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en tra d 0 3 /1 2
g e m C 4 51
d a
Abor Pessoa
ADICIONAR UM
2
RODAPÉ
Vamos responder a essa questão tomando como
base os princípios da Abordagem Centrada na
Pessoa que foi desenvolvida por Carl Rogers a
partir da década de 1940 e em se tratando de
atendimento infantil, também vamos nos apoiar
nos princípios da ludoterapia proposta por Virgínia
Axline.

3
do te ra pi a
ACP e Lu

Rogers (1942/2005) e Axline (1947/1984), ao falarem


de suas teorias, informam que têm um ponto de partida:
proporcionar ao indivíduo uma relação sem o controle
do terapeuta, uma relação sem diretividade, onde ele
passa a ser o foco da terapia, ao invés do seu problema.

(BRITO & PAIVA, 2012) 4


ia A x line
Virgín

Ludoterapia
• O objetivo, é levar a criança
à autossuficiência, a
adquirir independência e
capacidade de autodireção.

5
MATTAR, 2010, p. 82).
l Ro g er s
Car

ACP
• A Abordagem Centrada na
Pessoa (ACP) valoriza a
aceitação, acolhimento e a
autenticidade, ou seja, o
terapeuta dentro da sua
autenticidade partilha dos
princípios centrados na
pessoa
6
Conexão Formativa
Iniciar um processo psicoterápico com criança nessa perspectiva , é mergulhar no mundo
dela e no que ela vivencia de significativo no encontro com o psicólogo.
Não é um processo fácil. Se na clínica com o adulto é imprescindível estabelecer uma
relação de confiança, o trabalho com a criança requer muito mais cuidados para que essa
relação aconteça. Demanda paciência e persistência. E demanda também o exercício da
epochè que é a “suspensão fenomenológica”, um dos elementos fundamentais da clínica
fenomenológica proposto por Husserl. Colocar entre parênteses as hipóteses, os conceitos
e pré-conceitos, os sintomas expostos pela criança, as queixas e rótulos que os adultos
inferem acerca da criança é o primeiro passo para o início do processo. Só assim o
psicólogo consegue se conectar com seu pequeno cliente , estabelecendo de fato uma
relação terapêutica.
Então, o método aplicado nesse contexto é o método fenomenológico.

7
ét o d o
O m óg ico
eno m e no l
f
 Na psicoterapia fenomenológico-existencial, o
discurso constitui a essência do processo
psicoterápico e ocorre na relação entre duas ou mais
linguagens.
 É nesta relação de intersubjetividade que o
psicoterapeuta vai buscar, na vivência conflitiva do
cliente a coerência entre as condições do existir.
 O psicólogo vai desenvolver o processo psicoterápico
através de seu recurso básico de atuação: a
linguagem.
8
(FEIJOO, 1997)
Em se falando em linguagem, precisamos entender que pode
ocorrer sobre diferentes formas. No trabalho com crianças, a
forma lúdica é a mais indicada. Por isso, o psicólogo infantil
precisa de recursos como jogos, brinquedos, papel, tinta, etc.

9
inf a ntil
A clínica
O atendimento psicoterápico com crianças requer o recurso da ludoterapia que é uma
psicoterapia realizada através do lúdico, do brincar, que tem como objetivo facilitar a
expressão da criança.
É através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus
sentimentos e conflitos e buscar melhores alternativas para lidar com suas demandas.
A Ludoterapia é baseada no fato de que o jogo é o meio natural de autoexpressão da
criança.
É uma oportunidade dada à criança de se libertar de seus sentimentos confusos e d sus
problemas,através do brincar.

(Axline p.9. 1982). 10


E como trabalhar com a criança de forma lúdica, com a ACP?
É possível?
Sim!
Pois os princípios básicos da ACP podem ser empregados em qualquer
situação, quer seja na clínica cm adultos como na clínica com crianças.
Vejamos quais são esses princípios estabelecidos por Rogers e acolhidos pela
ludoterapia de Virginia Axline.

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Pr inc ípio s
d a A C P
básicos
Consideração positiva incondicional
Compreensão empática
Autenticidade ou congruência

Além da tendência atualizante que é o pilar da teoria de


Carl Rogers onde circulam esses demais conceitos.
ADICIONAR UM 12
RODAPÉ
Mas como os conceitos da ACP podem ser trabalhados na clínica
infantil?
É aí que usamos os conceitos da ludoterapia de Axline.
Ela também, assim como Rogers estabelece princípios que ajudam a
orientar o terapeuta na experiência com a criança. Esses princípios são
demonstrados através da relação que se estabelece entre a criança e o
psicólogo.
Na verdade,ambos, Rogers e Axline tratam mais de uma ética
profissional e de relacionamento do que especificamente de técnica.
Eis os oito princípios propostos por Axline:

