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Atuação do nutricionista para melhora

da qualidade de vida de pacientes


oncológicos em cuidados paliativos
Nutritionist’s Professional Practice to improve quality of life of
REVISÃO cancer patients undergoing palliative care
ISSN 2318-3691
Eloá Siqueira Magalhães1 , Aline Estevanato Marques de Oliveira2 ,
doi.org/10.17696/2318-3691.25.3.2018.1032 Natália Baraldi Cunha3 ³
¹Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo-SP-Brasil, ²Faculdade de Medicina
de Botucatu-Universidade Estadual Paulista-Botucatu-SP-Brasil, ³Universidade do Sagrado Coração-Bauru-
SP

Resumo
Introdução: O cuidado paliativo é uma das formas de tratamento do câncer avançado que objetiva
o controle dos sintomas, conforto e a melhora da qualidade de vida dos pacientes e de seus
familiares. Como membro da equipe multiprofissional, que atua neste âmbito, está o nutricionista,
que exerce papel substancial nesses cuidados. Objetivo: Caracterizar a associação entre a atuação
do nutricionista e a qualidade de vida de pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Material e
Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa com base no banco de dados Bireme,
PubMed, Web of Science, Scopus e Cinahl e Embase, contemplando artigos publicados no período
de 2012 a 2017. Para composição da estratégia de busca foram utilizadas as palavras-chave:
nutricionista; cuidados paliativos e câncer em português e inglês. Resultados: Foram encontrados
187 artigos e excluídos 183 trabalhos, após leitura dos títulos, resumos e textos por não fazerem
referência ao tema proposto e aos critérios de inclusão. Foram inseridos um total de quatro estudos,
sendo dois artigos da base Bireme, um artigo da base Web of Science e um da PubMed. Conclusão:
O profissional nutricionista executa papel primordial nos cuidados paliativos, pois a terapia
nutricional colabora para a redução dos efeitos colaterais ocasionados pelo tratamento, realizando
orientações nutricionais pertinentes a estes indivíduos, além de fazer relação de vínculo entre a
equipe, o paciente e seus familiares no tocante à alimentação, contribuindo assim para a melhora da
qualidade de vida destes pacientes.
Descritores: Terapia Nutricional; Doente Terminal; Neoplasias.

Abstract
Introduction: Palliative care is an alternative to treat cancer in its advanced stage. Treatment aims
to control symptoms, comfort, and improve the quality of life of patients and their families. The
nutritionist is a member of the multidisciplinary team who plays a substantial role in this care.
Objective: Characterize the association between the nutritionist’s professional practice and the
quality of life of cancer patients in palliative care. Material and Methods: We conducted an
integrative review of published literature from 2012 through 2017. Database searched included
PubMed, Web of Science, Scopus, Cinahl, and Embase. The following keywords were used
separately and combined in all databases and search engines: search terms, “nutritionist”, “palliative
Contribuição dos autores: ESM coleta e care”, and “cancer”. The search was limited to Portuguese and English languages. Results: The
tabulação de dados, delineamento do estudo, integrative literature search resulted in the identification of 187 articles; of which 183 were
elaboração e redação do manuscrito. AEMO
delineamento do estudo, análise e tabulação de excluded. Articles were first screened by review of the title. Selected articles were further screened
dados. NBC orientação do projeto, delineamento by review of the abstract. The final chosen articles were read and the desired data summarized.
do estudo e elaboração e revisão do manuscrito. Studies were excluded if they did not specifically record the proposed theme. Four studies were
identified, two from Bireme, one from the Web of Science, and one from PubMed searches.
Contato para correspondência:
Natália Baraldi Cunha Conclusion: Nutritionist’s professional practice is primordial in the care of the patient. He/she
helps to establish the best therapeutic plan, including nutrition therapy, in order to reduce the anxiety
E-mail: and suffering so peculiar in this approach. He/she also helps to reduce side effects caused by the
nataliabcunha@gmail.com
treatment, making pertinent nutritional orientations/counseling to the individuals. The professional
Conflito de interesses: Não can establish a relationship between the team, the patient, and their families regarding nutrition.
Thus, this professional might contribute to the improvement of patents’ quality of life.
Financiamento: Recursos próprios
Descriptors: Nutrition Therapy; Terminally Ill; Neoplasms.
