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1. Identificação do estagiário:
-R.A:F343294
-Turma: PS6P12
4. Resumo:
Entrevista inicial: Nesta etapa, o psicólogo realiza uma entrevista com os pais
para coletar informações sobre sua história de vida, sintomas atuais, queixas e
demandas. É importante estabelecer uma relação de confiança e empatia com
o paciente. É informado o termo de sigilo, o trabalho que será feito, por
exemplo, como serão os encontros posteriores e seus respectivos objetivos,
bem como esclarecido que a dificuldade da criança não envolve somente ela,
mas os pais estão também envolvidos.
É importante ouvir os pais também, para saber se entenderam o que dito e o
que esperam do processo. Caso possuam dúvidas, elas devem ser
esclarecidas pelo psicólogo.
Contato inicial com a criança: O psicólogo deve explicar seu papel e o motivo
da criança estar ali, para compreender compreender as percepções e
sentimentos dela em relação à queixa. Caso a criança esteja desconfortável
para falar sobre o motivo da consulta, o psicólogo deve respeitar sua posição e
oferecer apoio.
É importante pontuar os procedimentos dos encontros, como horários, o sigilo
do psicólogo para com a criança e para com os pais, para auxiliar, é muito
importante adicionar algum objeto ou situação lúdica para criança relaxar e
para expressar sua personalidade e ideias, dando abertura para o psicólogo
engajar nesse processo e conhecê-la, compreendendo-a.
No final de cada encontro com a criança, deve-se conversar sobre as
observações feitas e fazer analogias - com metáforas - das situações vividas ali
no ambiente clínico com as situações vividas na vida cotidiana da criança.
Bilbao enxerga que o processo é composto por discurso, ou seja, que nada é
dado pronto ou pura explanação de fatos. Pelo contrário, na interação
intersubjetiva do psicólogo com a criança, histórias vão se formando, as quais
revelam sentimentos da criança que nem ela mesma possuía ciência sobre.
Benjamin (1936) estabelece, em uma analogia, como tratando-se de
um”processo artesanal”. Portanto, quando existe pobreza na comunicação, não
pela falta de sofisticação na mesma, mas por ruídos ou desconsideração do
seu valor, isso empobrece a própria existência humana, pois impede que o
mundo interior do sujeito seja articulado em uma narrativa que o permita
entender e organizar o sentido que dá para suas experiências.
Nas interações nas entrevistas do processo de psicodiagnósticos, bem como
em outros relacionamentos sociais, os sujeitos modelam-se mutuamente, não
há unilateralidade. E essa modelagem é realizada num processo de narrativa.
Dessa forma, o processo não é de caráter puramente investigativo, mas a
investigação deve levar a um mergulho, um engajamento, no mundo interior
dos sujeitos, crianças e pais, para ajudá-los a compreender as suas
experiências e os sentidos que dão à elas.
A fala permite o encontro do ser com a realidade de si mesmo, e nessa fala, os
sentidos do sujeito encontram-se, muitas vezes, ocultos, assim, junto com o
psicólogo, ele deve desbravar esse mundo, essa narrativa sobre si, para
desvendar e elaborar esses sentidos.
Essa criação de histórias para os encontros com a criança permite justamente
isso, tratando questões profundas de um modo - na narrativa - que a estrutura
egóica da criança compreenda. Lembrando que não determinamos o papel da
criança na história, como qual personagem ela é, apenas expomos a história e
a criança dá o seu sentido para ela.
6. Dúvidas/ comentários:
Achei muito interessante a analogia metafórica que Donatelli pontua como
sendo muito útil para a criança associar situações do ambiente clínico com
experiências vividas na vida cotidiana dela.
Bem como o aspecto de oferecer segurança para criança com a explicação do
por quê ela está ali e como todo o processo irá funcionar.
No exemplo de Bilbao sobre o garoto que morava com avós e estava acima do
peso, no final do processo eles mesmos admitem que não tinham regras e
como poderiam mudar.
Muitas vezes, quando alguém pelo qual somos responsáveis não obedece ou
segue regras, é porque nós não temos regras nem para nós mesmos. Um
exemplo claro de projeção de responsabilidade no outro, por não querer
enxergar em si o defeito, a falha.