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1.

Identificação
S.S.S.

1.1 Assunto

Avaliação Psicológica Infantil

1.2 Interessado

Fábio Donini Conti


2. Introdução

O presente trabalho tem como proposta avaliar o funcionamento psíquico e emocional


de uma criança com idade entre 09 e 12 anos, por meio da aplicação das seguintes técnicas:
HTP e TAT e da anamnese. Em relação aos testes utilizados, considera-se o HTP como uma
Técnica Projetiva de Desenho, Buck (1964), e tem como objetivo avaliar a personalidade
através do uso de desenhos, como a pessoa vivencia sua individualidade em relação aos outros
e ao ambiente do lar. A tarefa pode ser vista como uma amostra inicial do comportamento do
cliente, possibilitando ao psicólogo conhecimento das reações do cliente frente a uma situação
consideravelmente não estruturada. O uso desse instrumento é indicado para pessoas acima de
oito anos de idade. O Desenho da Casa avalia aspectos referentes ao lar e às relações
interpessoais íntimas. O desenho da Árvore tem como proposta avaliar a expressão gráfica da
experiência de equilíbrio sentida pelo indivíduo e da visão de seus recursos de personalidade
para obter satisfação no e do seu ambiente e o desenho da Pessoa avalia ou expressa
diretamente a imagem corporal, a qualidade do desenho reflete a capacidade do individuo
para atuar em relacionamentos e para submeter o self e as relações interpessoais à avaliação
crítica objetiva.
O TAT, por sua vez, é um instrumento composto por 31 lâminas e uma técnica
projetiva que consiste em apresentar uma série de pranchas, selecionadas pelo examinador ao
sujeito que deverá contar uma história sobre cada uma das pranchas, as histórias obtidas com
frequências revelam componentes importantes da personalidade, que são decorrentes de duas
tendências psicológicas: a primeira delas é a tendência das pessoas para interpretar uma
situação ambígua baseando-se em suas experiências passadas e em seus anseios presentes; a
segunda é a inclinação das pessoas que escrevem histórias para agir de igual maneira: utilizar
o acervo de suas experiências e expressar seus sentimentos e necessidades conscientes e
inconscientes. Foi criado em 1943 e a ultima edição do manual foi publicada em 2005.
A Anamnese tem como objetivo, segundo Aberastury (1992), a compilação de dados
pré-estabelecidos que permite obter uma síntese da situação presente como da história de um
indivíduo, sua saúde ou doença. Consiste ainda, em uma caracterização da personalidade,
incluindo aspectos relativos ao desenvolvimento, aos potencias e fraquezas.
Como o trabalho foi realizado com uma criança com 12 anos de idade, cabe destacar
algumas das possíveis experiências que a mesma possa a vir experimentar nesse período, de
acordo com a literatura.
Freud (1923-1925/2006) diz que a libido é essencialmente de natureza sexual, sendo
irredutível a outras formas de energia mental, a manifestação dinâmica da sexualidade. A
teoria estrutural da mente funciona em diferentes níveis como: Id, Ego e o Superego, o Id
busca a satisfação dos impulsos de suas necessidades, o Ego tenta controlar os desejos e os
impulsos do Id, pois tem consciência da realidade, e o Superego serve como sensor do
impulso, moral da personalidade. O Superego origina-se a partir do Complexo de Édipo, pois
é quando a criança passa a internalizar e caracterizar o que é certo e o errado e o que é
proibido. O Complexo de Édipo revela sua importância como o fenômeno central do período
sexual da primeira infância, onde a menina gosta de considerar-se como aquilo que seu pai
