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HUMANIZAÇÃO NA

PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR

RU:2707148
SANTOS, Valerio Xavier Dos.2

RESUMO

Este estudo foi feito com a intenção de valorizar a saúde do paciente,


acolhendo e trabalhando em equipe para sua melhor evolução, planejando
atividades que estimule o desenvolvimento cognitivo, fisico, emocional e afetivo.
Escolheu-se o Hospital de Caridade de São Jerônimo/RS, para a aplicação do
estudo bem como, o conhecimento da funcionalidade da instituição e
acompanhamento da equipe técnica pertinente para a realização do mesmo.
Os resultados coletados neste trabalho, apresentam satisfatóriamente a união
da teoria com a prática, com saldo positivo na aplicação do estudo, com redução do
tempo de internações e melhor satisfação dos pacientes.

Palavras-chave: Humanização. Contexto Hospitalar. Psicopedagogia. Medicina.


INTRODUÇÃO

A humanização vem se destacando cada vez mais como uma ferramenta


de comunicação na área da saúde e junto com a psicopedagogia hospitalar
formam uma parceria essencial para o processo de evolução do paciente,
mostrando a importância do respeito e da compreensão das necessidades do
paciente.
A falta da humanização nos atendimentos na área da sáude e na formação
educacional dos profissionais, geram muitas dificuldades para os usuários, pois o
objetivo é fazer o paciente se sentir acolhido, aprender sobre si mesmo, ajudá-lo
no seu tratamento e ajudar a superar suas dificuldades.
Atualmente existem muitos projetos que trabalham com a utilização da
psicopedagogia com o paciente, entre eles, é possível citar o de maior
conhecimento a nível nacional da ONG Doutores do Riso, onde voluntários
utilizam a forma lúdica para o benefício do bem-estar de pacientes oncológicos e
paleativos. São inúmeros os projetos que de alguma forma possibilita a
humanização do atendimento hospitalar. Outro projeto que tem destaque no
mundo inteiro é o “Make a Wish”, onde através da coleta de doações, o instituto
realiza sonhos de pacientes paleativos e com doenças terminais.
O tema é de extrema relevância que já é possível encontrar discussões
sobre o assunto nas mais diversas cadeias da sociedade, e principalmente
inspirada inicialmente com o auxílio de meios comuns de comunicação. Pode-se
citar aqui, por exemplo, o filme Patch Adams, que visa a humanização do
atendimento através da realização de desejos dos mais diversos pacientes.
Desta forma, compreende-se que o sorriso e a atenção pode ser um fator
eficaz para a melhora de algumas doenças e na dificuldade de aprendizagem com
atividades e brincadeiras lúdicas, refletindo sobre a empatia que devemos ter uns
pelos outros, mostrando que o papel do psicopedagogo não é somente na
aprendizagem, mas também na área da sáude, com ajuda de uma equipe
multiciplinar e colaborando com o paciente no processo de cura.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a compreensão direta da psicopedagogia é preciso a análise e


conjunção de duas ciências distintas, a psicologia e a pedagogia.
A caracterização do termo psicologia se deu na grécia antiga, pela união do
conceito de psyché, que significa alma, e logos, que significa estudo, sendo assim,
considera-se a psicologia como o estudo da alma. É fato que atualmente não se detém
apenas a essa compreensão, pelo avanço tecnológico e estudos clínicos, entende-se que a
psicologia é o estudo do comportamento humano e das ações do cérebro.
Para Soler (2020) a psicologia serve como,
“campo de conhecimento referendado pelo objeto que se
destina a análise, qual seja, o estudo da subjetividade e
do comportamento humano nos mais variados contextos
existenciais, tem seu aparecimento marcado na
modernidade em que a razão não estava mais submetida
à fé, em que o capitalismo transformara o servo – e sua
relação com a terra – em trabalhador fabril e
consumidor das mercadorias responsáveis pela
manutenção de um determinado mercado.” (Soler. 2020.
p, 35)

