Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
clínica-escola
precisam tratar das questões de sua origem, do sentido de si, precisam superar o enigma
enlouquecedor de um lugar que lhes permita iniciar-se. Portanto, o sintoma dos pais, nesses
casos, não afeta as crianças via mecanismos de identificação projetiva, formadores de
sintomas que ocultam uma dinâmica familiar, mas no sentido de suas existências. (Fantini,
2006, p.178)
[...] uma pessoa ( o paciente) pede que a ajudem, e outra (o psicólogo) aceita o pedido… É
uma situação bi-pessoal (psicólogo-paciente ou psicólogo-grupo familiar), de duração
limitada, cujo objetivo é conseguir a descrição e compreensão, o mais profunda e completa
possível, da pe
ntes (diagnóstico) e futuros (prognóstico) desta personalidade, utilizando para alcançar tais
objetivos certas técnicas (entrevista semidirigida, técnicas projetivas, entrevista de
devolução)... Uma vez alcançado um panorama preciso e completo do caso, incluindo os
aspectos patológicos e os adaptativos, tratamos de formular recomendações terapêuticas
adequadas. (p. 17)
Uma relevância especial deve ser dada a ideia de que se trata e um pedido
de ajuda que se efetiva no encaminhamento: recomendações terapêuticas
adequadas que estão distribuídas por todo o processo, onde o espaço entre a
entrevista inicial e final e preenchido com uma sequência de devolutivas parciais
objetivando intensificar os resultados terapêuticos deste procedimento.
Entre os anos 70 e 80, a proposta terapêutica da clínicas-escola de Psicologia
estava propiciada no modelo de atendimento do consultório particular, estando
completamente inadequado para as necessidades da população que necessitava e
utilizava o serviço, e foi necessário realizar uma intensa revisão de conceitos
teóricos e de práticas clínicas, de modo a encontrar alternativas que de fato
atendesse a comunidade, visando aproximar a Psicologia clínica da realidade social,
confirmando que o atendimento em instituições e diferente do praticado no
atendimento particular. Como resultado de um longo processo de negociações
institucionais, firmando-se no debate teórico instaurado entre as teorias psicológicas
e buscando pela especificidade do atendimento clínico em instituições, constitui-se
o psicodiagnóstico interventivo rupal como método de avaliação psicológica das
crianças que iniciam seu atendimento na Clínica-escola. A Universidade Paulista,
oferece este modelo de atendimento grupal em seu CPA (Centro de Psicologia
Aplicada). Neste formato de condução da avaliação psicológica, o dispositivo do
grupo foi introduzido para potencializar os efeitos interventivo, uma vez que:
como referência a experiência do jogo da espátula… como modelo norteador para todo o
processo psicodiagnóstico, procurando ajudar o paciente e suas famílias a terem uma
experiência completa e integrada, podendo se despedir do psicólogo que conduziu o
psicodiagnóstico e ansiando por um novo encontro… quando for o caso de um
encaminhamento. Ou seja, lemos o processo como tendo um momento inicial de hesitação,
no qual o paciente explora o território terapêutico e busca estruturar um campo de
comunicação. No segundo momento, que corresponde ao brincar com a espátula, o paciente
realiza a comunicação que precisa enunciar e, neste momento, as intervenções do terapeuta
seriam mais produtivas e o paciente viveria a experiência de ser compreendido. No terceiro
momento, que corresponde ao jogar a espátula e desinteressar-se pelo jogo, o paciente pode
“ir embora” e deixar o terapeuta por ter tido uma experiência completa que resulta na
possibilidade de colocar a sua questão em devir. Neste momento, é importante que o
terapeuta não se coloque como uma presença necessária e excessiva. (Fantini & Guimarães,
2013, pp. 84-85)
REFERÊNCIA