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Todos os conhecimentos têm a mesma importância – não existe um melhor que os outros,
embora a ciência seja um conhecimento diferente dos outros por ter uma epistemologia
diferente. Na nossa prática profissional precisamos nos ater a ciência.
Ciência é o único dos 4 tipos de conhecimento que se considera falível, no sentido de que com o
progresso algo que hoje consideramos correto pode passar a ser considerado incorreto.
Filosofia, religião e senso comum se consideram infalíveis.
Psicologia é ciência pré paradigmática – psicólogos não concordam 100% entre si – existem
diferenças grandes entre as linhas teóricas da psicologia – 4 grandes grupos
Uma boa ciência tem que passar por 2 crivos – coerência interna: a própria teoria não pode ser
contraditória ( na religião é possível Deus ser 3 e uno ao mesmo tempo) e empirismo:
observação pela instrumentalização – existe empirismo no senso comum também mas é casuísta
porque uma vez que acontece se generaliza e na ciência para se estabelecer uma verdade
científica o experimento precisa ser repetido várias vezes, ou seja, a verdade científica precisa
de repetição seguindo método argumentativo (não opinião)
Ciência física x ciência humana: principal diferença é que na humana o pesquisador e o objeto
de estudo se confundem, ou seja, o estudioso sempre influencia no resultado da pesquisa.
4 linhas: escola experimental (behaviorismo, neuropsicologia, cognitivismo – método
positivista: pede neutralidade , diminuindo a interferência ao máximo com instrumentos que
quantificam e sem pesquisa de algo que é muito forte na sua vida), escola psicodinâmica (mais
forte no Brasil – psicanálise freudiana, lacaniana, Melanie Klein, Winnicott: utilização de
conceito de inconsciente como estrutura psíquica, como um lugar dentro de você, não se busca
neutralidade, lida com parcialidade não se colocando, não fala da própria vida do pesquisador),
escola fenomenológica (humanista e existencial, parte da sistêmica: parcialidade mostrando
nosso viés, o terapeuta fala dele próprio), escola transpessoal (se caracteriza não pelo método de
estudo e sim pelo objeto de estudo: estuda estados não usuais de consciência, estados alterados
de consciência, sonho, hipnose, vigília, transe, mudança na consciência através da droga- não
pode na terapia no Brasil). Estudam também as capacidades supra-humanas. Existe
transpessoal experimental, transpessoal psicodinâmica, transpessoal fenomenológica. Hipnose é
prática integrativa que tem no sus, hipnoterapia só psicólogos e psiquiátricas (para a
experimental não é ciência, para as outras é.)
Jung é parcialmente fenomenológico e parcialmente psicodinâmico.
Tender a saúde – você vai progressivamente se tornar uma pessoa mais saudável e completa a
não ser que seu ambiente seja muito tóxico
Existencial humanista diz mais da ontologia e psicopatologia – visão de ser humano
Fenomenologia mais da epistemologia e psicopatologia – método que engloba existencial e
humanista
Pergunta ontológica: o que é o ser humano e como ele funciona
3 objetivos da terapia:
Nem todo mundo precisa de terapia, mas todos podem se beneficiar, aumenta a velocidade da
melhora na tendência natural a saúde
Conceito de inconsciente não é instância psíquica e sim um processo de tudo que acontece
dentro ou fora de você e você tem capacidade de perceber, mas não percebe.
Exemplos: pessoa com diagnóstico de esquizofrenia pode ser saudável, e depois pode voltar a
ser esquizofrênica; o autismo é forma de agir no mundo – na fenomenologia a pessoa pode
deixar de ser autista; só é pedófilo se tiver uma ação concreta no mundo, só o desejo não
configura a pedofilia.