ama acima de tudo o mais, porém chega à ocasião em que tem de sofrer parte dele uma dura
punição e é atirada para fora do seu paraíso ingênuo. O menino encara a mãe como sua
propriedade, mas descobre que seu pai é uma grande ameaça, onde deseja se livrar dele, mas é
ameaçado pela castração, onde o medo de perder o órgão genital faz deixar seu desejo pela
mãe.
Papalia (2001/2006) As crianças costumam ter internalizado a vergonha e o orgulho,
essas emoções, que dependem da consciência das implicações de suas ações e do tipo de
socialização que as crianças receberam, afetam sua opinião de si mesmas. As crianças
também se tornam capazes de verbalizar emoções conflitantes. À medida que o tempo passa,
as crianças conscientizam-se de seus próprios sentimentos e dos sentimentos das outras
pessoas. Sabem controlar melhor sua expressão emocional em situações sociais e sabem
responder à perturbação emocional dos outros. Um aspecto do crescimento emocional é o
controle de emoções negativas. As crianças aprendem o que as enfurece, amedronta ou
entristece e como outras pessoas reagem à demonstração dessas emoções e aprendem a
adaptar seu comportamento em conformidade. Também aprendem a diferença entre ter uma
emoção e expressá-la. Até crianças muito jovens demonstram empatia ou compreensão do que
outra pessoa está sentindo, mas as crianças tornam-se mais empáticas e mais inclinadas a um
comportamento pró-sociais na terceira infância. O comportamento pró-social é um sinal de
adaptação positiva. Crianças pró-sociais tendem a agir adequadamente em situações sociais, a
serem livres de emoções negativas e a enfrentarem os problemas de maneira construtiva.
De acordo com Erikson (1963/1976) O desenvolvimento da identidade é processo de
crescimento pessoal durante a adolescência que é a fase da vida onde os amigos assumem o
papel de maior importância, por isso, um bom ambiente não só no seio familiar, mas acima de
tudo no grupo de amigos é um fator imprescindível para o bom desenvolvimento do
adolescente, a todos considera a adolescência é a fase mais crítica afirmava que um indivíduo
tinha de construir a sua personalidade durante a adolescência, porém essa construção não era
feita de um mesmo modo para todos os adolescentes, ou seja, não era feita de um modo
padronizado e linear. Esta teoria concebe o desenvolvimento em 8 estágios: confiança versus
desconfiança, autonomia versus dúvida e vergonha, iniciativa versus culpa, produtividade
versus inferioridade, identidade versus confusão de identidade, intimidade versus isolamento,
generatividade versus estagnação e integridade do ego versus desesperança.
De acordo com Piaget (1902/1994) os valores morais são construídos a partir da
interação do sujeito com os diversos ambientes sociais e será durante as convivências diárias,
principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais. O
processo de interação divide-se em dois: assimilação e acomodação. Assimilação se modifica
através dos estágios de desenvolvimento na tentativa de solucionar situações a partir de suas
estruturas cognitivas e conhecimentos anteriores. A acomodação é a modificação da estrutura
mental antiga para a dominância de um novo objeto de conhecimento. O desenvolvimento
moral divide-se em três: anomia, heteronomia e autonomia. Sendo que na adolescência a
autonomia se expande, pois há a legitimação das regras, pois é atribuída através de acordos e
é a ultima fase do desenvolvimento moral.
3. Procedimentos e instrumentos utilizados

