores que interferem: gordura, osso, pelos, aderência das pás e eletrodos, gel condutor, posição e
pressão das pás e eletrodos, energia selecionada, afastar fonte de oxigênio pelo menos 1 metro,
equipe afastar do paciente e maca, paciente com marcapasso colocar pás ou eletrodos a 10 cm
Respiração normal?
Sim: Avaliar nível de consciência, abrir vias aéreas, mesmo assim considerar o uso de naloxona e avaliação
contínua de respiração e consciência
Não: Avaliar pulso - manobras de reanimação - administrar naloxona
Respiração irregular + sem pulso: posicionar via aérea e naloxona
Equipe
Precisa estar treinada
Comunicação efetiva - circuito fechado: sempre falar em voz alta o que foi feito porque todos os profissionais
precisam ter noção clara do que foi feito
necessário líder: quem tiver mais conhecimento e estiver mais tranquilo. O líder está olhando mas não faz o
atendimento
Via aérea - compressões torácicas - monitorização com ECG e desfibrilação - acesso vascular e administração
de fármacos
Enfermeiro: fica na administração de medicamentos
Técnico: compressão
Médico: desfibrilador
Fisioterapeuta: via aérea/ventilação mecânica
Carrinho de emergência
Monitor/desfibrilador/tábua
gaveta 1: medicamentos
gaveta 2: material para acesso venoso
gaveta 3: material para via aérea
compartimento inferior: diversos
CONTINUAÇÃO DA AULA DO DIA 18 DE OUTUBRO
SUPORTE AVANÇADO
carrinho de emergência é de responsabilidade do enfermeiro: carrinho precisa ficar lacrado
todo plantão conferir DEA, laringoscópio, oxigênio, etc
1x ao mês conferir: materiais, funcionamento e qualidade de materiais que ficam dentro do carrinho
Até 5 minutos seria o tempo ideal para o paciente voltar de uma parada - menores riscos de lesão
C - compressões torácicas, acesso venoso ou intra-ósseo, determinar ritmo, drogas, avaliação da pressão
arterial, fluídos
FV/TVSP
- RCP 2 minutos
- acesso IV/IO
- ritmo chocável
- RCP 2 minutos
- epinefrina 1mg (intervalo entre adrenalinas 3-5 minutos)
- considerar via aérea avançada e capnografia (menor que 10 mmHg)
- ritmo chocável
- RCP 2 minutos
- amiodarona (1. 300 mg; 2. 150 mg) ou lidocaína (1. 1-1,5 mg/kg ; 2. 0,5-0,75 mg/Kg)
- trate causas reversíveis
- ritmo chocável
não existe diferença de eficácia entre amiodarona e lidocaína mas a lidocaína é mais difícil porque precisamos
do peso
todos os medicamentos são administrados em bolus
intervalo entre a primeira e segunda dose é 2 minutos: tempo de avaliação do estado geral do paciente
se o paciente não voltar depois da segunda dose de amiodarona, administrar novamente epinefrina
ASSISTOLIA/AESP
- epinefrina imediatamente
- RCP 2 minutos
- acesso IV/IO
- epinefrina a cada 3-5 minutos
- considerar via aérea avançada, capnografia
amiodarona
antiarrítmico: deprime a automaticidade dos nós SA e AV; lentifica a condução através do nó SA; inibe
receptores alfa e beta; vasodilatador coronária e periférico
dose: só fazer em bolus quando o paciente está parado
Lidocaína
reduz a condução no tecido cardíaco isquêmico
avaliação neurológica
- escala glasgow: sem sedação por 24 h
- escala de haas
Controle de temperatura também é importante porque a febre aumenta a atividade metabólica e isso prejudica
a reação de reperfusão neurológica - exacerbar reação inflamatória
Precisamos entender o que provocou a parada cardiopulmonar e tratar para não correr o risco dele parar de
novo. Se for alguma das causas reversíveis avaliar se é necessário medidas complementares para tratamento
mais efetivo