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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Relatório de Estágio Supervisionado


apresentado à Coordenação de Psicologia do
Centro Universitário do Distrito Federal -UDF,
Como requisito para aprovação na disciplina
Estágio Específico em Psicoterapia -Aluna:
Jenilza Alves da Costa RGM: 21928681-
Professora: Rayanne Linhares Azevedo

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Brasília, dezembro de 2023.

1. Introdução:
Na abordagem utilizada, Gestalt Terapia, a relação terapêutica implica em
algo mais que apenas empatia, a inclusão. O terapeuta mergulha no mundo
do outro para entender emocionalmente o que o (a) cliente tá passando e
sentido naquele momento, na tentativa de cura relacional, levando o
terapeuta a ter uma aproximação mais afetiva com ele, focada no aqui e
agora. Não é uma característica da Gestalt buscar no passado informações,
exceto quando se depara com situações inacabadas e que de alguma
maneira se repete no presente, faz uma viagem no passado e traz para o
momento de agora. Segundo Loffredo, (1994, p. 77): “ao contrário de buscar
as causas ou os porquês, a abordagem gestáltica pretende captar como
ocorre um dado fenômeno, tomando-o em sua totalidade e buscando
detectar em função de quê se estrutura o todo, daí o termo Gestalt, que
significa configuração, estrutura, tema, relação estrutural ou todo
significativo.” “Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o
que fizeram de mim.” (Jean-Paul Sartre, 1946).
De acordo com Chiodini e Shiegle (2009 apud NUNES; RODRIGUES,
2010, p. 95-104)“a abordagem tem uma concepção de homem como uma
totalidade biopsicossocial, um ser em potencial, consciente, responsável,
particular e com formas próprias que se constrói no contato, sendo, ainda,
um ser livre e dotado de escolhas. Portanto, esta compreende o
desenvolvimento como uma implicação na forma que a pessoa estabelece o
contato nas relações durante sua vida.”

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Essa abordagem foca bastante na liberdade, na autencidade, nas
necessidades legítima do indivíduo, sem ser algo imposto pelo outro, pela
sociedade. É essa liberdade essencial de ser o que se é, sem se ter a
doentia preocupação de agradar aos outros a qualquer custo, que uma
das principais causas do adoecimento. Antony (2009, p.3) ressalta que,
“de acordo com os princípios gestálticos, se está sempre buscando amar
e ser amado, satisfazer as necessidades, ser confirmado, alcançar
objetivos, realizar desejos; estamos envolvidos em uma relação de
intersubjetividade e inseridos em um campo, buscando sempre a
autorrealização existencial. A Gestalt-terapia focaliza a unidade criança-
outro-mundo em que um influencia o outro em uma relação mútua, na qual
não ocorrem acontecimentos externos separados de fenômenos internos.
A criança é uma parte-figura-sintoma que aponta a família como um todo
disfuncional que está dentro de um todo maior, que é a sociedade. Criança
doente emocionalmente é família adoecida em suas relações. Família
doente é sociedade doente em seus sistemas de valores, crenças,
comportamentos e interações”.
Segundo (WHEELER, 2002, p. 73 apud ANTONY, 2009, p. 7) “A
identidade é uma questão de com o que eu me identifico e em que campo
eu me encontro”, ou seja, para saber quem sou, é preciso saber onde estou.

2. Revisão de Literatura:

A Gestalt-terapia surgiu no ano de 1951 através da publicação de


um livro chamado: Gestalt -Terapia, pelo Alemão Frederick Salomão
Perls, porém veio acontecer de fato na Califórnia no ano de 1968, que
trouxe para as terapias um método de trabalho diferente, abrindo mão da
interpretação e adotou o método fenomenológico, ou seja, Gestalt
Terapia éf ocada no aqui e agora, com pressupostos filosóficos vindo do
humanismo, existencialismo e fenomenologia, além dos pressupostos
Teóricos que vai desde a psicologia da Gestalt: a percepção que o cliente
tem do mundo; Teoria de Campo: entender mais qual é o campo
fenomenológico do indivíduo; Teoria Organismica: fala sobre o que o

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cliente sente o qual a suas necessidades, fazendo de suma importância o
indivíduo entrar em contato com seu organismo; Teoria Holística :
observação de como é a relação do organismo e ambiente.

