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A Psicologia Crítica vem da crise da Psicologia Social, por volta da década de 60, em que,
por conta da efervescência dos movimentos sociais e de alguns posicionamentos na Psico-
logia Social europeia, algumas concepções hegemônicas empíricas americanas começam
a ser questionadas, como as universalizações do comportamento e atitudes. Isso traz um
posicionamento muito mais crítico da Psicologia Social que passa a ser mais voltada a uma
realidade próxima e internacional, em que o conhecimento passa a não ser mais um produto
que é feito sobre um objeto passivo, para ser um constructo entre o estudioso, pesquisador
ou psicólogo e as pessoas que compõem essa realidade. Há uma relação de construção
dialética, um movimento em que há um compartilhamento, existe uma interação, uma troca,
na construção de uma realidade que é extremamente dinâmica e representativa no contexto
sócio-histórico em que se está interagindo.
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PSICOLOGIA SOCIAL
Psicologia Crítica II: Psicologia Crítica e Saber Psicológico
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Esse determinismo (indivíduo) psicológico não significa que devamos assumir um deter-
minismo sociológico (social). É preciso fazer a ruptura, sem trocar um determinismo por
outro. Existe uma integração, interação, dialética entre o sujeito e a sociedade.
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Afinal, o social é também constituído, sendo, portanto, produto e produtor da realidade,
sendo seu funcionamento e princípios definidos por uma norma dominante. Desta maneira,
tanto o reducionismo psicológico quanto o reducionismo sociológico restringem a compreen-
são da dialética presente na construção conjunta e contínua da realidade.
Não há uma forma correta de se trabalhar em cima de “o sujeito é o responsável” ou “a
sociedade é a responsável”. Não se trabalha com a imputação de culpa a um ou outro ente,
porque eles não são entendidos como indissociáveis. O sujeito só é sujeito dentro do seu
contexto social. A sociedade só existe a partir do momento em que se constitui de pessoas.
Não faz sentido culpar o sujeito, sem considerar que existe algo social por trás dele. Tam-
pouco se pode questionar a sociedade sem questionar as pessoas que fazem parte dela. A
sociedade não é um ente com vida própria, independente das pessoas que a constituem. Por
isso, parte-se da dialética, da ideia em que a integração é permanente, constante. A cons-
trução da realidade é dada por sujeito – social e social – sujeito. Eles se retroalimentam. O
sujeito influencia o social e vice-versa.
Em tudo o que acontece, sujeito e sociedade estão integrados. Eles fazem parte de uma
estrutura compartilhada. Não há segregação entre indivíduo e social. O indivíduo traz o social
em si, ele internaliza o social, que faz parte da sua constituição, valores, crenças, moralida-
des, éticas. A sociedade é constituída dessas pessoas que falam sobre a realidade, se posi-
cionam sobre a realidade, que têm algum poder de decisão ou político de escolha. O sentido
social que segue parte de escolhas. Essas escolhas são feitas por pessoas, por isso não se
pode trabalhar com um sentido único voltado para o social ou individual. Eles acontecem ao
mesmo tempo, estando unidos simbioticamente.
Para a Psicologia Social Crítica, o saber psicológico vai além do estabelecido pelo meio
científico e acadêmico. Esse saber não se prende, simplesmente, em uma observação neutra
ou distante.
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Psicologia Crítica II: Psicologia Crítica e Saber Psicológico
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A ação humana é o objeto de estudo da Psicologia Social, mas esta ação está inserida
em um contexto social e histórico, sendo diretamente influenciado pela ação dos outros. É a
interação dialética entre os sujeitos e destes com a sociedade.
Se o objeto é a ação humana e ela acontece dentro de um contexto, é preciso entender
o contexto para explicar essa ação humana: onde, como, de que forma ela acontece. É pre-
ciso compreender que existe uma dialética entre sujeitos e sociedades. Não existe um poder
superior entre sujeito, sociedade e cultura. A interação é constante, permanente e equilibrada
entre esses entes. A ação humana só faz sentido, porque acontece em um determinado
momento, de uma determinada forma, dentro de uma determinada estrutura cultural, social,
econômica, política.
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Não se desconsidera a importância fundamental das teorias e do saber acadêmico, mas
da utilização destes na dinâmica específica (sócio-histórica) trabalhada. Trata-se de uma
Psicologia Social contextualizada, na qual o conhecimento serve ao problema e não há uma
conceituação prévia. Não existem leis universais.
A Psicologia Social Crítica traz a ideia de que a teoria atende, mas é o instrumento de
ação. Não se é refém da teoria. Se ela não é suficiente ou tem limitação, é preciso buscar
novas teorias e conhecimentos. Não se pode restringir e limitar o conhecimento à teoria. As
teorias são limitadas e construídas dentro de contextos e conhecimentos determinados. Por
isso, elas vão se aperfeiçoando, desenvolvendo e melhorando. A Psicologia Social Crítica
não é uma teoria, mas uma reflexão sobre a necessidade de entender que, para que se cons-
titua um conhecimento útil, engajado, funcional, é preciso estar preparado para questionar,
duvidar, desconstruir e reconstruir o que se precisa dentro da ciência.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Rafael Rodrigues Vieira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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