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NORMAS E ROTINAS NO

AMBIENTE HOSPITALAR

UNIDADE II
TIPOS DE UNIDADES DE TERAPIA
INTENSIVA
Elaboração
Carla Lanza Belmonte

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE II
TIPOS DE UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA..............................................................................5

CAPÍTULO 1
ADULTO............................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
CORONÁRIA...................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 3
NEUROLÓGICA.................................................................................................................. 14
CAPÍTULO 4
PEDIÁTRICA E NEONATAL................................................................................................... 18
CAPÍTULO 5
UNIDADE ONCOLÓGICA.................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................37
TIPOS DE UNIDADES DE
TERAPIA INTENSIVA
UNIDADE II

Capítulo 1
ADULTO

O serviço de terapia intensiva (UTI) são áreas hospitalares destinadas a pacientes em


estado crítico, que necessitam de cuidados altamente complexos.

Durante muito tempo, havia grande dificuldade na estruturação das unidades de


internação quanto à diversidade da necessidade de atenção e assistência em um
mesmo espaço, visto que os hospitais possuíam áreas com vários leitos ocupados
por pacientes com níveis divergentes de atenção. Em tais áreas, ocasionalmente,
eram colocados equipamentos, como respiradores, monitores, aparelho portátil
de RX, que reduziam acentuadamente o espaço físico. Em outros centros, algumas
modificações foram introduzidas com o objetivo de melhorar as áreas destinadas aos
pacientes carentes de observações: uma diminuição no número de leitos e a criação
de espaço físico para abrigar equipamento mínimo e permitir uma circulação mais
livre da equipe de trabalho.

O meio encontrado para o atendimento ao paciente crítico foi a criação de um serviço


no hospital que fosse ao encontro dessas necessidades. Esse serviço proporcionou
recursos para o Cuidado Intensivo: aliou conhecimento da doença e precisão de
equipamentos ao desenvolvimento de métodos assistenciais e uma vigilância contínua.

A UTI visa à organização e a facilidades de serviços e equipamentos para atender


às necessidades médicas e de enfermagem do paciente, bem como o cuidado a
pacientes que são recuperáveis, mas que necessitam de uma supervisão contínua e
são passíveis de serem submetidos a técnicas especializadas, desenvolvidas por pessoal
especializado.

O sucesso no atendimento ao paciente crítico está relacionado com a rápida avaliação


das mudanças que se operam nas suas condições clínicas e com o envolvimento
da equipe com as práticas terapêuticas. Uma atuação sistematizada é sempre mais

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UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

eficiente e reduz ao mínimo as frustrações experimentadas nas ações improvisadas. Os


cuidados intensivos podem ser divididos em três grupos de pacientes:

» aqueles que especificamente necessitam de cuidados de enfermagem rigorosos;

» aqueles que requerem contínua e frequente observação ou investigação;

» aqueles que dependem de tratamento complexo e de equipamentos de apoio


(respiradores, monitores etc.).

As Unidades de Tratamento Intensivo podem atender grupos etários específicos:

» neonatal – atendimento de pacientes de 0 a 28 dias;

» pediátrico – atendimento de pacientes de 28 dias a 12 anos ou de acordo com a


classificação baseada nas rotinas hospitalares internas;

» adulto – atendimento de pacientes maiores de 14 ou 18 anos, ou de acordo com


a classificação baseada nas rotinas hospitalares internas;

» especializada – atendimento de pacientes divididos por determinada


especialidade ou pertencentes a grupo específico de doenças.

Todo hospital que atenda gestante de alto risco deve dispor de leitos de tratamento
intensivo adulto e neonatal.

Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto são unidades hospitalares que atendem
pacientes maiores de 12 ou 18 anos, de acordo com as rotinas hospitalares internas,
destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que dispõem de
assistência médica e de enfermagem ininterruptas ou pacientes que, por qualquer
descompensação clínica ou por terem realizado cirurgias complexas e de longa
duração, necessitarão de observação cuidadosa 24 horas por dia, com equipamentos
específicos próprios, recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras
tecnologias destinadas ao diagnóstico e à terapêutica.

A equipe é composta por inúmeros profissionais; uma equipe multiprofissional e/ou


interdisciplinar constituída por diversas profissões: médicos, enfermeiros, farmacêuticos,
fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Para superação da
patologia, é fundamental para o paciente, bem como para a família, compreender a
UTI como etapa necessária para reabilitação. Entretanto, também é de suma relevância
aliviar e proporcionar conforto independentemente do prognóstico. Outro aspecto
importante é a interação família-paciente com a equipe, apoiando e participando das
decisões médicas.

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Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

A hospitalização na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) requer cuidados redobrados por


ser uma área onde se encontram pacientes críticos. Infelizmente a realidade nos mostra
um ambiente hostil, frio, cheio de procedimentos e sem a devida atenção, pois a equipe
multiprofissional que trabalha nesse setor age mecanicamente, esquecendo muitas
vezes que ali estão seres humanos, pacientes com necessidade de serem tocados,
de conversar, de atenção, porque estão totalmente isolados da família, da casa, do
trabalho.

É importante abordar a necessidade da humanização em UTI, pois esta não envolve


somente o cuidado ao paciente, mas estende-se a todos que estão envolvidos no
processo saúde-doença, englobando assim a família, equipe multiprofissional e o
ambiente.

De acordo com a Política Nacional de Humanização de atenção e gestão em saúde


(PNH) e com o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar
(PNHAH), deve-se humanizar a assistência hospitalar pública prestada aos pacientes,
assim como aprimorar as relações existentes entre usuários e profissionais, entre os
profissionais e entre o hospital e a comunidade, com vistas a melhorar a qualidade e
a eficácia dos serviços prestados (BRASIL, 2013).

A PNH não define e delimita um conceito único, mas define humanização como:

[...] valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de


produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; fomento
da autonomia e do protagonismo desses sujeitos; aumento do
grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;
estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no
processo de gestão; identificação das necessidades de saúde; mudança
nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho tendo
como foco as necessidades dos cidadãos e a produção de saúde;
compromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e
de atendimento (BRASIL, 2013).

Portanto, a humanização não é um ato isolado, pois envolve vários membros da equipe
e a interação com os familiares, esclarecendo várias formas aditivas de tratamento.

Os profissionais da saúde devem ser os principais responsáveis pela humanização


e pela qualidade da assistência, considerando cada indivíduo único, respeitando as
necessidades e valores próprios.

No processo de humanização, a comunicação efetiva entre pacientes, familiares e


equipe, é de suma importância para identificar as dificuldades e promover o melhor
plano para a solução dos impasses em cada situação.

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A comunicação terapêutica profissional da saúde x paciente é muito importante para


a qualidade da assistência e deve ser exercida no cotidiano da Unidade de Terapia
Intensiva, facilitando assim a assistência prestada ao cliente. O conhecimento e
treinamento da equipe de saúde preocupada com as formas de comunicação e
principalmente saber como usá-las, explorando a verbal e a não verbal, é importante
para transmitir ao paciente um sentimento de confiança e satisfação.

1.1. Equipe multidisciplinar na UTI


O significado de multidisciplinar define o envolvimento de várias disciplinas com
um mesmo objetivo final. A palavra disciplina, no sentido pedagógico, é definida
como parte integrante de um currículo escolar focada em determinado nicho do
conhecimento que se utiliza para fins de estudo. Já palavrão termo “multi” tem origem
latina (multus), e seu significado define aquilo que abrange muitos fatores (múltiplo).
Sendo assim, multidisciplinar é um sistema de ensino que engloba experiências em
várias disciplinas em busca de metas a atingir em um programa específico.

Uma equipe é um grupo de pessoas que geralmente se une para alcançar um


objetivo em comum. O trabalho em equipe é baseado na relação recíproca entre as
intervenções técnicas e a interação dos agentes. As habilidades complementares dos
membros possibilitam alcançar resultados, os objetivos compartilhados determinam
seu propósito e direção.

Uma Equipe Multidisciplinar é composta por profissionais com formações acadêmicas


diferentes e que trabalham em prol de um único objetivo. Há necessidade de uma
inter-relação entre os diferentes profissionais para garantir uma atitude humanizada
com um olhar único, visualizando o paciente como um todo.