Aponta Loffredo (1994-p.77): “as principais características do


método fenomenológico, presentes na Gestalt terapia – na opinião desta
autora – a partir da Psicologia da Gestalt: 1) dar ênfase à experiência
imediata aqui-e-agora, colocando-se entre parênteses pré-concepções
estranhas a este vivido imediato; 2) buscar insight dentro da estrutura
própria ao todofragmentado que é o campo experiencial da percepção; 3)
voltar-se a umtrabalho de experimentação sistemática pra descrever com
acuidade a estrutura dos fenômenos implicados; 4) buscar insight no
próprio processo de awareness; 5) estar imbuído da ‘atitude
fenomenológica’, que supõe ser a consciência sempre ‘consciência de’,
criando condição de existênciado mundo e dando-lhe sentido.”

De acordo com Antony (2009,p.03), “a Gestalt-terapia é uma


abordagembaseada em princípios “holísticos-Organismica -existenciais”
em que considera o campo organismo e ambiente como uma unidade
inseparávelpara entender sobre qualquer comportamento, personalidade
ou distúrbiopsicológico. Deve-se analisar o contexto total da criança, o seu
ambientede relações, social, cultural, familiar e escolar, nos quais estão
inseridas as fronteiras de contato, ou seja, o que é vivenciado entre a
criança e o outro e a experiência subjetiva da criança.”

3. Caracterização do estágio:

Foram realizadas 14 sessões contando com as sessões com a criança, a


anamnese e devolutiva com os pais. Cada sessão com duração de 50 minutos
podendo ser estendida até uma hora de duração. Os encontros coma paciente era
sempre nas segundas-feiras dàs 19:30 até 20:20h, na sala deLudo I, de forma
presencial na Clínica Escola da UDF, a sala de Ludo I temuma mesa pequena,
quatro cadeiras pequenas e três grandes, composta por diversos joguinhos
recreativos: quebra-cabeça, cara a cara, dominó, carta
de baralho entre outros, bonecas, conjunto de cozinha, carrinhos, bola da

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futebol, parede negra que pode usar como quadro negro, papéis, cartolinas, lápis,
caneta, pincéis, lápis de cor, apontador, quadros feitos de artesanato,entre outros
objetos. A abordagem utilizada foi a Gestalt terapia. Semanalmente nas quintas-
feiras as supervisão em sala de aula, com duração de 1 hora e 30 minutos,
ministrada pela Professora Dra. Rayanne Linhares Azevedo. Local da supervisão
Cruzeiro do Sul UDF(Cede) sala T25. Características da sala de estágio: uma
sala grande composta por 40 cadeiras, mas todas as vezes fazíamos roda de
conversa com 14 estagiáriose a professora Rayanne Linhares Azevedo, onde cada
um trazia os pontos mais relevantes da sessão terapêutica.

3.1 Descrição do cliente:


- Nome do cliente: Heloísa
- Idade:07 anos
- Sigla a ser utilizada para identificar o cliente: H
- Sexo: Feminino
- Cidade: Brasília -DF
- Outros dados pertinentes: Mora com o pai, a mãe e o irmão.
3.2 Plano de demanda: Pontos trabalhados em cada atendimento. Descrição
breve dos atendimentos.
1º Sessão – 11/09/23 (19:30h às 20:20h) – Cliente H. primeiro atendimento
foi realizado com os pais a entrevista de anamnese, o momento onde são
apresentadas as normas da Clínica Escola e firma a responsabilidade dos
pais com o processo terapêutico, pois para dá certo todas as partes
precisam estarem bem engajadas com a processo terapêuticoe que não
depende apenas da psicóloga.
Resumo da anamnese inicial: A paciente H tem 7 anos, mora com os pais
e o irmão S, juntos presenciaramcom ele a briga e agressão física entre
os pais, que foram encaminhados pelo juiz à psicoterapia de casal a
Clínica Escola da UDF, assim como os pais estavam sendo assistidos, fez
necessário o acompanhamento da criança, com finalidade de elaborar
essa desavenças entre os mesmos.
2º Sessão – 18/09/23 (19:30h às 20:20h) – Cliente H
Foi realizada com a paciente, na sala de ludo terapia a entrevista de
anamnese, relatamos sobre a rotina cotidiana da paciente desde o acordar
pela manhã

