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Abordagens Humanistas NP2


Humanismo

Ideário de valorização humana.

Tipos: renascentista, iluminista, positivista…

O mundo ocidental contemporâneo:

Homem como centro do mundo.

Exaltação da razão → arquitetamento interno é uma vantagem.

Homem como fim em si, nunca como instrumento.

Devios:

Homem antropológico que avança para o individualismo.

Pensamento racional que desvaloriza a subjetividade.

Ciência, tecnologia.

Utilitarismo → visão relacionada ao princípio da utilidade.

Humanismo na Gestalt

Pretende liberar o ser humano das tendências antropocentradas e


individualistas.

Emancipação da consciência empática.

Amplia a visão de homem considerando o pensamento holístico, subjetivo.

Autonomia do espírito humano que é capaz de encontrar por si mesmo a


melhor alternativa para suas dificuldades.

Totalidade da pessoa.

Preocupa-se com os contatos (familiares, grupos e comunidades).

“Eu sou → na multiplicidade, nas relações”

Ética humanista na Gestalt-terapia

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Método fenomenológico:

Suspensão.

Não nos cabe transformar.

Preocupação com toda a comunidade.

Projeto terapêutico da Gestalt-terapia

Deixar de ser aquilo que está sendo (alívio de sofrimento).

Capacidade de estabelecer relações de intimidade (se abrir, ter empatia).

Gestalt-terapia

Visão de homem e mundo: humanismo.

Homem total, integral.

Não dicotômico → emoção/razão.

O homem é sua multiplicidade e suas possibilidades.

Método: fenomenológico.

Suspensão.

Não nos cabe transformar.

Teorias específicas de base:

Psicologia da Gestalt → percepção visual .

Teoria Organismica

Ser total, autoregulação do organismo e ajustamento criativo aos


problemas.

Teoria de Campo

Ser humano em função ao seu meio.

Psicologia da Gestalt

Não foi criada em perspectiva clínica (Wertheiner, Kohler e Kafta).

Crítica ao modelo behaviorista dominante.

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Estudar apenas a relação estímulo-resposta despreza como o estímulo
é percebido.

Busca compreender como enxergamos os elementos do mundo.

Percebemos totalidades que são diferentes da soma das partes.

Quando percebemos algo, percebemos o todo, a totalidade.

Negam a ordem sensação → percepção.

A totalidade que percebemos não é resultado de uma síntese de


sensações (a totalidade é diferente da soma das partes).

Esses processos ocorrem de forma simultânea.

Essa dinâmica é organizada pelo Princípio da Figura e Fundo.

Ou seja: não se separa os elementos, mas eles possuem movimento.

As coisas podem mudar de acordo com o momento.

Capacidade perceptiva varia: nada mudou, mas a percepção se


movimenta (ex. das figuras).

A percepção não depende dos processos mentais superiores e nem de


experiências passadas.

1. Pregnância ou Boa forma

A percepção depende das características da figura e dos elementos, e


não do indivíduo.

Organização psicológica dependerá do que as condições da figura


permitir.

Qualidade da figura → percebemos a todalidade quando existem esses


elementos.

2. Fechamento

Figuras completas são + facilmente percebidas (entendidas).

3. Semelhança

Agrupamos objetos por semelhança: cor, forma, textura…

4. Proximidade

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Coisas que estão próximas umas das outras são percebidas como
pertencentes a um mesmo agrupamento.

Coisas que estão próximas parecem ser mais relacionadas entre si do


que se estivessem distantes.

5. Simetria

Equilíbrio a partir do centro torna a percepção mais agradável.

6. Continuidade

Procuramos traços de continuidade em busca de fluidez e e harmonia


da figura.

Gestalt-terapia

Perls leva 4 princípios da capacidade visual para a experiência de vida.

Ideia de situação inacabada.

Gestalt é um fenômeno irredutível: não existe apenas 1 elemento, não


da para decompor ou reduzir o ser que é múltiplo e total.

