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ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM COM OS

PACIENTES EM ONCOLOGIA NOS CUIDADOS


PALIATIVOS
Campos, G. C. C.*; GONÇALVES, J.D.M.**; Batista, A.P.**
(*) Graduada em enfermagem pela UNIVERSO/ JF IX Semana de Enfermagem
e-mail: gaby.campos1@hotmail.com
(**) Professores orientadores- Enfermagem da UNIVERSO/ JF

INTRODUÇÃO É muito importante também a compreensão de todas as dimensões


O câncer compreende um grupo de doenças que tem em comum a da vida desses pacientes e seus familiares, que estão afetadas neste
proliferação celular anormal. A doença é considerada um problema momento e devem ser cuidadas: necessidades físicas,
de saúde pública na atualidade (SILVA; TELES; VALLE, 2005). psicoemocionais, espirituais e sociais.
Segundo Silva e Hortale (2006), o câncer é responsável por 12% de A enfermagem tem importante papel nos cuidados paliativos,
todas as mortes no mundo. A maior parte dos pacientes com câncer possuindo os conhecimentos e recursos terapêuticos específicos
já se encontram com a doença em fase avançada. para tratar muitos dos sintomas, entre eles a dor, náuseas, fadiga,
(WATERKEMPER, 2010). A dor aguda é breve, bem localizada e se dispneia, acúmulo de secreção, etc., melhorando assim a qualidade
caracteriza por pontadas, que podem provocar midríase, sudorese, de vida e o bem-estar desses pacientes. Além disso, pode auxiliar
aumento do esforço cardíaco, fraqueza, entre outros. O quadro álgico nos quadros de edema e linfedema (MACIEL, 2008).
crônico é persistente, de difícil localização e pode causar distúrbio do Segundo Pessini (2004) estes cuidados não têm por objetivo apenas
sono, anorexia, diminuição da libido, ansiedade e perda da esperança amenizar a dor e o sofrimento do paciente, sendo que uma equipe
(TORRITESI; VENDRÚSCULO, 1998). A dor decorre principalmente multidisciplinar participa de todo o processo, fazendo com que haja
dos procedimentos necessários para o diagnóstico e para o uma interação entre os pacientes, levando-os a alcançar resultados
tratamento do câncer (YASUKAWA; ANDRADE; CRISTOFAN, 2009). positivos.
Não basta tratar a dor, mais os pacientes e os sistemas que eles se Para tanto, a OMS (1986) publicou os princípios que devem ser
interagem. (MICELI, 2002). Segundo Silva e Sudigursky (2008), os aplicados no desenvolvimento das atividades em enfermagem, quais
cuidados paliativos buscam a promoção da humanização no fim da sejam: promover o alívio da dor e demais agentes estressantes;
vida, através de uma abordagem que proporcione a morte com afirmar a vida e encarar a morte como processo natural; não
dignidade, seguindo os princípios éticos de respeito à vida humana. antecipar nem adiar a morte; aplicar os aspectos psicossociais e
Para uma intervenção eficaz, o profissional em enfermagem precisa espirituais; oferecer suporte que possibilite a vivência ativa do
avaliar adequadamente e identificar as disfunções apresentadas por paciente até o momento da morte; oferecer suporte para auxiliar os
esses pacientes, para que sejam corretamente tratadas, ou as que familiares durante a doença e o luto; dar início aos cuidados
possam vir a ocorrer, para que sejam prevenidas. A avaliação deve paliativos desde o início da doença. De acordo com Araújo et al
ser composta detalhadamente de informações específicas e (2009), o paciente deve ser o centro das atenções, estendendo-se os
precauções para cada área relacionada à oncologia, como história do cuidados paliativos até o momento final, por se tratar o câncer de
paciente/pais, observação, avaliação da amplitude de movimento, uma doença que causa dor tanto espiritual quanto emocional, o que
força muscular, dor, avaliação dos sistemas sensoriais, estado faz com que o paciente não suporte a vida. É preciso que os
respiratório e resistência cardiovascular, avaliação funcional e cuidados paliativos priorizem a dignidade e valorizem os pacientes de
atividades de vida diária/habilidades de auto ajuda (MORGAN, forma humanizada a holística.
2002).A enfermagem apresenta o importante papel nos cuidados Rodrigues (2007) afirma que o profissional em enfermagem deve
paliativos, preocupando com a qualidade de vida do paciente, aperfeiçoar seus conhecimentos para que possa dar ao paciente uma
respeitando as limitações, incentivando o auto cuidado, dando melhor condição de vida e uma assistência humanizada e planejada
condições ao mesmo de planejar e controlar sua doença aliviando os
sintomas de dor e desconforto, envolvendo ações baseadas no CONCLUSÃO
respeito, atenção, conhecimentos dos valores, promovendo o que há
Por ser o câncer uma doença crônica e progressiva, que causa tanto
de saudável ao paciente, proporcionando medidas de uma relação
dor física quanto emocional, necessário se faz que o profissional em
dinâmica, levando aos familiares a importância de sua presença e
enfermagem tenha conhecimento a respeito dos cuidados paliativos,
apoio ao doente.
para que possa proporcionar, tanto para o paciente quanto para sua
OBJETIVOS família uma melhor qualidade de vida. Os cuidados paliativos
Este trabalho tem - se por objetivo demonstrar como se dão os propiciam tanto ao paciente em estado terminal quanto a sua família
cuidados paliativos em oncologia e justifica-se pelo fato de que morrer com dignidade, sendo que os mesmos devem ser iniciados o
atualmente, o profissional em enfermagem, no dia a dia lida mais precocemente possível, para que se tenha uma melhor
constantemente com a humanização, sendo de suma importância compreensão e controle dos sintomas advindos do tratamento.
que o paciente esteja confortável mesmo estando em suas últimas Conclui-se que faz-se necessário intensificar o estudo a respeito dos
horas, assim sendo torna este estudo relevante. cuidados paliativos para que essa prática se torne uma constante nos
serviços de saúde, bem como os gestores sejam conscientizados de
METODOLOGIA sua importância para o paciente e seus familiares.
Esse estudo trata - se de uma pesquisa de revisão bibliográfica
correlacionado ao tema. Foi realizado uma pesquisa de análise
qualitativo sendo o critério de inclusão de análise dos resumos por
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
meio da técnica de leitura flutuante, com a coleta de dados no HORTALE, V. A. Cuidados paliativos oncológicos: elementos para o debate de diretrizes na área. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
período de fevereiro 2015 á setembro 2015. 22, n. 10, p. 2055-66, out. 2006.
 