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s b á s ic o s
Princípio p ia
o te r a
da lud
1. Vínculo
2. Aceitar a criança completamente;
3. Estabelecer um sentimento de permissividade;
4. Reconhecer e refletir os sentimentos;
5. Manter o respeito pela criança;
6. A criança indica o caminho;
7. A terapia não pode ser apressada;
8. O valor dos limites

ADICIONAR UM
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RODAPÉ
Vínculo

De acordo com Rogers (1977),


é a partir de uma relação
humana dotada de certas
condições favoráveis que a
aceitação de si e ao pleno
desenvolvimento que um
processo de mudança interna,
visceral pode se instaurar.
ADICIONAR UM
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RODAPÉ
O terapeuta deve desenvolver um vínculo amistoso e afetuoso de modo
que se estabeleça uma aproximação com a criança.

É importante que o terapeuta deseje trabalhar com crianças para que consiga
de forma natural e congruente desenvolver um ambiente de acolhida.

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Ac eit a ç ã o
Para Axline, não é somente através de
palavras que a criança se sente aceita, mas
também através de atitudes que o
terapeuta expressa, ou não, no
relacionamento.
A aceitação é ameaçada quando o
terapeuta, mesmo que de maneira sutil ou
indireta, critica, desaprova, recompensa
ou aprova as atitudes e sentimentos da
criança.
É fundamental que a criança confie que é
aceita por ser uma pessoa e não por 17 ter
feito algo que a torne melhor ou pior.
sivid ad e
Permis

Rogers propõe que na relação


terapêutica, deve haver permissividade
sobre a expressão de sentimentos do
cliente. O psicólogo deve proporcionar
ao cliente um lugar onde poderá falar
de qualquer sentimento, positivo ou
negativo, que ele experimentar e ele
será compreendido e aceito.
18
d e
x ã o
f l e os
R e n t
4 . i m e
t
s en

 O terapeuta deve estar sempre alerta para identificar os


sentimentos expressos pela criança e para refleti-los, de tal forma
que ela adquira conhecimento sobre o seu comportamento.
 O brinquedo da criança é fruto simbólico dos seus sentimentos, mas
o terapeuta deve se abster de interpretar o comportamento
simbólico da criança e deve apenas refletir os sentimentos,
utilizando os mesmo símbolos usados pela criança.

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Por exemplo, quando acriança está expressando
através dos brinquedos o seu medo, ou a sua
agressividade, o terapeuta acompanha a criança e
interage utilizando os mesmos símbolos por ela
trazidos, ou seja, “o boneco está triste”, “o carro
está irritado”.
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i t o / a
s p e it i v
e o s
5 . R çã o p
e r a
s i d
C on
O terapeuta mantém profundo respeito pela capacidade da criança
em resolver seus próprios problemas, dando-lhe oportunidade para
isso.
A responsabilidade de escolher e de fazer mudanças é deixada à
criança, que tem capacidade para tal.
Este respeito e confiança na criança devem ser experimentados desde
as questões mais simples como, por exemplo, encontrar uma
alternativa frente à falta de uma peça no jogo, até as questões mais
significativas da sua vida.
21
ão
. N de
6 v i da
e t i
d ir
O terapeuta não deve, nem precisa, dirigir ações ou conversas da criança.
Assim como Rogers, Axline também entende que é o cliente quem indica o
caminho e o terapeuta o segue. O terapeuta não oferece sugestões, nem faz
perguntas de sondagem. Não faz elogios de forma a não induzir a criança a agir
de maneira a obter mais elogios. Não oferece críticas ao que a criança faz,
assim a criança não se sente desencorajada nem inadequada, e mais facilmente
pode encontrar novas alternativas.
A sala de brinquedos e os materiais estão à disposição da criança, esperando
por sua decisão.

22
e i t o
e s p
s a / R
p r es s oa l
e m p e s
S
7 . o ri t m o
a
 O terapeuta não tenta abreviar a duração da terapia.
 Deve-se dispor a aceitar o ritmo que a criança escolher, sem tentar
apressar ou retardar nenhum aspecto do processo terapêutico.
 O processo deve ser reconhecido como gradativo. Desta forma, a
criança percebe que a hora terapêutica lhe pertence e assim se sente
suficientemente segura para relaxar suas defesas e experienciar a
sensação de atuar sem elas.
 O terapeuta confia que quando a criança estiver pronta para
expressar seus sentimentos ela o fará.
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Nem sempre o trabalho com crianças é simples. Muito pelo contrário.
Os pais cobram o tempo todo respostas. E dificilmente entendem que o
respeito ao tempo da criança é importante.

