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INFÂNCIA
Joana Proença Becker
pbeckerjoana@gmail.com
2020/2021
PRINCIPAIS CONCEITOS DISCUTIDOS NAS ÚLTIMAS AULAS
• René Spitz
• Margaret Mahler
• Método Bick
MÉTODO BICK
- Técnica da associação livre, com expressão de sentimentos e fantasias, com ênfase nas
fantasias.
- Comunicação face-a-face
- “Entrevista livre”, com ênfase na realidade que está inserido e na que vive com o terapeuta
- O enquadre
- Interpretação
BERNARD GOLSE: pedopsiquiatra francês; psicanalista; membro da Associação
Psicanalítica da França; professor de psiquiatria infantil na Universidade Paris-
Descartes; diretor do Serviço de Psiquiatria Infantil Necker-Enfants Malades (Paris); e
é presidente da Associação Europeia de Psicopatologia da Criança e do Adolescente.
• Monitoramento do desenvolvimento
• Clínica do apego
• Psicoterapias de inspiração psicanalítica
Projeção:
“Operação pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro – pessoa ou coisa
– qualidades, sentimentos, desejos e mesmo “objetos” que ele desconhece ou
recusa nele. Trata-se aqui de uma defesa de origem muito arcaica, que vamos
encontrar em ação particularmente na paranoia, mas também em modos de
pensar normal” (Laplanche & Pontalis, 2001, p. 374).
• Escutar o que os pais falam do sintoma do filho, o que o sintoma provoca neles,
permite ao terapeuta perceber quais as representações em torno do filho e do seu
desenvolvimento, sobretudo se há a projeção do Eu ideal.
• Essa compreensão do sintoma e do que ele representa para os pais irá permitir que o
terapeuta explore outras temáticas da relação pais-bebé: capacidade de associação; grau
de tolerância do casal em torno do filho e ao projeto de filho e de família (essencial para
definir a abordagem); tipos de defesas; presença de ansiedade persecutória.
O Enquadre
• Sensível às projeções;
• Disposição para o enactment (atuação de uma experiência / evento; bebé não expressa em
palavras);
• Evitar trabalhar a história que os pais não trazem, uma vez que ainda não se conhece a
dinâmica do casal e se sua história (ou de um deles) está relacionada ao sintoma do
bebé;
• Constituir a aliança terapêutica;
• Escuta aberta a partir do sintoma do bebé, buscando perceber o funcionamento mental
dos pais, sobretudo quanto ao que o sintoma desperta neles. Isso permite abordar
outros tópicos e perceber:
• Permeabilidade psíquica
• Capacidade de associação
• Possibilidade de envolver-se afetivamente com o filho
• Grau de tolerância das diferenças entre o casal
Objetivos da Psicoterapia
• “Modificar a imagem mental que os pais têm do filho e de si mesmos na interação com
ele;
• No caso da criança, ela pode ter aprendido a adivinhar e cumprir expectativas dos pais.
Temendo a perda do amor dos pais (ou não satisfazer o desejo do outro – terapeuta), ela
pode manifestar uma reação de protesto, desesperança ou retraimento.
A Dinâmica da Transferência (Freud, 1912)
• A mais forte das resistências. Cada pensamento, cada ato representa um compromisso
com as forças que visam a cura e com as que visam conservar a doença.
• Sendo induções, então não se situam na dinâmica do après-coup* no mesmo grau que a
transferência.
• Para Anna Freud, era preciso analisar o contexto e as relações que podem marcar os
problemas infantis. A transferência não poderia ocorrer porque a criança não estaria
pronta para reproduzir relações que ainda estariam se construindo e sendo
experienciadas; mas também pela impossibilidade do terapeuta sustentar uma posição
neutra, muitas vezes assumindo um papel de educador.
• Para Lebovici (1994), o bebé deve ser considerado central no setting, sendo possível
que intervenções visem uma mudança nas suas protofantasias. Embora reconheça o
conflito relacional mãe-bebé, o terapeuta precisa estar atento às comunicações do bebé,
sugerindo ser essa comunicação um potencial transferencial. O psicanalista destaca a
importância da empatia do terapeuta e a contratransferência como os meios que devem
guiar as intervenções.
Contratransferência
• Victor Guerra (s/d, p. 7) diz que “não podemos falar em processo contratransferencial,
e sim em fenómenos transferenciais-contratransferenciais, dada a presença de projeções
intensas por parte dos pais e pela reativação de aspectos primários e ideais narcisistas do
terapeuta”.
PARENTALIDADE
“Este conceito refere-se ao conjunto de experiências, fantasias, ideias e ideais
que alimentam a posição interna sobre a representação de si mesmo como pai
ou mãe. As experiências atuais de nossa vida, nossos sucessos, nossos
fracassos, o destino de nossa libido que às vezes pode buscar uma forma de
expressão em nosso trabalho, por não encontrar uma forma de satisfação na
realidade fora do escritório. Não somos tentados a nos sentir e nos nomear
como melhores pais e mães do que nossos pacientes? E assim esquecer o que
não queremos ou não podemos ver em nossos filhos (reais e fantasiados)?”
(Guerra, s/d, p. 13).
Enactment
Freud, S. (1976). A dinâmica da transferência. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund
Freud, v. XII. Rio de Janeiro: Imago. [orig. 1912]
Freud, S. (2006). As perspectivas futuras da terapêutica psicanalítica. In Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XI. Rio de Janeiro: Imago. [orig. 1910]
Golse, B. (2008). Las psicoterapias conjuntas padre-madre-(padres)-bebé: conquita o viaje a la deriva? Rev. Colomb.
Psiquiat., 87 (1), 63-77.
Guerra, V. (s/d). Sobre la técnica en las consultas terapéuticas com padres y bebés (anotaciones y reflexiones en
torno a alguns aspectos ténicos de las consultas terapêuticas).
Klein, M. (1991). Inveja e Gratidão (1957). In Inveja e Gratidão e outros trabalhos (1946-1963). 4ª ed. Rio de Janeiro:
Imago.
Laplanche & Pontalis (2001). Vocabulário da Psicanálise. 4ª ed., São Paulo: Martins Fontes.
Lebovici, S. (1994). La pratique des psychothérapies mères-bébés par Bertrand Cramer et Francisco Palacio-Espasa:
note de lecture. Psychiatrie de l’enfant, XXXVII(2), 415-427.
SÍNTESE
• ENQUADRE
• CARACTERÍSTICAS DO TERAPEUTA
• ENACTMENT
• INTERPRETAÇÃO
Joana Proença Becker
pbeckerjoana@gmail.com