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Os cuidados de saúde prestados devem ter uma boa relação custo-efetividade. Os cuidados
primários devem ser efetivos e são exercícios pelos médicos generalistas, sinónimo para médicos
de família. Na Europa, é necessário um maior investimento na Medicina Geral e Familiar para que
os sistemas de saúde cumpram beneficamente o seu serviço para com os pacientes.
A educação médica rege-se pela Diretiva EU 93/16 que promove a circulação livre de médicos
em qualquer Estado membro, sem formação adicional. Existem 30 estados membro:
ALEMANHA
ANDORRA
ÁUSTRIA
BÉLGICA
CHIPRE
CROÁCIA
DINAMARCA
ESLOVÉNIA
ESPANHA
ESTÓNIA
FINLÂNDIA
FRANÇA
GRÉCIA
IRLANDA
ISLÂNDIA
ISRAEL
ITÁLIA
LITUÂNIA
MALTA
NORUEGA
PAÍSES BAIXOS
POLÓNIA
PORTUGAL
REINO UNIDO
REPÚBLICA CHECA
REPÚBLICA ESLOVACA
ROMÉNIA
SUÉCIA
SUÍÇA
UCRÂNIA
1
À exceção do traumatismo major, onde os cuidados primários não são o primeiro contacto.
2
Os cuidados longitudinais são praticados apenas pelo generalista, já a continuidade de cuidados é praticado por
múltiplas especialidades. (Retirado do cap.1 – Médico Generalista).
(Retirado do cap. 1 – Médico generalista)
Gay, em 1995, sugeriu uma relação entre os princípios e as tarefas e algumas influências
sobre a tarefa que necessita ser realizada pelos pacientes e pelo sistema de saúde. Os
princípios da Disciplina sugeridos por Gay foram:
1. Abordagem centrada no paciente
2. Orientação para o contexto familiar e comunitário
3. Leque de atividades determinado pelos pedidos e necessidades dos pacientes
4. Problemas de saúde complexos e não pré-selecionados
5. Baixa incidência de doenças graves
6. Doenças em estadio precoce
7. Gestão simultânea de múltiplas queixas e patologias
8. Gestão contínua
9. Cuidados coordenados
10. Eficiência
Financiamento, através da promoção dos países aplicarem a sua economia para investirem
em melhores cuidados de saúde.
1. Competências gerais
O médico generalista era considerado inferior aos outros especialistas. Só na década de 50,
reconheceu-se a importância do médico generalista graças à criação do National Health
Service britânico em 1948. O ensino da medicina generalista realiza-se a partir:
National Health Service, na Europa (Reino Unido)
Grupo de Leeuwenhorst, entre a década de 70 e 80
A OCDE (European Observatory on Health Systems and Policies, em 2017, afirma que o país
tem uma das mais baixas taxas de hospitalização evitável (podem ser tratadas pelos cuidados de
saúde primários). A Revista Lancet também identifica Portugal com um dos 5 países, onde a
esperança média de vida observada foi maior do que a esperada em 5 ou mais anos, reforçando a
necessidade de explorar as políticas de saúde destes países.
Em 1971, são dados os primeiros passos para a construção de CSP modernos, graças ao
“Movimento dos Centros de Saúde”, bem como as orientações da Declaração de Alma-Ata. Neste
ano, a saúde é reconhecida como um direito. Instituem-se os CSP públicos com um planeamento
central e são implementados os centros de saúde de primeira geração, muito orientados para os
cuidados de saúde materno-infantis. Apenas em 1983, se reorientou o sistema de saúde português
para os CSP, pois antes disso enfrentaram a oposição. Com o 25 de Abril em 1974, iniciou-se uma
remodelação completa do sistema, apostando-se em cuidados de saúde públicos implementados
através do SNS financiado pelos impostos. Em 1983, integrou-se a promoção da saúde e a
prevenção da doença através de serviços curativos, do aumento da acessibilidade e garantindo
uma cobertura nacional dos CSP.
A APMCG (Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral foi a grande responsável
pela teorização e implementação da MGF. No entanto, após se concretizar tudo aquilo que se tinha
preconizado, as prioridades do CSP perderam o protagonismo. Em 1995, um movmento de
reforme propõe mudanças para reorientar os serviços para CSP, no entanto, não encontra
estabilidade política para esta implementação, entrando numa oposição denominada “status quo”.
