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UNIÃO DAS FACULDADES CATÓLICAS DE MATO GROSSO

CURSO DE PSICOLOGIA

ALLINE MARQUES DE BARROS


KEILY CORREA DE FIGUEIREDO
NATHALIA MARIANA LOPES LAGOEIRO
RUTH BENEDITA LOPES FERNANDES DO AMARAL PASSOS
THAYS NEVES DE ALMEIDA

PSICOLOGIA HUMANISTA - CONCEITUAÇÃO

Várzea Grande – MT
2023
ALLINE MARQUES DE BARROS
KEILY CORREA DE FIGUEIREDO
NATHALIA MARIANA LOPES LAGOEIRO
RUTH BENEDITA LOPES FERNANDES DO AMARAL PASSOS
THAYS NEVES DE ALMEIDA

PSICOLOGIA HUMANISTA - CONCEITUAÇÃO

Trabalho apresentado à União das Faculdades Católicas de –


UNIFACC–, curso de Psicologia, na disciplina “Bases
Epistemológicas da Psicologia Humanista”, como requisito
parcial para a obtenção do título de Bacharel em Psicologia,
sob a orientação da Prof.ª Maria Helena Figueiredo.

Várzea Grande – MT
2023
1. A Psicologia Humanista busca de um contexto mais abrangente para a
psicologia.

É possível afirmar que a Psicologia Humanista é mais abrangente, uma vez, que ela
tem o homem como o foco, e o enxerga como um homem em movimento. Além disso, ela
visualiza este ser humano como algo mais complexo para que se tenha soluções vindas de
apenas uma área de conhecimento.
Cada uma dessas coisas é válida e possível, e de fato é feita, com muitas
pesquisas, certamente. Mas nenhuma delas, em separado, e nem todas
somadas dão conta do ser humano como totalidade em movimento. Algo
fica faltando, e não é algo que possa ser cumprido dentro de cada um
daqueles enfoques. Não é tanto que essas explicações estejam incompletas.
Sim, até estão, e haverá sempre mais a pesquisar nessa linha. Mas a
incompletude a que me refiro é de outra ordem. Talvez "explicações" dessa
natureza. não bastem, e por mais que somemos explicações não estaremos
atendendo ainda ao principal desafio que se coloca para nós face ao nosso
viver: o que vamos fazer com nossa vida? Que sentido vamos dar a ela, e de
tal forma que não nos isole de um sentido mais global? (AMATUZZI, 1989,
p. 89).

Esta é uma abordagem na qual se olha para o homem de hoje, o homem do presente,
com foco a um futuro. Sendo assim, ela surge como contraponto ao behaviorismo e à
psicanálise. Isto porque, o movimento que surge entre os anos 1950 e 1960, começa a
questionar que estas duas terapias não traziam respostas, numa época em que o mundo ainda
se reerguia em um pós-guerra. As questões atuais não eram levadas em consideração. De
acordo com Amatuzzi (1989), a psicologia existente na época poderia responder como treinar
um soldado ou o porquê dele ficar perturbado ao voltar da guerra, mas esse não o problema,
em si.
Trata-se no fundo de admitir que a psicologia possa trabalhar a questão dos
fins, da saúde, da autoatualização, e não apenas dos meios, da doença ou do
ajustamento mínimo. Mas isso tudo é a questão do "para onde vamos". A
psicologia não pode ser apenas um conjunto de conhecimentos técnicos a
serviço de qualquer finalidade; é enquanto se pronuncia sobre o caminho
que ela é ciência do homem, ou melhor, é enquanto toma para si também
essa questão que ela se faz afinal uma ciência do homem, e não antes.
(AMATUZZI, 1989, p. 93).

A abrangência da Psicologia Humanista está em enxergar cada ser humano como


único e trabalhar conceitos como livre arbítrio e a autorrealização, defendida por Abraham
Maslow, que traz o conceito de hierarquia de realizações. Enquanto Carl Rogers, considerado
um dos fundadores desta corrente, aborda o homem dentro da visão que ele tem de si mesmo,
baseada em experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futura. De acordo
com Rogers, a consciência contém a maior parte do que é necessário para compreender a
realidade. (AMATUZZI, 1989)
Mas essa não-neutralidade vai mais longe e toca na própria questão do
alcance do saber: aquilo que eu vejo depende do ponto de vista a partir do
qual me coloco para olhar. É só dentro de um posicionamento de
compromisso com o ser humano como um todo (coisa que não é nada
abstrata, mas carreia até posições políticas) que meus olhos se abrem para
determinados aspectos do ser humano, ou que me disponho a pesquisar
determinados problemas e de um determinado modo. (AMATUZZI, 1989,
p. 93).

2. A Psicologia Humanista questiona os limites do método científico.

A atitude científica define um tipo de relação (a relação objetificante) que não capta a
pessoa atual, mas apenas o ser humano como resultado. Para Buber, o centro da pessoa só se
revela no ato da relação. As afirmações científicas podem ser verdadeiras, mas não
caracterizam aquilo que é especificamente humano. (AMATUZZI, 1989).

A ciência só é eticamente neutra formalmente, abstratamente. O ato


científico concreto nunca é neutro: ele se insere num contexto de sentido e
serve a alguma direção do caminhar humano. Para nos convencermos disso,
basta que consideremos os critérios de financiamento de pesquisa. Mas essa
não-neutralidade vai mais longe e toca na própria questão do alcance do
saber: aquilo que eu vejo depende do ponto de vista a partir do qual me
coloco para olhar. É só dentro de um posicionamento de compromisso com
o ser humano como um todo (coisa que não é nada abstrata, mas carreia até
posições políticas) que meus olhos se abrem para determinados aspectos do
ser humano, ou que me disponho a pesquisar determinados problemas e de
um determinado modo. (AMATUZZI, 1989, p. 93).