KOVACS, M. J. Qualidade de vida em pacientes com câncer: efeitos de um programa de intervenção psicossocial. Rev. De Psicologia
Hospitalar do Hospital das Clínicas. São Paulo, v. 4, n. 1, p. 7-18, jan./jun., 2008.

DESENVOLVIMENTO  
LAKATOS, E. M., MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. Porto Alegre: Bookman, 2010.
 
Segundo Resende et al (2004), o paciente com câncer deve contar MACIEL, L. F. O câncer como ponto de mutação. São Paulo: Summus, 2008.
 
com uma ampla estrutura de apoio para enfrentar as diferentes MORGAN, F. H. Mensuração das necessidades de familiares em unidade de terapia intensiva. Campinas: 2002. Disponível em <
www.bibliotecadigital.unicamp.br>. Acesso em: 12 set 2015.
etapas do processo, desde a prevenção, o diagnóstico e os  
PESSINI, L. Cuidado em saúde. O mundo da saúde: o cuidado em saúde. São Paulo: Atlas, 2004.
tratamentos prolongados. É justamente na fase terminal da doença, REZENDE, V. L. et al. Saúde: dialética do pensar e do saber. São Paulo: Cortez, 2004.
RODRIGUES, E. K. Diagnóstico precoce do câncer infantil: responsabilidade de todos. Rev. Assoc. Med. Bras. V. 49, p. 29-34, São Paulo,
quando não é possível mais controlar a doença, que o papel dos 2007.
SALOMONDE, S. P. E. et al. Oncologia: bases clínicas do tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
cuidadores torna-se mais importante e, ao mesmo tempo, mais difícil. SILVA, M. P. P.; et al. Movimento do ombro após cirurgia por carcinoma invasor da mama: estudo randomizado prospectivo
controlado de exercícios livres versus limitados a 90° no pós-operatório. Revista Brasileira Ginecologia Obstetrícia, v. 26, nº 2, 2004.
De acordo com Maciel (2008), os cuidados paliativos requerem  
SILVA, M. J. P. Assistência de enfermagem ao paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 2010.
sempre uma abordagem humanista e integrada no tratamento, onde  
TORRITESI, P. A dor na criança com câncer: modelos de avaliação. Rev. Latinoam. Enferm. Ribeirão Preto, v. 6, n. 4, p. 49-55, out. 1998.
o principal objetivo é primordialmente o controle dos sintomas, a
qualidade de vida e a autonomia do paciente.

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