A aluna Andressa convidou os pais do examinando e o examinando para participar de


algumas atividades no Laboratório de Avaliação Psicológica da Universidade Cruzeiro do
Sul, para a realização de uma avaliação psicológica infantil, com objetivo de facilitar o
aprimoramento acadêmico dos alunos de Psicologia. Após o consentimento dos pais e da
explicação dos procedimentos a serem adotados, agendou-se o primeiro encontro, a ser feito
com os pais, para o dia 22/04/2013, e, para a aplicação dos testes com a criança, para o dia
29/04/2013.
No dia da Anamnese, a mãe do (a) examinando(a) foram recebidos pelas
examinadoras Jéssica e Bruna, que os apresentaram para os outros membros do grupo, e para
a psicóloga do LAP Keila que estava lá.
A aplicação da anamnese ocorreu no Laboratório de Avaliação Psicológica, Campus
de São Miguel Paulista. Após a apresentação, os pais do examinando foram encaminhados
para a sala de aplicação pelas examinadoras Jéssica e Bruna.
Já na sala de aplicação, a examinadora Jéssica realizou o rapport, durante,
aproximadamente, 1 minuto. O rapport teve como objetivo de interagir com os pais para que
eles ficassem mais à vontade. Logo em seguida foi realizado o enquadre que teve a duração de
2 minutos, cujo objetivo foi o de informar aos pais a importância de sua participação nessa
atividade e do sigilo sobre o que ocorrer no encontro realizado durante a atividade.
Após o enquadre, a examinadora Jéssica iniciou a aplicação da Anamnese, por volta
das 19:30 horas, e a finalizou por volta das 20:50 horas. Cabe destacar que, antes dessa
atividade, foi entregue, aos responsáveis pela criança, o TCLE, e solicitado aos mesmos que o
lessem e o assinassem (este documento ficou arquivado no Laboratório de Avaliação
Psicológica do Campus São Miguel Paulista).
No dia 29/04/2013 ocorreu o segundo encontro com a criança. Neste dia, foi realizada
a aplicação de testes psicológicos. O examinando chegou 30 min. de atraso, acompanhado
pela observadora Andressa. Após ter sido apresentado aos outros membros do grupo, bem
como para o Prof. Fábio, o examinando foi encaminhado à sala de aplicação, pelas
examinadoras Vivian e Renilda.
Depois de concordado os procedimentos com o examinando, o rapport e enquadre, foi
realizado pela examinadora Renilda, a examinadora Vivian deu início a uma entrevista semi-
dirigida, elaborada segundo Ocampo e Arzeno (1984). Estas consideram que este tipo de
entrevista permite certa liberdade para que o sujeito exponha suas questões de acordo com a
resposta do entrevistado onde é feita uma pergunta ampla e de acordo com o que a pessoa
responde, posso fazer outra pergunta em cima dessa mesma questão.
O primeiro teste aplicado pela examinadora Renilda foi o H-T-P (Casa-Árvore-
Pessoa). Para a aplicação do referido teste, foram utilizados três folhas de papel sulfite, um
lápis grafite nº 2, uma borracha, um cronômetro, um Protocolo de Intepretação. A
examinadora Renilda solicitou que o examinando fizesse o desenho, primeiramente, da Casa
entregou a folha na horizontal com a instrução “Eu quero que você desenhe uma casa. Você
pode desenhar a casa que quiser. Faça o melhor que puder. Você pode apagar o quanto quiser
e pode levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”. Para o segundo desenho o
da Árvore a folha foi entregue na vertical com a instrução “Eu quero que você desenhe uma
árvore. Você pode desenhar a árvore que quiser. Faça o melhor que puder. Você pode apagar
o quanto quiser e pode levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”. Para a
realização do terceiro desenho o da Pessoa a folha foi entregue na vertical e com a instrução
“Eu quero que você desenhe uma pessoa. Você pode desenhar a pessoa que você quiser. Você
pode apagar quanto quiser e levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”.
Após a aplicação do desenho foi realizado o inquérito sobre cada desenho. Ao terminar a
aplicação desta prova, a examinadora Renilda avisou que a examinadora Vivian aplicaria
TAT.
A examinadora Vivian aplicou o TAT de maneira reduzida, cujas lâminas utilizadas
foram: duas lâminas da 2ª série a 11 e 16 e uma lâmina da 1ª serie. A examinadora Vivian
começou pela lâmina da 1ª série a número 6, dando-lhe a seguinte instrução: “Este é um teste
para contar história. Eu tenho a aqui algumas pranchas que vou lhe mostrar. Quero que você
faça uma história para cada uma delas. Conte o que acontece antes e o que está acontecendo
agora. Fale o que as pessoas estão sentido e pensando e como termina a história. Você pode
fazer o tipo de história que quiser. Compreendeu? Bem, então aqui está a primeira prancha.
Você tem 5 minutos para fazer uma história. Faça o melhor que puder”. Então passou para as
lâminas da 2ª série, apresentou a lâmina 11 e deu-lhe a seguinte instrução: “- Vou lhe mostrar
mais algumas pranchas. Será mais fácil porque a prancha agora é bem melhor, mais
interessante. Você me contou uma ótima história. Agora quero ver você fazer algumas outras.
Se puder, faça-as mais emocionantes do que a outra, como sucede num sonho ou num conto
de fadas”. Na prancha 16 deu-lhe uma nova instrução: “Veja o que você pode ver nesta
prancha em branco. Imagine alguma cena aí e descreva-a em detalhe. Agora me conte uma
história sobre isso”.
Ao final do encontro, foi perguntado ao examinando o que ele achou das atividades
realizadas. As examinadoras agradeceram, novamente, a participação do examinando, e
despediram-se do mesmo levando-o até a porta de saída do laboratório.
4. Resultados