Ter uma equipe multidisciplinar com atuação individual contrapõe o próprio conceito.
Portanto, é de suma importância que a atuação seja interdisciplinar, na qual cada
profissional, apropriando-se de sua área específica, troque informações entre os pares,
de forma que o tratamento seja global, integrativo e interativo.

1.2. O paciente diante das agressões do ambiente físico


A concentração de pacientes graves sujeitos a mudanças abruptas quanto ao seu
estado geral, a constante expectativa de situações de emergência e a quebra súbita
das atividades normais pelas urgências médicas criam uma atmosfera emocionalmente
comprometida, em que o estresse está presente, tanto nos elementos que atuam, como
nos pacientes. Por definição, uma ameaça provoca ansiedade, qualquer que seja sua
origem.

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Assim, a própria doença em si, dependendo da maneira como se instalou, da mudança


que pode acarretar na vida do indivíduo, da extensão do comprometimento físico,
constitui fonte significativa de tensão emocional.

Surgem para o paciente:

» percepção quanto à autoimagem;

» perda da integridade orgânica;

» limitação das atividades;

» dependência;

» medo da morte.

O termo “terapia intensiva” já provoca, por si só, certa sobrecarga emocional,


pois, normalmente, associa-se a ele uma piora das condições gerais do paciente,
colocando-o em proximidade com a morte. São causas de ansiedade, preocupação e
desconforto:

» confinamento;

» distância de casa;

» ausência de familiares;

» desconhecimento do ambiente;

» presença de pessoas estranhas;

» equipamento complexo.

Muitas vezes, a ausência de janelas e a presença de iluminação artificial fazem com que
o paciente perca a noção do tempo, além de interferirem na satisfação da necessidade
básica de sono. Outro fator de agressão ao paciente é a conversa ao seu redor, o uso
de linguagem desconhecida, a presença de outros pacientes graves, os ruídos dos
respiradores e monitores cardíacos.

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Capítulo 2
CORONÁRIA

No início do século XX, as doenças cardiovasculares (DCV) eram responsáveis por


10% de todas as mortes no mundo. Em 2020, serão responsáveis por 25 milhões das
mortes anualmente e ultrapassarão as doenças infecciosas como a principal causa
mundial de morte e incapacidade. É resultado da mudança no estado de saúde dos
indivíduos, em todo o mundo, no decorrer do século XX. Mesmo podendo observar
um declínio dos índices de DCV, ajustados para a idade, como resultado do melhor
acesso à tecnologia da saúde e adoção de estilos de vida mais saudáveis, as DCV
continuarão aumentando à medida que a população envelhece.

A unidade coronariana é uma UTI especializada que tem por finalidade dar
atendimento aos pacientes com problemas cardíacos clínicos, como: infarto, angina,
arritmias, insuficiência cardíaca, infecções do aparelho cardiovascular (endocardites,
miocardites) e também acompanhar os pacientes em pós-angioplastias, valvuloplastias
percutâneas, cardioversões elétricas e pós-implantes de marca-passo.

Devem contar com os serviços de apoio tais como:

» ecocardiografia;

» radiologia (TC e RNM);

» endoscopia digestiva;

» nefrologia;

» neurologia;

» cirurgia geral;

» cirurgia vascular;

» hemodinâmica;

» cirurgia cardíaca

2.1. Cardiopatia
O conceito de cardiopatia envolve tanto doenças cardíacas agudas quanto doenças
crônicas. Conforme II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave, são consideradas
cardiopatias graves:

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- cardiopatias agudas, habitualmente rápidas em sua evolução, que


se tornam crônicas, caracterizadas por perda da capacidade física e
funcional do coração;

- cardiopatias crônicas, quando limitam, progressivamente, a


capacidade física e funcional do coração (ultrapassando os limites
de eficiência dos mecanismos de compensação), não obstante o
tratamento clínico e/ou cirúrgico adequado;

- cardiopatias crônicas ou agudas que apresentam dependência total


de suporte inotrópico farmacológico (como dobutamina, dopamina) ou
mecânico (tipo Biopump, balão intra-aórtico);

- cardiopatia terminal: forma de cardiopatia grave em que a expectativa


de vida se encontra extremamente reduzida, geralmente não responsiva
à terapia farmacológica máxima ou ao suporte hemodinâmico externo.
Esses pacientes não são candidatos à terapia cirúrgica, para correção
do distúrbio de base (valvopatia, cardiopatia isquêmica, cardiopatia
congênita...) ou transplante cardíaco, devido à severidade do quadro
clínico ou comorbidades associadas (hipertensão arterial pulmonar,
disfunção renal severa, neoplasia avançada) (DUTRA, 2006).

A presença de algumas síndromes define a limitação da capacidade física e funcional.


Entre as síndromes consideradas como fatores predisponentes a alterações de
capacidade funcional, destacam-se: a insuficiência coronariana, a insuficiência cardíaca,
a hipoxemia e manifestações de baixo débito cerebral, secundárias a uma cardiopatia,
e as arritmias complexas.

A avaliação da capacidade funcional cardíaca distribui os pacientes em classes ou graus,


conforme descrito na II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave:

- GRAU I: pacientes portadores de doença cardíaca sem limitação da


atividade física. A atividade física normal não provoca sintomas de
fadiga acentuada, nem palpitações, nem dispneias, nem angina de
peito, nem sinais e sintomas de baixo fluxo cerebral.

- GRAU II: pacientes portadores de doenças cardíacas com leve


limitação da atividade física. Estes pacientes sentem-se bem em
repouso, porém os grandes esforços provocam fadiga, dispneia,
palpitações ou angina de peito.

- GRAU III: pacientes portadores de doença cardíaca com nítida


limitação da atividade física. Estes pacientes sentem-se bem em
repouso, embora acusem fadiga, dispneia, palpitações ou angina de
peito, quando efetuam pequenos esforços.

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- GRAU IV: pacientes portadores de doença cardíaca que os


impossibilita de qualquer atividade física. Estes pacientes, mesmo em
repouso, apresentam dispneia, palpitações, fadiga ou angina de peito.
(DUTRA, 2006).

Para diagnóstico da capacidade funcional cardíaca, vários métodos podem ser


empregados na avaliação cardiológica. Conforme recomentado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia na II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave, destacam-se os
seguintes métodos avaliativos:

» história clínica pregressa, englobando os aspectos de evolução da cardiopatia;

» exame físico e clínico;

» eletrocardiograma em repouso;

» eletrocardiografia dinâmica (Holter);

» teste ergométrico;

» teste de caminhada de 6 minutos;

» ergoespirometria;

» questionário de qualidade de vida;

» ecocardiograma em repouso;

» ecocardiograma associado a esforço ou procedimentos farmacológicos;

» estudo radiológico do tórax, objetivando o coração, vasos e campos pulmonares,


usando um mínimo de duas incidências;

» cintilografia miocárdica associada ao teste ergométrico;

» cinecoronarioventriculografia;

» angiotomografia computadorizada;

» tomografia coronariana computadorizada;

» angiorressonância magnética; e

» ressonância magnética cardíaca.

O quadro clínico, bem como os recursos complementares, com os sinais e sintomas


que permitem estabelecer o diagnóstico de cardiopatia grave, estão relacionados às
seguintes cardiopatias: cardiopatia isquêmica, cardiopatia hipertensiva, miocardiopatias,
valvopatias, cardiopatias congênitas, arritmias, pericardiopatias, aortopatias (DUTRA,
2006).

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As doenças cardiovasculares têm um papel preponderante nos indicadores de


morbimortalidade no Brasil, sendo a primeira causa de mortalidade proporcional
no país desde a década de 1960. Em 1998, 25% dos óbitos masculinos e 31,3% dos
femininos foram por doenças cardiovasculares. A doença isquêmica, incluindo o
infarto agudo do miocárdio, é o componente principal dessa mortalidade nas cidades
da Região Sul e Sudeste. O infarto agudo do miocárdio é um evento agudo que
sempre requer internação hospitalar, tendo um diagnóstico clínico relativamente
simples e bem estabelecido, geralmente baseado na história clínica, na evolução, na
eletrocardiografia e na curva enzimática.

