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• Sua abordagem será conhecida como “Terapia Centrada na Pessoa”, que provocou
grandes discussões em seus procedimentos.
• Seu “método” correspondia à ideia que ele tinha da natureza humana: considerava
que cada pessoa possui a capacidade de se autoatualizar, a qual, uma vez liberada,
lhe permitiria resolver seus problemas.
• O terapeuta, mais do que agir como um especialista que compreende o problema e
decide sobre a maneira de resolvê-lo, deve liberar o potencial que o paciente
possui para resolver, por si mesmo, seus problemas.
• É uma visão de que a psicologia vivia sob práticas autoritárias em especial nas
questões como diagnóstico e tratamento, o que vai leva-lo a perceber que seus
clientes sabiam melhor do que ele o que era importante.
• Por isso Rogers prefere utilizar a palavra “cliente”, posto que “paciente” colocaria a
pessoa atendida em uma posição “subalterna” de quem receberá respostas para
suas questões da figura do terapeuta.
• O terapeuta provê uma atmosfera de compreensão e aceitação, onde o cliente
pode expressar-se abertamente.
• Para Roger, um bom terapeuta deve possuir a habilidade para comunicar esta
compreensão ao cliente. O cliente precisa saber que o terapeuta é autêntico,
preocupa-se, ouve e o compreende de fato.
Rogers empregou dois termos de origem psicanalítica, o self ideal e o self real.
• Self ideal seria aquilo que você gostaria de ser, como você se imagina ser,
• Self real é quem você realmente é, e é onde contém a tendência para a realização.
Auto- realização
• Carl Rogers acreditava que todos os seres humanos são motivados fundamentalmente por um
processo voltado para o crescimento, que ele denominava tendência para a realização,
utilizada como estimulo na teoria proposta por Roger.
• Todas as experiências por que anseia o sujeito para sua auto-realização têm como centro o eu.
• Embora essa ânsia pela auto realização seja inata, pode ser incentivada ou reprimida por
experiências da infância e por aprendizagem
Congruência
• Roger define congruência como o grau de exatidão entre a experiência da
comunicação e a tomada de consciência. Ela se relaciona às discrepâncias entre
experienciar e tomar consciência.
• Um alto grau de congruência significa que uma interação entre:
• A personalidade é constituída por um material padronizado e organizado sobre si, mesmo que
ela se modifique não perderá estas características.
“O primeiro sentimento, o mais simples, que eu quero, pois, compartilhar com vocês, é
o prazer de realmente ouvir alguém. Penso que talvez seja essa, de longa data, uma
das minhas características. Lembro-me de que sou assim, desde os primeiros dias da
escola primária. Uma criança fazia uma pergunta ao professor e este lhe dava resposta
perfeitamente correta a uma pergunta completamente diferente. Vinha-me sempre,
um sentimento de pesar e de aflição. Minha reação era: "Mas o senhor não ouviu o
que ele perguntou!" Sentia uma espécie de desespero infantil ante aquela falta de
comunicação que era (e é) tão comum.”
OUVIR
“Notei, muitas vezes, em terapia, assim como nos grupos, que, quanto mais
profundamente posso ouvir os significados da pessoa, tanto mais coisas ocorrem. Algo
que vim a observar, quase universalmente, é que, quando a pessoa verifica estar sendo
ouvida, em profundidade, os olhos se lhe umedecem. Vejo-a, na acepção quase real, a
chorar de alegria. É como se dissesse: "Graças a Deus, alguém me ouviu. Alguém sabe
como eu sou!"
GOSTO DE SER OUVIDO
“Apraz-me ser ouvido. Certo número de vezes, em minha vida, problemas insolúveis
quase me faziam explodir de emoção, ou me vi a girar e girar em torno de círculos
tormentosos ou, por algum tempo, dominavam-me sentimentos de desvalia e
desesperança, ó que me dava a impressão de que estava a afundar-me numa psicose.
Penso que fui mais feliz que a maioria das pessoas, por encontrar, nessas
circunstâncias, indivíduos que se mostravam capazes de ouvir-me e, então, de libertar-
me do caos dos meus sentimentos.”
QUANDO NÃO POSSO OUVIR
“Assim, como o leitor pode ver, ouvir, de forma criativa, ativa, sensível, exata,
empática, não-avaliativa, é, para mim terrivelmente importante, num relacionamento.
