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Desenvolvimento Psicossexual
1.2 Síntese
O desenvolvimento psicossexual é voltado para a formação do ser humano
e ocorre em etapas que se somam, não sendo necessariamente divididas.
A fase oral vai do nascimento da criança até os dois anos de idade. Nessa
fase destaca-se o período da simbiose, de extrema vinculação com a mãe. A
criança tem a boca como subsistência e também como forma de prazer, que
evolui para chupar o dedo, chupeta etc.
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Na fase anal, a criança tem as fezes como presente, quando faz algo desvin-
culado do outro e passa a ter a sensação de domínio. A criança faz chantagens,
brinca, e trabalha com os pais, retendo ou soltando as fezes.
Tanto na fase oral quanto na fase anal, há vinculações que podem ocorrer
até a fase adulta, em que, nos momentos de ansiedade ou angústia, o indivíduo
passa a fumar, mascar chicletes, morder tampas de caneta, e em ambientes
diferentes, soltar o intestino.
Na fase fálica a criança descobre o próprio corpo, se identifica com o outro
e descobre os órgãos sexuais. Ocorre a diferenciação entre meninos e meninas;
os grupos se separam, pois os indivíduos do mesmo sexo se identificam. É nessa
fase que se forma a estrutura de personalidade que será vista mais à frente.
Na fase fálica ocorre o complexo de Édipo para os meninos, e o complexo de
Electra para as meninas.
Após a fase fálica o psiquismo do ser humano lhe atribui mecanismos de
defesa para que ele não sofra. Ocorre a fase de latência dos 7 aos 10 anos de
idade, na qual ocorre a construção da questão moral, religiosa e social. Todas
as questões emocionais são banidas, e vinculada às questões sexuais, a crian-
ça começa a questionar normas religiosas e sociais, separando-se entre grupos
masculinos e femininos.
Por volta dos 10 anos e meio aos 14 anos, sucede a fase libidinal, que é a
escolha do objeto de desejo, de amor do ser humano; ele escolhe se deseja para
sua sexualidade um homem ou uma mulher. Mas o comportamento sexual
dessa pessoa não necessariamente vai seguir essa regra de preferência, devido
aos preconceitos, normas e falta de condição de expor escolhas preconceituo-
sas. Nesse momento, a criança ou o pré-adolescente vai escolher uma pessoa
para amar e quantificar o seu grau de sintoma.
Na fase fálica há a qualidade dos sintomas emocionais dos sujeitos, mas
em relação ao comportamento, como age, o que levou a pessoa a tomar al-
guma atitude, refere-se à fase falada, pré-puberdade. Em seguida, há a fase
adulta na qual nada mais se pode fazer, pois a estrutura quantidade/qualida-
de já está formada. O que somos em termos de estrutura de personalidade
é imutável e fixo. A estrutura que foi formada na fase fálica não se mudará
até a morte do sujeito. O que pode ser alterado é a quantidade de sintomas
que vai se formar na fase de pré-puberdade e puberdade, e vai agravar ou
minimizar de acordo com o histórico de vida e o decorrer desse sujeito na
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história futura.
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2. Aparelho Psíquico – Conceito e
Composição
2.1 Apresentação
2.2 Síntese
O aparelho psíquico é igualmente formado em todos os seres humanos. É
dividido em três partes e com três subclassificações em cada uma delas.
Tudo na vida gera conflitos que precisam ser amenizados. O aparelho psí-
quico também entra em conflito.
A primeira unidade do aparelho psíquico se formata em consciente, pré-
-consciente e inconsciente.
O consciente vai absorver tudo o que for simples e aplicável ao cotidiano de
forma clara. Do pré-consciente para o inconsciente há uma semiabertura que
se chama censura, a qual filtra o que pode ser passado do inconsciente para o
pré-consciente e também para o consciente.
O pré-consciente tem questões mais armazenadas, que com pequeno esfor-
ço de memória consegue trazer à tona.
O material inconsciente se verifica de uma forma completamente diferen-
te. Por exemplo: mecanismos de defesa levam situações que o indivíduo não
consegue lidar para o inconsciente; o retorno para o consciente dar-se-á de
forma alterada, como os atos falhos, os sonhos, que não têm explicação, em
que logo após se acordar, são esquecidos, pois a pessoa não está preparada para
entender seu conteúdo.
O ego é o eu, ou seja, o ponto em que o ser humano faz o discernimento
entre o prazer e a razão. Isso se dá como se fosse uma balança. De um lado o id
e de outro o superego. O id é o ponto de prazer e prioriza relações de extrema
satisfação do ser humano. Exemplo: desenhos animados com anjinho dizendo
o que é certo, e de diabinho, dizendo o que é errado.
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3. Psicopatologia – Estruturas
de Personalidade – Neurose, Psicose e
Perversão
3.1 Apresentação
3.2 Síntese
A estrutura de personalidade é imutável, e é formada por neurose, psicose
e perversão.
A normalidade não é na qualidade da estrutura e sim na quantidade da
patologia vinculada à estrutura de personalidade.
