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Curso de

Introdução à
Arteterapia
Campo de Atuação
da Arteterapia III
Patrícia Rose Teixeira Moreira
Psicóloga CRP 15/1659
Arteterapeuta 046/04/2010
Abordagem Centrada na
Pessoa: Carl Rogers

Arteterapia
Carl Ransom Rogers
É tido como o primeiro psicólogo a abordar as
questões principais da Psicologia sob a ótica
da "Saúde Mental”, ao contrário de outros
estudiosos cuja atenção se concentrava na
ideia de que todo ser humano possuía uma
neurose básica. Rogers rejeitou essa visão,
defendendo que, na verdade, o núcleo básico
da personalidade humana era tendente à
saúde e ao bem-estar.
Tal conclusão sobreveio de um processo meticuloso de
investigação científica levando à diante por ele ao longo de
sua atuação profissional.
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A partir dessa concepção primária,
observou-se que o processo
psicoterapêutico consiste entre um
trabalho de cooperação entre
psicólogo e cliente, cujo objetivo é a
libertação de aspectos conflitivos,
obtendo-se com isso a descoberta
ou redescoberta de autoestima, da
autoconfiança e do
amadurecimento emocional.
Carl Ransom Rogers

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Empatia, congruência e aceitação
incondicional positiva.

Essas são as três condições básicas e simultâneas


defendidas por Rogers como sendo aquelas que vão
permitir que, dentro do relacionamento entre
psicoterapeuta e cliente, ocorra o encontro da essência
positiva existente em cada um de nós.
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1 - Empatia
Em primeiro lugar, é
imprescindível que tanto
o facilitador quanto o
cliente sintam-se bem e
verdadeiramente
disponíveis nessa
relação.
Depois, o facilitador deverá ser capaz de se colocar no lugar
do outro sempre, tendo, desta forma, provavelmente maior
disponibilidade interna em entender o outro, seus motivos,
seus medos e seus sentimentos e consequentemente mais
condições de não julgar ou direcionar a relação de ajuda.
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2 - Congruência

Congruência significa autenticidade por parte do facilitador


quanto aos seus sentimentos em relação à pessoa que está
sendo ajudada.

Tudo que o facilitador sente em relação à pessoa deve ser


dito com cuidado, carinho, respeito, mas principalmente
com autenticidade.

É direito da pessoa ajudada saber o que o facilitador sente a


respeito do que ela está dizendo.

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Para a Abordagem Centrada
na Pessoa, é importante que
o facilitador diga o que
sente, mas é claro que dizer
como sua verdade e não
como verdade absoluta ou
uma verdade inconsciente
do outro.
Numa relação de ajuda onde o facilitador assume seus
sentimentos, além de dar ao outro o direito de pensar a
respeito; a tendência é que o outro assuma os seus
sentimentos também, livre de ameaças, apoiado na
aceitação, na autenticidade e no acolhimento.
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3 – Aceitação incondicional positiva
É a capacidade do
facilitador em aceitar o
outro de maneira positiva,
entendo que, à sua
maneira, está no fundo
procurando se sentir bem
e se encontrar.

Se o facilitador acredita e tem claro dentro de si a


necessidade de aceitação e respeito, fica mais fácil aceitar
o outro, mesmo que não entendendo ou não concordando.
Aceitar não significa concordar.
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O facilitador pode aceitar em
si seus sentimentos, seus
limites e abrir mão de ajudar
determinada pessoa,
assumindo para o outro a
própria limitação, caso não
consiga de fato aceitar o
outro.

Faz-se necessário um ambiente onde a pessoa sinta-se


verdadeiramente aceita e acolhida, livre de ameaças, que
possa ser ela mesma a entrar em contato consigo própria
para buscar aquilo que julga importante, para o seu
crescimento pessoal.
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O interesse na abordagem rogeriana é que
a aplicação do seu método em psicoterapia
passa por um processo de amadurecimento
do próprio psicoterapeuta, já que ele não
pode simplesmente aprimorar-se da
“técnica” antes que lhe seja próprio e
natural agir conforme as condições
desenhadas por Rogers. Percebe-se então,
por exemplo, que a expressão de uma
afetividade incondicional só ocorre
devidamente se brotar com sinceridade. O
mesmo ocorre com a empatia e com a
congruência. Por isso se diz que não existe
uma “técnica rogeriana”, mas sim
psicólogos cuja conduta pessoal e
profissional mais se aproximam da
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perspectiva de Carl Rogers.
Outro ponto a se considerar é que
após longos estudos, Rogers chegou
à conclusão de que as três condições
que descobriu são eficazes como
instrumento de aperfeiçoamento da
condição humana em qualquer tipo
de relacionamento interpessoal, tais
como:

• Na educação entre professor e


aluno;
• No trabalho entre chefes e
subordinados;
• Na família entre pais e filhos ou
entre marido e mulher.
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“Se eu deixar de interferir nas pessoas,
elas se encarregam de si mesmas.
Se eu deixar de comandar as pessoas,
elas se comportam por si mesmas.
Se eu deixar de pregar às pessoas, elas
se aperfeiçoam por si mesmas.
Se eu deixar de me impor às pessoas,
elas se tornam elas mesmas”.