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até o dormir pela noite. Foi notável o uso excessivo do celular e a
adulteração infantil.
3º Sessão – 25/09/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
Principais pontos trabalhados: Peguei mais informações da entrevista,
pois não tinha conseguido finalizar na segunda por falta de tempo. E no
final brincamos bastante e pintamos o calendário do mês de setembro de
2023.
4º Sessão – 02/09/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
Brincamos bastante com brincadeiras lúdicas para fortalecer a confiança,
levei desenhos, jogo da velha e cara a cara. Foi muito gratificante dedicar
esse tempo a brincadeiras. Afirma (OLIVEIRA, 2010, p. 354) que: “O
brincar é uma ferramenta essencial para o processo terapêutico com a
criança, pois irá revelar como a criança está no mundo, como reage às
diversas situações; a brincadeira possibilita à criança experienciar,
organizar-se, construir normas, criar e recriar o seu mundo.” De acordo
com Lima e Lima (2015), “na brincadeira, a criança expressa seus medos,
angústias, fantasias, emoções e sentimentos, e muitos adultos não
percebem. A família precisa deixar que a criança brinque, bem como ter
adultos que brinquem com ela e proporcionar espaços para que a criança
viva sua infância, seja ouvida e amada e viva seu mundo de fantasias.”
Segundo Lima e Lima (2015, p. 28-52), “ao permitir que a criança seja ela
mesma, esvaziando-se de julgamentos e preconceitos, e ao brincar com
ela, expressará seu mundo, tomará consciência de si e buscará meios que
possibilitarão um desenvolvimento saudável da sua totalidade. O recurso
lúdico no trabalho com crianças é um meio facilitador da expressão e da
linguagem. É nesse mundo que ela se comunica e expressa suas
emoções. É através do brincar que formará um vínculo de confiança entre
o terapeuta e a criança; e o brincar facilitará o caminho de encontro com
a criança e o seu mundo”.

5º Sessão – 09/09/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H


Trabalhemos o uso excessivo do celular. Levei a sessão o que é coisa de
adulto e coisa de criança. Deixei bem claro sobre as dificuldades da vida
adulta: os boletos, as responsabilidades, e que após a maturidade da vida
adulta muitas coisas ficam diferentes e que, além de tudo isso tem as
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vantagens de ser adulta, porém a vida tem fases e que é muito importante
desfrutar de cada uma delas, pois não voltam. E que na infância se pode
ter uma vida sem muitas cobranças, cheia de brincadeiras, diversão, algo
bem mais leve e descontraído e quequando bem aproveitada, fica a boa
lembrança e a saudade e se quando estamos em uma fase da vida e
realizarmos coisas próprias de outra fase,não sobra tempo para fazer o
era para estar fazendo. E que as brincadeiras nessa fase têm um grande
significado, pois é brincando quea criança se prepara para a vida adulta.
6º Sessão – 16/10/23(19:30h às 20:20h) Cliente H
Tive a devolutiva com o pais e eles trouxeram a necessidade de se
trabalharsobre a sexualidade, que eles temiam muito da criança sofrer
algo abusorelacionado, por ela ser muito inocente. Que a filha tem muita
dificuldadede dizer não, exemplificou que houve um episódio que o celular
dela estava carregando e que o celular do irmão também tinha
descarregado e usavam o mesmo carregador e ele foi e tirou o celular
dela da tomadae colocou o dele, porém ela nem se quer questionou que
o celular não estava 100% carregando. Fiz as anotações e falei que
trabalharia com essas temáticas na próxima sessão e anotei. Peguei
algumas informações que não foram possíveis pegar na anamnese, por
conta do tempo que tinha se esgotado. Levei algumas orientações e falei
da adulteração infantil da H e possivelmente possa por conta do uso
passivo de conteúdo inadequado para a faxa-étaria dela e precisa ser
corrigido eque o ideal seria que a paciente fique em frente às telhinhas no
máximo 30minutos por dia. Levei algumas dicas de brincadeiras práticas
onde a própria criança crie suas brincadeiras a fim de que fique afastada
das telhinhas o máximo que conseguir. Dar prioridade a brincadeiras da
infância dos pais correr, brincar de pique esconde, cabra cega, amarelinha
entre outras.
Os autores Andronikidis & Lambrianidou (2010, p.299-322) “falam da
vulnerabilidadedo público infantil às estratégias de marketing veiculadas
na midia, em virtude de não possuírem maturidade pisco-cognitiva
suficiente para discernir o inter jogo existente nas entrelinhas das