O aparelho psíquico se mescla em algumas situações.
Na neurose há censura, isso, porque o indivíduo não desfruta naturalmente
a vida de prazeres, pois é vinculado ao simbólico; sua carga de imaginário é
enorme, mas sua passagem para o real é muito pequena.
O psicótico vive dentro das regras, mas quando estas não forem absorvidas
ele irá romper com a realidade e fará um corte absoluto do simbólico, momen-
to em que aparece toda a carga imaginária como real, levando-o aos delírios e
alucinações.
O perverso passa do superego ao id e vice-versa de forma natural. Trabalha
do simbólico ao imaginário atuando no real, fazendo com que o psicótico e o
neurótico achem que essa é a realidade.
O neurótico vive em crise, angústias, ansiedade e culpa. É um ser de falta
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por excelência. Tudo o que acontece, mesmo que não tenha relação com ele,
considera como se tivesse e a culpa recai sobre ele. Faz as coisas para que o
outro o aprove na condição de ser humano. É o maior tipo de reconhecimento
de neurose.
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A neurose se subclassifica em histeria, neurose obsessiva compulsiva e fo-
bia. Histeria dissociativa, grave ou gravíssima, é a única hipótese dentro da neu-
rose, de psicose, gerando inimputabilidade.
A crise do neurótico não permite a desvinculação com a realidade.
O psicótico surta e rompe com a realidade e solta sintomas de associação e
de delírio. Tanto no pré como no pós-surto ele será inimputável.
Na perversão não há corte com a realidade e sim a alteração do âmbito da
moral. Há frieza afetiva, por isso, o pervertido não tem angústia, ansiedade e
culpa como elementos característicos, conseguindo passar pela vida de forma
tranquila se nada o deixa ansioso ou com culpa. Com baixo grau patológico há
uma gama enorme de perversos no mundo.
Perversos gostam de jogar com os neuróticos porque é um sujeito que de-
seja prazer, mas é punido pelo superego. Já o perverso vive intensamente a sua
vida, rodeado pelo prazer, o que não é muito aceito socialmente.
4.2 Síntese
Laudo pericial é um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que
tem como objetivo o esclarecimento de algum fato à justiça.
A notificação é uma comunicação compulsória feita por peritos às autori-
dades referidas. Não pode ser solicitada por qualquer pessoa, mas apenas por
uma autoridade judicial.
As notificações extrajudiciais podem ser feitas por qualquer cidadão. É um
documento no qual estará avisando outra pessoa, solicitando que altere seu
comportamento, pois do contrário haverá uma manifestação jurídica.
O atestado é solicitado de forma polêmica e se resume em declaração sim-
ples, de próprio punho. São atestados juridicamente comprovados os adminis-
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5.2 Síntese
Já foi visto que o neurótico é ser de falta, possuidor de cotidiano em que são
habituais sentimentos de culpa, angústia e ansiedade. Tem distúrbios afetivos
que geram somatizações, ou seja, o que ele não consegue elaborar, transfere
para o corpo em forma de sintomas.
A histeria pode se manifestar em crises agudas, estados passageiros ou crô-
nicos. Caracteriza-se pelo exagero, dramatização, competição ou poder de
sedução.
Geralmente são pessoas desorganizadas, egocêntricas e pouco toleráveis à
frustração.
No que diz respeito à sexualidade, é uma pessoa frígida, e que por isso,
busca pessoas que não queiram muito como retorno.
A histeria pode ser dividida em histeria de conversão, em que a angústia se
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Dano Extrapatrimonial
1.2 Síntese
O dano extrapatrimonial significa tirar, diminuir. A ideia de dano surge da
modificação do estado de bem-estar das pessoas, que vem em seguida da dimi-
nuição ou da perda de qualquer dos bens originários ou derivados, patrimoniais
ou extrapatrimoniais.
Patrimonial é tudo o que diz respeito às questões sociais. Extrapatrimoniais
são todos os sentimentos e emoções.
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Dano é a consequência de um acontecimento, um fato que a pessoa sofre,
seja em seus bens vitais naturais, seja em sua propriedade, seja em seu patrimô-
nio. Deve haver um nexo causal entre o fato acontecido e os bens da pessoa.
Pode haver um dano ao carro, casa, joia, ou um dano a sua pessoa, seja ele
físico, psíquico ou moral.
O dano extrapatrimonial trabalha com conceitos subjetivos.
O dano moral sempre vai consistir na propriedade de ofensa a um bem
personalíssimo.
Existe o dano moral à pessoa jurídica.
O dano psíquico implica em uma atitude consciente que lhe permite ter
uma percepção do prejuízo e do sofrimento do outro como um ataque, conse-
quência dramática, podendo ser irreversível.
O dano moral é um prejuízo gerado de uma forma dolosa a querer ferir,
manchar o nome e o estado do sujeito, seja pessoa jurídica ou física. O dano
psíquico é ofertado de forma culposa e depende da estrutura de personalidade
de quem o sofre. Se essa estrutura tiver uma pré-estrutura com capacidade de
absorver uma dor, sofrerá dano menor, com menor potencial patológico.
