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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E ARTES

PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO

LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
CONCEITO DE PERSONALIDADE
TRAÇOS DE PERSONALIDADE E LINGUAGEM
TEORIAS DA PERSONALIDADE

Nomes: Bernardo Mujavangue


Celma Faria
Docente: Dr. Rosa Muchuine
Edson Wazanguiua
Ekibal Seda
Maputo, Outubro de 2022
Introdução

Objectivo geral
 Compreender como a linguagem e/ou a comunicação mediática se
manifestam tendo em conta as diferentes personalidades.

Objectivos Específicos
 Parafrasear os diferentes conceitos apresentados por diferentes autores sobre
a personalidade;
 Esquematizar as teorias de personalidade apresentadas por diferentes
autores em diferentes épocas;
 Demonstrar os traços de personalidade em diferentes perspectivas de
abordagem;
 Associar o estudo da personalidade ao Jornalismo.
Introdução
Mas o que é personalidade?
Conceitualização de personalidade

Allport (1937)) diz que a personalidade de um indivíduo consiste na organização


dinâmica e constante dos sistemas psicofísicos que determinam o seu comportamento e
pensamento característico.

O autor diz ainda que os behavioristas explicam que o conceito de personalidade tem a
sua origem na frequência de comportamentos de um indivíduo, ocorridos durante um
período de tempo numa gama de situações diferentes.

O dicionário de Psicologia de A á Z designa a personalidade no sentido mais geral como


o conjunto de todas as características do indivíduo: sensomotoras, cognitivas, emotivas,
e as atitudes sociais e os valores de que dependem da sociedade, isto é, os indivíduos
têm uma forma relativamente estável de se comportarem em situações sociais.
Conceitualização de personalidade

Ferreira et all (2011) referem que a personalidade é o conjunto de padrões de


comportamento persistentes e duráveis de um individuo, expressados numa grande
variedade de situações.

As definições convergem no facto de explicarem que a personalidade tem a ver com


aspectos (físicos e psíquicos) constantes que explicam a forma única de ser e estar de
uma pessoa em diferentes situações.

Há teóricos que questionam a tese da consistência ou repetição de um padrão de


comportamento, alegando que há situações que pessoas com uma determinada
personalidade agem de maneira diferente. Isso justifica-se pelo facto de em algumas
situações os indivíduos se comportarem de acordo com as predisposições internas ou
exigências de uma determinada situação.
Formação da personalidade

Segundo Braghirolli (1990) a configuração da personalidade se desenvolve a partir de


factores genéticos – exercem sua influência através da estrutura orgânica e do processo
de maturação e ambientais – incluem tanto o meio físico como o social e começam a
influenciar a formação da personalidade já na vida intra-uterina.

A maioria dos estudiosos acreditam que a estrutura da personalidade é fixada nos


primeiros anos de vida, o que acontece ou deixa de acontecer nesse período é decisivo.
Eles avançam que a hereditariedade influencia na formação da personalidade, entretanto
não constitui causa directa do comportamento do individuo.
Teorias da personalidade (TP)
Teoria constitucional de Sheldon

Em 1949 William Herbert Sheldon elaborou uma técnica para medir as variadas
proporções dos tipos somáticos básicos, de onde se originou a Teoria Constitucional.
Ao procurar estabelecer uma relação entre o comportamento e a compleição física,
Sheldon apoiou-se na convicção de que o fenótipo (aspecto externo da pessoa) é
determinado por um processo biológico hipotético, chamado morfogenotipo (aspecto
interno).
TP: Teoria constitucional de Sheldon (continuação)
Medindo o físico, Sheldon buscou cruzar a informação e os dados que obteve o fizeram
dividir os tipos corporais em três categorias como ilustra a tabela.
Tipo Físico Endomórfico: arredondado, Mesomórfico: Ectomórfico: geralmente
musculatura e ossatura pouco Rijo, músculos e ossos alto, delgado, frágil,
desenvolvidas, actividade bastante desenvolvidos, ossatura pequena.
predominantemente visceral. atléticos.

Tipo de Viscerotónico: Somatotónico: activo e Cerebrotónico: retraído e


personalidade Sociável, aprecia o conforto, boa vigoroso, gosta de inibido, comedido, aprecia o
mesa e bebidas, é afectuoso. exercício físico e trabalho intelectual e é avesso
aventuras, tem maneiras aos contratos sociais
francas e agressivas
TP: Teoria psicanalítica de Freud

Segundo esta teoria a personalidade é composta por tês grandes sistemas: o id, o ego, e
o superego.

 Id – é a única fonte de energia psíquica (libido). É de origem orgânica e hereditária.