Figura e fundo: a forma como percebemos varia de acordo com o que é


destacado em determinada situação.

Princípio do fechamento: tendemos a buscar o fechamento para


compreender as coisas, as situações.

Teoria Organismica (Kurt Goldenstein).

Organismo se adapta para compensar lesões.

Organismo se autoregula pois funciona como um todo → o ser é total.

Problema → ajustamento (criativo).

Teoria de Campo (Kurt Lewin)

Ser humano em relação total com os ambientes que os cercam.

O ser não é resultado apenas da realidade interna, mas também do que


acontece no momento (o todo).

Diferença da Psicologia da Gestalt para a Gestalt-terapia

Perls estudou a aprendizagem em busca de estratégias para a solução


de problemas na prática clínica.

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Projeto terapêutico: correção do campo perceptual → reestruturação de
como eu percebo.

O que possibilita a mudança é a introvisão (reconhecimento de


elementos que não haviam sido percebidos).

Holismo: compreensão global e subjetiva do ser e da consciência do


momento.

1. Figura e fundo: a forma como percebemos varia.

2. Awareness: tomar consciência (sobre o todo, sobre a figura e fundo).

3. Contato: a relação indivíduo-meio promove processos de crescimento e


desenvolvimento humano.

4. Ajustamento criativo: ajustes entre necessidades e possibilidades.

5. Aqui e agora: passado e futuro são presentificados (existem no presente).

6. Autossuporte: não é autossuficiência pois o ser possui relação de


interdependência com o meio, mas é um ser total que se autorregula.

7. Saúde: enfoque nos aspectos positivos.

Quando não ocorre os processos de contato e ajustamento criativo se


dão os quadros de neurose (sofrimento).

Aconselhamento Psicológico e Psicologia Humanista

Aconselhar: senso comum X Psicologia

Na Psicologia está relacionado à resolução de desajustamentos.

Embasamento anterior:

Teoria traço-fator (movimento eugenista): pessoas possuem um


conjunto de capacidades passíveis de medição.

Influência do ambiente no organismo.

Objetivo normativo ou educacional (padrões de comportamento,


orientação vocacional).

Técnicas: aplicação de testes → sugestão e persuasão a partir dos


resultados.

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Início: “Aconselhamento e Psicoterapia” (Rogers, 1942)

Crítica a prática de aconselhamento desvinculada da psicoterapia.

Aconselhamento era restrito as respostas aos testes de


normalidade.

Mas deveria ser não diretivo→ ao invés de orientar, o ouvinte


deveria estar interessado e ser compreensivo.

Conceito de conselheiro: função de criar uma atmosfera permissiva


para o paciente ter liberdade de se mostrar como é.

Sem julgamentos ou interpretações.

Inclusive, foi o primeiro passo para a ACP.

Aconselhamento no Brasil

Ruth Scheffer (1970): ressignificação do campo de Aconselhamento


Psicológico

Caráter de abertura.

Aprendizagem significativa.

Prática de fronteira (interdisciplinar).

Plantão Psicológico

Histórico

Serviço de Aconselhamento Psicológico da USP (1970).

Antes era uma espécie de entrevista de triagem.

Rosenberg e Santos buscavam maneiras de atender a demanda de


toda a população que procurava o cuidado com a saúde mental. Não
havia estrutura pública para todos.

Entenderam com a prática que quando chegava o momento de


encaminhamento, a pessoa não queria mais: o acolhimento era pontual,
emergencial.

O plantão deveria então se encerrar nele mesmo, a pessoa quer ou


precisa ser atendida naquele momento específico.

Características

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Escuta qualificada.

No momento que a pessoa busca o auxílio.

Abertura para interdisciplinaridade.

Atenção as narrativas e experiências singulares.

Plantonista

Aberto e disponível.

Sem julgamento.

Foco na experiência e não no problema.

Facilitador da compreensão.

Atendimento

Sem roteiro.

Encontro inesperado e intenso.

Sem tempo pré-definido.

Busca clarificar o sofrimento.

Encontro único + 2 retornos.