Recebido: 20/02/2018
Aprovado: 12/06/2018

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Introdução prescrito13. As necessidades nutricionais (calóricas, proteicas e
hídricas) devem ser determinadas segundo a expectativa de vida,
Nos últimos anos a incidência de doenças crônicas tem aumentado sintomas, tolerância e aceitação do paciente, garantindo assim, oferta
significativamente e, estima-se que no ano de 2015, 40 milhões de de conforto e QV13. Isto faz com que intervenções nutricionais
mortes foram decorrentes de tais enfermidades1. Dentre as doenças invasivas sejam evitadas, como a terapia nutricional enteral
crônicas que apresentam maior taxa de mortalidade destaca-se o (TNE) ou a terapia nutricional parenteral (TNP), quando estas
câncer, que causou o óbito, neste mesmo ano, 8,8 milhões de pessoas não forem pertinentes ao momento do paciente 13.
no mundo2. Mundialmente, doenças oncológicas são a causa de uma
em cada seis mortes, acometendo cerca de 14 milhões de pessoas Para a avaliação da funcionalidade de pacientes oncológicos
a cada ano2. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem instrumentos como o Karnofsky Performance Status
3, este número pode elevar-se para 21 milhões em 2030, atingindo, (KPS), Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) e o
principalmente, países de baixa e média renda. Só o Brasil apontou Palliative Performance Scale (PPS), que correspondem a uma
a ocorrência de aproximadamente 600 mil casos novos de câncer nos modificação do KPS, específico para pessoas sob tratamento de
anos de 2016 e 20174. CP 13. A funcionalidade corresponde à capacidade do indivíduo
de exercer ativamente um trabalho e realizar atividades de vida
O câncer é uma moléstia na qual ocorre o crescimento desordenado diária, avaliando também a necessidade de assistência
das células, que podem espalhar-se para outros tecidos e órgãos, médica regular, dada a maior evidência da doença 13.
resultando em metástase e/ou transtornos funcionais5. Seu tratamento
visa à cura ou remissão da doença, além de controle da dor e melhora na Em razão do transtorno no âmbito familiar ocasionado
qualidade de vida (QV) do portador6, podendo ser realizado de pela redução na ingestão alimentar e pela perda ponderal
forma singular ou combinada, uma ou mais de suas modalidades involuntária 4, é importante oferecer suporte ao paciente e
terapêuticas que consistem em cirurgia, radioterapia, quimioterapia seus familiares envolvidos, com informações relacionadas a
ou transplante de medula óssea6. Outra proposta terapêutica para o estas questões, auxiliando na redução do sofrimento e
tratamento do câncer é o Cuidado Paliativo (CP). minimizando expectativas quanto aos benefícios dos alimentos
neste momento 14. Ademais, é primordial respeitar a vontade do
Segundo a OMS7, Cuidado Paliativo pode ser definido como indivíduo, pois a prescrição dietética não deve se prender
“uma abordagem que promove a QV de pacientes e seus familiares apenas em oferecer as necessidades nutricionais, ela deve,
que enfrentam doenças que ameaçam a vida, por meio da prevenção e sobretudo, prover prazer e conforto, contribuindo com a QV 9.
alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e
tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e Sendo assim, o objetivo caracterizar a associação entre a
espiritual”7. Em estágios avançados da doença ou mesmo atuação do nutricionista e a qualidade de vida de pacientes
concomitantemente ao tratamento curativo, a abordagem paliativa oncológicos em cuidados paliativos.
deve ser utilizada para melhor condução de sintomas de difícil controle e
de aspectos psicossociais relacionados à doença8. A paliação ganha
maior importância à medida que o tratamento com visão curativa Material e Métodos
perde sua efetividade8. Dessa maneira, o término de uma terapia Neste estudo, o método de pesquisa empregado foi a revisão
com proposta curativa não significa o final de um tratamento ativo, integrativa da literatura, organizada nas seguintes etapas:
mas mudança no foco da intervenção8. Deve-se priorizar a partir de identificação do problema e elaboração da pergunta norteadora
então, neste tipo de abordagem, a autonomia do paciente dentro de de pesquisa; estabelecimento das palavras-chave; organização
suas limitações e possibilitar uma sobrevida digna9, uma vez que QV da estratégia de busca a ser inserida nas bases de dados e
corresponde à percepção do indivíduo a respeito de sua posição na definição dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos; seleção
vida, no contexto de cultura e do sistema de valores10. dos artigos; definição das informações a serem extraídas dos
É fundamental que a abordagem paliativa seja realizada por trabalhos analisando os itens objetivo, metodologia, resultados e
uma equipe inter e multidisciplinar, com inclusão de nutricionistas, conclusões; avaliação dos resultados encontrados; e interpretação
médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, destes resultados ou síntese do assunto.
