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RESUMO PROVA PSICOTERAPIA HUMANISTA 2BM

FENOMENOLOGIA, PSICOTERAPIA E PSICOLOGIA HUMANISTA

● Fenômeno psicológico: Experiência subjetiva do indivíduo, ou seja, a maneira como ele


percebe e interpreta o mundo ao seu redor. Eles incluem uma ampla gama de experiências,
como emoções, sensações, pensamentos, memórias, percepções e comportamentos. São
influenciados por uma variedade de fatores, incluindo a constituição biológica do indivíduo, as
experiências pessoais, o contexto social e cultural, e os valores e crenças individuais. Exemplos
de fenômenos psicológicos: A experiência de sentir medo ao ver uma cobra; A sensação de
prazer ao ouvir uma música; O pensamento de que "eu sou uma pessoa boa". A memória de
uma infância feliz; A percepção de que o mundo é um lugar perigoso; O comportamento de
ajudar um amigo em necessidade.
● A fenomenologia abordagem filosófica que se concentra na descrição da experiência
humana foi desenvolvida pelo filósofo alemão Edmund Husserl. Ela busca compreender os
fenômenos psicológicos a partir da perspectiva do indivíduo que os experimenta. A
fenomenologia é um esforço, uma tentativa de clarificação da realidade humana. É uma
abertura à experiência, à vivência integral do mundo. É a busca do fenômeno, daquilo que surge
por si só, daquilo que aparece, que se revela. É participação, envolvimento. A fenomenologia
torna-se um modo de existir, de se colocar no mundo, de fazer parte deste mundo. O esforço da
fenomenologia reside na tarefa de ir às coisas mesmas.
● Husserl acreditava que a experiência humana é única e subjetiva, e que deve ser
compreendida a partir da perspectiva do próprio indivíduo. Ele desenvolveu um método
chamado de redução fenomenológica, que visa suspender os pressupostos e preconceitos do
investigador, a fim de compreender a experiência tal como se mostra.
● A fenomenologia foi usada para desenvolver abordagens psicoterapêuticas que enfatizam a
importância da experiência subjetiva do indivíduo.
● O método fenomenológico é baseado na redução fenomenológica, que consiste em
suspender os julgamentos e preconceitos sobre a experiência, a fim de descrevê-la de forma
pura e objetiva. A redução fenomenológica permite ao psicólogo compreender o significado que
o fenômeno tem para o indivíduo.
● A redução fenomenológica evidencia a colocação do ser-no-mundo, o posicionamento do
ser em situação, em função da qual este sujeito não é puro sujeito, nem o mundo puro objeto.
Ambos se correlacionam, permanecendo um em função do outro.
● A consciência é consciência ativa; cabe a ela dar sentido as coisas, ou seja, é a consciência
que atribui significados no mundo.
● A atitude fenomenológica é importante para a psicoterapia, pois permite ao terapeuta
compreender a experiência do cliente sem tentar interpretá-la ou classificá-la.
● A psicologia humanista se baseia nesses conceitos para desenvolver uma abordagem
psicoterapêutica que enfatiza a importância do relacionamento terapêutico, da empatia e da
autenticidade do terapeuta.
● No contexto da psicoterapia humanista, a atitude fenomenológica é essencial para o
processo terapêutico. O terapeuta humanista acredita que o cliente possui o potencial de
autodescoberta e crescimento, e que o terapeuta pode ajudá-lo a alcançar esse potencial. A
atitude fenomenológica permite ao terapeuta criar um ambiente seguro e de apoio, no qual o
cliente possa explorar a sua experiência e encontrar soluções para os seus problemas. Exemplos
de atitude fenomenológica pode ser aplicada na psicoterapia: O terapeuta pode ouvir o cliente
com atenção e empatia, sem julgamento ou interpretação; O terapeuta pode pedir ao cliente
para descrever a sua experiência em detalhes, sem pressa ou julgamento; O terapeuta pode
ajudar o cliente a identificar padrões e significados na sua experiência; O terapeuta pode ajudar
o cliente a experimentar a sua experiência de forma mais plena e consciente.
● A atitude fenomenológica e a atitude fenomenista são duas abordagens diferentes para
compreender a experiência humana. A atitude fenomenológica é uma postura de abertura e
receptividade à experiência humana, tal como se mostra. Ela é baseada na crença de que a
experiência humana é única e subjetiva, e que deve ser compreendida a partir da perspectiva do
próprio indivíduo. A atitude fenomenista, por outro lado, é uma abordagem mais filosófica que
busca compreender a natureza da experiência humana. Ela se baseia na crença de que a
experiência humana é intencional, ou seja, sempre dirigida a algo. A atitude fenomenológica é
importante para a psicoterapia, pois permite ao terapeuta compreender a experiência do cliente
sem tentar interpretá-la ou classificá-la. O terapeuta fenomenológico busca ouvir o cliente com
atenção e empatia, e ajudá-lo a explorar a sua experiência a partir da sua própria perspectiva. A
atitude fenomenista, por outro lado, é menos relevante para a psicoterapia. Ela é uma
abordagem mais filosófica que pode ser usada para fundamentar a compreensão da experiência
humana na psicoterapia, mas não é necessária para a prática terapêutica.
● O primordial de uma atitude fenomenológica é não encarar o cliente como um objeto (“o
doente” que vem a ser “tratado”), mas uma pessoa, no mesmo nível existencial do terapeuta. A
terapia é bi-direcional.
● A obra de Buber teve uma influência significativa na psicologia humanista, que acredita que
a relação eu-tu é essencial para o crescimento e o desenvolvimento pessoal.
● A Abordagem Centrada na Pessoa e a Gestalt-terapia são consideradas como abordagens de
cunho fenomenológico. Isto se deve ao fato de haver uma consideração de que toda fonte de
conhecimento autêntico está na experiência imediata de si e de outrem, no momento do aqui-e-
agora (abertura, totalidade e presença), no presente, na presença do terapeuta como um ser
existente aberto à relação, ou seja, o terapeuta neste sentido, é muito mais “pessoa”, do que
propriamente um papel a ser desempenhado.