Prática de fronteira: características semelhantes a outras práticas da


Psicologia, mas é diferente de todas.

Escuta qualificada e suspensão assim como na Psicoterapia.

Busca compreensão assim como no Psicodiagnóstico.

Plantão no Hospital Psiquiátrico: como fazer o plantão se não existe


construção de relação terapêutica em momentos agudos? (Quando a
pessoa está em surto não há como remediar).

Conceito de saúde: entender o que é visto como anormal.

Patologia da liberdade: a doença mental retira o sentido de


liberdade e poder de escolha. O que a pessoa é e o que ela faz é a
patologia, e não a escolha dela.

Desorganização da temporalidade e identidade: noção de


temporalidade desorganizada faz perder referência de quem eu sou
(identidade).

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Crença na tendência atualizante: acreditar na capacidade do cliente em
se desenvolver por si próprio.

Importante a clientela saber quando e onde o plantonista estará à


disposição.

Trabalho com a família do cliente e acolhimento de funcionários deve


tomar 2 cuidados.

Compreensão da direção: deve ser claro para a instituição sobre a


procura/sofrimento ser genuína, e não fuga.

Vinculação especial: o plantonista não pode conhecer a equipe, é


preciso alguém diferente e disponível apenas para isso.

Oficina de Criatividade

Prática psicológica baseada no uso de recursos expressivos de


natureza artística.

Rompe com a psicologia tradicional ao ser uma possibilidade que


alcança todos, inclusive a demanda periférica.

Não é definida pelo local onde é aplicada.

Troca de experiências favorece a transformação das relações e a


ampliação dos horizontes.

A proposta é que as pessoas se fortaleçam em um espaço para se


expressarem da forma como são e serem seu próprio ponto de apoio.

As pessoas precisam ser reconhecidas, escutadas e fortalecidas.

Objetivos

Ampliação dos modos de ser e pensar a vida.

Transformação das relações e de si mesmo.

As trocas são meio de fortalecimento e acolhimento.

Oficineiro

Facilitador e estimulante das trocas.

Escuta e compreensão empática.

Planeja, coordena e organiza.

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Não interfere na produção do outro, não é autoritário e não se preocupa
com qualidade.

O psicólogo que procura o público → vai aonde a vida acontece.

ONGs, espaços religiosos, espaços com abertura.

Planejamento do trabalho

Levantamento de necessidades e interesses dessas pessoas.

Não tem foco no problema.

Caráter preventivo e/ou terapêutico.

Foco no fortalecimento das relações (troca de experiências).

Temas vagos e abertos para ser uma possibilidade expressão para


todos.

Escolha da instituição e formação do grupo.

Determinação dos recursos (o oficineiro leva).

Divulgação.

Ambiente ventilado e confortável para favorecer as expressões.

3 etapas

1. Aquecimento: interação, apresentações.

2. Realização do trabalho: execução do tema proposto.

3. Fechamento: começo, meio e fim dentro de cada encontro. Nenhuma


atividade inacabada.

Psicodiagnóstico

Processo de intervenção, colaborativo, compartilhado, compreensivo e


descritivo.

Doença mental como a construção de outros modos de existência.

Nos moldes tradicionais a tendência é negar a alteridade, procedendo a


uma redução do ser. Desmistificação de verdades universalizantes
geradoras de exclusões.

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Desmonte das cristalizações que impedem outros modos de afetamento
e de estar no mundo → deslocamento do saber.

Objetivo do psicólogo

Descrever como compreendeu os comportamentos que lhe apareceram


para favorecer o entendimento de como a pessoa se relaciona consigo
mesma, com os outros e com o mundo.

Focalizar aspectos saudáveis, abertura de novas possibilidades ao


invés de uma adequação ao que é considerado normal, respeitando a
cultura e o contexto familiar.

Enfoque na narrativa

O que importa é o relato das vivências, e não a verificação dos fatos (o


importante são as maneiras de significar esses fatos).

Pensamento + fala = novos significados.

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