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propagandas, que é a persuasão à compra de um produto ou serviço,
travestida da promessa de satisfação de seus desejos (ou seria dos
desejos que aprenderam a expressar?).”
7º Sessão – 23/10/23 (19:30h às 20:20h)-Cliente H

Como prometido trabalhei a dificuldade de dizer não usando exemplo de


situações hipotéticas e perguntei qual era a resposta diante da situação,
se concordaria ou descordaria: Se seu irmão tirar seu carregador que está
carregando seu celular e colocar no dele. Você concordaria ou
discordaria? E qual a sua resposta em frente a situação? Levei várias
situações parecida e ela disse que já tinha acontecido que ela permitiu de
boa, masque pensando bem foi injusto com ela.
8º Sessão – 30/10/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
Compareci na clínica, porém a paciente não pode vir e justificou a falta.
9º Sessão – 06/11/23 ((19:30h às 20:20h) - Cliente H
Não pude comparecer a clínica, por conta da paralisação dos rodoviários,
porém enviei um e-mail e liguei na recepção para avisar a paciente o
cancelamento do agendamento.
10º Sessão – 13/11/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
Levei a dinâmica do seminário do toque, expliquei a que se refere as cores:
Verde, amarelo e vermelho. Pintar de verde as partes que pode tocar,
amarelo que é um alerta um toque nessas partes e vermelho pare não pode
tocar. Perguntei se já tinha feito essa dinâmica na escola? Disse quesim,
mas não tinha entendido o significado. Ela pintou quase tudo certinho e
Parabenezei ela é fiz as correções necessárias.
11º Sessão – 20/11/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
A mãe chegou com necessidade de relatar sobre o relacionamentoentre
ela e o esposo que está extremamente estremecido e que não sabia se
continuava ou separava e se separasse como iria contar isso para as
crianças. Foi orientado a ela pensar bastante em uma decisão definitiva,
pois a instabilidade entre a relação dos pais pode deixar as crianças com
muita insegurança e culpa.
12º Sessão – 28/11/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
Levei um papel com o desenho da mãe de um lado, do pai do outro e
perguntei a paciente H como era a relação dos pais como marido e
esposa. Ela respondeu que percebe a mãe como a mais briguenta da
relação e o pai é mais pacifico e contou que costuma presenciar as brigas
dos dois, escondida por trás da porta ela e o irmão S e que seu irmão
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sempre consegue fazer que os dois volte às pazes .

Os pais decidiram se separar definitiva e contaram para os filhos e


pediram mais duas sessões para elaborar com a criança a separação
deles.

13º Sessão – 04/11/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H


Foi feita a elaboração, levei para a criança que quem se separou foi o
casal e que o pai e a mamãe sempre serão papai e mamãe aconteça o
que acontecer. E que separar é uma decisão do casal e que ninguém pode
ou deve interferir nisso, pois essa decisão foi a melhor para eles no
momento e que sempre eles vão amar os filhos mesmo assim.
14º Sessão – 05/12/23 (19:30h às 20:20h) - Cliente H
A devolutiva de encerramento com os pais onde foi levado o resumo do
que foi tratado com a H, enfatize a necessidade da redução do uso
excessivo de eletrônicos, o pai relatou que após a devolutiva a criança
tem usado menos celular e assistido TV. Parabenezei e reforcei que isso
fará muita diferença no desenvolvimento da H. Falei que na última sessão
com a paciente ela tinha me contado sobre como eles tinham falado da
separação entre o casal, comentei que imaginava que estavam passando
uma fase muito difícil tanto para as crianças quanto para eles, inclusive a
paciente H, falou que o coraçãozinho dela tava triste, Explique que como
as ondas do mar vem e vão, assim são as nossas emoções, uma hora a
onda sobe, outra baixa, mas assim como as ondas a tristeza ia passar
também.
Perguntei como estava sendo a convivência entre o ex-casal,
responderam que tranquila harmoniosa. Ressaltei que eles precisam
permanecer com essa harmonia entre eles, pois a boa relação entre os
paisinfluencia numa boa superação do divórcio pela criança, pois o como
elesvão conduzir isso que servirá de mediador para ela. Segundo (Burka
S, McIntosh J, Gridley 2007) Algumas tarefas desenvolvimentais podem
ficar comprometidas pela incapacidade da criança, relacionada com a
idade, de compreender as mudanças e o significado do conflito e do
divórcio parental".