O seu manuseio conta com inúmeras opções terapêuticas, com eficácia demonstrada
por evidências científicas que tem sido amplamente divulgada por meio de diretrizes
por várias sociedades internacionais e também pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia.

2.2. Objetivo UCO


» Oferecer atendimento cardiológico especializado e individualizado, e que o
paciente possa se sentir respeitado e seguro da admissão à alta hospitalar.

» Oferecer atendimento especializado para pacientes submetidos a procedimentos


como cateterismo cardíaco (cineangiocoronariografia), cirurgias cardíacas,
implantes de marca-passo, angioplastia, entre outros.

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Capítulo 3
NEUROLÓGICA

A terapia neurointensiva vem crescendo como especialidade nos últimos 30 anos


para atender pacientes com patologias neurológicas ou neurocirúrgicas graves. Tais
pacientes necessitam de cuidados intensivos neurocirúrgicos em casos de pacientes no
pós-operatório de craniotomias e de cirurgias da coluna vertebral e/ou UTI.

Uma equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, fisioterapeuta,


terapeuta ocupacional, farmacêutico, fonoaudiólogo, psicólogo e nutricionista,
sendo treinada e especializada no cuidado ao paciente neurocrítico, é importante
para reconhecer e lidar com pacientes muitas vezes em situações de risco para lesão
neurológica irreversível ou morte encefálica. A presença e a atuação dessa equipe de
forma integrada proporcionam melhora funcional do paciente, diminuição do tempo
de permanência na unidade de terapia intensiva neurológica, redução da mortalidade
e da utilização de recursos hospitalares (DICCINI,2012).

Há uma necessidade de que as equipes multiprofissionais tenham conhecimento


técnico e científico, garantindo qualidade no cuidado ao paciente neurocrítico, visto
que esses pacientes são complexos e necessitam de espaço físico específico, recursos
humanos especializados, instrumentais tecnológicos avançados que permitem o uso
de diversas formas de monitorização neurológica.

Nos últimos anos, tanto as instituições de ensino como as sociedades de especialistas


têm se mobilizado na formação ou no treinamento de profissionais por meio de cursos
de atualização, de pós-graduação ou de congressos em neurointensivismo. Entretanto,
há carência desses profissionais no cuidado ao paciente neurocrítico, sendo este um
dos grandes desafios das unidades de cuidados neurointensivos (DICCINI, 2012).

Essas unidades permitem o melhor controle de pacientes com alterações neurológicas.

O objetivo da monitorização neurológica é a prevenção ou o diagnóstico precoce


dos eventos que podem desencadear lesões cerebrais secundárias ou agravar as
lesões existentes. O paciente neurológico exige percepção aguda e acompanhamento
vigilante por toda a equipe de saúde. A atuação da enfermagem em uma UTI deve
estar voltada para a detecção precoce de alterações hemodinâmicas e neurológicas,
além da instalação de medidas preventivas que objetivam o controle do edema
cerebral e da hipertensão intracraniana e necessária utilização de medidas que
reduzam o risco de ocorrência de sequelas comumente observadas nesses pacientes
(ALCÂNTARA, 2010).

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A UTI Neurológica é direcionada principalmente a problemas neurocríticos, tais como:

» AVC – Hemorrágico/AVC – Isquêmico;

» estado confusional;

» coma;

» traumatismo cranioencefálico;

» doenças infecciosas do SNC;

» hemorragia subaracnoide;

» trauma raquimedular.

Deve contar com equipamentos de monitorização da pressão intracraniana e com


uma equipe médica preparada para atendimentos neurológicos.

O paciente neurocrítico internado apresenta frequentemente nível de consciência


e exame neurológico alterados, e a melhora ou piora da doença de base determina
alterações na condição neurológica. Portanto, a avaliação minuciosa e repetida
fornece dados importantes na conduta terapêutica, ressaltando-se que o objetivo
principal deve ser a prevenção da ocorrência de lesões secundárias ao sistema
nervoso cerebral.

Durante esse contexto, os pacientes/clientes acometidos gravemente necessitam,


constantemente, de transferências para centros de maior complexidade ou mesmo
de transporte intra-hospitalar para a realização de exames diagnósticos e cirurgias.
Alguns desses métodos diagnósticos são realizados à beira-leito, porém nem todos
podem ser levados ao paciente. É nesse momento que se faz necessário optar pelo
transporte do paciente, adaptando-se equipamentos de suporte e monitorização.
O transporte intra-hospitalar é um período de instabilidade e grandes riscos ao
paciente, sobretudo em relação à ventilação e à hemodinâmica.

A decisão de transportar um paciente grave deve ser baseada na avaliação e na


ponderação dos benefícios e riscos potencialmente avaliados. Devido a tudo
isso, torna-se imprescindível um bom planejamento, equipe bem treinada e
multiprofissional, além de equipamentos confiáveis para submeter o paciente ao
transporte intra-hospitalar e a consequentes riscos de instabilidade inerentes à
doença de base.

Além disso, vale ressaltar o importante papel do fisioterapeuta intensivista na equipe


multidisciplinar durante o transporte intra-hospitalar. No transporte intra-hospitalar,

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o fisioterapeuta atua principalmente junto à equipe multidisciplinar na assistência


ventilatória, monitorização hemodinâmica, respiratória e neurológica, assegurando
um transporte mais efetivo. Logo, esses profissionais devem estar preparados para
reconhecer situações de riscos e instabilidades que podem resultar em uma parada
cardiorrespiratória, e ter conhecimento para atuar em momentos decisivos para a
manutenção da integridade do paciente.

3.1. Monitorização de paciente neurocrítico


Nas unidades de terapia intensiva neurológica, monitorar o paciente neurológico grave
é necessário para redução do risco de evolução dos casos que desencadeiem morte
cerebral. Isso pode ser feito por meio do exame físico e da utilização de equipamentos
que permitem a monitorização invasiva, indicando casos de hipertensão intracraniana
ou até mesmo de redução da perfusão cerebral. O valor referencial de normalidade
da pressão intracraniana é de 4 mmHg. Entretanto, existem condições que podem
desencadear injúria cerebral, tais como: o trauma ou a isquemia. Alguns autores
consideram o limite superior máximo de pressão no valor de 20 mmHg. Valores
superiores a essa referência podem desencadear complicações como a protrusão de
tecido cerebral por meio das tendas cerebrais, denominada de edemas com herniação.
A herniação comprime tecidos e vasos adjacentes, podendo interromper a circulação
local, levando à necrose (LIONTAKIS, 2005).

O tronco encefálico é a parte caudal do encéfalo e é formado por mesencéfalo, ponte


e bulbo. Essa área é responsável por controlar a pressão (centro bulbar vasomotor),
a temperatura e a frequência respiratória (centro bulbar respiratório) e cardíaca. Está
ligado ao sistema reticular ativador ascendente (SRAA), responsável pela vigília, que
define a ativação do despertar – lesões nesse local levam ao coma – e da capacidade
de interação com o meio ambiente. Portanto, é de extrema importância determinar o
grau de sofrimento do tronco para avaliação do paciente em coma.

Para monitorização e identificação de compressão do tronco ou dos nervos cranianos


adjacentes, alguns sinais clínicos são avaliados:

» tamanho e simetria das pupilas;

» reação das pupilas à luz, que possibilitam a avaliação do terceiro par (nervo
oculomotor) e quarto par de nervos cranianos (nervo troclear);

» pupilas dilatadas e arreativas, que podem indicar a lesão bilateral do tronco;

» anisocoria, que pode suspeitar de lesão unilateral de tronco por herniação de


porção do lobo temporal;

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Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

» decorticação observada pela flexão de membros superiores e extensão de


membros inferiores;

» descerebração identificada na progressiva lesão de tronco, por meio da extensão


dos membros superiores e inferiores.