É importante proporcioná-la. Tem sido extremamente importante encontrá-la,
sobretudo em certos instantes da minha vida. Sinto que cresci interiormente, quando a
proporcionei. Estou absolutamente certo de haver crescido, de me haver libertado e
engrandecido, quando fui ouvido dessa maneira.”
QUERO SER AUTÊNTICO
“Quando posso aceitar o fato de que tenho muitas deficiências, muitos defeitos,
cometo uma porção de erros, sou frequentemente ignorante quando deveria ser
informado, frequentemente sou preconceituoso em lugar de ter o espírito aberto,
frequentemente revelo sentimentos que as circunstâncias não justificam, então,
serei muito mais autêntico. E quando assim me apresento, sem disfarce, sem fazer
esforço para ser diferente do que sou, posso aprender muito mais - ainda mesmo se
sou criticado e hostilizado - e me mostro muito mais descontraído, sou muito mais
capaz de me aproximar dos outros. Além disso, minha boa disposição para ser
vulnerável gera nos outros, com quem me relaciono, sentimentos muito mais
autênticos, o que é extremamente compensador. Assim a vida me é muito mais
agradável, quando não me ponho na defensiva, não me oculto atrás de uma máscara,
tentando, tão só exprimir o meu eu autêntico.”
A COMUNICAÇÃO DA MINHA AUTENTICIDADE
“Esses sentimentos reais nem sempre são positivos. Certa pessoa, num encontro
básico de grupo, do qual eu fazia parte, referia-se a si mesma de um modo que me
parecia completamente falso, mencionando o orgulho que sentia em manter seu
"caradurismo", sua aparência, sua fachada, quanto era habilidoso para enganar os
outros. Meu sentimento de irritação foi subindo, cada vez mais, até que, afinal, o
exprimi dizendo simplesmente: "Oh! maluco!" Isto fez, de certo modo, estourar a
bolha de sabão. Daí em diante, ele se tornou mais autêntico, mais genuíno, deixou
para um lado a fanfarronice e a nossa intercomunicação melhorou. Achei bom que ele
tomasse conhecimento de minha irritação no exato momento em que ela ocorria.”
O ENCONTRO DA AUTENTICIDADE NOS OUTROS
“Gosto de dar liberdade aos outros, e penso que, a esse respeito, adquiri e desenvolvi
considerável aptidão. Com frequência, embora nem sempre, sou capaz de tomar um
grupo, um curso ou uma classe de alunos e torná-los psicologicamente livres. Posso
criar um clima no qual cada um seja o que é e por si próprio se dirija. Há, no começo,
certa suspeição; as pessoas acham que a liberdade que lhes ofereço é uma espécie de
armadilha e, quanto aos alunos, perguntam logo pelas notas que irão ter. Não seriam
livres porque, no final, eu os avaliaria e julgaria. Quando procuramos uma solução, da
qual todos participamos, para a absurda exigência da Universidade de medir a
aprendizagem por meio de notas, começam, então, a se sentir realmente livres.
Desencadeia-se a curiosidade. Indivíduos e grupos passam a perseguir seus próprios
objetivos, a realizar seus propósitos. Tornam-se descobridores. Tentam encontrar o
significado das suas vidas, no trabalho que executam. Trabalham com empenho duas
vezes maior, num curso em que nada é exigido, do que nos outros em que se
multiplicam as exigências.”
RECEBER E DAR AMOR
Para Rogers, todo ser vivo tende a crescer, em direção a tornar-se indivíduo adulto
realizado da espécie, caso as condições lhe forem suficientemente favoráveis. "Todo
organismo é animado por tendência inerente a desenvolver todas as
potencialidades,e a desenvolvê-las de maneira a favorecer-lhe a conservação e
enriquecimento (1966)”.
Metáfora das batatas.
• Rogers aponta que não tem uma leitura profunda de Rousseau e que não se
considera algum sucessor direto, tendo lido apenas um livro do filósofo.
• Não acredita no ser humano como tabula rasa, que possa ser moldado de qualquer
forma (crê, portanto em uma natureza humana que já surge com o indivíduo).
• Não crê que o ser é perfeito e foi corrompido pela sociedade (visão de Rousseau).
• Tenta demonstrar que Freud talvez tivesse seus motivos para ver a natureza
humana no seu lado mais cruel e destrutivo, mas que ele não vê isso em seus
pacientes, uma vez que tenham passado por um processo de relação terapêutica
autentica, aceitando essas sensações reprimidas, o sujeito iria para um caminho de
autoatualização (para o bem).