Introjeção
Confluência – pressão por igualdade
Projeção
Retroflexão – pressão não é por igualdade
Deflexão
Proflexão – esses dois últimos não tem no texto
Egotismo – pressão não é por igualdade
Mais de um pode acontecer ao mesmo tempo, exceto introjeção e confluência sobre o
mesmo objeto – pode introjetar em um objeto e confluir em outro, tendo eles uma ligação
1-Introjeção – forma neurótica, patológica de aprender algo, falta de elaboração ou
avaliação. Você pega uma ideia ou ideologia do seu campo fenomênico externo e começa a
tratar aquilo como verdade pra você sem avaliar ou assimilar (pegar ideia de algum grupo
de pertencimento e pegar para si sem avaliar)– Assimilação: forma saudável de apender,
quando avalia e concorda é uma escolha saudável (não digo que criança de 2 anos introjeta
algo porque entendo que ela não consegue elaborar ainda, não tem reversibilidade – uma de
8 consegue) Quanto mais próximo da cultura, mais fácil de introjetar. Ex: jeito de aprender
a tratar os outros bem foi ruim porque foi sem avaliação. O foco é o processo da
aprendizagem e não o objeto que foi aprendido
Reversibilidade é conseguir saber que se a =b e b=c então a=c – se encho água em copo de
água grande e jogo em copo pequeno, ainda é a mesma quantidade de agua
2-Confluência é busca neurótica por identidade, igualdade (pressão por igualdade) – ex: tem
um polo de mais poder e pressiona o polo de menos poder para fazer o que ele gostaria –
um pressiona e o outro aceita a pressão. Outro tipo é quando não tem uma pressão externa
muito forte, mas interna tem. Pessoa não gosta de cerveja, mas amigos gostam então se
força a beber, mesmo que os amigos não a forcem. (ato de entender que precisa do grupo –
que é outro fenômeno – é introjetivo)
Para ser confluência a pessoa precisa saber que discorda.
Ex: Pessoa não gosta de jogo de futebol no estádio, mas namorado quer, então aceita a
pressão e vai para o estádio. Ele vai, mas não gosta, acha ruim – confluência (poderia ser
uma escolha saudável se aproveitasse). Além disso a pessoa pensou: “olha o que ele me fez
passar” – foi uma escolha e não uma responsabilidade do outro – projeção de
responsabilidade
3-Na projeção você pega algo seu e coloca artificialmente no outro
3 tipos:
- Projeção de responsabilidade: a pessoa responsabiliza o outro por uma escolha que foi dela
(a pessoa está te contando que traiu o namorado porque ele a traiu primeiro)
- Projeção de característica: a pessoa tem uma característica, não percebe que tem ou
percebe mas não aceita e quando percebe essa mesma característica no outro, desconta no
outro a frustração por ter essa característica (vizinhas conversando e falando que odeiam a
vizinha da frente porque ela faz fofoca – pode ser que a vizinha nem seja fofoqueira) – nem
sempre será um motivo racional, pode ser simbólico. Ex: homossexual homofóbico
- Projeção de necessidade: você precisa de algo para se tornar mais saudável, não consegue
desenvolver aquilo e quando percebe isso no outro, desconta nele sua frustração. Ex: você
sente que é necessário comprar um carro, seu vizinho compra um carro e aí você diz que
depois disso ele ficou metido e parou de te cumprimentar, o que não é verdade.
4-Na retroflexão você tem uma emoção ou energia que era direcionada para outro e você
joga para dentro. Tanto sentimento ruim quanto bom. Diferença da retroflexão para a
psicossomática é que nesta tem relação causal – 1º no psíquico e depois no corpo. Na
retroflexão acontece tudo ao mesmo tempo. A fenomenologia não trabalha com causalidade
linear - é multicausal
5-Na deflexão você diminui a energia do contato:
5.1-deflexão objetal: jogando ou direcionando a energia no contato errado
5.2-deflexão modal: através de comunicação inadequada
6-Na proflexão você vai fazer com o outro o que você gostaria que ele fizesse com você e
não fica 100% satisfeito, existe um ressentimento.
Ex: dou presente caro para o namorado porque queria que ele fizesse isso e reclamo que ele
só da lembrança barata
7-No egotismo você ignora o campo fenomênico externo e hipervaloriza o interno. Você dá
pouca bola para os outros e muita para si sem nem perceber.
Ex: a mãe fica o dia todo preparando seu prato preferido e você reclama que está sem sal;
dou um presente que me satisfaria e nem penso na pessoa que está recebendo (se deu para
chatear não é egotismo)
Os narcisistas costumam ser egotistas (ex: namorado que exige que namorada não use short
porque só a opinião dele importa)
OBS: o psicólogo não pode interpretar e avaliar os mecanismos nas sessões.
Ninguém zera todos os mecanismos, embora espere-se que na terapia a frequência e
intensidade deles seja diminuída.
Temos padrões de funcionamento, não estruturas fixas. Todos podemos ser perversos em
determinados momentos da vida, todos deliram ou alucinam as vezes.
Conteúdos da consciência: pensamento, sentimento, afeto, alucinação, delírio etc.