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Indiquei que a H precisa de terapia e que também indique para os pais
acompanhamento terapêutico. Levei a indicação da leitura individual do
livro: Vida dividida e após a reflexão sobre o conteúdo, ler para a criança.
3.3 Descrição da demanda: A paciente chegou com a demanda principal:
elaboração da desavença e agressão entre os pais, ao longo das sessões
foi surgindo outras demandas como DEPAC, psicoeducação da sexologia,
dificuldade de dizer não, o uso excessivo do celular e a adulteração da
infância.
3.4 Supervisões: Pontos levantados na supervisão que foram relevantes para
o atendimento: Da entrevista com os pais levei para a supervisão que eles
estavam fazer terapia de casal, pois por encaminhamento do juiz e que as
crianças presenciaram toda a agressão entre os pais. E que a minha
paciente tem diagnóstico de DEPAC. A próxima sessão seria a anamnese
com a H a professora me orientou de levar um calendário do mês
09(setembro). Uma sessão não foi suficiente para finalizar a entrevista de
anamnese a professora me orientou de trabalhar de forma mais lúdica:
inversão de papel com uso de boneca onde eu era a H e elaa mamãe F.
Na outra supervisão relatei com a professora que a H ficava muito tempo
na frente das telhinhas. Fui orientada a trabalhar com a paciente o que é
próprio para criança e o que é coisa de adulto. A professora indicou dar
uma devolutiva para os pais. Dessa devolutiva surgiu mais demandas a
ser trabalhada com a H. Segundo os pais a criança é muito inocente e eles
teme que alguém mal intencionado possafazer o mau, temia um abuso
sexual. Que a H tem dificuldade de dizer não, anulação das suas próprias
vontades. Fui orientada a trabalhar comela a questão do toque e também
a auto anulação. Nas sessões foi notável que a criança estava assistindo
conteúdos que não era indicado para crianças e sim para adolescentes. A
minha orientadora indicou quetrabalhasse as fazer da vida e ao trabalhar
isso levei um jogo da memóriacom cada fase, um vídeo lúdico explicando
o que é próprio de cada infância e um uma folha com desenho
representativo de cada fase para ser nomeado com nome de pessoas que
ela conhece e que estavam naquela fase. Na adolescente a H colocou o
nome dela. Para a outra sessão a professora me indicou que trabalhasse
a fase da infância. Foi

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nessa sessão que foi realizado o acolhimento da mãe que trouxe o
desabafo sobre o seu relacionamento conjugal que segundo a mesma não
sabia se divórcio ou só dava um tempo. A professora orientou que
trabalhasse com a paciente H o que ela acha do relacionamento dos pais:
Ela falou que a mãe é a briguenta da relação e o pai mais pacifico. Relatou
também que presenciou as brigas e com seu irmão escuta atrás da porta
ou da janela com o auxílio de um copo. Os pais decidiram contar para a
criança sobre o divórcio. Na sessão foi trabalhado com os pais e a criança.
Foi esclarecido para a H que os pais vão sempre ama-la e que a relação
entre eles como marido e mulher que terminou, porém eles sempre vão
ser os pais dela e essa é uma decisão deles quanto marido e esposa e
ninguém pode interferir nessa decisão. Na devolutiva de encerramento a
professora orientou deixar bem claro que é realmente necessário firmar
na decisão seja de reatar ou divorciar definitivamente, pois esses idas e
vindas na relação pode levar a H se sentir desamparada, insegura e
possivelmente culpada. E que após o término da relação é muito
importante os pais ter uma relação pacifica e harmoniosa, pois a
superação do permiano pela criança vai ser mediada por essa relação
parental e que uma separação onde a relação parental é conflituosa
possivelmente pode acarretar danos psicológico futuro para a filha.
Indiquei o livro Vida dividida para leitura e reflexão individual dos pais e
após a leitura individual, ler também para a criança.
4. Caminhar terapêutico (análises e discussões)
Em nenhuma das sessões a paciente trouxe na fala a questão da
agressão dos pais, como não foi citado deixei para fazer essa elaboração
quando a própria criança falar sobre. Na demanda do DEPAC os pais
foram orientados a buscar ajuda com a fonoaudióloga, a Psiquiátrica já
tinha dito isso para eles. Psicoeducação foi trabalhado o semáforo do
toque, ela pintou de vermelho no desenho de uma criança, as partes que
é proibido o toque de pessoas, principalmente adultos que não são seus
cuidadores: peito, boca e partes íntimas. Amarelo cuidado, fique alerta:
joelho e umbigo. Verde, pode tocar: pés ,cabeça e mãos . Trabalhei a
dificuldade de dizer não com situações hipotéticas, qual seria a resposta