O dano psíquico afeta o psiquismo humano, enquanto o abalo psíquico
afeta a esfera emocional, sendo reversível e não patológico.
Quanto menor a quantidade patológica do sujeito, maior será a probabili-
dade de um abalo psíquico.
O abalo psíquico pode ser conceituado como sendo um sofrimento en-
quanto lesão aos sentimentos de uma pessoa.
Geralmente ocorre um dano psíquico por consequência de um abalo
psíquico.
No dano psíquico, a pessoa será tolhida de todas as suas formas de atuação
no meio social e será acompanhado de um conteúdo depressivo muito grande.
O dano extrapatrimonial seria a configuração de uma esfera de lesão que
tem de ser comprovada através das questões de ato e fato. Deve haver uma liga-
ção entre o fato danoso e a consequência do ocorrido. A pessoa deve sofrer em
razão do fato que originou a lesão, comprovando a existência do nexo causal.
gerado por esse fato, mas pode ser a somatória de outros acontecimentos. Para
que ocorra a indenização, é preciso que o dano seja quantificado, qualificado,
assim, o juiz poderá fazer a soma indenizatória referente ao dano.
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3. Quantificação e Valoração do Dano e Tipos
de Dano
3.1 Apresentação
3.2 Síntese
A valorização no plano legal será igual para todos, comportando, entre-
tanto, valorações econômicas distintas, em relação à pessoa singularmente
avaliada.
Deve ser um valor que abale quem gerou o dano para que não volte a
cometê-lo.
A estrutura de ego é a capacidade de elaboração entre os fatores orgânicos
e mentais da vítima, que irão influenciar, para que se possa saber ao certo a
quantidade de patologia sofrida pela vítima, decorrente do ato danoso.
O grau de frustração ou de tolerância da pessoa está ligada à estrutura do
ego e o dano está ligado à tolerância psíquico-emocional da vítima.
Um fato em si, tanto por suas características como por sua intensidade, não
pode produzir um dano psíquico.
É muito mais comum a possibilidade da existência de um somatório de
concausas do que um único dano de natureza extrapatrimonial.
A concausa sobreveniente ocorre pelas complicações geradas pelo dano,
que altera a sua evolução normal, produzindo assim o seu agravamento.
O dano estético modifica de forma evidente ou duradoura, a aparência de
uma pessoa, acarretando-lhe enfeamento, dando origem à dor moral ou psí-
quica.
A partir do momento em que se sente lesado perante o meio ao qual se
pertence, sofre-se dano moral.
Existem normas a serem aplicadas, em relação às concepções morais da so-
ciedade, de acordo com a natureza do dano. No momento histórico da vida da
pessoa, considerando o aspecto valorativo, deve ser analisado minuciosamente.
Psicologia Jurídica
A vítima deve ser avaliada dentro da ordem social em que ela vive.
Quando uma pessoa muito próxima falece, isso pode afetar de maneira
danosa outrem. A vítima do dano pode solicitar um dano por ricochete, sendo
um terceiro lesionado pelo prejuízo dessa vítima a solicitar.
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4. Psicologia e Direito
4.1 Apresentação
4.2 Síntese
A psicologia e o direito possuem muitos pontos em comum.
O homem é um ser social, por isso, desde criança, há lei tácita para definir
e traçar-lhe o caminho, codificada nos sistemas legais.
Nas relações jurídicas há uma distinção entre fato e sujeito. Há necessidade
de se compreender a posição forense. O que leva um sujeito normal a cometer
atos insanos?
No passado, o direito não considerava como crime as lesões que não gera-
vam sequelas físicas. Com o decorrer do tempo, o direito procura permear os
danos ocorridos pelo convívio.
Desde os primórdios, a ocorrência de um dano gerava sentimento de vin-
gança com o agressor, de modo privado, seguindo a lei de Talião. Não era uma
instituição jurídica.
O Código de Ur-Nammu já continha sem seus textos uma preocupação
em reprimir a violência e o instinto de vingança. Logo após, surge o Código
de Hamurabi.
Os primeiros indícios de reparação de dano através de um conjunto codifi-
cado de leis ocorreu na Mesopotâmia, através de Hamurabi, rei da Babilônia,
em 1792 a 1750 a. C.
O Código de Hamurabi era baseado no direito do indivíduo e aplicado na
autoridade das divindades babilônicas e do Estado. Tal código estabelece uma
ordem social, em que o forte não prejudicará o fraco e procura conferir ao
lesado uma reparação equivalente. “Olho por olho, dente por dente”, continua
sendo uma forma de reparação de dano.
Nesse código existia a forma de indenização através de pagamento de valor
pecuniário à vítima, como forma de reparação. Podemos comparar as atuais
reparações de danos não patrimoniais.
Mannu, da mitologia hinduísta, foi o homem que sistematizou as leis so-
Psicologia Jurídica
5.2 Síntese
A culpa e a responsabilidade civil estão presentes nos arts. 1.518, 1.532,
1.537, e 1.553, da Cláusula Geral da Responsabilidade Civil, recebida pelo Có-
digo de Napoleão em seu art. 1.382 que cita: “qualquer fato da pessoa que causar
dano a outrem, obriga este pela culpa, em razão do qual ele ocorreu, a reparar.”