A introdução intracerebral de cateteres permeados com fluido ou de fibra óptica


ligados a transdutor permite a medida da pressão intracraniana contínua (PIC). O
tempo máximo de utilização desses cateteres deve ser de cinco dias. O cateter no
trauma de crânio está indicado se a tomografia computadorizada (TC) de crânio for
alterada (presença de hematoma, contusão, edema ou compressão de cisternas basais)
ou se a TC for normal e tivermos a presença de dois de três sinais propedêuticos (idade
acima de 40 anos, PA sistólica < 90 mmHg ou postura motora anômala). A PIC deve
ser mantida abaixo de 20 mmHg por meio de sedação com propofol ou dormonid
associados a fentanyl, hiperventilação leve (pCO2 em torno de 35 mmHg), uso de
manitol (0,25-1,0 gr/kg) em bolus. Medidas adicionais como hiperventilação entre 30-
50 mmHg ou sedação com barbitúricos solicitam o uso de monitorização metabólica
(LIONTAKIS, 2005).

A mensuração contínua da saturação de oxigênio por meio de cateter inserido na veia


jugular, mantido na altura do bulbo, permite avaliar situações de isquemia em grande
porção do hemisfério escolhido. Saturações abaixo de 55% indicam que o tecido
está ávido por oxigênio, indicando isquemia de causa global (hipóxia, hipotensão
ou anemia) ou cerebral (herniação). A limitação do método é que, às vezes, fatores
regionais podem ser ignorados (vasoespasmo, isquemia de pequeno segmento
cerebral, contusão focal) (LIONTAKIS, 2005).

A mensuração da tensão de oxigênio por meio de cateter intraparenquimatoso avalia


a saturação da hemoglobina tecidual (valor normal de 40 mmHg), sendo necessário
um monitor multimodal (Neurotrend produzido pela Camino). É um método sensível.
Podemos usar mais de um cateter em áreas íntegras e lesadas para comparação. É um
excelente método para isquemia regional (AVCi, vasoespasmo, contusões pequenas).
Pode ser usado no intraoperatório de cirurgia de aneurisma com clipagem temporária
(LIONTAKIS, 2005).

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Capítulo 4
PEDIÁTRICA E NEONATAL

O serviço de tratamento intensivo infantil é dividido de acordo com a faixa etária dos
pacientes, sendo: neonatal, destinado a pacientes com faixa etária de 0 a 28 dias de
vida, e pediátrico, de 29 dias a 12 anos. Esse serviço de tratamento tem por objetivo
prestar atendimento a esse grupo específico de pacientes (graves) que exigem
assistência médica e de enfermagem ininterrupta, atendendo a um parâmetro de
qualidade que assegure a cada um o direito à sobrevida, assim como a garantia, com
os recursos tecnológicos existentes, à manutenção da estabilidade de seus parâmetros.
É importante, tanto para o paciente como para a família, compreender a UTI como
etapa fundamental para superação da doença, porém tão importante quanto aliviar a
dor é proporcionar conforto independentemente do prognóstico. Outro aspecto que
não se pode deixar de ressaltar é a interação família-paciente com a equipe, apoiando
e participando das decisões médicas.

A Unidade Neonatal é um serviço de internação que possui instalações físicas,


equipamentos, técnicas adequadas e recursos humanos focados na assistência
especializada integral do recém-nascido grave ou potencialmente grave.

As vivências da vida da criança, considerando-se desde sua vida intrauterina até o


momento do nascimento, desencadeiam uma série de transformações que serão
decisivas no seu crescimento e desenvolvimento saudável. O ambiente uterino é ideal
para o crescimento e o desenvolvimento fetal, visto que permite ao recém-nascido
características que garantem segurança em seu desenvolvimento, como: temperatura
agradável e constante, aconchego, e os sons extrauterinos são filtrados e diminuídos.
Já no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), essa experiência e
realidade de vivência é bastante diferente daquela do ambiente uterino. Sendo assim, o
surgimento das CTIs trouxe um universo mais amplo à assistência aos recém-nascidos,
permitindo a sobrevivência de bebês que teriam poucas chances há alguns anos.

Apesar da importância da UTIN para os neonatos doentes, contraditoriamente, essa


unidade que deveria zelar pelo bem-estar da criança em todos os seus aspectos. É,
por excelência, um ambiente nervoso, impessoal e até temeroso para aqueles que não
estão adaptados às suas rotinas.

A UTI é um ambiente cuja infraestrutura possui grande influência no equilíbrio dos


pacientes. É um local estressante, com barulho constante e luzes fortes, o que causa
interrupção no sono dos pacientes, além de possuir uma climatização com mudanças
de temperatura. Os pacientes internados na UTI são avaliados frequentemente com
procedimentos que podem causar desconforto e dor.

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Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

A fim de dar conta da complexidade que é assistir o RN em uma UTIN, enfatizamos


a importância do envolvimento da equipe de enfermagem na assistência ao binômio
mãe-filho, ressaltando a necessidade de humanizar essa assistência, facilitando a
interação entre equipe profissional-RN-mãe.

Esse cuidado da equipe de enfermagem na assistência pode desencadear um melhor


desenvolvimento e recuperação do RN, além de contribuir para redução dos efeitos
deletérios induzidos pela hospitalização. Sendo assim, é de suma importância o
envolvimento dos pais no processo de hospitalização, aumentando a qualidade de
sobrevida do bebê.

As UTIs Neonatal e Pediátrica deverão cumprir os seguintes requisitos de humanização,


conforme descrito no Programa de Humanização (BRASIL, 2013):

I. controle de ruído;

II. controle de iluminação;

III. climatização;

IV. iluminação natural, para as novas unidades;

V. garantia de livre acesso à mãe e ao pai, e permanência da mãe ou do pai;

VI. garantia de visitas programadas dos familiares;

VII. garantia de informações da evolução dos pacientes aos familiares pela equipe
médica, no mínimo, uma vez ao dia.

O serviço hospitalar deverá contar com a seguinte estrutura mínima:

» centro cirúrgico;

» serviço radiológico convencional;

» serviço de ecodopplercardiografia;

» hemogasômetro 24 horas;

» banco de leite humano ou unidade de coleta.

De acordo com a Portaria n. 930, de 10 de maio de 2012, essa unidade deve dispor dos
seguintes materiais e equipamentos:

» equipamento para reanimação;

» monitor de beira de leito para monitorização contínua de frequência cardíaca;

» cardioscopia, oximetria de pulso e pressão não invasiva;

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UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

» frequência respiratória e temperatura;

» ventilador pulmonar mecânico, ventilador pulmonar específico para transporte,


com bateria;

» equipamento para infusão contínua e controlada de fluidos (“bomba de infusão”);

» eletrocardiógrafo portátil disponível na unidade;

» materiais e equipamento para monitorização de pressão arterial invasiva,


negatoscópio, fototerapia, capacete/capuz de acrílico e tenda para
oxigenioterapia, incubadora com parede dupla, incubadora para transporte
completa, berço aquecido e berço comum.

4.1. Terapias e atividades em grupo com mães e


ou/familiares de crianças internadas em UTI neonatal e
pediátrica
A experiência vivenciada por pais, mães e/ou familiares que permanecem nas unidades
hospitalares em acompanhamento de seus filhos em UTI gera, em muitas vezes,
angústia, medo, incerteza, impotência, que levam a um isolamento social, solidão,
necessitando assim de intervenções que envolvam não só a doença, mas todos os
aspectos biopsicossociais e espirituais da família. Ter atividades e reuniões em grupo
visa, por meio de interação entre os acompanhantes locados no conforto, as mães e os
profissionais, sendo estes terapeuta ocupacional, psicólogo e voluntariado, identificar
as atitudes das mães, maior envolvimento e segurança para participar do cuidado do
filho, adoção de práticas sobre aleitamento materno, interesse pelo contato pele a pele,
e maior interação entre familiares, melhor compreensão do estado de saúde da criança
e estabilidade emocional, diminuição do estresse e melhor enfrentamento à internação,
seja ela de curto ou longo prazo.

Todos esses sentimentos podem ser atenuados ou reforçados na segunda


oportunidade ou não de essa mãe participar, de alguma forma, dos cuidados de
seu filho. A privação da mãe em poder desenvolver alguma atividade de cuidado
ao seu filho durante a hospitalização gera confusão sobre o que se espera dela
nesse período. A qualidade dos cuidados que a criança recebe dos pais é de suma
importância para o seu desenvolvimento futuro (SCOCHI, 2004).