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em frente a situação . Expliquei que o uso excessivo do celular poderia
causar danos no desenvolvimento da cognição da criança e levei dicas de
brincadeiras práticas, para substituir o uso exacerbado de eletrônicos,
orientei os que precisava diminuir o tempo em frente às telhinhas,
principalmente nessa fase de desenvolvimento da criança. Suspender o
uso de eletrônicos também afetaria a questão da adulteração infantil. Fez
necessário trabalhar os ciclos da vida e enfatizar que a fase que ela está
vivendo é a infância e precisa ser bem vivida e desfrutada, pois passa
muito rápido e não precisa ter pressa para ser adulta.
Afirmam Postman 1999 e Santos, (2009, p. 1-20):“Além do fomento
da cultura do consumismo no público infantil, a midia televisiva
contemporânea revela outra concepção sobre a infância, que está
relacionada à erotização do corpo infantil, haja vista propagandas
publicitárias que enfatizam o uso deacessórios (maquiagem, unha postiça,
uso de saltos) e equipamentos (celulares, tabletes e computadores, com
seus jogos temáticos sobre violência) característicos de adultos e,
também, a construção de uma autoimagem espelhada no corpo do adulto,
através da comercialização de bonecas com silhueta fina, seios grandes,
bonecos, magros e musculosos; programas de TV, que banalizam o uso
do corpo infantil de maneira insinuante através de concursos de danças,
cujos ritmos têm conotação erótica.”
5. Considerações Finais: Será um diferencial na vida e principalmente nessa
fase da criança H a redução do uso do celular e da eliminação de
conteúdos inadequados para crianças. Sugiro que a criança, assim como
os pais, continuem em acompanhamento com psicoterapeuta. As
crianças, para ter uma elaboração mais ampla da separação dos pais e
os pais na elaboração de que terminou entre eles, o compromisso de
marido e esposa, que porém o de pai e mãe sempre permanecerá,
principalmente por isso eles precisam ter uma “relação” amigável e
precisa respeitar o espaço um do outro, se a decisão do divórcio for
definitiva e se decidir reativar irão precisar também para ter uma relação
saudável para não afetar a saúde psicológica da criança.
Psicoterapia na Abordagem de Gestalt Terapia-Clinica Escola de
Psicologia do Centro Universitário do Distrito Federal, 01 de Dezembro de
2023, aluna –
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Jenilza Alves da Costa e RGM:21928681, Orientadora – Rayanne
Linhares Azevedo CRP/01 nº: 19391-01.
6. Bibliografia:
Antony, Silvana (Org.). Clínica gestáltica com crianças: caminhos de
crescimento. São Paulo: Summus, 2010. (Antony, 2010)

Antony, S. M. da R. (2009). A criança com transtorno de ansiedade: seus


ajustamentos criativos defensivos. Revista da Abordagem Gestáltica,
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LIMA Gerlena Correia; LIMA, Deyseane Maria Araújo. O brincar como


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Burke S, McIntosh J, Gridley H, editors. Parenting after separation: a


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CHIODINI, P. R.; SIEGLE, R. Em busca de caminhos na escolha de um


par. Gestalt-terapia Jornal, Joinville, 2009, p. 95-104.

13
Andronikidis, A. L. & Lambrianidou, M. (2010). Children's understanding of
television advertising: A grounded theory approach. Psychology and
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Loffredo, A. M. (1994). A cara e o rosto: ensaio sobre Gestalt-Terapia. São


Paulo: Escuta.1994, p. 77.
Santos, I. M. (2009). A cultura do consumo e a erotização na infância.
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http://www.usp.br/celacc/ojs/index.php/extraprensa/article/view/epx4-
a2/epx4-a2

Postman, N. (1999). O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro, RJ:


Graphia.

Jenilza Alves da Costa RGM: 21928681

Professora: Rayanne Linhares Azevedo

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