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PSCOTERAPIA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL

DA ABORDAGEM:
A psicologia pensada sob a perspectiva fenomenológico-existencial
apresenta-se como uma busca à prática do método fenomenológico de Husserl,
compreendendo o existir com base na filosofia existencial conforme os pensamentos
de Heidegger e Merleau-Ponty.
O método fenomenológico e o pensamento existencial possuem a proposta
de esclarecer sobre o ser do homem, revelando suas estruturas existenciais e
abandonando qualquer teoria desvinculada do verdadeiro sentido da existência. Ou
seja, tal abordagem tenta alcançar o sentido da existência humana em sua
totalidade, sem tomar a priori aspectos definidores de cada indivíduo, que possam
desfigurar o fenômeno que se mostra. Assim, o homem é tomado como indefinível,
no sentido de não ser classificado a partir de axiomas ou sistemas explicativos da
existência humana.
Também o pensamento existencial parte da premissa de que o homem se
constitui como ser-no-mundo. O homem é sempre, desde o início, a relação com o
mundo. Ser-no-mundo é uma estrutura originária e sempre total, onde o homem se
revela e se realiza nesse encontro, não podendo ser decomposta em elementos
isolados.
No diagnostico o trabalho é feito de uma forma diferente. Não rotulamos o
nosso cliente e a partir daí tratamos a patologia. Mas ao contrário, reconhecemos o
cliente com tal patologia e trataremos do cliente, da forma como ele se percebe
enquanto “doente”, de como ele lida com a sua patologia. O cliente deve ser olhado
de forma única, singular, sendo respeitada a sua totalidade. Não se pode, portanto,
ser avaliado já dentro de padrões estabelecidos, pois ele é antes de tudo uma
pessoa que sofre que precisa ser ouvida e compreendida a partir dos seus próprios
sentimentos, emoções, do que ela fala, do que vivencia.
Nos atendimentos fenomenológicos existenciais á uma relação de
horizontalidade onde os dois, tanto o terapeuta quanto o cliente têm importância ao
longo do processo psicoterápico, embora o foco da terapia esteja no cliente. Ao se
utilizar do método fenomenológico, o psicólogo busca compreender o homem, não
esquecendo, no entanto, sua essência, tentando captar o sujeito em seu original.
A abordagem existencialista não é um sistema de terapia, mas uma atitude
frente à terapia; não é um conjunto de novas técnicas, mas uma preocupação com a
compreensão da estrutura do ser humano, características estas que devem estar
presentes em todas as técnicas.

DO CASO:
 Acolhimento da cliente em seu momento de dor, buscar
informações que facilite a compreensão do significado daquele momento para
a mesmo, sem categorizar ou rotular o sofrimento vivenciado. Levar em
também o comportamento não verbal.
 Ouvir o cliente, a escuta da fala permite ao cliente uma melhor
percepção de si mesmo. O psicoterapeuta procura focalizar a vivência do
cliente como um todo, buscando informação sobre vários contextos da vida
do cliente como, por exemplo, saber seu relacionamento com a família, com
colegas de trabalho, com amigos e na vida sentimental. Dessa forma, o
terapeuta poderá conhecer toda a dinâmica do paciente e focalizar
posteriormente em pontos conflituosos que se repetem em diferentes
contextos.
 Momento de facticidade, ela não escolheu viver essa situação, é
necessário compreender o que levou a atentar contra a própria vida, no
sentido de entender o sofrimento da cliente, o sintoma que gerou a causa
(tentar se jogar pela janela).
 A existência, quando vivida na impessoalidade, leva o Dasein,
cada vez mais, a afastar-se dos sentidos que lhes são próprios, e desse
modo, perder a sua singularidade. Tal modo de viver pode gerar ansiedade e
muitas vezes, depressão; esses modos de ser nada mais representam do que
um não-ser, ou seja, a perda de sentido. Quando essas disposições afetivas
levam o sofredor aos seus limites mais extremos e o desespero torna-se
insuportável, então a possibilidade da morte passa a representar o sentido
para eliminar tal sofrimento. Pensando o suicídio, quem sabe este pode ser
compreendido como uma maneira de lidar com a angústia, eliminando-a.
Seria a incapacidade de enxergar uma existência de um novo jeito, no caso
da cliente sem o companheiro.
 É preciso buscar outras possibilidades para a existência, dar
sentido a sua existência escolhendo viver da melhor maneira, O sujeito busca
dar sentido à sua própria existência, e essa busca será sempre inacabada.
Heidegger fala sobre assumir responsabilidades, a pessoa pode-ser no
mundo, ela tem abertura para suas escolhas e vive o desafio deste poder-ser,
cada pessoa é responsável pelo que faz com suas possibilidades.
 O psicoterapeuta deve guiar a cliente a refletir sobre os sentidos
de seu mundo como modo de prevenir a sua perda no universo da
impessoalidade e da publicidade. Faz-se um convite para que este ser
resgate sua singularidade.

CASO:
Antônio, paciente oncológico, 60 anos, natural de SP. É casado vendedor de
recicláveis, pai de 3 filhos, 2 meninos e 1 menina de 9 anos que não frequenta a
escola, cursou 2 anos do ensino fundamental. Há um ano recebeu o diagnóstico de
neoplasia pulmonar. Atualmente com o agravamento da doença e quadro clínico
geral.
Paciente e esposa não dispõe de nenhum familiar que possa formar uma rede
de apoio. Recebe ajuda comunitária de uma agente de saúde de seu bairro. No
segundo dia após a realização de exames o médico comunica ao paciente junto de
sua esposa que seu prognóstico da doença é ruim e por isso terá 3 meses de vida.
A esposa desesperada pela informação, começa a chorar sai do quarto e tenta se
jogar do 6º andar da enfermaria, afirmando não suportar essa ideia. A psicóloga é
chamada.
Antônio: fumante, alcoolista.
Esposa. Muitas perdas familiares, só tinha ao marido. Planeja suicídio, já
havia decidido com quer ia deixar os filhos. Quadro temporário de ideação suicida.

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