A ESCUTA E A FALA EM PSICOTERAPIA

● A escuta e a fala são habilidades essenciais para a psicoterapia. Elas permitem ao terapeuta
compreender o ser-em do cliente e ao cliente compreender melhor a si mesmo. O ser-em,
na filosofia existencial, é a condição de ser humano, de estar no mundo caracterizada pela
liberdade, pela responsabilidade e pela angústia.
● A escuta permite ao terapeuta compreender a experiência do cliente a partir da sua própria
perspectiva. O terapeuta pode ouvir as palavras do cliente, mas também pode ouvir o que
está por trás das palavras. Ele pode ouvir as emoções, os pensamentos e os
comportamentos do cliente. Ele pode também ouvir o contexto da experiência do cliente,
incluindo os seus relacionamentos, as suas experiências passadas e as suas crenças.
● A fala permite ao cliente expressar a sua experiência e compreender melhor a si mesmo.
Quando o cliente fala sobre a sua experiência, ele pode começar a compreender melhor a si
mesmo e às suas relações. Ele também pode começar a desenvolver novas formas de lidar
com os seus desafios.
● A escuta e a fala podem criar um espaço de liberdade e co-criação. Quando o terapeuta
escuta o cliente com atenção e empatia, ele cria um espaço de segurança e confiança, no
qual o cliente se sente confortável para se expressar. Nesse espaço, o terapeuta e o cliente
podem co-criar o processo terapêutico, explorando a experiência do cliente e encontrando
novas possibilidades.

A FALA DO CLIENTE

Possíveis falas:

a. Culpa existencial: A sensação de não estar vivendo a vida ao máximo; A dificuldade


em encontrar um propósito na vida; A sensação de não estar sendo fiel a si mesmo;
A culpa por escolhas passadas.
b. Medo existencial: A incerteza sobre o futuro; A consciência da própria mortalidade;
A falta de sentido na vida.
c. Angústia existencial: Um jovem que se sente perdido e sem direção na vida; Um
adulto que se sente ansioso em relação ao futuro; Um indivíduo que se sente vazio e
sem sentido na vida.
d. Perda no impessoal: Eu me sinto como se estivesse vivendo em um mundo
estranho e desconhecido; Eu tenho dificuldade em me conectar com outras pessoas
e com o mundo ao meu redor; Eu sinto que não sou mais eu mesma.
e. Rigidez frente ao referencial próprio: Tenho dificuldade em aceitar mudanças,
mesmo que sejam positivas; Sinto-me desconfortável ou ansioso com mudanças;
Tenho dificuldade em me adaptar a novas situações.
f. Projeto de aceitação e aprovação por parte do outro: Eu tento ser o que o outro
quer que eu seja; Eu me preocupo muito com o que o outro pensa de mim; Eu
preciso da aprovação do outro para me sentir bem comigo mesmo.
g. Dificuldade de assumir o sofrimento como possibilidade: Eu tenho medo de sofrer;
Eu não sei como lidar com o sofrimento; Eu acredito que o sofrimento é evitável.
h. Maximização do sofrimento: Ninguém na minha casa me entende; Eu faço tudo por
eles, mas quando preciso, me abandonam; Ninguém deixou de viajar porque eu
estava sofrendo.
i. Não-aceitação dos próprios limites: Eu sempre sinto que tenho que fazer mais do
que posso; Não quero envelhecer.
j. Medo da solidão: Eu não consigo imaginar minha vida sem ninguém; Eu preciso de
outras pessoas para me sentir completo; Eu me sinto perdido e desamparado
quando estou sozinho.