dentistas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais, Foi elaborada como pergunta norteadora a seguinte questão: “A
musicoterapeuta, capelão, entre outros profissionais a fim de que o atuação do nutricionista favorece a melhora na qualidade de vida
paciente e seus familiares tenham conforto, apoio e QV11-12. Desta de pacientes oncológicos em cuidados paliativos?”. Para a seleção
forma, esta abordagem deve ser humanizada, contínua e integral, dos trabalhos foram determinados como critério de inclusão
com foco no controle da dor, conforto físico e emocional, alívio dos artigos com temática alusiva à contribuição do nutricionista e da
sintomas e sofrimento, de maneira que o paciente e seus familiares nutrição na melhora da qualidade de vida de pacientes oncológicos
sejam acolhidos13. Os sintomas, quando não controlados, influenciam em cuidados paliativos, sendo consideradas publicações em
negativamente a QV, modificando as atividades de vida diárias, bem inglês e português dos últimos 6 anos (2012 a 2017). Também
como ingestão alimentar e, consequentemente, o estado nutricional, foram escolhidos somente artigos completos originais e revisões
além de prejudicar as relações interpessoais e psicossociais13. (integrativas ou sistemáticas), publicados nas bases bibliográficas
Dentre o controle de sintomas, ao que concerne à nutrição, é eletrônicas na plataforma Bireme (que abrange Lilacs, Coleciona
imprescindível recorrer a meios que previnam manifestações SUS  e Medline), Pubmed, Web of Science, Scopus, Cinahl e
nutricionais e gastrointestinais causadas pela própria patologia e por Embase. Foram excluídas publicações que, embora citassem a
efeito colateral de medicamentos, como inapetência, perda ponderal, nutrição e oncologia, não se referenciavam aos cuidados paliativos
xerostomia, disgeusia, náuseas, vômitos, diarreia, constipação oncológicos.
intestinal, desidratação e desnutrição, além de amenizar repercussões já Para composição da estratégia de busca foram utilizadas as
instaladas9. No entanto, ainda é discutível se a alimentação
palavras-chave: nutricionista, cuidados paliativos e câncer. Vale
contribui ou não positivamente para a QV e redução do sofrimento do
ressaltar que estas palavras foram selecionadas a partir dos descritores
indivíduo em CP.
no DECs e MeSH. As estratégias de busca utilizadas neste estudo
Pacientes oncológicos em CP apresentam, em sua maioria, um foram nutricionista(s) (nutritionist(s)) ou dietista(s) (dietitian(s)/
déficit no estado nutricional, que pode não ser recuperado com a dietician(s)); cuidado(s) paliativo(s) ou assistência paliativa (palliative
terapia nutricional (TN), uma vez que a conduta sob essa proposta care/palliative treatment(s)/palliative therapy/palliative surgery/
não assegura a total ingestão ou administração do aporte nutricional surgery palliative); neoplasia(s) (neoplasia(s)) ou câncer (cancer(s))

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ou cancro ou tumor(es) (tumor(s)) ou neoplasma(s) (neoplasm(s)). Conteúdo da revisão
Para a seleção das publicações, foi realizada a leitura de cada título Pacientes oncológicos em CP enfrentam diversas alterações
e resumo a fim de verificar se contemplavam a pergunta norteadora relacionadas à alimentação, como a perda ou diminuição da capacidade de
desta investigação e se atendiam aos critérios de inclusão e exclusão deglutição e digestão, redução na palatabilidade dos alimentos, má
estabelecidos. Após selecionados, foi realizada a leitura completa absorção de nutrientes, desinteresse e recusa dos alimentos de maior
para composição deste trabalho. preferência, estando estes sintomas associados aos fármacos utilizados
para tratamento e à própria doença que leva ao comprometimento
do estado nutricional e da QV19. Dentre os sintomas que podem
Resultados da Seleção afetar diretamente o estado nutricional, encontra-se a mucosite oral,
Em relação aos mecanismos de buscas, foram encontrados observada como principal efeito agudo em pacientes que realizam
187 artigos ao todo, sendo estes divididos em 25 artigos da base radioterapia na cavidade bucal, sendo consequência de um processo
bibliográfica Bireme, 17 artigos da base Pubmed, 114 da Embase, inflamatório local. Provoca dor intensa, dificuldade de alimentação
3 artigos da base Web of Science, 6 da Cinahl e 22 pertencentes à e odinofagia, dificuldade para falar e realizar higiene oral15. É
base bibliográfica Scopus. importante ressaltar que, mesmo em CP, o indivíduo pode receber
tratamentos associados, como a radioterapia ou a quimioterapia13.