4.1 Dados da observação

A princípio, tivemos um primeiro contato com a mãe do (a) examinando (a), por meio
da anamnese, e tivemos a impressão de que estava tranquila e a vontade.
Ao darmos início à anamnese, a mãe dava respostas curtas e rápidas, mas com
segurança, não pensava e calculava. Relatou desde quando sua filha pronunciou as
primeiras palavras, saiu das fraldas, começou a andar e como está, atualmente, o
desenvolvimento escolar. Quando a anamnese estava aproximando-se do final houve
interferência do ambiente externo, uma pessoa não percebeu que a sala estava sendo usada
e abriu a porta da sala, as examinadoras pediram desculpas pelo que houve, dando
continuidade a anamnese.
Quanto às examinadoras, observamos que o rapport e enquadre foram realizados de
forma adequada, e os participantes mostraram ter tido boa compreensão dos procedimentos
a serem realizados. No levantamento dos dados sobre a história de vida do examinando,
não ocorreram falhas na coleta de dados.
No encontro com a criança, na sala espera, o examinando chegou atrasado sendo logo
encaminhada para de aplicação pelas examinadoras e o Prof. Fábio. Nesse momento,
observamos que aparentava estar bem disposta. Na sala de aplicação, mostrou-se tranquila
e atenta a tudo que lhe era dito.
Durante o rapport, a criança respondia apenas o que lhe era perguntado, e demonstrou
confiança.
Durante o enquadre, ficou atenta ao que lhe era dito, e aceitou os procedimentos que
seriam realizados.
A examinadora Vivian iniciou a entrevista e fez toda a investigação necessária para
averiguar o desenvolvimento da criança. Seguiu parcialmente o roteiro de entrevista,
elaborado pelo grupo, sendo que não foi muito investigado seu relacionamento social. A
criança respondeu todas as perguntas de maneira clara e objetiva e o seu comportamento
durante o processo foi de maneira muito educado e gentil.
Os materiais existentes na sala de aplicação e o ambiente foram suficientes e
adequados para o desenvolvimento e realização das atividades propostas.
Durante o desenvolvimento da atividade referente ao H-T-P, o examinando desenhou
a casa, a árvore e a pessoa em: casa tempo latência 0:3 segundos, tempo total 1:54 min.,
árvore tempo de latência 0:2 segundos, tempo total 4:21 min., pessoa tempo de latência
0:10 segundos, tempo total 7:46 min., se portando de maneira concentrada durante as
realizações. No TAT, mostrou um comportamento de interesse criando histórias e
formulando casos, mas durante a aplicação da lâmina 16, percebermos que teve uma
inspiração maior expressado com muito sentimento e vida possibilitando um grau maior de
dramatização.
Após o término das atividades a examinadora Vivian perguntou quais das atividades
gostou mais, onde respondeu sem pensar que seria a última atividade, pois gostava de
histórias, não havia gostado da primeira atividade, pois não gostava de desenhar. As
examinadoras agradeceram novamente por ter vindo, pois sua vinda contribuiu bastante
para nossos estudos, e então levantaram e acompanharam até a recepção onde estava sendo
aguardada pela a aluna Andressa.