O ato ilícito é dever de reparação, regulado pelo art. 159 do Código Civil
Brasileiro. O dever de reparação de ato ilícito está presente no Título VII, das
Obrigações por Atos Ilícitos, do Livro das Obrigações do Código Civil Brasilei-
ro, que corresponde aos arts. 1.518 e 1.532.
De acordo com o art. 159 do Código Civil, reparação de danos por ato ilíci-
to (Título VIII do Livro das Obrigações do Diploma Civil, arts. 1.537 ao 1.553).
Os danos extrapatrimoniais não estão contemplados pelo CC ou só são
aceitos em situações excepcionais mediante dispositivo expresso no estatuto
civil ou leis esparsas.
Art. 1.540. “Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de
vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato,
nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis
testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou,
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6.2 Síntese
A responsabilidade civil advém do descumprimento de normas que tutelam
o interesse meramente privado e gerador de dano, sendo obrigado a repará-lo
por meio de pagamento de indenização ao ofendido.
Segundo Caio Mário da Silva Pereira, “o efeito da responsabilidade civil é
o dever de reparação”.
Para a caracterização da responsabilidade civil são imprescindíveis o agen-
Psicologia Jurídica
Na culpa leve, o dano poderia ter sido evitado através de atenção ordinária
normal por parte do agente.
A culpa grave ocorre por imprudência ou imperícia, aproximando-se do
chamado dolo civil.
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Art. 944. “A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”
A teoria do risco ou da responsabilidade objetiva tem por base que todo
dano deve ser reparado pelo agente que o causou.
A teoria do risco nasceu no século XIX, e determina que aquele que cria
uma situação de risco, arca com as consequências, sendo o responsável se ocor-
rer um dano.
O indivíduo responde por toda consequência do dano de acordo com a
teoria objetiva.
7. Conceitos de Dano
7.1 Apresentação
7.2 Síntese
O dano pode ser emergente ou lucro cessante.
O dano emergente ou positivo é o referente ao que o credor perdeu. Já o
lucro cessante ou dano negativo, é referente ao que deixou de ganhar.
O dano patrimonial se refere a todos os bens integrantes ao patrimônio do
credor economicamente apreciáveis, avaliáveis em dinheiro, ou com possibili-
dade de reposição com idêntico valor.
O dano moral atinge os bens sem valor econômico, e sem possibilidade de
reposição de coisa idêntica.
Ambos são indenizáveis.
O dano contratual deriva de relação obrigacional de contrato, enquanto o
extracontratual decorre de obrigação legal.
No dano direto é observado o seu prejuízo, tanto em extensão quanto em
profundidade.
No dano indireto, seu prejuízo só poderá ser averiguado em momento
posterior.
Também são denominados dano atual e potencial. Apenas o dano certo e
Psicologia Jurídica
atual é reparável.
O dano por ricochete ocorre quando a pessoa sofre o reflexo de um dano
causado a outra pessoa a ela ligada. O dano é reparável desde que comprovada
a repercussão do dano principal.
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O dano coletivo é aquele causado a um número indeterminado de pessoas.
As espécies de dano em modalidade podem ser emergente ou lucro cessante.
Atualidade: dano atual, dano potencial.
Efetividade: dano efetivo ou presumido.
Espécie da lesão: ato ilícito civil, ou ato ilícito criminal.
Agente: dano em razão do fato do sujeito ou fato de coisa.
Nexo causal: dano direito ou indireto.
Objeto: dano patrimonial, dano moral.
Misto: Nexo causal e objeto.
Dano patrimonial: direto e indireto.
Dano moral: direto e indireto.
O dano a terceiro engloba o dano por ricochete: hereditabilidade e cumu-
lação subjetiva.
Na hereditabilidade a vítima direta do dano falece e seu herdeiro continua
a demanda da indenização, embora exista uma corrente que defenda que o
dano e a indenização desaparecem com a vítima.
Outra corrente defende que só seria transmissível se o titular do direito ma-
nifestasse interesse de pleitear a satisfação ainda em vida.
A terceira corrente admite a hereditabilidade legal.
A reparação do dano se faz através de indenização. Não são indenizáveis os
danos insignificantes. Deve haver um prejuízo.
Em numerosos casos de danos extrapatrimoniais é impossível o ressarci-
mento ao estado anterior, pois pode haver consequências irreversíveis.
Deve-se ter em mente o caráter buscado com a indenização, de ressarci-
mento ou punição, no qual não haverá limites para o estabelecimento do valor.
Deve-se levar em conta a possibilidade de enriquecimento ilícito da vítima,
não devendo se basear no patrimônio do ofensor. Psicologia Jurídica
Capítulo 3
Assédio Moral
1.2 Síntese
O assédio moral no trabalho é caracterizado pelo abuso do poder, de forma
repetitiva e sistematizada.