- Alucinação: percepção sensorial desvinculada da realidade objetiva
-Delírio: pensamento desvinculado da realidade objetiva
Se causa bem-estar para si e para a comunidade não é patológico. Se te atrapalha é
patológico, independente da frequência e intensidade.
Normal é diferente se saudável porque o normal é estatístico, é o comum em determinado
momento na cultura.
Psicopatologia
A psicopatologia, assim como o ser humano de forma integral, é um processo e não uma
estrutura fixa. Ou seja, na fenomenologia, podemos hoje estar deprimidos ou
esquizofrênicos e daqui um ano não estarmos mais. Dizer que algo pode mudar (processo)
não significa dizer que é fácil de mudar. Algumas formas doentes de se colocar no mundo
exigem tratamento difícil e longo para poderem mudar, mas isso não significa que sejam
imutáveis. Quanto mais doente a pessoa, mais lentamente ela vai progredir. Lembrando que
sempre devemos levar em consideração o campo fenomênico interno e externo. O fato de
você viver numa cultura específica modifica quem você é, tanto quanto o envelhecimento
do seu corpo. A cultura faz parte da identidade, diferente da noção clássica de indivíduo
separado do ambiente. A subjetividade, portanto, inclui o que está fora, não é somente
psíquica.
Quando nós entendemos o mundo, não entendemos o mundo de forma objetiva e sim como
ele acontece para nós, então todo conhecimento psicológico do mundo é uma noção e não
um reconhecimento objetivo da realidade.
Psicopatologia, então, é a noção de adoecimento psicológico. Individuo cristalizado num
modo desadaptativo de estar no mundo.
A pessoa pode ao mesmo tempo tomar um remédio antipsicótico e não ser psicótica pq o
que determina o que ela é, é a forma global que ela se coloca no mundo e não só o
funcionamento cerebral. Tem gente que para se colocar no mundo de forma saudável
precisa fazer terapia, tomar remédio, namorar, trabalhar etc.
Tipos de comportamento (modos de ser no mundo):
Ajustamento criativo: 1ª opção: objetivo do organismo é te manter vivo – se não te mata é
ajustamento criativo. Tendencia básica ao equilíbrio que te mantem viva. Tudo ou quase
tudo que tem na psicopatologia é ajustamento criativo porque exceto o autoextermínio, o
comportamento está se mantendo vivo.
Self é o que temos mais perto na Gestalt da questão da identidade – sistema de contatos
(interno e externo – relações que travamos com os outros e nós mesmos) que funciona
através de 3 modos ou funções: modo id, modo ego e modo personalidade
Modo id- funcionamento biológico autônomo/ comportamento corporal sem controle
volitivo/ reação corporal involuntária, tudo que é psíquico, histórico de aprendizagem
(vivências da pessoa de forma geral, a vivência imediata como fixada pelo organismo, um
filme modificável)
Modo ego – reações corporais voluntárias, toda a esfera espiritual (inclui capacidade de
raciocínio, avalição, valores éticos e morais) e uma parte da esfera cultural (a parte
simbólica não entra – imagem que te provoca reações emocionais e corporais – aí é modo
id)
Modo personalidade – corresponde a autoimagem (inclui forma que você se percebe e a
forma que você se percebe percebido pelos outros) ex: dismorfia tem mau funcionamento
do modo personalidade
Quanto mais séria a patologia, mais intenso e frequente a cisão interna e ou falta de apoio
externo.
Psicose (esquizofrenia) e/ou transtorno de personalidade border – cisão interna e toxidade
externa acentuada
Histeria e/ou TOC – cisão interna e ou falta de suporte externo médio
Saúde – coesão interna e suporte externo bons o suficiente
Todas as teorias fenomenológicas acreditam que um sentido para a vida ajuda na tendência a
saúde. A logoterapia, no entanto, traz uma maneira específica para encontrar sentido para a
vida: através da autotranscendência (egoísmo não produz sentido para a vida).
Autotranscendência: faço algo em prol do outro e isso me faz bem. Ter ações em prol de algo ou
alguém diferente de você mesmo.