4.2 Relato da anamnese

A sua gravidez não foi planejada, engravidou através da mudança de anticoncepcional


e tem mais 2 filhos. No início o marido não aceitou muito bem por causa das condições
financeiras, pediu para abortar, mas não aceitou, por questões financeiras viajou de São Paulo
para Bahia, e depois retornaram, meses após ele começou em um trabalho, o que melhorou as
condições.
Sua alimentação não mudou durante a gravidez, tomou remédio porque sentiu muita
dor nas pernas e na coluna. No sétimo mês teve sangramento por causa de nervoso. Ela fez
cesárea com oito meses, pois não aguentava de dor. O esposo não acompanhou o parto, pois
tinha que trabalhar, apenas a deixou no hospital, nasceu de 2730 kg, com 42 cm., os médicos
fizeram todos os exames, todos com resultados bons. Quando ela nasceu foi muito bem vinda,
com uma ótima saúde. Ao ver o rostinho foi emocionante, ela ficou comigo mesmo quarto por
dois dias. As enfermeiras davam banho e ela só amamentava., as primeiras mamadas ocorreu
tudo bem, só recebeu visita do marido, pois sua família mora na Pernambuco, não obteve
problema para dormir, mamava de 2h em 2h., não teve cólica.
Quando tinha 6 dias de vida, o vizinho de 5 anos entrou no quarto, subiu no berço e
começou a morde-la, levantou-a pelo nariz com o dente, mas não ocorreu nada grave, contou
a sua mãe que o repreendeu. Estuda, dorme bem, hoje dorme por volta das 22h, acorda cedo e
sozinha para ir a escola, divide o quarto com a irmã de 20 anos e o irmão de 21 anos, cada um
em uma cama.
Começou engatinhar aos seis meses e a andar com um ano e um mês se segurando nos
moveis, cada fase foi uma emoção, saber que estava desenvolvendo, auxiliava-a sempre
passando confiança, a fase de crescimento do dente com 5 ½ e 6 meses, a gengiva doía, e o
medico passou medicamento. Mamou até os 3 anos, mas a partir dos seis meses já começou a
comer frutas. Usou fralda até um ano e seis meses, foi fácil de tirar, ensinando-a a usar o
troninho, explicando, incentivando a usar calcinha. Foi tirando o seio aos poucos, explicando
que precisava trabalhar, porque atrapalhava ter que ficar parando o carro para amamentar, e
quando chegava em casa do trabalho a mesma coisa.
Hoje não quer comer frutas e verduras, só massa não obriga, mas conversa falando que
vai fazer mal só isso, quando ela esta por perto se alimenta bem, quando não esta não sabe,
mas faz todas as refeições em grandes quantidades, gosta muito de refrigerante. Sempre foi
saudável, quando tinha 3 anos teve catapora saio apenas umas três bolinhas. E quando bebê
teve uma virose, vomitava, e com diarreia o qual até perdeu peso, mas se recuperou rápido, no
mesmo dia, e também caiu uma vez da rede, mas não aconteceu nada, também teve uma
alergia na barriga.
Começou ir para creche com 2 anos, a escolinha com 3 anos. Na escola com historias
de namoradinhos, só quer saber de se maquiar, não esta muito interessada em estudar, mas
nunca fizeram reclamação, estudou em escola particular, mas por causa das condições a tirou
e a colocou na do governo por 2 anos, e após retornou para a particular. Gosta de historia, mas
não gosta de estudar, só o faz porque é obrigada. Não vai as reuniões porque trabalha, suas
notas estão dentro da média, uma ou duas ruins, mas depois se recupera em trabalhos
individuais. A escola passa lição de casa, se precisa de ajuda pede para os irmãos a ajudar. E
ela leva e busca na escola.
Aos 4 anos, começou a roer unhas, mas conversando ela parou. Aos 10 anos mentia,
uma época a professora na escola reparou que levava dinheiro em grande quantidade para a
escola alertando a mãe, que perguntava e ela negava. Tem ciúmes dos irmãos, mas a mãe diz
que tratam todos iguais. Os amigos não vão em sua casa e nem ela na casa deles. Chega da
escola, almoça, faz suas tarefas, mexe no computador, assisti novela. Na internet só
cronometra a noite, a tarde não dar porque trabalha, e divide com os irmãos também, mexe
geralmente nas redes sociais. Briga com os irmãos por tudo, principalmente por causa do
computador, mais com o irmão de 21 anos, mas ele trabalha. A família tem um cachorro, ela
brinca muito com ele, e ele fica na corrente.
Sempre saem juntos para a casa de familiares. Ela quer sair com os colegas, porque os
outros saem, mas como ela é nova não deixa, ela aceita reclamando. Tem um irmão que tem
um tique, puxa o rosto quando fala, e ela que puxa o cabelo. O marido bebe todos os sábados
e domingos, às vezes em casa, outras no bar, algumas vezes fica bêbado e alterado, ela não
fala nada, e ele não aceita parar de beber, mas já o conheceu assim. Em casa sempre vem
alguém no final de semana, como os outros filhos já viajaram para Pernambuco, ela diz que
sente saudades das pessoas que longe.
Quando explicou sobre a sexualidade, orientou que meninos eram de um jeito e
meninas de outro. Teve uma abordagem natural. Duvidas geralmente que tem tira com a Irma.
Troca-se na frente de quem tiver, não tem vergonha. Fez ginástica rítmica por um tempo, mas
uma vez a encontrou com um namoradinho e não a deixou mais ir. Falou para a Irma que
estava amando ele. Preocupa-se muito com a aparência, não usa salto porque ela não deixa,
diz que não tem idade para isso. Na higiene, também é bastante cuidadosa principalmente
com as peças intimas.
A casa tem uma oficina, há uma sala, duas áreas, dois quartos, cozinha, banheiro.
Financeiramente esta bem, mas agora como investiu uma quantidade em equipamentos para a
sua oficina deu uma apertada. Mas sempre que pode a família almoça fora. Sempre da algum
dinheiro para eles, sair, comprar algo para eles. Se ela da alguma ordem e ele fica de longe
observando, e vice versa, se respeitam, e se ele não concorda chama-a de canto e fala o pai é a
mesma coisa.
São da religião católica, não frequentam com frequência, mas ela gosta de ir. Um dia
inteiro resumido dela, sempre acordar as 4h45 da manhã, toma café, arrumasse, maquia-se,
vai para escola, volta ao 12h, almoça, sempre passa um pano na casa, faz as tarefas, janta e
dorme.