Já a pedagogia para Saviane (2007) é, “uma ciência autônoma porque tem uma
linguagem e um método próprios, o que lhe possibilita gerar um corpo de conhecimentos,
experimentações e técnicas para a construção de modelos educativos.”
Partindo da unificação destes dois conceitos, de propriedade deste autor, pode
compreender-se que a psicopedagogia é a união de duas ciências, que visam a facilitação da
forma de aprendizagem, seja por métodos exclusivo de uma ou das duas ciências,
capacitando o individuo na forma intelectual e cognitiva para a aprendizagem.
Bossa (2000), caracteriza a psicopedagogia como a objetivação a aprendizagem
humana, suas formas de aprendizagem, suas variantes e fatos determinantes, e como ocorrem
as alterações de aprendizado e sua prevenção.
Aproximando do objeto de estudo presente, Ale (2020) cita que a psicopedagogia
hospitalar
“se ocupa fundamentalmente dos problemas e
dificuldades de aprendizagem apresentados pelo aluno
durante o período em que ele se encontra internado em
um hospital ou em outros espaços onde se realizam
serviços de saúde.” (Ale.2020.p,25)

Não só obstante a isso, através da vivência também percebeu-se que o papel do


profissional psicopedagógico compreende também o ensino da importância da utilização dos
remédios e outras atividades correlacionadas as áreas da pscicologia.

METODOLOGIA

Com o intuito do desenvolvimento de forma mais correta, o conhecimento empírico é


o que norteia a base da busca pelas informações e construção deste trabalho.
Para Zanella (2013), o conhecimento empírico é “ o estágio mais elementar do
conhecimento, baseado em observações sobre a vida diária, fundamentado em experiências
vivenciadas e transmitidas de pessoa para pessoa.”
Desta foma, somente o acompanhamento diário e o conhecimento sobre a rotina de
tratamentos de cada paciente estudado possibilitou que a unificação entre teoria e prática. A
importância da pesquisa empírica, permite que exista um contato de forma exploratória sem
de fato que exista parametros pré definidos para o conhecimento das necessidades do paciente
tornando assim, não somente o atendimento, mas o conhecimento de forma mais humanizada,
conforme a proposta apresentada neste estudo.
Já para os objetivos de pesquisa, determinou-se que a pesquisa exploratória, era a
melhor escolha para coleta dos dados.
Compreende-se ainda de Zanela (2013), que a pesquisa exploratória tem como
objetivo principal a ampliação do conhecimento sobre fenômenos específicos.
Köche (2011) apresenta que “O objetivo fundamental de uma pesquisa exploratória é
o de descrever ou caracterizar a natureza das variáveis que se quer conhecer.”
Sendo assim, precisou-se um conhecimento explorátorio sobre a realidade, terapias e
histórias de vida de cada paciente para que a psicopedagogia pudesse ter sido aplicado da
melhor forma, visto que a ciência aqui apresentada não existe um padrão e benefício sem o
conhecimento de fatos em um âmbito geral.
Por fim, dentre os possíveis métodos apresentados, o qualitativo foi o escolhido por
entender que ao fim dessa pesquisa deseja-se compreender a efetivade do estudo e o
acompanhamento na melhora do quadro do paciente não focado em respostas objetivas, mas
sim se houve melhora do paciente, e outros fatores determinantes que impliquem na aplicação
da psicopedagogia hospitalar.
Pode-se definir a característica da pesquisa qualitativa como
“a pesquisa qualitativa é descritiva, pois se preocupa em
descrever os fenômenos por meio dos significados que o
ambiente manifesta. Assim, os resultados são expressos na
forma de transcrição de entrevistas, em narrativas,
declarações, fotografias, desenhos, documentos, diários
pessoais, dentre outras formas de coleta de dados e
informações.”
(Triviños. 1987. P.128)

Partindo deste pensamento, foi detectado que as formas de coletas de dados se


enquadravam, como transcrição de entrevistas, declarações, documentos e histórico de saúde
física e psicológica dos pacientes, se encaixava da melhor forma.