É a exposição de trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho. São mais comuns em
relações hierárquicas, autoritárias e assimétricas.
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Por ser algo privado, a vítima precisa efetuar esforços dobrados para conse-
guir provar na justiça o que sofreu, mas é possível provas técnicas e testemunhal.
O dano psíquico acarretado à vítima deve ter intensidade psicológica.
Deve ser grave na concepção objetiva de uma pessoa normal. Jamais será
avaliada sob a percepção subjetiva e particular do afetado.
A vítima deve ser afetada por vivenciar com muita intensidade situações
que objetivamente não possuem a menor gravidade capaz de justificar.
A doença estaria ligada à personalidade da vítima, e não à hostilidade do
ambiente de trabalho.
Nesses casos são pessoas com sentimento de inferioridade.
O prolongamento no tempo do assédio não pode ser um evento esporádico,
pois não dá suporte fático à violência no ambiente do trabalho.
A intenção de marginalizar o funcionário no ambiente de trabalho pode
ocorrer em público ou não, através de palavras. A conversão em patologia, ou
enfermidade com diagnóstico clínico, acontece quando o sujeito que sofre o
dano moral acaba por desenvolver doença relacionada à atitude da pessoa que
comete o assédio.
O assédio ocorre na vertical, de baixo para cima, ou de cima para baixo, em
grupos contra a chefia.
O assédio paritário ocorre na forma horizontal, ou seja, um grupo contra
um parceiro da mesma hierarquia.
Uma das fases dentro do assédio moral: surgimento de conflito de interes-
ses. Problemas que poderiam ser solucionados constituem um problema mais
profundo.
O agressor coloca em prática sua estratégia de humilhação. A vítima nega a
evidência ante o resto do grupo que pertence.
A fase de intervenção da empresa acontece em tópico positivo e negativo.
No positivo, a empresa realiza a investigação exaustiva do conflito, e troca o tra-
balhador de posto e articula o necessário. Se a empresa percebe o trabalhador
vítima como um problema a combater, é negativo.
É difícil identificar o agressor, pois sua imagem é sempre positiva. O agres-
sor sabe de suas limitações, deficiências e incompetência profissional, e o leva
a atuar de forma a destruir a carreira de outras pessoas, pelas quais ele se sente
ameaçado.
Alguns chefes se tornam agressores por serem pressionados pela empresa. O
assédio moral nesse caso é um problema estrutural da empresa.
Psicologia Jurídica
Capítulo 4
Assédio Sexual
1.2 Síntese
A moralidade sexual ocidental tem suas raízes entre os antigos hebreus e os
primeiros cristãos.
Para Freud, os instintos sexuais são difíceis de educar, mas isso não nos
impede de tentar submetê-los às regras da sociedade.
O comportamento sexual agressivo ou desviado dos objetivos de gerar vida,
da necessidade fisiológica natural é violência física e moral, pois desestrutura
a psique.
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O conceito de assédio sexual considera-se como comportamento sexual
desviado; é o comportamento do homem ou da mulher, que para se satisfazer,
utilizam ameaça ou promessa falsa.
A outra pessoa sempre deve ter a chance de dizer não, caso contrário será
violência. A agressão é a ação violenta.
Trata-se de um comportamento discriminatório do homem, por se sentir
superior, e por achar que a mulher deve estar sempre disponível.
O assédio sexual atrela o ato sexual à questão da manutenção do emprego
ou admissão.
O assédio sexual por chantagem é a prática de ato físico ou verbal de al-
guém visando a molestar outrem. É praticado pelo empregador ou administra-
dor público, preposto, ou agentes, contra alguém com o propósito de impor
um ato de natureza sexual não desejado, para que a subordinada adquira algum
benefício.
Se o ato assediador vier a assegurar a figura típica do ato obsceno, ou qual-
quer outro delito, deixará de existir aqui o assédio sexual, porque a tipificação
penal absorve o ilícito civil.
Assédio por intimidação é o ato de solicitar atividade sexual importuna ou
indesejada, com intenção de restringir sem motivo a atuação de alguém no
trabalho ou de criar uma situação ofensiva.
Para que se caracterize o assédio sexual, a assediada não tem de sofrer a
dispensa do emprego ou amento de salário.
Inicialmente apenas o homem era agente do assédio sexual, o que atual-
mente foi alterado.
Sujeito ativo: homem ou mulher, hetero ou homossexual que assedia no
trabalho, ou em razão dele, pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo.
Como sujeito passivo: homem ou mulher, empregado ou funcionário pú-
blico, vitimado por assédio sexual no ambiente de trabalho ou não, mas decor-
rente da relação de trabalho.
O elemento tipificador é a condição jurídica ou hierárquica que ostenta.
Deverá ocupar cargo ou função superior ao da vítima. Deve dispor do poder de
comando com abuso.
O assédio pode se consumar através de palavras e de atos.
Pode destruir carreiras profissionais e provocar sérios danos à saúde.
A sedução está caracterizada pelo jogo espontâneo que favorece a comuni-
cabilidade e socialização, não se confundindo com assédio sexual.