Levantamento de hipóteses

De acordo com os dados obtidos com a anamnese podemos verificar as seguintes


hipóteses:

- Apresenta dificuldades em suas relações sociais, devido à super-proteção exercida


pelo pais.

- Conflito com o irmão.

- Episódios de mentiras.

- Pegava dinheiro de casa para levar para a escola.


4.3 Entrevista com a criança

Durante a entrevista, o examinando disse que seu dia começa cedo, pois acorda 4:45
horas da manhã e vai direto para a escola, retornando por volta do meio dia.

Estuda em uma escola particular O Pequeno Aprendiz, cursando a 7ª série do ensino


fundamental, a matéria que mais gosta é de história e que menos gosta é de matemática, gosta
de estudar, mas às vezes é chato. Não pratica nem um tipo de esporte.

Mora com os pais e com os irmãos sendo um menino e uma menina gosta muito deles,
mas prefere a irmã, devido conversar mais com ela do que com o irmão que às vezes ele
costuma ser muito chato. Adora a mãe, pois ela é muito boa, compreensiva e sempre a ajuda
quando precisa. O pai também é muito legal e sempre conversa comigo.

Não sai muito porque a mãe não deixa, pois prefere que meus amigos venham para
minha casa, não gosto muito, prefiro sair. Às vezes a minha família costuma sair todos juntos,
como jantar fora ou ir a festas geralmente familiares, também costumo ir à igreja com a minha
mãe me sinto bem.

4.3 Análise do HTP

Casa

Latência: 0:3 Segundos, Impulsividade.


Tempo Total: 1:54 Min., Normal.

Diante de sua expressão gráfica, o examinando apresenta ter uma tensão ao lar
apresenta preocupação com o ambiente como frustação, satisfação na fantasia, insegurança,
necessidade de apoio e inferioridade também apresenta atitude defensiva.

Por meio do inquérito, verifica-se que a percepção de realidade é positiva, tem um


estabilidade emocional, apresenta neutralidade, desconfiança, necessita de segurança,
demostrando sentimento de rejeição e inferioridade fazendo associação livre com emocional
em relação ao lar é positivos mostrando ter opinião própria, caracterizado por emoções fortes
e necessitando de afeto e segurança.
Árvore

Latência: 0:2 Segundos, Impulsividade.