(LAO-TSE)

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Principais aspectos da
Abordagem Rogeriana

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1. Atenção ao impulso sutil,
mas sempre existente, em
direção ao crescimento, à
saúde e ao ajustamento. A
terapia nada mais é que a
ajuda para a libertação do
cliente em sua busca
natural para o crescimento
e o desenvolvimento.

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2. Maior ênfase aos aspectos afetivos e existenciais, que
são muitos mais potentes do que os intelectuais.

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Rogers, entende a terapia como um processo que leva uma
pessoa a descobrir as nuances de seu próprio dilema com o
mínimo de ação por parte do terapeuta, que funciona como
um espelho para o cliente.
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Outra extraordinária
contribuição de Rogers
foi sua dedicação à
dinâmica da
psicoterapia de grupo.

Rogers compreendeu profundamente que os indivíduos em


um grupo deixaram-se envolver mais fortemente por um
clima terapêutico e que o grupo, em si, é um organismo, um
sistema autorregulador onde cada indivíduo é parte
fundamental constituinte do todo, ao mesmo tempo em
que também é um todo em si.
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Caracteristicamente, todos os
grupos de encontro possuem
um clima de segurança
psicológica que encoraja a
expressão de sentimentos a
estímulos dos membros do
próprio grupo e abrange
sempre o envolvimento
afetivo como um todo.

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O modo como se dá o desenvolvimento do grupo é, quase
sempre, imprevisível, mas segue, via de regra, um percurso
autorregulador e autodirigente de uma criatividade
impressionante.

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“Quando o material
afetivo significativo
emerge, as pessoas
começam a expressar
umas às outras seus
sentimentos imediatos,
tanto positivos quanto
negativos”. (Fadiman &
Frager, 1986, p. 243).

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Quanto mais expressões
emocionais vêm à tona, maior o
desenvolvimento da
capacidade terapêutica do
grupo de se autorregular.

As pessoas começam a fazer


coisas que parecem ser de
grande auxílio, que ajudam os
outros a tomar consciência de
sua própria experiência de uma
forma não ameaçadora.

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Nise da Silveira

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Psicoterapeuta alagoana, pioneira no
uso da pintura, escultura e
modelagem nos tratamentos
psiquiátricos no nosso país.

Criou o Museu das Imagens do


Inconsciente, em 1952, com o mais
original acervo de obras de arte
produzidas por psicóticos.
Nascida em Maceió, formou-se em medicina na Bahia em
1926, mudando-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde
ingressou no Serviço de Assistência a Psicopatas e a
Profilaxia.

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Trabalha como residente no
Instituto de Neurologia Deolindo
Couto e depois é transferida para o
Centro Psiquiátrico Pedro II. Após
passar 16 meses na prisão, por ter
sido denunciada como simpatizante
do Partido Comunista, Nise volta ao
Pedro II e rejeita as agressivas
terapias psiquiátricas ali utilizadas
até então. Dirige a Seção de
Terapêutica Ocupacional e
Reabilitação, orientada pelas teses
do analista Carl Gustav Jung, a quem
conheceu pessoalmente em 1957.

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Em 1956 funda a Casa das palmeiras,
clínica para o tratamento em regime
aberto de pacientes psiquiátricos.

Ao utilizar a pintura, a escultura, a


modelagem e a carpintaria, descobre
que, mesmo quando a personalidade
do paciente se desintegra, ele
mantém em seu psiquismo um
estímulo para a produção de
imagens. Sua terapia humanizadora
ainda inclui o convívio dos doentes
cães e gatos, provando que a
afetividade não é anulada pelos
problemas mentais.
Arteterapia
Publica, entre outros trabalhos,
uma biografia de Jung, o ensaio
Imagem, Ação, Afeto e o Livro
Imagens do Inconsciente. Em
1998, aos 93 anos, lança a obra
Gatos, A Emoção de Lidar, sobre
seus animais preferidos. E em
1999 morreu de insuficiência
respiratória no Rio de Janeiro.

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Nise, através de sua experiência ao
longo dos anos no atelier, percebeu
que a linguagem abstrata tem a
finalidade de dar formas a segredos
pessoais, satisfazendo uma
necessidade de expressão, sem que
os outros descubram seus segredos.
Ela também dizia que é possível
estabelecer um código, pois as
imagens podem ter significados
diferentes a cada instante e para
cada indivíduo que a olhe.
Para ela, a metamorfose indica regressão ao mundo mítico
primitivo.
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