Psicologia Jurídica
1.2 Síntese
Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei nº 11.340/2006 aumenta o
rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorrida no âmbito
doméstico.
O nome da lei foi uma homenagem ao caso ocorrido na cidade de Forta-
leza, no qual a farmacêutica Maria da Penha lutou por 20 anos para ver seu
agressor penalizado, seu próprio marido, que tentou matá-la duas vezes, com
um tiro, que a deixou paraplégica, e depois tentou eletrocutá-la.
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Maria da Penha tinha então 38 anos e três filhas.
A investigação teve início em junho de 1983. A denúncia foi apresentada
em setembro de 1984. O réu foi pronunciado em outubro de 1986, e foi a júri
em maio de 1991, e condenado.
A defesa suscitou nulidade do julgamento, ocorrendo um novo em março
de 1993. Somente 19 anos após o crime, o autor foi preso. Cumpriu dois anos
em regime fechado, e está em liberdade.
Os atos foram premeditados.
Dentre as formas de agressão mais comuns está a branda, sofrida por 20%
das mulheres, seguida da violência psíquica – 18%. Ameaça ocorrida por coisas
quebradas e outras formas de agressão – 15%.
A Lei Maria da Penha culminou na criação nos Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal, de um juizado especial de violência doméstica e
familiar contra a mulher, para dar mais agilidade aos processos.
As investigações serão mais detalhadas, com depoimentos de testemunhas.
A violência e a criminalidade estão entre os principais problemas da socie-
dade contemporânea.
A ideia de que a família é um santuário sagrado, desencadeou proteção
contra a violência ocorrida nos lares. A Lei Maria da Penha aumentou de um
para três anos o tempo máximo de prisão. O mínimo foi reduzido de seis meses,
para três meses.
A nova lei também alterou o Código Penal, e permite que os agressores se-
jam presos em flagrante e tenham a prisão preventiva decretada. Acabou tam-
bém com a pena pecuniária (fiança).
Alterou, ainda, a lei de execuções penais, para permitir que o juiz determi-
ne o comparecimento do agressor a programas de reeducação e recuperação.
O estatuto tem caráter preventivo e assistencial.
O homem também pode ser vítima da agressão doméstica de acordo com o
art. 129, § 9º, do Código Penal.
A lei limita as medidas de assistência e proteção que são aplicáveis apenas
à mulher.
A proteção da mulher em situação de agressão ou cuja vida corre risco,
implica na saída do agressor da casa, na proteção dos filhos, e em reaver os
seus bens.
A violência psicológica também é considerada doméstica, e a mulher pode
ficar afastada do emprego por até seis meses, sem perdê-lo.
A violência contra a mulher pode afetá-la em todos os aspectos da vida.
Psicologia Jurídica
Estatuto da Criança e do
Adolescente – Lei nº 8.069/1990
1.2 Síntese
Existe confusão conceitual de criança e adolescente, o que acabou por ge-
rar violação de direitos básicos.
No final do século XVII, início do XVIII, a categoria infância começa a ser
identificada pelo tecido social, o que não ocorre na idade média.
Com o surgimento das escolas e das cidades, onde as crianças passam a ser
socializadas, a situação muda e elas começam a ser distinguidas.
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O primeiro tribunal de menores foi criado nos Estados Unidos em 1899.
Na Inglaterra, em 1905. Alemanha: 1908. Portugal e Hungria: 1911. Fran-
ça: 1912. Argentina: 1921. Japão: 1922. Brasil: 1923. Espanha: 1924. México:
1927. Chile: 1928.
Em contraposição surgiu o ECA em 1990, com o paradigma da proteção
integral.
A base desse paradigma é a de que crianças e adolescentes são sujeitos de
direito em relação ao mundo adulto, em suas relações familiares, perante a
sociedade e o Estado.
ECA é um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que
tem por objetivo a proteção integral do adolescente, aplicando medidas e expe-
dindo encaminhamentos.
O ECA possui capacidade de alcançar e proteger todas as crianças e adoles-
centes. O estatuto se divide em dois livros, sendo os procedimentos de adoção
no livro 1, conselho tutelar no livro 2, bem como os crimes cometidos por
crianças e adolescentes.
Art. 2º “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.”
Art. 171. “O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde
logo, encaminhado à autoridade judiciária.”
Art. 172. “O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,
desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimen-
to de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em coautoria
com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição
policial própria.”
O termo infrator é inaceitável.
Os crimes de infração cometidos contra a criança e o adolescente punem
o abuso de poder familiar.
A partir do ECA e da Constituição de 1988, as crianças brasileiras passaram
de objetos a sujeitos de direito, considerados na sua condição de pessoa em
desenvolvimento, aos quais se vê assegurar políticas públicas.
Ocorre a substituição do termo menor, por criança e adolescente. O termo
possui carga negativa.
Medidas socioeducativas são aplicadas no caso do cometimento de atos in-
Psicologia Jurídica
fracionais.
Art. 12. “Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcio-
nar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou res-
ponsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.”