Ao final da pesquisa foram selecionados e incluídos no estudo
para análise e discussão um total de 4 artigos, obtidos da seguinte A orientação nutricional, quanto ao tipo de alimentação no período
forma: 2 da base Bireme, 1 da base Pubmed e 1 pertencente à base de reabilitação do tratamento paliativo, é essencial para melhora da
Web of Science. Os demais foram excluídos por não fazerem alusão sintomatologia, possibilitando ao paciente ingerir maior variedade
ao tema após aplicar os critérios de exclusão. Quanto à metodologia e quantidade de alimentos, através de uma dieta adequada, com
aplicada pelos autores dos artigos encontrados, 2 originam-se de condutas dietoterápicas que respeitem a sua vontade e assegurem
revisão integrativa, 1 é oriundo de estudo quantitativo descritivo e assim, melhora em sua QV15. O uso de condutas individualizadas
1 de pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva. Os dados sobre possibilitam benefícios como o aumento da ingestão alimentar e a
os trabalhos selecionados estão apresentados no quadro 1. promoção da socialização através da participação em refeições

Quadro 1. Referências selecionadas para a revisão e análise.


A atuação do nutricionista favorece
Autores e Base
Objetivos Métodos Resultados a melhora na qualidade de vida de
bibliográfica
pacientes oncológicos?
Schirmer, Ferrari Avaliar a evolução Estudo quantitativo, prospectivo, com Após as intervenções nutricionais e médicas, A orientação ao paciente quanto ao
e Trindade 201215 da mucosite oral em pacientes oncológicos em cuidados houve aumento no número de refeições/ tipo de alimentação nesse período de
(Bireme) pacientes oncológicos paliativos. Aplicado questionário composto dia e redução na presença de mucosite e, reabilitação é muito importante para
atendidos pelo serviço de por questões relacionadas ao número de consequentemente, na restrição quanto à melhora da sintomatologia, possibilitando
cuidados paliativos, após refeições/dia, consistência das refeições, consistência da dieta. Houve redução também ao paciente ingerir maior variabilidade e
a intervenção e orientação medicamentos em uso e queixas orais como em relação às queixas orais. quantidade de alimentos, seguindo uma
médica e nutricional, além disgeusia, xerostomia, hiporexia, anorexia e dieta adequada, através de uma conduta
de analisar de que forma candidíase. Além de inspeção da cavidade dietoterápica que respeite a vontade do
a mucosite interfere na oral. Em dois momentos: 1 ª consulta e indivíduo e assegurando assim, melhora
ingestão alimentar dos retorno após 15 dias. na qualidade de vida do paciente.
pacientes.

Shaw & Eldridge, Analisar os problemas Revisão integrativa da literatura, sem No corpo do artigo os autores discorrem, O estudo aponta que o suporte nutricional
2015(16) nutricionais enfrentados descrição detalhada dos métodos. com base nos estudos encontrados, sobre sob a forma de orientações dietéticas
(PubMed) pelos pacientes paliativos, as “problemas nutricionais”, “identificação da ou suplementos nutricionais orais não
questões éticas que apoiam desnutrição”, “considerações éticas na provisão produziu impactos positivos sobre a
a tomada de decisões e de nutrição”, “representação da comida para mortalidade ou morbidade em pacientes
os métodos de suporte pacientes e cuidadores”, “evidências para em cuidados paliativos, no entanto,
nutricional disponíveis. interveções nutricionais em cuidados paliativos”, o apoio nutricional mostrou ter um
“uso de ácidos graxos w-3 em suplementos efeito positivo na qualidade de vida,
nutricionais”. particularmente naqueles que estão
desnutridos.
Pinto & Campos, Contextualizar o papel do Revisão integrativa da literatura, sem Ao longo do estudo são discutidas questões No contexto dos cuidados paliativos
201617 Nutricionista nos cuidados descrição detalhada dos métodos. sobre “cuidados paliativos – definições e oncológicos, a ação dos nutricionistas se
(Web of Science) paliativos oncológicos conceitos relevantes”, “cuidados paliativos em apresenta como um importante fator para
e discutir os fatores oncologia – visão integrativa”, “importância da a qualidade do serviço oferecido e os
envolvidos na integração de intervenção nutricional em cuidados paliativos bem-estar dos pacientes e suas familías.
Nutricionistas neste tipo de oncológicos – considerações gerais”, “o papel do
serviços. nutricionista nos serviços de cuidados paliativos
oncológicos”, “a integração de nutricionistas em
serviços de cuidados paliativos – panorama e
fatores envolvidos”.