DESENVOLVIMENTO

Esta etapa obteve grande importância, pois foi acompanhado o processo de


evolução do paciente, ajudando-o em suas dificuldades, na assimilação de
conhecimento e na humanização, contribuindo significativamente para o
entendimento das dificuldades de aprendizagem, tanto no emocional e a afetiva.
O presente trabalho foi desenvolvido através da participação de projetos e
treinamentos, atendimentos com os colaboradores da instituição, avaliações
psicopedagógicas, visitas de acolhimento nos leitos hospitalares; e através dessas
visitas, na ajuda a estimulação cognitiva e as limitações emocionais, proporcionando
uma internação mais agradável para o paciente . Através da escuta e da atenção
necessária nesta ocasião, foi adaptado o atendimento a diversos casos
considerados delicados, desde pacientes com tentativa de suicido, pacientes
depressivos, com transtornos mentais, carência, pacientes usuários de drogas e
entre outros. Cada caso apresentou suas particularidades, mas através da aplicação
da teoria apresentada durante o curso, foi aplicado o suporte para o paciente de
uma forma mais humanizada, para que ele seja encaminhado para seu devido
tratamento instrumentalizando e aprendendo e o auxiliando na auto-ajuda e
autoconhedimento durante seu processo de cura..
Durante essa experiência, foram destacados alguns objetivos, como escutar o
paciente e o familiar para a avaliação, promover caminhos e alternativas que facilite
o processo de ensino-aprendizagem e por fim focando na qualidade de vida dos
pacientes.
A coleta de dados se deu por meio de entrevistas diárias e
acompanhamentos de rotina dos pacientes internados no hospital de caridade de
São Jerônimo/RS.
Diariamente eram feitas rondas de rotinas acompanhadas de enfermeiras e
alternadas com as profissionais de psicologia da instituição. O objetivo principal
buscado era identificar através do acompanhamento dos pacientes que recebiam um
atendimento mais humanizado, uma redução no tempo de melhora e nível de
satisfação do atendimento hospitalar apresentado.
Dentre os quinze paciente acompanhados em um prazo de duas semanas,
sete deles receberam maior tempo no atendimento, foram feitos experimentos de
leitura, aprendizagem e principalmente dado tempo de escuta e atenção a esses
pacientes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ficou nítida e clara a importância da humanização do atendimento psicopedagógico


no trato hospitalar aos pacientes, aliada ao conhecimento técnico e teórico apresentado. A
observação in loco, permitiu que fossem levantados paramentros que detectassem a melhora
nos pacientes como tempo na redução das altas e nivel de satisfação do atendimento.
Ao final das duas semanas de experimentos, detectou-se que seis dos sete pacientes,
que receberam atendimento humanizado com maior tempo de atenção e escuta, dentre os
quinze pacientes estudados, receberam alta em um tempo menor e consideraram retorno a
instituição e avaliaram de forma positiva e “afetiva” o atendimento que receberam.
Percebe-se ao final deste estudo que os danos físicos acarretados pelas doenças e
traumas de cada paciente, afetou de forma direta a instabilidade psicológia dos estudados, e
que tão importante quanto o tratamento com remédios, o atendimento psicológico e
psicopedagógico influenciou na cura, e na forma que cada paciente lidava com cada
situação proveniente de seu estado.
Os melhores resultados academicos gerados, além co contato profissional com estes
pacientes e intrinseco deste trabalho, colocam a construção e continuidade de estudos como
este, aprimorando questionários de entrevistas e critérios de avaliação para encontrar um
paramentro efetivo que auxilie todos os pacientes da rede hospitalar para a acelaração de
tratamentos, e que contribua para as instituições com essa aceleração da cura, na
desocupação estratégica de leitos dos mais diversos centros de saúde.

REFERÊNCIAS

BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática – 2.ed.-
 Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

ESCOLA, Equipe Brasil. "O que é Psicologia"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/o-que-e-psicologia.htm. Acesso em 22 de
fevereiro de 2022.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica : teoria da ciência e iniciação
à pesquisa / José Carlos Köche. Petrópolis, RJ : Vozes, 2011.

ROEPKE, Jacqueline Leire Fundamentos da psicopedagogia. / Jacqueline Leire Roepke. –


Indaial: UNIASSELVI, 2020.

SAVIANI, D. Pedagogia: o espaço da educação na Universidade. Cadernos de Pesquisa,


São Paulo, v. 37, n. 130, p. 99-134, jan./abr. 2007.

SOLER, Rodrigo Diaz de Vivar Y História da psicologia. / Rodrigo Diaz de Vivar Y Soler.
– Indaial: UNIASSELVI, 2020.

TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa


qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa / Liane Carly Hermes Zanella. –
2. ed. reimp. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/
UFSC, 2013

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