Os questionamentos do método científico a metodologia, behaviorista, funcionavam


através do método de pesquisas, através de comprovação. todavia os humanistas dizem que o
método científico não é imparcial.
Ponto de vista além do que se vê, uma investigação do método à realidade humana, O
homem está em constante transformação todos os dias, logo se refere ao homem como
presente em suas vivências atuais. A cognição o comportamento porvir é outro, sendo assim,
não à uma neutralidade absoluta. A ideia do homem do passado não se refere ao homem
presente.
O saber produzido é concretamente outro, o assunto pesquisado é outro, o possuidor
do saber é outro. Trata-se de uma diferença na forma de conceber a relação humana e o
conhecimento.
3. A Psicologia Humanista exige uma atitude fenomenológica.

A psicologia humanista exige uma atitude fenomenológica. Isso porque ela entende o
sujeito como um sujeito atual que é desafiado, tendo que responder e se posicionar agora
(AMATUZZI, 1989). Ela parte do princípio de que todo sujeito é subjetivo, portanto o
sentido de um fenômeno parte da experiência única de cada um. Conforme afirma Amatuzzi
(1998):
Gosto de entender a atitude fenomenológica por comparação com a atitude
ingênua e a crítica. Segundo a atitude ingênua, existe um mundo
independente, constituído por si mesmo, e como tal cognoscível (e Maslow
fica ainda nessa atitude, ao que me parece; é o preço que ele paga por não
ter sido um pouco mais filósofo). Já na atitude crítica, sabemos que o que
percebemos desse mundo depende de nossos referenciais. Costuma-se
referir a Kant, com sua crítica ao conhecimento, para o nascimento mais
forte dessa atitude; é preciso relativizar o conhecimento e estudar os
referenciais através dos quais ele se dá. Creio que a atitude fenomenológica
vai além da crítica, e eu a formularia assim: é só na interação que teremos o
verdadeiro conhecimento. O conhecimento compõe a interação com o
mundo, é um aspecto dela (Uma interação sem conhecimento é pobre ou de
um nível diferente; e um conhecimento sem interação também é pobre e de
um nível inferior, e ilude se não nos dermos conta disso). A psicologia
humanista aponta para uma atitude fenomenológica

Podemos afirmar, portanto, que a atitude fenomenológica enfatiza a importância da


experiência direta e subjetiva do sujeito em sua relação com o mundo. Seria, como afirma
Merleau-Ponty, observar o “Ser bruto” (DUPOND, 2010). Ou seja, a atitude fenomenológica
envolve uma suspensão temporária de suposições prévias e a adoção de uma perspectiva
aberta e receptiva em relação à experiência, podendo assim ser capaz de compreender o
significado das coisas tal como se apresentam para o indivíduo.
Essa abordagem sugere que a realidade não é algo que possa ser observado de forma
objetiva e independente, mas sim algo que é construído a partir das percepções e experiências
individuais.

4. A Psicologia Humanista considera a pessoa como totalidade em movimento.

“O ser humano tem que ser captado em seu movimento, e isso só pode ser feito
movimentando-se, inserindo-se num processo. O homem como resultado, ou a cultura como
produto, não são ainda o homem atual ou a cultura que se faz” (AMATUZZI, 1989).
Para esta abordagem, portanto, o indivíduo, além de ser considerado um sujeito
subjetivo e completo, tem que ser captado em seu movimento, ou seja, observando e
acompanhando o processo e as evoluções. Quando se fala do movimento dentro da psicologia
humanista, refere-se ao ser humano atual, porque ele está em constante mudança, seja de
pensamentos, atitudes, relações e etc.
Logo podemos acreditar que a essência do movimento é o fluir, porque a cada
momento ou a cada experiência vivida o indivíduo se torna outra pessoa, um exemplo
palpável para essa situação é o que afirma Heráclito: “Ninguém pode entrar duas vezes no
mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o
próprio ser já se modificou”, confirmando então que tudo ao entorno do ser humano se
movimenta o tempo todo e por isso a psicologia humanista considera a pessoa como
totalidade em movimento.
É só nessa postura totalmente diferente que se revela o homem no que ele tem de
próprio. Aquilo que se revela aí é uma totalidade em movimento, uma criatividade,
e não completamente isolável de totalidades mais abrangentes. O homem como
pessoa atual é o homem como palavra, isto é, como abertura para algo outro, onde
corpo e alma são indissociáveis (não podendo ser compreendidos um sem o outro);
é ato e não resultado (isto é, existe na interação com o mundo e com os outros
homens); é busca de sentido, atribuição e comunicação de sentido, criação de mais
sentido. No fundo, a meu ver, o sentido da Psicologia Humanista é uma saudade do
homem atual. (AMATUZZI, 1989, p. 93).
Para esta abordagem o ser humano tem que ser captado em seu movimento e para isso
é necessário que o individuo se coloque na postura do atual, sendo assim se torna alguém
único e multifacetado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMATUZZI, Mauro Martins. O significado da psicologia humanista, posicionamentos


filosóficos implícitos. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 41, n. 4, p. 88-95, 1989.

DUPOND, P. Vocabulário de Merleau-Ponty. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

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