Todas essas ações visam à troca de experiências entre acompanhantes, profissionais de


saúde, e tem como objetivo a integralidade familiar, proporcionando maior qualidade
na recuperação do neonato/criança e humanização no cuidado.

20
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

4.2. A experiência da hospitalização para a família


A hospitalização de uma criança pode ser considerada uma fatalidade na vida de uma
família. É um acontecimento inesperado que pode mexer com a estrutura familiar
devido ao sofrimento causado pela própria doença, ao medo da perda, à incerteza
da melhora, à preocupação que afeta o equilíbrio familiar, mexendo também com os
sentimentos de cada integrante da família.

Quando a família recebe a notícia de que a criança precisa de cuidados e suporte


intensivos, a ansiedade e o temor tomam conta da família, pois muitas relacionam
UTI à morte. Nesse momento, o desequilíbrio emocional e a desestabilização são
evidenciados.

No cotidiano, observa-se, nas instituições hospitalares, principalmente nas UTIPs


(Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica) e na UTIN (Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal), a integração dos profissionais envolvidos na assistência com a participação
das famílias nos cuidados integrais à criança e ao neonato. Pode-se manter ou
intensificar o vínculo mãe-filho, o qual aparentemente parece ser quebrado no
momento da hospitalização.

Durante a internação em UTI, os pais vivenciam períodos de preocupação, tristeza,


insegurança, ansiedade e medo da morte. No entanto, pelo fato de poderem conviver
com o filho nessas unidades, sentem-se mais seguros.

O acompanhamento e a participação da família no processo de cuidado faz com


que exista compreensão nos procedimentos necessários que são realizados pelos
profissionais envolvidos na assistência.

4.3. Estresse paternal


A participação do pai nos cuidados dos filhos no decorrer do tempo tem sido
modificada. Segundo Mariana (2006), a influência do pai no desenvolvimento infantil e
no sistema familiar é de total importância à criança e/ou ao neonato. Essas mudanças
ocorreram em resposta a mudanças socioeconômicas, com a inserção das mulheres
no mercado de trabalho, levando a maior participação masculina em áreas de convívio
familiar (como tarefas domésticas, educação e saúde dos filhos).

A hospitalização de um filho leva a uma mudança de vida, principalmente no que diz


respeito ao cotidiano de uma família, e tais mudanças geram situações conflituosas,
levando muitas vezes ao estresse com familiares e com a própria equipe de saúde.
O termo estresse pode ser definido como a sobrecarga a uma pessoa que requer
ajustes ou adaptações diante de uma situação.

21
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

O estresse é considerado um processo complexo que envolve aspectos bioquímicos e


fisiológicos. Caracteriza-se por um conjunto de reações que o organismo sente quando
é exposto a situações/estímulos externos e internos. A identificação do estresse é a
fase que possibilita uma melhor abordagem e possível encaminhamento a serviço e
profissional especializado quando necessário.

As alterações de humor, ansiedade e o próprio estresse ficam evidentes nos


pais/familiares da criança ou neonato internado em unidades de terapia intensiva.
Percebe-se ainda que as mães apresentam estresse devido à preocupação com os
outros filhos que ficaram em casa muitas vezes em companhias de outros familiares,
e todo esse contexto, juntamente com quebra do vinculo direto e a impossibilidade
de amamentar, seja por pausa alimentar, jejum, contribuem para a diminuição na
produção de leite materno, que ocorre por meio da estimulação dos hormônios
prolactina (hormônio responsável pela produção de leite) e ocitocina (hormônio
responsável pela ejeção) por estímulos visuais (mãe/bebe), e por meio do próprio
estímulo de sucção.

O pai, por sua vez, acaba se afastando do trabalho para acompanhar a mãe junto
ao neonato e/ou criança durante o processo de internação, o que gera, às vezes,
o afastamento e/ou a saída do trabalho, pois, para muitas famílias, estar presente
diariamente no ambiente hospitalar torna-se inviável devido à incompatibilidade de
horário de visitas com o horário serviço, levando a uma preocupação em ralação à
diminuição da renda familiar, bem como do suprimento de necessidades financeiras
de uma família. A família precisa estar bem como um todo, tanto financeiramente
como biopsicossocial e espiritualmente, para que o processo de internação, de curto
ou longo prazo, seja melhor enfrentado.

Ter uma visão holística diante do pai, da mãe, dos familiares, por parte de toda a
equipe de saúde, faz-se necessário, pois a criança e/ou neonato internado em uma
UTIP e UTIN levará à mudança no cotidiano, bem como ao afastamento de outros
membros da família. Cabe a todos da equipe proporcionar ambiente adequado, tendo
em vista a estimulação no contato diário com a criança e o neonato.

A unidade de terapia intensiva neonatal é percebida como ambiente de estresse


pela característica de assistir os pacientes em estado relativamente grave, podendo
sofrer influências indiretas e/ou diretas do meio externo e interno. Essas alterações
do meio, durante a hospitalização na UTIN, podem afetar o equilíbrio homeostático,
bem como o desenvolvimento cognitivo da criança, afetando sua aprendizagem. Esse
ambiente pode tanto desencadear consequências no decorrer da vida da criança
que sobrevive ao estado geral da enfermidade momentânea, como pode gerar

22
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

alterações permanentes fruto de sua estadia na UTI. Considerando que esses pacientes
são extremamente críticos e estão em uma fase de sua vida de franca evolução e
desenvolvimento, é de suma importância que os profissionais de saúde que atuam
nesses ambientes devem estar devidamente capacitados para utilização de técnicas
adequadas, manusear os instrumentos corretamente para contornar as situações
adversas, evitando riscos presentes e futuros. Vários fatores podem comprometer a
vida da criança durante o período de internação em uma unidade de terapia intensiva,
entre os quais se destacam:

» longo período de internação;

» maior exposição do neonato a complicações intra-hospitalares com sequelas


permanentes;

» separação do paciente de sua mãe e família;

» substituição do aleitamento materno por fórmulas lácteas infantis;

» necessidade de equipamentos, tecnologias, técnicas e terapêuticas avançadas e


adequadas.

Ademais, é importante salientar que todas essas condições ainda dependem de


uma saúde econômico-financeira de cada instituição hospitalar, e de um processo
organizacional baseado na segurança do paciente na tentativa de prestar a melhor
assistência ao paciente, com atenção especial da equipe de saúde e com o uso racional
das terapêuticas, visto que tais alternativas de tratamento podem apresentar um
alto custo com os gastos hospitalares. Cada uma das dessas situações mencionadas
demonstram os conflitos que podem ser gerados durante a internação na UTIN,
ressaltando que todos são fatores de estresse tanto para o recém-nascido quanto
para família.

4.4. A importância do trabalho humanizado na unidade


de UTI Neonatal
A UTIN é um ambiente caracterizado por condições de frieza e formalidade. Sendo
assim, faz-se necessário entender a importância da humanização da assistência nesse
ambiente. O objetivo dessa humanização é propiciar a redução de fatores estressantes
e qualificar a assistência dos profissionais de saúde muito além dos recursos
tecnológicos, mas principalmente voltando o olhar ao ser humano integral como um
ser único, com suas peculiaridades e individualidades biopsicossociais.

23
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

Para a realização da humanização no cuidado em saúde, faz-se necessário unificar


ações embasadas no desenvolvimento tecnológico com as atitudes de acolhimento
e respeito ético e cultural ao paciente. Para alcance desse objetivo, é necessário que
os ambientes de trabalho que assistem o paciente permitam o desenvolvimento da
técnica adequada aliada à satisfação dos trabalhadores e clientes. Sendo assim, prestar
humanização é transcender aos aspectos formais, frios e puramente tecnológicos,
priorizando também a dignidade e a valorização do estado do paciente e da família
apartada de seu ente. Trabalhar de forma humanizada traz benefícios não só aos
pacientes como também aos próprios profissionais de saúde, com autorrealização e
satisfação do que se trabalha.

O Ministério da Saúde prevê que, na rede de cuidados em ambiente da neonatalidade,


as ações sejam pautadas no respeito às individualidades, na garantia de tecnologia
segura, no acolhimento ao bebê e de sua família, dando enfoque ao cuidado voltado
ao desenvolvimento e ao psiquismo, buscando promover facilidades no vínculo
mamãe-bebê durante a sua estadia no meio hospitalar e após a alta (BRASIL, 2013).