Capítulo 7
Mediação, Conciliação e
Arbitragem
1.2 Síntese
A palavra mediação se origina de mediáticos, ou seja, intervenção quando
se busca produzir um acordo ou processo pacífico de acerto de conflito, cuja
solução é sugerida e não imposta.
A nova modalidade parte de profissionais treinados para tal fim; empenha-
dos em tais atividades, parece resultar de um novo entendimento com relação
à justiça.
A mediação surge como figura da contemporaneidade.
34
O juiz deve ser um terceiro com relação ao litígio, independente e desin-
teressado.
A fala é de ordem particular, habitual, sendo abordada pela psicologia.
No discurso, há distância da modalidade dos falantes.
O dissenso é um conflito entre duas partes em que não há uma regra apli-
cada à argumentação em jogo.
O dano pode ser recompensado, enquanto o prejuízo é irreparável.
Pode haver dissenso quando houver heterogeneidade, quanto às fontes das
frases reunidas por ocasião de um discurso.
O prejuízo reside na impossibilidade de haver um encadeamento após uma
frase, um acontecimento, sendo que um e outro exigem uma resposta.
A mediação passa pelo nível do discurso e não pretende intervir no conflito
psíquico do interior do homem.
A mediação solicita uma intervenção no nível do real e não no nível de um
problema social.
O mediador está em uma relação de duplicidade, apesar de seu vínculo
único, sendo assediado pelas duas partes e buscando atender as duas. Ele não se
vale da representatividade. Sua função é tentar estabelecer um ponto de equilí-
brio na controvérsia, com a finalidade de abstrair e objetivar uma solução, um
acordo entre as partes.
Através da mediação pode se evitar um processo judicial longo, resolvendo-
-o de maneira extrajudicial.
O mediador pode agir como facilitador.
2.2 Síntese
Psicologia Jurídica
A mediação existe para tentar elaborar um acordo onde existe uma disputa
ou um conflito.
No caso de divórcio em famílias com filhos, o princípio básico é o interesse
das crianças.
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A mediação procura esclarecer que apesar do divórcio ter ocorrido, a famí-
lia não termina. Ela muda. Homem e mulher se separam, porém, pais e mães
são eternos para os filhos.
O mediador deve ser firme e imparcial, pois o casal está geralmente vulne-
rável frente às possibilidades. São pessoas receptivas para qualquer sentimento
que reforce à sua hostilidade.
A mediação deve reforçar a relação de respeito entre os pais e no decorrer
do processo, as partes podem chegar a algum impasse e recorrer à justiça para
uma decisão, mas se o processo transcorrer de forma positiva, as partes podem
mudar de ideia e recorrer à apelação da homologação.
Os acordos feitos durante o processo de mediação deverão ser comunicados
aos representantes das partes pelo mediador e não pelas partes. O representante
legal levará tal acordo ao juiz para que este o homologue.
Toda mudança ou conflito que gere mudança é manifestado pelas partes
em fases:
• Desilusão ou frustração.
• Tentativa da ruptura.
• Tentativa da não ruptura.
• Decisão da ruptura.
• Aceitação dos fatos e suas consequências.
O mediador utiliza como técnica a convocação das partes, juntas ou em
separado, para resolver o conflito. Garante que as partes entendam tudo o que
está sendo exposto. Foca sempre a melhor proposta de acordo, e mais rápida.
O mediador deve sempre estar atento à possibilidade de dissimulação entre
as partes. Jamais pode permitir segredos ou fofocas e também deve ser imparcial.
Cabe ao mediador buscar igualdade entre as partes.
O perfil adequado do mediador é nível superior, capacidade básica em me-
diação, noções de direito, credibilidade das partes e imparcialidade total e ab-
soluta, fornecedor de cooperação, facilitador da comunicação entre as partes.
Facilitador da força de informações necessárias ao acordo.
O mediador deverá manter tudo em sigilo profissional e não dar conselhos
legais, que serão ofertados pelos advogados das partes.
É necessário que as partes, através de seus representantes legais, o apresen-
tem ao juiz, para que este o aprove.
O resultado na separação judicial é uma sentença, geralmente vista como
derrota ou vitória. Na mediação, existem concessões feitas por ambas as partes,
Psicologia Jurídica
Psicologia do Testemunho
1.2 Síntese
Provavelmente a prova testemunhal seja a mais antiga das provas, quando
não havia ainda a escrita.
Os princípios humanitários sustentados por Voltaire e Montesquieu, triun-
fam na Revolução Francesa.
Em 1791, por influência inglesa, se estabelece o jurado de acusação e do
juízo, antes do qual este deveria ser público e oral.
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Nas leis de Mannu se regulamentou a prova testemunhal. Após o império
romano, o procedimento passa a ser inquisitivo e secreto.
Psicologia do testemunho é a declaração de certeza da verdade, em relação
ao fato concreto. Para tal, são necessárias provas. Por prova entende-se os diver-
sos elementos ensejadores do convencimento do magistrado chamado a diluir
uma pendência qualquer.