O seu grande objetivo era melhorar a gestão dos CSP e aumentando a sua autonomia e
responsabilidade.
Em 2002-2004 houve uma privatização ds CSP, tendo como reação uma das maiores
greves de médicos de família de sempre. Em 2005, ocorre uma nova reforma, renovando os CSP
em Portugal para mais efetivos, surgindo assim as USF e os ACeS (Agrupamentos de Centros de
Saúde). Em 2008, houve a criação da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-
AN). Em 2015, deixa de se investir nas USF e nas ACeS, relançou-se uma reforma, de forma a
modernizar os cuidados através de sistemas de informação ao serviço de todos. Em 2019,
reinventa-se as ACeS que vai experimentar a autonomia de gestão.
2. A criação das especialidades
A especialização médica teve início em 1830 e foi notória em Paris com a unificação da cirurgia
e na disseminação de uma racionalidade administrativa do sistema hospitalar. Na Alemanha, surgiu
posteriormente, e introduziu-se a certificação dos especialistas. A American Medical Association
receava a descentralização do seu poder devido à criação das especialidades. Por outro lado, a
medicina britânica resistiu à introdução das especialidades, mantendo a unidade da medicina.
No século XX, Ian McWhinney chamou de “grandes especialidades” – medicina interna,
cirurgia, pediatria, obstetrícia e psiquiatria, onde o ingresso era feito através de formação pós-
graduada. Nesta época, acreditava-se que qualquer graduado em medicina pudesse exercer
clínica geral. As duas grandes guerras mundiais incentivaram a especialização médica, onde a
proporção de especialistas/clínicos gerais era 8 para 2. Praticava-se assim uma abordagem
fragmentada do doente, que implicava o aumento do custo dos cuidados de saúde.
3. A necessidade de um generalista especializado
Em 1950, a medicina geral e familiar é reconhecida como uma disciplina com o seu próprio
corpo de conhecimentos.
2018: Declaração de DELI, na 15ª Conferência Mundial sobre a Saúde Rural da WONCA realizada
em Nova Deli, India, sobre o lema “Healing the Heart of Healthcare – Leaving No One Behind”,
onde se aprovou esta Declaração: Alma-Ata revisitada. Esta Declaração apela aos países que se
esforcem até alcançarem as metas estabelecidas há 40 anos. Neste contexto, as necessidades
das pessoas que vivem em áreas rurais e isoladas do mundo devem merecer que as nações
alcancem uma cobertura universal em saúde, “não deixando ninguém para trás”. (Retirado do
seminário UP1)
2018: Declaração de Astana, no Cazaquistão, pela WHO e UNICEF – reflexão sobre a evolução
dos CSP. Foi usada para informar a reunião de alto nível da Assembleia Geral da ONU sobre a
Cobertura Universal de Saúde em 2019.
A Declaração de Astana sublinha as desigualdades, destaca as ameaças da saúde global
apelando à responsabilidade dos governos e à participação e empowerment dos indivíduos. Para
além disso, reafirma a definição de saúde defendida pela OMS.
6. O médico de família do presente e do futuro
1971: Centros de saúde de primeira geração
1979: Implementação do SNS
1982: Estabelecimento de carreiras médicas públicas
1983: Aparecimento de Centros de Saúde de segunda geração. O trabalho médico era muito
isolado, raro trabalho em equipa multiprofissional. Com o estabelecimento de carreiras médicas
públicas, a totalidade dos médicos de CSP passou a trabalhar para o Estado.
1990: Publicação da primeira Lei de Bases de Saúde (Revisão em 2002).
2005: Introdução das USF
2008: Introdução das ACeS, Implementação da governação clínica e de saúde para melhorar a
qualidade dos serviços de saúde, Trabalho em equipa do médico de família com o enfermeiro.
2016: O processo de contratualização integrou áreas como a formação, a investigação e a
qualidade organizacional.
Em 2020, os CSP estão organizados em ACeS sob uma direção executiva própria, suportada por
um conselho executivo e clínico.