Costa & Soares, Compreender os sentidos e Pesquisa qualitativa, exploratório- Participaram 14 pacientes oncológicos A alimentação nos cuidados paliativos
201618 significados da alimentação descritiva, de perspectiva interpretativa adultos e 14 cuidadores. Os pacientes se oncológicos continua influenciada por
(Bireme) e nutrição nos cuidados com a realização de entrevistas semi- alimentavam por via oral, sendo que apenas inúmeras variáveis e está associada à
paliativos oncológicos para abertas, audiogravadas, guiadas por 1 mantinha gastrostomia como via alternativa saúde e à qualidade de vida. Sendo o
pacientes e cuidadores. três perguntas sobre as mudanças na de alimentação. A ideia central mais frequente nutricionista o profissional dessa área,
alimentação com o processo da doença, foi: se não comer, não pode viver, presente este tem importante papel como difusor
a adaptação e as estratégias utilizadas, e no discurso de 100% dos pacientes e 78% da aceitação do morrer e da construção
os sentidos e significados da alimentação dos cuidadores analisados. Os discursos dos de uma boa morte, implicando num
e nutrição para pacientes e cuidadores brasileiros e portugueses se complementam, grande desafio transformar o espaço
nos cuidados paliativos. Dados clínicos existindo mais semelhanças do que diferenças hospitalar destinado aos cuidados dos
e sociodemográficos foram coletados no aspecto alimentação e nutrição nos cuidados doentes, singularizar o atendimento e ter
dos prontuários e com os entrevistados. paliativos oncológicos entre Brasil e Portugal. a sensibilidade adequada para entrar em
As entrevistas foram realizadas durante contato com o sofrimento do outro.
internação hospitalar no Brasil e em
Portugal.

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com amigos e familiares, favorecendo, assim, a QV de recuperar o bem-estar do indivíduo28. Assim, o nutricionista é um dos
pacientes oncológicos em CP20. profissionais responsáveis por oferecer recursos e esclarecimentos
sobre o tratamento ao paciente e seus familiares9.
Intervenções multidisciplinares, viabilizam o cuidado integral
ao paciente, propiciando melhor escolha da terapia medicamentosa e No que se refere às recomendações nutricionais para pacientes
dietoterápica, reduzindo possíveis efeitos adversos do tratamento, oncológicos em CP, há variações quanto ao volume, nutrientes e calorias
controlando sintomas como inapetência, náusea, vômito, disgeusia, conforme sobrevida e sintomatologia do doente28. Para determinar os
xerostomia e candidíase oral/mucosite20, bem como amparo à sua objetivos e a efetividade da TN, é imprescindível considerar aspectos
família, sendo que, dentro deste âmbito, o profissional nutricionista clínicos e psicológicos, funcionalidade, expectativa de vida,
deve estar ciente dos fundamentos dos CP e do significado da estado nutricional, aceitação e ingestão alimentar, além da
alimentação neste contexto21. integridade do trato gastrointestinal (TGI)13.
A alimentação exerce importante função na vida do ser humano, É válido destacar que a TN modifica-se conforme o curso da doença.
pois não se limita apenas ao papel fisiológico, mas abrange também No tratamento paliativo inicial, a intervenção nutricional auxilia o
os âmbitos social e emocional20. A alimentação em CP oncológicos é paciente a lidar com demandas metabólicas, prevenção de infecções e
influenciada por diversos fatores e está ligada à saúde e à QV, visto bem-estar geral. Em estágio avançado, o foco é maximizar prazer,
que em alguns casos os cuidadores persistem em ofertar alimentos conforto e QV26. Assim, o paciente em CP pode ser diferente de um
aos pacientes na esperança de que melhorem seu estado de saúde ou paciente em estado terminal, e cabe ao profissional o discernimento
permaneçam por mais tempo em vida. Há também a ideia, por parte para identificar tais situações e assim optar pela melhor conduta,
dos entrevistados, de que se a pessoa, ainda que em CP, continua viva, priorizando a QV9.
sua morte não pode e não deve ser antecipada, mas sim, respeitada18.
A oferta da alimentação pode ocorrer por via oral (VO) ou ainda,
Dessa forma, o nutricionista tem papel importante na difusão da
em casos nos quais o paciente não apresente condições de alimentar-
aceitação do morrer e da construção de uma boa morte, devendo
se e hidratar-se por VO, após analisar a individualidade do paciente, é
apresentar a sensibilidade de entrar em contato com o sofrimento do
possível optar por vias alternativas e artificiais de nutrição, como a
outro18.
terapia nutricional enteral (TNE) e a terapia nutricional parenteral
Pacientes em CP apresentam a anorexia como um dos sintomas (TNP), que podem agir de forma complementar ou exclusiva, sendo,
mais comuns ao longo do tratamento. Este sintoma traz consigo perda no entanto, métodos mais invasivos27.
ponderal intensa e, consequentemente, alterações na imagem corporal.