Tempo Total: 4:21 Min. Normal.

Diante de sua expressão gráfica, o examinando aparenta ter tensão apresenta


preocupação com o ambiente como frustação, insegurança, organicidade e rejeição. Todos
esses sentimentos ainda continuam a repercutir, também, no seu meio social, e podem
comprometer a estrutura da personalidade, gerando pressão interpessoal, refletindo, assim,
nos sentimentos mais profundos de sua personalidade.

Por meio do inquérito, verifica-se que apresenta familiaridade e experiência de alta


valência, madura, psicologicamente adequada, força e vigor com noção de realidade e
identidade com projeção em relação com o ambiente e necessidade de autonomia, sentimento
consciente em relação ao individuo, ausência de intensidade incomum, locomoção para o
futuro, positivo demostrando força do ego como identificação, mostrando necessidade de
afeto, proteção e segurança, pois sente-se agredido pelo ambiente.

Pessoa

Latência: 0: 10 Segundos, Normal.

Tempo Total: 7:46 Min., Normal.

Diante de sua expressão gráfica, o examinando em questão apresenta sentimentos de


insegurança, oposição e organicidade. Apresenta também retraimento, agressão, hostilidade e
psicose.

Por meio do inquérito, verifica-se percepção de realidade, buscando atribuir a idade


em relação a sua, mas com noção de identidade estimulando ação e descrição verbal, com
pensamentos expressos com sentimento de evasão liberando hostilidade reprimida e
narcisismo, apresentando relação interpessoal e compreensão da realidade pelo individuo.
Síntese interpretativa do HTP

A partir dos dados encontrados, com base em Buck (1964), Hammer (1991) e Van
Kolck (2004), observa-se que trata de uma criança imatura e cheia de fantasias, nota-se
também que tem preocupação com o ambiente e sentimento de frustação, insegurança, tensão,
organicidade e necessidade de apoio. Há indicadores que levam para quadros de psicoses e
ego fraco, possibilitando uma disponibilidade para sinais de uma patologia.

4.5 Análises do TAT

Lâmina da primeira série 6

Tempo de latência: 0: 2 seg. Impulsividade

Tempo total – 1 min. e 22 seg. Falta de conteúdo psíquico e representação simbólica,


tentativa de se evadir do tema investigado, dificuldade em lidar com o tema, em alguns casos
depressão.

Identificação do herói

A mulher

Motivos inconscientes

Agressão

Pressões ambientais

Dominância

Desfecho da história

Conflitos não resolvidos


Lâmina 11

Tempos de latência e total da história

Latência – 9 seg. Normal


Tempo total – 2min. 40 seg. Normal

Identificação do herói

Dragão

Motivos inconscientes

Agressão

Pressões ambientais

Perigo físico

Desfecho da história

Conflito resolvido

Lâmina 16

Tempos de latência e total da história

Latência – 4 seg. Impulsividade


Tempo total – 2min 58 seg. Normal

Identificação do herói

Mulher

Motivos inconscientes

Agressão

Pressões ambientais

Falta, perda

Desfecho da história

Conflito resolvido
Síntese interpretativa do TAT

A partir dos dados obtidos entende-se que, nos motivos inconscientes a agressão
aparece com ênfase nas histórias relatas diante das três pranchas. Em geral, as pranchas
apresentadas buscam inferir o inconsciente tendo a percepção da atitude do sujeito frente à
estímulos de grande impacto, frente ao desconhecido, necessidades prementes e relação
afetivos-sexual em relação à figura masculina.
4. Discussão dos resultados