Exemplo de amor não autotranscendente: amo meu marido porque ele me trata bem (se
foco for no meu ganho, não é autotranscendência)
Exemplo de amor autotranscendente: mãe que deixa de trabalhar para cuidar do filho
doente e fica feliz pelo cuidado e bem-estar do filho (isso também pode ser sofrimento
autotrascendente)
Exemplo de sofrimento AT: pessoa que sofreu abuso e cria ONG para ajudar mulheres
que passaram pela mesma situação
Exemplo de sofrimento não AT: perco um filho e viro um bêbado que enche o saco de
todos (exemplo do prof)
Exemplo de trabalho AT: médico que remuneração fica em segundo plano e cuidar das
pessoas é seu foco
Exemplo de trabalho não AT: médico com foco no salário, em ficar rico
Exemplo de religião AT: uso da religião em prol do outro, faço lona para não chover em
pessoas em situação de rua
Exemplo de religião não AT: participo de trabalhos sociais para ir pro céu, ou tento
converter outros
Não podemos dizer que uma religião é melhor do que a outra. Até ateus tem religiosidade
porque o sentido último pode não ser religioso.
Sentido último: perene, disponível em qualquer momento da vida, em prol do outro. Ex: lutar
por justiça social, adotar postura crística (Cristo)
Fronteiras de contato:
Como a pessoa subjetivamente percebe o contato. Em termos objetivos todo contato acontece na
fronteira entre os dois campos (interno e externo). Entretanto quando falamos da percepção
intersubjetiva, como aquele contato influencia na pessoa, podemos dividir em contato dentro da
fronteira, na fronteira e fora da fronteira.
- O contato dentro da fronteira é caracterizado por ser algo cotidiano, algo que a pessoa já
conhece bem e não causa ansiedade. Ao mesmo tempo a pessoa não tem uma aprendizagem de
forma, no máximo aprende o conteúdo, mas não uma maneira nova de estar no mundo. Ex:
pegar carro para dirigir no bairro quando já faz parte do caminho, do dia a dia. Ex: casal de
adolescente que se beija sem roupa, já acostumados. Ex: pessoa acostumada a assistir aula
expositiva.
- O contato na fronteira é um contato que tem algo de novidade e gera uma pequena ansiedade
metabolizável e é o único contato que promove aprendizagem de forma, aprendizagem de uma
maneira nova de fazer as coisas. Ex: dirigir no anel rodoviário pela primeira vez. Ex: casal
adolescente que começa a fazer oral. Ex: pessoa fazer pergunta durante a aula expositiva.
- O contato fora da fronteira (trauma) se caracteriza por ser um contato tão energético que a
pessoa não consegue metabolizar adequadamente e provoca aprendizagem negativa. A pessoa
se torna menos capaz de fazer algo que antes ela conseguia, ou seja, regride. Ex: tirando carro
da garagem, atropela vizinho – pessoa que dirige é tão impactada por aquilo que passa a não
conseguir mais dirigir pelo bairro de forma tranquila. Ex: casal que vai tentar a penetração pela
primeira vez e a garota pensa na mãe, que é errado e a experiência dói. Com isso ela não
consegue nem beijar o namorado sem roupa mais. Ex: apresentação de seminário em que a
pessoa gagueja e seus colegas riem – não consegue nem assistir a aula mais. Ex com emoção
positiva não metabolizável: pessoa fica muito emocionada ao ganhar um presente e desmaia.
Depois disso sempre se sente mal, treme e sua ao ganhar presentes.
Ou seja, uma coisa pode ter gosto ruim e ser metabolizável e ter gosto bom e não ser
metabolizável.
Um dos objetivos da terapia pode ser metabolizar contatos fora da fronteira que causaram
trauma ou aprendizagem negativa.
Contexto histórico
Tempo histórico – Passagem de um tempo histórico para outro são mudanças lentas, graduais.
Não é homogêneo e pode ser diferente em cada local
Teorias existenciais surgem no século XX, marcadas pelo pós-guerra por uma necessidade de
valorizar o ser humano para evitar novos confrontos.
Novas teorias psicológicas que além de diminuir sofrimento e resolver problemas, querem
aumentar a velocidade que o ser humano amadurece. Essas teorias se agrupam dentro da
teoria humanista existencial, criticando psicanálise e behaviorismo.
Divisão interna do novo grupo: existencialistas europeus (menos otimistas – pelo contexto do
pós-guerra) e humanistas norte-americanos.