24
d os
l o r
v a s
8.O limite

 Estabelecer os limites de realidade para nortear a relação com a


criança é fundamental ao processo.
 Estabelecer somente as limitações necessárias para fundamentar a
terapia no mundo da realidade e fazer a criança consciente de sua
responsabilidade no relacionamento.
 Não imprimir à criança, limitações baseadas em ansiedades do
terapeuta ou fundamentadas em preconcepções impostas por
familiares, cuidadores ou por quem tenha encaminhado a criança para
a terapia.

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Agora que já entendemos quais são as diretrizes
do atendimento psicoterápico com crianças,
vamos responder à questão montando um plano
de atendimento.

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p ro ce s s o
O
e r á p ic o
ludot

Baseia-se na hipótese central da capacidade do individuo para o crescimento e


autodirecionamento.
Diferente de outras situações cotidianas, o momento da Ludoterapia é o momento
que pertence à criança, no qual o terapeuta está presente para acompanhar,
compreender, oportunizar calor humano; mas em momento algum dirigir o
processo .

(Dorfman, 1992 citado por Colovini & Bertolin, s/d)


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Plano
a p êutico
ter
1. Ouvir os pais.
2. Estabelecer o vínculo com a criança.
3. Perguntar e Informar a criança o que é estar com um psicólogo.
4. Estabelecer algumas regras junto com a criança.
5. Iniciar o processo.

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OUVIR OS PAIS
Os pais são os primeiros a serem trabalhados no processo
psicoterápico da criança.
Ouvir a posição deles já dá um norte sobre a criança. E a partir dessa
escuta, orientá-los sobre como falar com as crianças sobre a
psicoterapia. Sobre como esse processo de consultas e conversas deve
ser introduzido, para evitar que a criança crie fantasias e resistências a
respeito”.“
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ESTABELECER O vÌNCULO COM A CRIançA
Colocar para a criança como Eu me sinto atendendo ela e o que
percebi sobre ela.
Perguntar se ela sabe o que está fazendo ali.
Me apresentar e falar sobre o que era a psicoterapia e o que ela
poderia fazer ali. Apresentar o espaço e dizer que ela poderia escolher
coisas para fazer e também me contar o que quisesse, inclusive
segredos. E que esses segredos ficariam entre mim e ela.
Ler junto com a criança, o livro O Primeiro Livro da Criança Sobre
Psicoterapia , de autoria de Jane Annunziata e Marc A. Nemiroff
30
Livro

https://
www.youtube.com/watch?v=NwG9hkfmNCY

31
gr a s e o
As re
sigilo
Estabelecer as regras é importante.
Não quebrar os brinquedos, não agredir e não se agredir.
Importante frisar eu tudo o que será conversado ou brincado durante as sessões estará em
segredo.
Sobre o sigilo, parte importante do estabelecimento do contrato terapêutico, assim como na
clínica com adultos, na clínica com crianças ele também vai ser mantido .
O compromisso com o sigilo na psicoterapia infantil é muito importante para que a criança
adquira confiança no psicoterapeuta além de ser um fator que possibilita a construção do vínculo
de confiança, que é de natureza afetiva.

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ç õ e s n a
As emo a
crianç
O fato da criança apresentar experiências vividas, impossibilitadas
de serem simbolizadas, ou simbolizadas de forma inadequada por
distorção ou negação, parece ser crucial para o estabelecimento de
um estado geral de ansiedade e insegurança.
O mais diverso leque de problemas pode ser gerado por estados
como estes, como por exemplo: comportamentos agressivos, birras,
dificuldades de concentração, dificuldades no estabelecimento de
relações humanas. Quando há a falta de simbolização adequada, ou
seja, que se dê como uma extensão natural do vivido, há uma
necessidade de que esta simbolização ocorra.
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e rê n c i a s
Re f

Axline, Virgínia Mae. Ludoterapia: a dinâmica interior da criança. Belo Horizonte:


Interlivros. 1972. (Texto original publicado em 1947).

COLOVINI, Cristian Ericksson; BERTOLIN, Rosemari Stein. LUDOTERAPIA Centrada


na Criança. s/d.

BRITO, Rosa Angela Cortez & PAIVA, Vilma Maria Barreto. Psicoterapia de Rogers e
ludoterapia de Axline: convergências e divergências. Rev. NUFEN [online]. v.4, n.1,
janeiro-junho, 102-114, 2012.

AFFONSO, Rosa Maria Lopes (Org.) Ludodiagnóstico: investigação clínica através do


brinquedo. Porto Alegre, ArtMed, 2012.

Rogers, C. R. (1987).Terapia Centrada no Cliente. São Paulo: Martins Fontes, 1942. 34

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