Ainda assim, a alimentação deve ser introduzida, preferencialmente,
Tais alterações provocam piora na QV, uma vez que, ao perceber as
por VO, por ser considerada mais fisiológica e natural, desde que
mudanças corpóreas, traz para o enfermo a conotação de que a morte se
aproxima, levando a perda da autonomia e debilidade física e o paciente apresente, além de desejo em recebê-la, integridade do
mental22. Assim, para estes pacientes, não poder ou não conseguir TGI9,18. Devem-se priorizar alimentos da preferência do paciente,
alimentar-se, significa uma piora do estado geral18. com refeições realizadas com posicionamento adequado, em locais
tranquilos e agradáveis, que possibilitem a interação social; os pratos
Dada a complexidade do papel atribuído à alimentação no CP, há devem ser atrativos em formas e cores21. A ingestão oral torna-se
relatos controversos sobre a oferta da alimentação ou TN para estes mais eficiente quando o foco é “o que gosta” ao invés de “o que é
indivíduos. Em virtude da escassez de comprovações científicas certo ou de melhor valor nutricional”, cabendo ao profissional adequar
para modelos de alimentação nestes casos ou ainda para a decisão de os alimentos quanto a formas e sabores, a fim de manter satisfatório
alimentar ou não este paciente, e sabendo-se que há forte influência e duradouro o consumo alimentar VO28. Quando houver necessidade do
cultural envolvendo a questão alimentar18, a equipe multiprofissional
uso de suplementos nutricionais orais, estes devem ser servidos fora
enfrenta dilemas entre fornecer ou não a nutrição. Os profissionais
das embalagens originais, com o intuito de facilitar a aceitação21.
envolvidos devem estar aptos para identificar os benefícios e a melhor
via de alimentação, considerando a QV, o respeito pelo desejo do Em situações de insuficiência total ou parcial da ingestão de
paciente e abertura deste e de sua família acerca da comunicação alimentos VO, é possível associar a TNE e/ou TNP, sendo a TNE
apropriada sobre o tema, a fim de possibilitar que os envolvidos no sempre prioritária em relação à TNP, desde que esteja preservada
tratamento participem de forma consciente em relação à escolha da a integridade do TGI9,29, por questões de resposta fisiológica, QV e
dieta18,23. Quando o paciente não estiver em condições de optar por custo29. No entanto, tais vias podem ser acompanhadas de dor e
seu tratamento, como em casos comatosos ou de confusão mental, é limitações nas atividades de vida diária28, o que pode ser degradador
importante que a decisão seja tomada pela equipe juntamente com a para a QV.
família18.
A TNE, quando indicada para otimizar a QV do paciente, deve ser
A alimentação em CP deve priorizar prazer, conforto emocional, uma opção flexível, de modo que não se ofereça volume e
diminuição da ansiedade, aumento da autoestima e da independência, energia maiores do que o tolerado pelo paciente, evitando assim,
além de viabilizar maior integração e comunicação com os efeitos adversos secundários25,29. Pode ser administrada em bolus,
familiares24. O apoio nutricional tem efeito benéfico na QV de bomba de infusão ou meio gravitacional, desde que esta opção seja
pacientes oncológicos em CP, embora não tenha impactos positivos escolhida pelo paciente e seus cuidadores25,29. É imprescindível que
sobre a mortalidade ou morbidade com a TN. Este fato provavelmente a decisão de introduzir a TNE seja tomada pela equipe
deve-se ao fato de que estudos em CP têm menor duração e, alguns multiprofissional, de maneira individualizada para o caso, com
destes, abordaram estratégias e intervenções ao mesmo tempo16. ética e em acordo com o doente, seus familiares e cuidadores,
com ciência dos riscos e benefícios19.
Aspectos psicossociais da alimentação não são abordados em
ferramentas de triagens e, portanto, questões como experiências Como principais riscos da TNE podem-se citar a inserção da
sobre a ingestão de alimentos, bem como as barreiras enfrentadas ao sonda, que pode ser via nasogástrica, gastrostomia ou
alimentar-se, além do papel da família, dos cuidadores e dos alimentos jejunostomia25, sobrecarga de fluidos e sintomas
para o paciente devem ser incluídas na rotina16, a fim de ampliar a visão gastrointestinais (aspiração, náuseas, vômitos e diarreia, por
quanto aos cuidados do paciente. Dessa forma, o apoio nutricional e exemplo); enquanto os benefícios que podem ser observados são
orientações dietéticas relacionadas à quantidade, consistência e manutenção ou prevenção da piora do estado nutricional, aumento
frequência de ingestão devem ser realizadas para o paciente e sua na expectativa de vida, melhora na QV e funcionalidade19. Neste
família, de modo que os auxiliem a lidar com questões que tangem à momento, é necessária uma comunicação clara e sensível para
alimentação e seus obstáculos neste período25, visando manter ou que a família, bem como o paciente, estejam nitidamente

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informados quanto aos riscos e beneficios da decisão para que, também o impacto de sua atuação nos resultados dos pacientes,
primordialmente, reduza-se angústia e ansiedade19. que provavelmente não serão voltados à dietética, mas sim, à QV e
A TNP possui poucas aplicações em pacientes paliativos, salvo estado psicológico destes pacientes31.