O sonho é uma produção psíquica. Como todas as produções psíquicas, ele é espontâneo, ou
seja, não temos controle volitivo sobre o sonho – maioria das pessoas não controla ou escolhe o
que acontece no sonho. Quem consegue decidir sobre seu sonho – sonho lúcido
Regras básicas:
1- é espontâneo, psíquico
2- todo sonho, por ser simbólico, é polissêmico, ou seja, o mesmo sonho comporta vários
significados ao mesmo tempo. Tentamos construir um sentido para o sonho (não
necessariamente encontrar um sentido e sim definir um entre tantas possibilidades –
terapeutas distintos podem trabalhar um mesmo sonho e chegar a diferentes sentidos e
ambos estarem corretos).
3- Esse sentido na fenomenologia é sempre equilibratório (mesmo pesadelos): o sonho vai
sempre nos trazer de forma simbolizada um recado, uma proposta de mudança na
direção da saúde (tendência a saúde manifestada nos sonhos).
4- Todos os símbolos do sonho representam uma parte sua, tudo que aparece no sonho
representa o ser-no-mundo do sonhador. Cada símbolo do sonho representa uma parte
da sua vivência no mundo (lua, monstro, floresta, escuro etc.), não necessariamente
linear. É tudo sobre você no sentido da sua relação com o mundo.
Todo mundo sonha. Na média a cada 90 min que se dorme, tem-se 15 min de sonho e
geralmente lembramos do último ou do mais relevante. Só para de sonhar um organismo muito
debilitado. Lembrar dos sonhos é outra história – 2 explicações de porque não lembramos do
que sonhamos: 1- hipótese repressiva (não lembramos do sonho porque não queremos receber
aquele recado) ou 2- tem a ver com a atenção (se você não presta atenção nos seus sonhos você
não lembra deles – se quer lembrar mais, anote assim que acordar).
Em termos terapêuticos, damos prioridade ao sono atual (não aos antigos) e, dentre os atuais, os
repetitivos (muito semelhante) são os mais importantes.
2-Realização de vontade: você realiza no sonho algo que não está realizando na vigília. Ex: está
de dieta e sonha que está comendo, está na seca e sonha que está transando. Recado: fique mais
atento a suas vontades (não é “realize as suas vontades” porque essa escolha depende também
da intuição das possíveis consequências) – não ignorar não significa necessariamente obedecer
3-Sonho identificatório: te mostra o que você está fazendo na vigília de forma desequilibrada.
Recado é: faça isso menos. Ex: pessoa sonha que está indo para a sala de aula nu (pessoa que se
mostra demais na vigília, conta tudo para todos, por ex)
4-Polar: te mostra o oposto que você está fazendo na vigília de forma desequilibrada. Recado é:
faça isso mais. Ex: pessoa sonha que está indo para a sala de aula nu (pessoa fechada que não
conta nada para ninguém e só dá oi e tchau)
O sonho identificatório e polar são excludentes (não tem como a mesma parte do sonho ser os
dois). As outras duas são possíveis.
Não tem como estabelecer o significado dos sonhos sem saber sobre a vida de vigília. O
significado do sonho vai aparecer na relação do símbolo do sonho com o que a pessoa faz na
vigília.
Sonambulismo: limiar energético que propicia movimentos reais da musculatura (somente essa
diferença).
1. Expressivos: expressa o sonho, desenha o sonho, faz teatro em que ocupa personagens
do seu sonho, pinta o sonho, compõe música sobre o conteúdo do sonho.... esse
método por si só já garante um ganho para a pessoa – não é obrigatório a compreensão
cognitiva para algo ser terapêutico, a vivência expressiva já é terapêutica.
2. Compreensivos: te ajudar a entender o sonho e seu recado para sua vida.
Ciência da religião – Como as pessoas tem percebido que se faz ciência em cima de um objeto
de estudo que é a religião.
O que pode? É permitido que psicólogo tenha alguma religião, e nem é um problema na
fenomenologia que contemos para as pessoas as quais trabalhamos qual a nossa religião. Na
prática de pesquisa inclusive se você vai escrever sobre religião em fenomenologia é
obrigatório inclusive que você conte para o seu leitor qual a sua religião. Você faz isso para que
seu leitor tenha direito de saber sobre qual ponto de vista você fala, qual o seu lugar de fala.
Existem duas outras posturas que existem em outras metodologias, mas não na
fenomenologia:
1ª proposta * Neutralidade – Eu tenho que ser o mais neutro possível, logo não conto nada
sobre minha crença, não pesquiso minha própria crença, não trabalho com pessoas que são da
minha linha religiosa, pois tenho que ser o mais neutro possível. Essa postura está ligada
metodologicamente ao ateísmo religioso.