A FALA DO PSICOTERAPEUTA

● Exemplificadora: O psicoterapeuta usa exemplos de sua própria vida ou de outras


pessoas para ilustrar um ponto ou uma ideia.

Exemplo:

Cliente: Eu estou me sentindo muito triste ultimamente. Eu não sei o que está acontecendo
comigo.

Terapeuta: Eu entendo como você se sente. Eu também já me senti assim. Eu me lembro de


uma vez que eu perdi meu emprego e eu me senti muito triste e desanimado. Eu não sabia
o que fazer com a minha vida.

● Clarificadora da atmosfera afetiva: O terapeuta usa a clarificadora para identificar as


emoções que estão sendo expressas, as emoções que estão subjacentes e as
emoções que estão sendo evitadas.

Exemplo:

Em uma sessão de terapia, um paciente está falando sobre um conflito que teve com seu
parceiro. O terapeuta pode usar a clarificadora para ajudar o paciente a identificar as
emoções que ele sentiu durante o conflito, como raiva, tristeza ou frustração.

● Refletora de conteúdo verbal: O terapeuta usa a refletora para repetir ou


parafrasear o que o paciente disse, de forma a ajudar o paciente a ver seus
pensamentos e sentimentos de uma nova perspectiva.

Exemplo:

Em um grupo de terapia, os membros do grupo estão discutindo um tema que é


emocionalmente carregado. O terapeuta pode usar a refletora para ajudar os membros do
grupo a ver seus pensamentos e sentimentos de uma nova perspectiva, como "Você está
dizendo que você se sente responsável pelo que aconteceu?" ou "Você está dizendo que
você está se sentindo perdido?".

● Refletora de conteúdo não-verbal: O terapeuta usa a refletora para chamar a

atenção do paciente para seu comportamento não verbal, de forma a ajudá-lo a ver
seus pensamentos e sentimentos de uma nova perspectiva.

Exemplo:

Em uma sessão de terapia, um paciente está falando sobre um conflito que teve com seu
parceiro. O terapeuta pode usar a refletora para chamar a atenção do paciente para sua
linguagem corporal, como "Você está cruzando os braços. Você está se sentindo
desconfortável?" ou "Você está olhando para o chão. Você está se sentindo triste?".

● Reveladora de situações conflitivas: O terapeuta usa a reveladora para identificar os

fatores que contribuem para o conflito, de forma a ajudar o paciente a desenvolver


estratégias para lidar com o conflito de forma mais eficaz.

Exemplo:

Em uma sessão de terapia, um paciente está falando sobre um conflito que teve com seu
parceiro. O terapeuta pode usar a reveladora para ajudar o paciente a identificar os fatores
que contribuíram para o conflito, como "Você disse que seu parceiro estava sendo egoísta.
Você acha que isso pode ter contribuído para o conflito?" ou "Você acha que você poderia
ter feito algo diferente para evitar o conflito?".

● Adversativa ou paradoxal: O psicoterapeuta dá ao cliente a idéia contrária daquilo


que ele está passando, afim de que ele tome consciência de sua verbalização e possa
perceber mais claramente seu ponto de conflito ou de desordem.

Exemplo:
Cliente: Bem, não quero irritar-me. Vou tentar falar sobre isto de forma mais tranquila.

Terapeuta: Estou vendo o quanto você está tranquilo falando do seu fracasso.

● Promotora de responsabilidade: O cliente é o único que pode decidir sobre si


próprio.

Exemplo:

Cliente: Se não fosse ela, minha vida seria um mar de rosas.

Terapeuta: E o que você faz para que sua vida seja um mar de rosas?

● Focalizadora do “aqui e agora”: O terapeuta traz a situação no presente.