Apresenta a forma de instintos inconscientes que impulsionam o organismo. O id
não tolera a tensão, se o nível de tensão for elevado, age no sentido de descarrega-
la.
 Ego – existe porque são necessárias transacções apropriadas com o mundo
objectivo da realidade. O ego opera pelo princípio da realidade. Para realizar as suas
funções, isto é, procurar satisfazer objectivamente as necessidades do id, o ego tem
o controlo de todas funções cognitivas como perceber, pensar, planejar e decidir.
 Superego – é o representante interno das normas e valores sociais que foram
transmitidas pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à
criança. O superego pune quando fazemos algo de errado e também recompensa
TP: Teoria psicanalítica de Freud (continuação)

O id pode ser considerado o componente biológico da personalidade, o ego o


psicológico e o superego o social. Estes três sistemas não devem ser considerados como
manequins independentes que governam a personalidade.

Sendo uma teoria desenvolvimentista, Freud sugere que a formação da personalidade


está relacionada ao processo de desenvolvimento do instintosexual, processo que inicia
logo após o nascimento.
TP: Teoria psicanalítica de Freud ( Continuação)

Na fase oral (primeiro ano de vida) a criança satisfaz sua necessidade sexual pela boca.
Obtém prazer através da sucção. Na fase oral as actividades se desenrolam em torno da
boca, são as que proporcionam mais prazer.

Na fase anal (segundo e terceiro ano de vida) a criança descobre o sexo, experimenta
prazer ao manusear os órgãos genitais. A criança ama o genitor do sexo oposto e sente
ciúmes do genitor do mesmo sexo porque esta lhe roubando o amor daquele.

A fase da latência (o quinto ao décimo segundo ano de vida) corresponde em geral, aos
anos de escola, nos quais há um antagonismo típico ente meninos e meninas.

A fase genital (do décimo segundo ano em diante) surge quando o adolescente passa a
voltar-se para outras pessoas e coisas, deixando de ser, para si mesmo, o objecto de
maior interesse.
TP: Teoria humanista de Rogers

O elemento central da teoria de Carl Rogers é o conceito de “eu” (self). O “eu” nessa
teoria é o padrão organizado de percepções, sentimentos, atitudes e valores que o
indivíduo acredita ser exclusivamente seu. É o conjunto de características que definem
“eu” e “a mim”. Assim o “eu” é o componente central da experiência total do indivíduo.

O conceito de “eu” refere-se de maneira geral, à auto-imagem ou a uma conscientização


de si mesmo. O conceito de “eu ideal” é importante, também na teoria rogeriana.
Significa a pessoa tal como ela gostaria de ser. Os indivíduos bem ajustados seriam
aqueles que possuem uma correspondência muito estreita entre o “eu” e o “eu ideal”.

Em muitos aspectos, a teoria de Rogers é uma teoria psicoterapêutica, ele procurou


estabelecer claramente as condições que seriam necessárias para produzir uma mudança
de personalidade.
TP: Personalidade e a teoria da aprendizagem
Esta abordagem pressupõe que o estudo da personalidade é uma parte do campo geral
do estudo sobre aprendizagem. “uma vez que a grande maioria dos comportamentos do
homem, é aprendida, uma compreensão fundamental da personalidade decorre, antes de
tudo, de nossas observações acerca de como e sob que condições esses comportamentos
são adquiridos” (BRAGHIROLLI, 1990)

Esta é uma teoria desenvolvimentistas e destaca a importância das primeiras


experiências na formação da personalidade e postulam que a personalidade é
determinada a partir das experiências passadas.

Assim, os tipos particulares de comportamento adquiridos durante o nosso


desenvolvimento, constituem o nosso comportamento peculiar e formam a nossa
personalidade, explicando a conduta em termos de efeitos ambientais.
TP: Teoria Dos Traços
Esta teoria concentra-se no presente do indivíduo adulto, contrariamente as anteriores.
A mesma defende que as pessoas se diferem de acordo com o grau que têm de
determinados traços de personalidade, tais como dependência, ansiedade, agressividade
e sociabilidade. Embora não sejam observáveis, explicam que podemos inferi-los a
partir do modo como a pessoa se comporta.

O psicólogo Gordon Allport acreditava que os traços ou “disposições”, como chamava,


estão literalmente codificados em nosso sistema nervoso central como estruturas que
guiam o comportamento, consistente em uma grande variedade de situações.

Enquanto os traços descrevem comportamentos comuns a muitas pessoas, a


personalidade individual consiste de um grupo singular de traços.
TP: Teoria Dos Traços (continuação)
O pesquisador Ratmond Cattel demonstrou que vários traços tendem a agrupar-se.
Segundo o pesquisador cada personalidade individual consiste de um conjunto
relativamente único de 16 ou mais traços básicos.

Outros teóricos afirmaram que Cattel usava traços demais para descrever a
personalidade, daí que Eysenck (1976) citado por Maisto e Morris (2004) argumentou
que a personalidade poderia ser reduzida a três dimensões básicas: estabilidade
emocional, introversão-extroversão e psicoticismo.