* Ateísmo metodológico - Você não poder estudar a própria religião. Não poder estudar uma
prática religiosa que você também tenha. Essa mesma lógica aplicada a psicoterapia e
psicoeducação que a pessoa não contasse qual a sua religião, se liga a forma mais neutra de
trabalhar. Acredita na neutralidade.
3ª proposta - Existe outra linha que vai dizer que em termos de pesquisa você só pode estudar
a sua religião. Porque a visão de dentro seria indispensável para você conhecer aquilo e
traduzir o que as pessoas te contam a respeito daquilo (minoritária). No terceiro tipo você se
posiciona e só pesquisa a sua religião e dá preferência a atender a quem é da sua religião.
Mesmo esse grupo não pode fazer proselitismo.
Mesmas regras sobre quando genuinidade pode ser colocada vale para o tema religião, você
não vai contar do nada! Precisa seguir grade de análise para permitir que terapeuta seja
genuíno.
Obs.: No que diz respeito a não atender pessoas de outra religião professor destaca que se
você não consegue, por exemplo, ter aceitação incondicional, dentro da fenomenologia está
dentro da postura ética. Você não pode atender gente que você não consiga estabelecer
relação terapêutica. Se temos dificuldade de estabelecer relação terapêutica com um arco
muito grande de pessoas precisamos na nossa própria terapia nos trabalhar para que
possamos dar conta, mas enquanto não damos não podemos atender. Destaque para o fato de
situações que não queremos mesmo por nossos valores, ex.: torturador que continua
torturando, alguém que comete crime grave após atendimento professor dá exemplo de algo
que não quer atender e não trabalha em terapia por isso.
Obs.: Nas atividades o juízo de valor e o proselitismo religioso por serem bem parecidos não
podem ser usados os dois
Vitor Frankl não diferencia religiosidade de espiriitualidade. Completa dizendo que pessoas
atéias podem ter tanto ou mais espiritualidade que pessoas que fazem parte de alguma
religião. Sentido da vida direciona pessoa para saúde, por meio da autotranscendência. Se for
pela religião não faz diferença. Usa só termo religiosidade.
Algumas pessoas na busca de sentido pode não usar religiosidade. Ele fala religiosidade, mas
está se referindo as duas coisas porque a via precisa passar pela autotranscendência que é ter
ações em prol de algo ou alguém diferente de você mesma (capitulo 11 do livro logoterapia e
análise existencial).
Na psicologia falamos mais de espiritualidade, mesmo m situações onde a prática espiritual é
fortíssima ex: pesquisa de campo com 8 pessoas que disseram que vivência religiosa foi
fundamental na forma com que eles lidaram com o câncer, pessoa não falou em nenhum
momento sobre qual religião. Pessoa narra que ser ungida pelo espirito santo fez diferença
(pessoa escreve transcendência). Professor entende que isso tem a ver com briga de poder
histórica entre psicologia e religião.
Nosso conselho em 2013 elaborou documento onde se coloca contra qualquer tentativa de
imposição de dogma religioso. Explicita a inadequação da utilização de saberes religiosos como
guia norteadores de práticas psicológicas. Separação entre ciência e religião e laicidade.
Proibição da utilização da religião como guia de ações como psicólogo. Não pode trabalhando
como psicólogo fazer oração com cliente, pedir que leia a bíblia e acredite no que está escrito.
Não pode pautar o trabalho psicológico. Pessoa pode ser pastor e psicólogo, pai de santo e
psicólogo. Terapeuta de cristais e psicólogo. O que não pode é fazer uma coisa como se fosse
outra.
Laicidade a francesa – não pode ter nenhum símbolo pelo menos em ambiente público (não se
aplica ao meu consultório)
Teóricos não fenomenológicos sobre religião – Característica que vale para psicologia como
um todo no que diz respeito a religião. Teorias isonômicas a respeito das religiões. Mesmo as
que tem visão negativa trata de todas as religiões. Os que dizem que tende a saúde também
fala de todas as religiões. Não tem psicologia falando que alguma religiões tendem a saúde
nem que outras tendem a doença. Temos alguns com olhar negativo sobre a religião. Freud
aproxima religião de transtornos obsessivos e também acredita que pessoas usam delírio
(quem não tem ciência nem arte tem religião - Freud) No behaviorismo radical a religião é vista
como tipo de fenômeno que se aproxima de fenômeno supersticioso.