em condições de TGI não funcional, vômitos intratáveis e
fístulas ou obstruções intestinais9,25,29. Embora haja controvérsias Em uma Unidade de Cuidados Paliativos (UCP), o nutricionista
quanto à indicação desta via nesses pacientes, os casos que desempenha papel valoroso no acompanhamento diário do paciente18. É
apresentam melhor prognóstico e sobrevida superior a 3 meses imprescindível que este conheça o prognóstico da doença e a
podem beneficiar-se com a TNP e apresentar melhora na QV9,30. expectativa de vida do enfermo, além de sintomas apresentados e estado
nutricional, para que então, instruído de todas essas particularidades,
Em pacientes terminais, a TNP parece não oferecer melhora
seja possível estabelecer a TN mais indicada em comum acordo com o
da sobrevida, nem do estado nutricional9,25. Existem critérios
paciente, seus familiares e a equipe18. Dessa forma, entende-se que, a
específicos de indicação dessa TN19 e deve ser ponderada
despeito do papel expressivo do nutricionista em CP, a estratégia de
pelos profissionais, pois além de dispensiosa, pode implicar
assistência alimentar e nutricional é um processo conjunto, o qual faz
em complicações, como, por exemplo, alterações metabólicas
parte do plano terapêutico traçado em equipe multidisciplinar17.
como a hiperglicemia, alteração de eletrólitos, risco de infecção de
cateteres, pneumonias e sepses9,21,25,29, que precisam ser monitoradas
de perto e diariamente por uma equipe especializada16. Assim,
para que não se torne uma medida fútil, precisa ser muito bem
Conclusão
avaliada pela equipe multiprofissional9,25. O profissional nutricionista, no contexto multidisciplinar de
CP oncológico, tem papel fundamental na evolução favorável do
A oferta da hidratação também traz discussões contraditórias, uma
paciente, auxiliando a equipe a traçar o melhor plano terapêutico
vez que pode prolongar a vida, fato que, em alguns casos, pode não
no que diz respeito à nutrição, contribuindo com conhecimento
ser desejado. Contudo, a hidratação, tal qual a alimentação, torna-
técnico inerente à área e com informações relevantes sobre hábitos
se uma necessidade básica do indivíduo19,22. Quanto ao provimento
alimentares prévios e o significado do alimento para o paciente em
da hidratação, assim como na nutrição, deve ser realizado,
CP. Esta abordagem visa favorecer a redução da angústia e sofrimento
primordialmente, por VO. Na impossibilidade de uso desta via, é
tão peculiares a este paciente, colaborando para a redução dos
permitido a administração via entérica, endovenosa, protóclise ou
efeitos colaterais ocasionados pelo tratamento, e também realizando
hipodermóclise, sendo esta última a mais adequada por ser menos
orientações nutricionais de acordo com as condições físicas e
invasiva e de fácil manipulação, assegurando maior conforto e
psicológicas desses indivíduos, além de construir relação de vínculo
QV ao paciente21.
entre a equipe, o paciente e seus familiares sobre a alimentação. A
Ofertar ou não a alimentação ou TN ao paciente em CP, exígua literatura relacionada ao tema traz ainda dubiedades quanto às
coloca a equipe multiprofissional em situação de dilema ético melhores condutas de TN a serem definidas em CP e quanto ao exato
envolvendo os princípios da autonomia, da beneficência e não papel do nutricionista nesta abordagem. À vista disso, são necessárias
maleficência e justiça, visto que TN agressivas não são efetivas e novas pesquisas que abordem atuação do nutricionista em pacientes
podem tornar o tratamento mais estressante, desconfortável e oncológicos em CP, possibilitando a construção de novas propostas e
danoso à QV dos pacientes9,18,21-22. A autonomia defende poder de diretrizes de atendimento a estes indivíduos.
escolha do paciente; a beneficência preconiza aliviar o sofrimento,
não maleficência infere em não prejudicar o caso e a justiça Referências
corresponde a proporcionar boa QV18, tais princípios alicerçam os
direitos do paciente em opor-se ou questionar o tratamento proposto22.