Todos os meios de que dispõe o julgador para alcançar a certeza moral do
delito, se constituem em prova. Só o fato deve ser provado em juízo. O direito
é objeto de interpretação, a prova se restringe ao fato controvertido.
A prova testemunhal consiste na coleta de depoimento de pessoas que pos-
sam fornecer ao julgador subsídios para a averiguação da verdade acerca de um
determinado fato ou de uma circunstância.
O testemunho sofre descrédito. Mesmo baseado em boa-fé, indicava situa-
ções parciais ou totais da falta da verdade dos fatos, sem que fosse mentira. Há
discrepâncias em declarações de várias testemunhas diante de um mesmo fato.
No princípio do século XX, muitos autores destacavam a importância do
fato individual da percepção e da evocação.
Toda percepção é uma análise parcial de uma situação da qual se acentua
um aspecto em detrimento do outro.
Repete-se não a sensação de realidade que se havia percebido, mas a rea-
ção diante da realidade. A fidelidade do testemunho dependia do estado das
faculdades mentais, disposição moral, entendimento e vontade do declarante.
A psicologia do testemunho se reduzia a uma investigação sobre a sin-
ceridade e a verdade de um testemunho, mas como é um valor subjetivo, a
sinceridade é a atitude psicológica de dizer o que se sabe e pensa.
Testemunhar é narrar um fato que inevitavelmente leva à deformação do
sucesso objetivo pela presença de diversos fatores.
É nas emoções como destoante do testemunho, que os estudos psicofi-
siológicos destacam-se para determinar a credibilidade de uma declaração.
Todo observador tem capacidade de muitas ações e percepções e reprodução
posterior.
O inconsciente influencia sobre a palavra e a ação do que se declara.
Todo testemunho, mesmo que de boa-fé, podem ser errôneos. Erros de me-
mória e percepção tornam inexato o testemunho.
O ponto central da psicologia é o momento de desvendar a mentira, e pode
ser diferenciada em voluntária e involuntária.
Psicologia Jurídica
2. Memória
2.1 Apresentação
2.2 Síntese
A memória se deforma, se altera, e a verdade pode desaparecer.
A curva de esquecimento indica que a falta de lembrança é inicialmente
rápida, e que essa taxa diminui severamente depois de certo tempo.
A forma como se pode narrar um fato é dizer do grau de fidelidade e
claridade.
A psicologia do testemunho pode ocorrer em uma série de fatores, que
podem ser classificados em três aspectos:
• Decodificação dos estímulos.
• Armazenamento das informações.
• Recuperação dos fatos percebidos
Sobre a decodificação e o armazenamento temos aspectos primordiais tais
como a luminosidade, ângulo de observações, distância, tempo de exposição ao
estímulo e o estado psíquico da testemunha.
O resultado é uma visão uniforme com margem de erros. O rendimento
diminui quanto maior o nível de ansiedade.
Busca-se um procedimento de recuperação de informação pela memória.
Da testemunha que aumente a quantidade de informações recuperadas e di-
minua o erro.
A testemunha narrativa conta com suas próprias palavras as recordações do
fato, e a interrogativa, tem por base perguntas concretas sobre o fato.
O procedimento narrativo tem menos chance de mentiras, mas mais erros
de omissão (forma que cada pessoa tem de estruturar os fatos ocorridos).
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3. Julgadores e Vitimologia
3.1 Apresentação
3.2 Síntese
Na seara jurídica os fatos são superados pelos relatos ofertados pelos juízes,
jurados, acusadores, defensores e testemunhas.
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O julgamento se oferta por meio da comparação com referências inscritas
no social e moduladas pelos fenômenos mentais que dominam cada indivíduo.
Aqueles que escutam as partes e seus representantes legais ou as testemu-
nhas, devem ter um conhecimento mínimo a respeito das técnicas utilizadas,
pois dependerá diretamente dessa forma de escuta a qualidade dos resultados.
A essa atuação chamamos de imparcialidade.
O profissional consegue com ética se isentar de sua própria existência e
valores para julgar.
O maior desafio nessa jornada é não se contaminar pelas emoções próprias
e dos participantes do caso em questão.
Deixar-se dominar pelas emoções significa comprometer a percepção, pen-
samento e memória. E ainda abrir espaços para enganos, lapsos e outros fenô-
menos psíquicos.
As emoções sujeitam os indivíduos à crenças inadequadas, esquemas rígi-
dos de pensamento ou automáticos e preconceituosos.
A mídia requer números, mesmo que conseguido através de sensacionalismo.
Ser discreto, ético, e não priorizar o seu próprio ego ajuda a todos.
A vitimologia pretende estudar a personalidade da vítima, procurando sa-
ber por que determinados indivíduos possuem esse destino.
Existe a vítima inocente ou ideal, que não teve a menor participação no
crime.
Vítima provocadora é aquela imprudente, voluntária, colabora nos fins ob-
jetivados pelo delinquente.
Vítima agressora é simuladora e imaginária.
Vítima nata: são as pessoas insuportáveis, criadoras de caso e que levam ao
desespero aqueles com quem convive. Acabam provocando o agressor.
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