GESTALT-TERAPIA

● A Gestalt-terapia propõe uma visão holística e integrada do ser humano na sua totalidade,
nas suas particularidades. Ela visa ampliar o sujeito para que ele possa ver as suas vivencias e
escolhas, e assim poder captar o significado do que aquilo representou para o cliente, tomando
ciência também de que tudo que nos rodeias e as situações que estamos expostos no dia a dia,
moldam a forma que enxergamos o mundo.
● Experimentos são técnicas que auxiliam o indivíduo a vivenciar e experienciar o aqui-agora
(awareness), fazendo com que ele tome consciência do momento presente bem como
permitindo que ele possa refletir e pensar algo novo sobre si ou até mesmo sobre as situações já
vivenciadas.
● A conexão entre discurso, ação e emoção é um objetivo do experimento na Gestalt, pois
através dele pode-se transformar o falar em fazer, trazendo autonomia evidenciando a agência
do cliente sobre suas questões.
● Os experimentos gestálticos podem ser feitos, a princípio, por qualquer pessoa, como um
auxiliar no processo psicoterápico, bem como na prevenção de quadros como ansiedade e
depressão, além de síndromes do pânico e outros distúrbios.
● O psicoterapeuta conduz o experimento de modo que o cliente vai se percebendo ele
mesmo como criador da sua própria terapia, obtendo maior awareness e tomando consciência
de novos conceitos sobre situações semelhantes.
● O psicoterapeuta facilita o processo do cliente tornar-se um experimentador, educador,
transformador ativo de si mesmo e da sua realidade. O que só é possível quando terapeuta e
cliente estabelecem uma relação de confiança, e o processo ocorre de acordo com a
disponibilidade do cliente, seu ritmo e abertura para a vivência.
EXPERIMENTOS

MINDFULNESS Seu principal objetivo é promover estados de atenção plena e concentração em cada
momento vivenciado pelo cliente. Pode ser feita de maneira guiada, com delimitação
de tempo, de modo que tenha início, meio e fim. Não tem por objetivo sanar prejuízos
ou problemas. É um método que, juntamente com o processo de psicoterapia, pode
auxiliar no tratamento de quadros como ansiedade e depressão. A técnica de
mindfulness não pode ser confundida com meditação. A meditação é um estado de ser,
não uma atividade. A atenção plena é focalizar a atenção, por um certo tempo, envolve
esforço consciente para focar e manter a atenção.

VIAGEM A O objetivo deste experimento é trazer à tona algum fundo que esteja escondido e que
FANTASIA o cliente tenha dificuldades de elaborar normalmente. Fazer o movimento de o cliente
deixar de falar "sobre", e falar "com" o fenômeno. Inicialmente se pede para que o
cliente feche os olhos, respire com calma e tome consciência de sua respiração, com
intuito de viabilizar este contato com a fantasia e com ele mesmo. Logo após, pedir
para que imagine algum cenário, como um campo, um lugar, uma situação, de acordo
com o seu objetivo, caso seja uma situação traumática, pode-se pedir para que ele
experencie como 3ª pessoa, para que haja menos impacto emocional, vivenciando a
situação, mas com um grau de distanciamento e segurança para preservação do
sujeito.

IDENTIFICAÇÃO O indivíduo é equiparado a um objeto através da fantasia e a partir disso o terapeuta


COM OBJETOS intervém direcionando o cliente a acessar espontaneamente questões que estão
despercebidas ou ignoradas pelo cliente. A experiência subjetiva de fazer um
experimento de Identificação pode ser comparado com um objeto, em que a pessoa
para de olhar para ele e, em vez disso, trabalha com a sua fantasia de ser o objeto. A
identificação com objeto colabora na verbalização e identificação de demandas
internas.

TRABALHO COM Visa compreender o significado dos sonhos e utilizá-los como ferramenta de
SONHOS autoconhecimento e crescimento pessoal. A proposta é fazer com que o indivíduo com
a ajuda do terapeuta, busque autoconhecimento, usando sua experiência pessoal como
instrumento, a fim de entender sua totalidade e ressignificar suas emoções. Desta
forma, é possível que o indivíduo passe a vivenciar um novo presente existencial.

CADEIRA VAZIA Tem por objetivo levar o cliente a experimentar novamente reações emocionais ainda
não resolvidas, colocando em movimento processos internos, buscando explorar sua
reação emocional para com o outro. É uma maneira de ampliar aquilo que está à
margem da awareness, permitindo explorar conflitos internos, entre características
controladoras e características subjugadas de uma pessoa, onde expressões como "tem
que" e "deve" eclodem durante essa vivência. Também é possível reviver experiências
e "testar" novos comportamentos, como por exemplo, uma pessoa tímida pode ser
encorajada a se empoderar e reagir a seu dominador, ou um indivíduo impulsivo pode
"buscar em si" uma forma branda de reagir a uma situação de conflito. Essa técnica
pode ser muito útil para desvendar crenças, assumir aspectos do self ainda não
assumidos e praticar novos comportamentos.

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