1. World Health Organization - WHO [homepage na Internet]. 2017 [acesso em 2018 Jan
Quando o próprio paciente opta por não se alimentar mais, esta 9]. World Health Estatistic. Global Health Observatory (GHO) data; [aproximadamente 2 telas].
Disponível em: http://www.who.int/gho/publications/world_health_statistics/en/.
decisão deve ser respeitada do ponto de vista ético. Porém, quando a
decisão é determinada em decurso de depressão, a fim de apressar a 2. World Health Organization - WHO. [homepage na Internet]. 2017 [acesso em 2018 Jan 9].
Cancer. Guide to cancer early diagnosis; [aproximadamente 2 telas]. Disponível em: http://www.
morte, pode ser revertida se tratada a saúde mental22. Situações como who.int/cancer/publications/cancer_early_diagnosis/en/.
estas impactam diretamente o profissional nutricionista, responsável
3. Nações Unidas no Brasil - ONUBR. [homepage na Internet]. 2017 [acesso em 2018 Jan
pelo fornecimento de informações e elucidações acerca da dieta para 9]. OMS: cancer mata 8,8 milhões de pessoas anualmente no mundo; [aproximadamente 3 telas].
o paciente, familiares e cuidadores18. Disponível em: https://nacoesunidas.org/oms-cancer-mata-88-milhoes-de-pessoas-anualmente-
no-mundo/.
Embora o cuidado nutricional e alimentar seja visto no contexto
4. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Da Silva - INCA. [homepage na Internet].
de CP como uma prática interdisciplinar, a atuação do nutricionista 2016 [acesso em 2018 Jan 9]. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. [aproximadamente
é um fator significativo para a qualidade do serviço oferecido e o 3 telas]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/campanhas/dia-nacional-de-combate-ao-
bem-estar dos pacientes e seus familiares, visto que este profissional cancer/2015/estimativa-2016-incidencia-de-cancer-no-brasil.
agrega valor ao processo de cuidado alimentar e nutricional através da 5. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Da Silva - INCA. ABC do câncer:
efetivação de rotinas para avaliação e intervenção nutricional. Além abordagens básicas para o controle do câncer. Rev Atual. 2017;3:13-14.
disso, facilita a execução e versatilidade das rotinas alimentares nas 6. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA [homepage na Internet].
instituições, traz melhoria do aconselhamento alimentar e nutricional [acesso em 2018 Jan 9]. Tratamento do câncer; [aproximadamente 1 tela]. Disponível em: https://
www.inca.gov.br/tratamento.
personalizado e ajuda na formação de vínculo para diálogo entre
paciente, familiares, cuidadores e outros membros da equipe com 7. World Health Organization - WHO. National cancer control programmes: policies and
managerial guidelines [monografia na Internet]. Geneva: WHO; 2002 [acesso em 2018 Jan 9].
relação a assuntos pertinentes a alimentação, nutrição e TN17. Disponível em: http://www.who.int/cancer/media/en/408.pdf.
O nutricionista tem papel único em serviços de CP em vários 8. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA [homepage na Internet].
âmbitos, desde avaliações nutricionais e desenvolvimento de planos 2018 [acesso em 2018 Jan 9]. Cuidados paliativos; [aproximadamente 11 telas]. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/tratamento/cuidados-paliativos.
de cuidados, até conexão com serviços de alimentação, apoio
psicológico ao paciente e seus familiares e, ainda, com pesquisa e 9. Corrêa PH, Shibuya E. Administração da terapia nutricional em Cuidados Paliativos Rev
educação31. No entanto, tais profissionais apresentam necessidade de Bras Cancerol. 2007;53(3):317-23.
maior reconhecimento por parte dos órgãos profissionais e serviços 10. World Health Organization - WHO. Health statistics and information systems [homepage na
planejadores do papel do nutricionista em CP. São necessários mais Internet]. WHO [acesso em 2018 Jan 14]. WHOQOL: measuring quality of life [aproximadamente 3
telas]. Disponível em: http://www.who.int/healthinfo/survey/whoqol-qualityoflife/en/.
programas educacionais para nutricionistas em CP, o estabelecimento
de uma rede profissional e a substancialidade de mais pesquisas 11. Cardoso DH, Muniz RM, Schwartz E, Arrieira ICO. Cuidados Paliativos na assistência
hospitalar: a vivência de uma equipe multiprofissional. Texto Contexto Enferm. 2013;22(4): 1134-41.
para documentar não apenas o papel do nutricionista nesta área, mas

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