Sendo assim, o Ministério da Saúde descreve que humanizar a assistência é perpassar


os cuidados formais oferecidos na rotina desse ambiente hospitalar, direcionando sua
atenção para o estado psíquico, afetivo e de desenvolvimento geral, ou seja, prestando
uma assistência integralizada. Em meio a incertezas, instabilidade e inospitalidade
do ambiente da UTIN, é necessário que a equipe de saúde se atente para algumas
questões, a fim de utilizar a junção da tecnologia do trabalho com o acolhimento
humanizado dos recém-natos (BRASIL, 2013).

Assim, para que o trabalho realizado na neonatologia não se torne sobremaneira


mecânico e desumanizado, é fundamental que os profissionais de saúde estejam
capacitados para lidar com situações cotidianas adversas, com apoio psicológico
e instrumentalizado à compreensão e à apreensão da administração dos seus
sentimentos vivenciados na assistência.

4.5. O cuidado centrado na família


Desde o início da gestação, os familiares imaginam e projetam a perspectiva de um
filho saudável, perfeito, com padrões adequados para peso e idade. Entretanto, o
neonato pode nascer prematuro e pode necessitar de internação em uma UTI
Neonatal, frustrando assim todas as expectativas geradas em torno do bebê perfeito.

Quando esse fato ocorre, a família se confronta com uma experiência desgastante e
desafiadora, com o transcorrer de muitos conflitos, ansiedades, inseguranças. Sabe-se

24
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

que a constituição do vínculo afetivo e o apego entre pais e bebê são fundamentais
para a sobrevivência e o desenvolvimento físico e psíquico da criança.

Dessa forma, para pensar na assistência à saúde ao neonato prematuro, faz-se


necessário incluir os pais da criança. Portanto, o bem-estar, o melhor prognóstico e
desenvolvimento de bebês prematuros estão atrelados às trocas afetivas entre o bebê
e seus familiares. Sendo assim, os profissionais da saúde que prestam assistências
nessas unidades devem possuir uma aproximação com os pais dos bebês para
garantir o vínculo e o elo entre eles.

25
Capítulo 5
UNIDADE ONCOLÓGICA

Segundo a organização mundial da saúde, o câncer é definido como uma patologia


degenerativa que resulta de uma variedade de lesões no material genético celular,
que desencadeia o processo anormal de crescimento, reprodução e dispersão das
células. O surgimento das neoplasias está relacionado a uma multicausalidade de
fatores conhecidos como carcinogênicos, isto é, agentes iniciadores capazes de
modificar a estrutura do DNA de uma célula, fatores esses que podem ser inerentes
ao indivíduo, como caracteres hereditários ou que podem ser adquiridos ao longo da
vida do indivíduo de acordo com seu modo de vida, já que existem muitos agentes
externos e/ou ambientais que são considerados carcinogênicos.

Segundo última estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) juntamente com


o Instituto Nacional de Câncer (INCA):

A estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que


ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos
de câncer de pele não melanoma). O câncer de pele não melanoma
será o mais incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama
e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e
estômago (21 mil). O cálculo global corrigido para o sub-registro,
segundo MATHERS et al. (2003), aponta a ocorrência de 685 mil casos
novos. Para o ano de 2022 foram estimados 16.710 casos novos, o
que representa uma um risco considerado de 15,38 casos a cada 100
mil mulheres (INCA, 2021).

Para países em desenvolvimento, somado a grandes dimensões continentais, torna-se


um desafio o registro nacional de câncer. Sendo assim, manter e fortalecer os centros
de informação, como o RCBP/RHC (Registros de Câncer de Base Populacional e
Hospitalares), permite o monitoramento da situação do câncer no país. As doenças e
agravos não transmissíveis (DANT) já são as principais responsáveis pelo adoecimento
e óbito da população no mundo. Estima-se que, em 2008, 36 milhões dos óbitos
(63%) ocorreram em consequência das DANT, com destaque para as doenças
cardiovasculares (48% das DANT) e o câncer (21%).

Países desenvolvidos têm predominância dos tipos de câncer associados à urbanização


e ao desenvolvimento (pulmão, próstata, mama feminina, cólon e reto). Entretanto,
câncer associado a infecções (colo do útero, estômago, esôfago, fígado) tem alta
ocorrência em países de baixo e médio desenvolvimentos.

26
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

Embora apresente taxas de incidência semelhantes entre os sexos, estudos apontam


para maior letalidade do câncer entre a população masculina, revelando assim as
implicações de gênero na suscetibilidade dos homens a essa enfermidade, visto que
o homem tem uma representação social de sujeito forte, resistente e invulnerável, e
essa perspectiva tem sido apontada como importante barreira cultural que contribui
para o distanciamento desses sujeitos dos serviços de saúde, sobretudo aqueles
voltados para a promoção, a prevenção e o diagnóstico precoce, resultando assim
em maiores índices de morbimortalidade entre essa população.

A infecção persistente por tipos oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV)


pode desencadear o câncer do colo do útero, caracterizado por uma doença de
desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para
quadros de sangramento e secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a
queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Nas mulheres brasileiras, o
câncer do colo do útero, excluídos os de tumores de pele não melanoma, é o terceiro
tipo de câncer mais incidente. Para o ano de 2022 foram estimados 16.710 casos
novos, o que representa um risco considerado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres
(INCA, 2021).

Na análise regional, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na região


Norte (26,24/100 mil) e o segundo nas regiões Nordeste (16,10/100 mil) e Centro-Oeste
(12,35/100 mil). Já na região Sul (12,60/100 mil), ocupa a quarta posição e, na região
Sudeste (8,61/100 mil), a quinta posição (INCA, 2019).

O câncer de colo de útero (CCU) é responsável por 4.800 óbitos anuais. É considerado
um câncer de relativo bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente.
As taxas de mortalidade por esse tipo de câncer ainda continuam elevadas no Brasil,
provavelmente pelo fato de a doença ser diagnosticada na maioria das vezes em
estágios avançados.

Dos cânceres masculinos, os mais recorrentes são o de próstata, o de testículo e o de


pênis. Segundo estimativa do INCA, a idade é o único fator de risco bem estabelecido
sobre a incidência do câncer de próstata, e, com o aumento da expectativa de vida,
esse número tende a aumentar. Os cânceres de testículo e de pênis são mais raros
que o câncer de próstata. Contudo, são muito agressivos, principalmente pelo impacto
psicológico que exercem sobre os pacientes.

A incidência do câncer de pênis está relacionada a indivíduos com idade superior a


50 anos (embora possa ser encontrado em indivíduos jovens), especialmente quando
se verificam baixas condições socioeconômicas e de instrução, má higiene íntima e

27
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

indivíduos não circuncidados. Na população masculina brasileira, o câncer de pênis


representa 2% de todos os casos de câncer, com maior frequência nas regiões Norte
e Nordeste, em comparação com as regiões Sul e Sudeste.

O câncer de testículo é considerado um dos mais curáveis, principalmente se


detectado em estágio inicial. Acomete principalmente homens entre 15 e 40 anos,
com incidência de cinco casos para cada 100.000 indivíduos. Possui maior incidência
em pessoas jovens e sexualmente ativas, possibilitando, entretanto, a chance de
esse câncer ser confundido ou até mascarado por orquiepididimites, geralmente
transmitidos sexualmente (SOUZA, 2011).

O câncer de mama em homens é uma patologia relativamente incomum, pois atinge 1


homem para cada 1.000 mulheres, o que representa menos de 1% de todos os casos
de câncer em homens nos EUA, e é responsável por 0,1% da mortalidade por câncer
no sexo masculino. Apesar desses números, alguns estudos indicam que a incidência
desse tumor vem aumentando de 0,86 para 1,08 por 100.000. Os fatores de risco
relacionados ao câncer de mama são o envelhecimento, como fator mais evidente, já
que cerca de quatro a cada cinco mulheres têm a ocorrência dessa neoplasia depois
dos 50 anos. Os outros fatores estão relacionados à vida reprodutiva da mulher,
história familiar, consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, exposição à
radiação ionizante, alta densidade do tecido mamário – que se refere à razão entre o
tecido glandular e o tecido adiposo da mama.