A partir dos resultados encontrados, observou-se que S. apresenta angústia e


preocupação em relação ao ambiente familiar no qual está inserida. Deduz-se também que a
criança tem como característica de personalidade a imaturidade, insegurança e frustração
diante da relação no lar. Para Erikcson (1963/1976) o desenvolvimento da identidade do
indivíduo se dá juntamente com a interação social, sendo importante para o resto da vida um
equilíbrio maturacional com tendências positivas e negativas determinando a personalidade
com êxito na resolução de cada estágio resultando no desenvolvimento da virtude, ou seja,
uma conquista do ego um traço da personalidade construída.
Notamos também a presença de grande necessidade de S. em ser notada e percebida.
Além do mais, se preocupa muito com a imagem que os outros possuem dela, e procura, em
boa parte das relações sociais, ser o centro da atenção. Segundo Freud (1923-1925/2006) na
infância o indivíduo tende a voltar à libido para si, sendo que posteriormente, em uma
vivência secundária, transfere este investimento a objetos externos. É através da investida
nesses objetos, no narcisismo secundário, que se é possível a construção da imagem de si.
Desta forma, em uma situação onde o sujeito não realiza este movimento, suas relações sofrer
perdas, assim como também a construção da imagem de si.
Em relação ao desenvolvimento moral, Piaget (1902/1994), cita sobre a interação do
sujeito com o ambiente social, considerando valores, princípios e normas morais. Em
articulação aos materiais colhidos, podemos enfatizar os episódios relatados pela mãe de S.,
quando esta fala sobre o não cumprimento de regras e normas sociais em fases ainda muito
precoces da infância. Sendo assim, não podemos desconsiderar a relevância destes
comportamentos em um processo de construção da personalidade.
Sobre sua interação com familiares, percebemos que S. possui características
conflitivas e agressivas em seu convívio. Segundo Papália (2001/2006), o conflito tende a
tornar-se mais construtivo e menos coercivo. O conflito construtivo limita-se à questão
presente, não é intensamente emocional e geralmente leva a uma decisão negociada. Ajuda as
crianças a reconhecer necessidades, desejos e ponto de vista umas das outras, além de ajudá-
las a aprender a brigar, discordar e chegar a um acordo no contexto de um relacionamento
seguro e estável. A quantidade e a qualidade da assistência que as crianças recebem, bem
como o tipo e a estabilidade da assistência, influenciam diversos aspectos do desenvolvimento
emocional, social e cognitivo.
6. Conclusão

Diante dos dados analisados no processo de Avaliação Psicológica, colhidos na


entrevista, nos testes, na anamnese e na observação, verificou-se tratar de um individuo que
possa estar passando por situações.
Na anamnese, relata-se que a criança é muito vaidosa, há dificuldades em suas
relações sociais devido haver superproteção perante aos pais, há muito conflito com o irmão
mais velho. Há relatos de mentiras e roubos.
Na entrevista relatou que gosta muito de sua irmã, e do irmão menos pelo fato de ser
muito chato. A mãe é boa e compreensiva. Não sai sozinha com as amigas porque a mãe não a
deixa, sai sempre com a família inteira. E que também gosta de ir à igreja.
No HTP, apresentou um tempo coerente com o que é pedido no teste, e na analise do
teste foi observado que se trata de uma criança que tem sentimentos de frustração, imatura e
com muitas fantasias, apresentou insegurança e necessidade de apoio.
No TAT pelo tempo de latência notou-se impulsividade em duas pranchas, e em uma
das pranchas tentativa de evasão do tema investigado. Nas três pranchas apresentou repetição
de agressividade, sendo que na primeira prancha não conseguiu concluir o conflito, apenas
nas duas ultimas.
Concluímos segundo todas as apresentações anteriores que a criança necessita de mais
espaço para se expressar, e que a rebeldia perante as mentiras, roubos e também pela vaidade
ocorre perante a idade, sendo assim não necessária uma devolutiva a família para qualquer
tipo de providência.
7- Referências

Freud, Sigmund, O Ego e o Id e outros Trabalhos (1923-1925), Sigmund Freud, volume XIX,
Editora Imago 2006.

PAPALIA, Diane E., Sally Wendkos Olds, Ruth Duskin Feldman Desenvolvimento Humano.
Porto Alegre, Editora Artmed.; 2006.

Erikson, Erik H. Infância e Sociedade, Erik H. Erikson, 2ª Edição, Editora Zahar Editores,
1976.

Piaget, Jean, O juízo Moral na Criança, Jean Piaget, 7ª Edição, Editora Summus Editorial,
1994.
8- Anexos

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