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1) Apresentação do campo
A Interclínicas é um núcleo clínico que agrupa clínicas de psicologia, enfermagem,
fisioterapia e educação física. Conta com piscina para tratamento terapêutico e consegue
atendimento individual ou em grupo para os vários tipos de tratamento, é totalmente gratuito,
possibilitando que quem necessita de ajuda e que não possui condição financeira de arcar
com, possa se beneficiar. Integra os profissionais capacitados da UNIFAJ com recursos de
diagnóstico, avaliação e terapia. O atendimento é efetivado por alunos e profissionais
especializados das áreas.
Meu atendimento clínico é com uma criança de 8 anos, e, até o momento foram
realizados 8 encontros supervisionados e conforme o projeto pedagógico do curso, com
supervisão semanal feita pelo professor Carlos Henrique Ferreira da Silva, a qual contribui
para formação e a prática profissional.
Mãe
Prima
F.R.A.G
D.R.A.G Irmão mais velho Irmão mais novo
A primeira sessão foi realizada com C.R.A, tia de D.R.A.G. questionando quais
motivos a trouxeram a procurar auxílio psicológico. A queixa principal foi hiperatividade de
D.R.A.G. A tia contou sobre a família, expondo que D.R.A.G. possui 2 irmãos, além de
F.R.A.G. seu irmão gêmeo, um mais velho de 13 anos e outro mais novo de 7 anos. Além
disso, explicou, também a dinâmica da família, visto que todos moram na mesma casa, junto
com sua mãe T.R.A, avó e a filha de C.R.A. A única fonte de renda é o salário da avó, que
trabalha meio período em uma creche e o auxílio que T.R.A. recebe, pois segundo a irmã, ela
foi diagnosticada com Depressão, Síndrome do Pânico e Esquizofrenia.
C.R.A. contou também sobre o pai de D.R.A.G., eles foram casados aproximadamente
6 anos, quando houve a separação. Rotineiramente, aconteciam brigas nas quais os filhos
presenciaram toda a situação, aconteciam agressões físicas e verbais. Além disso, durante esse
período de convivência das crianças somente com os pais, C.R.A. relatou comportamentos de
agressividade e castigos severos de T.R.A. com as crianças, exemplo disso é colocar as
mesmas em um quarto por mais de 24h, sem luz e sem acesso ao banheiro tendo que realizar
suas necessidades fisiológicas na roupa.
Após a separação, T.R.A. e as crianças se mudaram para a casa da avó e não tiveram
mais contato com o pai, o qual não contribui financeiramente com as necessidades das
crianças. C.R.A trouxe ao atendimento a preocupação das crianças não terem vida social nem
tampouco atividades extracurriculares, tendo apenas como principal atividade a escola.
O restante das sessões foi realizada individualmente com o D.R.A.G. Até o momento
foram efetuados 7 encontros, realizados de maneira lúdica, alternativa para criar um vínculo
com o paciente e avaliar formas de interação e as reações do mesmo.
À medida que os atendimentos avançaram, foi possível planejar atividades cada vez
mais específicas e estruturadas, de acordo com os objetivos desejados. As brincadeiras
incluíram giz de cera, lápis de cor, varetas, jogo da memória, pula macaco, faz de conta com
bonecos, uno e futebol de botão, as quais permitiram que D.R.A.G. desfrutasse momentos de
alegria e interação, possibilitando avaliar formas de inclusão e as reações com jogos que
trabalham as habilidades sociais, atenção, frustrações e alegrias. Durante as atividades foi
possível perceber dificuldade de atenção, hiperatividade e comportamento impulsivo, em
algumas propostas de jogos diferentes ele transmitiu impaciência e agitação, tentava burlar as
regras porque estava perdendo, ficava em pé, queria parar o jogo na metade e falava muito
alto. Sendo mantido os comportamentos de hiperatividade, observado que ele reage com
violência quando contrariado durante os jogos, como exemplo impulsividade em jogar a carta
longe de propósito, gritar e falar que desejava rasgar as cartas.
Foi trabalhado o descumprimento de regras, fazendo intervenções necessárias para o
desenvolvimento do mesmo feito com jogos que trabalharam suas habilidades sociais,
atenção, decepção, fracasso e frustrações. As reações frente à intervenção sempre foram
positivas, ele sempre cumpria o que era solicitado.
Durante todos os jogos D.R.A.G demonstrou emoções se satisfação, empolgação e
ficava entretido, mas não foi alcançado sucesso em algum assunto da sua vida, mesmo
estando descontraído respondia às perguntas de maneira objetiva. Em uma das sessões com o
jogo “conversinhas”, D.R.A.G trouxe que não tem diálogo com sua mãe e que a mesma só
fica no celular e quando fala algo geralmente é brigando por algum motivo. Posto isso, foi
observado dificuldade de socialização. Será possível dar um retorno para a mãe, explicando o
problema e orientando para obter um resultado satisfatório.
3) Discussão teórica
Os conceitos teóricos referentes à literatura estudada e pesquisada foi baseada
na terapia Cognitivo Comportamental que é uma linha de terapia breve que possui a
finalidade de alterar padrões de pensamento e que ajuda as crianças a elaborar os sentimentos
diante de estímulos familiares e escolares.
4) Considerações Finais
O atendimento citado me trouxe uma gama de conhecimentos, posto que pude
vivenciar situações bem diferenciadas. Nas supervisões, relatei os casos por mim atendidos e
discutimos tais casos com o supervisor e o grupo, foi também discutido os casos de outros
integrantes do grupo de supervisão. Cada pessoa do grupo falou de seu primeiro contato com
o paciente e pude notar que a experiência de todos foi muito enriquecedora. Discutimos
durante as supervisões alguns casos de crianças com diferentes demandas e pude notar que
muitas vezes a demanda que os pais trazem para a terapia não é verdadeiramente da criança,
mas muitas vezes dos próprios pais. Em algumas supervisões, discutimos também a ideia de
que o psicólogo deve tratar inicialmente da queixa trazida pelo paciente, que muitas vezes
diferencia-se do seu verdadeiro problema, sendo assim, o psicólogo deve tratar primeiramente
da queixa que o paciente traz para análise e não de seu verdadeiro problema que virá à tona no
decorrer das sessões. Durante as supervisões, pudemos questionar e discutir também algumas
questões sobre o código de ética do profissional da área de psicologia. O atendimento
realizado por mim, os estudos e as discussões realizadas com o supervisor e com o grupo me
ajudaram a construir uma grande base para o atendimento clínico.
5) Referências Bibliográficas
SILVIA, Tanise. Jogos como ferramenta terapêutica Manual de jogos, 2016.
Disponivel em:<https://ibac.com.br/wp-content/uploads/2017/08/monografia_Tanise-
Caroline-Silva.pdf> Acesso em: 18 de maio 2022.
Azzi, R. G. & Polydoro, S. A. J. (2006). Autoeficácia proposta por Albert Bandura: algumas
discussões. In: Azzi, R. G.; Polydoro, S. A. J. (orgs.). Auto-eficácia em diferentes contextos.
Campinas, Editora Alínea, pp.9-23. Disponivel em:< http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_nlinks&ref=1579814&pid=S1414-6975200900020000500001&lng=pt> Acesso
em: 17 de maio 2022.
18 de maio de 2022.
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Larissa Couto Barbosa Carlos Henrique Ferreira da Silva
RA: 12224820 CRP: 06/160213