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TEORIA

ORGANÍSMICA
 A Teoria Organísmica foi explicada e exposta por vários
autores tentando mostrar o indivíduo como um todo
unificado, como um campo integrado e não como dividido em
sentimentos, sensações, atitudes etc.

 A Psicologia da Gestalt se limitou muito aos fenômenos de


tomada de consciência (percepção, aprendizagem e
solução de problemas) e falou pouco do organismo como
um todo.
Como dizia Goldestein (Idem p. 332), “o
organismo é uma só unidade; o que ocorre
em uma parte, afeta o todo”.
Kurt Goldstein

 Estudioso de Neurologia.
 Concluiu que um sintoma não podia
ser considerado ou compreendido a
partir apenas de uma lesão orgânica,
senão a partir da consideração do
organismo como um todo.
Princípios da Teoria Organísmica

 A pessoa é una, integrada e consciente.


 A organização é natural a organismo. A desorganização é
patológica.
 O Organismo é um sistema organizado, com o todo
diferenciado em suas partes.

 Qualquer elemento deve ser visto como parte do TODO;


 O todo não pode ser compreendido pelo estudo das
partes isoladas;
 O TODO é seu próprio princípio regulador.
 O homem tem um impulso dominante de
autorregulação, pelo qual é permanentemente
motivado
 Ele está em permanente procura de atualizar suas
potencialidades.
 Esse impulso dá duração e unidade à sua vida, como
pessoa.
 O homem tem dentro dele as potencialidades que
regulam seu próprio crescimento, embora possa e
receba influências positivas de crescimento do meio
exterior, as quais ele seleciona e utiliza
 O meio, entretanto, pode forçar a pessoa a adaptar-se a
fatos estranhos à sua natureza.
 Desenvolver-se em um meio apropriado significa formar
uma personalidade sadia e integrada.
Não há nada que seja naturalmente ‘mau’ no
organismo; faz-se ‘mau’ por interferência do ambiente
inadequado” (Goldstein, 1939, p. 332)
 A teoria organísmica se utiliza dos princípios da
Psicologia da Gestalt, enquanto funções isoladas,
como percepção e aprendizagem que ajudam na
compreensão do organismo total.
 Ela amplia a topologia de Lewin, incluindo no campo,
além da realidade psicológica, o organismo biológico.
“A Teoria Organísmica acredita que se pode
apreender mais em um estudo compreensivo
da pessoa do que em uma investigação
exclusiva de uma função psicológica isolada
e abstrata de muitos indivíduos” (Goldstein,
1939, p. 335)
 Todos esses princípios estão interligados de maneira
coerente e profunda.
 Há uma concepção positiva do homem, caracterizado
por um impulso de autorregulação, na qual sua energia
de vida se transforma na expressão clara de sua
atualização.
 O homem não é visto isoladamente, mas incluído,
inserido na sua humanidade.
 Esses princípios criam uma profunda credibilidade no ser
humano e promovem aquela atmosfera de harmonia
interna e externa que facilita e promove o contato, a
relação psicoterapêutica.
 O organismo deve ser visto como um TODO.
Figura e Fundo

 Figura e Fundo são os principais conceitos estruturais


explicativos do organismo.
 O organismo se expressa ora como figura ora como fundo.
 Figura: é a principal atividade do organismo, é aquela que
se destaca.
 Fundo: se apresenta como uma realidade contínua, que
circunda a figura e lhe dá limites.
• Figura natural: quando existe uma relação natural entre a
figura e a totalidade do organismo e, ainda, quando
representa uma preferência da pessoa e quando o
comportamento é ordenado, flexível e apropriado para a
situação.
• Figura não natural: quando se apresenta isolado do
organismo total e seu fundo é também uma parte isolada do
organismo. Representa uma tarefa imposta à pessoa e
resulta em um comportamento rígido e mecânico.
 Qualquer forma de psicoterapia baseada no equilíbrio
organismo-ambiente procura atualizar, leva à plena
realização o movimento emergente através das figuras
naturais.
 O cliente deve ser visto como um TODO, pensado como um
TODO e tratado como um TODO.
 Qualquer atitude do psicoterapeuta que não leve em conta
essa entrada harmoniosa no TODO o secciona e confunde.
 O psicoterapeuta, quando propõe um experimento fora de
hora, quando faz um intervenção inadequada, quando
trabalha sem prestar suficiente atenção ao movimento do
cliente, está “transformando” o cliente numa figura não
natural, porque “está impondo à pessoa uma tarefa que
resulta em um comportamento rígido e mecânico” como
diz Goldstein.
 O contrário acontece quando psicoterapeuta e cliente se
encontram no mesmo campo comportamental, ambos
“vivenciam” o mesmo meio comportamental, o mesmo
espaço vital, e a ação psicoterapêutica flui da harmonia e
equilíbrio do campo.
Outros conceitos...
 Realização: atividades voluntárias e conscientes.
 Atitudes: são os sentimentos e outras experiências
internas.
 Processos: funções orgânicas experimentadas
indiretamente.
Conceitos dinâmicos de utilidade para o
trabalho da psicoterapia
 Equalização ou centragem do organismo
 Está presente no organismo uma energia que é constante e
que tende a distribuir-se igualmente no organismo. Essa
energia é um estado de tensão normal, ao qual o organismo
retorna sempre que foi estimulado, interna ou externamente,
a sair dessa tensão normal ou energia. Esse retorno é
chamado de equalização.
 Distribuindo a tensão a pessoa alcança um nível no
qual a tensão se equilibra, o que é chamado de
centragem.
 Autorrealização
 Para Goldstein, a autorrealização é o único motivo do
organismo.
 A autorrealização total só se completa pela satisfação das
necessidades.
 “A autorrealização é uma tendência criativa da natureza
humana. É o princípio orgânico pelo qual o organismo se
desenvolve plenamente” (Goldstein, 1939, p. 111-2).
 Toda psicoterapia visa a um crescimento no sentido de uma
autorrealização cada vez mais plena.
 “Pôr-se de acordo” como o ambiente
 Existe uma profunda relação entre organismo e ambiente,
podendo um influenciar o outro.
 Existe uma profunda relação entre organismo e ambiente,
podendo um influenciar o outro.
 Acordo do organismo com o meio → a pessoa não deve
fazer o que ela quer, mas o que a situação indica. A
situação diz à pessoa onde ela se encontra na sua relação
com o mundo exterior.
 Necessidade de perceber e sentir o interior. Sentir o
organismo é a melhor forma de medir nossa relação com o
mundo exterior. Prestar atenção ao organismo significa
medir as forças que o ambiente emite.
 Para Goldstein “um sintoma não é, simplesmente, uma
manifestação de mudanças em uma função ou estrutura
específica do organismo, é também um forma do
ajustamento feito pela pessoa doente ou deficiente”
(Goldstein, 1939, p. 332)
 Perls diz que a pessoa normal é aquela que tem em si
própria seu melhor suporte, ou seja, que não precisa do
suporte de outrem para se sentir feliz, embora, se ele
acontecer, será melhor e mais fácil.
A Gestalt-terapia como forma de aprendizagem
existencial fenomenológica está atenta às duas
coisas: aos limites que são frequentemente
necessários para que a pessoa se possa situar no
mundo, não se violentando, e à sua criatividade,
ensinando às pessoas a lidar consigo próprias para
encontrar dentro de sua realidade total a resposta
efetiva às suas perguntas.
Obrigada!

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