Acerca do câncer de colo de útero, os fatores considerados de risco envolvem a


infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), com evidência dos tipos 16 e 18, além de
influências quanto à imunidade, à genética, ao comportamento sexual, à idade, cuja
evidência de maior ocorrência é encontrada após os 30 anos, e ao tabagismo, que
também é tido como influenciável. Destacam-se ainda como fatores de risco para essa
neoplasia o hábito de fumar e fatores nutricionais, como a carência de vitamina A. O
fator de risco mais importante acerca da incidência do câncer de ovário é o histórico
familiar de câncer de mama e ovário.

As mulheres que já desenvolveram o câncer de mama e são portadoras de mutações


nos genes BRCA1 e BRCA2 possuem maior risco de desenvolver também o câncer
ovariano. Condição genética hereditária relacionada à síndrome de Lynch, que é um
câncer de cólon hereditário não polipoide, também se mostra relacionada à incidência
de câncer de ovário, assim como a terapia hormonal pós-menopausa, o tabagismo,
a obesidade, a nuliparidade, a menopausa tardia e a ocorrência de endometriose –
doença inflamatória no endométrio.

28
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

Um bom avanço na tentativa de diminuir o índice de mortalidade masculina com


câncer foi a instituição da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem
em 2009 (PNAISH), que tem por objetivo implantar ações e serviços de promoção,
prevenção, assistência e recuperação da saúde do homem pelo sistema único
de saúde (SUS). Dessa forma, para se obter uma diminuição da ocorrência dos
cânceres incidentes sobre a população masculina e feminina, sobretudo nos órgãos
reprodutivos, é de suma relevância para a saúde a pesquisa sobre suas causas e
fatores de risco, visto que o diagnóstico precoce permite o controle e a erradicação.

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a


proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local
do organismo. Os tumores mais frequentes na infância são decorrentes da leucemia
(que afeta os glóbulos brancos), dos sistemas nervosos centrais e linfomas (sistema
linfático).

Crianças e adolescentes podem também ser acometidos com certa frequência


por casos de tumores de células do sistema nervoso periférico (neuroblastoma,
normalmente de localização abdominal), tumores renais (Wilms), tumores de retina
e/ou fundo de olho (retinoblastoma), tumor germinativo (das células que vão dar
origem aos ovários ou aos testículos), tumor ósseo (osteossarcoma) e tumores de
partes moles (sarcomas).

O câncer é a segunda maior causa de mortalidade por doença no Brasil, e sua


incidência tem crescido progressivamente. Trata-se de uma enfermidade que demanda
atenção tempestiva, tratamentos prolongados e acompanhamento adequado, dada a
possibilidade de recorrência. Esse contexto exige uma rede de assistência articulada
e uma regulação efetiva, de forma a assegurar a universalidade, a equidade e a
integralidade da atenção oncológica.

Pacientes portadores de câncer exigem uma assistência diferenciada, pois carregam


junto com a patologia o estigma da doença, a incerteza do prognóstico, o medo da
morte, a depressão e a ansiedade, mas também a vontade de viver. Os profissionais
que atuam nessa área necessitam de formação e conhecimentos específicos, devem
ser capacitados para o cuidado dos pacientes em todos os tratamentos terapêuticos
oferecidos pela instituição.

O serviço oncológico tem como base acolher o paciente fragilizado pela doença,
proporcionando-lhe o conforto e a segurança necessários à recuperação de sua
saúde e restabelecimento de seu ciclo vital. Tem como finalidade atender o paciente
integralmente, promover continuamente a excelência de qualidade assistencial,
propiciando um ambiente harmonioso e produtivo.

29
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

Deve contar com serviço de triagem cirúrgica, quimioterapia, radioterapia, na ala de


internamento clínico, cirúrgico e pediátrico, centro cirúrgico, unidade de tratamento
intensivo.

5.1. Unidade oncológica


Os pacientes com câncer permanecem internados para administração de quimioterapia,
frequentemente seguindo protocolos de administração de quimioterápicos. Entre
os fatores que definem a conduta terapêutica e o protocolo para administração
do medicamento a ser escolhido, destacam-se: tipo de tumor, estágio da doença e
possíveis complicações durante tratamento.

A unidade oncológica deve dispor de infraestrutura e equipe profissional qualificadas,


sendo uma referência de atenção ao indivíduo com câncer. Nesse contexto,
destaca-se a importância da equipe multiprofissional na terapia do paciente
oncológico. É fundamental que os profissionais conheçam os protocolos clínicos,
os eventos adversos, toxicidades, doses, tempo de infusão, para que assim realizem
um monitoramento adequado dos pacientes. Cada profissional tem sua devida
importância para o sucesso da terapia antineoplásica.

» Enfermagem: considera-se que realizar procedimentos de enfermagem de


maior complexidade técnica exige conhecimento científico e tomada de decisões
imediatas. Entre as atribuições do enfermeiro na oncologia, destacam-se: punção
de cateter de port-acath e a infusão de quimioterápicos por meio desses cateteres;
infusão de quimioterápicos.

» Médico oncologista: é o profissional habilitado para diagnóstico e determinação


do tratamento oncológico. Realiza o diagnóstico por meio da solicitação de
exames necessários, pela determinação do estadiamento da doença, pela
definição do tratamento e pela avaliação de sua resposta e evolução do caso.

» Nutricionista: o estado nutricional é de suma importância para o bom


prognóstico do paciente, devendo ser considerado como peça fundamental
durante o tratamento dos pacientes oncológicos. A alimentação saudável pode
auxiliar o paciente oncológico na manutenção da qualidade de vida e no alívio
dos sintomas. É função do nutricionista a avaliação nutricional e a determinação
das necessidades nutricionais para cada caso.

» Psicólogo: reações como tristeza e angústia são comuns em pacientes


oncológicos e em seus familiares, que experimentam diferentes níveis de estresse
e de perturbação emocional. O psicólogo pode oferecer suporte psicológico para

30
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

permitir que os pacientes e familiares encontrem a melhor forma de enfrentar o


problema, isto é, com segurança, confiança, vontade de vencer e paciência.

5.1.1. O farmacêutico na oncologia

O Conselho Federal de Farmácia, desde a década de 1990, determinou como privativa


a manipulação de medicamentos citotóxicos, ampliando a área de atuação desse
profissional na oncologia por meio da Resolução 288/1996.

A Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo) foi criada para


dar fortalecimento à classe e permitir suporte técnico-científico aos farmacêuticos.
Em 21 de setembro de 2004, foi publicada pela Anvisa a Resolução 220/2004,
que regulamenta o funcionamento dos serviços de terapia antineoplásica com a
instituição da equipe. Para reforço do serviço, o Ministério da Saúde estabeleceu
a Portaria 3535/1998, determinando que todo serviço de alta complexidade no
tratamento do câncer cadastrado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) deve possuir
um farmacêutico no caso de manipulação de quimioterápicos.