Maisto e Morris (2004) explicam que recentemente se chegou a um consenso sobre o


modelo de personalidade chamado “os cinco grandes”. De acordo com esse modelo,
cinco traços, juntamente com varias outras facetas, representam as cinco dimensões
mais importantes da personalidade humana.
TP: Teoria Dos Traços (continuação)
Essas cinco grandes dimensões da personalidade (extroversão, estabilidade emocional,
amabilidade, responsabilidade e abertura a novas experienciais, juntamente com outras
30 facetas associadas, não são uma lista exaustiva de todos aspectos da personalidade.
Elas representam uma amostra abrangente de traços importantes.

Os traços são a linguagem que habitualmente utilizamos para descrever as outras


pessoas. Desse modo a visão da personalidade sob a perspectiva das teorias de traços
tem um considerável apelo ao senso comum.
TP: Personalidade e linguagem
Quando o emissor emite uma mensagem, o objectivo é que a pessoa compreenda
exactamente aquilo que lhe quer dizer, isto é, que o significado percebido seja idêntico
ao significado pretendido.

Neste sentido, Almeida (1995) recomenda que a quando da manipulação simbólica, se


tenha em mente a particularidade da personalidade do indivíduo. Isto porque a
interpretação simbólica não é apenas influenciada pelo conteúdo que o receptor
pretendeu dar aos símbolos mas também pelo self (eu) do receptor.

Baseando-se na teoria dos traços as dimensões da personalidade podem ter importante


utilidade profissional e no dia-a-dia, tanto para o emissor (jornalista) assim como para o
receptor (fontes e audiência).
Traços de personalidade e linguagem
Não existe um idioma único, mas em nossas interacções com os outros podemos aplicar
diferentes tipos de idioma, especificamente, a linguagem corporal. Ela é uma das
ferramentas de comunicação mais poderosas que temos. Além disso, existe um vínculo
entre nossa personalidade e o estilo de linguagem corporal que usamos.

A linguagem corporal inclui os gestos que fazemos e a maneira como nos aproximamos
ou nos distanciamos de certos elementos ou pessoas. Com isso em mente, podemos
falar sobre o estilo de linguagem gestual associado aos principais tipos de
1. Personalidade tímida
personalidade:
2. Personalidade aberta
3. Personalidade dominante
4. Personalidade amigável
5. Personalidade neurótica
6. Personalidade emocionalmente estável
Tipos psicológicos, estilos cognitivos e sua aplicação no
jornalismo

A personalidade influencia o estilo cognitivo de cada pessoa ou os processos mentais


usados para perceber e fazer julgamentos com base em informações. O conhecimento
dos estilos cognitivos é fundamental para o relacionamento com as pessoas na
qualidade de jornalista, pois isso ajuda a apreciar como as mesmas colectam,
compreendem, avaliam as informações.

Baseando-se na analise de Jung há aspectos que são citados por Dubrin (2003) que nós
julgamos fundamentais que sejam de domínio do profissional durante a actividade
jornalística, os quis ele precisa ter em conta na pesquisa, colecta, edição e partilha de
informações, os mesmos aspectos devem ser tido em conta durante depois da
publicação da informação, a saber:
Tipos psicológicos, estilos cognitivos e sua aplicação no
jornalismo

 Os indivíduos do tipo sensorial preferem a rotina e a ordem. Eles procuram detalhes


precisos quando colectam informações para a solução de um problema. Eles
preferem trabalhar com factores já estabelecidos em vez de ir à busca de novas
possibilidades;

 Os indivíduos do tipo intuitivo preferem uma perspectiva geral, ou o quadro geral.


Essas pessoas gostam de resolver novos problemas. Além disso detestam a rotina e
aprendem a trabalhar com factos;

 Os indivíduos do tipo sensível têm uma necessidade de se conformarem e se


adaptarem aos desejos dos outros. Com virtude a essas tendências eles tentam evitar
problemas que resultem em divergências;
Tipos psicológicos, estilos cognitivos e sua aplicação no
jornalismo

 Os indivíduos do tipo pensante dependem do intelecto e da razão para lidar com os


problemas e na tomada de decisões.
O jornalista precisa igualmente estar ciente que existe o que se chama de inteligência
emocional, e que o cérebro tem combinado factores da personalidade com a
inteligência pratica, indicando que a maneira pela qual as pessoas usam suas emoções
tem um grande impacto no seu sucesso.

O jornalista deve ter a capacidade de evolver-se num comportamento como o de medir


pessoas, agradar os outros e influencia-los. Por isso devem ser particularidades da
personalidade do profissional a autoconscientizaçao, autocontrole, motivação, empatia
e habilidade social.
Conclusão

A Teoria Freudiana é que mais se destaca nas abordagens psicodinâmicas que vêm o
comportamento como um produto de forças psicológicas que interagem dentro do
indivíduo, frequentemente fora de seu estado de consciência.

Para além de Freud nessa abordagem encontramos o Carl Jung; AlfredAdler; Karen
Horney; Erik Erikdnon.

Com o estudo da personalidade é possível entender que os comportamentos esperados para cada
traço de personalidade podem guiar o entendimento de como os indivíduos actuam em grupo. O
que no nosso contexto pode ajudar no processo de produção e disseminação de informação.
Obrigado pela
atenção
Dispensada

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