A qualidade da farmacoterapia nos serviços de oncologia tem o farmacêutico como


peça fundamental. As atribuições do profissional farmacêutico vão além da simples
dispensação da prescrição médica ou da manipulação. A seguir, citam-se etapas de
participação do profissional farmacêutico na terapia antineoplásica, a saber:

» seleção e padronização de medicamentos e materiais:

› protocolos terapêuticos e de suporte na terapia antineoplásica;

› exigências legais;

› boa práticas de fabricação pelo fornecedor;

› avaliação técnica;

› notificação de queixas técnicas;

» auditorias internas:

› área de preparo de quimioterapia;

› área de armazenamento de medicamentos;

› manutenção preventiva de equipamentos;

» informação sobre medicamentos:

› o centro de informações de medicamentos permite a divulgação e o


oferecimento de dados da terapêutica aos membros da equipe multidisciplinar;

31
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

› entre as informações que podem ser divulgadas, destacam-se: farmacocinética,


farmacodinâmica, doses efetivas e máximas, formas e vias de administração,
toxicidade, incompatibilidades físicas e químicas, interações medicamentosas
e estabilidade de medicamentos;

» manipulação dos agentes antineoplásicos:

› a manipulação de medicamentos antineoplásicos exige alguns aparatos


técnicos obrigatórios, entre eles: técnica asséptica, infraestrutura apropriada,
conforme normas locais e padrões internacionais, e procedimentos
preestabelecidos sob responsabilidade do farmacêutico;

› o manejo dos medicamentos antineoplásicos bem como o conhecimento


técnico do profissional farmacêutico na diluição dos medicamentos é
fundamental para diminuir os riscos associados à terapia antineoplásica;

» farmacovigilância:

› na terapia antineoplásica, existe grande probabilidade de desenvolvimento de


potenciais reações adversas. Alguns fatores podem determinar tais reações:
poliquimioterapia, margem terapêutica estreita dos medicamentos em uso,
tratamento prolongado e em concomitância com outros tratamentos de
suporte;

› os medicamentos antineoplásicos não atuam apenas sobre as células


tumorais. As células sadias mais atingidas são aquelas que possuem constante
renovação. Entre elas, destacam-se: as células presentes na medula óssea, nos
folículos pilosos e nas mucosas do trato gastrintestinal, sendo, assim, altamente
atingidas pelo mecanismo de ação farmacológica das drogas antineoplásicas;

› a detecção e a identificação de reações adversas, bem como dos fatores de


risco para o desenvolvimento destas, podem ser úteis para planejamento de
ações de intervenção e prevenção, visto que, entre as causas de internação com
aumento dos custos para as instituições hospitalares, destacam-se as reações
adversas a medicamentos;

› entre as principais reações adversas dos quimioterápicos, destacam-se:

› toxicidade hematológica;

› náusea e vômito;

› alopecia;

› mucosite;

32
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

› dor;

› diarreia e constipação intestinal;

» educação continuada e participação em comissões institucionais:

› Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);

› Comitê de Ética e Pesquisa Clínica (CEP);

› Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT);

» farmácia clínica em oncologia:

› identificação e controle dos sintomas em oncologia;

› cuidados paliativos em pacientes oncológicos;

› participação na clínica da dor, acompanhando o uso racional de opioides;

› reconciliação medicamentosa;

› adesão ao tratamento.

5.1.2. A política nacional de atenção oncológica

Ações preliminares ocorreram anteriormente à criação e ao desenvolvimento da Política


Nacional de Atenção Oncológica (PNAO). Traçaremos uma evolução histórica para o
entendimento da motivação e da fundamentação da Política.

» 1941: é criado o Serviço Nacional do Câncer (SNC) com a finalidade de orientar e


controlar as campanhas sobre a doença.

» 1957: o SNC passou a ser sediado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) –
antigo Hospital Instituto.

» 1967: é desenvolvida a primeira campanha nacional de combate ao câncer.

» Década de 1980: é criado e estabelecido o Programa de Oncologia (Pro-Onco)


com o objetivo de controle da doença.

» Final da década de 1990: instituição de portarias específicas para o tratamento


oncológico, como a Portaria n. 3.535, que estabeleceu os critérios para o
cadastramento de centros de atendimento em oncologia.

A Portaria n. 2.439, de dezembro de 2005, instituiu a PNAO, que estabeleceu as ações


de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos
a serem implantadas em todas as unidades federadas. Para tanto, ela possui como
fundamentos a promoção e a vigilância em saúde, a atenção básica, centros de

33
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

referência de oncologia, plano de controle do tabagismo e outros fatores de risco,


regulamentações, regulação, fiscalização, controle e avaliação, sistema de informação,
diretrizes nacionais para atenção oncológica, educação permanente e capacitação, bem
como pesquisa sobre o câncer (BRASIL, 2013).

A Portaria n. 2.439 foi revogada pela Portaria n. 874, de maio de 2013, e esta
implementou a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de
Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Ambas consideram a alta complexidade como componente fundamental,
descrevendo como obrigações dos estabelecimentos: garantir acesso de pacientes
com diagnóstico clínico ou histopatológico de câncer a esse nível de atenção, realizar
estadiamento, prover tratamento e cuidado, e assegurar qualidade conforme rotinas
estabelecidas (BRASIL, 2013).

Tais funções seriam desempenhadas pelas Unidades de Assistência


de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) e pelos Centros de
Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) (BRASIL,
2005).

A UNACON é o estabelecimento que fornece tratamento de oncologia clínica, cirurgia


oncológica e paliação para os cânceres mais prevalentes no Brasil. Caso não tenha
serviço de radioterapia, deve haver referência formal de tal modalidade terapêutica
para seus usuários. Já o CACON é aquele que atende todos os tipos de câncer,
oferecendo também radioterapia, mas não tem, obrigatoriamente, tratamento para
crianças e adolescentes (BRASIL, 2005).

Sendo assim, muitos hospitais públicos e alguns hospitais privados, em parceria com o
SUS, estão capacitados para o tratamento de câncer de forma integral. Corroborando
tal informação, a Portaria n. 458, de fevereiro de 2017, apresenta os estabelecimentos
habilitados em Alta Complexidade em Oncologia no Brasil (BRASIL, 2017).

Para estrutura organizacional da rede de atenção à saúde, é necessário o


estabelecimento do “componente regulação”, como previsto na política, desde
2013. O objetivo desse componente é de articular entre os componentes da rede
assistencial para definir os fluxos de atendimento, na tentativa de garantir equidade
no atendimento e otimização de recursos.

5.1.3. Biossegurança em oncologia

Ao mergulhar no universo da terapia oncológica, cabe ao profissional farmacêutico a


avaliação de risco, as normas de trabalho, bem como todas as orientações necessárias
para garantia da biossegurança.

34
Tipos de Unidades de terapia intensiva | UNIDADE ii

5.1.3.1. Área Física

A infraestrutura física do serviço de quimioterapia deve atender aos requisitos da


RDC/ANVISA n. 50/2002:

» área destinada à paramentação, com lavabo para higienização das mãos;

» sala de preparação exclusiva de quimioterápico antineoplásico;

» área de armazenamento exclusiva para estocagem de produtos farmacêuticos


específicos da quimioterapia;

» área de dispensação necessária quando a administração não for imediata ou


for realizada em outro ambiente;

» o abrigo de resíduos deve atender a RDC/ANVISA/MS 33/2003.

O preparo das drogas antineoplásicas deve ser realizado com técnicas assépticas
rigorosas em cabine de segurança biológica, devendo o profissional utilizar os EPIs.
Preferencialmente, as drogas devem ser manipuladas por farmacêutico.

5.1.3.2. Equipamentos: conforme descrito na NR 32/2006

» Equipamentos de proteção coletiva – EPC:

› capela de fluxo laminar classe II, tipo B2: trata-se de uma capela que possui
fluxo de ar unidirecional vertical, sendo 100% de exaustão externa do ar e 0%
de recirculação interna do ar;

› lava olhos (pode ser substituído por solução fisiológica a 0,9%);

› coletor rígido para resíduos (caracterizado pela NT de 21/9/1999);

» equipamentos de proteção individual EPI:

› macacão ou avental de mangas longas e punhos elásticos, confeccionado em


material impermeável, com fechamento frontal;

› botas plásticas com solado antiderrapante ou propés de plástico;

› óculos de proteção panorâmico;

› respirador com filtro classe P3 (alta eficiência);

› luvas de látex isentas de talco (powder free).

35
UNIDADE ii | Tipos de Unidades de terapia intensiva

5.1.3.3. Controles de exposição dos profissionais

» Exposição aguda: em casos de acidentes que contaminem EPIs, estes devem


ser removidos imediatamente e descartados. A exposição de pele e mucosas
deve ser seguida imediatamente da lavagem com fluxo de água e sabão neutro.
Quando ocorrer contato com os olhos, a conduta deverá ser a lavagem com soro
fisiológico 0,9% por 15 minutos.

» Exposição crônica: monitoramento médico (semestral). Deverão ser avaliados


os sistemas hematopoiético, hepático, renal, pele e sistema nervoso central. É
recomendado que os exames sejam realizados nas seguintes situações: admissão;
retorno ao trabalho após 30 dias de licença médica; transferência de outro setor
para área de manipulação e vice-versa; demissão.

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REFERÊNCIAS

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